Buscar

O USO DA INFORMAÇÃO IMAGÉTICA NO PROCESSO DA INCLUSÃO DIGITAL: uma perspectiva para atuações bibliotecárias

Prévia do material em texto

FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS - CAMPUS DE MARÍLIA 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO 
 
 
 
 
 
RAFAELA CAROLINA DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
O USO DA INFORMAÇÃO IMAGÉTICA NO PROCESSO DA INCLUSÃO DIGITAL: 
uma perspectiva para atuações bibliotecárias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fundação de Amparo à 
Pesquisa do Estado de São Paulo – Iniciação 
Científica. 
 
 
 
 
 
 
Marília/SP 
2014 
 
 
 
 
 RAFAELA CAROLINA DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O USO DA INFORMAÇÃO IMAGÉTICA NO PROCESSO DA INCLUSÃO DIGITAL: 
uma perspectiva para atuações bibliotecárias 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Departamento de Ciência da Informação da 
Universidade Estadual Paulista – Faculdade de 
Filosofia e Ciências, Campus de Marília – como 
requisito parcial para a obtenção do título de 
bacharel em Biblioteconomia. 
 
 
Orientadora: Profa. Dra. Maria José Vicentini 
Jorente. 
 
Linha de pesquisa: Informação e Tecnologia. 
 
Bolsa de Iniciação Científica: FAPESP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Marília/SP 
2014 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Silva, Rafaela Carolina da. 
S586u O uso da informação imagética no processo da inclusão 
digital: uma perspectiva para atuações bibliotecárias / 
Carolina Rafaela da Silva – Marília, 2014. 
 125 f. ; 30 cm. 
 
 Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em 
Biblioteconomia) – Faculdade de Filosofia e Ciências, 
Universidade Estadual Paulista, 2014. 
Orientador: Maria José Vicentini Jorente 
 
 
 1. Tecnologias de informação e comunicação. 2. 
Inclusão digital. 3. Imagens digitais. I. Título. 
 
CDD 001.53 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O USO DA INFORMAÇÃO IMAGÉTICA NO PROCESSO DA INCLUSÃO DIGITAL: 
uma perspectiva para atuações bibliotecárias 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Ciência da 
Informação da Universidade Estadual Paulista – Faculdade de Filosofia e Ciências, 
Campus de Marília – como requisito parcial para a obtenção do título de bacharel em 
Biblioteconomia. 
 
 
BANCA EXAMINADORA: 
 
 
___________________________________________________________________ 
Nome: Maria José Vicentini Jorente 
Titulação: Doutorado (Profa. Dra.) 
Faculdade de Filosofia e Ciências – Unesp/Campus de Marília 
 
 
___________________________________________________________________ 
Nome: Edberto Ferneda 
Titulação: Doutorado (Prof. Dr.) 
Faculdade de Filosofia e Ciências - Unesp/Campus de Marília 
 
 
___________________________________________________________________ 
Nome: Joana Gusmão Lemos 
Titulação: Doutoranda do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Filosofia e 
Ciências Unesp/Campus de Marília 
 
 
 
 
 
 
Local: Faculdade de Filosofia e Ciências / Universidade Estadual Paulista – Campus 
de Marília. 
Data: 24 de Novembro de 2014. 
 
 
 
 
Marília/SP 
2014 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho à minha mãe, Neusa, que sempre se dedicou a mim, lutando 
para que eu me tornasse a pessoa que sou hoje. Ao meu falecido pai que, lá do 
Céu, sei que sente orgulho de mim nesse momento. Ao meu irmão Michel, meu 
melhor amigo. Ao meu noivo, Rubens, que esteve presente em toda a minha 
caminhada acadêmica. Ao meu segundo pai, Nielsen, por todo apoio e amor. À 
minha tia-prima, Cássia, que foi o incentivo da minha vida acadêmica. À minha linda, 
graciosa e fofinha madrinha, Nilcéa, por todo carinho. Amo vocês! 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço, primeiramente, pela oportunidade de ter estudado na UNESP e 
desenvolver minhas pesquisas de iniciação científica com o apoio financeiro da 
FAPESP. Os aprendizados que recebi dessa jornada foram essenciais para minha 
formação acadêmica. 
 
À minha orientadora, Profa. Dra. Maria José Vicentini Jorente, que trabalhou 
comigo desde o primeiro ano da faculdade. Ao longo desse tempo, você se tornou 
não só uma amiga, mas uma pessoa essencial, uma mãe. Quantas vezes foi no seu 
ombro que eu chorei, foi com você que eu ri, enfim, foi para você que eu ligava às 2 
horas da manhã desesperada atrás da minha pesquisa. Obrigada por tudo! 
 
À minha banca examinadora: Profa. Dra. Maria José, Prof. Dr. Edberto 
Ferneda e Profa. Mestre Joana Gusmão Lemos. Cada um de vocês participou da 
minha vida acadêmica de maneira a contribuir para meus conhecimentos adquiridos. 
 
À Linha de Pesquisa Informação e Tecnologia, em especial pelos meus 
colegas de grupo. MJ, obrigada por acreditar no meu potencial; Jô, você é a 
pesquisadora mais Diva que eu já conheci; Nati, você é a pessoa mais sensível e 
caridosa que eu já convivi; Anahí, minha Mãezinha, nunca esquecerei do pedaço de 
bolo do aniversário da Ceci que você levou para mim na faculdade; Talitinha e Lu, 
vocês foram verdadeiras amigas nesse percurso; Prof. Edberto, como já te disse, 
mesmo bravo você é engraçado. Amo vocês! 
 
Agradeço a Deus por guiar meus caminhos e nunca me deixar desistir dos 
meus sonhos. Aos meus pais, Neusa e Elizio, que me proporcionaram uma trajetória 
de estudos e apoio moral, contribuindo para que eu pudesse chegar onde cheguei 
hoje. 
 
À minha mãezinha deixo meus sinceros votos de gratidão, pela mulher 
vencedora, forte e que dedicou toda sua vida a mim, ao meu desenvolvimento 
intelectual e moral. Você sempre acreditou em mim, MÃE, e pode ter certeza de que 
um dia vou te recompensar por tudo que fez. A MELHOR MÃE DE TODAS! 
Obrigada por ser tão especial assim, por todos os carinhos e cuidados, não sei o 
que seria de mim sem você. EM QUATRO PALAVRAS: MINHA RAZÃO DE VIVER! 
 
Ao meu paizinho, que não pôde materialmente estar presente em minha 
trajetória acadêmica, mas que espiritualmente sei que está feliz pela minha 
formação. Começo a lembrar do seu abraço, dos seus beijos, de quando eu fingia 
que estava dormindo só para você fazer carinho em mim. Sei que você está comigo, 
não presencialmente, mas espiritualmente. Quem me dera se por um segundo Deus 
permitisse que eu fosse até você para poder sentir seu abraço e aquele carinho que 
 
 
 
 
só você sabe dar. Minha magrelinha, era seu apelido carinhoso para mim. Sua 
magrelinha cresceu, paizinho, e estou procurando viver de uma maneira que você 
possa sentir orgulho da filha que criou. 
 
Ao meu irmão. Não sei como podemos ser tão diferentes, mas ao mesmo 
tempo tão iguais em nossos pensamentos e atitudes. Nossa relação não é apenas 
de irmãos de sangue, mas também de alma. Eu te amo muito, meu irmão-pai. Você 
é meu protetor, meu porto-seguro, e, ao mesmo tempo, tão crianção, que me sinto 
no dever de ser sua protetora. Com você me sinto tão bem... Te amo muito, brother! 
Amizade fraterna e realmente verdadeira! 
 
Ao meu noivo, Rubens. Amor, obrigada por estar comigo em todas as horas, 
por me entender quando precisei te deixar sozinho sábado à noite para ficar 
estudando, por me incentivar a nunca desistir, por me apoiar em minhas escolhas e 
por perder festas, churrascos etc. para ficar comigo, me ajudando em meus estudos. 
Meu futuro marido, sou louca, completamente apaixonada por você. Meu eterno 
amor! 
 
Aos meus avós e ao meu tio Nori, que infelizmente não puderam me ver 
crescer, mas que sempre diziam que eu me tornaria alguém importante na vida: 
“Aqui estou eu, meus queridos, concluindo mais uma etapa da minha vida”. 
 
