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RESUMO ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA (4)

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COLÉGIO ESTADUAL PROTÁSIO ALVES
Curso Técnico em Administração
Administração Financeira
PARTE I – FINANÇAS CORPORATIVAS
1. INTRODUÇÃO
Finanças são aplicações de uma série de princípios econômicos e financeiros para maximizar a riqueza, o valor total de um negócio. Mais especificamente, ao usar o valor presente líquido (fluxo de caixa futuro, descontado o valor presente menos os custos originais) para medir a rentabilidade, uma empresa maximiza a riqueza investindo em projetos e adquirindo ativos cujos retornos combinados produzem os lucros mais altos possíveis com os menores riscos. A área de Finanças é em parte ciência e em parte arte, A análise financeira fornece os meios de tomar decisões de investimentos flexíveis e corretas no momento apropriado e mais vantajoso. Em resumo, a administração financeira é a área responsável pela administração dos recursos financeiros da empresa, proporcionando a condições que garantam sua rentabilidade e liquidez.
O conhecimento de finanças não deve se restringir aos tesoureiros, controladores, planejadores financeiros. Em qualquer empresa, se contadores, estatísticos e profissionais marketing possuírem uma avaliação e um entendimento dos princípios de finanças, poderão participar mais efetivamente do processo decisório. Diferentes departamentos devem participar da finalização dos planos elaborados pela área financeira.
A incerteza e o risco são aspectos que devem ser considerados no processo de decisão sobre investimentos. Quando uma empresa toma a decisão de investir, automaticamente tenta compor a melhor carteira de ativos. Isso significa aproveitar os ativos de melhor retorno das maneiras mais eficiente, a fim de que rendam os retornos mais rápidos com os menores riscos no futuro. Além do mais, a empresa deve preocupar-se com a maneira pela qual produz fundos internos e externos, já que uma quantidade muito grande de ações em poder do público causa a diluição do lucro por ação, e níveis altos de endividamento podem aumentar o risco financeiro e afetar a capacidade da empresa de saldar as dívidas. A utilização adequada desses fatores, porém, pode produzir um maior valor total para a empresa. Por conseguinte, é importante que os administradores financeiros adotem uma política de financiamento balanceada, de forma que os investidores tenham segurança de que seus fundos investidos são administrados e resguardados.
A meta principal de um gestor financeiro é maximizar a riqueza dos acionistas ou sócios. A maximização dos lucros é uma meta de curto prazo que não se remete, ela própria, a alguns fatores-chave, um dos quais é um nível aceitável de risco. O objetivo de maximizar a riqueza pode conflitar com o propósito de otimizar o lucro no curto prazo, mas a maximização da riqueza deve ser sempre a consideração básica. Ao tentar atingir essa meta, devemos aplicar o princípio do balanceamento entre risco e retorno.
2. FATORES ECONÔMICOS
Fatores Microeconômicos – os administradores financeiros trabalham bem quando entendem como reagir eficazmente às mudanças na oferta, na demanda e nos preços (micro fatores relacionados à empresa) e também aos fatores econômicos mais gerais e abrangentes (macro fatores). Ao aprender a lidar com esses fatores, o gestor financeiro, obtém ferramentas importantes para a elaboração de um planejamento financeiro eficaz.
Fatores Macroeconômicos – as decisões pessoais são influenciadas pelas mudanças nas condições econômicas. As pessoas desenvolvem uma compreensão do ambiente econômico pela leitura de jornais, revistas, como também, acompanhando as notícias através da mídia eletrônica. As mudanças das forças (macro) econômicas externas, tais como o aumento ou declínio da atividade comercial e/ou industrial e as alterações na legislação tributária, influenciam as decisões tomadas por uma empresa.
O Momento das Decisões Econômicas – os administradores financeiros devem ter certeza de que suas decisões de investir ou não, aumentar o capital ou não, sejam justificáveis. Para procederem assim, devem avaliar a tendência das taxas de juros, a taxa de inflação antecipada, o comportamento dos preços das ações, as mudanças esperadas em todas as atividades comerciais e industriais, a situação dos mercados financeiros e até mesmo a tendência das taxas de juros internacionais. A determinação adequada da ocorrência desses fatores reduz a volatilidade e a incerteza dos lucros futuros.
3. A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE
Administradores financeiros empregam os Contadores para preparar os demonstrativos financeiros que fornecem informações sobre a lucratividade (Demonstrativo de Resultado do Exercício - DRE) e sobre a posição financeira da empresa (Balanço Patrimonial - BP). Já o Demonstrativo do Fluxo de Caixa (DFC) é um relatório que fornece uma análise detalhada da maneira como o caixa foi gerado e indica como foi utilizado na condução de cada fase de um negócio. Esse demonstrativo fornece também, outra ferramenta importante para os Gestores que procuram controlar e entender os fatores externos e as políticas internas que influenciam os fluxos de caixa da empresa. Os demonstrativos financeiros auxiliam os gestores a tomar decisões envolvendo o melhor uso do caixa, a realização de operações eficientes, a melhor alocação de fundos entre os ativos e o financiamento eficaz de operações e de investimentos. Para interpretar os demonstrativos financeiros se usam, em parte, índices financeiros, relatórios gerenciais, demonstrativos de fluxos de caixa e orçamentos de caixa.
4. GLOBALIZAÇÃO DA EMPRESA
As decisões de construir fábricas e produzir bens fora do país são motivadas pela mão de obra de baixo custo e a fácil transferência de tecnologia altamente eficiente que propicia vantagens competitivas de preço para operações estrangeiras.
À medida que a demanda doméstica amadurece, a procura de novos mercados leva as empresas a investir e vender no exterior.
5. RESPONSABILIDADE PÚBLICA E ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Benefício e Obrigações para com a Sociedade – a empresas têm obrigações para com a sociedade. Embora procurem meios para serem lucrativas e para conseguirem a maior riqueza possível, os gestores financeiros são obrigados a fazer certas concessões que podem impedi-los de atingir essas metas. Os ônus desses custos recaem de forma desigual sobre as diferentes empresas. Considerações sobre aspectos sociais, morais, ambientais e éticos fazem parte do processo de decisão de investimento e não podem ser ignoradas pelos planejadores financeiros. Algumas delas, principalmente, as grandes empresas, possuem mais recursos para enfrentar esses problemas. E parece lógico que as organizações mais lucrativas e financeiramente mais fortes possam arcar com uma parcela maior desses custos sociais. A redução da poluição, o reforço dos padrões de segurança e a melhoria das condições sanitárias podem reduzir o absenteísmo dos empregados e aumentar a produtividade no trabalho. Assim, uma empresa pode lidar satisfatoriamente com as restrições sociais e legais sem prejudicar criticamente sua capacidade de maximizar o seu ganho.
Benefícios e Obrigações para com a Empresa – os administradores não devem se comprometer em práticas que podem denegrir a imagem da empresa, mas participar, tanto quanto possível, de atividades sociais, demonstrando que estão cientes da importância da comunidade e daqueles que adquirem seus produtos ou serviços. E devem também assegurar que todos os padrões ambientais e legais serão respeitados a fim de que a saúde e a segurança da comunidade e dos trabalhadores serão respeitas.
6. CONCEITO
Assim, podemos definir administração financeira como os esforços despendidos objetivando a formulação de um esquema que seja adequado à maximização dos retornos dos investimentos do proprietário(s) da empresa, ao mesmo tempo em que possa propiciar a manutenção de certo grau de liquidez.
6.1. MÉTODOS PARA ESTIMAR NECESSIDADES
Existem vários métodos para estimar as necessidades financeiras de uma empresa. Embora nenhum deles possa prever as necessidadesfuturas com precisão, um administrador financeiro deve usar algum método para estimar, aproximadamente, com antecedência, o montante de caixa necessário.
(a)	Método da Porcentagem das Vendas – considera que as mudanças nas vendas afetam o montante dos ativos a serem mantidos por uma empresa. Em outras palavras, as vendas e as receitas basicamente determinam quanto de financiamento é exigido para tocar um negócio.
Onde:	A 	= ativos que variam com as vendas;
	ΔS = variação esperada nas vendas previstas no ano;
	L 	= passivos que variam com as vendas;
	r 	= razão entre o lucro líquido após os dividendos e as vendas.
Exemplo:	O índice histórico dos ativos que variam espontaneamente com as vendas é de 70% para a Companhia ABC. O índice para os passivos é de 30%. O aumento esperado nas vendas é de R$ 200.000,00 para o próximo ano. A Companhia, historicamente, tem mantido 3% de suas vendas como lucro líquido após os dividendos. Supondo que as vendas esperadas sejam de R$ 1.000.000,00, preveja o montante de financiamento necessário para o próximo ano.
	A solução: Inserindo a informação na equação, temos:
	Financiamento externo necessário = 70% (200.000,00) – 30% (200.000,00) – 3% (1.000.000,00) =
	= 140.000,00 – 60.000,00 – 30.000,00 = 50.000,00.
Portanto, Cia. ABC precisa conseguir R$ 50.000,00 por meio de financiamento externo se pretende aumentar as vendas em R$ 200.000,00.
(b)	Método de orçamento de caixa – com essa técnica, um analista financeiro compara os recebimentos de caixa futuros com os pagamentos de caixa futuros numa base mensal e determina o excesso ou a falta de caixa mensal. O resultado é um orçamento de caixa por meio do qual o financiamento futuro da empresa pode ser previsto.
Exemplo:
	
Mês
	
Recebimentos
(1)
	
Pagamentos
(2)
	
Fluxo de Caixa Líquido Mensal
(1)-(2)
(3)
	
Saldo Inicial de Caixa
(4)
	
Saldo Final de Caixa
(3)+(4)
(5)
	
Caixa Mínimo
(6)
	
Superávit/
Déficit
(5)+(6)
(7)
	Janeiro
	
	
	
	 
	
	 
	 
	Fevereiro
	
	
	
	 
	
	 
	 
	Março
	
	
	
	 
	
	 
	 
	Abril
	
	
	
	 
	
	 
	 
	Maio
	
	
	
	 
	
	 
	 
	Junho
	
	
	
	 
	
	 
	 
	Julho
	
	
	
	 
	
	 
	 
	Agosto
	
	
	
	 
	
	 
	 
	Setembro
	
	
	
	 
	
	 
	 
	Outubro
	
	
	
	 
	
	 
	 
	Novembro
	
	
	
	 
	
	 
	 
	Dezembro
	
	
	
	 
	
	 
	 
(c) 	Método de Giro de Caixa – consiste em determinar a quantia mínima de caixa necessária pra a empresa manter suas operações, por meio da seguinte equação:
	
Essa equação supõe que não existam variações significativas nos dispêndios operacionais de um período para outro. Os dispêndios operacionais anuais são definidos como as saídas totais de caixa ou dispêndios, como compras de mercadorias e de matérias primas e pagamentos de salários, ordenados, juros e dividendos.
Giro de Caixa é o número de vezes que o caixa da empresa é restabelecido, ou girando, num ano. O giro de caixa é calculado pela seguinte fórmula:
Ou
O ciclo de caixa se refere ao número de dias que transcorrem entre a compra de matérias primas e o recebimento das vendas.
Exemplo:	Suponha que o ciclo de caixa de uma empresa seja de 72 dias. Suponha dispêndios anuais de R$ 600.000. Determine o caixa mínimo necessário para a empresa.
Solução:
	
Para determinar o caixa mínimo necessário, dividimos os dispêndios anuais de R$ 600.000 pelo giro de caixa da empresa.
	
