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Patologia geral Felipe Antonio Prechitko Neto l @med.explicapy Distúrbios hemodinâmicos ↪ Acomete irrigação sanguínea e o equilíbrio hídrico. ↪ Alteração hídrica intersticial: EDEMA ↪ Alteração por obstrução intravascular: EMBOLIA, TROMBOSE, ISQUEMIA, INFARTO. ↪ Alteração no volume sanguíneo: HIPEREMIA, HEMORRAGIA, CHOQUE. A CIRCULAÇÃO NORMAL: ↪ O metabolismo dos órgãos e das células depende de uma circulação íntegra para a oferta contínua de oxigênio, nutrientes, hormônios, eletrólitos e água; e para a retirada dos resíduos metabólicos e dióxido de carbono. ↪ Ao nível celular, a oferta e a eliminação são controladas por trocas entre o espaço intravascular, o espaço intersticial, o espaço celular e o espaço linfático. ↪ Coração: é uma bomba de dois lados, com dois circuitos vasculares posicionados em série (60-80 b.p.m - adulto). Os parâmetros hemodinamicamente importantes são: → Débito cardíaco; → Pressão de perfusão; → Resistência vascular periférica (arteríolas); ↪ A aorta e as artérias: “vasos condutores” (15% do volume circulante). ↪ A microcirculação: a velocidade do sangue na microcirculação é de 1mm/s. O comprimento médio de um capilar é de 1mm. A microcirculação é um contribuinte importante para todas as formas de hiperemia e edema, sendo o alvo no choque séptico. (5% do vol. circulante). ↪ Veias e vênulas: o sangue proveniente dos capilares entra nas vênulas e acaba nas veias em seu retorno para o coração. As veias só conduzem o sangue e atuam também como reservatório (64%). ↪ O interstício: É o espaço entre as células constituindo, em conjunto, 11% do volume total do corpo (5000ml vol. total circulante/min- 75ml/kg). ↪ Os linfáticos: o líquido intersticial é reabsorvido para a circulação na extremidade venosa dos capilares, mas uma pequena fração é drenada através dos vasos linfáticos. Os capilares linfáticos conduzem a linfa da periferia para o sistema venoso central através do duto torácico. Homeostasia: ↪ Homeostasia, homeostase (Homeostasis; homeo-semelhante + stasis- detenção): o estado de equilíbrio (equilíbrio entre pressões opostas) no corpo com relação a diversas funções e composições químicas de líquidos e tecidos. ↪ Considerando-se que a água represente cerca de 60% dos constituintes corporais outra divisão dos compartimentos: → Intracelular (33%) → Extracelular (27%) → Intravascular (4,5%) → Intersticial e linfa (12%) → Tecido conjuntivo denso, cartilagem e osso (9%) → Transcelular (1,5%) (líquor, líquido sinovial, pleural, peritoneal) Pressão hidrostática: em qualquer volume de água, a pressão na superfície desta é igual à pressão atmosférica, mas eleva-se 1mmHg para cada 13,6mm de distância abaixo da superfície. Pressão Osmótica: quando uma espécie molecular de um líquido não atravessar uma membrana, enquanto outras o fazem, essas moléculas não permanentes produzirão osmose de moléculas de água do outro lado da membrana. Pressão oncótica ou coloidosmótica: devido à alta concentração de moléculas proteicas no plasma, existe uma tendência permanente para osmose da água para o interior dos capilares, a partir do líquido intersticial. Edema: ↪ Acúmulo de líquido no interstício ou em cavidades do organismo ↪ Os vasos linfáticos são responsáveis por drenar os líquidos, se existir uma obstrução dessa rede, esse comprometimento gera EDEMA. As pressões intravascular e intersticial precisam estar em equilíbrio Inflamatório: relacionado com o aumento da permeabilidade endotelial - rico em proteínas(plasmáticas) principalmente a albumina, e leucócitos, constitui um EXSUDATO. Não Inflamatório: acúmulo de líquido pobre em proteínas; forma o TRANSUDATO. EDEMA INTRACELULAR: degeneração hidrópica = Tumefação celular. ↪ O aumento da pressão hidrostática ou a diminuição da pressão osmótica plasmática acarretam um acúmulo de líquido extravascular. ↪ Aspecto clínico: órgão aumentado de volume, a superfície deprime-se sob pressão digital = Cacifo. DENOMINAÇÕES: → Anasarca: edema intenso e generalizado. → Ascite ou hidroperitônio: edema na cavidade peritoneal (abdominal). → Hidrotórax: na cavidade pleural. → Hidropericárdio: no saco pericárdico. → Hidrocefalia: edema cerebral. → Hidroartrose: nas articulações. CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS: AUMENTO DA PRESSÃO HIDROSTÁTICA: → Distúrbio no retorno venoso. → Insuficiência cardíaca congestiva. → Pericardite constritiva. → Cirrose Hepática (ascite). → Obstrução ou estreitamento de veias. 1. Trombose; 2. Compressão externa; 3. Inatividade das extremidades inferiores com longos períodos em pé; DILATAÇÃO ARTERIOLAR: → Calor. → Excesso ou déficit neuro-humoral (inflamações, alergias). Patologia geral Felipe Antonio Prechitko Neto l @med.explicapy REDUÇÃO DA PRESSÃO ONCÓTICA DO PLASMA: → Glomerulopatias perdedoras de proteínas – síndrome nefrótica. → Cirrose hepática (ascite). → Desnutrição – Kwashiorkor: Edema da fome. → Gastroenteropatia perdedora de proteína. RETENÇÃO DE SÓDIO: → Ingestão excessiva de sódio com redução da função renal. → Maior reabsorção tubular de sódio: redução da perfusão renal ou maior excreção renina-angiotensina aldosterona (insuficiência cardíaca congestiva, cirrose, nefropatias). OBSTRUÇÃO LINFÁTICA: → Inflamatória (Obs.: nas inflamações o edema se deve principalmente ao aumento da permeabilidade vascular). → Neoplásica. → Pós- cirúrgica. → Pós- irradiação. → Parasitária (filariose – Wuchereria brancofti). Alterações circulatórias - Distúrbios da perfusão: ↪ Os distúrbios hemodinâmicos caracterizam-se por uma perfusão alterada que acarreta lesão em órgãos e células. Hiperemia, hemorragia, trombose, embolia, infarto – isquemia, edema, choque. Hiperemia e congestão: ↪ Aumento do volume sanguíneo Hiperemia: é um processo ativo resultante da dilatação arteriolar (p. ex., como no músculo esquelético durante o exercício ou nos locais de inflamação), levando a um aumento do fluxo sanguíneo. O tecido afetado torna-se vermelho (eritema) devido ao congestionamento dos vasos com sangue oxigenado. → Hiperemia fisiológica: - Aumento do fluxo sanguíneo no estômago e intestino durante a digestão. - Músculo do atleta durante exercício físico. → Hiperemia patológica: - Área localizada. - Associada à processo inflamatório. - Ocorre liberação de substâncias vasoativas. ↪ Macroscopia: área de coloração vermelho viva. ↪ Microscopia: hemácias no interior de arteríolas e capilares, presença de células inflamatórias. Mecanismos: ↪ Neurogênico: se deve à paralisia dos nervos vasoconstritores, ou à excitação dos nervos vasodilatadores; ↪ Miogênico: excitação da musculatura arterial ou arteriolar. ↪ Liberação de mediadores químicos. Congestão: é um processo passivo resultante da redução do fluxo sanguíneo em um tecido, podendo ser sistêmica, como na insuficiência cardíaca, ou local, como na obstrução venosa isolada. Os tecidos com congestão apresentam uma cor que