Dona Nilcéa, minha tiazinha, minha madrinha, linda da minha vida, quantas 
vezes te vi chorar pelas minhas conquistas. Sei que, em suas orações, meu nome 
sempre está presente. Minha pequena, como você me paparica, como gosto de ser 
mimada por você. Nunca me esquecerei da Menina Amarela, das cabaninhas que 
construíamos e de como você fez e faz parte da minha vida. Obrigada por todo 
amor.... O sentimento é recíproco! 
 
Ao meu tio Nielsen, que é um pai para mim! Meu paizão, você sempre me 
ajudou, confiou em mim,se preocupou com a pessoa que um dia eu me tornaria. 
Você fez parte de todos os momentos da minha vida e, sinceramente, só tenho a 
agradecer por você existir. TE AMO! 
 
À minha prima Cássia, mas que chamo de tia, desde pequena. Obrigada pelo 
incentivo, pela torcida, pelo apoio emocional, por acreditar que eu conseguiria entrar 
na faculdade e alcançar meu sonho maior: a pesquisa acadêmica. Fique sabendo 
que você foi o incentivo para que fizesse este curso, e estou totalmente satisfeita 
com a escolha que fiz. AMO VOCÊ! 
 
À minha melhor amiga, minha amiga-irmã, minha companheira a mais de 17 
anos. Bá, você esteve presente nos momentos mais felizes e mais difíceis da minha 
 
 
 
 
vida. Não tenho palavras para explicar como sua amizade é importante para mim. 
Amizade verdadeira, que ultrapassou barreiras. Você é ÚNICA! 
 
Mila, minha estrela guia, você me mostrou o lado bom da vida. Nossos 
destinos foram surpreendentemente entrelaçados, e acredito que nada é por acaso. 
Agradeço à Espiritualidade Maior por tê-la colocado em minha vida. Amizade 
verdadeira sim, pois quando eu estava aqui, no chão, desacreditada da vida, quem 
veio me buscar para conversar e tomar sorvete FOI VOCÊ, e não outra pessoa, FOI 
VOCÊ! Foi você quem estava do meu lado nos momentos acadêmicos e nos 
momentos de diversão. Te admiro pela bondade, pela alegria e por ser essa pessoa 
tão iluminada. Somos tão parecidas, tão estabanadas, tão choronas (observação: 
estou chorando escrevendo essas palavras para você), mas fortes, persistentes. 
Obrigada por tudo, minha estrelinha. 
 
A todos os professores e colegas de faculdade que, de alguma forma, fizeram 
parte da minha vida. Jé, minha best da facul, obrigada pelas unhas feitas em todos 
meus aniversários; Mara, mamis, obrigada pelos docinhos; Dani, Celinha, Rafa e 
Samu, obrigada pelos estudos e almoços juntos; Joy, minha pequena grande amiga, 
além de estudos, você me proporcionou amizade. AMO VOCÊS! 
 
Jean, meu irmãozinho de alma, não vai ser o tempo ou a distância que 
separará nossa amizade. Você realmente é verdadeiro, inteligente e, acima de tudo, 
humilde... Meu companheiro não só de seminários, mas também de gordices e 
paranoias em emagrecer (hehehe). Ah, a amizade.... Como ela é boa, se verdadeira! 
Posso dizer, sem medo, que você é meu AMIGO! 
 
Lare, obrigada por ser essa menina surtada, que sabe compartilhar das 
minhas loucuras. Obrigada pelos ansiolíticos compartilhados em momentos de surto 
(hehehhehe), obrigada por essa relação de amizade conturbada que me fez 
aprender muito sobre a vida, que me fez crescer e ser a amiga que você diz que sou 
hoje. Gosto muito de você, viu menininha? E a nossa trajetória na faculdade já 
mostrou que não adianta, tudo que é verdadeiro, volta! 
 
Esta trajetória foi marcada por aprendizados, amadurecimentos, situações 
alegres e desafiantes, que me proporcionaram chegar onde cheguei. Admito que o 
caminho muitas vezes não foi fácil, mas é ultrapassando barreiras que conseguimos 
obter gratificações. 
 
É na convivência de cada dia que descubro quem eu sou! Enfim, ACABOU! 
OBRIGADA, OBRIGADA e OBRIAGADA! Agora chega de chororô e de blá blá blá, 
aqui vai minha mensagem final: LOUCO, LOUCO, LOUCO, EU SOU DA UNESP! :) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos 
olhos.” (O Pequeno Príncipe) 
 
 
 
 
SILVA, Rafaela Carolina da. O uso da informação imagética no processo da 
inclusão digital: uma perspectiva para atuações bibliotecárias. 2015. TCC 
(Trabalho de Conclusão de Curso) – Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita 
Filho”, Faculdade de Filosofia e Ciências, Marília/SP, 2014. 
 
RESUMO 
 
Considerando-se que o advento das tecnologias digitais alterou, como toda nova 
invenção, as relações humanas em grupo, pode-se inferir que essas relações 
posicionam-se no núcleo do universo informacional. Entende-se, portanto, que nos 
meios de inclusão digital o uso de imagens seja incentivado como linguagem 
convergente em ambientes disseminadores de conhecimento. A pesquisa parte de 
uma análise teórica-descritiva sobre as maneiras pelas quais os elementos 
imagéticos podem servir de perspectiva atrativa aos diferentes sentidos humanos 
em uma biblioteca. A metodologia orienta-se pela pesquisa documental. Os 
resultados mostram que a leitura de linguagens convergentes é de difícil 
compreensão e que a sintaxe das linguagens imagéticas não é devidamente 
estudada. As novas formas de percepção da informação proporcionadas pelas 
mídias pós-custodiais interferem no processo de geração de significados. Nesse 
sentido, desenvolveu-se um guia com diretrizes aos bibliotecários em relação ao 
ensino-aprendizagem das linguagens imagéticas. Direcionou-se caminhos para o 
desenvolvimento de plataformas imagéticas digitais em ambientes informacionais. 
Por isso, é necessária uma cooperação entre bibliotecários, biblioteca e usuários na 
inclusão digital por meio de linguagens convergentes. 
 
Palavras-chaves: Informação e Tecnologia. Imagem e Informação. Infoinclusão 
digital. TIC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SILVA, Rafaela Carolina da. O uso da informação imagética no processo da 
inclusão digital: uma perspectiva para atuações bibliotecárias. 2015. TCC 
(Trabalho de Conclusão de Curso) – Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita 
Filho”, Faculdade de Filosofia e Ciências, Marília/SP, 2014. 
 
 
ABSTRACT 
 
Considering that the advent of digital technology has changed, as every new 
invention, the human relations group, can be inferred that these relationships will 
position themselves at the core of informational universe. It’s understood, therefore, 
that the means include the use of digital images is encouraged as convergent 
language, especially in environments disseminators of knowledge. The research 
parts of a theoretical analysis, exploratory and descriptive about the ways in which 
elements can serve as a pictorial perspective attractive to different human senses in 
a library. The methodology is directed by a documentary research. The partial results 
revealed that the reading and the understanding of the convergent language are 
difficult and the syntax of the imagetic languages isn’t properly studied. The new 
ways of information perception provided by the post-custodial media attain the 
creation of the meanings process. In this way, was developed a guideline to 
librarians in relation to teaching and learning imagetics languages. Was directioned 
ways for the development digital images platforms in information environments. 
Hence, it’s necessary a cooperation between librarians, libraries and libraries users 
in the digital inclusion through convergent languages. 
 