Portanto, a empresa deve manter um saldo mínimo de caixa de R$ 120.000 durante o ano para manter a sua liquidez.
7. ANÁLISE DAS FONTES E DOS USOS DE FUNDOS
Em planejamento e controle financeiro, é essencial entender como os fundos são gerados e onde são usados. A chamada análise das fontes e usos de fundos. Sem um bom entendimento das fontes e dos usos de fundos e das variações que ocorrem nessas fontes e usos, a administração não pode avaliar o que a empresa tem feito ou em que direção ela está indo. Uma análise completa das fontes e dos usos de fundos determinará o grau em que a empresa é dependente de seu próprio capital e de terceiros. Essa análise também fornece uma boa indicação sobre a utilização efetiva dos fundos gerados para a manutenção de caixa suficiente, compra de estoque, expansão de ativos fixos, redução de exigibilidades, pagamentos de dividendos, etc.
	Uma vez que as fontes e os usos de fundos tenham sido determinados, a administração pode decidir se as fontes são ou não confiáveis e quais mudanças devem ser feitas para assegurar futuras entradas de caixa. Ela também pode determinar se os usos de fundos são consistentes com os objetivos da empresa e, caso contrário, quais medidas corretivas podem ser tomadas.
Fontes de Fundos:
a. Diminuição nos ativos, como a venda de ativos;
b. Aumento dos compromissos, como empréstimos;
c. Aumento de capital, reinvestimento de lucros;
	
	Usos de Fundos:
a. Aumento dos ativos - compra de equipamentos;
b. Diminuição dos compromissos - pagamento de dívidas;
c. Diminuição de capital - pagamento de várias despesas e de dividendos.
d. 
8. ANÁLISE DE ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTOS
A análise de investimentos envolve decisões de aplicação de recursos com prazos longos (maiores que um ano), com o objetivo de propiciar retorno adequado aos proprietários desse capital.
Orçamento de capital é um processo que envolve a seleção de projetos de investimento e a quantificação dos recursos a serem empregados e busca responder a questões como:
1. O projeto vai se pagar? 
2. O projeto vai aumentar a riqueza dos acionistas ou vai diminuí-la? 
3. Esta é a melhor alternativa de investimentos? 
O orçamento de capital requer uma estimativa de fluxos de caixa livres que serão obtidos com o projeto de análise. As previsões de investimentos em ativos, de vendas, também de preços, de custos e despesas devem ser elaboradas da forma mais realista a acurada possível.
De qualquer modo, a incerteza em orçamentos de capital é elevada, pois envolve cenários econômicos e políticos de longo prazo.
Os métodos mais comuns de avaliação de projetos de investimento são:
· Payback;
· Payback descontado; 
· Valor presente líquido – VPL; 
· Taxa interna de retorno – TIR;
· Taxa Média de Retorno.
Payback é o período de tempo necessário para que as entradas de caixa do projeto se igualem ao valor a ser investido, ou seja, o tempo de recuperação do investimento realizado.
Se levarmos em consideração que quanto maior o horizonte temporal, maiores são as incertezas, é natural que as empresas procurem diminuir seus riscos optando por projetos que tenham um retorno do capital dentro de um período de tempo razoável.
Payback Descontado é o período de tempo necessário para recuperar o investimento, avaliando-se os fluxos de caixa descontados, ou seja, considerando-se o valor do dinheiro no tempo.
O cálculo do Valor Presente Líquido – VPL, leva em conta o valor do dinheiro no tempo. Portanto, todas as entradas e saídas de caixa são tratadas no tempo presente. O VPL de um investimento é igual ao valor presente do fluxo de caixa líquido do projeto em análise, descontado pelo custo médio ponderado de capital.
Taxa Media de Retorno - O cálculo da taxa média de retorno envolve uma técnica contábil simples que determina a lucratividade de um projeto. Esse método de orçamento de capital talvez seja a técnica mais antiga usada em negócios. A ideia básica é comparar os lucros contábeis líquidos com os custos iniciais de um projeto, adicionando todos os lucros líquidos futuros e dividindo pelo investimento médio.
A Taxa Interna de Retorno – TIR é a taxa “i” que se iguala as entradas de caixa ao valor a ser investido em um projeto. Em outras palavras, é a taxa que iguala o VPL de um projeto a zero.
Um aspecto que deve ser considerado é que a utilização exclusiva da TIR como ferramenta de análise pode levar ao equívoco de se aceitar projetos que não remuneram adequadamente o capital investido, por isso deve ser uma ferramenta complementar à análise.
9. RISCO E INCERTEZA DOS INVESTIMENTOS
Inicialmente é necessário esclarecer a diferença básica entre risco e incerteza no retomo de investimentos. Segundo Oliveira (1982, p.152):
Quando todas as ocorrênciaspossíveis de certa variável encontram-se sujeitas a uma distribuição de probabilidade conhecida através de experiências passadas, ou que pode ser calculada com algum grau de precisão, diz-se que existe risco associado. Quando esta distribuição de probabilidades não pode ser avaliada, diz-se que há incerteza. 
Conforme Sanvicente (1977, p.64): "A incerteza e o risco decorrem, em grande parte, da impossibilidade de prever o futuro com absoluta segurança". 
Assim sendo, existirá risco ou incerteza em situações relacionadas ao futuro. A diferença básica entre uma situação de incerteza e de risco está no fato de que, no risco é possível se estimar a probabilidade de ocorrência, enquanto na incerteza não. Apenas não se tem certeza dos resultados futuros, devido a vários fatores externos à empresa. 
Sobre o risco, Gitman (1997, p.202) resume: "O risco, em seu sentido fundamental, é definido como a possibilidade de um prejuízo financeiro". 
Segundo Sanvicente (1987, p. 90-94), pode-se o risco em econômico e financeiro. Este "está associado à estrutura das fontes de recursos (dos passivos, exigíveis ou não), principalmente em termos de endividamento relativo." Porém o risco tratado neste item será o risco econômico, que está associado à atividade fim da empresa, seu setor de atividade e seu ramo especifico. Sofre influencias da situação econômica nacional e internacional, do desenvolvimento tecnológico, da natureza do produto, das oscilações sazonais, das alterações climáticas, do surgimento e desaparecimento de concorrentes e de produtos complementares ou substitutos. Ocasiona a variabilidade do resultado da empresa.
9.1. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE
Na análise de sensibilidade são feitas estimativas otimistas e pessimistas sobre um grupo de variáveis que tem impacto no retorno do investimento. As variáveis que influenciam o Valor Atual Líquido ou Retorno sobre o investimento, tais como participação de mercado, vendas, custos variáveis e fixos entre outras são estimadas atribuindo diferentes valores e estados da natureza. A análise pode ser feita de forma mais simplificada assumindo independência entre as variáveis, isto é, atribui-se valores diferentes a apenas uma variável e mantém as outras constantes ou de forma mais complexa e real assumindo que são interdependentes.
EXEMPLOS:
Payback Simples:
Basta calcular o acumulado do fluxo de caixa, somando ano a ano a partir do ano 0, e observar a partir de que momento o resultado se torna maior que zero:
	
	Ano zero
	Ano 1
	Ano 2
	Ano 3
	Ano 4
	Fluxo de Caixa
	-100
	-25
	60
	75
	80
	Acumulado
	-100
	-125
	-65
	10
	90
Observe acima que o payback simples (ou tempo de payback simples) é 3, ou seja, o payback ocorre no ano em que o fluxo de caixa acumulado passa a ser positivo. Na prática o payback simples não é muito utilizado porque não leva em consideração uma taxa de juros para correção do dinheiro no tempo, ao contrário do payback descontado explicado a seguir:
Payback Descontado:
Se eu investir 100 hoje e recuperar apenas os mesmos 100 depois de 3 anos, o payback simples teria sido de 3 anos, entretanto é óbvio que o projeto ainda não se pagou, porque nunca é vantajoso trocar um valor hoje, pelo mesmo valor no futuro. Por isso, devemos utilizar o payback descontado, onde se leva em consideração uma taxa de juros para trazer o fluxo de caixa ao valor presente:
	
	Ano 0
	Ano 1
	Ano 2
	Ano 3
	Ano 4
	Fluxo de Caixa
	-100
	-25
	60
	75
	80
	Acumulado
	-100
	-125
	-65
	10
	90
	Valor Presente *
	-100
	-21,74
	45,37
	49,31
	45,74
	Valor Presente Líquido * 
	-100
	-121,74
	-76,37
	-27,06
	18,68
* Taxa de Juros de 15% ao ano 
	Ano
	Fluxo Caixa
	Valor Presente
	VP Fluxo de Caixa
	1
	-25,00
	-25/(1+0,15)
	-21,74
	2
	60,00
	60,00/(1+0,15)2
	45,37
	3
	75,00
	75,00/(1+0,15)3
	49,31
	4
	80,00
	80,00/(1+0,15)4
	45,74
Vemos que o payback simples (baseado no Acumulado do Fluxo de Caixa) ocorre no ano 3, enquanto o payback descontado (baseado no Valor Presente Líquido ou VPL) ocorre no ano 4. Observe que o Acumulado é o somatório do fluxo de caixa e, de forma semelhante, o VPL é o somatório dos valores presentes do fluxo de caixa.
Definição do VPL (Valor Presente Líquido):
Valor Presente Líquido é o somatório dos termos de um Fluxo de Caixa Descontado Quanto maior o VPL, mais lucrativo será o projeto ou novo negócio. O VPL indica qual o lucro em R$ (ou dólares, ...) que o projeto ou novo negócio trará. Entenda a seguir porque não basta somar os retornos e subtrair os investimentos, para saber qual o lucro que um projeto ou novo negócio trará.
Fluxo de Caixa Descontado
Um fluxo de caixa representa os investimentos e retornos previstos em um projeto ou novo negócio. Os valores iniciais negativos correspondem ao período em que os investimentos são maiores que os retornos. Suponha que você tenha estimado o seguinte fluxo de caixa para um novo negócio:
	
	Ano 0
	Ano 1
	Ano 2
	Ano 3
	Ano 4
	Fluxo de Caixa 
	-100
	-100
	100
	100
	100
* Taxa de juros de 20% ao ano
Nesse exemplo, o somatório dos termos (ou Valor Líquido) é 100, ou seja, a soma dos retornos é maior que a soma dos investimentos e o fluxo de caixa parece vantajoso. Entretanto, pelo princípio do valor do dinheiro no tempo sabemos que 100 reais no futuro valem menos do que 100 hoje, mas vale exatamente quanto? Para responder a essa pergunta, basta trazer cada termo a valor presente, utilizando a fórmula P = F/(1 + i)n dos juros compostos:
	
