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Contribuição à estruturação de sistemas de informações de controladoria estratégica [ A busca por uma maior participação nos mercados em um ambiente competitivo faz com que as grandes empresas busquem, constantemente, meios informacionais que subsidiem seus gestores nas tomadas de decisões das empresas. Nesse contexto, surgem algumas indagações de qual é o papel da controladoria no planejamento estratégico e quais variáveis e informações devem compor um sistema de informações para a controladoria estratégica. Este artigo tem como objetivo analisar um modelo de estruturação dos sistemas de informações estratégicas que podem ser gerados ou disponibilizados pela controladoria e demonstrar a função da controladoria no suporte à estratégia. De modo a corroborar as proposições constantes do modelo analisado, foram utilizados roteiros de entrevistas e questionários que permitiram uma discussão mais aderente ao modelo analisado. Este artigo analisou um modelo de estruturação dos sistemas de informações de controladoria estratégica, que parte da definição de quatro subsistemas: gestão de riscos, cenários empresariais, acompanhamento do negócio e o BSC. Conclui-se que grande parte informações é proveniente do data- warehouse utilizado pela controladoria, tornando o modelo analisado muito próximo da estruturação utilizada pelas empresas. janeiro / fevereiro 2007 - nº 163 83 André Ricardo Ponce dos Santos* Clóvis Luís Padoveze** * Bacharel em Ciências Contábeis, Pós-graduado em Contabilidade, Finanças e Auditoria, Mestre em Administra- ção pela UNIMEP e Doutorando em Engenharia de Produção pela UNIMEP. É professor dos cursos de graduação em Administração e Ciências Contábeis do UNISALESIANO de Lins-SP, vice-presidente da ADETEC-Lins, e possui escritório de contabilidade onde atua a mais de 12 anos. ** Bacharel em Administração e Ciências Contábeis, Mestre em Ciências Contábeis e Doutor em Contabilidade e Controladoria pela FEA-USP. Atua na área de Controladoria há mais de 20 anos nas Indústrias Romi S/A - Sta. Bárbara D´Oeste (SP), onde é, atualmente, controller. É professor do programa de Mestrado Profissional em Administração da Faculdade de Gestão e Negócios da Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP. ] Contribuição à estruturação de sistemas de informações de controladoria estratégica janeiro / fevereiro 2007 - nº 163 84 1. Introdução No contexto empresarial atual, gran- des empresas buscam constantemente meios informacionais que possibilitem resultados confiáveis em suas tomadas de decisões, de modo a aumentar a competitividade de suas atividades, satisfazendo as expectativas de seus clientes e acionistas. Dessa maneira, os gestores adotam instrumentos que permitem maior flexibilidade, ve- locidade, inovação e integração para atuar num ambiente formado por constantes mudanças. Assim, a ação de tomar decisões em uma corporação é uma responsabilidade que precisa ser muito bem planejada. O grau de imprevisibilidade induz comumente à tomada de decisões de elevado grau de risco que, em sua maioria, envolvem investimentos necessários para assegurar a eficiên- cia e a eficácia das atividades em um período futuro de tempo. De acordo com Sobansky (2000), as corporações com fins lucrativos têm como objetivo a obtenção de um retorno mínimo sobre o investimento realizado, con- dizente com o grau de risco envolvi- do, respeitando aspectos éticos e de responsabilidade social. Neste artigo, devido à variedade de informações que a controladoria propicia, chama-se a atenção quanto a sua participação, não só na progra- mação, na execução e no controle, como também na estratégia, subsi- diando a alta gestão com informa- ções que contribuirão nas tomadas de decisões da corporação. Por ser a controladoria a respon- sável pela estruturação e pelo moni- toramento do maior contingente de sistemas de informações de apoio à decisão, é importante e necessário identificar sua responsabilidade com relação à estruturação e ao monito- ramento dos sistemas de informação para apoio à estratégia, bem como no processo decisório. Delinear informações de caráter exclusivamente estratégico é uma das vertentes deste artigo. Isso se deve ao fato de que as decisões a serem to- madas pela organização decorrem de informações geradas pelos sistemas de informações. O presente artigo tem como obje- tivo analisar um modelo de estrutu- ração dos sistemas de informações estratégicas que podem ser gerados ou disponibilizados pela controla- doria, assim como demonstrar o papel da controladoria no suporte da estratégia empresarial, de modo a evidenciar a inter-relação e a inte- gração do subsistema de informações estratégicas com os demais subsiste- mas operacionais. Foram realizadas coletas de dados obtidas por meio da realização de roteiros de entrevistas e questioná- rios com os profissionais das áreas de controladoria e de sistema de informações que, concomitantemen- te com a realização da revisão da literatura, buscou-se chegar ao fim proposto nos objetivos deste artigo. 