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Prof. Vanderlei da Silva UNIDADE II Legislação Social e Previdenciária O ECA se inspira na doutrina de proteção integral, que busca compreender a criança e o adolescente como um segmento social que ultrapassa os limites dos chamados em situação “irregular”, conforme estabelecido no Código de Menores em 1979. Com o Estatuto, crianças e adolescentes passaram a ser sujeitos de direitos: cidadãos como os adultos. Cidadãos que, por estar em processo de formação, precisam de proteção especial e devem ser prioridade nas famílias, na comunidade, nas políticas e nos orçamentos públicos. E que devem ser respeitados, ouvidos e chamados a participar e contribuir para a solução dos problemas que são seus Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei nº 8069/1990) Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Esse artigo introduziu conteúdo e enfoque próprios da doutrina de proteção integral da organização das nações unidas, trazendo os avanços da normativa internacional para a população infantojuvenil brasileira. Ele visa a garantir os direitos fundamentais de sobrevivência, desenvolvimento pessoal, social, integridade física, psicológica e moral, por meio de dispositivos legais diferenciados. Os direitos das crianças e dos adolescentes na CF/88 Princípio do Interesse do Menor: todas as decisões que dizem respeito ao menor devem levar em conta seu interesse superior. Ao Estado cabe garantir que a criança ou o adolescente tenham os cuidados adequados quando pais ou responsáveis não são capazes de realizá-los. Princípio da Prioridade Absoluta: contido na norma constitucional (artigo 227), ele estabelece que os direitos das crianças e dos adolescentes devem ser tutelados com absoluta prioridade. Com esses princípios, o ECA tenta garantir aos menores os direitos fundamentais que todo sujeito possui: vida, saúde, liberdade, respeito, dignidade, convivência familiar e comunitária, educação, cultura, esporte, lazer, profissionalização e proteção no trabalho. Enfim, tudo para que possam exercer a cidadania plena. Princípios fundamentais do ECA Conforme dispõe o artigo 131, do ECA, Conselho Tutelar é o órgão que possui o dever de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente. Para que isso seja possível, são funções dos conselheiros, dentre outras: Atender as crianças e os adolescentes cujos direitos foram ameaçados ou violados, bem como os menores que praticaram ato infracional; Atender e aconselhar os pais ou responsável (encaminhar para serviços de apoio à família, cursos de orientação, tratamentos psicológicos); Promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de divulgação e treinamento para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes. O Conselho Tutelar O ECA segue o disposto na Constituição de 1988, que proíbe o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 anos e qualquer trabalho a menores de 16 anos, exceto na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos. É também proibido o trabalho realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social, além daquele realizado em horários e locais que não permitam a frequência à escola. Portanto, a regra é a proibição do trabalho infantil. Ela tem sido afastada em alguns casos por autorização judicial, principalmente quando a ocupação é indispensável à sua própria subsistência ou à de seus pais, avós ou irmãos. A questão do trabalho infantil É um órgão ou instância colegiada de caráter deliberativo, formulador e normalizador das políticas públicas, controlador das ações, gestor do Fundo, legítimo, de composição paritária e articulador das iniciativas de proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente (ECA – artigos 88, 214 e 260). Integra a estrutura básica do Poder Executivo, da secretaria ou órgão da área social e tem composição e organização fixadas em lei. Deve exercer o controle das ações de todos os direitos, de forma global. Principais atribuições: coordenação da eleição do Conselho Tutelar, gestão do Funcad, registro das entidades inscritas dos programas de atendimento de crianças e de adolescentes, elaboração do plano de ação e do plano de aplicação, montagem da proposta orçamentária do Fundo. Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos por Lei forem ameaçados ou violados: a) Por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; b) Por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; c) Em razão de sua conduta. As medidas previstas poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. Medidas de proteção à criança e ao adolescente Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade. Orientação, apoio e acompanhamento temporários. Matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de Ensino Fundamental. Inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente. Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial. Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos. Acolhimento institucional. Inclusão em programa de acolhimento familiar. Colocação em família substituta. Medidas de proteção Podemos entender por ato infracional todas as condutas praticadas em desacordo com as normas ditadas para um bom convívio em uma sociedade. O artigo 103, do ECA, considera ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal, e o artigo 110 do mesmo Estatuto estabelece que “Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal”. Dessa forma, tanto a criança como o adolescente, cometem atos infracionais, a diferença é que a criança não pode ser responsabilizada pelos atos, só recebendo medidas de proteção. Entretanto, o adolescente, via de regra, será responsabilizado, recebendo medidas socioeducativas. Atos infracionais São medidas aplicáveis a adolescentes autores de atos infracionais e estão previstas no art. 112, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Apesar de configurarem resposta à prática de um delito, apresentam um caráter predominantemente educativo. Advertência (art. 115). Obrigação de reparar o dano (art. 116). Prestação de serviços à comunidade (art. 117). Liberdade assistida (arts. 118 e 119). Semiliberdade (art. 120). Internação (arts. 121 a 125): sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. Pode ocorrer em caráter provisório ou estrito. Medidas socioeducativas Assinale a alternativa relacionada às condutas praticadas por adolescentes e que estejam em desacordo com as normas ditadas para um bom convívio em uma sociedade. a) Crime hediondo. b) Infração penal. c) Ato infracional. d) Delito criminal. e) Contravenção penal. Interatividade Assinale a alternativa relacionada às condutas praticadas por adolescentes e que estejam em desacordo com as normas ditadas para um bom convívio em uma sociedade. a) Crime hediondo. b) Infração penal. c) Ato infracional. d)Delito criminal. e) Contravenção penal. Resposta O envelhecimento da população é um fenômeno mundial que, nos anos mais recentes, ganha maior importância nos países em desenvolvimento. No Brasil, o crescimento da população idosa é cada vez mais relevante, tanto em termos absolutos quanto proporcionais. Os efeitos do aumento dessa população já são percebidos nas demandas sociais, nas áreas de saúde e na previdência. CF/88 – Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. Pessoa idosa: segundo o Estatuto do Idoso é aquela com 60 anos ou mais de idade. Os direitos das pessoas idosas O Estatuto trata, entre outras disposições, dos direitos fundamentais, das medidas de proteção e da política de atendimento ao idoso, assim como das condutas contra os idosos que constituem crimes. Dentre os direitos fundamentais dos idosos, além do direito à vida, à liberdade, ao respeito e à dignidade; faz referência também ao direito à alimentação, à saúde, à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer, à profissionalização e ao trabalho, à Previdência Social, à Assistência Social, à habitação e ao transporte. Tal proteção traduz-se na regulação desses direitos, com destaque para: a prioridade de atendimento nos serviços públicos; o acesso gratuito a medicamentos; a proibição de reajuste em planos de saúde por idade; o transporte urbano e interestadual gratuito; e a meia-entrada em espetáculos culturais. O Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741, de 2003) O idoso, que não pode se sustentar, tem o direito de pedir pensão alimentícia de seus familiares, por meio da Defensoria Pública, se for pobre, ou do Promotor de Justiça. Dentre os familiares obrigados a auxiliá-lo (filhos, netos), um deles pode ser acionado. É problema do escolhido cobrar dos outros a parte de cada um, não do idoso. Se a família não puder auxiliá-lo, o idoso pode pedir auxílio na Secretaria de Assistência Social de sua cidade e tentar obter benefício de prestação continuada ao idoso. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas de prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência social. Pensão alimentícia para o idoso – art. 11 Aos maiores de sessenta e cinco anos fica assegurada a gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semiurbanos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares. Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer documento pessoal que faça prova de sua idade. Nos veículos de transporte coletivo de que trata esse artigo, serão reservados dez por cento dos assentos para os idosos, devidamente identificados com a placa de reservado preferencialmente para idosos. No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre sessenta e sessenta e cinco anos, ficará a critério da legislação local dispor sobre as condições para exercício da gratuidade nos meios de transporte previstos no Estatuto do Idoso. Direito ao transporte gratuito – art. 39 O estatuto trata da necessidade de se criar condições para garantir o acesso, o interesse e a aprendizagem dos idosos. Assim, a participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será proporcionada mediante descontos de, pelo menos, 50% nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem como acesso