	Ano 0
	Ano 1
	Ano 2
	Ano 3
	Ano 4
	Fluxo de Caixa Descontado* 
	-100
	-83
	69
	58
	48
* Taxa de juros de 20% ao ano
	Ano
	Fluxo Caixa
	Valor Presente
	VP Fluxo de Caixa
	1
	-100,00
	-100,00/(1+0,15)1
	-83,33
	2
	100,00
	100,00/(1+0,15)2
	69,44
	3
	100,00
	100,00/(1+0,15)3
	57,87
	4
	100,00
	100,00/(1+0,15)4
	48,23
Este é conhecido como Fluxo de Caixa Descontado e a soma dos termos é nada mais, nada menos, que o Valor Presente Líquido (ou VPL). Vemos agora que esse fluxo de caixa não é vantajoso, pois o VPL é negativo em -8. No primeiro gráfico vemos que todas as barras tem o mesmo tamanho, enquanto neste gráfico, as 2 barras representando os investimentos acabam sendo maiores que as 3 barras representando os retornos.
Custo de Capital:
A taxa de juros acima, também é chamada de custo de capital, e pode ser interpretada de duas formas:
Taxa de juros na qual você conseguiria captar recursos para financiar o projeto ou novo negócio.
Taxa de rendimento em um investimento de baixo risco, no qual você poderia aplicar o dinheiro ao invés de investir no projeto.
Taxa Interna de Retorno – TIR
Uma companhia está considerando um investimento com fluxos de caixa anuais previstos para os próximos três anos de $ 1.000,00; $ 4.000,00 e $ 5.000,00, respectivamente. O investimento inicial é de $ 7.650,00. Se a taxa mínima de atratividade for de 11% a.a., o projeto é aceitável?
Começamos com uma taxa arbitrária de 10% a.a.
	Ano
	Fluxo Caixa
	Valor Presente
	VP Fluxo de Caixa
	1
	1.000,00
	1.000/(1+0,10)
	909,09
	2
	4.000,00
	4.000/(1+0,10)2
	3.305,79
	3
	5.000,00
	5.000/(1+0,10)3
	3.756,57
	Valor Presente (VP) Total
	7.971,45
O VP do Fluxo de Caixa, $ 7.971,45 é maior que o investimento inicial de $ 7.650,00. Portanto, a taxa de desconto deve ser aumentada para obtermos um VP mais próximo do investimento. Vamos tentar a uma taxa de 12% a.a.
	Ano
	Fluxo Caixa
	Valor Presente
	VP Fluxo de Caixa
	1
	1.000,00
	1.000/(1+0,12)
	892,86
	2
	4.000,00
	4.000/(1+0,12)2
	3.188,78
	3
	5.000,00
	5.000/(1+0,12)3
	3.558,90
	Valor Presente (VP) Total
	7.640,53
A uma taxa de desconto de 12% a.a. torna o VP dos fluxos de caixa futuro quase igual ao investimento inicial de $ 7.650,00. Assim, desde que a taxa de corte seja de 11%¨a.a. e a TIR seja de 12% a.a., o projeto pode ser aceito.
Taxa Média de Retorno – TMR
Suponha que os lucros líquidos para os próximos quatro anos estejam calculados em $ 10.000,00; $ 15.00o,00; $ 20.000,00 e $ 30.000,00, respectivamente. Sendo de $ 100.000,00 o investimento inicial. Qual a Taxa Média de Retorno?
1) Lucro líquidoMédio: ($10.000+$15.000+$20.000+$30.000)÷4 anos= $ 18.750,00
2) Investimento Médio: $100.000÷2 = 50.000
3) Divisão do Lucro Médio Líquido de $ 18.750,00 pelo investimento médio de $ 50.000.00 =($ 18.750÷$50.000)x100 = 37,50%
PARTE II – PLANEJAMENTO FINANCEIRO
Com o desenvolvimento industrial e comercial, presenciamos o crescimento de maior número de empresas de médio e grande porte. O homem ou grupo de homens que outrora eram capazes de administrar seus negócios, sem precisar de um sistema de planejamento hoje já se sentem incapazes diante da multiplicidade de problemas. Passa-se então a existir a necessidade de um planejamento financeiro, pois é através dele que alcançarão as suas metas e objetivos. Um planejamento financeiro é um guia para a empresa, permitindo-lhe identificar, em curto ou longo prazo, onde poderá ter garantias de como serão as condições de caixa, bem como os lucros ou prejuízos que poderão advir.
Planejamento financeiro é o processo por meio do qual é calculado quanto de financiamento é necessário para a continuidade das operações de uma empresa, decidindo quando e como a necessidade de fundos será financiada. Sem um procedimento confiável para estimar as necessidades de recursos, a empresa poderá não ter fundos suficientes para pagar os compromissos assumidos, tornando-se inadimplente.
As fontes de financiamento incluem as dívidas de curto e longo prazo, ações ordinárias e preferenciais, como também, os lucros retidos.
Os Planos Financeiros podem ser divididos em Plano Financeiro de Longo Prazo (estratégico) e Plano Financeiro de Curto Prazo (operacional). O plano financeiro de longo prazo são ações planejadas para um futuro distante, acompanhadas das previsões dos reflexos financeiros. Tal plano tende a cobrir um período de dois a dez anos, sendo comum o emprego de plano quinquenal, revistos periodicamente com base em novas informações significativas. O plano financeiro de curto prazo são ações planejadas para um período curto, geralmente de um a dois anos, acompanhadas das previsões dos reflexos financeiros. Já, o Planejamento Integral consiste em vincular todos os planos da administração financeira aos planos de produção e de vendas, bem como às atividades administrativas da empresa.
1. CONTROLES FINANCEIROS
Uma boa gestão financeira garante a saúde da empresa e, porque não dizer também, a do seu proprietário. Mantendo a liquidez, os compromissos assumidos com terceiros são honrados em dia. Além de ampliar os lucros sobre os investimentos. Empresa sã, proprietário são. A manutenção de uma liquidez confortável e seus resultados satisfatórios são frutos de uma série de decisões e atitudes tomadas diariamente. A saúde vai bem graças às várias operações da empresa.
Para cuidar da gestão financeira, o gestor ou o empresário, precisa lidar com números e informações o tempo todo. Se a empresa tem números confiáveis, o gestor financeiro consegue obter informações para a tomada de decisões. As informações financeiras que o gestor precisa para tomar decisões são obtidas por meio de controles financeiros. Então, podemos dizer que a finalidade dos controles financeiros é gerar informações úteis e confiáveis para a tomada de decisão.
1.1 Controle Diário de Caixa
Registra as entradas e saídas do numerário, além de apurar o saldo existente em caixa. A sua principal finalidade é verificar se não existem erros de registros ou desvios de dinheiro. Geram informações importantes para: (a) controlar os valores depositados em bancos; (b) realizar pagamentos em dinheiro; (c) controlar e analisar as despesas pagas e (d) fornecer dados para o Fluxo de Caixa.
	CONTROLE DIÁRIO DE CAIXA
	Mês: Janeiro/201X
	Dia
	Histórico
	Entradas
	Saídas
	Saldo
	2
	Saldo anterior (mês anterior)
	
	
	890,00
	2
	Vendas à vista Notas 352/353/355/359
	650,00
	
	1.540,00
	2
	Recebimento Vendas a Prazo
	1.250,00
	
	2.790,00
	2
	Pagamento Papelaria Delta NF 1356
	
	45,00
	2.745,00
	2
	Pagamento Serv. Manutenção Elétrica.
	
	70,00
	2.675,00
	2
	Pagamento Serv. Contabilidade NF 764
	
	400,00
	2.275,00
	2
	Pagamento Duplicata 232/2 – Fiação Estrela
	
	600,00
	1.675,00
	2
	Pagamento Duplicata 1280 – Ind. Embalagens Beta
	
	380,00
	1.295,00
	2
	Depósito conta-corrente nº xxx, Banco yy
	
	1.250,00
	45,00
	
	SALDO A TRANSPORTAR
	
	
	45,00
1.2 Controle Bancário
É o registro diário da movimentação bancária e do controle existente, ou seja, os depósitos em conta-corrente, bem como os pagamentos realizados por meios bancários e demais valores debitados em conta. Serve para confrontar os registros da empresa com os lançamentos gerados pelo banco; gerar informações sobre os saldos existentes, e se são suficientes para pagar os compromissos em dia.
	CONTROLE DE MOVIMENTO BANCÁRIO
	Mês: Janeiro/201X
	Dia
	Histórico
	Crédito
	Débito
	Saldo
	6
	Saldo anterior 
	
	
	3.360,00
	6
	Recebimento de clientes – boletos 101-105
	1.850,00
	
	5.210,00
	6
	Depósitos em cheques
	1.250,00
	
	6.460,00
	6
	Débito em c/corrente – Fatura CEMIG
	
	600.00
	5.860,00
	6
	Pagamento Fornecedor – cheque nº 2128
	
	1.980,00
	3.880,00
	6
	Débito em c/corrente – Imposto
	
	19,00
	3.861,00
	6
	Pagamento INSS e FGTS ref. Dezembro
	
	2.040,00
	1.821,00
	6
	Débito em c/corrente – Parcela de Empréstimo
	
	1.200,00
	621,00
	
	SALDO A TRANSPORTAR
	
	
	621,00
1.3 Controle Diário de Venda
Sua principal finalidade é acompanhar as vendas diárias e o total das vendas acumuladas do mês. Através deste instrumento, o gestor financeiro pode tomar as providências necessárias para que as metas de vendas sejam alcançadas.
	Empresa:
	Mês: Janeiro/201X
	CONTROEL DIÁRIO DE VENDAS
	Dia
	À Vista
	30 Dias
	60 Dias
	90 Dias
	+ de 90 Dias
	TOTAL
	1
	0,00
	0,00
	0,00
	0,00
	0,00
	0,00
	2
	650,00
	400,00
	400,00
	120,00
	
	1.570,00
	2
	250,00
	450,00
	450,00
	80,00
	
	1.230,00
	2
	540,00
	850,00
	940,00
	
	
	2.330,00
	...
	
	
	
	
	
	
	...
	