2. Administração estratégica A grande preocupação no ambien- te corporativo situa-se na forma pela qual a administração formulará a sua estratégia e quais decisões serão provenientes desta estratégia. Daft (1997) acredita que perante esta preocupação torna-se fundamen- tal que as empresas possuam uma ad- ministração estratégica que, segundo ele, é um conjunto de decisões e ações usadas para formular e implantar as es- tratégias que irão conduzir as empresas a se tornarem mais competitivas. Na ótica de Montgomery e Porter (1998), estratégia é a busca delibera- REVISTA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE janeiro / fevereiro 2007 - nº 163 85 da por um plano de ação para desen- volver e ajustar a vantagem competi- tiva de uma corporação. Os autores afirmam que a estratégia deve-se iniciar com o reconhecimento do que a corporação é e quais os recursos disponíveis naquele momento. Uma outra definição muito clara de estratégia é a de Wright, Kroll, Parnell (2000), que afirmam que a estratégia refere-se aos planos da alta da administração para alcançar resul- tados consistentes com a missão e os objetivos gerais da corporação. Considerada como uma das princi- pais vertentes de uma corporação, a estratégia empresarial está alicerçada nos níveis da estratégia e, de acordo com Daft (1997), cabe à alta cúpula da corporação identificar os níveis da es- tratégia. Segundo o autor, as decisões estratégicas devem ser estruturadas em níveis estratégicos que são: a) Estratégia de corporação: está relacionada com o nível da cor- poração; refere-se à organização como um todo; b) Estratégia de negócios: está relacionada com a forma na qual a empresa irá competir; e c) Estratégia funcional: está relacio- nada com a forma pela qual deve ser apoiada a estratégia no nível de negócios, ou seja, como os de- partamentos funcionais dentro da unidade de negócios contribuirão para as decisões provenientes da estratégia de negócio. 2.1. Planejamento estratégico Após elaborada a estratégia da organização, faz-se necessário es- tabelecer alguns conceitos sobre planejamento estratégico. Segundo Padoveze (2004), o planejamento estratégico é o processo que prepara a empresa para o que está por vir. A utilização do planejamento estratégico poderá otimizar as chan- ces de sucesso das organizações, já que, atualmente, atravessam por um cenário repleto de constantes muta- ções. As metas e os objetivos devem ser parametrizados de modo que a organização atinja ou mantenha um determinado momento preestabele- cido no planejamento. A capacidade de percepção a um momento futuro de tempo e as possí- veis conseqüências que uma ação pre- sente poderá proporcionar, é extrema- mente relevante para qualquer gestão de uma organização. Em outras pa- lavras, esta capacidade de percepção é denominada planejamento. Assim, Weslch (1983) afirma queplanejar sig- nifica estabelecer com antecedência as ações a serem executadas, assim como estimar os recursos que serão empre- gados, definindo as correspondentes atribuições de responsabilidades em relação a um período futuro. O autor acredita que, para serem alcançados satisfatoriamente os objetivos fixados, torna-se fundamental a participação do planejamento. 3. Sistema e sistemas de informações Catteli (2001) enfatiza que, atualmen- te, grande número de referências, nos mais variados ramos do conhecimento, está presente a abordagem sistêmica. Segundo o autor, essa abordagem refere-se a uma metodologia de estudo que permite uma visão mais abrangente sobre um determinado objeto. Considerada por seu fundador, Bertalanffy (1975), como uma ciência geral da totalidade, a teoria geral dos sistemas tem como objeto a formu- lação de princípios válidos para os sistemas em geral. 3.1. Teoria geral dos sistemas Bertalanffy (1975) afirma que a te- oria dos sistemas opõe-se a uma visão clássica de procedimentos analíticos. A expressão “o todo é mais que a soma das partes”, segundo Padoveze (2004), consiste simplesmente em que as características constitutivas não são explicáveis a partir das ca- racterísticas das partes isoladas. O procedimento analítico diz que uma entidade pode ser estudada sobre as partes que a compõe e, por conseguinte, pode ser constituída ou reconstituída pela reunião dessas partes. Assim, Gil (1999) define um sistema como uma entidade com- posta de dois ou mais componentes ou subsistemas que interagem para atingir um objetivo comum. Um outro conceito muito seme- lhante ao de Gil é a definição de Bio (1985), que considera sistema como um conjunto de elementos interde- pendentes, ou um todo organizado, ou partes que interagem formando um todo e um complexo. Ainda, se- gundo o autor, sistema envolve uma ampla aparição de idéias com uma finalidade específica. 3.2. A organização como sistema Magalhães e Lunkes (2000) deno- minam a organização como micros- sistema empresa, pois os autores acreditam que a mesma é conside- rada uma unidade produtora do Sis- tema Econômico. Segundo Padoveze (2004), uma empresa é considerada um sistema aberto em virtude de sua interação com a sociedade e o ambiente no qual ela atua. Torna-se fundamental destacar que a organização é ativada por um cará- ter sistêmico, que suporta pressões ambientais externas e internas. Conso- ante isso, Catelli (2001) classifica essas pressões ambientais como variáveis (externo) e entidades (interno). A interação da organização com o janeiro / fevereiro 2007 - nº 163 86 Contribuição à estruturação de sistemas de informações de controladoria estratégica ambiente externo resulta em conside- rações essenciais sobre a missão da organização, pois se parte do princípio que a organização capta recursos no ambiente externo, transforma-os e os devolvem à sociedade. A forma na qual os recursos são processados é a expressão da eficiência e da eficácia da organização, já que a resultante dessa combinação é expressa como lucro. 