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Aula 7 - Processo e pressupostos - as questões processuais

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O Processo: conceito, natureza jurídica, espécies, procedimentos e pressupostos
A noção de processo no direito brasileiro
O processo é indispensável ao exercício da função jurisdicional. Suas definições são:
Positivista
o instrumento pelo qual a jurisdição é exercida.
Pós-positivista
procedimento que, atendendo aos ditames da Constituição da República, permite que o juiz exerça sua função jurisdicional.
PROCESSO - Nesse sentido, Rosemiro Pereira Leal destaca que “o processo é uma instituição pública-constitucionalizada de controle tutelar da produção de provimentos, sejam judiciais, legislativos ou administrativos”. LEAL, Rosemiro Pereira. Teoria geral do processo. 4. ed. Porto Alegre: Síntese, 2001, p. 67.
FUNÇÃO JURISDICIONAL - Segundo Marinoni e Arenhart, se o processo é um instrumento e se para o exercício da jurisdição por meio do processo são traçados, pela lei, vários procedimentos, o processo pode ser definido como o procedimento que permite ao juiz exercer a função jurisdicional. MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz. Manual do processo de conhecimento. 5. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006, p. 106.
Para esta segunda concepção, não basta que o processo resolva a demanda. Ele só terá legitimidade constitucional se estiver comprometido com a preservação dos princípios fundamentais (garantismo) e se utilizar mecanismos aptos a propiciar o máximo de efetividade ao provimento judicial.
Processo e procedimento
Defendemos que processo e procedimento são ideias distintas. Inclusive, foi a partir do estudo da distinção entre processo e procedimento, preconizado por Büllow, em meados de 1860, que a autonomia científica alcançada pelo direito processual foi se consolidando.
Enquanto o processo caracteriza-se por seu caráter teleológico, isto é, por sua finalidade precípua de permitir o exercício do poder jurisdicional para a aplicação dos preceitos constitucionais e a eliminação dos conflitos, com o objetivo de realizar a justiça possível naquele caso...
...o procedimento é o elemento visível do processo. Constitui apenas o meio extrínseco pelo qual o processo é instaurado e desenvolvido. Trata-se, na verdade, de sua manifestação fenomenológica.
Büllow - Trata-se do livro Teoria dos pressupostos processuais e das exceções dilatórias, publicado em 1868, que foi importante divisor de águas para o direito processual.
Teorias quanto à natureza jurídica do processo
São sete as teorias quanto à natureza jurídica do processo. Vamos saber mais sobre cada uma delas?
Teoria do processo como um contrato
Remontando à doutrina francesa dos séculos XVIII e XIX, inspirada em texto de Ulpiano e influenciada pela teoria política do contrato social de Rousseau, tal corrente, de mero valor histórico, identificava o processo como contrato (litiscontestatio), por meio do qual as partes se submetiam à decisão que viesse a ser proferida.
No velho direito romano, a concepção do processo era contratual, ou seja, a relação que interliga autor e réu no processo era vista como em tudo idêntica à que une as partes contratantes. No contrato, existe um acordo de vontades, um titular do interesse subordinante e outro titular do interesse subordinado. O primeiro tem o direito de exigir do segundo que satisfaça uma prestação, que lhe é assegurada por lei.
Processo como um quase contrato
Essa teoria, assim como a precedente, teve sua origem na França (século XIX) e foi construída sobre fragmentos do direito romano. Baseiase na constatação de que, conquanto o processo não possa ser considerado um contrato, diante das contundentes críticas formuladas contra a teoria anterior, dele decorrem obrigações que vinculam as partes. Para essa teoria, a parte que ingressava em juízo consentia que a decisão lhe fosse favorável ou desfavorável, ocorrendo um nexo maior entre autor e juiz, ainda que o réu não aderisse espontaneamente à lide.
Teoria da relação jurídica processual
Com a publicação, na Alemanha, da obra Teoria dos pressupostos processuais e das exceções dilatórias, de Oskar von Büllow, em 1868, iniciou-se a sistematização da relação processual distinta da relação de direito material, abrindo espaço para que o direito processual lograsse autonomia científica.
Assim, Büllow identificou o processo como uma relação jurídica – eis que decorriam para os seus sujeitos direitos e obrigações – distinta da relação jurídica material, tendo em vista que ambas as relações possuíam sujeitos, objeto e pressupostos distintos.
