Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Patologia Geral Aula 6: Distúrbios da Circulação Msc. Tatiana Calavorty Lanna Pascoal tatiana.pascoal@univale.br UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE mailto:tatiana.pascoal@univale.br Sistema Circulatório Formado: Bomba (coração) Tubos de distribuição e coletores (artérias, veias e vasos linfáticos) Grande rede de tubos e paredes finas (vasos capilares) Permite troca rápida de substâncias entre o sangue, o interstício e as células. Sistema Circulatório Circulação do sangue: permite o transporte e a distribuição de nutrientes, gás oxigênio e hormônios para as células de vários órgãos. Sangue também transporta resíduos do metabolismo para que possam ser eliminados do corpo. O Coração Bombeia o sangue para todo o corpo, sem parar; Localiza-se no interior da cavidade torácica, entre os dois pulmões. Esquema do coração humano, existem quatro cavidades: Átrio direito e átrio esquerdo, em sua parte superior; Ventrículo direito e ventrículo esquerdo, em sua parte inferior. O coração Percurso do sistema circulatório que o sangue realiza no corpo humano: Sangue passa duas vezes pelo coração. Circuitos são chamados de pequena circulação e grande circulação. Pequena Circulação caminho que o sangue percorre do coração aos pulmões, e dos pulmões ao coração. Grande Circulação circulação sistêmica Caminho do sangue, que sai do coração até as demais células do corpo e vice-versa. Grande Circulação circulação sistêmica Coração - o sangue arterial vindo dos pulmões, é bombeado do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo. Do ventrículo passa para a artéria aorta, que é responsável por transportar esse sangue para os diversos tecidos do corpo. Sangue oxigenado chega aos tecidos, os vasos capilares refazem as trocas dos gases: absorvem o gás oxigênio e liberam o gás carbônico, tornando o sangue venoso. Sangue venoso faz o caminho de volta ao coração e chega ao átrio direito pelas veias cavas superiores e inferiores, completando o sistema circulatório. Grande Circulação circulação sistêmica • Lado esquerdo do coração circula sangue arterial (rico em oxigénio). • Lado direito do coração circula sangue venoso (rico em dióxido de carbono). Os vasos sanguíneos formam uma rede fechada de tubos, que transportam o sangue a todas as partes do corpo. Artérias – Levam o sangue do coração para todas as partes do corpo. As suas paredes são espessas e elásticas. Capilares sanguíneos – São vasos muito finos que fazem a ligação entre as artérias e as veias . A circulação do sangue nestes vasos é muito lenta, porque é aqui que se realizam as trocas gasosas e nutrientes entre o sangue e as células. Veias – Trazem o sangue das várias partes do corpo até ao coração. As suas paredes são mais finas do que as das artérias e não são tão elásticas. • Vasos condutores; • Paredes ricas em fibras elásticas; • Conversão do fluxo pulsátil em fluxo contínuo; Aorta e artérias elásticas Fluxo sanguíneo O sangue segue um fluxo contínuo e laminar • Plasma flui próximo a parede do vaso • Leucócitos, plaquetas e hemácias no centro do vaso. Forças ou pressão sobre os vasos Tensão e pressão intraluminal Hiperextensão dos vasos Extensão longitudinal Cisalhamento Células “raspam” a parede do endotélio Velocidade do fluxo Cisalhamento Cubo do diâmetro do vaso Dilatação ou ruptura vascular Forças ultrapassam a resistência da parede Alterações nessas forças – Remodelação estrutural do vaso; Cisalhamento – Modula a função endotelial e influencia no tônus; Fluxo sanguíneo Cisalhamento NO e prostaciclina (PGl2) - Aumento do diâmetro do vaso com o tempo • Arteríolas regulam o fluxo sanguíneo nos capilares; • Capilares abrem-se e fecham-se alternadamente, garantindo a irrigação de todo território. • Oxigenação, nutrição e remoção de produtos do catabolismo. Microcirculação Regulação do fluxo de sangue para os tecidos Fatores reguladores • Velocidade do fluxo; • Capacidade do sangue de transportar O2 (hemoglobina); • Distância entre os capilares e as células; DISTÚRBIOS DA CIRCULAÇÃO •Alterações hidricas