preferencial aos respectivos locais. O poder público apoiará a criação de universidades abertas para pessoas idosas e incentivará a publicação de livros e periódicos, de conteúdo e padrão editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitura, considerada a natural redução da capacidade visual. Educação, cultura, esporte e lazer: Estatuto do Idoso – art. 20 O SUS deve atender todas as suas necessidades, como consultas, exames, internações, fornecer remédios e próteses (como aparelhos de surdez, dentaduras etc.), gratuitamente e mesmo que o idoso tenha plano de saúde. Todo idoso internado tem de ter acompanhante em tempo integral, exceto onde não é possível isso (UTI, CTI, isolamento). É o idoso quem decide qual tratamento fazer, dentre as opções que o médico der. Apenas se ele não puder decidir (por não estar com plena capacidade mental), seu curador ou seus familiares podem decidir no seu lugar. Se houver emergência ou risco de morte, é o médico quem decide. A mensalidade do plano de saúde dos idosos não pode ser reajustada em percentuais diferentes dos demais, em razão da idade. Direito à saúde: Estatuto do Idoso – art. 15 Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são obrigadas a firmar contrato de prestação de serviços com a pessoa idosa abrigada. No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a cobrança de participação do idoso no custeio da entidade. O Conselho Municipal do Idoso ou Conselho Municipal da Assistência Social estabelecerá a forma de participação prevista no que não poderá exceder a 70% de qualquer benefício previdenciário ou assistência social percebido pelo idoso. Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante legal firmar o contrato. O acolhimento de idoso em situação de risco social, por adulto ou núcleo familiar, caracteriza a dependência econômica, para os efeitos legais. O acolhimento de idosos Garantia de uma moradia digna. Exceção do acolhimento em entidade de longa permanência. Instituições, identificação externa visível, obrigadas a provê-los com alimentação regular e higiene. Prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria nos programas habitacionais públicos ou subsidiados com recursos públicos (preferência de pavimento e térreo). Maus-tratos contra o idoso: caso um idoso seja vítima de maus-tratos ou um dos direitos dessa lei for negado, deve ser feito uma denúncia a um destes órgãos públicos: I – autoridade policial; II – Ministério Público (promotor de justiça); III – Conselhos Municipal, Estadual ou Nacional do Idoso; IV – Defensoria Pública. Da moradia: Estatuto do Idoso – art. 37 Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias ou aos meios de transporte, por motivo de idade. Deixar de prestar assistência ao idoso, ou recusar, retardar ou dificultar que outros o façam. Abandonar idosos em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência ou congêneres. Expor em perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes, privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo e inadequado. Tipos criminais previstos no Estatuto do Idoso Apropriar-se ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro tipo de rendimento do idoso. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar procuração para fins de administração de bens ou deles dispor livremente. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou outorgar procuração. Tipos criminais previstos no Estatuto do Idoso No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a cobrança de participação do idoso no custeio da entidade. Qual é o limite dessa participação para qualquer benefício previdenciário ou assistência social percebido pelo idoso? a) 70% dos rendimentos. b) 1/4 do salário-mínimo. c) Um salário-mínimo. d) 50% dos rendimentos. e) Será definido pelo Conselho do Idoso. Interatividade No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a cobrança de participação do idoso no custeio da entidade. Qual é o limite dessa participação para qualquer benefício previdenciário ou assistência social percebido pelo idoso? a) 70% dos rendimentos.b) 1/4 do salário-mínimo. c) Um salário-mínimo. d) 50% dos rendimentos. e) Será definido pelo Conselho do Idoso. Resposta Deficiência é qualquer tipo de perda ou anormalidade que limite as funções físicas, sensoriais ou intelectuais de uma pessoa. De maneira geral, o termo está relacionado com um alto grau de disfunção das funções psicológica, fisiológica ou anatômica do ser humano, uma vez que todos podemos sofrer algum tipo de deficiência no organismo. De acordo com a Convenção Internacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, uma pessoa com deficiência, também identificada pela sigla PCD, é aquela que possui impedimentos de longo prazo, sejam eles de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que prejudiquem sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade com as demais pessoas. Significado de deficiência Convenção da ONU sobre Direitos da Pessoa com Deficiência foi internalizada no Brasil em 2009 com equivalência de emenda constitucional. “Deficiência” na Convenção: a deficiência é um conceito em evolução; ela é resultado da interação entre pessoas com impedimentos (físicos, mentais, intelectuais ou sensoriais) e as barreiras devidas às atitudes e ao ambiente que impedem a plena e efetiva participação dessas pessoas na sociedade em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. Acessibilidade é a ausência de barreiras que garante a igualdade de oportunidades. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência A recusa em se fazer a adaptação razoável também se caracteriza como discriminação por motivo de deficiência. Surgem, assim, as duas definições relacionadas à mobilidade e à acessibilidade da pessoa com deficiência: adaptação razoável e desenho universal. A adaptação razoável significa as modificações e os ajustes necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional ou indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de garantir que as pessoas com deficiência possam gozar ou exercer, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos humanos e liberdades fundamentais. O desenho universal é a concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados, na maior medida possível, por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou projeto específico. Adaptação razoável e desenho universal Na Constituição de 1988 estão descritos alguns dos deveres do Estado em relação à pessoa com deficiência: oferecer transporte acessível, uma educação especializada no ensino regular e garantir a proteção das pessoas com deficiência, por exemplo. A natureza genérica desses deveres foi sendo complementada pouco a pouco com outras leis mais específicas. As regras para atendimento prioritário foram definidas em 2000 e a Libras (Língua Brasileira de Sinais) foi considerada uma língua oficial do Brasil em 2002. O grande avanço do Estatuto da Pessoa com Deficiência foi alterar outras leis (como a CLT e o Código Eleitoral) para deixá-las em conformidade com a Convenção Internacional da ONU. Estatuto da Pessoa com Deficiência – Lei nº 13.146/2015 Acesso universal e igualitário à saúde para as pessoas com deficiência, por meio do SUS, com informações adequadas e acessíveis sobre as condições de saúde (art. 18). Oferta de tecnologias assistivas que ampliem as habilidades dos estudantes nas escolas (art. 18-XII) ou auxiliem nos processos seletivos e permanência nos cursos da rede pública e privada (art. 30-IV). Acesso à educação superior e à educação profissional e tecnológica em igualdade de oportunidades e condições com as demais pessoas (art. 28-XIII). O direito ao trabalho em ambientes acessíveis e inclusivos em igualdade de oportunidades com as demais pessoas (art. 34). Direitos fundamentais das pessoas com deficiência A obrigatoriedade da acessibilidade nos sites públicos e privados de acordo com as melhores práticas e com as diretrizes internacionais (art. 63). A oferta de recursos de audiodescrição, legendagem e janela de Libras nas produções audiovisuais (art. 67). O fomento do poder público ao desenvolvimento de tecnologias assistivas e sociais para aumentar a participação das pessoas com deficiência na sociedade (art. 77, § 3º). A Lei Brasileira de Inclusão prevê que instituições culturais (como museus, casas de espetáculo e cinemas) estejam acessíveis a todos os públicos. Acesso à informação e à comunicação Decreto nº 3.298/1999: Insere a previsão de inclusão das pessoas com deficiência em todas as iniciativas governamentais intersertoriais: educação, saúde, trabalho, edificação pública, previdência social, assistência social, transporte, habitação, cultura, esporte e lazer, e ampliação das alternativas de inserção econômica. Proporcionando a ela qualificação profissional e incorporação no mercado de trabalho, sem o cunho assistencialista, objetivando o pleno exercício dos direitos individuais e sociais. A política arrola elementos que permitem compensar determinadas limitações, visando à assistência integral à saúde e reabilitação da pessoa com deficiência, complementando o atendimento e aumentando as possibilidades de independência e inclusão social. A política nacional para a integração da pessoa com deficiência A Política Nacional do Idoso (Lei nº 8.842/1994) definiu os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais como “órgãos permanentes, paritários e deliberativos” (art. 6º) e responsáveis pela “formulação, coordenação, supervisão e avaliação da política nacional do idoso, no âmbito das respectivas instâncias político-administrativas” (art. 7º). Segundo o Estatuto do Idoso, as competências dos Conselhos dos Direitos do Idoso são “a supervisão, o acompanhamento, a fiscalização e a avaliação da política nacional do idoso, no âmbito das respectivas instâncias político-administrativas”. Poderá recomendar a criação de ações até então inexistentes, a realização de aprimoramentos na rede de atendimento e o direcionamento de serviços ou programas aos territórios ou segmentos da população idosa que estiverem