3.3. A Informação como elemento essencial para o sistema empresa Considerada como um dos principais elementos de uma organização, a in- formação, embora benéfica, ocasiona uma preocupação constante para a gestão de uma organização. De acor- do com Beuren (1998), a informação gerada nas organizações deve assumir o caráter de possibilitar o suporte informativo adequado para que os gestores percebam a eficiência e a eficácia como necessidade contínua na organização. Ainda, segundo a autora, os gestores necessitam de informações que estejam em consonância com os modelos decisórios, sendo a informa- ção estruturada com base na análise dos modelos de decisão empregados pela organização. Partindo do ponto de vista de McGee e Prusak (1994), a in- formação consiste em dados coletados, organizados, orientados, aos quais são atribuídos significados e contexto. É importante ressaltar que o conheci- mento informacional é fundamental para auxiliar os processos de tomadas de deci- são e demais operações empresariais. 3.4. Sistemas de informações Os sistemas de informações intera- gem efetivamente nas organizações. Assim, Laudon e Laudon (2004) con- sideram que os sistemas podem ser alinhados à organização para fornecer as informações de que seus grupos internos precisam. Ainda, segundo os autores, os administradores devem es- tar conscientes de que os sistemas de informações podem alterar significati- vamente a vida da organização. Gil (1999) descreve um sistema de informação como um conjunto de recursos humanos, materiais, tecnoló- gicos e financeiros agregados segundo uma seqüência lógica para o processa- mento dos dados e a correspondente tradução em informações. Um sistema de informações é um conjunto de subsistemas inter-rela- cionados que funcionam em conjun- to para coletar, processar, armazenar, transformar e distribuir informações para fins de planejamento, tomada de decisões e controle. (Moscove, Simkin e Bagranoff, 2002, p. 23) Considerada como um dos mais importantes instrumentos para a organização, a informação depa- ra-se com um universo que sofre constantes mutações. Para que possa acompanhar essas mutações e so- bressair-se perante a concorrência, é necessário que a organização possua um sistema de informação coerente com a tecnologia disponibilizada para ela a qual pode ser denominada como tecnologia da informação. A tecnologia tem contribuído subs- tancialmente no desenvolvimento de sistemas de informação e, conseqüen- temente, para a tomada de decisão. Assim, Cornachione Jr. (2001) registra a contribuição especial que se tem dado à área de sistemas de informações, oferecendo soluções tecnológicas que passam a comportar as idéias presentes no mundo corporativo que até então não podiam ser implementadas. Pelo fato de a tecnologia da infor- mação estar explícita em sistemas de informações, é necessário que a organização identifique quais infor- mações irá necessitar para subsidiar as suas atividades. Acredita-se que para cada nível organizacional deve haver um sistema de informações coerente com os processos da or- ganização. Na visão de Padoveze (2003), os sistemas são classificados em três tipos: a) sistemas de informação de apoio às operações; b) sistemas de informação de apoio à gestão; e c) sistemas de informação de apoio à decisão. Os sistemas de informação de apoio às operações surgem da necessidade de planejamento e controle das ope- rações e faz com que a organização busque meios informacionais que possam subsidiar as diversas áreas operacionais da organização. Os sistemas de informação de apoio à gestão têm como objetivo subsidiar as necessidades informacionais relativas à REVISTA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE janeiro / fevereiro 2007 - nº 163 87 vida econômico-financeira da organiza- ção, bem como as necessidades de ava- liação dos administradores internos. Os sistemas de informação de apoio à decisão partem do refinamento do sistema de apoio à gestão, que são desenhados para auxiliar diretamente a alta gestão nas decisões a serem tomadas por ela. Os conceitos de Sistema de Suporte à decisão (DSS), Sistema de Informações Executivas (EIS), e Inteligência Empresarial (BI) são conhecidos como SIAD. Esses sistemas utilizam a base de dados dos sistemas de informações de apoio à operação e do sistema de infor- mações de apoio à gestão, visando flexibilizar informações semi e não- estruturadas, ou seja, informações que a corporação não tem domínio parcial e total para tomar decisões. As principais soluções dos sistemas de informações oferecidas pelo merca- do procuram integrar as necessidades gerenciais das corporações. Diversos são os sistemas de informações