Keywords: Information and Technology. Image and Information. Digital infoinclusion. 
ICT. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1. Mapa da exclusão digital no Brasil em 2010........................................ 33 
Figura 2. Frequência de uso da Internet............................................................. 35 
Figura 3. Círculo cromático................................................................................. 39 
Figura 4. Imagem e o contexto social.................................................................. 45 
Figura 5. Sobreposição de fotografias................................................................. 46 
Figura 6. Logo da biblioteca................................................................................ 48 
Figura 7. Propaganda da Biblioteca.................................................................... 49 
Figura 8. Banner 1............................................................................................. 49 
Figura 9. Banner 2............................................................................................. 50 
Figura 10. Banner 3.............................................................................................51 
Figura 11. Banner 4............................................................................................. 52 
Figura 12. Banner 5............................................................................................. 53 
Figura 13. Banner 6............................................................................................. 54 
Figura 14. Círculo cromático em 3D.................................................................... 60 
Figura 15. Página da biblioteca no Facebook 1.................................................. 93 
Figura 16. Página da biblioteca no Facebook 2.................................................. 93 
Figura 17. Perfil de Wael Ghonim no Twitter....................................................... 
Figura 18. Campi da Unesp que utilizam blogs................................................... 
Figura 19. Campi da Unesp que utilizam Facebook............................................ 
Figura 20. Campi da Unesp que utilizam Twitter................................................. 
Figura 21. Campi da Unesp que utilizam Foursquare......................................... 
102 
108 
108 
109 
109 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 1. Papel do bibliotecário junto às linguagens convergentes................ 62 
 
Quadro 2. Processo de alfabetização em informação sob sete categorias / 
concepções diferentes....................................................................................... 
 
71 
Quadro 3. Planejamento de um Guia de Comunicação para bibliotecários - 
Ações................................................................................................................. 
 
85 
Quadro 4. Planejamento de um Guia de Comunicação para bibliotecários – 
Profissionais da informação............................................................................... 
 
87 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
CI: Ciência da Informação 
CMOS: Complementary Metal – Oxide – Semiconductor 
FAPESP: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo 
FFC: Faculdade de Filosofia e Ciências 
TIC: Tecnologias de Informação e Comunicação 
RCA: Radio Corporation of America 
Pixel: Picture Element 
Unesp: Universidade Estadual Paulista 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 08 
1.1 Objetivos........................................................................................................ 14 
1.2 Justificativa..................................................................................................... 15 
1.3 Metodologia.................................................................................................... 16 
1.4 Pressupostos teóricos.................................................................................... 17 
 
2 LINGUAGEM IMAGÉTICA E A INCLUSÃO DIGITAL NO CONTEXTO 
BRASILEIRO....................................................................................................... 
 
25 
2.1 Sintaxe da linguagem imagética.................................................................... 36 
2.2 Aplicação da linguagem imagética em bibliotecas......................................... 42 
2.3 A linguagem imagética digital......................................................................... 59 
2.4 Papel das redes sociais na inclusão digital.................................................... 
 
64 
3 PROFISSIONAIS DA INFORMAÇÃO E A INCLUSÃO DIGITAL.................... 69 
3.1 O bibliotecário e as Novas Tecnologias da Informação e Comunicação 
(TIC)..................................................................................................................... 
 
73 
3.2 Ensino e aprendizagem: interação entre o homem e os diferentes meios 
tecnológicos.......................................................................................................... 
 
76 
3.3 A prática profissional e o aguçamento ao uso de bibliotecas......................... 80 
3.4 Diretrizes para os bibliotecários em forma de guia........................................ 83 
3.4.1 Desenvolvimento de uma plataforma imagética digital em ambientes 
informacionais....................................................................................................... 
 
 
88 
4 A BIBLIOTECA COMO AMBIENTE ATRATIVO............................................. 95 
4.1 Imagem: linguagem atrativa aos olhos humanos........................................... 96 
4.2 Comportamento psicoperceptivo do ser humano........................................... 104 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 
 
 
111 
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 115 
8 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Este trabalho está inserido na Linha de Pesquisa de “Informação e 
Tecnologia”, no tema “Aspectos Sociais e Culturais da Tecnologias em Informação”, 
com delimitação no estudo da inclusão infodigital. Esta pesquisa está sobreposta a 
um projeto de Iniciação Científica, com o financiamento pela Fundação de Amparo à 
Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), cujo título é: “O uso da informação 
imagética no processo da inclusão digital: uma perspectiva para atuações 
bibliotecárias”. 
A construção de novos saberes é algo intuitivo e intrínseco às evoluções 
tecnológicas, que sempre fizeram parte do caminhar humano. Diante disso, o 
homem começa a ter novas necessidades informacionais, o que o leva a buscar 
maneiras diferentes de se relacionar com o mundo e a rever o modo como interage 
com as tecnologias presentes no seu dia a dia, já que: “[...] Praticamente desde a 
nossa primeira experiência de mundo, passamos a organizar nossas necessidades, 
nossas preferências e nossos temores, com base naquilo que vemos” (DONDIS, 
2003, p. 5-6). 
Assim, percebe-se, com o decorrer da história, que o desejo de criar é uma 
constante à espécie humana, permeando, na atualidade, a passagem dos meios 
analógicos às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), que englobam os 
meios digitais. Na utilização de ambientes digitais colaborativos, o modo de 
construção do conhecimento se dá através da interação entre homem-máquina-
homem e permite uma maior facilidade na articulação das linguagens convergentes 
do ambiente por meio de hipertextualidade e multimodalidade na escolha do 
conteúdo a ser pesquisado. 
Nesses ambientes, desde a década de 1990 foram assimiladas as interfaces 
gráficas e, como consequência imediata, tais ambientes digitais possibilitaram um 
aumento significativo na interação entre as pessoas e a partilha de conhecimentos 
entre diferentes campos de atuação. Na medida em que essas tecnologias 
favorecem o compartilhamento do conhecimento, acessível a públicos de idades e 
educação diferenciados, a World Wide Web (Web) insere-se como meio interativo ao 
uso dessas tecnologias, favorecendo a inclusão dos mesmos. 
Em uma sociedade pós-custodial, em que o objetivo é tornar a informação 
existente acessível, e flexível, o papel da leitura, ligado ao do profissional 
9 
 
 
 
 
bibliotecário em equipamentos culturais, se relaciona diretamente com o 
desenvolvimento econômico e social. Assim, não só as instituições, mas os 
profissionais da informação têm compromisso para com o acesso à informação, 
sendo a função desses profissionais designadas em conjunto com a sociedade. 
Considerando que a Internet, em geral, é usada por uma grande parcela de 
pessoas (estudiosos ou não) como instrumento de pesquisa, trabalho e 
entretenimento, constata-se que o fenômeno digital está, com muita frequência, 
presente na sociedade brasileira.As redes de Internet vêm sendo usadas 
frequentemente pela sociedade atual, chamada por muitos, de “Sociedade da 
Informação” (SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA PRESIDÊNCIA DA 
REPÚBLICA, 2014). 
O contexto requer um pensar de como expressar esses conhecimentos para 
que eles sejam representados de maneira mais fácil e amplamente socializada. O 
profissional bibliotecário, que tem por função analisar os documentos (como livros, 
revistas, dentre outros), com o objetivo de disponibilizá-los em forma de 
representação (como índices, catálogos e bases de dados), tornando o acesso a 
esses recursos abrangente às diferentes classes sociais, precisa estar atento ao uso 
dessas novas formas tecnológicas, já que elas passaram a fazer parte do seu 
cotidiano profissional. 
Na internet, o sujeito que recebe informações da conexão também pode ser o 
reutilizador e disseminador da mesma, por meio de sites, redes sociais, enfim, 
através de plataformas digitais. Essas, portanto, podem ser ou não relevantes para 
quem a lê. 
A biblioteca, por ser uma unidade disseminadora de informação, está 
vinculada aos meios de pesquisa informacional. Nesse contexto, centralizando a 
atenção nas pessoas que interagem com tal meio, é papel dos profissionais que lá 
trabalham fazer com que a disseminação e aquisição dos recursos informacionais 
sejam feitos de modo a poupar o tempo do usuário e, principalmente, assegurar a 
confiabilidade das informações fornecidas. 
Tendo em vista a dificuldade de alguns usuários em localizar documentos 
dentro de um acervo e/ou bases de dados, o processo de mediação - entre os 
bibliotecários, os meios de busca de informação e os usuários de uma biblioteca - é 
de primordial importância para satisfazer as necessidades informacionais de tais 
10 
 