varia do vermelho-escuro ao azul (cianose), devido à estase dos glóbulos vermelhos e ao acúmulo de hemoglobina desoxigenada. ↪ Macroscopia: vermelho-azul (cianose), aumento do volume do órgão, aumento de líquido (edema). → Local: processo circunscrito à determinado setor do organismo. Ocorre devido à trombose, embolia, pressão externa. → Geral: processo envolve todo o organismo, devido à Insuficiência ventricular direita, alterações valvulares, etc. Hemorragia: ↪ Saída do sangue para cavidade ou para o interstício ↪ Pode ser: Interna ou externa, arterial (Mais grave porque perde sangue rico em O2.) ou venosa. ↪ Independente do tipo de hemorragia é importante monitorar os sinais vitais. ↪ Sinais: Alteração do nível da consciência. (Quando perco volumesanguíneo perco o aporte de O2) Arrepios no corpo Pulso rápido e fraco (O corpo tenta compensar essa perca e acaba, inicialmente, aumento o pulso). Palidez, sudorese e pele fria. Pupila dilatada (midríase). ↪ Consequências: Choque hipovolêmico, anemia, asfixia tamponamento cardíaco e hemorragia intracraniana (AVE). ↪ Microscopia: - Hemorragias recentes – acúmulo de hemácias extravasadas. - Hemorragia antiga – hemácias lisadas, acúmulo de fibrina e macrófagos contendo hemossiderina. Etiopatogenia: Lesão da parede vascular ou cardíaca; → Ruptura por trauma direto: - Acidentes (politraumatizados); - Excisões cirúrgicas; - Zonas de fraturas em extremidades ósseas; → Ruptura por erosão: - Lesões tuberculosas; - Úlceras do tubo digestivo; - Neoplasias malignas; Patologia geral Felipe Antonio Prechitko Neto l @med.explicapy Afecções intrínsecas da parede dos vasos (angiopatias): → Malformativas (aneurismas); → Inflamatórias (arterites); → Degenerativas (arteriosclerose); HEMORRAGIAS INTERNAS: ↪ Contidas dentro de um tecido. ↪ Petéquias, equimoses, hematomas, sufusões, apoplexias. → Pequenas: o sangue é reabsorvido (equimose, petéquias). → Grandes: parte do sangue é reabsorvido pelos linfáticos; parte sofre coagulação (corpo estranho na intimidade dos tecidos) - reação inflamatória. ↪ Hemotórax, hemoperitônio, hemartrose, hematocele, hematossalpinge. HEMORRAGIAS EXTERNAS: ↪ O sangue é extravasado para fora do organismo (líquido e secreções orgânicas). ↪ Gengivorragias, estomatorragias, gastrorragias, hematêmese, melena, otorragia, epistaxe. ASPECTOS MORFOLÓGICOS DAS HEMORRAGIAS: ↪ Petéquias: hematoma diminuto 1 - 2 mm. Por aumento local da pressão intravascular, baixas contagens plaquetárias (trombocitopenias), função plaquetária deficiente ou déficit de fatores de coagulação. ↪ Púrpuras: > 3 mm. Por traumas, vasculites, aumento da fragilidade vascular. Fisiopatologia do Hematoma / Equimoses: ↪ Os glóbulos vermelhos são degradados e fagocitados por macrófagos. DOENÇAS HEMORRÁGICAS: Púrpuras: → Plaquetárias: Trombocitopênicas (diminuição do nº de plaquetas). - Aumento da destruição plaquetária; - Diminuição da produção (hematopoiese deficiente); - Aumento da sequestração esplênica; - Primárias (essenciais) - Doença de Werlhof (PTI); - Secundárias (sintomáticas) - causadas por infecções, septicemias, venenos, antinflamatórios, sulfas, quimioterápicos, radiações, leucemias, linfomas; Não Trombocitopênicas (alteração funcional das plaquetas) - Trombopatias (alteração na forma e função); - Tromboastenias (alteração funcional - baixa adesão e coesão); - Trombocitemias (aumento do nº de plaquetas); - Hereditária: hemofilia/Henoch-Schonlein vasculite – pele, ins, intestinos); - Adquirida: senilidade, nefropatias, drogas (cefalosporinas, antidepressivos, AAS, AINE - antinflamatórios não esteroidais); → Vasculares: - Por aumento da permeabilidade vascular; - Por diminuição da resistência vascular; - Anomalias congênitas vasculares: Telangectasia Hemorrágica Hereditária - Anomalias do tecido conjuntivo: Síndrome de Ehlers-Danlos, Osteogênese Imperfeita. - Escorbuto, dermatoses, alergias, infecções, disproteinemias. Coagulopatias: → Hereditária: deficiência de um dos fatores de coagulação. Exemplo: Fator I, II, V, VII, VIII (Hemofilia), IX, X, XI, XII, XIII. → Adquirida: ocorre em certas Hepatopatias, Deficiência de Vit. K, uso de anticoagulantes orais. Fator I, II, V, VII, VIII (Hemofilia), IX, X, XI, XII, XIII, précalicreína, cininogênio, proteína C, proteína S, anti- trombina III, plasminogênio, alfa-2-anti-plasmina, alfa-2-macroglobina. Edema; Hemostasia e Trombose: ↪ Hemostasia: Manter o sangue fluído sem formação de coágulo, mas se tiver uma lesão forma um tampão para manter o corpo em equilíbrio. (tampão hemostático) HEMOSTASIA ↪ Hemostasis, hemostasia (hemo G. haima - sangue + G. stasis -detenção): cessação do sangramento, parada da circulação em uma parte, estagnação do sangue. ↪ Hemostasia normal é o resultado de um conjunto de processos em regulados que executam duas funções importantes: → Manter o sangue em um estado fluido e livre de coágulos nos vasos normais. → Induzir um tampão hemostático rápido e localizado em locais de lesão vascular. ↪ O oposto patológico da hemostasia é a trombose; esta pode ser considerada uma ativação excessiva dos processos hemostáticos normais. ↪ A Hemostasia e a trombose dependem de 3 componentes: → Parede vascular (endotélio); → Plaquetas; → Cascata da coagulação; Patologia geral Felipe Antonio Prechitko Neto l @med.explicapy Endotélio: Propriedades antitrombóticas: → Antiplaquetárias: o endotélio intacto não permite a adesão plaquetária. → Anticoagulantes: moléculas semelhantes à heparina aderidas à membrana. → Fibrinolíticas: células endoteliais sintetizam t-PA, promovendo a atividade fibrinolítica para remover os depósitos de fibrina nas superfícies endoteliais. Propriedades pró-trombóticas: → Lesão endotelial – adesão plaquetaria – fator de von Willebrand – facilita a ligação das plaquetas ao colágeno. → Sintetizam o fator tecidual-ativa a cascata extrínseca da coagulação. → Secretam inibidores do ativador de plasminogênio (PAI) - deprimem a fibrinólise. Trombose: ↪ É a coagulação do sangue in vivo no interior dos vasos ou das cavidades cardíacas. Dará como resultado a formação de uma massa sólida: TROMBO. ↪ Trombo é um agregado de sangue coagulado contendo plaquetas, fibrina e elementos celulares encarcerados dentro da luz de um vaso. ↪ Atividades pró-coagulantes das células endoteliais favorecem a trombose. Etiopatogenia da trombose (tríade de Virchow): Alterações (lesão) no endotélio e demais camadas da parede vascular: normalmente, o endotélio com carga (-), repele as plaquetas. Quando agredido, pela exposição do colágeno subjacente, passa a atraí-las. → Exemplo: Aterosclerose, úlceras em grandes vasos, arterites, flebites. Alterações no ritmo, força e direção do fluxo sanguíneo: diminuição do fluxo leva à ESTASE - haverá aumento da deposição de fibrina, devido à concentração elevada de fibrinogênio no local. → Exemplo: varizes, idosos e imobilizados. Alterações nos componentes do sangue (Hipercoagulabilidade): qualquer