em- presariais utilizados e, embora existam vários sistemas, serão destacados al- guns que serão utilizados no modelo analisado neste artigo.4. Controladoria A controladoria surgiu no início do século XX nas grandes empresas norte-americanas, com a finalidade de realizar rígido controle de todos os seus negócios. Schmidt (2002) afirma que essas empresas (antes concorren- tes) começaram a se fundir no final do século XIX, formando grandes empresas organizadas sob formas de departamentos e divisões, mas com controle centralizado. Ainda segundo Schmidt (2002), três fatores foram essenciais para a disse- minação da controladoria que são: a) Verticalização; b) Diversificação; e c) Expansão geográfica das organizações. A soma desses três fatores, com o conseqüente aumento da comple- xidade de suas atividades, aliada às tendências da descentralização da gestão das empresas, exigiu a am- pliação das funções do controller nas diversas divisões da empresa, além de sua administração central. No Brasil, a função do controller emergiu com a instalação de multi- nacionais. Naquela época, os profis- sionais dessas multinacionais vinham até o Brasil para ensinar as teorias e as práticas contábeis aos responsá- veis por esta área. Inicialmente, essa função era ocupada pelos profissio- nais da área financeira ou contábil, em razão da habilidade que tinham em trabalhar com informações eco- nômico-financeiras. Assim, a Contabilidade, enquanto ciência, tem uma rica base conceitual da qual devemos nos valer e, interagin- do de forma multidisciplinar com os demais ramos do conhecimento, bus- car a construção de uma via alternativa à Contabilidade tradicional, cuja base conceitual é inadequada para modelar as informações destinadas ao uso dos gestores. (Catelli, 2001, p. 343) A busca pela eficácia nas atividades empresariais compele aos gestores a utilizarem os mais diversos instru- mentos de gestão para o alcance de resultados esperados por investidores na organização, na qual é denominada de controladoria. Nesse contexto, Mo- simann e Fisch (1999) afirmam que a controladoria consiste em um corpo de doutrinas e conhecimentos relativos à gestão econômica. Do ponto de vista dos autores, a controladoria pode ser visualizada sob dois aspectos: a) como um órgão administrativo; e b) como uma área do conhecimento. Vista como um órgão adminis- trativo, a controladoria tem por finalidade garantir informações adequadas ao processo decisório, colaborando com os gestores na busca da eficácia e demais aspectos econômicos na organização. Percebida como ciência, a contro- ladoria, segundo Padoveze (2003), remete à escola do pensamento contábil italiana, que identifica a contabilidade como uma ciência que estuda e enuncia as leis do controle econômico das empresas para que seu controle seja verdadeiramente eficaz, persuasivo e completo. A controladoria busca a eficácia no processo de gestão, por meio de três raízes da teoria contábil na qual janeiro / fevereiro 2007 - nº 163 88 Contribuição à estruturação de sistemas de informações de controladoria estratégica Glautier e Underdown (1977) des- crevem como teoria da decisão, da mensuração e da informação. a) Teoria da decisão: é o esforço para explicar como acontecem as decisões. Assim, ela tem por obje- tivo solucionar problemas e manter o caráter preditivo por meio de um modelo de decisão. b) Teoria da mensuração: trabalha o problema de avaliação de dados e, por isso, esta deve ser estabele- cida corretamente. c) Teoria da informação: possibilita a empresa a alcançar seus objetivos pelo uso eficiente de seus outros recursos. A junção dessas três raízes defini- das por Glautier e Underdown (1977) pode ser chamada de controladoria, sendo considerada como uma ciência evolutiva da Ciência Contábil. Estruturada sob os conceitos da decisão, da mensuração e da infor- mação, a controladoria é o órgão administrativo mantenedor de todas as informações referentes à gestão econômica da organização. De acordo com Figueiredo e Caggiano (1997), a missão da controladoria é zelar pela continuidade da empresa, assegurando seu resultado. A gestão econômica, conside- rada o objeto da controladoria, é composta de um conjunto de de- cisões e ações orientadas para os resultados desejados. Sendo assim, a controladoria deve otimizar os resultados econômicos de modo a garantir sua continuidade por meio da participação das diversas áreas da organização. Para tanto, é relevante destacar que a controladoria possui diversas funções que estão ligadas a um conjunto de objetivos descritos anteriormente. Diante disso, Catelli (2001) descreve-as como funções que viabilizarão o processo de gestão econômica na organização. Segundo ele, as funções são: a) subsidiar o processo de gestão; b) apoiar a avaliação de desempenho; c) apoiar a avaliação de resultado; d) gerir os sistemas de informações; e e) atender aos agentes do mercado. 