Portanto, os defensores dessa teoria, que se revela majoritária em nosso ordenamento, apontam para o conceito de processo como uma relação intersubjetiva, dinâmica e de direito público, muito embora divirjam a respeito de sua configuração, se triangular – vínculo entre o Estado e as partes e entre autor e réu – ou angular – representada apenas pela relação entre o Estado e as partes.
Essa teoria foi o marco da autonomia do processo ante o conteúdo do direito material, defendendo a existência e o desenvolvimento do processo a relação entre juiz, autor e réu.
Teoria do processo como situação jurídica
Segundo o alemão James Goldschmidt, a única relação jurídica existente seria a de direito material, não havendo direitos processuais, mas meras expectativas de se obter vantagem.
Essa teoria entende não existir relação processual entre as partes e o juiz, mas apenas entre o juiz e o Estado, resultante da função pública do juiz como funcionário do Estado, pois deve cumprir deveres funcionais.
Teoria do processo como instituição
Embora desenvolvida por Jaime Guasp, essa teoria teve seu principal representante na figura de Eduardo J. Couture. Consoante ela, o processo seria uma instituição jurídica.
Essa teoria, contudo, não explica satisfatoriamente a natureza jurídica do processo. O caráter impreciso e elástico do conceito de instituição, por si, já recomenda que se evite tal categoria na revelação do que venha a ser o processo.
Teoria do processo como procedimento em contraditório
De acordo com a doutrina de Elio Fazzalari, o processo seria um procedimento, isto é, uma sequência de normas destinadas a regular determinada conduta, em presença do contraditório.
Essa teoria defende a superação do conceito de relação jurídica, o qual considera incapaz de revelar a natureza jurídica do processo. Para ela, o processo é uma espécie do gênero procedimento. Mais precisamente: o processo é o procedimento que se desenvolve em contraditório. O procedimento poderia ser definido como uma série de atos e uma série de normas que, em conexão entre si, disciplinam tais atos, regendo a sequência de seu desenvolvimento.
Em outras palavras: a participação das partes, assegurada pelo contraditório, somente se faz efetiva porque, com as transformações da relação processual, criam-se para elas diversos direitos, deveres, ônus, sujeições, enfim, diversas situações subjetivas, cujo surgimento é indissociável da noção de relação jurídica.
Teoria do processo como categoria complexa
Esta teoria, destacada por Cândido Rangel Dinamarco, complementaria a de Elio Fazzalari, ao sustentar que o processo é uma entidade complexa, ou seja, o processo seria o procedimento realizado em contraditório e animado pela relação processual.
Por se tratar de uma categoria complexa, o processo seria composto, basicamente, por dois aspectos: o extrínseco, que seria justamente o procedimento realizado em contraditório; e o intrínseco, que, por sua vez, seria a relação jurídica processual estabelecida entre as partes, gerando sucessivamente direitos, deveres, faculdades e ônus.
Contestando a teoria do processo como relação jurídica, Dinamarco sustenta sua falha, na medida em que não explica como o processo poderia ser apenas uma relação processual, sem incluir um procedimento, ou seja, a teoria partiria da errônea percepção de que procedimento e relação jurídica processual não coexistem no conceito e na realidade do processo, apesar de este não poder ser o que realmente é na ausência de um desses elementos.
Não obstante tal teoria seja bem aceita na doutrina, ascríticas remanescentes apontam para a contradição existente em dissociar o processo nos planos interno e externo, pois todo instituto ou entidade deve ser concebido como uma unidade.
RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL - Büllow demonstrou a distinção entre relação jurídica processual e material. Elas se distinguem pelos seus sujeitos, pelo seu objeto e pelos seus pressupostos. O autor exerceu o direito de ação, pedindo ao juiz a tutela jurisdicional, que este irá outorgar ou não. Mas o juiz não pode decidir sem ouvir o réu. Ao direito de ação, do autor, corresponde o direito do réu de defender-se, ou, pelo menos, de influir na decisão a ser proferida.
TODO INSTITUTO OU ENTIDADE DEVE SER CONCEBIDO COMO UMA UNIDADE - Nesse sentido, Afrânio Silva Jardim: “parecenos artificial a afirmação de que o processo é um conjunto de atos sob o aspecto externo e uma relação jurídica sob o aspecto intrínseco. Os objetos, sejam os materiais, sejam os ideais, hão de ter uma única ontologia, uma essência própria, não podendo ser duas ou mais coisas segundo o prisma que venham a ser considerados”. JARDIM, Afrânio Silva. Direito processual penal. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1991, p. 53.
Classificação dos processos
O processo, como meio de prestar tutela jurisdicional, não comporta nenhuma divisão. No entanto, de acordo com seu objetivo, podemos classificálo em:
Processo de conhecimento
Diz-se processo de conhecimento porque é o meio através do qual as partes levam suas teses ao “conhecimento” do juiz, buscam sua comprovação e, assim, uma decisão favorável. Caracteriza-se pela atividade de cognição do juiz.
Também é chamado declaratório em sentido amplo, porque o objeto é “declarar quem tem razão”, ou melhor, o objeto é a pretensão ao provimento declaratório, que é a sentença de mérito.
Em outras palavras, é o ato em que se expressa a norma jurídica concreta disciplinadora da situação submetida ao órgão jurisdicional.
Processo de execução
Processo de execução é aquele que permite a realização prática do direito no mundo dos fatos, sendo utilizado sempre que se quer dar um efeito concreto, mesmo contra a vontade do devedor, a um título extrajudicial (documento considerado por lei como tradutor de um acertamento de direito inter partes, ao qual é atribuído eficácia executiva).
O processo de execução tem como resultado específico um provimento satisfatório do direito do credor. Tratase, portanto, de uma execução forçada, por meio de atos próprios, da prestação devida.
Atenção
Não custa lembrar que antes do CPC de 2015 nós tínhamos ainda uma terceira espécie, a saber, o processo cautelar. O novo CPC extinguiu essa categoria autônoma. Agora, as providências cautelares são tratadas na Parte Geral do Código, nos arts. 305 a 310.
Classificação das sentenças proferidas nos processos
Conforme a sentença proferida, o processo de conhecimento pode ser classificado como a seguir:
CORRENTE TERNÁRIA
 Declaratório: visa à declaração da existência ou inexistência de determinada relação jurídica ou da autenticidade ou falsidade de documento, os quais, uma vez obtidos, exaurem o provimento jurisdicional invocado. Fundamentase no fato de que a incerteza jurídica gera um conflito atual ou perigo de conflito cuja eliminação é escopo da jurisdição.
 Constitutivo: o provimento judicial cria, modifica ou extingue uma relação jurídica, causando inovação na situação jurídica da pessoa ou da coisa.
 Condenatório: pretende a condenação do réu à determinada prestação proveniente de um direito anteriormente violado, possibilitando o acesso à execução forçada caso a obrigação não seja cumprida espontaneamente pelo devedor.
Comentário
Alguns autores subdividem a ação declaratória em positiva e negativa (declara a existência ou reconhece a inexistência de uma relação jurídica). A mesma classificação pode ser aplicada à sentença constitutiva (positiva ou negativa, também chamada desconstitutiva).
Imagine o caso, por exemplo, do homem que vai a juízo propor ação negatória de paternidade, ou seja, embora ele conste na certidão de nascimento da criança como pai, descobre, posteriormente, por exame de DNA, que não é ele o pai biológico.
CORRENTE QUINÁRIA
Além das classificações que vimos anteriormente, a corrente quinária inclui mais duas:
 Mandamental: caracterizase por dirigir uma ordem, um comando ao réu que, atuando sobre sua vontade, obrigao a cumprir a sentença. É o que verificamos na execução das obrigações de fazer, não fazer ou desfazer.
 Executivo lato sensu: modalidade cuja sentença apresenta características cognitivas e executórias, dispensando posteriores etapas ou fases executivas. Como exemplo de sentença executiva lato sensu, podemos citar a ação de despejo e a ação possessória.
Características da relação processual
Você sabe quais são as características da relação processuais? Vamos elencá-las a seguir:
 Autonomia: a relação jurídica de direito processual é distinta da relação de direito material, já que esta constitui a matéria em debate, e aquela, a relação na qual esta se contém.
 Natureza pública: constitui meio pelo qual o juiz, representando o Estado, exerce uma função pública – a jurisdicional – em relação à qual as partes têm de se sujeitar.
 Complexidade: dela decorre para os sujeitos do processo, à medida que os atos que compõem o procedimento vão sendo praticados, uma série de situações jurídicas (direitos, poderes, faculdades, sujeições, ônus), sendo natural que a parte que ora assume uma posição de vantagem (p. ex.: faculdade), outras vezes seja colocada pela lei diante de uma posição de desvantagem (p. ex.: dever).
 Progressividade (dinamismo): é uma relação dinâmica, em constante movimento, resultante das diversas posições jurídicas formadas por um procedimento, diferenciando-se, nesse ponto, da relação jurídica de direito material, que é estática.
 Unidade: apesar de sua complexidade, os atos praticados são coordenados, formando uma unidade tendente a um objetivo comum, qual seja, a emissão do provimento jurisdicional.