alteração das vias de coagulação que predisponha à trombose. Podem ser: → Primários (genéticos): mutações no fator V; → Secundários (adquiridos): repouso prolongado, infarto, cirurgias, câncer, valvas cardíacas, trombocitemia, etc. Trombose arterial: ↪ Patogenia: aterosclerose (vasos mais importantes acometidos: artérias coronárias, cerebrais, mesentéricas, renais e das extremidades inferiores). ↪ Menos comum: inflamação das artérias (arterites), traumatismos e doenças. ↪ Patologia: a princípio o trombo arterial que está aderido à parede do vaso é mole, friável e vermelho-escuro, com finas faixas alternadas de plaquetas e fibrina amareladas, as chamadas linhas de Zahn. Trombose venosa ↪ Patogenia: de maneira geral é ocasionada pelos mesmos fatores que predispõem a trombose arterial (tríade de Virchow). ↪ Condições que favorecem o desenvolvimento de trombose venosa: Estase (insuficiência cardíaca, insuficiência venosa crônica, imobilização pós- operatória, repouso prolongado no leito), lesão (trauma, parto), hipercoagulabilidade (anticoncepcionais orais, gravidez tardia, câncer), idade avançada. Trombose no coração ↪ A lesão do endocárdio e alterações no fluxo sanguíneo do coração associam-se a trombose mural. Afecções nas quais ocorre trombose mural: infarto do miocárdio (lesão do endocárdio e fluxo mais lento pelo adinamismo), fibrilação atrial (fluxo sanguíneo mais lento no átrio esquerdo), cardiomiopatia, endocardites(vegetações nas válvulas mitral e aórtica). Embolia: ↪ Massa sólida, líquida ou gasosa insolúvel que é transportada pelo sangue para um local distante do seu ponto de origem. ↪ Êmbolo: É o corpo ou material transportado, que circula livremente, levado pela corrente circulatória até que seja retido por um vaso de menor calibre. Tipos: Sólidos: → Êmbolos trombóticos (trombo-embolia). Arterial: coração (lado E) e aorta. Venosa: coração (lado D), veias MMII. Material ateromatoso. → Microorganismos (sépticos). → Neoplásicos. Líquidos: → Embolias Gordurosas; → Por líquido amniótico (na mãe - dos seios venosos uterinos até os pulmões). Gasosos: → O Nitrogênio se desprende dos tecidos sob a forma de bolhas gasosas, após rápida descompressão: mergulhadores (mal dos caixões), cateterização, traumas no tórax, aborto criminoso. Isquemia: ↪ É a interrupção ou diminuição do fluxo sanguíneo para um determinado tecido. Causas: algo que diminua a luz de artérias, arteríolas ou capilares que irrigam um órgão, com pouca circulação colateral. ↪ Ex: trombo, êmbolo, placa ateromatosa, arterites, compressão externa sobre os vasos (gesso, ataduras, tumores). Isquemia espástica: ↪ Pode se dar por: → Via reflexa: dor, frio; → Estímulo direto dos nervos vasoconstritores; → Estímulo dos centros corticais; Consequências e manifestações: → Palidez; → Diminuição da temperatura; → Diminuição do volume; → Insuficiência funcional: degenerações, atrofias; → Enfarte; Patologia geral Felipe Antonio Prechitko Neto l @med.explicapy Infarto: ↪ Área localizada de necrose isquêmica em um órgão ou tecido, resultante da oclusão de seu suprimento arterial ou drenagem venosa. Tipos: Brancos (anêmicos): ocorrem tipicamente no coração, nos rins, no cérebro e no baço por oclusão arterial. → Macro: 1 a 2 dias depois da hiperemia inicial, a zona de infarto fica mole, nitidamente demarcada e amarelo-clara. → Micro: o infarto pálido apresenta uma necrose de coagulação uniforme. Vermelhos (hemorrágicos): podem decorrer