intersticiais Edema •Alterações no volume sanguíneo Hiperemia Hemorragia Choque •Alterações por obstrução intravascular Trombose Embolia Isquemia Infarto Hiperemia Aumento de sangue no interior dos vasos de diversos órgãos ou tecido; Ativa Passiva Aguda Crônica Ativa Dilatação arteriolar com aumento do fluxo sanguíneo; Abertura de capilares inativos; Coloração avermelhada e aumento da temperatura; Fisiológica ou patológica. Exemplos ??? Passiva (congestão) Redução da drenagem venosa; Distensão de veias, vênulas e capilares; Coloração vermelho escura (Hemoglobina desoxigenada). TROMBOSE EMBOLIA PULMONAR Saída de sangue do espaço vascular (vasos) ou coração para o compartimento extravascular (cavidades ou interstício) ou para fora do organismo. Hemorragia Tipos de hemorragias Hemorragia por rexe - Saída do sangue em jato após ruptura da parede vascular (traumatismos); - Enfraquecimento da parede vascular - Aumento da pressão sanguínea (crises hipertensivas). Hemorragia por diapedese - Hemácias saem de capilares ou vênulas entre as células do endotélio; - Não se encontram lesões vasculares à microscopia de luz Lise ou fagocitose da hemácias pelo macrófago - Biliverdina/Bilirrubina; - Ferro da origem a hemossiderina (interior dos macrófagos); - Alterações na cor das lesão hemorrágica. Evolução da hemorragia Características particulares do sangramento Digestiva baixa Sangue nas fezes sem alteração vermelho –vivo Digestiva alta Sangue entra em contato com suco gástrico Hemoglobina – hematina – cor negra Complicações da hemorragia Depende do (a): - Quantidade de sangue perdido; Velocidade da perda; Local afetado; 1) Choque hipovolêmico – perda rápida de sangue (20% do volume); 2) Anemia – Sangramento crônico e repetido – perda crônica de ferro – Anemia ferropriva; 3) Asfixia – Hemorragia pulmonar – encharcamento dos alvéolos; 4) Tamponamento cardíaco – após ruptura ventricular – infarto; 5) Hemorragia intracraniana – Distúrbios no tecido nervoso devido a compressão dos vasos. Tendência para sangramento sem causa aparentes ( hemorragias espontâneas) 1) Distúrbios da parede vascular 2) Alterações das plaquetas 3) Fatores de coagulação 4) Aumento da fibrinólise Diátese hemorrágica Distúrbios da parede vascular Deficiência de vitamina C - Síntese de colágeno; - Escorbuto. Alteração na síntese de elastina e colágeno pele de idosos; Diátese hemorrágica Alterações das plaquetas Diátese hemorrágica • Distúrbios da função plaquetária; • Trobocitopenia (plaquetopenia); - Produção diminuída (Doenças da medula óssea ); - Aumento da destruição (auto-imune ou retidas no baço) - Aumento do consumo (coagulação intravascular disseminada. http://www.google.com.br/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&docid=EvFZ8VrGbwZ_wM&tbnid=9dIH5e7HlVSIpM:&ved=0CAgQjRwwAA&url=http://pt-br.infomedica.wikia.com/wiki/Coagula%C3%A7%C3%A3o_Sangu%C3%ADnea&ei=2Dt9Uv3lL5PwkQeQtYDABg&psig=AFQjCNHCIWcE5ZJuXq1gpYNmmN7T6oLxkA&ust=1384025432847595 Fatores da coagulação Diátese hemorrágica • Defeitos congênitos ou adquiridos • Hemorragias profundas 1) Hemofilia A: Diminuição da atividade do fator VIII; 2) Doença de Von Willebrand – Defeito na síntese do fator VIII – sangramento anormal após traumatismo; Como fatores II, VII, IX e X são sintetizados pelo fígado na presença de vitamina K – Transtornos na coagulação podem ocorrer devido a deficiência de vitaminas ou disfunção hepática. Coagulação sanguínea Trombose • Processo patológico; • Solidificação do sangue dentro dos vasos ou coração; Coágulo – Massa não estruturada de sangue fora dos vasos e do coração; Trombo – Massa sólida formada pela coagulação dos vasos e do coração; - Venosos – Hemácias presasem áreas com fibrina e algumas plaquetas; - Arteriais – Principalmente plaquetas – pouca fibrina – locais com lesão na parede vascular (fluxo sanguíneo de alta velocidade). Etiopatogênese dos trombos • Ativação patológica do processo normal de coagulação; • Três influências principais: Lesão endotelial • Placas ateromatosas; • Bactérias ou fungos; • Traumatismo • Leucócitos ativados em inflamação aguda; • Invasão vascular por neoplasias malignas. Alterações do fluxo sanguíneo 1) Retardamento do fluxo • Gêneses de trombos venosos • Agregação de hemácias e plaquetas • Permanência prolongada dos fatores de coagulação. 