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ENTOMOLOGIA – BIODIVERSIDADE E MORFOLOGIA DOS INSETOS � Reciclagem de nutrientes; � Propagação de plantas: polinização e dispersão; � Manutenção da composição e da estrutura da comunidade de plantas: fitofagia; IMPORTÂNCIA DOS INSETOS � Alimentos para vertebrados insetívoros; � Manutenção da estrutura da comunidade de animais de animais: transmissão de doenças animais grandes e predação e parasitismo dos pequenos. IMPORTÂNCIA DOS INSETOS Insetos x sociedade humana � Controle Biológico; � Compostos químicos: quitina ◦ Reduz nível de colesterol ◦ Fármacos ◦ Plásticos biodegradáveis; ◦ Remoção de poluentes – tratamento de esgoto � Gomalaca – verniz de cochonilha – Kerria laca � Corante Vermelho de Carmin – Dactyopolius coccus Insetos x sociedade humana Figura 1. Gráfico com o número de todas as espécies conhecidas no planeta e a proporção dos grandes grupos em relação ao total (Fonte: Grimaldi & Engel, 2005). Biodiversidade dos insetos Biodiversidade dos insetos � Tamanho reduzido: uma acácia pode sustentar todo ciclo de vida de dezenas de espécies de insetos Por que a riqueza de insetos é alta? � Plasticidade genética: sistemas sensoriais e neuromotores altamente organizados; � Pequeno tempo de geração; � Interações co-evolutivas; � Seleção Sexual; � Metamorfose; � Adultos alados móveis. Por que a riqueza de insetos é alta? � Nome genérico (gênero) + nome específico = Nome da espécie - binômio � Aedes aegypti; Anopheles darlingi � Abreviatura: Aedes = A.; Anopheles = A. � ou Ae. aegypti; An. Darlingi � Táxons: Nomenclatura científica ENTOMOFAGI A ANATOMIA EXTERNA Anatomia Externa Anatomia Externa � Partes do Corpo � Cabeça � Tórax � Abdômen Anatomia Externa CABEÇA I – Principais funções: � Percepção sensorial � Integração nervosa � Aquisição de alimento II – Principais áreas da cabeça � Fronte (Fr) � Clípeo (Cl) � Labro (Lbr) � Mandíbula (Md) � Maxila (Mx) � Lábio Inferior (Lb) � Gena (Ge) � Vértice (Vx) III – Apêndices da Cabeça � Fixos: olhos compostos e ocelos � Móveis: antenas e peças bucais 1. OLHOS COMPOSTOS E OCELOS � Olhos compostos: insetos adultos (omatídios) � Ocelos laterais: larvas e pupas � Ocelos dorsais: insetos adultos 2. ANTENAS � Apêndices sensoriais (olfato, audição, tato e gustação) � Partes de uma antena típica: - Escapo - Pedicelo - Flagelo � Escapo. É o primeiro artículo, em geral o mais desenvolvido, e articula-se à cabeça por meio de uma parte basal mais dilatada (bulbo). � Pedicelo. É o segundo antenômero, geralmente curto, porém às vezes pode ser dilatado para abrigar o órgão de Johnston (função auditiva). � Flagelo. É formado pelos demais artículos, denominados de antenômeros. Tipos de antenas � Filiforme: todos os articulos semelhantes em tamanho Ex.: esperanças, baratas. Moniliforme: Apresenta segmentos arredondados Ex.: Coleoptera – Tenebrionidae Cupins Tipos de antenas Clavada: flagelo termina em uma dilataçäo Ex.: borboletas � Capitada: semelhante a clavada , massa apical bastante dilatada Ex.: broca do café � Imbricada:possui articulos em forma de taças, estando a base de uma encaixada no apice da outra Ex.: Calosoma � Fusiforme:Articulos medianos dilatados, com aspecto de fuso Ex.: Lepidoptera – Hesperiidae (habitos crepusculares) Serreada: articulos com dilataçoes em forma de espinhos ou dentes de uma serra Ex.: Coleoptera – Buprestidae � Denteada:articulos com dilataçoes, mas essas nao sao pontiagudas com conformaçoes de dentes Ex.: Coleoptera – Elateridae � Estiliforme:Extremidade do flagelo com um pequeno estilete (recurvado ou reto) Ex.: Diptera – Brachycera e Lepidoptera – Sphingidae � Plumosa:flagelos com inumeros pelos que circundam todos os articulos (pluma) Ex.: machos de pernilongos mariposas � Flabelada:possui expansoes laterais em forma de laminas, ou de folhas Ex.: microhimenópteros � Setácea: os antenomeros vao diminuindo de diametro da base para a extremidade da antena Ex.: gafanhotos e serra-paus � Furcada: os antenomeros do flagelo estao dispostos em dois ramos em forma de Y Ex.: machos de microhimenópteros � Pectinada: os