Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Distúrbios hemodinâmicos HEMOSTASIA Parada ou cessação de um sangramento ✓ Natural: hemostasia espontânea ✓ Artificial: ligadura ou cauterização de vasos lesados COAGULAÇÃO A coagulação do sangue é o fenômeno de gelificação de um suspensoide (plasma e células), no qual uma cascata de ativação sequencial de pré-proteases induz a polimerização do fibrinogênio, formando uma proteína fibrilar e insolúvel, a fibrina, que forma uma rede molecular que aprisiona os elementos figurado do sangue. Uma vez cessada a hemorragia, ocorrem lise e absorção do coágulo por ação do sistema fibrinolítico e de células inflamatórias. Em seguida, surgem os mecanismos de reparo de lesões teciduais e reconstituição do endotélio. HIPERMIA Hiperemia (hiper = muito; haimos = sangue) é o aumento da quantidade de sangue no interior dos vasos em um órgão ou tecido, especialmente na microcirculação. Maior volume de sangue na microcirculação resulta do aumento da velocidade do fluxo sanguíneo (hiperemia ativa), da redução da drenagem venosa por diminuição da velocidade de fluxo (hiperemia passiva ou congestão) ou desses dois fatores, quando há hiperfluxo associado a dificuldade de retorno venoso, como acontece em inflamações (hiperemia mista). HEMORRAGIA Hemorragia ou sangramento é o distúrbio da circulação caracterizado pela saída de sangue do compartimento vascular ou das câmaras cardíacas para o meio externo, para o interstício ou para as cavidades pré-formadas. Por isso, as hemorragias podem ser classificadas em interna ou externa. A extensão do sangramento na superfície corpórea ou na intimidade dos órgãos define a terminologia para a sua identificação e, em geral, o nome sugere o mecanismo envolvido na hemorragia. Hemorragias superficiais na pele Púrpuras (A) e petéquias (B) em paciente com púrpura trombocitopênica idiopática. Sufusão hemorrágica (C) na parede lateral do tórax e no abdome de paciente com cirrose hepática descompensada. Hematoma intrapericárdico (hemopericádio) - O pericárdio parietal foi retirado na face anterior para mostrar que o espaço pericárdico ficou totalmente ocupado por sangue (coagulado após a morte), impedindo a movimentação do coração (tamponamento cardíaco). A.Hemoperitônio (setas) iatrogênico. Notar tampão plaquetário no orifício de punção no peritônio (detalhe em B) e infiltração hemorrágica na gordura pré-peritoneal e no músculo reto abdominal, na superfície de corte da parede abdominal (detalhe em C). HEMORRAGIA – ETIOPATOGÊNESE Alterações na integridade da parede do vaso ✓ Traumas →ruptura vaso →hemorragia por rexe. ✓Quanto mais frágil o vaso, menor é a intensidade do trauma necessário para promover o rompimento (aneurismas, varizes esofágicas etc.) ✓Necroses, inflamações, úlceras →corrosão da parede vascular →hemorragia por rexe. ✓Saída do sangue pelos espaços entre as células endoteliais →hemorragia por diapedese. ✓Pode ocorrer por alterações nas junções celulares ou formação de poros nas células endoteliais. ✓Geralmente ocorre em vênulas e capilares submetidos à hiperemia passiva. Alterações na coagulação ✓Manifesta-se como hemorragia espontânea ou frente a pequenos traumatismos, com sangramento desproporcional à intensidade da lesão ✓ As principais hemorragias por alterações nos mecanismos da coagulação sanguínea estão relacionadas com: ✓ (1) deficiência congênita ou adquirida de fatores plasmáticos da coagulação; ✓ (2) excesso de anticoagulantes, endógenos ou exógenos. HEMORRAGIAS – ALTERAÇÕES NA COAGULAÇÃO Excesso de anticoagulantes endógenos ou exógenos ✓ Ação de inibidores dos fatores de coagulação ✓ Fibrinólise exagerada (ativação excessiva de plasminogênio) ✓ Inibição de inativadores naturais de plasminogênio ✓ Pacientes em tratamento com anticoagulantes (heparina) ou intoxicações(raticida warfarin). HEMORRAGIAS - ALTERAÇÕES NAS PLAQUETAS Redução no número e alterações funcionais ✓ Provocam hemorragias como petéquias ou púrpuras ✓ Modificações observáveis quando <100 mil plaquetas/mm3 sangue ✓ Hemorragias graves: < 10 mil plaquetas/mm3 sangue As causas mais comuns de