	
	
	
	
	
	31
	1.440,00
	1.700,00
	1.79-0,00
	200,00
	
	
1.4 Controle das Contas a Receber
Tem como finalidade controlar os valores a receber, proveniente das vendas a prazo. Deve ser organizado para fornecer informações sobre o total a receber de clientes; estimar os valores a receber que entrarão no caixa da empresa, por períodos de vencimentos; conhecer o montante das contas já vencidas e os respectivos períodos de atraso, bem como tomar providências para a cobrança e o recebimento dos valores atrasados; fornecer informações sobre os clientes que pagam em dia e, também, para a elaboração do fluxo de caixa.
	CONTROLE DAS CONTAS A RECEBER
	Mês/Ano: Janeiro/201X
	Controle por Data de Vencimento
	Recebimento
	Vencimento
	Cliente
	Descrição
	R$
	Data
	R$
	5
	Maria Moreira
	Cheque 386-A Banco Bradesco S.A.
	370,00
	5
	370,00
	7
	Ângela Nogueira
	Cheque 4720 Banco Itaú S.A.
	320,00
	7
	320,00
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	TOTAL
	
	
2. ADMINISTRAÇÃO DE ATIVOS
2.1. CICLO FINANCEIRO OU CONVERSÃO DE CAIXA
Para Ramos (2008), o ciclo financeiro ou conversão de caixa, começa com o pagamento do produto/matéria prima, que será revendida ou transformada em produto acabado, e termina com o recebimento do pagamento desse produto. Gitman (2004) demonstra que a conversão de caixa está dentro do ciclo operacional, que começa com a entrada da matéria prima no estoque e que envolve basicamente duas categorias de ativos, o ESTOQUE e o CONTAS A RECEBER.
2.2.	ESTOQUES
Para Gitman (2004), a administração de estoque tem como objetivo o giro mais rápido possível, sem perder vendas por falta de estoque. A técnica de controle ABC, é uma das mais usadas por gestores. O grupo A inclui os 
produtos com maiores valores, o grupo B os de valores médios e por fim o grupo C, que abriga um grande número de itens com valores relativamente pequenos. Outra técnica muito difundida é o just-in-time, em que a matéria prima para a fabricação só chega à empresa no momento da produção ou até mesmo com o processo em andamento, o objetivo disso é minimizar o investimento em estoque.
A gestão de estoque consiste em evitaro excesso ou a falta de suprimentos para a produção e venda, bem como evitar os extravios de produtos ou mercadorias.
O excesso e estoques acarretam diversos problemas para a empresa, em termos de custos (maiores espaços, seguros, cuidados, etc.), quando de perdas financeiras (dinheiro parado). Por outro lado, a insuficiência representa problemas para o processo produtivo (paradas de produção, aumento do tempo de produção, queda de produtividade) e problemas de venda (redução de vendas, insatisfação de clientes) reduzindo a lucratividade da empresa. Embora a gestão de estoque seja uma tarefa bastante trabalhosa, tanto pela variedade de itens comercializados, como ocorre nas empresas varejistas, quanto pela quantidade de informações necessárias à gestão. Alguns controles e procedimentos simples facilitam essa gestão: (i) controle físico e financeiro do estoque; (ii) política de compras; (iii) análise comparativa – estoque atual versus estoque desejado; (iv) análise comparativa – estoque atual versus valores a pagar a fornecedores; (v) custo econômico dos estoques excedentes; (vi) armazenagem e arrumação adequada dos itens estocados; (vii) para empresas que passam por apertos de caixa e precisam recorrer a bancos para pagar seus compromissos em dia, a situação desejada é que os estoques sejam financiados pelos fornecedores. Quando o valor do estoque é financiado pelos fornecedores, significa que a empresa não precisa e capital de giro para financiar estoques; (viii) se o objetivo da empresa é manter os estoques necessários às suas operações financiadas pelos fornecedores, então, o prazo médio de estocagem deve ser menor ou igual ao prazo médio de pagamentos aos fornecedores.
PRAZO MÉDIO DE RENOVAÇÃO DE ESTOQUES (PMRE)
O Prazo Médio de Renovação de Estoques (PMRE), ou giro de estoques, é o tempo decorrido entre a compra e a venda das mercadorias.
Onde:	CMV = Custo das Mercadorias Vendidas;
	Ei = Estoque inicial do período;
	Co = Compras do período;
	Ef = Estoque no final do período.
Exemplo: Considerando que no final do exercício o estoque seja igual a $ 75 mil e o Custo das Mercadorias Vendidas a $ 1.500 mil, então o PMRE será de:
 = 360 x 0,05 = 18
Ou seja, a renovação do estoque ocorrerá a cada 18 dias, em um ano.
2.3.	CONTAS A RECEBER
Realizar uma gestão eficaz das contas a receber é de fundamental importância para o caixa da empresa. Na gestão de contas a receber, três fatores devem ser considerados: (a) Condições de Crédito – Estão relacionadas à concessão de prazos e aos descontos e podem ser oferecidos para as vendas à vista. É de fundamental importância conhecer os prazos médios de recebimentos para determinar o montante de recursos investidos em contas a receber de clientes (duplicatas, cheques pré-datados, cartões de crédito, etc.); (b) Padrões e Limites de Crédito – Estabelecem as exigências para a concessão de crédito, o perfil da clientela e definem os limites de créditos para cada cliente, visando minimizar os riscos financeiros. (c) Controle das Contas a Receber – Constitui a base de dados que gera diversas informações para a tomada de decisões no que se refere a políticas de vendas e concessão de créditos. Atentar para as causas do aumento do montante de contas a receber (situação real versus Situação ideal projetada). Elas podem ser decorrentes de aumento das vendas (então, a causa não é preocupante). Aumento dos prazos concedidos aos clientes. Inadimplência dos clientes. O aumento do montante de contas a receber aumenta a necessidade de Capital de Giro. Isso pode obrigar a empresa a recorrer a empréstimos bancários, arcar com despesas financeiras e, consequentemente, reduzir o lucro da empresa. As causas da inadimplência devem ser analisadas e avaliadas, principalmente se estão apertando o caixa ou se as perdas estiverem reduzindo os lucros. Verificar se existem falhas nos procedimentos de cadastros e concessões de créditos, certificar se os procedimentos de cobrança são eficientes e avaliar as possibilidades e as vantagens de orientar as vendas para recebimentos por meio de duplicatas, cheques pré-datados, cartões de créditos.
É importante saber qual o prazo médio concedido ao cliente. Essa informação é de fundamental importância ara determinar o montante de recursos que será aplicado em duplicatas a receber, bem como a necessidade de giro para financiar as vendas. É relevante saber controlar os prazos concedidos e os recebimentos a fim de não desiquilibrar a necessidade de capital de giro, bem como não causar problemas de caixa à empresa.
Prazo Médio de Recebimentos de Vendas (PMRV)
Exemplo: Duplicatas a receber $ 1.500.000,00; Vendas mensais $ 6.000.000,00. O PMRV será de:
Ou seja, em um período de 360 dias a empresa receberá em 90 dias.
Quando é concedido o crédito, a preocupação do gestor financeiro deve ser que o valor liberado retorne à empresa, sabendo que sempre existe o risco de não receber. Para diminuir esta margem de risco, faz-se necessário implantar um cadastro de clientes, de forma a permitir o máximo de segurança nas vendas a prazo. O crédito concedido deve estar de acordo com a capacidade de pagamento do cliente. A empresa que não dispensa a devida atenção a uma unidade de cadastro bem estruturada e dinâmica, pode comprometer a continuidade de seus negócios.
2.4.	CAPITAL DE GIRO
Existem dois tipos de investimentos que a empresa recebe quando inicia suas atividades. Um é conhecido como investimento fixo, que serve para a aquisição de máquinas, móveis, prédios, veículos, enfim, para investir em itens do ativo imobilizado. O outro é conhecido como Capital de Giro.
Capital de giro é uma parte do investimento que compõe uma reserva de recursos que serão utilizados para suprir as necessidades financeiras da empresa ao longo do tempo. Esses recursos ficam nos estoques, nas contas a receber, no caixa, no banco, etc. É o conjunto de valores necessários para a empresa fazer seus negócios acontecerem (girar). Existe a expressão "Capital em Giro", que seriam os bens efetivamente em uso.
O estoque de uma empresa é formado e mantido em função das necessidades do mercado consumidor, portanto, ele está sempre sofrendo mudanças de investimentos, seja em tipos de itens ou em quantidades. Quanto maior a necessidade de investimento nos estoques, mais recursos financeiros a empresa deverá ter.
Nas vendas, quanto mais prazo você oferece ao cliente ou quanto maior for a parcela de vendas a prazo no seu faturamento, mais recursos financeiros a empresa deverá ter.
É nos Bancos e no Caixa que fica uma parte dos recursos financeiros disponíveis da empresa, ou seja, aquela que a empresa pode utilizar a qualquer tempo para honrar os seus compromissos diversos.
Dependendo do saldo inicial, das entradas e das saídas, pode ocorrer uma falta ou uma sobra desses recursos em um momento específico, dia ou semana. Para isto não ocorrer, as decisões de compra e venda deve ser tomada com critérios estabelecidos. Sempre que uma decisão for tomada, é necessário que seja feita uma análise sobre a disposição dos recursos financeiros da empresa para isso. Se for tomada uma decisão de compra em excesso ou de dar mais tempo para os clientes nas vendas a prazo, a empresa deverá ter uma quantidade maior de dinheiro (recursos financeiros). Se esse recurso não existe, a entidade vai precisar utilizar recursos emprestados de bancos, de fornecedores ou de outras fontes, o que gerará uma necessidade de pagamentos de juros, diminuindo a margem de lucro do negócio.
Portanto, administrar o capital de giro da empresa significa avaliar o momento atual, as faltas e as sobras de recursos financeiros e os reflexos gerados por decisões tomadas em relação a compras, vendas e à administração do caixa.
Em resumo, Capital de giro (capital circulante ou capital de trabalho) indica a parte do patrimônio que sofre constante movimentação nas empresas, tais como as disponibilidades e os valores realizáveis, diferenciando-se entre estes os créditos, os estoques e os investimentos. São excluídos, portanto,os capitais permanentes (ativo fixo ou imobilizado, investimentos permanentes) e o ativo pendente, que compreende valores contingentes como, por exemplo, despesas do exercício seguinte.
Diferença entre Capital e Patrimônio
Tanto Capital quanto Patrimônio podem, em termos mais amplos, serem considerados sinônimos. Porém é necessário distingui-los, tendo em vista que a expressão capital pode assumir nos termos contábeis todos os significados descritos acima, enquanto o Patrimônio será sempre o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados a uma pessoa.
IMPORTANTE: Não confunda dinheiro com capital. Na Contabilidade, os dois termos são coisas distintas. O capital é formado por dinheiro ou qualquer outro bem (móvel ou imóvel) e até por créditos. Se o capital pertencer aos sócios ou aos proprietários, será chamado de capital próprio, porém, se pertencer a pessoas ou empresas alheias à entidade, será chamado de capital de terceiros. O capital, seja próprio ou alheio, sempre estará investido (aplicado) no Ativo da entidade, podendo estar materializado em dinheiro, estando na conta Caixa ou conta Bancos pertencente à entidade.
Como calcular quanto capital de giro sua empresa precisa? O valor do capital de giro vem de uma conta simples. Vejamos:
Some todas as suas contas a receber mais o valor que tem em estoque. Some também todas as contas a pagar e o valor a pagar em impostos e despesas. Ao diminuir um pelo outro, você terá o valor do capital necessário para fazer sua empresa funcionar em um período de tempo, o capital de giro.
Necessidade de Capital de Giro (NCG): dando fôlego para seu negócio!
Quando uma nova empresa inicia suas atividades, geralmente recebe dois tipos de investimentos. Uma parte deste montante é considerado seu Ativo Fixo e será utilizado para a aquisição das máquinas, equipamentos, móveis, prédios e todos os demais bens que a empresa precisa para iniciar e manter sua operação.
Já a outra parte deste investimento inicial vai compor uma reserva de recursos para ser utilizada conforme as necessidades financeiras da empresa ao longo do tempo. Este valor é chamado Capital de Giro.
Como calcular a Necessidade de Capital de Giro (NCG)
A Necessidade de Capital de Giro (NCG) é o valor mínimo que a empresa precisa ter de dinheiro em seu caixa para garantir que sua operação (compra, produção e venda de produtos ou serviços) não pare por falta de recursos para pagar fornecedores e funcionários.
Para calcular a NGC, o primeiro passo é conhecer bem os Prazos Médios de Pagamento e Recebimento da empresa:
Prazos Médios de Pagamento: é o tempo entre a data da compra e o pagamento efetivo ao fornecedor. Por exemplo, se sua empresa compra matérias-primas e paga seu fornecedor em duas vezes (1+1), seu prazo médio de pagamento vai ser de 50% a vista e 50% em 30 dias;
Prazos Médios de Recebimento: é o tempo entre a venda e o efetivo recebimento do dinheiro. Por exemplo, se sua empresa vende parcelado em 3x sem entrada, seu prazo médio de recebimento vai ser de 33% em 30 dias, 33% em 60 dias e 34% em 90 dias.
NCG = Prazos Médios de Recebimento – Prazos Médios de Pagamento
Ou seja, se os Prazos Médios de Pagamento que a empresa tem com seus fornecedores for maior que os Prazos Médios de Recebimento que dá a seus clientes, provavelmente não terá grandes necessidades de Capital de Giro. É o que chamamos de “empresa financiada pelos clientes”.
Já se a situação for oposta, com os Prazos Médios de Recebimento maiores que os Prazos Médios de Pagamento, então a empresa estará pagando seus fornecedores antes de receber de seus clientes, e precisará então de um maior volume de Capital de Giro, seja ele próprio (aportado pelos sócios e investidores) ou de terceiros (bancos ou outras fontes de financiamento).
Outra forma de calcular a Necessidade de Capital de Giro é analisar os grupos de Ativo e Passivo Circulante no Balanço Patrimonial:
Ativo Circulante: representa os recursos disponíveis a curto prazo (caixa, bancos, aplicações financeiras, contas a receber, estoques etc.);
Passivo Circulante: representa os financiamentos a curto prazo da empresa (fornecedores, contas a pagar, empréstimos etc.). Depois disto, basta realizar a conta:
NCG = Ativo Circulante – Passivo Circulante
A primeira formula que vimos, traz a Necessidade de Capital de Gira da empresa em dias. Já a fórmula acima traz a NCG em Reais (ou unidade monetária utilizada pela sua empresa).
Ambos os cálculos são importantes. O primeiro ajuda a entender qual o tempo médio de dias que a empresa fica com o dinheiro de seus clientes antes de pagar os fornecedores (ou o contrário, quanto tempo fica devendo para os fornecedores antes de receber de seus clientes). Já a segunda fórmula mostra quanto isto representa em termos monetários, ou seja, quanto terá de caixa disponível para aplicações e investimentos (ou o contrário, quanto terá de falta de caixa e precisará tomar empréstimos, consequentemente pagando juros).
Importância da Gestão de Capital de Giro
E não basta apenas calcular a NCG, é preciso analisa-la, levando em consideração não só os resultados, mas também a estratégia geral da empresa:
NCG positivo: a empresa está com superávit de capital de giro, não necessitando recorrer a bancos ou outras fontes de recursos;
1. CGL negativo: a empresa tem um déficit em seu capital de giro, significando que parte de seu capital de giro vem de recursos de terceiros, o que pode levar a despesas com pagamento de juros por este capital e em alguns casos, demonstrar um quadro de risco associado ao negócio.
Mesmo que a empresa tenha uma operação rentável, lucrativa e trabalhe com boas margens de lucro, a administração eficiente do Capital de Giro é fundamental para manter o Fluxo de Caixa da empresa “saudável”.
Portanto, administrar o capital de giro da empresa significa avaliar o momento atual da empresa, se falta ou sobra recurso financeiro e os reflexos gerados por decisões tomadas em relação a compras, vendas. Isto é fundamental para a continuidade e saúde do negócio, principalmente em ramos que trabalham com margens mais baixas e não podem “financiar seus clientes”.
1. Através do saldo das contas no Balanço Patrimonial
NCG = "Valor" das Contas a Receber + Valor em Estoque - Valor das Contas a Pagar.
Exemplo: Contas a Receber: R$ 25.000,00 + Estoques R$ 40.000,00 - Contas a Pagar R$ 35.000,00 = "Necessidade" Capital de Giro: R$ 30.000,00.
2. Através do Ciclo Financeiro (Prazo Médio de Estoques + Prazo Médio de Recebimentos - Prazo Médio de Pagamentos).
NCG = "Ciclo Financeiro x Valor das Vendas por Dia (PM Recebimentos 30 dias + PM Estoques 45 dias - PM Pagamentos 35 dias” = Ciclo Financeiro: 40 dias.
Vendas por dia: R$ 750,00 = "Necessidade" Capital de Giro: R$ 30.000,00 (R$ 750,00 x 40 dias).
A escolha por um dos métodos depende das necessidades do momento. O cálculo, através do ciclo financeiro, possibilita mais facilmente prever a necessidade de capital de giro em função de uma alteração nas políticas de prazos médios, ou no volume de vendas.
FLUXOGRAMA DO CAPITAL DE GIRO
Se o Capital de Giro (CG) está relacionado com as contas financeiras que giram ou movimentam o dia-a-dia de uma empresa, podemos concluir que:
	a) Toda empresa que vende a prazo.
	Precisa de recursos para financiar seus clientes.
	b) Quando a empresa compra a prazo (matéria prima ou mercadoria).
	Significa que os fornecedores financiam parte ou a totalidade do estoque.
	c) Toda empresa que mantém estoque de matéria prima ou mercadoria
	Precisa de recursos para financiar os estoques
	d) Quando a empresa tem prazos para pagar as despesas (impostos, energia, salários e outros gastos).
	Significa que parte ou a totalidade dessas despesas é financiada pelos fornecedores de serviços.
A interpretação do quadro acima determina em quais contas a empresa precisa aplicar recursos e de que contas a empresa obtém recursos para financiar o Capital de Giro.
	APLICAÇÃO EM CAPITAL DE GIRO (I)
	FINANCIAMENTO DE CAPITAL DE GIRO (II)
	Contas a Receberde Clientes.
	Fornecedores de matérias primas e de mercadorias.
	Estoques de matérias primas, de produtos acabados e de mercadorias.
	Impostos a Pagar.
	