articulos apresentam uma dilataçao lateral, longa e mais ou menos fina, assemelhando-se a um pente Ex.: mariposas � Lamelada: dilataçao nos ultimos 3 segmentos , que juntos se seprepõe Ex.: Coleoptera – Scarabaeidae � Geniculada: articulos do flagelo dobrados em ângulo com o escapo ( lembra um joelho) Ex.: formigas, abelhas. Aristada: flagelo globoso, achatado e apresenta apenas um pelo denominado de arista Ex.: dípteros � Composta:combinações de varios tipos Ex.: genículo-capitadas, genículo-moniliformes Dimorfismo sexual nas antenas: � Tamanho: machos (maiores) � Tipo: macho plumosas e femeas: moniliformes � Número de artículos:himenopteros: macho 13 e femeas 12 3. PEÇAS BUCAIS � Modificação de acordo com o hábito alimentar � Partes das peças bucais: Lábio Superior ou Labro (LS): proteçao e manutençao dos alimentos, a fim de serem trabaldos pelas mandibulas Mandíbulas (MD): trituradora, cortadora, alem de defesa Maxilas (MX): funçao tactil, gistativa ou mastigadora Lábio Inferior ou Lábio (LI): tatil e retenção de alimentos Epifaringe (EP): função gustativa Hipofaringe (HIP): função gustativa e tátil CLASSIFICAÇÃO DOS APARELHOS BUCAIS A) Tipo mastigador (2 MD, 2 MX, LS, LI, EP e HIP) B) Sugador Labial. É também chamado picador-sugador. Apresenta as peças bucais modificadas em estiletes. A sucção de alimentos é função das mandíbulas, epifaringe e hipofaringe. As maxilas, que possuem extremidades serreadas, têm função perfuradora. De acordo c/ o número de estiletes abrigados pelo lábio, tem-se os subtipos: Tipos de sugador labial � hexaqueta (2 MD, 2 MX, EP e HIP) – Diptera � tetraqueta (2 MD e 2 MX) – Hemiptera � triqueta (1 MD e 2 MX) – Thysanoptera (MX unidas, LI e HIP) – Anoplura (2 MX e EP) – Siphonaptera � diqueta (LS – EP e HIP) – mosca-dos-estábulos Hexaqueta Tetraqueta C) Tipo sugador maxilar � A modificação ocorre somente nas maxilas. As gáleas das maxilas transformam-se em duas peças alongadas e internamente sulcadas, de modo que, quando justapostas, originam um canal por onde o alimento é ingerido por sucção. O conjunto assume o aspecto de um tubo denominado espirotromba C) Tipo sugador maxilar – Lepidoptera D) Tipo lambedor - abelhas CLASSIFICAÇÃO DOS INSETOS SEGUNDO O APARELHO BUCAL NAS FASES IMATURA E ADULTA TIPOS IMATURA ADULTA EXEMPLOS Menognatos Mastigador Mastigador Orthoptera, Coleoptera, Blattodea, Mantodea... Menorrincos Sugador labial Sugador labial Hemiptera, Thysanoptera Metagnatos Mastigador Sugador maxilar Lambedor Sugador labial Lepidoptera Hymenoptera Diptera CLASSIFICAÇÃO DOS INSETOS SEGUNDO A DIREÇÃO DAS PEÇAS BUCAIS HIPOGNATO PROGNATO OPISTOGNATO (90ºC) (>90ºC) (<90ºC) � Hipognata. Peças bucais dirigidas para baixo e cabeça vertical em relação ao eixo do corpo (90º). Ex.: gafanhoto, baratas etc � Prognata. Peças bucais dirigidas para frente e cabeça horizontal em relação ao eixo do corpo (180º). Ex.: Tesourinhas, cupins etc. � Opistognata. Peças bucais dirigidas para baixo e para trás, formando um ângulo menor que 90º. Ex.: cigarras, percevejos, pulgas etc. TÓRAX I – Principal função: Centro de locomoção II – Segmentos que formam o tórax � Protórax � Mesotórax � Metatórax � É a segunda região do corpo do inseto e apresenta os apêndices locomotores (pernas e asas). � O tórax está dividido em: � Protórax - que está unido à cabeça, � Mesotórax - é o mediano e � Metatórax - é o terceiro e liga-se ao abdome � PRONOTO: esclerito (placa) dorsal sobre o protórax. � Pode assumir diferentes formasespecialmente em hemiptera (e homoptera), coleoptera e blattodea ESCUTELO: placa ligada ao mesotórax III. Apêndices torácicos - PERNAS � coxa (cx) � trocanter (tr) � fêmur (fm) � tíbia (tb) � tarso (ts) � pós-tarso (ptar) � Coxa. Normalmente curta e grossa; articula-se ao tórax por meio da cavidade coxal. � Trocanter. Segmento curto entre a coxa e o fêmur. � Fêmur. Parte mais desenvolvida; fixa-se ao trocanter e às vezes diretamente à coxa, deslocando o trocanter lateralmente. � Tíbia. Segmento delgado e quase tão longo quanto o fêmur; pode apresentar espinhos e esporões TARSO: Porção articulada, constituída por