 
 
 
indivíduos. No entanto, como comenta Saez Vacas em Web 2.0, a diferença entre o 
pensar de nativos e imigrantes digitais nos mostra que as pessoas que nasceram 
em um contexto digital (nativos digitais) possuem, geralmente, mais facilidade, 
disposição e aceitabilidade aos recursos digitais do que aquelas denominadas 
imigrantes digitais (pessoas nascidas antes dos anos 1980). 
Nesse sentido, a atuação de nativos digitais é, muitas vezes, mais fluente 
em aspectos de criação e desenvolvimento das TIC. Logo, o profissional da 
informação, particularmente o bibliotecário, que imigrou para a digitalidade, em geral 
ainda pertencente à geração anterior à considerada como nativa digital. 
Porém, por estar inserido na área da Ciência da Informação (CI), destaca-se 
como um importante agente de disseminação do conhecimento, necessitando, por 
exemplo, saber discernir entre o conhecimento que deve ou não ser disponibilizado 
em um ambiente informacional, o que está diretamente relacionado a esse processo 
de disseminação da informação para um público cada vez mais de nativos digitais. 
Dessa forma, criar novos meios de interação para os indivíduos que utilizam uma 
biblioteca no panorama atual propõe um desejo de criação de sujeitos que pensam 
antes de aceitar a informação que recebem. 
Pensam dentro de novas estruturas de linguagens. Dessa maneira, o 
alfabetismo digital e as convergências de linguagem que acontecem nesse meio e 
privilegiam as imagens por seu sintetismo, contribuem de forma essencial para a 
construção desse indivíduo; isso “[...] significa participação, e transforma todos que o 
alcançaram em observadores menos passivos” (DONDIS, 2003, p. 231). 
Entretanto, as barreiras impostas ao desenvolvimento digital, pelo 
desconhecimento das convergências de linguagens tanto dos bibliotecários quanto 
dos usuários influenciam na disponibilização da informação digital e explicam, 
possivelmente, a não socialização de partes desse conhecimento. Nesse cenário, o 
processo de inclusão sociocultural das tecnologias digitais, mesmo que de forma 
irrefletida, aparece em segundo plano na organização e difusão do conteúdo 
informacional. 
Por outro lado, o universo que mais se destaca pelas falhas na disseminação 
da informação digital é o de comunidades de baixa renda. Essas comunidades, 
portanto, devem ser o foco das bibliotecas, pois privilegiam aqueles que não teriam, 
de outra maneira, acesso à informação. 
11 
 
 
 
 
De acordo com o artigo “Impacto da Exclusão Digital na Sociedade e no 
Mercado de Trabalho”, apresentado no II Simpósio de Excelência em Gestão e 
Tecnologia – SEGeT’2005, o acompanhamento das transformações tecnológicas é 
crescente, mas permanece com menor alcance entre populações pobres e 
analfabetas (esse índice abrange pessoas que não sabem ler ou que não 
conseguem interpretar o que leem). 
Nesse sentido, nossa pesquisa parte da ideia a de que a socialização das 
plataformas digitais pelas bibliotecas facilitaria a infoinclusão digital de populações 
mais pobres e excluídas, trazendo, até a unidades de informação, essas pessoas 
que, na maioria das vezes, não têm acesso às TIC em suas casas. Uma vez que se 
considera que o “[...] alfabetismo significa a capacidade de expressar-se e 
compreender” (DONDIS, 2003, p.230), destaca-se que, na proposta atual, não se 
excluem as tecnologias tradicionais de informação, mas sim se acrescentam novos 
meios e estratégias; incluem-se nelas as tecnologias e as mídias que fazem fluir as 
informações digitais. 
Baseando-se em Dondis (2001), no que se diz respeito ao potencial da 
imagem no processo de absorção das informações, essa pesquisa parte do 
pressuposto de que o bibliotecário, acrescentando aos seus conhecimentos o uso de 
elementos imagéticos, contribua para a alfabetização digital. Para tal, acredita-se 
que tais representações devam se relacionar com o tipo de público e com a maneira 
como o conteúdo é visualizado, pois: 
À medida que a informação presente na rede é amplificada e 
enriquecida, a alfabetização visual tende a ser cada vez mais 
importante. Imagens, ao contrário de textos, são absorvidas 
instantaneamente, e podem facilitar a tomada de decisões rápidas. 
(RADFARHER, 2011).1 
 
 Lima (2009) realça a importância de ter boa disposição em relação ao 
aprendizado dos conhecimentos imagéticos e multimidiáticos por parte dos 
profissionais da informação, já que as imagens e os sons atuam de maneira sintética 
e imediata junto aos que interagem com a informação, sendo mais diretos na criação 
do conhecimento. Ter boa disposição, portanto, com relação ao aprendizado dos 
conhecimentos proporcionados pelas linguagens visuais, por parte dos profissionais 
 
1 RADFAHRER, L. Além da imaginação. Folha de São Paulo, São Paulo, dez. 2011. Seção 
Colunas. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/1016008-alem-
da- imaginacao.shtml>. Acesso em: 05 dez. 2011. 
12 
 
 
 
 
da informação, é essencial para que as imagens e os sons atuem de maneira 
sintética e imediata junto ao psicológico das pessoas, sendo mais diretos na criação 
do conhecimento. 
Em contexto digital, a informação pode ser construída ou desconstruída a 
todo o momento, sem limites de espaço e tempo. O fluxo informacional passa a 
interligar o gerador (bibliotecário) e o receptor (usuários das bibliotecas) das 
informações de forma mais ampla e rápida. 
O ambiente de uma biblioteca, portanto, necessita abranger não somente um 
espaço de estudo, mas também uma dinamicidade, um espaço de conveniência, 
onde se possa agregar diferentes tipos de pessoas. Deve-se pensar em um 
ambiente amigável, aconchegante, em interfaces mais intuitivas (tanto físicas como 
virtuais), diminuindo do inconsciente dos usuários a ideia de que a biblioteca é uma 
caixa branca, um lugar que só deve ser procurado quando é necessário cumprir 
algum tipo de obrigação. 
Facilitar o processo de aprendizagem, a diversificação entre qualidade e 
quantidade de serviços e produtos oferecidos, entre linguagens imagéticas, sonorase escritas, podem ajudar na interpretação de algo que é proposto pela biblioteca aos 
usuários, já que fazem parte do convívio humano. Essas alterações que o ambiente 
sofre, por meio da implementação técnicas de estímulo sensorial, como stands, 
pôsteres, móbiles etc. torna a biblioteca um espaço vivo, que facilita a percepção 
humana. 
Assim, o papel do profissional da informação na disseminação da informação 
é contribuir para a formação de uma consciência critica e estimular esse 
comportamento para a construção de conhecimentos. Tal processo envolve atitudes 
aplicadas aos diferentes tipos de usuários de uma biblioteca, desde ações práticas 
de um bibliotecário, até ações culturais e arquitetônicas do local. 
Os bibliotecários devem estudar seus usuários, deixando de lado, muitas das 
vezes, as características técnicas do seu fazer profissional, a fim de se aproximarem 
cada vez mais dos usuários reais e potenciais de uma biblioteca. Os serviços e as 
ações da disseminação da informação envolvem um determinado contexto, usuários 
e conteúdo a serem trabalhados para o desenvolvimento de conhecimento a sujeitos 
– cidadãos, capazes de participação ativa nos processos infocomunicacionais, e não 
somente receptores passivos de informações. 
13 
 
 
 
 
As questões socioculturais que permeiam a contemporaneidade possuem 
novas configurações, requerem novas atitudes e exigem uma perspectiva de análise 
mais ampla. Nesse contexto, as bibliotecas relacionam-se à disseminação da 
informação, exercendo importante papel em todas as áreas do conhecimento e da 
sociedade, para contribuir com o empoderamento de seus usuários no exercício da 
cidadania. 
Em tal cenário, fica clara a importância da organização da informação digital 
para sua difusão no vasto conteúdo informacional. O bibliotecário, antes um mero 
tecnicista, passa a interagir com interfaces que estruturam a informação, 
determinando a padronização dos sentidos trazidos pelas leituras. 
No Brasil, as TIC se inserem em um cenário sociocultural onde muitos 
profissionais e outros sujeitos que interagem com a informação demonstram receio 
em se relacionar com a informação suportada por aparatos computacionais. Isso 
mostra, conjuntamente “com a diversidade da realidade brasileira e a dificuldade ou 
até impossibilidade de acesso às TIC por parcela considerável da população” 
(ALMEIDA, 2002, p. 04), que ainda perdura no país um ar de desconfiança e 
desigualdade em relação aos novos meios informacionais. Assim: 
A comunidade escolar (e outras pessoas que interagem com as 
TIC) se depara com três caminhos: repelir as tecnologias e tentar 
ficar fora do processo; apropriar-se da técnica e transformar a vida 
em uma corrida atrás do novo; ou apropriar-se dos processos, 
desenvolvendo habilidades que permitam o controle das tecnologias 
e de seus efeitos. (BRITO, 2006, p. 279, nota nossa). 
 