descobertos ou vulneráveis. Conselhos dos Direitos do Idoso Os Fundos dos Direitos do Idoso são fundos especiais, voltados à garantia dos direitos da população idosa, que devem ser controlados pelos Conselhos dos Direitos do Idoso em cada instância da Federação (Nacional, Estadual, Distrital ou Municipal). A constituição do Fundo dos Direitos do Idoso em cada município pode contribuir para o advento de uma nova etapa no campo das políticas públicas para o envelhecimento. Os Conselhos Municipais do Idoso devem ser capazes de deliberar com consistência sobre a aplicação dos recursos do Fundo. Para tanto, devem estar bem estruturados, cientes de suas atribuições, e devem dispor de diagnósticos locais que fundamentem propostas de ação consistentes para a aplicação desses recursos. Fundos Municipais do Idoso É um serviço para pessoas com deficiência ou idosas com algum grau de dependência e suas famílias, que tiveram suas limitações agravadas por violações de direitos, como isolamento, confinamento, atitudes discriminatórias e preconceituosas, falta de cuidados adequados por parte do cuidador, entre outras situações que aumentam a dependência e comprometem o desenvolvimento da autonomia. Esse serviço promove atividades que garantem a autonomia, a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida das pessoas que usam o serviço. O serviço pode ser ofertado no Centro-Dia, no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), em Unidade referenciada ao CREAS e/ou no domicílio do usuário. Serviço de proteção social especial para pessoas com deficiência e suas famílias Assinale a alternativa que corresponde a qualquer tipo de perda ou anormalidade que limite as funções físicas, sensoriais ou intelectuais de umapessoa. a) Acessibilidade. b) Deficiência. c) Autossuficiência. d) Autoproteção. e) Funcionalidade. Interatividade Assinale a alternativa que corresponde a qualquer tipo de perda ou anormalidade que limite as funções físicas, sensoriais ou intelectuais de uma pessoa. a) Acessibilidade. b) Deficiência. c) Autossuficiência. d) Autoproteção. e) Funcionalidade. Resposta Garantia de um salário-mínimo mensal ao idoso acima de 65 anos ou à pessoa com deficiência de qualquer idade com impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial de longo prazo (aquele que produza efeitos pelo prazo mínimo de dois anos), que o impossibilite de participar de forma plena e efetiva na sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas. Para ter direito, é necessário que a renda por pessoa do grupo familiar seja menor que 1/4 do salário-mínimo vigente. As pessoas com deficiência também precisam passar por avaliação médica e social realizadas por profissionais do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Por se tratar de um benefício assistencial, não é necessário ter contribuído ao INSS para ter direito a ele. No entanto, esse benefício não paga 13º salário e não deixa pensão por morte. Benefício de Prestação Continuada – BPC O Supremo Tribunal Federal (STF) flexibilizou o entendimento, reconhecendo que cabe aos magistrados decidirem caso a caso depois de verificarem a situação e as condições reais do requerente. Dessa forma, a renda familiar não é mais o único requisito em avaliação de miserabilidade. O requisito financeiro estabelecido pela lei começou a ter sua constitucionalidade contestada, pois, na prática, permitia que situações de patente miserabilidade social fossem consideradas fora do alcance do benefício assistencial previsto constitucionalmente. Renda per capita familiar não pode ser único critério para concessão de benefício assistencial Com a publicação do Decreto nº 8.805/2016, a inscrição no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal – Cadastro Único – passou a ser requisito obrigatório para a concessão do benefício. O cadastramento deve ser realizado antes da apresentação de requerimento para a concessão do benefício. Além do Cadastro Único também é requisito para a concessão do benefício a inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF do requerente e dos membros da família. Famílias já cadastradas devem estar com cadastro atualizado, nos últimos 24 meses, para fazer o requerimento no momento da análise da concessão do benefício. Obrigatoriedade de Inscrição Atualizada no Cadastro Único Para a pessoa com deficiência, além da comprovação da renda, deverá ser realizada a avaliação da deficiência, que tem como objetivo constatar os impedimentos de longa duração que limitem a pessoa em suas tarefas diárias ou em sua participação na sociedade. Essa avaliação é feita em duas etapas, uma realizada por assistentes sociais e a outra por médicos peritos do INSS. Quando comprovada a impossibilidade de deslocamento da pessoa com deficiência até o local de realização das avaliações médica e social, essas serão feitas em domicílio ou na instituição em que estiver internado. A pessoa que solicitou o benefício receberá uma carta do INSS informando se receberá ou não o BPC. Avaliação da deficiência Comprovação