 Caráter tríplice: é formada por três sujeitos, a saber: Estado, autor e réu. Todavia, convém ressaltar novamente que não há consenso na doutrina quanto à configuração triangular da relação jurídica processual, havendo quem defenda uma formação angular – sem contato direto entre autor e réu, que se comprometem exclusivamente perante o Estado (ou Estadojuiz) – ou mesmo a linear – com exclusão da figura do Estado, e de todo inaceitável.
Pressupostos processuais
São os requisitos mínimos necessários para o estabelecimento de uma relação jurídica processual válida e regular (art. 485, IV, do CPC/2015).
Dizem respeito ao processo como um todo ou a determinados atos específicos, divergindo, nesse ponto, das condições para o regular exercício do direito de ação, que não dizem respeito ao meio, e sim à possibilidade de atingir o fim do processo – o exercício da jurisdição.
Presentes esses requisitos, a relação processual é considerada viável; caso contrário, teremos a extinção do processo sem julgamento do mérito.
Não há consenso na doutrina quanto à classificação dos pressupostos processuais, podendose destacar duas:
I – Pela doutrina clássica;
II – Pela divisão dos pressupostos em subjetivos e objetivos.
Objeto da cognição: as questões do processo
São objeto do conhecimento do juiz todos os pontos de fato e de direito (cada qual com sua consequência processual) que possam influir na admissibilidade e no conteúdo do julgamento do mérito. Uma vez apreciados, o juiz decide se profere uma sentença de mérito de procedência ou improcedência, ou se extingue o processo sem resolução do mérito.
PONTO DE FATO E DE DIREITO - Tanto a pretensão do autor como a defesa fundamse em pontos (razões) que também servirão como motivos da decisão judicial. Quando, eventualmente, surja dúvida ou impugnação sobre um ponto (razão), este se transforma em questão, a exigir solução judicial. MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz. Manual do processo de conhecimento. 5. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006, p.159.
As questões processuais são assim classificadas:
Questões Prévias - são aquelas que antecedem o exame do mérito, ou seja, devem ser examinadas pelo magistrado antes de enfrentar o mérito.
Questão Principal – é o mérito da causa, ou seja, a razão que motivou o jurisdicionado a recorrer ao Poder Judiciário. Em outras palavras, é a projeção da pretensão do autor na esfera jurisdicional.
Atividade proposta
A partir do que estudamos até aqui, você conseguiria responder a questão a seguir?
Que espécies de medidas pode o magistrado determinar a fim de garantir o cumprimento de uma ordem judicial?
Gabarito
o art. 139 do CPC/2015, no inciso IV, possibilita ao magistrado determinar "todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial".
O novo CPC permite, assim, que o magistrado, independentemente de provocação da parte interessada, tome providências concretas no sentido de fazer valer o que foi decidido. Tais medidas podem ser:
a) indutivas: são uma novidade em relação ao CPC de 1973. Não está ainda muito clara a distinção entre medidas indutivas e coercitivas. Poderíamos ter, aqui, uma medida a ser aplicada nos casos de contempt of court, ou seja, uma sanção nos casos de descumprimento de decisão judicial. Por outro lado, também seria possível conceber tais medidas como viabilizadoras de uma tutela que recaia sobre obrigação pecuniária, como é o caso da multa de dez por cento a ser acrescida às obrigações pecuniárias não adimplidas, na forma do art. 523 do CPC/2015.
b) coercitivas: são as que impõem sanção, com o objetivo de constranger o devedor ao cumprimento da obrigação. É o caso da multa imposta nas obrigações de fazer e de entrega de coisa.
c) mandamentais: são as que determinam obrigação de fazer, não fazer ou desfazer. Podem ser reforçadas pelas medidas de apoio, ou ainda viabilizadas por meio do resultado prático equivalente. Alternativamente, pode também o magistrado determinar o cumprimento por terceiro às expensas do devedor.
d) sub-rogatórias: são as que visam ao cumprimento da obrigação, independentemente da vontade do devedor, e normalmente nos casos em que há inadimplemento qualificado pelo descumprimento à ordem judicial. É o caso da penhora física ou eletrônica dos bens que vão, após a avaliação e expropriação, servir para a satisfação do credor.
Nesta aula, você:
· Compreendemos o conceito de processo e sua natureza jurídica;
· Identificamos quais são os pressupostos necessários à constituição do processo;
· Examinamos as questões processuais, diferenciando suas modalidades: questões prévias e questão principal;
· Distinguimos as questões prévias preliminares das questões prévias prejudiciais.
TESTE DE CONHECIMENTO
		1 - De acordo com a Lei n. 9.307/96, assinale a alternativa INCORRETA em relação às características do compromisso arbitral.
	