	Despesas a pagar (energia, salários, telefone, etc.).
	TOTAL ITEM I
	TOTAL ITEM II
Assim, a Necessidade de Capital de Giro representa a diferença entre o montante de recursos aplicados em capital de giro (I) menos o total dos recursos que a empresa consegue para financiar o Capital de Giro (II).
Exemplo:
A Malharia Alfa é uma confecção de pequeno porte, produzindo diversos artigos para vestuário feminino, mantendo estoques ara pronto atendimento aos clientes. Nos últimos dois anos, para pagar os compromissos em dia, a empresa vem tomando empréstimos bancários. Preocupado com a situação, o gesto financeiro, decidiu levantara Necessidade de Capital de Giro, com base nos controles internos da empresa. Os dados levantados foram:
	MALAHARIA ALFA
	Levantamento da Necessidade de Capital de Giro
	CONTAS DE CAPITAL DE GIRO
	SITUAÇÃO LEVANTADA EM
31/01/201x ($)
	1. Aplicação em Capital de Giro
	
	1.1 Contas a Receber de Clientes
	105.000,00
	1.2. Estoque de Matéria Prima
	15.000,00
	1.3. Estoque de Produtos Acabados
	39.000,00
	TOTAL I
	159.0000,00
	2. Fontes de Financiamento de Capital de Giro
	
	2.1. Fornecedores a Pagar
	42.000,00
	2.2. Impostos a Pagar
	6.000,00
	2.3. Custo e Despesas a Pagar
	10.500,00
	TOTAL II
	58.500,00
	3. Necessidade de Capital de Giro (I-II)
	100.500,00
Na situação levantada, a Malharia Alfa necessita de $ 100.500,00 para pagar seus compromissos em dia.
Fatores que reduzem o Capital de Giro de uma empresa:
a) Compras à vista;
b) Retiradas em excesso;
c) Distribuição de lucros;
d) Imobilizações em excesso;
e) Níveis elevados de estoques;
f) Prazos de vendas longos;
g) Ineficiência do sistema de cobrança.
Fatores que aumentam o Capital de Giro de uma empresa:
a) Lucratividade;
b) Vendas à vista
c) Cobrança eficiente;
d) Venda de imobilizados;
e) Redução de estoques;
f) Maior rotação dos estoques;
g) Aumento dos prazos de compras e redução dos prazos de recebimentos;
h) Aumento do Capital de Giro com recursos próprios.
3. ADMINISTRAÇÃO DE PASSIVOS
Consiste em planejar os pagamentos a serem realizados, de modo a não prejudicar a situação de caixa da empresa, bem como a sua liquidez.
3.1. CONTROLE DAS CONTAS A PAGAR
Ao contrário do que muita gente pensa, o objetivo de controlar as contas a pagar não se resume à tarefa de pagar boletos bancários, fazer depósitos e honrar compromissos com fornecedores. Trata-se, principalmente, de acompanhar as compras e contratos e garantir que todos os pagamentos sejam efetuados corretamente, após a constatação de que são verdadeiros e exatos, ou seja, que se está pagando pelo que realmente foi recebido ou consumido pela empresa.
As principais funções e responsabilidades do responsável pelo contas a pagar incluem: Montar o processo de pagamento antes da data de vencimento; Controlar contratos firmados; Manter o contato com fornecedores internos e externos; Preparar relatórios sobre a posição diária e semanal e Fazer a análise das vantagens financeiras estratégicas em pagar ou postergar determinado compromisso.
Nas pequenas empresas, o responsável por esta atividade costuma ser o gerente financeiro ou o próprio empresário. E ele precisa gerir com atenção todos os compromissos que foram assumidos.
É comum nas empresas, que a mercadoria necessária para as operações serem adquiridas a prazo, sendo indispensável à devida quitação dos compromissos assumidos dentro dos prazos estabelecidos para evitar transtornos nas próximas compras. 
Para organizar todas as contas assumidas de modo que não fique nenhuma no esquecimento, causando transtornos, são elaborados controles que informam os totais a pagar, obedecendo ao seu vencimento, podendo, assim, quando enfrentar dificuldade financeira, estabelecer prioridades e tentar negociar com os outros credores.
Na planilha abaixo podemos ver um formulário bem simples par controle das contas a pagar:
3.2.	CONTROLE DE DESPESAS
Serve para registrar os valores das despesas, acompanhar a sua evolução. Algumas delas necessitam de um controle mais rigoroso, ou até, a tomada de providências urgentes, coo cortar gastos que podem e devem ser eliminados.
	Empresa: Malharia Alfa Ltda.
	CONTROLE MENSAL DE DESPESAS
	Mês/Ano: 02/2010
	Dia
	Salários
	Encargos
Sociais
	Aluguel
	Água
Luz
	Mat. Escritório
	Prest. Serviço
	Gastos Veículos
	Manutenção
	TOTAL
	01
	