da deficiência: a deficiência é analisada pelo Serviço Social e pela Perícia Médica do INSS. Idoso em asilo: a condição de acolhimento em instituições de longa permanência, assim entendido como hospital, abrigo ou instituição congênere não prejudica o direito do idoso ao recebimento do benefício. Renda da família do idoso: o Benefício Assistencial ao Idoso já concedido a um membro da família não entrará no cálculo da renda familiar em caso de solicitação de um novo benefício (BPC) para outro idoso da mesma família. Concessão ao recluso: o recluso não tem direito a esse tipo de benefício, uma vez que a sua manutenção já está sendo provida pelo Estado. Outras informações sobre o BPC Pessoa com deficiência contratada como aprendiz: a pessoa com deficiência contratada na condição de aprendiz poderá acumular o BPC/LOAS e a remuneração do contrato de aprendiz com deficiência, e terá seu benefício suspenso somente após o período de dois anos de recebimento concomitante da remuneração e do benefício. Trabalho da pessoa com deficiência: a pessoa com deficiência que retornar a trabalhar terá seu benefício suspenso. Requerimento por terceiros: caso não possa comparecer ao INSS, o cidadão tem a opção de nomear um procurador para fazer o requerimento em seu lugar. No entanto, o requerente deve estar presente para a avaliação social e a perícia médica. Outras informações sobre o BPC O BPC pode ser suspenso a qualquer tempo caso seja constatada alguma fraude ou os requisitos que deram direito deixarem de existir. Por exemplo, uma pessoa com problemas depressivos consegue melhorar de saúde e não se encontra mais incapacitada para o trabalho, ou um idoso começa a receber aposentadoria por idade, ou a renda familiar per capita ultrapassa ¼ do salário-mínimo. A lei informa que o INSS deve convocar todos os beneficiários que recebem o BPC para comparecimento às agências para a verificação dos requisitos a cada dois anos. Contudo, nem sempre isso acontece e muitas pessoas que não têm mais direito ao benefício continuam a receber os valores por mais tempo do que deveriam. Cancelamento ou suspensão do benefício Os Benefícios Eventuais são previstos pela Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) e oferecidos pelos municípios e Distrito Federal aos cidadãos e às suas famílias que não têm condições de arcar por conta própria com o enfrentamento de situações adversas ou que fragilize a manutenção do cidadão e sua família. Para solicitar o Benefício Eventual, o cidadão deve procurar as unidades da Assistência Social no município ou no Distrito Federal. A oferta desses benefícios também pode ocorrer por meio de identificação de pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade nos atendimentos feitos pelas equipes da Assistência Social. Benefícios eventuais Nascimento: para atender as necessidades do bebê que vai nascer; apoiar a mãe nos casos em que o bebê nasce morto ou morre logo após o nascimento; e apoiar a família em caso de morte da mãe. Morte: para atender as necessidades urgentes da família após a morte de um de seus provedores ou membros; atender as despesas de urna funerária, velório e sepultamento, desde que não haja no município outro benefício que garanta o atendimento a essas despesas. Vulnerabilidade temporária: para o enfrentamento de situações de riscos, perdas e danos à integridade da pessoa e/ou de sua família e outras situações sociais que comprometam a sobrevivência. Calamidade pública: para garantir os meios necessários à sobrevivência da família e do indivíduo, visando à reconstrução da autonomia. O benefício eventual deve ser oferecido nas seguintes situações Os itens sob a responsabilidade da política de Saúde, Educação, Habitação, Segurança Alimentar e Nutricional e outras políticas setoriais não são Benefícios Eventuais da Assistência Social, devendo ser atendidos pelas respectivas políticas. Dessa forma, itens referentes a: órteses, próteses (ex.: aparelhos ortopédicos e dentaduras), cadeiras de rodas, muletas, óculos, medicamentos, pagamento de exames médicos, apoio financeiro para tratamento de saúde fora do município, transporte de doentes, leites e dietas de prescrição especial, fraldas descartáveis para pessoas que têm necessidade de uso. Também outros itens da área de saúde não são benefícios eventuais. O que não são benefícios eventuais Após decisão do STF cabe aos magistrados verificarem a situação e as condições reais do requerente do BPC. Dessa forma, qualdas alternativas não é mais o único requisito em avaliação de miserabilidade? a) Idade. b) Estado civil. c) Moradia. d) Renda familiar. e) Grau de instrução. Interatividade Após decisão do STF cabe aos magistrados verificarem a situação e as condições reais do requerente do BPC. Dessa forma, qual das alternativas não é mais o único requisito em avaliação de miserabilidade? a) Idade. b) Estado civil. c) Moradia. d) Renda familiar. e) Grau de instrução. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!
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