É a partir dessa percepção que a presente pesquisa visa estabelecer um elo 
entre os elementos imagéticos, ou seja, entre os recursos advindos da linguagem da 
imagem, e o processo de inclusão digital, procurando responder à questão: “O uso 
de elementos imagéticos pode ser um meio atrativo aos sujeitos internos e externos 
de uma unidade de informação?” Dessa maneira, o problema desta pesquisa está 
vinculado ao potencial socializante proporcionado pelos elementos de sintaxe 
imagética (arranjo, e combinação da textura, da luz, dos tons, das sombras, dentre 
outros), para a geração de um significado. 
A análise em questão propõe levantar os aspectos relevantes da inclusão 
digital e do interesse social em frequentar o ambiente de uma biblioteca. A discussão 
apoia-se no raciocínio de que o desuso dos benefícios trazidos pelas TIC às 
unidades de informação, por falta de oportunidades de aprendizado aos profissionais 
14 
 
 
 
 
da informação, pode contribuir para que as bibliotecas e outros ambientes 
informacionais continuem privilegiando a informação analógica, em detrimento das 
digitais. 
Logo, se tais profissionais apreendessem as formas estratégicas de utilização 
das TIC e do conhecimento das associações hipertextuais, não só eles mesmos se 
incluiriam digitalmente, como também, concomitantemente, ajudariam no processo 
de inclusão digital dos usuários no ambiente de uma biblioteca. Percebe-se que “Ver 
precede as palavras. A criança olha e reconhece antes mesmo de poder falar.” 
(BERGER; BLOMBERG; FOX; DIBB; HOLLIS, 1999). 
Nessa perspectiva, ao se constatar que, ao longo da história, mesmo os 
indivíduos analfabetos conseguiram apreender o conteúdo de imagens com maior 
facilidade do que se tentassem ler, por exemplo, uma placa com caracteres somente 
linguísticos, esta pesquisa parte da ideia de que a convergência das linguagens 
falada, imagética e simbólica proporciona uma apreensão mais palpável e intuitiva de 
sua leitura (DONDIS, 2003). Por essa razão, a utilização de meios multimodais, 
especialmente os imagéticos, em um centro documentacional pode fazer com que o 
interesse pela busca de conhecimento e pela inclusão infodigital sejam acentuados. 
Percebe-se que ambientes interativos são excelentes no processo cognitivo 
do ser humano (DONDIS, 2003); (SANTAELLA, 2001). Contudo, para que suas 
formas de disponibilização sejam precisas ao entendimento de uma pessoa, o 
treinamento de profissionais capacitados a lidar com diferentes fontes informacionais 
se faz necessário no ambiente de uma biblioteca. 
 
Assim, o uso de elementos imagéticos no processo de inclusão digital se 
destaca como uma perspectiva às atuações bibliotecárias, pois requer um pensar do 
como expressar os conhecimentos em forma sintética, para que esses possibilitem, 
aos sujeitos interpretantes, apreender conteúdos de maneira mais fácil e ampla. 
 
 
1.1 Objetivos 
 
O objetivo geral desta pesquisa é estudar a sintaxe das linguagens 
imagéticas, observando se essas podem proporcionar um cunho mais atrativo e 
dinâmico na visualização dos recursos das unidades de informação. Nesse sentido, 
15 
 
 
 
 
pretende-se analisar se tal linguagem poderá ser utilizada como um meio de 
inclusão digital em ambientes informacionais. 
Objetiva-se, também, contribuir para a sociedade com uma pesquisa que 
poderá auxiliar as bibliotecas a atrair a atenção das pessoas e transformá-las em 
usuários participantes, criadores de conhecimento. Sendo assim, tal perspectiva visa 
informar a sociedade sobre os benefícios que as tecnologias atuais proporcionam na 
busca e uso das informações, tendo como objetivos específicos: 
 - Levantar, sistematicamente, a produção bibliográfica referente aos estudos 
imagéticos como um aporte passível de ser utilizado pela Ciência da Informação. 
- Investigar, por meio da revisão bibliográfica, os processos de transformação 
dos suportes informacionais e a introdução de novas linguagens no ocidente ao 
longo da história. 
 - Buscar uma relação entre as formas de reação das pessoas e as 
tecnologias em cada período da história, bem como os recursos de aprendizado 
utilizados para a aproximação das informações e do conhecimento. 
 - Organizar o conhecimento adquirido nos passos anteriores em forma de um 
pequeno guia para bibliotecários e disseminá-lo nas unidades de informação, na 
comunidade científica e na sociedade em geral, por meio de apresentação do 
trabalho em eventos da área. 
 
 
1.2 Justificativa 
 
Partindo do princípio de que as informações imagéticas são meios de 
informação de grande demanda no mundo atual, não há como as pessoas não 
interagirem em algum momento com elas. Nesse sentido, a justificativa para a 
realização desta pesquisa está na relevância do tema tanto para os profissionais 
quanto para os sujeitos que interagem com as informações das bibliotecas, tendo 
em vista as necessidades de letramento digital demandadas pela sociedade. 
As imagens, assim como as histórias, nos informam. Aristóteles nossugeriu que todo processo de pensamento requeria imagens. 
Portanto a alma nunca pensa sem uma imagem mental. A existência 
se passa em um rolo de imagens que se desdobra continuamente, 
imagens capturadas pela visão e realçadas e moderadas pelos 
outros sentidos, imagens cujo significado (ou suposição de 
significado) varia constantemente, configurando uma linguagem feita 
de imagens traduzidas em palavras e de palavras traduzidas em 
16 
 
 
 
 
imagens, por meio das quais tentamos abarcar e compreender nossa 
própria existência. (MANGUEL, 2001, p. 21). 
 
Uma vez que a tecnologia digital desenvolve-se cada vez mais no mundo 
contemporâneo, tomando espaços diversificados e abrangendo diferentes áreas do 
conhecimento, é de extrema importância que a sociedade esteja incluída e apta a 
entender esse tipo de informação. Para tanto, o uso de elementos visuais, sonoros e 
textuais no projeto de inclusão digital pode aguçar o interesse e a busca pelo acesso 
a essas tecnologias, despertando o sujeito para o uso das bibliotecas. 
Na academia, entretanto, e em especial na Ciência da Informação, 
infelizmente pouco tem sido produzido sobre o assunto, o que se de um lado nos 
entristece, por outro nos anima a empreender a pesquisa. Dessa maneira, sabendo 
que um dos objetivos da linha de pesquisa Informação e Tecnologia é permitir a 
maior uniformidade nas atuações dos profissionais da Ciência da Informação, a 
execução deste estudo é também relevante na medida em que se estabelecem 
novas perspectivas para a inclusão digital em ambientes informacionais presenciais 
e virtuais. 
Finalmente, para que se criem pontes entre o público e os itens presentes em 
uma unidade de informação, bem como com os novos meios que a presença de 
computadores introduz, torna-se necessário uma proximidade entre os elementos 
imagéticos e os profissionais da informação. 
 
 
1.3 Metodologia 
 
 
A metodologia utilizada é teórico – exploratória e foi desenvolvida por meio de 
um levantamento bibliográfico com fontes de informação primárias (aquelas 
precedidas da fonte do próprio autor: artigos de revistas, teses, dissertações, entre 
outros), fontes secundárias (obras derivadas das fontes primárias: manuais, 
dicionários, enciclopédias, entre outros) e fontes terciárias (fontes que remetem e 
guiam os indivíduos para as fontes primárias e secundárias: bases de dados, 
catálogos, índices e outros), relativas aos processos de transformação dos suportes 
informacionais e às características formais e conceituais das mensagens fornecidas 
pelas informações imagéticas. A sistematização e as etapas de realização da 
pesquisa, seguidas dos passos metodológicos, estão expostas da seguinte maneira: 
17 
 
 
 
 
1. Levantamento bibliográfico de recursos informacionais analógicos e 
digitais a partir de diferentes modalidades. Fontes: primárias, secundárias 
e terciárias. 
2. Discussão conceitual baseada em autores que façam uma interlocução 
com a Ciência da Informação; 
3. Elaboração do relatório parcial. 
4. Sistematização das ideias obtidas no passo anterior para a confirmação 
ou não da hipótese inicial e construção do guia de utilização de linguagens 
imagéticas. 
5. Redação final: elaboração e redação final da pesquisa. 
6. Encaminhamento do relatório final. 
 