	
	
	O extrajudicial pode ser celebrado por instrumento público ou particular.
	
	
	É uma forma de arbitragem que pode se constituir através de um contrato autônomo.
	
	
	Pode ser judicial ou extrajudicial.
	
	
	O judicial só pode ser celebrado após o trânsito em julgado da demanda.
	
	
	É sempre instaurado quando já há um litígio pendente.
	Explicação: 
 O compromisso arbitral é a convenção por meio da qual as partes submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial ou extrajudicial. O compromisso arbitral judicial celebrar-se-á por termo nos autos, perante o juízo ou tribunal, onde tem curso a demanda. O compromisso arbitral extrajudicial será celebrado por escrito particular, assinado por duas testemunhas, ou por instrumento público (art. 9º, Lei 9.307/96). Percebe-se que, diferentemente da cláusula arbitral, o compromisso surge quando já há um litígio pendente, podendo ser instituído, inclusive, nos próprios autos do processo em que as partes litigam.
A cláusula compromissória é anterior ao surgimento do conflito entre as partes, que diligentes, já pactuaram sobre a adoção da arbitragem para a solução de eventuais litígios. Essa forma de arbitragem pode contar de uma cláusula de um contrato entre as partes sobre outro objeto ou constituir um contrato autônomo.
		2 - (TRT 11ª 2012 - FCC ) - Sobre jurisdição, é correto afirmar:
	
	
	
	A expropriação é medida adequada à consecução dos objetivos da atividade jurisdicional voluntária.
	
	
	A função jurisdicional contenciosa é delegável.
	
	
	No Brasil existe uma justiça especializada para julgar as causas de interesse do Estado.
	
	
	O fracionamento em órgãos jurisdicionais implica dualidade de jurisdição.
	
	
	Nos procedimentos não contenciosos, há função jurisdicional apenas sob um ponto de vista estritamente formal.
	Explicação: 
Na jurisdição voluntária não há lide, mas somente administração pública de interesses privados. É uma das funções do Estado, confiada ao Poder Judiciário, em virtude da idoneidade, responsabilidade e independência dos juízes perante a sociedade, visando evitar litígios futuros, ou irregularidades e deficiências na formação do ato ou negócio jurídico.
Nesse mesmo entendimento, a lição de Ernani Fidéli aborda que na jurisdição voluntária, o magistrado não atua para solucionar o conflito, nem para efetivar direito, nem para acautelar outro processo. Ele apenas integra-se ao negócio jurídico ou ao ato de interesse dos particulares, para verificação de sua conveniência ou de sua validade formal, quando devidamente exigida sua participação. Não ocorrendo litígio nem execução, consequentemente, não pode haver processo no sentido jurídico, ocorrendo assim, simples procedimento que permite ao juiz, na sua função integrativo-administrativa, avaliar a conveniência do ato, ou sua validade formal.
Para Chiovenda a jurisdição voluntária é uma forma especial de atividade do Estado, exercitada em parte pelos órgãos judiciários, em parte pelos administrativos, e pertencente à função administrativa, embora distinta da massa dos atos administrativos, por certos caracteres particulares.
Segundo Cândido Dinamarco a jurisdição voluntária é a atividade jurisdicional destinada a pacificar pessoas mediante a tutela a uma delas ou a ambas, em casos de conflitos postos diante do juiz sem confronto entre possíveis direitos de uma ou de outra. Aborda como características: é atividade jurisdicional e não administrativa, destina-se à tutela de pessoas em casos de conflitos, não consiste em dirimir diretamente conflitos entre ela, consequentemente, não são julgadas pretensões antagônicas e destina-se a dar tutela a uma das partes, previamente determinada, ou a ambas, sem se colocar para o juiz a escolha entre tutelar uma delas ou a outra.
		3 - Em relação a Arbitragem, prevista na Lei n. 9.307/96 (Lei de Arbitragem), são formas de convenção de Arbitragem:
	