de oclusão arterial ou venosa, também se caracterizam por necrose de coagulação, mas são diferenciados pelo sangramento para a zona necrótica, proveniente de artérias e veias adjacentes o que ocorre, principalmente em órgãos com irrigação dupla (pulmão) ou naqueles com extensa circulação colateral (intestino delgado e o cérebro). → Macro: são nitidamente demarcados, firmes e de coloração vermelho-escuro. EVOLUÇÃO: ↪ Após um período de alguns dias, células inflamatórias agudas infiltram a zona necrótica a partir da margem viável. O resíduo celular é fagocitado e digerido por PMN e depois por macrófagos. Por fim, forma-se um tecido de granulação que depois é substituído por uma cicatriz (fibrose). SINAIS E SINTOMAS: → Assintomáticos (raros): em repouso ou após exercícios; → Dor aguda subesternal intensa, que se irradia; → Para o braço esquerdo ou mandíbula; → Pele pálida, fria, úmida; → Dispnéia - respiração rápida e superficial; → Pressão baixa, ansiedade, vertigens, náuseas; → Vômitos; ↪ Enzimas: CPK, AST, LDH, Troponina e Mioglobina. COMPLICAÇÕES: → morte súbita; → choque - arritmias agudas; → insuficiência cardíaca; → aneurisma ventricular perfuração septal; → ruptura do músculo papilar; → embolia pulmonar; FATORES PRÉ-DISPONENTES: → Nível de lipídios; → Hipertensão; → Vida sedentária; → Estresse; → Fumo; → Obesidade; → Homens entre 45-50 anos; Evolução dos trombos (destino): Deslocamento (destacamento): pode ser total ou parcial (embolia trombótica). Amolecimento: em virtude: → Da ação de enzimas proteolíticas; → De infecções (êmbolos sépticos); Dissolução (lise): comum nos pequenos trombos. São dissolvidos e removidos pelo sistema fibrinolítico. Organização (recanalização): invasão do trombo por células endoteliais e fibroblastos. O trombo transforma-se em um tecido conjuntivo ricamente vascularizado (tecido de granulação) para permitir a passagem do sangue circulante. Calcificação (distrófica): arteriólitos (artérias), flebólitos (veias). Consequências da trombose: ↪ Isquemia, infarto, embolização, edema, congestão passiva. ↪ Dependem de: do grau de oclusão do vaso, existência de circulação colateral no órgão, tipo de órgão afetado. Choque: ↪ É um colapso hemodinâmico ou vascular; ↪ Estado de insuficiência circulatória de baixa perfusão, no qual há uma redução do débito cardíaco e desproporção entre o volume sanguíneo circulante e o volume do sistema circulatório que necessita ser preenchido. ↪ Pode ser produzido por qualquer agressão grave da homeostasia do organismo, como: → Hemorragia abundante; → Queimaduras graves; → Amplo infarto do miocárdio; → Embolia pulmonar maciça; → Infecção bacteriana não controlada; → Desidratação; → Traumatismos graves, etc. ↪ A desproporção é, em geral, secundária à perda de sangue, ao débito cardíaco reduzido ou ao controle vasomotor periférico. Assim, não pode ser mantido um volume eficaz de sangue circulante. ↪ Ocorre primeiramente uma lesão HIPÓXICA reversível das células, que prolongando-se, torna-se irreversível e pode levar à morte do paciente. A hipóxia celular induz um desvio do metabolismo aeróbico para o anaeróbico, levando a uma produção de lactato e, às vezes, acidose lática. Patologia geral Felipe Antonio Prechitko Neto l @med.explicapy Tipos: Cardiogênico: ↪ Insuficiência da bomba miocárdica devido à lesão miocárdica intrínseca, compressão extrínseca ou obstrução do fluxo de saída. ↪ Causas: infarto miocárdico, ruptura ventricular, arritmia, tamponamento