	2.040.00
	2.100,00
	600,00
	45,00
	400,00
	300.00
	70,00
	5.555,00
	28
	10.980,00
	
	
	80,00
	
	
	
	
	11.060,00
	Total
	10.980,00
	2.040,00
	2.100,00
	680,00
	45,00
	400,00
	300,00
	70,00
	16.615,00
3.3.	COMPRAS
Nem sempre é possível ter um setor inteiro (ou nem mesmo uma só pessoa) responsável pelas atividades de compras, cotação de material e aprovação. Mas quem quer que cumpra essas etapas na empresa precisa encaminhar uma cópia do pedido de compra para o responsável pelo financeiro. A pessoa responsável pelas contas a pagar, precisa de uma cópia. A última cópia deve ser enviada ao fornecedor. Trata-se, principalmente, de acompanhar as compras e contratos e garantir que todos os pagamentos sejam efetuados corretamente, após a constatação de que são verdadeiros e exatos, ou seja, que se está pagando pelo que realmente foi recebido ou consumido pela empresa.
3.4.	CONTROLE DE ESTOQUES
Em empresas maiores, há o chamado “almoxarifado”. Dificilmente negócios digitais, agências ou empresas de serviços têm esses setores. Mas alguém deve efetuar o recebimento dos materiais, confrontando as notas fiscais com os pedidos de compra ou contratação emitidos.
	Empresa: Malharia Alfa Ltda.
	CONTROLE MENSAL DE DESPESAS
	Mês/Ano: 02/2010
	Produto: Malha Suedine - Algodão
	Fornecedor: Fiação Santana
	Especificação: Largura 1,6m
	Cor: Branca
	Localização no Estoque: Prateleira 04
	Tamanho: 50m
	MOVIMENTAÇÃO DO ESTOQUE
	Data
	Documento Nº
	ENTTRADA
	SAÍDA
	SALDO
	
	
	Qtde.
	$
	Qtde.
	$
	Qtde.
	Preço Médio
	TOTAL
$
	01
	Inventário
	
	
	
	
	175
	8,25
	1.443,75
	02
	Req. 151
	
	
	60
	495,00
	115
	8,25
	948,75
	04
	Req. 158
	
	
	75
	618,72
	40
	8,25
	330,00
	05
	NF 1132
	150
	1.260,00
	
	
	190
	8,37
	1.590,00
	06
	Req. 167
	
	
	60
	502.20
	130
	8,37
	1.087,80
4. FLUXO DE CAIXA
Fluxo de Caixa é um controle adotado pelo administrador financeiro que tem como objetivo básico, a projeção das entradas e saídas de recursos financeiros para determinado período, visando prognosticar a necessidade de captar empréstimos ou aplicar excedentes de caixa nas operações mais rentáveis para a empresa. Para aperfeiçoar os recursos financeiros, a projeção do fluxo de caixa deve ser feita para um período de abrangência que permita ao tesoureiro tomar providencias com antecedência suficiente, principalmente, em casos de necessidade de cobertura de insuficiência de caixa, pois a efetivação de algumas modalidades de financiamento requer meses de planejamento e preparativos. Alguns objetivos que podemos destacar:
· Honrar os compromissos nas datas aprazadas, sem onerar as finanças da empresa com multa e juros. Com o Fluxo de Caixa o AF prevê a falta de recursos; 
· Investir os recursos financeiros disponíveis, evitando que fiquem parados; 
· Saber exatamente quando faltarão recursos para a empresa e antecipar-se; 
· Analisar quais as melhores fontes de recursos para a empresa tais como descontos de duplicata, emissão de novas ações, empréstimos bancários, conta-corrente garantida, como também as melhores taxas do mercado, quais as instituições que oferecem as melhores linhas de crédito; 
· Buscar o perfeito equilíbrio entre Liquidez vs. Rentabilidade; 
· E outros que visem à eficácia financeira empresarial. 
REPRESENTAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
Cabe aqui uma ressalva. Quando nos referimos ao Caixa, destacado acima neste diagrama, estamos nos referindo a toda movimentação financeira da empresa e não à simples movimentação da conta caixa. Os dados que compõem o Caixa são o próprio saldo de caixa, saldo das contasbancárias e aplicações financeiras. Os principais ingressos de recursos são as vendas à vista, recebimentos de vendas a prazo, aumentos de capital social, vendas de itens do ativo imobilizado, receitas de aluguéis, empréstimos, resgates de aplicações financeiras e outras entradas de recursos. Por outro lado, os principais desembolsos são as despesas operacionais da empresa, amortização de empréstimos, pagamentos de tributos, pagamentos de duplicatas, pagamentos de fornecedores, compras de mercadorias à vista, compras em geral à vista e toda a saída de dinheiro. Para visualizar melhor este fluxo de recursos monetários, o diagrama abaixo oferece uma macro visão, possibilitando uma melhor compreensão do que foi dito acima.
REQUISITOS BÁSICOS PARA O PLANEJAMENTO DO FLUXO DE CAIXA 
Deverão ser consideradas todas as oscilações que eventualmente poderão ocorrer e que irão implicar em ajustes dos valores projetados nos orçamentos departamentais. Todos os envolvidos por estas informações deverão ser responsabilizados pelas mesmas. Requisitos para implantação: 
· Apoio da cúpula diretiva da empresa; 
· Organização da estrutura funcional da empresa com definição clara dos níveis de responsabilidade de cada área; 
· Integração dos diversos setores da empresa ao sistema do fluxo de caixa; 
· Definição do sistema de informações, quanto aos tipos de informações, formulários a serem utilizados, calendário de entrega dos dados e os responsáveis pelas informações; 
· Treinamento do pessoal envolvido para implantar o fluxo de caixa na empresa. 
PRAZO DE PLANEJAMENTO DO FLUXO DE CAIXA 
Dependerá do porte e do ramo de atividade da empresa. É importante a empresa trabalhar com um planejamento mínimo de três meses o fluxo de caixa mensal se transformará em semanal e este em diário. 
INFORMAÇÕES QUE COMPÕEM O FLUXO DE CAIXA 
MODÊLO DE FLUXO DE CAIXA 
	ITENS
	Setembro
	Outubro
	Novembro
	Dezembro
	Janeiro
	Fevereiro
	TOTAIS
	1. INGRESSOS
	
	
	
	
	
	
	
	Vendas à Vista
	
	
	
	
	
	
	
	Vendas a Prazo
	
	
	
	
	
	
	
	Venda de Veículos
	
	
	
	
	
	
	
	Aumento de Capital Social
	
	
	
	
	
	
	
	Aluguéis a Receber
	
	
	
	
	
	
	
	Receitas Financeiras
	
	
	
	
	
	
	
	SOMATÓRIO (∑)
	
	
	
	
	
	
	
	2. DESEMBOLSOS
	
	
	
	
	
	
	
	Compras Mercadorias à Vista
	
	
	
	
	
	
	
	Compras Mercadorias a Prazo
	
	
	
	
	
	
	
	Salários
	
	
	
	
	
	
	
	Despesas Administrativas
	
	
	
	
	
	
	
	Despesas com Vendas
	
	
	
	
	
	
	
	Despesas Tributárias
	
	
	
	
	
	
	
	Despesas Financeiras
	
	
	
	
	
	
	
	Aluguéis a Pagar
	
	
	
	
	
	
	
	Compras Material de Consumo
	
	
	
	
	
	
	
	Compra Computador
	
	
	
	
	
	
	
	Arrendamento Mercantil
	
	
	
	
	
	
	
	SOMATÓRIO (∑)
	
	
	
	
	
	
	
	3. Diferença (1 – 2)
	
	
	
	
	
	
	
	4. SALDO INICIAL DE CAIXA 
	
	
	
	
	
	
	
	5. Disponibilidade Acumulada (3 + 4)
	
	
	
	
	
	
	
	6. NÍVEL DESEJADO
	
	
	
	
	
	
	
	7. Empréstimo a captar
	
	
	
	
	
	
	
	8. Aplicação Financeira
	
	
	
	
	
	
	
	9. Amortização Empréstimo
	
	
	
	
	
	
	
	10. Resgate Aplicação Financeira
	
	
	
	
	
	
	
	11. SALDO FINAL CAIXA
	
	
	
	
	
	
	