trombocitopenia são aplasia e infiltração neoplásica da medula óssea, síndrome mielodisplásica, hiperesplenismo, medicamentos (α-metildopa, sulfadiazínicos) e auto anticorpos, estes especialmente na púrpura trombocitopênica idiopática. Próteses valvares podem aumentar a destruição de plaquetas (por lise mecânica). Na trombocitopenia causada por medicamentos, a substância fica adsorvida à plaqueta e induz a síntese de anticorpos, os quais causam lise plaquetária por ativação do complemento. CONSEQUÊNCIAS DAS HEMORRAGIAS De acordo com o volume perdido e velocidade da perda: ✓ Perdas pequenas e contínuas podem gerar espoliação de ferro, e consequentemente, anemia (sangramentos digestivos crônicos por úlceras ou neoplasias) ✓ Perdas volumosas causam anemia aguda e nos casos mais graves, choque hipovolêmico De acordo com o local: ✓ Ventrículos ou encéfalo: aumento da pressão intracraniana e morte encefálica ✓ Espaço subaracnóideo: bloqueio da reabsorção de LCR →hidrocefalia ou indução de isquemia ✓ Centros nervosos vitais (cardiorrespiratório): fatal ✓ Hemopericárdio impede a movimentação cardíaca (tamponamento) por compressão extrínseca do coração, podendo levar ao óbito TROMBOSE Trombose: ✓ Solidificação do sangue no leito vascular ou no interior das câmaras cardíacas do indivíduo vivo →processo de formação de um trombo Trombo: ✓ Massa sólida de sangue gerada por coagulação, que se forma em qualquer território do sistema cardiovascular (cavidades cardíacas, artérias, veias e microcirculação). Como são formados os trombos? ✓ O sangue é uma suspensão de células, corpúsculos (plaquetas e eritrócitos) em uma solução aquosa, na qual estão dissolvidos vários solutos (eletrólitos, glicose, aminoácidos, hormônios, lipoproteínas) ✓ Para ser impulsionado, deve ter uma viscosidade controlada pelo equilíbrio entre os elementos coagulantes e anticoagulantes ✓ Isso permite que o fluxo seja unidirecional, reduzindo atritos desnecessários A formação de trombos e a trombose envolvem: ✓ Lesão ou modificações no endotélio vascular Causadas por agressões químicas, físicas (traumatismos, hipóxia) ou biológicas (exógenas ouendógenas) que podem tornar o endotélio pró-coagulante pela exposição do tecido conjuntivo; Inflamações; Aumento na síntese de fatores de coagulação e ativadores de plaquetas; Redução na capacidade anticoagulante do endotélio; Perda do revestimento contínuo dos vasos; Estas alterações podem ser chamadas de disfunção endotelial, e ocorrem na hipertensão, tabagismo, aterosclerose, diabetes, entre outras. ✓Alterações no fluxo sanguíneo Correspondem ao aumento (hiperemia ativa) ou redução na velocidade do sangue (hiperemia passiva), que causam turbulências no fluxo sanguíneo Estas turbulências permitem a aproximação das plaquetas e sua ativação, bem como dificultam a remoção de fatores pró- coagulantes ✓ Alterações na coagulabilidade do sangue Processos adquiridos ou genéticos, que promovem: o Aumento no número de plaquetas o Maior disponibilidade de fatores pró- coagulantes o Redução de anticoagulantes Aumento da coagulabilidade + redução de fluxo: favorecimento a formação de trombos venosos Pacientes imobilizados e especialmente após traumatismos, queimaduras, cirurgias extensas e outras agressões teciduais; alguns tipos de câncer (hipercoagulabilidade), uso de anticoncepcionais orais, gravidez, período pós-parto A-Formação de trombo em aneurisma. O fluxo turbilhonado no aneurisma favorece o choque de plaquetas contra o endotélio, o que as ativa e inicia a sua agregação. B- Sobre as plaquetas agregadas é ativada a coagulação (vias plasmática e tecidual), produzindo o crescimento do trombo. C- Novasplaquetas precipitam-se e o processo se repete, conferindo aspecto estriado (lamelado) ao trombo. ETIOPATOGÊNESE DA TROMBOSE Comum: presença dos três mecanismos associados ✓ Exemplo: trombose venosa profunda de membros inferiores ✓ Pacientes imobilizados no leito, após cirurgias ortopédicas ou traumatismos com imobilização. Ocorrem: o Diminuição na velocidade do fluxo nas veias, por falta de movimentos musculares importantes para o retorno venoso. o Lesão endotelial