articulos denominados tarsômeros, que variam de 1 a 5. De acordo c/ o número de tarsômeros, os insetos podem ser agrupados em: � Homômeros Ex.: monômeros, dímeros, trímeros, tetrâmeros ou pentâmeros � Heterômeros Fórmulas tarsais: 3 – 5 – 5 (Coleoptera, Staphylinidae) 4 – 5 – 5 (Coleoptera, Lampyridae) 5 – 5 – 4 (Coleoptera, Tenebrionidae) � Pós-tarso. Parte distal da perna, também chamado de pré-tarso. As garras tarsais são estruturas presentes na extremidade apical de todas as pernas. Entre as garras pode haver uma expansão membranosa, que é o arólio. Tipos de pernas � Ambulatórias ou cursoriais. Ex.: baratas, moscas, borboletas... � saltatórias. Ex.: 3º par de gafanhotos, grilos, pulgas. � natatórias. Ex.: baratas d’água e besouros aquáticos � preensoras. Ex.: 1º par de baratas d’água � raptatórias. Ex.: 1º par de louva-a-deus e Mantispidae � fossoriais. Ex.: 1º par de paquinhas e besouros escaravelhos � coletoras. Ex.: 3º par de abelhas e mamangavas � adesivas. Ex.: 1º par de machos de coleópteros aquáticos � escansoriais. Ex.: piolhos hematófagos corbícula ou cesta de pólen é a parte da tíbia da pata traseira da abelha ASAS ASAS ◦ As asas são denominadas anterior e posterior, e são desenvolvidas apenas nos adultos. No entanto, nem todos os insetos têm asas (são ápteros); ◦ Existem tipos de asas diferentes, que são importantes na hora de determinar a ordem do inseto: tégminas, élitros, hemiélitros, membranosas e franjadas; ◦ Há dois tipos de conexões de asas: direta (permite menor mobilidade e controle de vôo, ex. odonatas, gafanhotos) e indireta (permite maior mobilidade e vôos mais rápidos, ex. dípteros). Regiões da asa Margens e ângulos da asa Nervuras das asas � -Costal (C). Marginal sem ramificações; � -Subcostal (Sc). Logo abaixo da C, pode ramificar-se (Sc1 e Sc2); � -Radial (R). Bifurca-se em um ramo indiviso R1 e num segundo ramo (setor radial – Rs) que se divide, e cada bifurcação divide-se novamente, originando-se 4 ramos terminais: R2, R3, R4 e R5; � -Medianas (M). Situadas abaixo das radiais, iniciando-se no meio da asa, denominadas M1, M2, M3 e M4. � -Cubital (Cu). Birfuca-se em Cu1 e Cu2. � Anais (A). Não ramificadas, percorrem a parte inferior da asa (região anal) Tipos de asas � membranosas. Ex.: 2º par da maioria dos insetos • tégminas. Ex.: 1º par de Blattodea, Mantodea, Orthoptera e Phasmatodea � hemiélitros. Ex.: 1º par de percevejos � élitros. Ex.: 1º par de Coleoptera e Dermaptera � balancins. Ex.: 2º par de Diptera � pseudo-halteres. Ex.: 1º par de machos de Strepsiptera � franjadas. Ex.: Thysanoptera � lobadas. Ex.: microlepidópteros Estruturas de acoplamento das asas • Jugo • Frênulo • Hámulos ABDOME Possui 11 segmentos I – Principais funções: � Armazenamento e processamento de nutrientes � Circulação da hemolinfa � Bombeamento de oxigênio � Desenvolvimento dos ovos � Produção de espermatozóides � Acasalamento II – Segmentos do abdome: urômeros � Segmentos pré-genitais ou viscerais Urômeros I – VII nas fêmeas Urômeros I – VIII nos machos � Segmentos genitais Urômeros VIII e IX nas fêmeas Urômeros IX nos machos � Segmentos pós-genitais Urômeros X e XI III – Apêndices abdominais � Cercos � Filamento mediano � Estilos � Sifúnculos � Pernas abdominais IV – Tipos de abdome � Séssil � Livre � Pedunculado Sistema Digestório Tipo completo Glândulas salivares e hepatopâncreas Cecos gástricos (enzimas digestivas) Sistema Excretor Formados pelos túbulos de Malpighi, ligados ao intestino Produto de excreção – ácido úrico Sistema digestório e excretor Sistema Respiratório Tipo traqueal *traquéias – túbulos ramificados que realizam o transporte direto de gases entre os tecidos e a atmosfera Sistema respiratório Sistema Circulatório Tipo aberto (presença de hemoceles) Coração dorsal Sangue (hemolinfa) sem pigmentos respiratórios Sistema Circulatório Sistema Nervoso Tipo ganglionar Cordão nervosos ventral (hiponeuros) Sistema Nervoso Sitema reprodutor Gônadas internas Ovipositor – postura de ovos Dióicos Fecundação interna Sist. Reprodutor Feminino Sist. Reprodutor Masculino Morfologia externa e interna dos insetos