 
1.4 Pressupostos teóricos 
 
As transições sociais, especialmente aquelas que influenciam o modo como 
nos relacionamos com o mundo e com as tecnologias nele presentes, propõem uma 
reflexão sobre as transformações que ocorrem nos meios de informação e de 
comunicação. Na medida em que se entende o conceito de tecnologia como um 
meio para a construção de conhecimentos, quem se apropria de tais meios é o ser 
humano. 
Marshall Mcluhan foi um dos primeiros teóricos a enfatizar os meios como 
suas próprias mensagens e sustenta, com suas conceitualizações, o trabalho de 
teóricos mais contemporâneos, tais como como Lúcia Santaella: 
Depois de três mil anos de explosão, graças às tecnologias 
fragmentárias e mecânicas projetamos nossos corpos no espaço. 
Hoje, depois de mais de um século de tecnologia elétrica, projetamos 
nosso próprio sistema nervoso central num abraço global, abolindo 
tempo e espaço (pelo menos naquilo que concerne ao nosso 
planeta). (MCLUHAN, 1969, p. 15). 
 
As sociedades tribais comunicavam-se por meio da oralidade, determinando, 
ao transmitir informações presenciais em tempo e espaço específicos, a memória 
humana como suporte. Tal processo, configurado pelo uso de informações não 
registradas, disseminadas de geração para geração, compartilhava de ruídos e 
restrições de acesso. 
No passado, a atitude em relação à pintura e às estátuas era em 
geral semelhante. Não as consideravam meras obras de arte mas 
18 
 
 
 
 
objetos que tinham uma função definida. [...] Quanto mais recuamos 
na história, mais definidas mas também mais estranhas são as 
finalidades que se crê serem servidas pela arte. (GOMBRICH, 2011, 
p. 39). 
 
Contudo, com o advento da escrita, a flexibilidade da fala deu lugar à 
comunicação assincrônica e facilitou o acesso a um fascinante conjunto de 
conhecimentos mas, principalmente as linguagens alfabéticas, pressupunham uma 
linearidade estática. Possibilitou-se, também, a análise dos discursos não somente 
dentro, como também fora de seus contextos de produção. 
Também sabemos que, em séculos anteriores, os maias da América 
Central tinham construído grandes cidades e desenvolvido sistemas 
de escrita e de calendários [...]. Se tentarmos penetrar na 
mentalidade de quem criou esses ídolos sobrenaturais, 
começaremos a entender que não só a feitura das imagens nessas 
antigas civilizações estava vinculada à magia e à religião, como era 
também a primeira forma de escrita. (GOMBRICH, 2011, p. 50 – 53). 
 
Baseando-se nas prensas usadas para espremer uvas, Gutenberg foi o 
primeiro homem do Ocidente a adaptar tais prensas, juntamente com suas 
tipografias, à tecnologia da escrita, dedicando longo período de sua vida à invenção 
de uma tinta especial, à prova de borrões. A criação dessa tipografia, simultânea e 
sequencial, propiciou a grande confecção de cópias idênticas a preço relativamente 
baixo, contribuindo para a disseminação o conhecimento. “A Bíblia” de Gutenberg é 
considerada a primeira publicação impressa. Passamos da era dos manuscritos para 
a era do papel impresso.” (DIAS, 1999, p. 270). 
Quando Gutenberg realizou sua grande invenção de usar cetras 
móveis reunidas num caixilho, em vez de blocos inteiros, estes 
tornaram-se obsoletos. Mas logo foram encontrados métodos para 
combinar um texto impresso com a ilustração xilogravada, e muitos 
livros da segunda metade do século XV foram ilustrados com 
xilogravuras. (GOMBRICH, 2011, p. 282). 
 
O ocidente, a partir da invenção de Gutenberg, substituiu gradativamente os 
manuscritos pelos livros impressos, culminando em 1811 na substituição da mesa 
de pressão por um cilindro a vapor. Essa invenção, de Friedeich Koenig, era capaz 
de imprimir mil e cem cópias por hora, atingindo a expectativa de tornar mais ampla 
a disseminação científica. 
O uso do livro impresso passou a ser visto como uma memória auxiliar ao 
cérebro humano, bem como um desenvolvedor do auto didatismo sob o ritmo e 
disponibilidade de quem aprende, dirigido por sistemas desconhecidos 
19 
 
 
 
 
anteriormente. No campo da eletricidade surgiram as prensas elétricas, ferrovias, 
telefones, dentre outros, diminuindo a relação de tempo - espaço das percepções 
comunicacionais. 
Destarte, foi possível o coroamento do processo a partir da criação do jornal 
(século XX), com posterior extensão do rádio, da televisão e de aparelhos e técnicas 
relacionados a esta (videocassete, televisão a Cabo, Via Satélite, dentre outros) no 
Pós-Guerra. A trajetória de tais meios de comunicação vem do capitalismo liberal ao 
capitalismo de organização (ou monopolista), criador de uma sociedadede 
consumo. 
Nesses meios, a criação artística passa a ser objetual, realidade do estilo de 
vida efêmero que a mídia das massas impõe. Contudo, a partir de 1960 houve a 
desestabilização das formas tradicionais de comunicação, estabelecendo uma 
imposição mais sintética, mais ligada à simultaneidade. 
Douglas Engelbart, na década de 1960, ampliou o conceito de 
multimodalidade sobre um mesmo suporte e criou um espaço de 
trabalho colaborativo, o ON-Line System (NLS). O NLS pode ser 
considerado a primeira realização de experiência prática de 
hipertexto em ambiente digital, por conter ligações e um instrumento 
periférico - o mouse - para apontar os desejos do indivíduo que 
interage com a máquina, bem como telas em formato de janelas em 
função de organizar as informações por sua relevância no contexto 
da criação dos conteúdos. Em 1962, Engelbart escreveu um relatório 
para o Diretor de Ciência da Informação do Escritório de Pesquisa 
Científica da Força Aérea americana, denominado “Aumentando o 
Intelecto Humano: uma estrutura conceitual”. No documento, 
Engelbart apontava os computadores como ampliadores do intelecto 
por sua forma complexa de organização da informação e do 
pensamento. (JORENTE, 2012, p. 11, grifo do autor). 
 
Em contraponto ao cenário anterior da escrita sobre papel, os variados 
modelos de computador e as tecnologias invisíveis (Internet) proporcionaram a 
transição para o novo ambiente de comunicação de massa. Nela, porém, embora 
determinados padrões sejam remanescentes e enfatizem a comunicação de um 
para muitos, aberturas para a produção de informação significante privilegiam a 
qualidade informacional. 
Ou seja, há abertura para formas de produção da informação em diferentes 
suportes, que possibilitem tanto a mediação por parte de companhias relacionadas a 
redes e telecomunicações quanto a socialização da informação por meio de fóruns 
coletivos produtores, ou mesmo indivíduos participativos das redes. É, assim, uma 
produção gerada por muitos e para muitos: 
20 
 
 
 
 
Mas na era da eletricidade, quando o nosso sistema nervoso central 
é tecnologicamente projetado para envolver-nos na Humanidade 
inteira, incorporando-a em nós, temos necessariamente de envolver-
nos, em profundidade, em cada uma de nossas ações. Não é mais 
possível adorar o papel olímpico e dissociado do literato ocidental. 
(MCLUHAN, 1969, p. 18). 
 