por hipóxia, devido a redução do fluxo. o Alteração da coagulabilidade decorrente da reação de fase aguda após agressão, com aumento de fibrinogênio e plaquetas. Formação de trombo em veia profunda dos membros inferiores: B. Como tais veias possuem valvas, no recesso delas o fluxo sanguíneo laminar torna-se turbilhonado. Em condições normais, o turbilhonamento é pequeno, e as plaquetas mantêm-se longe do endotélio. Quando existe hiperemia passiva (p. ex., insuficiência cardíaca), as veias dilatam-se, a velocidade do sangue diminui, e o turbilhonamento do sangue aumenta no recesso valvar, aumentando o choque de plaquetas contra o endotélio nesse local. C. Ao se chocarem com o endotélio, as plaquetas são ativadas, agregam-se e iniciam a formação de um trombo, por ativação da coagulação sanguínea. D. O crescimento do trombo é rápido devido à velocidade reduzida do fluxo sanguíneo. O trombo cresce na direção do fluxo e também de modo retrógrado, devido à redução na velocidade do sangue a montante do local onde o trombo começou a ser formado. ASPECTOS MORFOLÓGICOS DOS TROMBOS Massas de sangue solidificado, de tamanho variável ✓ Aderidos a superfície onde se formaram ✓ Foscos e friáveis ✓ Camadas sucessivas ou sedimentos de sangue solidificado, formando lamelas (estrias de Zahn) ✓ Apresenta variação na coloração dependendo da quantidade de hemácias e plaquetas Locais de fluxo laminar e com maior velocidade: elementos figurados no centro (trombos mistos). Locais de fluxo lento e turbilhonado: muitos elementos figurados aprisionados –coloração vermelha intensa (trombos vermelhos). Trombos exclusivamente formados por fibrina e plaquetas (trombos brancos) formam-se na microcirculação e não são vistos macroscopicamente. Trombo misto em corte transversal de aneurisma da artéria hepática. Observar o aspecto estriado do trombo, macro e microscopicamente. Na coloração por hematoxilina e eosina, plaquetas e fibrina predominam nas estrias contínuas e mais acidófilas, enquanto hemácias predominam nas estrias granulares. Trombo mural recente, vermelho, na ponta do ventrículo esquerdo, em coração com infarto branco comprometendo o septo interventricular e o ápice cardíaco. As setas indicam as áreas de infarto. EVOLUÇÃO DA TROMBOSE Evolução de um trombo arterial. Uma vez formado (A), o trombo pode fragmentar-se (B) e originar êmbolos (tromboembolismo). O trombo pode também sofrer dissolução (trombólise) parcial, que permite o restabelecimento de parte do fluxo sanguíneo (C). EMBOLIA ✓ Obstrução de um vaso (sanguíneo ou linfático) ✓ Corpo sólido, líquido ou gasoso em circulação que não se mistura com sangue ou linfa ✓ Corpo sólido = êmbolo EMBOLIAS SÓLIDAS Fragmentos de trombos ou tecidos ✓ Êmbolos trombóticos são mais comuns, originados do desprendimento de trombos de câmaras cardíacas, valvas, aorta e veias profundas. Outras embolias sólidas: Fragmentos de placas ateromatosas - Obstrução de múltiplos pequenos vasos, em vários órgãos simultaneamente - Consequências: petéquias, cianose de extremidades, gangrena, insuficiência renal aguda, rabdomiólise, confusão mental, enterocolite isquêmica. EMBOLIAS GASOSAS As manifestações clínicas principais da embolia gasosa são relacionadas com o sistema nervoso central; paralisias, paresias e quadros diversos de isquemia cerebral são as mais importantes da síndrome de descompressão. Embolia gasosa iatrogênica em recém-nascido com doença das membranas hialinas submetido a ventilação mecânica, complicada com barotrauma. Os altos níveis de pressão do aparelho de ventilação pulmonar para vencer a resistência das vias condutoras de ar causaram enfisema intersticial e penetração de ar no sistema circulatório. Durante a abertura da cavidade craniana, sangue espumoso fluía abundantemente das artérias carótidas internas. O aspecto espumoso do sangue indica a presença de grande quantidade de ar a ele misturado. EMBOLIAS POR LÍQUIDOS ISQUEMIAS ✓ Redução ou cessação do fluxo sanguíneo para um órgão ou tecido. ✓ Aporte insuficiente de sangue para manter o metabolismo normal. CAUSAS DA ISQUEMIA Obstrução arterial: principal causa ✓ Obstáculos