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01) Tício restou condenado pela prática do crime previsto no artigo 
121, parágrafo 2º, inciso II, do Código Penal brasileiro, cuja pena foi fixada 
pelo magistrado em 16 anos de reclusão. Assim, caso seja interposto 
Recurso de Apelação pela defesa, poderá ser concedido efeito 
suspensivo da decisão? Fundamente. 
 
Conforme a alteração dada pela Lei Nº 13.964/19, no artigo 492 do CPP, 
em seu parágrafo 4º e 5º: 
“Art. 492. §4º - A apelação interposta contra decisão 
condenatória do Tribunal do Júri a uma pena igual ou 
superior a 15 (quinze) anos de reclusão não terá efeito 
suspensivo. 
§ 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal atribuir efeito 
suspensivo à apelação de que trata o § 4º deste artigo, 
quando verificado cumulativamente que o recurso: 
I - não tem propósito meramente protelatório; e 
II - levanta questão substancial e que pode resultar em 
absolvição, anulação da sentença, novo julgamento ou 
redução da pena para patamar inferior a 15 (quinze) anos 
de reclusão.” 
 
Tendo em vista a condenação fixada em 16 anos de reclusão, em regra, 
não seria possível a aplicação do efeito suspensivo. Todavia, o recurso poderá 
ter o efeito suspensivo, desde que se enquadre no parágrafo 5º do artigo 492 
do CPP. 
 
02) Caio, em tese, praticou o crime previsto no artigo 168, 1º, inciso III, do 
Código Penal brasileiro. Ao conversar com seu advogado, Caio foi 
informado que não é cabível o Acordo de Não Persecução Penal, eis que 
trata-se de crime contra o patrimônio. Neste caso, acertou o advogado? 
Fundamente. 
 
O advogado não acertou quando alegou que o Acordo de Não 
Persecução Penal não seria aplicável devido à natureza do crime contra o 
patrimônio. O artigo Art. 28-A do Código Processo Penal dispõe que o 
Ministério Público poderá propor este acordo, quando, dentre outros requisitos 
destacados no artigo, a prática de infração penal ocorrer sem violência ou 
grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 anos. Caio cometeu o crime que 
possui pena de reclusão, de um a quatro anos, e multa, porém com a 
agravante do inciso III do parágrafo 1º, que aumenta a pena em um terço. 
Desse modo, tendo em vista que a pena mínima pode ser superior a 4 anos, o 
requisito disposto no artigo 28-A não foi cumprido, gerando a impossibilidade 
da aplicação do acordo. 
 
03) O advogado de Mévio, no bojo do Recurso de Apelação, 
requereu que o juiz de primeiro grau se retratasse da decisão 
condenatória. O pedido formulado encontra respaldo legal? Fundamente. 
O requerimento não é aplicável no caso elencado, tendo em vista 
possuir respaldo legal no Recurso em Sentido Estrito. Na apelação o juízo de 
primeiro grau exercerá apenas o juízo de admissibilidade do recurso de 
apelação, não se falando em retratação. Sobre o Recurso em Sentido Estrito, o 
artigo 589 do CPP dispõe que: "Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem 
ela, será o recurso concluso ao juiz, que, dentro de dois dias, reformará ou 
sustentará o seu despacho, mandando instruir o recurso com os traslados que 
Ihe parecerem necessários." Portanto, nesse caso, é possível requerer no 
Recurso em Sentido Estrito que o juízo ad quo se retrate da decisão recorrida, 
porém tal assertiva não encontra respaldo legal na Apelação. 
 
04) Ao final da primeira fase do rito especial do tribunal do júri, o 
acusado Tício foi impronunciado. Neste caso, qual o Recurso cabível para 
a defesa impugnar a decisão judicial? Fundamente. 
Conforme disposição do artigo 416 do Código de Processo Penal, contra 
a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação. 
Portanto, o Recurso cabível para a defesa impugnar a decisão judicial será a 
Apelação.

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