4.1. A controladoria na estratégia Considerada como elemento funda- mental do processo de gestão, a par- ticipação da controladoria no plane- jamento estratégico das corporações vem crescendo substancialmente nos últimos anos, na qual é denominada como controladoria estratégica. A controladoria estratégica possui participação fundamental na estratégia da corporação, subsidiando os gestores nas tomadas de decisões e suprindo o processo estratégico com sistemas de informações. Assim, Perez Jr., Pestana e Franco (1997) entendem que a atuação da controladoria estratégica influencia o processo decisório da corporação, fornecendo subsídios para as decisões estratégicas a serem tomadas. Segundo Mosimann e Fisch (1999), na estratégia, a controladoria, como administradora do sistema de in- formações econômico-financeiras da organização, deve interpretar o impacto econômico de possíveis eventos de natureza empresarial. Tais eventos são extraídos de projeções de cenários nos quais a corporação está inserida, devendo considerar seus pontos fortes e fracos. Neste sentido, a controladoria estratégica deverá ter a capacidade REVISTA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE janeiro / fevereiro 2007 - nº 163 89 de captação de informações prove- nientes do ambiente externo, nas quais será projetada em paralelo a análise dos pontos fortes e fracos da corporação, resultando em diretrizes estratégicas a serem traçadas. Assim, a controladoria estratégica pressupõe que o profissional contábil exerça um papel em conjunto com os demais principais gestores da organização. 4.2. Informações de controladoria estratégica Padoveze (2005b) apresenta al- gumas informações que, segundo sua ótica, devem ser geradas pela controladoria estratégica em uma corporação que são: a) custos e rentabilidade dos pro- dutos dos competidores; b) informações sobre o processo de gestão de preços dos competidores; c) capacidade produtiva dos concorrentes; d) satisfação dos clientes em relação à concorrência; e) motivos dos negócios perdidos; f) grau de satisfação dos empregados; g) imagem da empresa perante os recrutados e os funcionários potenciais; h) índice de absenteísmo; i) indicadores de produtividade X produtividade esperada; j) evolução da qualidade dos fornecedores; k) capacidade produtiva e saúde financeira dos fornecedores; l) grau de relacionamento e satis- fação com os fornecedores; m) imagem institucional; n) impacto na empresa das conjun- turas econômica, política e social; o) indicadores do mercado externo, importações, câmbio etc; p) satisfação dos acionistas; e r) valor da empresa. 5. Sistemas de informações de controladoria estratégica A estruturação dos sistemas de in- formações de controladoria estratégica parte da necessidade de adicionar aos sistemas empresariais atuais, informa- ções de nível estritamente estratégico. Neste sentido, a controladoria estraté- gica centra-se na visão da organização como um sistema aberto, pois exerce sua função não somente na identifica- ção dos pontos portes e fracos da orga- nização, mas também na identificação das ameaças e das oportunidadesnas quais está inserida. A estruturação analisada é composta por quatro subsistemas de informações que, em conjunto com os sistemas ERP, BI e DW, formam os sistemas de infor- mações de controladoria estratégica. Esses subsistemas são: a) cenários empresariais; b) sistema de informação de acom- panhamento do negócio; c) balanced scorecard; e d) gestão de riscos. A identificação desses subsistemas é fruto de uma revisão bibliográfica e sua inserção como a responsabilidade da controladoria decorre da própria natureza desses subsistemas, que exigem fortemente a necessidade de mensuração econômica. 5.1. Cenários empresariais Na última década, aumentou-se sobremaneira o ritmo acelerado das mudanças políticas, econômicas, sociais e tecnológicas no mundo, ten- do como conseqüência, freqüentes rupturas de tendências que, segundo Marcial e Grumbach (2005), aumen- tam a incerteza com relação ao futuro janeiro / fevereiro 2007 - nº 163 90 Contribuição à estruturação de sistemas de informações de controladoria estratégica das organizações, seja qual for a área na qual atuam. Ainda, segundo a au- tora, cenário é o conjunto formado pela descrição coerente de uma situ- ação futura e pelo encaminhamento dos acontecimentos que permitem passar da situação de origem à situ- ação futura. Considerada como uma das ati- vidades essenciais de controladoria estratégica, o desenvolvimento e o acompanhamento dos cenários têm como objetivo verificar a tendência das previsões de organizações espe- cializadas em descrever sucintamente os cenários em que estão inseridos. A construção de cenários empresariais parte da premissa de que os dados não são reais e, sim, estimados. As- sim, torna-se possível prever cenários identificando possíveis tendências. Do ponto de vista de Rattner (1979), a construção de cenários visa a um procedimento sistemático para detectar as tendências prováveis da evolução, numa seqüência de inter- valos temporais e procura identificar o começo da tensão social nos quais as forças sociais poderiam alterar essas tendências. Consoante a isto, Marcial e Grum- bach (2005) afirmam que existem cenários possíveis, cenários realizáveis e cenários desejáveis, conforme a figura abaixo: 5.2. Sistema de Informação de Acompanhamento do Negócio - (SIAN) O Sistema de Informação de Acom- panhamento do Negócio (SIAN) parte da necessidade que as organizações possuem para acompanhar o mer- cado no qual estão