intravasculares (aterosclerose, embolia, trombose arterial) ✓ Compressões extrínsecas (tumores, compressão por decúbito prolongado) ✓ Espasmos da parede arterial Obstruções da microcirculação ✓ Aumento da viscosidade do sangue ✓ Compressão extrínseca ✓ Embolia gasosa ou gordurosa ✓ Alguns parasitismos Obstruções venosas CONSEQUÊNCIAS DA ISQUEMIA Fornecimento de oxigênio reduzido (hipóxia) ou ausente (anoxia) - Necrose tecidual - Localização e extensão da área isquêmica, velocidade de instalação, presença de circulação colateral e sensibilidade tecidual. INFARTO ✓ Área localizada de necrose isquêmica ✓ Ocorre por interrupção do fluxo arterial ou venoso Tipos: Branco A região afetada fica mais clara (branca ou amarelada) Causado por obstrução arterial em locais sem ou com escassa circulação colateral (coração, encéfalo, rins, baço) Vermelho (hemorrágico) A região comprometida adquire coloração vermelha em decorrência da hemorragia. Pode ser causada por obstrução arterial ou venosa Típico em órgãos com estroma frouxo e/ou circulação dupla, rica em vasos colaterais A. Aspecto macroscópico de infartos brancos, recentes, no rim. Notar halo de hiperemia (setas) delimitando as áreas brancacentas de infarto. B. Infartos antigos no rim, representados por cicatrizes retráteis, que formam depressões irregulares (setas). C. Infarto branco recente do baço, evidenciado por coloração brancacenta na superfície de corte. Infarto vermelho do pulmão associado a tromboembolia na artéria pulmonar. A seta branca indica o ramo arterial obstruído por tromboêmbolo proveniente de trombose de veias profundas da perna. Notar a típica configuração cônica (piramidal) da área infartada (mais escura), cuja base está voltada para a pleura (setas vermelhas). INFARTO – ASPECTOS MORFOLÓGICOS Alterações macroscópicas dependem de: ✓ Tempo entre a necrose e a observação ✓ Dificuldade em diagnosticar morfologicamente infartos recentes Microscopicamente: ✓ Necrose isquêmica (necrose por coagulação) ✓ Também depende do tempo: minutos ou horas são insuficientes para detectar alterações características de necrose INFARTO – CONSEQUÊNCIAS E EVOLUÇÃO Os infartos evoluem para cura com cicatrização (ou gliose, no sistema nervoso central), que pode ser completa, resultando em cicatriz retrátil, ou incompleta, com formação de cistos (mais raro). Sendo áreas desvitalizadas, os infartos podem complicar-se com colonização e proliferação de bactérias anaeróbias, originando abscessos ou gangrena. No infarto intestinal, é frequente gangrena por crescimento de microrganismos anaeróbios da microbiota endógena se a lesão não é removida cirurgicamente. Cura de infartos por calcificação é rara. EDEMA ✓Acúmulo de líquido no interstício ou em cavidades do organismo. Formado a partir da filtração do sangue na parte arterial dos capilares, circula entre as células e retorna à circulação sanguínea por reabsorção no lado venoso dos capilares ou pelos vasos linfáticos. Tipos de edemas ✓Localizados ✓Generalizados (anasarca) Produção, circulação e reabsorção do líquido: depende das forças geradas na microcirculação A força de filtraçãogera um filtrado com: Água, eletrólitos e pequenas moléculas orgânicas (carboidratos, aa, AG). Macromoléculas do filtrado e da MEC são reabsorvidas pelos vasos linfáticos (cuja pressão negativa e presença de válvulas permitem a drenagem do líquido). Líquido acumulado: ✓Transudato –água e eletrólitos, pobre em células e proteínas ✓Exsudato –rico em proteínas e células inflamatórias ✓Formado quando a permeabilidade vascular está aumentada, como nas inflamações, traumatismos na microcirculação e em vasos mal formados no interior de neoplasias MEC: edema leva a expansão, aumentando o volume na região. Evidente em edemas sob a pele (ex.: picadas de insetos, “galos”). Consistência do tecido edemaciado é variável de acordo com as características do líquido acumulado EDEMAS – ASPECTOS MORFOLÓGICO ✓Pele edemaciada: acúmulo de líquido na derme e subcutâneo pode ser identificado por compressão digital ✓Depressão que demora a voltar ao normal (sinal de cacifo) Sinal do cacifo para identificar