5. MAGEM DE CONTRIBUIÇÃO E PONTO DE EQUILIBRIO
5.1.	MARGEM DE CONTRIBUIÇÃ
É a quantia em dinheiro que sobra do preço e venda (PV) de um produto, serviço ou mercadoria após o retirar o valor do gasto variável unitário, este composto por custo variável (CV) unitário e despesas variáveis. Tal quantia e que irá garantir a cobertura do custo fixo (CF) e do lucro, após a empresa ter atingido o Ponto de Equilíbrio (PE) ou ponto crítico. Ela, (margem de contribuição) representa uma margem de cada produto vendido, que contribuirá para a empresa cobrir todos seus custos e despesas fixas, chamados de custo de estrutura/suporte. Ela é calculada da seguinte forma:
Onde: MC = Margem de Contribuição;
PV = Preço de Venda;
CMV = Cisto das Mercadorias Vendidas;
DV = Despesas Variáveis.
Exemplo: Uma loja de camisas que vende uma camisa a $ 50,00, cujo custo da mercadoria vendida é $ 30,00 e as despesas variáveis somam $ 5,00, qual será a sua Margem de Contribuição?
MC = PV-CV
MC = 50-35; MC = $ 15,00
A margem de contribuição de cada camisa vendida será de $ 15,00, correspondente a 30%. Logo, 30% do faturamento mensal equivalerão ao montante das despesas fixas. 1
(1) São entendidas como DESPESAS FIXAS, honorários, salários, encargos sociais e trabalhistas, aluguéis, impostos, água, gás, luz, telefone, condomínios, etc. Despesas fixas são aquelas que ocorrem independentemente da empresa estar funcionando ou não. Assim, por exemplo, mesmo que o volume de produção de uma indústria seja igual à zero, ainda assim haverá despesa com custos com aluguel. Por outro lado, determinadas despesas ocorrerão se houver nível de atividade, como por exemplo, comissão sobre vendas. Ela só existe se houver venda, isto é, a atividade de venda. Por isso, é importante dentro de uma empresa, a identificação e separação das despesas em FIXAS e VARIÁVEIS.
5.2.	PONTO DE EQUILÍBRIO
O ponto de equilíbrio equivale ao lucro variável. É a diferença entre o preço de venda unitário do produto e os custos e despesas variáveis por unidade do produto. Isto significa que, em cada unidade vendida, a empresa terá um determinado valor de lucro. Multiplicado pelo total das vendas, teremos a contribuição marginal total do produto para o lucro da empresa. Em outras palavras, Ponto de Equilíbrio significa o faturamento mínimo que a empresa tem que atingir para que não tenha prejuízo, mas que também não estará conquistando lucro neste ponto.
É muito comum encontrarmos empresários que afirmam saber o que significa Ponto de Equilíbrio. Alguns realmente sabem, outros pensam que sabem e têm aqueles que literalmente não fazem a menor ideia do que venha ser Ponto de Equilíbrio. Se soubessem o quão importante é o conhecimento deste indicador para a sobrevivência de um empreendimento, jamais se permitiriam desconhecê-lo. 
Muitas micros empresas e pequenas empresas não conseguem completar um ano de vida, em alguns casos pelo completo desconhecimento do ramo de atividade a que se propuseram, e, na maioria dos casos, por completo descontrole administrativo. O descontrole administrativo é tão grave que às vezes o executivo se ilude pensando que está obtendo lucros em suas operações, mas na verdade, acabam quebrando sem saber o motivo. Por incrível que pareça, acreditam que se as receitas forem iguais às despesas fixas (aluguel do imóvel, salário do pessoal, condomínio, combustível, material de expediente, pró-labore, etc.) estarão pelo menos “tocando o negócio e empatando”, como se diz na gíria, não obtendo, nem lucro, nem prejuízo. A falência é uma questão de tempo.
Ponto de Equilíbrio é um dos indicadores contábeis que informa ao executivo o volume necessário de vendas, no período considerado, para cobrir todas as despesas, fixas e variáveis, se incluído o custo da mercadoria vendida ou do serviço prestado. Este indicador tem por objetivo determinar o nível de produção em termos de quantidade e ou de valor que se traduz pelo equilíbrio entre a totalidade dos custos e Retângulo de cantos arredondados: DIRETORIA das receitas. Para um nível abaixo deste ponto, a empresa estará na zona de prejuízo e acima dele, na zona da lucratividade. É o mínimo que se deve alcançar com receitas para que não amargue com prejuízo.
Conforme se pode observar a figura acima, o Ponto de Equilíbrio é o ponto onde a linha da Receita cruza com a linha do custo total. Para se calcular o Ponto de Equilíbrio, necessário se faz é o conhecimento do conceito de Margem de Contribuição. Para Padoveze (1997, p.257), representa o lucro variável. É a diferença entre o preço de venda unitário do produto e os custos e despesas variáveis por unidade de produto. Significa que em cada unidade vendida a empresa lucrará determinado valor. Multiplicado pelo total vendido, teremos a contribuição marginal total do produto para a empresa. Margem de Contribuição, nada mais é do que os resultados positivos, obtidos através da Receita, menos os Custos Variáveis. Este resultado, que é a Margem de Contribuição,deverá ser igual aos Custos Fixos para que se chegue ao Ponto de Equilíbrio.
PE = Custos Fixos ÷ % Margem Contribuição
Ou
PE = Custos Fixos ÷ Margem Contribuição
Exemplo de PE por unidade:
Uma malharia pretende fabricar e vender uniformes de colégios da cidade, cobrado $ 20,00 por camiseta. A empresa calculou que precisará gastar cerca de $ 3.000,00 mensais em custos fixos, como aluguel, luz, manutenção da máquina de impressão de estampas e o salário da gerente da loja. Também foi calculado que a empresa gastará $ 8,50 por camiseta com custos de mão de obra e com o tecido.
MC = PV – CV; MC = 20 – 8,50; MC = 11,50
PE = CF ÷ MC; PE = 3.000 ÷ 11,50; PE = 260 unidades.
A empresa precisará vender 260 camisetas por mês para operar sem lucro ou sem prejuízo.
Exemplo de PE por faturamento:
Uma empresa de TI deseja saber quanto precisa gerar de receita por ano para cobrir todos os seus custos. No levantamento realizado junto ao departamento de contabilidade, foi apurado que a empresa teve uma Receita Total de $ 100.000,00, um Custo Variável Total de $ 70.000,00 e um Custo Fixo de $ 19.500,00.
MC = RT-CVT; MC = 100.000 – 70.000; MC = 30.000.
Índice da Margem de Contribuição = 30.000÷100.000 = 0,3
PE = CF ÷ %MC; PE = 19.500 ÷ 0,3 = $ 65.000.
A empresa precisará faturar $ 65.000 no ano para não realizar lucro ou prejuízo.
LIMITAÇÕES DA ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO
Apesar de o Ponto de Equilíbrio ser uma ferramenta fundamental na Administração Financeira, este coeficiente não é exato, sendo passível de alguma diferença no decorrer do período. E isso é fácil de explicar. O Custo Fixo, na realidade ele não é fixo como se diz. Ele tem esta denominação, de custo fixo, porque ele não varia de acordo com as vendas, por isso que é chamado de custo fixo. Porém, os custos que o compõem, na realidade variam de acordo com o desperdício administrativo. Por exemplo, a energia elétrica, o gasto com comunicações, com combustível e outros gastos considerados fixos, se não houver controle, eles sempre estarão variando e, com eles variando, o Ponto de Equilíbrio também variará. Por isso, este coeficiente tem seu valor aproximado. Mas apesar disso, o Ponto de Equilíbrio é uma ferramenta extremamente importante na Administração Financeira.
PARTE III– ANÁLISE FINANCEIRA
1.	ANÁLISE FINANCEIRA
A partir de 1931, a Dun & Bradstreet passou a elaborar e divulgar índices-padrão para diversos ramos de atividades, nos Estados Unidos.
Em 1925, Stephen Gilman, realizando algumas críticas à análise de coeficientes, propôs que fosse substituída pela construção de índices encadeados que indicassem as variações ocorridas nos principais itens em relação a um ano-base (iniciando o que chamamos de Análise Horizontal).
Na década de 1930, surgiu dentro da empresa Du Pont, de Nemours, um modelo de análise da rentabilidade de empresa que decompunha a taxa de retorno em taxas de margem de lucro e giro dos negócios, chamando análise do ROI (Returm on Investment). Assim, em cerca de 40 anos, assentaram-se as bases das técnicas de Análise de Balanços. No Brasil, até 1968, a Análise de Balanços era ainda um instrumento pouco utilizado na prática.
Índice é a relação entre contas ou grupo de contas das Demonstrações Contábeis, que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa, servindo de medida dos diversos aspectos econômicos da empresa.
Pode-se subdividir a análise das Demonstrações Contábeis em análise da situação financeira e análise da situação econômica. Os índices da situação financeira, por sua vez, são divididos em índices de estrutura de capitais e índices de liquidez.
QUADRO DE FÓRMULAS
	SÍMBOLO
	ÍNDICE
	FÓRMULA
	INDICA
	INTERPRETAÇÃO
	
	Estrutura de Capital
	
	
	
	CT/PL
	Participação de Capitais de Terceiros (Endividamento) 
	
	Quanto à empresa tomou de CT para cada $ 100 de CP.
	Quanto menor, melhor.
	PC/CT
	Composição do Endividamento
	
	Qual o percentual de obrigações a curto prazo em relação às obrigações totais.
	Quanto menor, melhor.
	AP/PL
	Imobilização do Patrimônio Líquido
	
	Quantos R$ a empresa aplicou no Imobilizado para cada $ 100 de PL.
	Quanto menor, melhor.
	AP/PL+ELP
	Imobilização dos Recursos Não Correntes
	
	Que percentual dos Recursos Não Correntes (PL+ELP) foi destinado ao Ativo Imobilizado.
	Quanto menor, melhor.
	
	Liquidez
	
	
	
	LG
	Liquidez Geral
	
	Quanto à empresa possui no AC + RLP para cada $ 1 de dívida total.
	Quanto maior, melhor.
	LC 
	Liquidez Corrente
	
	Quanto à empresa possui de AC para cada $ 1 de PC.
	Quanto maior, melhor.
	LS (1)
	Liquidez Seca
	
	Quanto à empresa possui de Ativo Líquido para cada $ 1 de PC.
	Quanto maior, melhor.
	
	Rentabilidade
(ou de Resultados)
	
	
	
	V/AT
	Giro do Ativo
	
	Quanto à empresa vendeu para cada $ 1 de investimento total.
	Quanto maior, melhor.
	LL/V
	Margem Líquida
	
	Quanto à empresa obtém de lucro para cada $ 100 vendidos.
	Quanto maior, melhor.
	LL/AT
	Rentabilidade do Ativo
	
	Quanto à empresa obtém de lucro para cada $ 100 de investimento total
	Quanto maior, melhor.
	LL/PL
	Rentabilidade do Patrimônio Líquido
	
	Quanto à empresa obtém de lucro para cada $ 100 de capital próprio investido, em média, no exercício.
	Quanto maior, melhor.
(1) DESPESAS ANTECIPADAS são aquelas pagas ou devidas com antecedência, mas referindo-se a períodos de competência subsequentes.
Exemplos:
a) Balanço Patrimonial (BP)
	ATIVO
	201X
R$
	PASSIVO
	201X
R$
	Ativo Circulante
	660.000
	Passivo Circulante
	220.000
	Caixa
	40.000
	Contas a Pagar
	150.000
	Títulos Negociáveis
	50.000
	Notas a Pagar
	50.000
	Contas a Receber
	320.000
	Outros Passivos Circulantes
	20.000
	Estoques
	250.000
	Passivo Não Circulante
	440.000
	Ativo Não Circulante
	550.000
	Exigível a Longo Prazo
	440.000
	Imobilizado Líquido
	550.000
	Patrimônio Líquido
	550.000
	
	
	Capital Social
	350.000
	
	
	Lucros/Prejuízos Acumulados
	200.000
	TOTAL
	1.210.000
	TOTAL
	1.210.000
	Estrutura de Capital
	Liquidez
	
CT/PL = 120%
PC/CT x 100 = 33,33%
AP/PL x 100 = 100%
AP/PL+ELP = x 100 = 100%
	
 = 1,83
 = 1,83
 = 1,86
b) Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE)
	Empresa BIG S.A.
	201X
R$
	VENDAS LÍQUIDAS
	20.000.000
	(-) Custo dos Produtos Vendidos (CPV)
	(16.000.000)
	(=) Lucro Bruto
	4.000.000
	(-) Despesas Operacionais e Outras Despesas
	(2.000.000)
	(=) Lucro Operacional (LO)
	2.000.000
	(-) Encargos Financeiros Líquidos
	(44.000)
	(=) Lucro Antes do IR e CSSL
	1.956.000
	(-) Provisão p/IR e CSSL
	(782.400)
	(=) Lucro Líquido
	1.173.600
	(-) Dividendos Ordinários
	(588.000)
	(-) Lucros Acumulados
	(588.000)
	Rentabilidade
	