Considerada também um sistema de comunicação comum a uma comunidade, 
a língua relaciona-se diretamente com a linguagem, que por sua vez está 
direcionada à expressão do pensamento, sendo expressa por meio de palavras ou 
sinais. Nessa perspectiva, a língua caracteriza-se como sendo um organismo vivo e 
dinâmico e, por isso, encontra-se em constante transformação. 
O interesse dos homens pela linguagem é muito antigo, e foi no século IV a.C. 
que começaram os primeiros estudos inerentes a ela. Inicialmente, os hindus, por 
razões religiosas, iniciaram o estudo da sua língua para que seus textos sagrados 
não sofressem alterações no momento em que fossem proferidos ao povo. Os 
gregos, por outro lado, preocupavam-se, principalmente, em estabelecer relações 
entre a palavra e o conceito que a designa. 
Esse cenário também permeou as interrelações de diferentes linguagens 
(pinturas, fotografias, arquiteturas das cidades). Por essa razão, Jorente (2009), 
contextualiza: 
As iconografias veiculadas pela multiplicidade das mídias, também 
mutacionadas radicalmente por esta nova lógica, rompem com 
hábitos consolidados de ver e construir; interferem, 
preponderantemente, na genética e disseminação da informação - 
matéria prima dos atos de criação e interferem, portanto, na 
qualidade de vida e nas conceituações realizadas pela nova geração 
de indivíduos que com elas interagem: verificam-se a partir delas, 
mudanças significativas das formas de aquisição, organização, 
arquitetura e articulação da informação no exercício de um viver mais 
criativo na contemporaneidade que conta com uma infinidade de 
recursos, com o intercâmbio de intermídias e todas as formas 
culturais por elas absorvidas. (JORENTE, 2009, p. 2). 
 
Dessa maneira, o panorama das linguagens aqui tratadas baseia-se nos 
raciocínios de Santaella (2001), que compartilha da multiplicidade linguística e 
semiótica do pensamento lógico-semântico. A autora designa as linguagens 
puramente naturais através da: 
a) expressão verbal: as diferentes formas discursivas da escrita; 
b) sonora: qualquer música propriamente dita e desprovida de fala; 
c) visual: forma fixa de registro imagético do mundo físico; 
21 
 
 
 
 
d) a hibricidade e hipertextualidade são marcadas quando nos deparamos 
com linguagens sonoro-verbais: a mistura da música, da letra da canção e 
da fala, que se potencializa com a oralidade, explorando, segundo suas 
durações, articulações, entonações e ritmos; 
e) sonoro-visuais: a experiência musical contemporânea, em que a música 
passa a ser gravada independentemente da interpretação instrumental e 
social; 
f) visuais-sonoras: expressões que não compõem palavra e voz, ou seja, a 
informação é realizada por meio da computação gráfica, danças, vídeos, 
dentre outros; 
g) visuais-verbais: linguagem da escrita e suas relações visuais, remetidas às 
suas variações históricas; 
h) verbo-sonoras: a fala e suas articulações; 
i) verbo-visuais: o gesto como acompanhamento da fala se constitui em uma 
linguagem verbo-visual; 
j) verbo-visuais-sonoras: a total hibridez dos meios de hipertexto e 
hipermídia, ou seja, as linguagens audiovisuais. (SANTAELLA, 2001, p. 
381-385). 
Diversas sociedades relacionam a linguagem verbal a uma forma ou até 
mesmo ao poder mágico de criar, nomear e transformar tudo aquilo que permeia o 
universo real. Por meio da linguagem, as sociedades podem estabelecer trocas de 
experiência. A linguagem verbal é o resultado do pensamento de uma sociedade e o 
veículo da sua comunicação social. Sendo assim, haverá comunicação em uma 
comunidade a partir do momento em que nela houver uma linguagem estabelecida. 
É a sociedade quem irá estabelecer uma linguagem, contando com sua “visão 
de mundo” da realidade social, histórica e cultural que presencia. Em meio à 
linguagem está a língua, que se transforma com o tempo, independentemente da 
vontade dos homens, mas por conta de suas necessidades internas. A combinação 
entre a língua e a linguagem resulta na fala, sendo esse um ato individual destinado 
aos indivíduos de uma sociedade. 
Nesse mesmo sentido, a comunicação, para o ser humano, caracteriza-se um 
meio de sobrevivência, pois, ao se comunicar uns com os outros, os homens 
expõem suas necessidades informacionais e seus conhecimentos para fins 
22 
 
 
 
 
determinados. A padronização da comunicação, de acordo com o contexto em 
questão, é essencial para que o emissor e o receptor que conheçam tal 
padronização consigam decodificar as informações contidas em tal processo de 
comunicação. 
Consoante à comunicação, o uso de tais linguagens, adaptadas aos meios 
midiáticos proporcionou a conexão entre a população e os produtos originários dos 
meios informacionais. Dias (1999) destaca que hipertextos, dentro de grandes 
hipermídias, ganham espaço nos diversos campos de atuação, proporcionando 
maior velocidade de acesso ao conhecimento acumulado, associativos a textos, 
imagens e sons - o que compõe elementos convergentes. 
Por outro lado, o ser humano que interage com a informação imagética, 
muitas vezes, não está preparado para recebê-la, pois não apreendeu os novos 
códigos linguísticos traduzidos nas novas linguagens veiculadas pelos diferentes 
suportes de informação. De alguma forma, o bibliotecário está inserido nesse 
contexto educacional, já que, ao disseminar informações, também pode educar 
culturalmente através da mediação do aprendizado, em conjunto com docentes, que 
farão o trabalho de educador especializado. 
Se a invençãodo tipo móvel criou o imperativo de um alfabetismo 
verbal universal, sem dúvida a invenção da câmera e de todas as 
suas formas paralelas, que não cessam de se desenvolver, criou, por 
sua vez, o imperativo do alfabetismo visual universal, uma 
necessidade que há muito tempo se faz sentir. O cinema, a televisão 
e os computadores visuais são extensões modernas de um desenhar 
e de um fazer que têm sido, historicamente, uma capacidade natural 
de todo ser humano, e que agora parece ter-se apartado da 
experiência do homem. (DONDIS, 2000, p. 1). 
 
O homem é capaz de entender diferentes situações de maneira heterogênea, 
necessitando de classificações sensatas sobre o que uma informação realmente 
pretende transmitir. A mediação informacional deve estar presente no aprendizado 
de um indivíduo desde suas primeiras pesquisas, para que o mesmo se torne um 
sujeito alfabetizado informacionalmente. 
 Nesse sentido, o bibliotecário deve atuar nas pesquisas iniciais dos usuários 
das bibliotecas, mediando-o não só por meio de palavras e gestos, mas também 
pela boa organização e disponibilização dos itens informacionais dentro do ambiente 
informacional. Já em um segundo momento, deve-se buscar meios para diminuir a 
dispersão dos artigos, de periódicos e livros eletrônicos da área. 
23 
 
 
 
 
Na utilização de espaços digitais via Web, o modo de construção do 
conhecimento se dá através da interação entre o homem e a máquina. Nessa 
perspectiva, o profissional da informação, particularmente o bibliotecário, por estar 
inserido na área da Biblioteconomia, destaca-se na importância da disseminação do 
conhecimento. 
À medida que a internet for ficando cada vez mais acessível para um 
número cada vez maior de pessoas, o intercâmbio, a interconexão 
vai ser de tal ordem, que me parece que pela primeira vez se poderá 
falar de uma comunidade mundial, sob todos os aspectos, porque as 
diferenças de línguas não serão suficientes para impedir que estas 
conexões se dêem a partir de afinidades, de interesses comuns. 
(LEMOS; AMADEU; HERCULA-HOUZEL, 2009, p. 19). 
 
A década de 90 foi marcada pela ênfase da disseminação da informação e 
das tecnologias de informação, o que fez com que a preocupação em melhorar a 
disponibilização de tais informações e em quebrar-se paradigmas aumentassem. 
Com o desenvolvimento das universidades e das bibliotecas universitárias, 
bibliotecários e docentes passaram a ser vistos como educadores e profissionais da 
informação, que instruiriam os denominados usuários da informação para que eles 
se tornassem aprendizes independentes. 
De certo modo, o novo interesse pela história da arte é, em si 
mesmo, uma consequência de numerosos fatores que alteraram a 
posição da arte e dos artistas em uma sociedade e fizeram da arte 
mais moda do que nunca antes. [...] O primeiro se relaciona, sem 
dúvida, com a experiência de progresso e mudança das pessoas. 
Agora vemos a história humana em termos de sucessivos que 
progridem em direção ao nosso tempo e, para além deste, 
mergulham no futuro. [...] Um segundo elemento que contribuiu para 
essa situação também está vinculado ao desenvolvimento da ciência 
e da tecnologia. Todos sabemos que as idéias da ciência moderna 
parecem ser, em geral, extremamente complicadas e ininteligíveis; 
apesar disso, provam seu mérito incontestável. (GOMBRICH, 2011, 
p. 611 - 613). 
 