cardíaco, embolia pulmonar. Hipovolêmico: ↪ Volume sanguíneo ou plasmático deficiente. ↪ Causas: perda hídrica externa: hemorragia, vômitos, diarreia, perda hídrica interna: queimaduras, traumatismo, anafilaxia, endotoxinas (aumento da permeabilidade da microcirculação). Distributivo: ↪ Caracteriza-se por uma vasodilatação sistêmica com represamento do sangue pelo sistema nervoso e consequente diminuição da pré-carga. ↪ Divide-se em Anafilático, Neurogênico e Séptico. Séptico: índice de mortalidade de 25 a 50%, resulta da propagação e expansão de uma infecção localizada inicialmente na corrente sanguínea (ex.: abcesso, peritonite, pneumonia). Vasodilatação periférica e acúmulo de sangue; ativação/lesão endotelial; lesão induzida por leucócitos; coagulação intravascular disseminada; ativação da cascata das citocinas. → Causas: infecções microbianas graves (bactérias Gram negativas produtoras de endotoxinas em 70% dos casos), septicemia. Anafilático: desencadeado por uma resposta de hipersensibilidade generalizada mediada por IgE, está associado a vasodilatação sistêmica e aumento da permeabilidade vascular. Nesses casos, a vasodilatação difusa causa aumento súbito da capacitância do leito vascular que não é adequadamente preenchido pelo volume sanguíneo normal. Neurogênico: é o que ocorre no contexto de um acidente anestésico ou traumatismo raquimedular, devido à perda do tônus vascular e acúmulo periférico de sangue. Estágios do choque: Fase não progressiva inicial: os mecanismos compensatórios reflexos são ativados (neuro-humorais) e é mantida a perfusão para órgãos vitais. Estágio progressivo: caracterizado por hipoperfusão tecidual e início de desequilíbrios circulatórios e metabólicos crescentes, incluindo a acidose. Estágio irreversível: se instala depois que o corpo sofreu uma lesão celular e tecidual tão intensa que, mesmo sendo corrigidos os defeitos hemodinâmicos, a sobrevida é impossível. Morfologia do choque ↪ Falência de múltiplos sistemas orgânicos: → Cérebro - encefalopatia Isquêmica. → Coração - necrose de coagulação, hemorragias. → Pulmões - lesão alveolardifusa. → Rins - necrose tubular aguda. → Adrenais - depleção lipídica nas células corticais. → Trato gastrointestinal – enteropatia hemorrágica. → Fígado - esteatose, necrose hemorrágica. Sinais e sintomas: ↪ Hipotensão, pulso fraco, taquicardia, hiperventilação, pele fria, viscosa, palidez, oligúria, alterações mentais. Prognóstico: ↪ Varia de acordo com a origem do choque e a sua duração. A ameaça à vida provém da catástrofe subjacente que provocou o estado de choque: infarto, hemorragia, infecção grave, etc. Se o paciente sobreviver às perturbações iniciais ele entra em uma segunda fase dominada por insuficiência renal e caracterizada por queda progressiva do débito urinário, bem como desequilíbrios hídricos e eletrolíticos acentuados. Mecanismos compensatórios: ↪ Manter o débito cardíaco e pressão arterial. → Sistema Nervoso Autônomo Simpático; → Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona; Mecanismos descompensatórios: → Má perfusão do rim: complicação da função renal, retenção de água, sódio, potássio e toxinas; → Má perfusão do TGI: translocação bacteriana; → Má perfusão do fígado: acúmulo de toxinas e insuficiência hepática; → Má perfusão do pulmão: hipóxia. Referências: ➢ Capitulo 4 - Bases patológicas das doenças – Robbins & Cotran 7ª Edição;
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