 = 16,53
 x 100 = 5,87%
	
 x 100 = 97%
 x 100 = 213,38%
2.	ANÁLISE VERTICAL E ANÁLISE HORIZONTAL
2.1. ANÁLISE VERTICAL
Mostra a distribuição em percentuais dos valores que compõem as demonstrações financeiras.
Exemplos:
a) Balanço Patrimonial (BP)
	Empresa BIG S.A.
	ATIVO
	201X
$
	Análise
Vertical
	PASSIVO
	201X
$
	Análise
Vertical
	Ativo Circulante
	660.000
	54,55%
	Passivo Circulante
	220.000
	18,18%
	Caixa
	40.000
	3,31%
	Contas a Pagar
	150.000
	12,40%
	Títulos Negociáveis
	50.000
	4,13%
	Notas a Pagar
	50.000
	4,13%
	Contas a Receber
	320.000
	26,45%
	Outros Passivos Circulantes
	20.000
	1,65%
	Estoques
	250.000
	20,66%
	Passivo Não Circulante
	440.000
	36,36%
	Ativo Não Circulante
	550.000
	45,45%
	Exigível a Longo Prazo
	440.000
	36,36%
	Imobilizado Líquido
	550.000
	45,45%
	Patrimônio Líquido
	550.000
	45,45%
	
	
	
	Capital Social
	350.000
	28,93%
	
	
	
	Lucros/Prejuízos Acumulados
	200.000
	16,53%
	TOTAL
	1.210.000
	100%
	TOTAL
	1.210.000
	100%
b) Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE)
	Empresa BIG S.A.
	201X
$
	Análise
Vertical
	VENDAS LÍQUIDAS
	20.000.000
	100%
	(-) Custo dos Produtos Vendidos (CPV)
	(16.000.000)
	(80,00%)
	(=) Lucro Bruto
	4.000.000
	20,00%
	(-) Despesas Operacionais e Outras Despesas
	(2.000.000)
	(10,00%)
	(=) Lucro Operacional (LO)
	2.000.000
	10,00%
	(-) Encargos Financeiros Líquidos
	(44.000)
	(0,22%)
	(=)Lucro Antes do IR e CSSL
	1.956.000
	9,78%
	(-) Provisão p/IR e CSSL
	(782.400)
	(3,91%)
	(=) Lucro Líquido
	1.173.600
	5,87%
2.2. ANÁLISE HORIZONTAL
Mostra a evolução de cada conta das demonstrações financeiras e, pela comparação entre si, permite avaliar a evolução da empresa.
Exemplos:
a) Balanço Patrimonial (BP)
	Empresa BIG S.A.
	ATIVO
	201X
$
	201Y
$
	Análise Horizontal
	PASSIVO
	201X
$
	201Y
$
	Análise Horizontal
	Ativo Circulante
	660.000
	580.000
	13,79%
	Passivo Circulante
	220.000
	180.000
	22,22%
	Caixa
	40.000
	30.000
	33,33%
	Contas a Pagar
	150.000
	100.000
	50,00%
	Títulos Negociáveis
	50.000
	70.000
	-28,57%
	Notas a Pagar
	50.000
	45.000
	11,11%
	Contas a Receber
	320.000
	280.000
	14,29%
	Outros Passivos Circulantes
	20.000
	35.000
	-42,86%
	Estoques
	250.000
	200.000
	25,00%
	Passivo Não Circulante
	440.000
	380.000
	15,79%
	Ativo Não Circulante
	550.000
	450.000
	22,22%
	Exigível a Longo Prazo
	440.000
	380.000
	15,79%
	Imobilizado Líquido
	550.000
	450.000
	22,22%
	Patrimônio Líquido
	550.000
	470.000
	17,02%
	
	
	
	
	Capital Social
	350.000
	350.000
	
	
	
	
	
	Lucros/Prejuízos Acumulados
	200.000
	120.000
	66,67%
	TOTAL
	1.210.000
	1.030.000
	17,48%
	TOTAL
	1.210.000
	1.030.000
	17,48%
b) Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE)
	Empresa BIG S.A.
	201X
$
	201Y
$
	Análise
Horizontal
	VENDAS LÍQUIDAS
	20.000.000
	15.000.000
	33,33%
	(-) Custo dos Produtos Vendidos (CPV)
	(16.000.000)
	(10.000.000)
	60,00%
	(=) Lucro Bruto
	4.000.000
	5.000.000
	(20,00%)
	(-) Despesas Operacionais e Outras Despesas
	(2.000.000)
	(1.000.000)
	100,00%
	(=) Lucro Operacional (LO)
	2.000.000
	4.000.000
	(50,00%)
	(-) Encargos Financeiros Líquidos
	(44.000)
	(46.000)
	(4,35%)
	(=) Lucro Antes do IR e CSSL
	1.956.000
	3.954.000
	(50,53%)
	(-) Provisão p/IR e CSSL
	(782.400)
	(158.160)
	394,69%
	(=) Lucro Líquido
	1.173.600
	3.795.840
	(69,08%)
O uso inteligente dos índices requer que sejam relacionados a outras informações. O índice de liquidez corrente não conta toda história. Devemos estudar o conjunto, mesmo que duas empresas tenham o mesmo total de ativos circulantes, aquela com a maior concentração de ativos líquidos, como caixa e títulos negociáveis, possui posição de liquidez melhor para atender às obrigações credoras de curto prazo.
Certifique-se da consistência e comparabilidade dos índices. Algumas empresas empregam diferentes métodos de avaliação de estoques ou de políticas de depreciação. Outras fazem declarações em um padrão fiscal diferente. As médias do setor podem pender para as empresas pequenas ou para as empresas grandes.
Por isso, é preciso se assegurar de que os índices comparados, tanto quanto possível, sejam os mais representativos. É preciso, para tanto, fazer uma análise cuidadosa das interpretações das normas contábeis e dos diferentes métodos empregados pelas empresas para calcular os encargos (usando, por exemplo, os métodos de depreciação linear ou acelerada) em seus demonstrativos financeiros. Isso deve incluir uma cuidadosa leitura das Notas Explicativas que acompanham esses demonstrativos.
PARTE IV– ORÇAMENTO
A dinâmica dos negócios está vinculada ao avanço crescente da tecnologia e ao aprimoramento dos recursos humanos e materiais, fazendo com que as empresas se ajustem, a cada momento, a novas situações.
A constante adaptação a novas situações exige que a empresa tenha as suas atividades planejadas, definidos os objetivos e as metas para a sua consecução. O orçamento se caracteriza por ser um instrumento de ação, auxiliando e orientando o processo de tomada de decisão.
1.1. NOÇÕES BÁSICAS E CONCEITO
Elaborar o orçamento é um passo na implementação da estratégia da empresa. É traduzir os pressupostos gerais a respeito do planejamento da estratégia empresarial em representações numéricas de mercados e de recursos. As metas de faturamento são a expressão da estratégia de empresa em relação aos mercados; o capital que se aloca aos tomadores de decisões nos diversos centros de responsabilidade reflete a escolha da empresa em matéria de utilização de recursos.
Sob essa óptica, elaborar o orçamento faz parte do processo de planejamento. Entretanto, o orçamento também define normas, estabelecendo parâmetros para controle. É o que costumeiramente se chama papel duplo do orçamento. Um orçamento tem as funções de coordenar as atividades da empresa e servir como base de controle ao comparar números (orçados) estimados e desempenho real.
O chamado orçamento-mestre forma o quadro consolidado das atividades da empresa. Tipicamente, esse orçamento-mestre é uma previsão dos relatórios financeiros da organização, isto é, uma combinação de lucros e perdas, balanço e fluxo de caixa. Para chegar a esses dados altamente agregados, o processo orçamentário considera todas as atividades da empresa que serão finalmente computadas no orçamento-mestre.
Orçamento é um plano administrativo que cobre todas as operações da empresa, para um período de tempo definido, expresso em termos quantitativos. O orçamento global é dividido em orçamentos setoriais, como orçamento de vendas, orçamento de produção, orçamento de compras de matérias-primas, orçamento de capital, orçamento do fluxo de caixa, etc. Orçamento é também um planejamento do lucro por meio da previsão de todas as atividades da empresa. Por exemplo: previsão de quantidades a serem vendida, previsão do preço de venda a ser exercida, previsão de produção, previsão de custos de matéria prima, de mão de obra e custos indiretos de fabricação. Com a comparação entre o orçamento e os dados reais, a empresa pode controlar seu desempenho visando atingir o lucro planejado.
1.2. TIPOS DE ORÇAMENTOS
1.2.1.		Orçamento de itens de linha
Orçamento de itens de linha é o que permite aos responsáveis pelas decisões gastar apenas uma quantia máxima fixa em itens específicos. Isso impede que os gerentes tomem decisões excessivamente ousadas, substituindo insumos orçados. Essa salvaguarda é útil porque a composição aprovada de insumos precisa ser mantida rigorosamente, por questões de coordenação. Embora frequentemente atribuído a organizações governamentais, uma elevada percentagem de empresas também utiliza o orçamento de itens de linha no intuito de restringir o poder de decisão dos gerentes de centros de responsabilidade.
1.2.2.	Orçamento por exercícios limitados
O orçamento por exercícios limitados não permite que as verbas não utilizadas no exercício sejam transportadas para o exercício seguinte. O modelo apresenta várias vantagens. Ele permite controles mais rígidos dos gerentes e a quantidade de recursos na empresa pode ser controlada facilmente, já que inexistem recursos camuflados ou economizados, o que simplifica o processo de planejamento. Entretanto, essa simplificação acarreta um custo. No fim do período orçamentário, os gerentes podem passar grande parte de seu tempo inventando meios de gastar os recursos remanescentes, que são assim desperdiçados. Parece, no entanto, que os benefícios do orçamento limitado superam seus custos, uma vez que ele é adotado em quase todas as organizações.
1.2.3.	Previsão e orçamento de base zero
Prever os recursos exigidos para atingir as metas de produção e de vendas é crucial para o sucesso e credibilidade do processo orçamentário. A maioria das empresas utiliza um método incremental para obter seus orçamentos. Esse método utiliza os dados do período anterior e os aumenta ou diminui por determinada percentagem. As mudanças refletem a variação de produtividade. Apesar de as mudanças, às vezes, também serem revistas, o orçamento-base permanece inalterado. O orçamento de base zero (OBZ) questiona as bases. O OBZ desenvolve orçamentos sem usar as indicações dos números do ano anterior. Toda a atividade é constituída do zero (base zero). Isso ajuda os gerentes a pensar criativamente sobre suas atividades e, assim, reduzir as folgas dentro da organização. A desvantagem óbvia do OBZ é o processo longo e intricado que se faz necessário.
Na maioria das organizações, portanto,

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