edema. A. Compressão rápida com o polegar, que provoca deslocamento do líquido intersticial. B. Após a retirada do dedo, permanece uma depressão (sinal do cacifo). ✓Cavidades: facilmente perceptíveis ✓Transudatos típicos, com aspecto citrino EDEMA - ETIOPATOGÊNESE ✓ Relacionada às forças que regulam o transporte de líquidos entre os vasos e o interstício. Mecanismos: Aumento da pressão hidrostática vascular Causado por aumento da pressão intravascular em veias (obstrução por trombos ou compressão extrínseca, como nas varizes) ou vênulas (aumento da pressão venosa sistêmica por IC direita). Redução da pressão oncótica do plasma Aumento da permeabilidade vascular Inflamações agudas decorrentes de agressões que induzem liberação rápida de mediadores de vasodilatação (queimaduras, traumatismos físicos, reações alérgicas) Bloqueio da circulação linfática Causado por obstrução dos vasos linfáticos; também pode acontecer por colapso do vaso, pela demolição das fibras da MEC devido a ação de enzimas hidrolíticas liberadas durante a inflamação. Exemplos: erisipela, infiltração neoplásica, retirada de linfonodos, radioterapia Linfedema. A. Paciente com obesidade mórbida e erisipela de repetição. Elefantíase assimétrica, com predomínio no membro inferior direito. Pele da perna direita hipertrófica, com aspecto em “casca de laranja”. Hiperemia passiva bilateral, com acentuada pigmentação da pele (hemossiderose) das pernas e dos pés. Edemas generalizados ✓Em algumas situações o edema tende a ser generalizado desde o início; em outras, o edema localizado aciona mecanismos de compensação que generalizam o processo Exemplos: ✓Edema na insuficiência cardíaca ✓Edema na hipoproteinemia - albumina ✓Edema renal ✓Edemas de etiologia desconhecida CHOQUE Distúrbio hemodinâmico agudo e sistêmico. Caracterizado pela incapacidade do sistema circulatório em manter a pressão arterial em nível suficiente para garantir a perfusão sanguínea do organismo, resultando em hipóxia generalizada. MANUTENÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL NORMAL (1) Bomba cardíaca, que impulsiona o sangue nos vasos; (2) Volume de sangue circulante; (3) Compartimento vascular. Em condições normais, a quantidade de sangue ejetado na circulação ocupa o compartimento vascular de modo a exercer tensão na parede dos vasos suficiente para manter a pressão arterial e a perfusão dos tecidos. CAUSAS DO CHOQUE (1) Falência da bomba cardíaca (choque cardiogênico) (2) Redução da volemia (choque hipovolêmico) (3) Aumento do compartimento vascular (choque distributivo) (4) Falência no enchimento do ventrículo esquerdo (choque obstrutivo). CHOQUE HIPOVOLÊMICO ✓ Redução aguda e intensa do volume circulante, cuja perda de líquidos para o meio externo pode ser decorrente de: ✓ Hemorragias graves, vômitos e diarreia ✓ Perda cutânea (queimaduras) ✓ Passagem rápida de líquido do meio intravascular para a MEC ✓ Causas menos frequentes: retenção de líquido na luz intestinal por íleo paralítico CHOQUE CARDIOGÊNICO ✓ Ocorre devido à IC, especialmente do ventrículo esquerdo ✓ Gera incapacidade do coração em bombear o sangue para a circulação sistêmica ✓ Para que ocorra, deve haver perda de massa miocárdica em pelo menos 40% e diminuição da ejeção ventricular >80% ✓ Causas: IAM, miocardites agudas, rompimento das valvas ou do músculo papilar CHOQUE DISTRIBUTIVO ✓ Ocorre devido à vasodilatação arteriolar periférica ✓ Resultante da queda de resistência periférica, inundação de capilares e redução do retorno venoso ✓ Ex.: choque anafilático, choque séptico CHOQUE SÉPTICO ✓ Choque séptico = misto ✓ Evolução da síndrome de resposta inflamatória sistêmica de natureza infecciosa ou não ✓ Liberação de mediadores inflamatórios →vasodilatação arteriolar → inundação do leito capilar →diminuição do retorno venoso ✓ Citocinas tem efeito depressor sobre o miocárdio, diminuindo a eficiência de bombeamento (mecanismo cardiogênico) CHOQUE OBSTRUTIVO ✓ Mecanismo básico: restrição no enchimento das câmaras cardíacas esquerdas de instalação súbita ✓ Causas: embolia pulmonar maciça ✓ Hidro e hemopericárdio agudos
Compartilhar