inseridas, assim como a conjuntura econômica no Brasil e no mundo. Esse sistema reúne informações de extrema relevância para o planejamento estratégico, pois parte da análise externa, identifican- do as ameaças e as oportunidades em seu contexto. Sendo assim, esse sistema de in- formação trabalha com informações de natureza externa à organização, como dados dos concorrentes, e da conjuntura econômica que são con- siderados como elementos essenciais para essa finalidade. Diante disso, as informações são inseridas no SIAN, que subsidiará o sistema de informa- ção de apoio à decisão, permitindo uma visão de acompanhamento do negócio e mercados. A centralização da coleta e do arma- zenamento das informações são os ob- jetivos do SIAN, pois essas informações possibilitarão à alta gestão visualizar a organização em seu ramo de atuação dentro da conjuntura econômica. Se- gundo Padoveze (2003), o SIAN deve reunir informações que possibilitem: Fonte: Marcial e Grumbach (2005, p. 43) Figura 1 – Tipos de cenários REVISTA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE janeiro / fevereiro 2007 - nº 163 91 a) acompanhamento periódico do desempenho das vendas, clientes e mercados; b) acompanhamento periódico da situação econômica geral do setor de atuação da empresa; c) acompanhamento periódico da situação econômica geral do País e do mundo; d) acompanhamento dos indica- dores de evolução internos versus externos; e) acompanhamento periódico do desempenho das empresas con- correntes; f) acompanhamento periódico das importações dos produtos concor- rentes e substitutos; g) acompanhamento periódico das exportações dos produtos concor- rentes e substitutos; h) avaliação do tamanho dos mer- cados em que a empresa atua; i) informações para avaliação da participação da empresa no mercado; e j) informações sobre produtivida- de, qualidade, recursos humanos, satisfação dos clientes, etc. Diante desses objetivos, cabe ao ges- tor do SIAN definir quais informações devem fazer parte do banco de dados do sistema, assim como identificar as fontes das informações, bem como os meios e os processos de sua coleta. Cabe também a ele definir os critérios de ajustes das informações externas que deverão ser incluídos no sistema. A integração do SIAN com os demais subsistemas empresariais é notoriamente importante. Assim, este sistema de informação pode ser abastecido pelo sistema de vendas (faturamento), por sua vez associado ao sistema de cadastro de clientes para que se possa realizar uma análise minuciosa do fatura- mento da organização. 5.3. Balanced Scorecard O Balanced Scorecard, conhecido também como Controle de Metas Estratégicas, parte de uma proposta de unir a visão estratégica da orga- nização com as fases de execução e controle do processo de gestão empresarial. Seu termo em portu- guês significa “cartão de marcação balanceado” e foi desenvolvido pelos norte-americanos Kaplan e Norton. Kaplan e Norton (1997, p. 2) afirmam que o Balanced Scorecard traduz a missão e a estratégia das empresas num conjunto abrangente de medidas de desempenho que serve de base para um sistema de medição e de gestão estratégica. Sob a ótica desses pesquisadores, eles acreditam que as organizações constroem metas estratégicas, mas não desenvolvem um sistema de acompa- nhamento diário para a organização, assim como os gestores divisionais. Do ponto de vista de Laudon e Laudon (2004), ambos acreditam que o modelo do BSC suplementa as medidas financeiras tradicionais com medições que levam em consideração as quatro perspectivas equilibradas. Segundo os autores, o BSC deve ser utilizado pelos gerentes de modo a verificar até que ponto a empresa está atingindo suas metas estratégicas. Segundo Kaplan e Norton (1997), a busca por objetivos de natureza financeira é considerada como ênfase no BSC, pois procura medir o desem- penho organizacional sob quatro perspectivas equilibradas que são: a) perspectiva financeira; b) perspectiva do cliente; c) perspectiva dos processos inter- nos da organização; e d) perspectiva do aprendizado e crescimento. Diante disso, o BSC avaliará a estratégia adotada à luz do recente janeiro / fevereiro 2007 - nº 163 92 Contribuição à estruturação de sistemas de informações de controladoria estratégica desempenho. Este último processo, Kaplan e Norton denominam-no de aprendizado estratégico. 5.4. Gestão de riscos Segundo a teoria de finanças, o gerenciamento do risco está intima- mente relacionado com o retorno do investimento, podendo ser de- nominado de risco financeiro. Isto é devido ao fato de que, atualmente, as organizações sujeitam-se a inúmeros tipos de riscos e que alguns desses riscos não possuem características financeiras, porém, merecem ser tra- tados com a mesma relevância. A gestão de riscos parte do pressu- posto de que todos os riscos que envol- vem a organização impactam em seus resultados, já que, para todos os efeitos, a exposição da organização aos riscos é mensurada pela contabilidade, confor- me a Demonstração de Resultados do Exercício e do Balanço Patrimonial. Cocurullo (2002) entende que o risco é a variação potencial nos re- sultados, estando presente em quase todos os empreendimentos que as or- ganizações realizam. Assim, quando