2) Aceleração do fluxo • Contato intenso das plaquetas com a superfície interna dos vasos; • Lesa o endotélio e permite o contato das plaquetas com a parede vascular; • Diminui a velocidade do sangue. A – Turbulência em locais de dilatação vascular; B- Ramificação de vasos e locais de mudança de direção de fluxo. Alterações do fluxo sanguíneo • Aumento do número ou modificações funcionais das plaquetas; • Alterações nos fatores pró ou anti-coagulantes; - Congênitas ou adquiridas; Hipercoagulabilidade Evolução da trombose Após a formação do trombo • Ativação do sistema de fibrinólise (organização); Determina a evolução do trombo – (Formação, lise e organização); 1)Crescimento – Coagulação predomina sobre a trombólise (obstrução vascular). 2)Lise – Sistema fibronolítico muito ativo (dissolução total ou parcial do trombo). 3)Organização – equilíbrio entre a coagulação e a fibrinólise (incorporação ou recanalização); 4) Calcificação – flebólito; 5) Infecção – bactérias ou fungos; 6) Embolização – destacamento ou fragmentação do trombo. MACROSCOPIA Embolia É uma massa intravascular sólida, líquida ou gasosa (êmbolo) que é carregada pelo sangue e capaz de obstruir um vaso, geralmente após uma ramificação, quando o diâmetro do vaso diminui. • 90% dos casos – êmbolos se originam de trombos • Êmbolos originados de trombos venosos vão para o pulmão; • Êmbolos originados de trombos arteriais - grande circulação – Cérebro, intestino, rins, baço e membros inferiores. Tromboembolia Pulmonar • Maioria origina-se de trombos formados nas veias íleo-femorais ou veias profundas da panturrilha; • Indivíduos acamados após cirurgias ou fraturas • Consequências dependem: tamanho e número de êmbolos. • A – Embolia maciça – Obstrução do fluxo sanguíneo pulmonar; • B – Tromboembolia em ramo de médio calibre – infarto pulmonar; • C – Múltiplos pequenos êmbolos – hipertensão pulmonar. CONCEITO • Redução ou falta do suprimento sanguíneo em determinado órgão ou tecido; • Intensidade depende do grau da obstrução vascular (total ou parcial); • Rápida ou lenta. ORGÃO ISQUÊMICO Recebe menos sangue que o necessário Ex.: Isquemia cerebral ; Isquemia Renal Isquemia ETIOLOGIA • Oferta de sangue é menor que as necessidades básicas do órgão em um determinado momento; • Redução da oferta de sangue ou aumento da demanda; Principais fatores: 1) Redução da pressão entre artérias e veias; 2) Obstrução da luz vascular; 3) Aumento da viscosidade do sangue; 4) Aumento da demanda; 1) Redução da pressão entre artérias e veias • Redução da pressão arterial; • Regiões limítrofes; • Aumento da pressão venosa; Redução do fluxo sanguíneo nos capilares. 2) Aumento da viscosidade do sangue • Resistência interna do sangue; • Diminui o fluxo sanguíneo (especialmente na microcirculação). 3) Aumento da demanda • Não causa isquemia sozinho; • Associado a redução do suprimento por qualquer motivo; • Células com alto metabolismo são mais susceptíveis á isquemia. Consequências da isquemia • Diminuição progressiva dos níveis de ATP ( não mantem as funções básicas); • Apesar de vivas, as células perdem suas atividades; • Se não houver reestabelecimento do fluxo sanguíneo – degenerações – morte celular; • Repouso: Demanda baixa- sempre há uma reserva de fluxo sanguíneo • Somente se houver 70% da luz vascular - isquemia • Aumento da demanda – exercícios físicos Consequências da isquemia • Aumenta o débito cardíaco e vasodilatação - Vasos lesados não conseguem se adaptar – órgão sofre isquemia. Tipos de isquemia Subtotal temporária - Obstrução vascular incompleta (fluxo sanguíneo mínimo); - Ex: Neurônios perdem sua atividade funcional mas continuam vivos por várias horas; - Neurônios correm o risco de sofrer apoptose – níveis de energia no limite inferior; Tipos de isquemia Persistente - Placas de aterosclerose, trombos e êmbolos (Bloqueio total ou subtotal); - Pequena