	
	
	 pelo juízo arbitral e pelo compromisso arbitral.
	
	
	pela cláusula compromissória e pelo compromisso arbitral.
	
	
	juízo arbitral e cláusula compromissória acessória.
	
	
	 pela cláusula compromissória e pelo juízo arbitral.
	
	
	pela cláusula arbitral e pelo juízo arbitral.
	Explicação: 
A convenção de arbitragem é o instrumento pelo qual as partes manifestam a vontade de suprimir o Poder Judiciário da apreciação do mérito de um litígio que envolva direitos patrimoniais disponíveis para entregá-lo ao juízo de um árbitro escolhido por elas. O compromisso arbitral dar-se-á das seguintes formas: pela cláusula compromissória e pelo compromisso arbitral.
No direito brasileiro, convenção de arbitragem é um gênero de negócio jurídico do qual são espécies a cláusula compromissória e o compromisso arbitrall, de acordo com o artigo 3º da Lei de Arbitragem: "As partes interessadas podem submeter a solução de seus litígios ao juízo arbitral mediante convenção de arbitragem, assim entendida a cláusula compromissória e o compromisso arbitral". A cláusula compromissária é instituída previamente entre as partes estabelecendo como competente o juízo arbitral. em não havendo cláusula compromissáriae uma vez protocolada por uma das partes a reclamação em Câmara de Arbitragem, comparecendo a outra parte à audiência para tentativa de conciliação e restando esta frustrada, o conciliador orientará as partes a firmar o compromisso arbitral pelo qual submetem, a posteriori, sua demanda ao juízo arbitral.
Com o novo Código de Processo Civil, a convenção de arbirtragem só levará à extinção do processo se o réu, em contestação, arguir a preliminar (art. 337, X, e §§ 5º e 6º).
		4 - (TRT 11ª 2012 - FCC ) - Sobre jurisdição, é correto afirmar:
	
	
	
	A expropriação é medida adequada à consecução dos objetivos da atividade jurisdicional voluntária.
	
	
	A função jurisdicional contenciosa é delegável.
	
	
	Nos procedimentos não contenciosos, há função jurisdicional apenas sob um ponto de vista estritamente formal.
	
	
	No Brasil existe uma justiça especializada para julgar as causas de interesse do Estado.
	
	
	O fracionamento em órgãos jurisdicionais implica dualidade de jurisdição.
	Explicação: 
José Frederico Marques trata de jurisdição voluntária da seguinte forma: ¿é atividade resultante de negócio jurídico que se exige um ato do Estado, para que o negócio se realize ou complete¿.
Acrescenta que, como função, ela tem natureza administrativa, do ponto de vista material, e é ato judiciário, do ponto de vista subjetivo ou orgânico; em relação às suas finalidades, é função preventiva e também constitutiva.
Na jurisdição voluntária não há lide, mas somente administração pública de interesses privados. É uma das funções do Estado, confiada ao Poder Judiciário, em virtude da idoneidade, responsabilidade e independência dos juízes perante a sociedade, visando evitar litígios futuros, ou irregularidades e deficiências na formação do ato ou negócio jurídico.
		5 - "A" adquiriu de "B" a obra "Primavera em Itália" de Issak Levitan, pintor realista russo. O quadro foi entregue ao comprador após o pagamento da primeira parcela. Ocorre que, a segunda parcela não foi adimplida, o que fez com que "B" ingressasse em juízo com ação de cobrança. Ainda antes da citação do réu, a parte desistiu da ação proposta. Dois meses depois de proferida a sentença, que extinguiu o processo, arrependida, ingressou novamente com a mesma ação. Com base na hipótese apresentada, o julgador deverá: 
	
	
	
	A) promover a conexão e encaminhar os autos ao juízo anterior, pois há vinculo entre as ações propostas pela parte; 
	
	
	d) julgar novamente extinto o processo, desta vez pela ocorrência de litispendência
	
	
	e)nda
	
	
	C) promover o andamento do processo, pois não há caracterização de litispendência e nem de coisa julgada, pois a parte havia renunciado ao direito 
	