o risco está presente nos negócios, o resultado desse negócio não pode ser precisamente previsto. Sendo assim, Barrese e Scordis apud Bertolucci (2005, p. 8) acreditam que o risco não implica necessariamentealgo indesejável, pois os resultados podem representar tanto positivos quanto negativos. Segundo eles, o resultado depende se está acima ou abaixo do esperado. Nesta mesma linha de raciocínio, os autores apontam que organizações lidam tanto com riscos puros quanto especulativos; risco puro está associado a perigos que só apresentam conseqüências negativas, enquanto riscos especulativos podem ter conseqüências positivas ou não. Na ótica de Padoveze (2003), o foco da gestão de riscos é manter um processo sustentado de criação de valor para os acionistas, já que os empreendimentos estão sempre ex- postos a um conjunto de riscos. Ainda, segundo o autor, os riscos podem ser definidos como eventos futuros incer- tos que podem influenciar os objetivos estratégicos da organização. Ainda, segundo o autor, para identificar o perfil de cada risco torna-se necessário reconhecer que seu conceito é utilizado em diversas perspectivas, entre as quais destacam-se: risco como oportunida- de, risco como perigo ou ameaça e risco como incerteza. 5.5. Análise da estruturação A análise do modelo parte da premissa de que a organização assume a necessidade de um sis- tema integrado (ERP) que possua a característica de unir e integrar todos os subsistemas componentes dos sistemas operacionais e dos sis- temas de apoio à gestão. A Figura 2 apresenta o modelo de estruturação dos sistemas de informações de controladoria estratégica. Figura 2 – Estruturação dos sistemas de informações de controladoria estratégica Estratégico Tático Operacional Sistemas de Informações de Controladoria Estratégica Fonte: Elaborado pelos autores Cenários Empresariais Sistema de Acompanhamento do Negócio Balanced Scorecard BSC (Cockpitt) Gestão de Riscos BI ( Business Intelligence) DW (Data Warehouse) ERP (Enterprise Resources Planning) REVISTA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE janeiro / fevereiro 2007 - nº 163 93 De acordo com o modelo apre- sentado, o Data Warehouse tem como objetivo armazenar todos os dados que são de interesse da mé- dia administração, originários dos sistemas operacionais e de fontes externas à organização. Após serem armazenados todos os dados pertinentes à organização, eles serão reorganizados no BI, que tem como objetivo oferecer as informações produzidas a partir do tratamento de grandes volumes de dados que se encontram no Data Warehouse. Os dados, assim que inseridos nos sistemas transacionais, subsidiarão os sistemas de apoio à decisão em informações nas mais diversas formas. No ambiente estratégico, segundo o modelo proposto, o sistema de infor- mação de controladoria estratégica é dividido em quatro subsistemas: ce- nários empresariais, sistema de acom- panhamento do negócio, Balanced Scorecard e gestão de riscos. Descritos anteriormente, esses subsistemas são responsáveis por todas as informações necessárias à alta administração, as quais podem ser originadas de subssistemas espe- cíficos de cada área e também do BI, por meio de informações de cunho preventivo à tomada de decisões, permitindo condições de identificar possíveis resultados com antecedên- cia aos eventuais problemas levanta- dos pela alta administração. 6. Metodologia A fim de atingir os objetivos deste artigo, foi realizada uma pesquisa utilizando um roteiro de entrevistas e questionários que, segundo Cervo e Bervian (2002), permite descobrir a realidade dos fatos por meio da inteligência e da reflexão. Na concepção de Marconi e Lakatos (1999), o questionário é um instru- mento de coleta de dados constituído de uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador. A elaboração do questionário seguiu um roteiro de perguntas direcionadas aos controllers e aos profissionais consultores em sistemas de informações das empresas. Foram realizadas algumas entrevis- tas para se obter maiores informações sobre os procedimentos realizados pelas empresas no tocante à realiza- ção das atividades envolvidas com a tecnologia da informação, os siste- mas ERPs, entre outros. Este tipo de método permite, segun- do Goode e Hatt (1969), o desenvol- vimento da precisão, da focalização, da fidedignidade e da validade de um certo ato social como a conversação. Por meio deste método de pesquisa, foi realizada uma análise comparativa entre duas grandes empresas. Santos e Parra Filho (1998) afirmam que o método comparativo, considerando as medidas adotadas e os resultados obtidos, permite ao pesquisador con- cluir a eficácia da pesquisa. Por se tratar de um assunto que tange a informações estratégicas, foi assegurado o direito de não identi- ficar as duas empresas pesquisadas. Neste sentido, as empresas serão fic- ticiamente denominadas de Empresa Alpha e Empresa Beta. 7. Resultados da pesquisa A estruturação utilizada pelas empre- sas pesquisadas é praticamente idêntica no nível operacional e no nível tático. Sa- lienta-se que a estruturação dos bancos de dados das empresas não é uniforme, já que as necessidades informacionais são divergentes em cada empresa. janeiro / fevereiro 2007 - nº 163 94 Contribuição à estruturação de sistemas de informações de controladoria estratégica O quadro abaixo apresenta alguns questionamentos elaborados aos pro- fissionais da área de controladoria. Foram destacadas algumas questões relacionadas à participação da controladoria no planejamento estratégico das organizações. Conforme elucida o quadro anterior, ambas as empresas operam com plane- jamento estratégico formal em suas unidades. Tanto na empresa Alpha como na empresa Beta, o planejamento estratégico é elaborado anualmente. Questionamentos Empresa Alpha Empresa Beta Fonte: Elaborado pelos autores Quadro 1 – Participação da controladoria Existe planejamento estratégico formal na empresa? A controladoria participa do planejamento estratégico? A controladoria utiliza o Balanced Scorecard? Existe sistema de acompanhamento do negócio na controladoria? A gestão de riscos é de responsabilidade da controladoria? As decisões tomadas são provenientes da controladoria? Cabe à controladoria a responsabilidade dos sistemas? Sim Sim Não Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Sim Sim Sistemas de Informações Empresa Alpha Empresa Beta Empresa Alpha Empresa Beta Utilizado pela Controladoria Utilizado na Empresa Fonte: Elaborado pelos autores Quadro 2 – Sistemas utilizados pelas empresas ERP – SAP R/3 D.W. (Data Warehouse) B.I. (Business Intelligence) Sistema de Cenários Empresariais Sistema de Acompanhamento do Negócio BSC Balanced Scorecard Sistema de Gestão de Riscos * Atualmente está em fase de implantação Sim Sim Sim Não Não Não Sim Sim Sim Sim Não Não Sim (*) Não Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim REVISTA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE janeiro / fevereiro 2007 - nº 163 95 Em razão de não ter sido publicado na sua íntegra, na edição de n° 162 (novembro/dezembro), a RBC repu- blica este artigo. Os editores pedem desculpas aos autores e aos leitores pelo equívoco. 7.1. Análise dos resultados A pesquisa revelou que, embo- ra a controladoria das empresas não utilize determinados sistemas específicos descritos neste artigo, tais sistemas são utilizados pela alta gestão das mesmas. A integração dos sistemas de informações utiliza- dos pela empresa, principalmente o ERP, é de grande magnitude para a controladoria que, por intermédio do BW, possibilita que todas as in- formações de âmbito operacional, tática e estratégica sejam emprega- das em toda sua plenitude. Na opinião dos profissionais entre- vistados, o modelo de estruturação analisado é muito interessante, pois grande parcela dos dados utilizados é proveniente do Data Warehouse. Desse modo, segundo os profissionais entrevistados, o modelo é bastante válido, não só no sentido de identi-ficar a estrutura da TI utilizada, mas também no de chamar a atenção para a aptidão da controladoria em moni- torar os subsistemas de informações estratégicas. De acordo com eles, cabe ao controller a responsabilidade de inspecionar os sistemas de infor- mações utilizados pela controladoria, sendo estendido aos subsistemas de informações estratégicas, de acordo com o modelo apresentado. Diante disso, conclui-se que poderá haver discrepâncias entre estruturas de sistemas de informa- ções que utilizam sistemas ERPs, DW e BI distintos. Por este motivo, levou-se em consideração a utiliza- ção de uma mesma plataforma ERP e, coincidentemente, o sistema de banco de dados. 7.2. Considerações finais O trabalho analisou um modelo de estruturação de informações de con- troladoria estratégica fundamentado em quatro grandes subsistemas de informações estratégicas: a identifi- cação e a apresentação de cenários empresariais, a manutenção de infor- mações que permitam o entendimen- to contínuo do negócio de atuação da empresa, a incorporação do conceito de Balanced Scorecard e o último que é compõem os instrumentos para a gestão de riscos empresariais. A função estratégica a ser desen- volvida pela controladoria poderá empregar a estruturação recomen- dada, pois partimos do pressuposto do inter-relacionamento dos sistemas empresariais (ERP, DW e BI) com os subsistemas estratégicos. Esses subsistemas podem ser desenvolvi- dos internamente ou adquiridos já prontos no mercado, observando sempre a relação custo-benefício que a informação propiciará. Assim, o grau de integração dos sistemas utilizados torna-se fundamental para a eficácia dos sistemas de in- formação, cabendo à controladoria o monitoramento desses sistemas informacionais. O modelo analisado tem como referência o atual estágio do conhecimento da controladoria. Outrossim, da forma como foi mo- delado e estruturado, ele também permite incorporar as novas neces- sidades de informações estratégicas em novos subsistemas, bem como acompanhar o desenvolvimento da função de controladoria. janeiro / fevereiro 2007 - nº 163 96 Contribuição à estruturação de sistemas de informações de controladoria estratégica Referências Bibliográficas BERTALANFFY, L. V. Teoria geral dos sistemas. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1975. BERTOLUCCI, R. G. Estudo sobre o gerenciamento do risco corporativo: proposta de um mo- delo. 2005. 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