intensidade: Degenerações e hipotrofia; Intensa e prolongada: necrose. Absoluta temporária - Interrupção passageira do suprimento sanguíneo. Ex: parada cardíaca - ressuscitação bem-sucedida; - Órgão entra em disfunção mas suas células ainda permanecem vivas; Persistir : Focos de necrose e apoptose. Infarto Área circunscrita de necrose tecidual causada por isquemia absoluta prolongada Branco • Obstrução arterial em órgãos sólidos com circulação terminal. Ex: coração baço e rins; Vermelho • Região atingida tem cor vermelha na área de necrose; Comum em órgãos frouxos (pulmão) causado por obstrução arterial ou venosa Infarto crescente: Cérebro e coração Cérebro: Periferia da área de necrose – tecido permanece vivo (perfusão) mínima local; Alto risco de sofre necrose caso não haja reperfusão dentro de poucas horas; Miocárdio: Região subendocárdica; Se prolonga como onda até o epicárdio; Reperfusão nas primeiras horas de isquemia pode salvar o miocárdio não necrótico; Infarto Consequências do Infarto • Manifestações gerais: Febre, leucocitose, aumento de enzimas no plasma; • Manifestações localizadas: Dor (precordial /abdominal) , insuficiência cardíaca ou arritmia cardíaca; • Países desenvolvidos: Infartos do cérebro e miocárdio são principal causa de óbito. Choque Falência circulatória associada a graves distúrbios da microcirculação e hipoperfusão generalizada de tecidos e órgãos; • Queda da perfusão – insuficiência de O2 e nutrientes • Não há remoção adequada dos catabólitos; • Metabolismo celular passa de aeróbico para anaeróbico; • Pele pálida e úmida; Extremidade frias e colapso das veias superficiais; • Hipotensão arterial; • Distúrbios do estado de consciência; • Insuficiência respiratória e renal Etiopatogênese do Choque Hipoperfusão provocada por: 1) Distúrbio inicial da macrocirculação - Falha da bomba cardíaca; - Redução do volume sanguíneo (choque hipovolêmico). 2) Distúrbios da distribuição do volume sanguíneo; - Distúrbio inicial da microcirculação; - Ocorre: choque séptico, anafilático ou neurogênico. Tipos de Choque Choque cardiogênico – coração é incapaz de bombear adequadamente o sangue – destruição do miocárdio; Choque hipovolêmico – Perda súbita de grande quantidade de líquidos do organismo – sangramento intenso; Choque séptico – Infecções bacterianas – Gram-negativas (endotoxinas) – liberação de mediadores químicos – ativação generalizada de leucócitos; Choque anafilático – Reação antígeno anticorpo mediada por IGE na superfície de mastócitos e basófilos – liberação de substâncias farmacologicamente ativas – dilatação de grande número de vasos da microcirculação – queda da pressão arterial. Edema Acúmulo de líquido no interstício ou em cavidades do organismo. • Localizado ou sistêmico; • Transudato o exsudato; Transudato Exsudato •Líquido translúcido •Baixa densidade •Pequenas proteínas •Causa não inflamatória •Líquido turvo •Alta densidade •Proteínas de alto pm •Causa inflamatória Nomenclatura de acordo com a composição Etiopatogênese do edema • Líquido extracelular representa 20% do peso corporal (4% volume sanguíneo, 16% ao líquido intersticial); • Diferença das pressões hidrostáticas e coloidosmótica; • Movimenta os líquidos entre os vasos e o interstício. Edema generalisado • Aumento do líquidointersticial em vários (todos) ógãos; • Mais frequentes nos pés, tornozelos e pernas em pacientes não- acamados; • Areal sacral – indivíduos deitados Redução da pressão oncótica – Desnutrição – perda de proteínas e doenças do fígado; Insuficiência cardíaca – Causa mais comum de edema generalizado – aumento da pressão capilar pulmonar; Edema renal – Diminuição da excreção de sódio e água. Edema localizado • Às vezes, é manifestação inicial de uma edema generalizado; Edema de membros inferiores - Obstrução da veia cava inferior - Obstrução linfática; - Insuficiência vascular venosa; Varizes: Insuficiência das válvulas venosas – bomba muscular não é mais capaz de impulsionar o sangue Elefantíase A filariose ou elefantíase é uma doença causada por parasitos nematóides, conhecidos por filária. Ascite
Compartilhar