	
	B) julgar novamente extinto o processo, desta vez pela ocorrência de coisa julgada; 
	Explicação: 
Não se configurou a hipótese da perempção, prevista no art. 486 do CPC
		6 - É CORRETO afirmar que são pressupostos processuais de existência:
	
	
	
	jurisdição, partes e demanda;
	
	
	a capacidade de estar em juízo e a capacidade postulatória;
	
	
	demanda e legitimidade de partes.
	
	
	somente a jurisdição e a presença de partes;
		7 - (VUNESP/OAB/ 2007/adaptada) - Os procedimentos de interdição e de separação consensual são exemplos de:
	
	
	
	 jurisdição contenciosa.
	
	
	ação ordinária.
	
	
	decisão interlocutória.
	
	
	ação sumária.
	
	
	 jurisdição voluntária.
	Explicação: 
Na jurisdição voluntária não há conflito e, portanto, nem partes e sim um procedimento que envolve os interessados e que se encerra com sentença homologatória.
A doutrina posiciona que a jurisdição voluntária como função estatal, ela tem natureza administrativa e sob aspecto material é ato jurisdicional, no plano subjetivo orgânico. Em relação às suas finalidades é função preventiva e constitutiva.
Acerca do caráter administrativo da jurisdição voluntária, a doutrina fala de uma ¿zona fronteiriça¿ entre a função jurisdicional e a administrativa. Segundo a qual a jurisdição voluntária é substancialmente administrativa, mas subjetivamente exercida por órgãos jurisdicionais. Piero Calamamdrei (Direito Processual Civil, São Paulo: Bookseller) afirmou nesse sentido que a designação tradicional de Jurisdição é um equívoco, pois ela sugere a formação de um  litígio que se compõe com a intervenção Estatal, e o fato de ser voluntário refere-se a um atributo de distinção da jurisdição contenciosa.
Não havendo litígio não se fala de partes, e do mesmo modo, de contestação. Na jurisdição voluntária têm-se interessados e a citação dá oportunidade manifestação de um dos interessados em 10 dias. Não havendo litígio nem um processo contencioso, não se admite nessa manifestação ou resposta a notificação reconvenção, embora, possa incidir efeito da revelia.
Nesta forma de procedimentalidade processam-se os pedidos de: emancipação, sub-rogação, alienação, interditos, alienação, locação e administração de coisa comum, alienação de quinhão de coisa comum, extinção de usufruto, separação consensual etc.
		8 - (VUNESP/OAB/ 2007/adaptada) - Os procedimentos de interdição e de separação consensual são exemplos de:
	
	
	
	 jurisdição contenciosa.
	
	
	ação ordinária.
	
	
	decisão interlocutória.
	
	
	ação sumária.
	
	
	 jurisdição voluntária.
	Explicação: 
Na jurisdição voluntária não há conflito e, portanto, nem partes e sim um procedimento que envolve os interessados e que se encerra com sentença homologatória.
A doutrina posiciona que a jurisdição voluntária como função estatal, ela tem natureza administrativa e sob aspecto material é ato jurisdicional, no plano subjetivo orgânico. Em relação às suas finalidades é função preventiva e constitutiva.
Acerca do caráter administrativo da jurisdição voluntária, a doutrina fala de uma ¿zona fronteiriça¿ entre a função jurisdicional e a administrativa. Segundo a qual a jurisdição voluntária é substancialmente administrativa, mas subjetivamente exercida por órgãos jurisdicionais. Piero Calamamdrei (Direito Processual Civil, São Paulo: Bookseller) afirmou nesse sentido que a designação tradicional de Jurisdição é um equívoco, pois ela sugere a formação de um  litígio que se compõe com a intervenção Estatal, e o fato de ser voluntário refere-se a um atributo de distinção da jurisdição contenciosa.
Não havendo litígio não se fala de partes, e do mesmo modo, de contestação. Na jurisdição voluntária têm-se interessados e a citação dá oportunidade manifestação de um dos interessados em 10 dias. Não havendo litígio nem um processo contencioso, não se admite nessa manifestação ou resposta a notificação reconvenção, embora, possa incidir efeito da revelia.
Nesta forma de procedimentalidade processam-se os pedidos de: emancipação, sub-rogação, alienação, interditos, alienação, locação e administração de coisa comum, alienação de quinhão de coisa comum, extinção de usufruto, separação consensual etc.
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