Porém, isso não significa o abandono de formas antigas de comunicação, 
pelo contrário, a ideia de que ao se criar algo novo, descarta-se o “ultrapassado”, 
contradiz a percepção de que a linguagem humana possui matrizes visuais, sonoras 
e verbais. Tais matrizes, de acordo com Santaella (2001), reutilizam-se de maneira 
complexa dos artifícios de linguagens já consolidadas, o que mostra a 
inseparabilidade da comunicação, da imagem simbólica e das mensagens 
transmitidas por elas. 
24 
 
 
 
 
Por outro lado, procede a afirmação de Rafael Capurro e Biger Hjorland 
(2007, p. 194), de que “[...] À medida que os sistemas de informação tornam-se mais 
globais e interconectados, a informação implícita é, muitas vezes, perdida”. A 
afirmação completa-se com a de Oliveira (2011, p. 11), que ressalta “A hipermídia, 
na sua polifonia e sinestesia de linguagem e informação, cria um novo perfil de 
usuário, cidadão, sujeito: o leitor imersivo que navega no ciberespaço, construindo a 
sua própria realidade, informação e conhecimento. Pura ressignificação”. 
Se a natureza e os frutos do acaso são passíveis de interpretação, 
de tradução em palavras comuns, no vocabulário absolutamente 
artificial que construímos a partir de vários sons e rabiscos, então 
talvez esses sons e rabiscos permitam, em troca, a construção de um 
acaso ecoado e de uma natureza espelhada, um mundo paralelo de 
palavras e imagens mediante o qual podemos reconhecer a 
experiência do mundo que chamamos de real. (MANGUEL, 2001, p. 
22-23). 
 
O impacto social das novas mídias demonstra que os signos são instrumentos 
de aprendizagem e que esses se relacionam com os diferentes tipos de suporte, 
memória e pensamento, pois no mundo, os aspectos se relacionam, e não agem 
solitariamente. Como cultura calcada nas linguagens, somos seres semióticos, 
baseados em sistemas inventados em determinado momento; o mundo, então, se 
modifica na medida em que processamos intersemioses semânticas. 
A primeira experiência por que passa uma criança em seu processo 
de aprendizagem ocorre através da consciência tátil. Além desse 
conhecimento “manual”, o reconhecimento inclui o olfato, a audição e 
o paladar, num intenso e fecundo contato com o meio ambiente. 
Esses sentidos são rapidamente intensificados e superados pelo 
plano icônico - a capacidade de ver, reconhecer e compreender, em 
termos visuais, as forças ambientais e emocionais. [...] Nós o 
aceitamos sem nos darmos conta de que ele pode ser aperfeiçoado 
no processo básico de observação, ou ampliado até converter-se 
num incomparável instrumento de comunicação humana. (DONDIS, 
2003, p. 5-6). 
 
Assim sendo, não há o porquê uma biblioteca fechar-se às propostas de uso 
de linguagens convergentes imagéticas, pois esta deve oferecer uma diversidade de 
formas e formatos informacionais para o usuário, independentemente de suas 
condições físicas ou psíquicas. Nesta perspectiva, o ensaio de profissionais 
devidamente capacitados em atuar nestes meios informacionais chancela uma maior 
aceitabilidade dos fatores de convergência de linguagens, em especial as 
imagéticas. 
25 
 
 
 
 
2 LINGUAGEM IMAGÉTICA E A INCLUSÃO DIGITAL NO CONTEXTO 
BRASILEIRO 
 
“Conhecer a origem das bibliotecas implica em abordar a produção de 
conhecimentos e do registro de conhecimentos.” (ARAÚJO; OLIVEIRA, 2005, p. 29). 
Dessa forma, reconhecer as mudanças de paradigmas acerca do contexto das 
unidades de informação, focando-se, aqui, as bibliotecas, retoma conceitos de 
custódia e pós-custódia em sistemas de informação. 
“No paradigma custodial, historicista e patrimonialista, a ideia da preservação 
e da guarda da memória teve sempre uma prevalência muito grande sobre a ideia 
do acesso” (RIBEIRO, 2010, p. 64). Nessa perspectiva, a ideia de custódia, ou seja, 
de guarda e de acesso restrito dos recursos informacionais por pessoas 
determinadas, destacando-se o domínio da Igreja Católica sobre as tecnologias de 
informação, estava presente sob forma de atitudes passivas no recebimento de 
informações ou, até, no não acesso a essas informações por pessoas que não 
faziam parte do grupo detentor desse conhecimento. 
No entanto, esse quadro começa a mudar durante o Pós – II Guerra mundial, 
onde 
[...] a atitude passiva e reactiva dos serviços em face do acesso e 
uso da informação por parte dos utilizadores começa a mudar 
substancialmente [...], coincidindo com o impacto transformador que 
a introdução dos meios automáticos teve nos serviços. (RIBEIRO, 
2010, p. 66). 
 
Assim, “No quadro do novo paradigmaemergente, que apelidamos de pós-
custodial, científico e informacional, e perante estas novas lógicas de mediação e 
este novo tipo de mediadores” (RIBEIRO, 2010, p. 69), a sociedade começa a 
interagir e a pensar melhor sobre as informações que recebem. A lógica de custódia 
dos recursos informacionais já não é prevalente nesse contexto, tornando-se, de 
forma relativa, menos interessante. 
Nesse sentido, em uma sociedade pós-custodial e flexível, a estruturação da 
comunicação entre as pessoas é feita por meio de redes de informação. Sendo a 
disseminação, e não mais a guarda, o fator importante nesse processo, o papel da 
leitura, dinamizada em diferentes suportes de informação, se relaciona diretamente 
com o desenvolvimento social e econômico de uma sociedade. 
26 
 
 
 
 
Desde a década de 1980, o governo brasileiro tem investido em projetos 
como Programa Nacional do Livro e Leitura (PNLL); Fome de Livro; Programa 
Nacional de Incentivo à Leitura (PROLER); Programa Nacional Biblioteca da Escola 
(PNBE), dentre outros. A sociedade brasileira, atualmente demarcada como sendo o 
11º mercado de livros do mundo, aponta para “[...] uma ascensão social diferente, 
incomum a quem vem de famílias com pouca formação escolar” (VIEIRA, 2011, p. 
64): são 20 milhões de brasileiros que testemunharam, nos últimos dez anos, um 
avanço da renda e do crédito – a nova classe C. 
 “Diante deste cenário, em que a informação é vista como um incisivo vetor de 
desenvolvimento, as unidades de informação têm, em suas áreas de referência, o 
seu coração.” (PIMENTA, 2002, p. 127). Tal processo envolve atitudes aplicadas aos 
diferentes públicos e recursos informacionais de uma unidade de informação, 
abrangendo desde as ações técnicas do bibliotecário, até a noção de espaços 
colaborativos, onde a informação, acessada digitalmente, é representada de modo 
dinâmico e imagético. 
Ao apresentar tais características referentes a estrutura 
socioeconômica, tecnologia inovadora e valores, pretende-se 
enfatizar as mudanças na evolução dos produtos, bens e serviços, e 
suas implicações político-sociais. Os produtos e serviços na era da 
indústria da informação e do conhecimento, deveriam (re)configurar-
se, na busca da satisfação das necessidades, interesses e 
demandas dos cidadãos. (BOTTENTUIT, 2002, p. 79). 
 
O documento, estruturado e registrado em suportes informacionais, é passível 
de ser tratado por humanos e máquinas. O intuito é que os mesmos sejam 
disseminados e recuperados pela sociedade, através das fontes de informação 
disponíveis em centros de documentação (sejam eles virtuais ou físicos). 
Nos meios físicos, ou analógicos, o que determina o acesso a esses 
documentos são as bases de dados físicas que, na maioria das vezes, são estáticas, 
regrando, determinando, como o usuário deve agir no processo de recuperação da 
informação. As tecnologias analógicas “[...] representam dados utilizando grandezas 
capazes de variar continuamente” (PIROPO, 2012). 
Já as plataformas digitais, via Internet, são menos deterministas e mais 
dinâmicas; não são sistemas isolados, mas permitem a interoperabilidade de dados, 
por meio de linkagens entre diferentes plataformas virtuais. As tecnologias digitais 
“[...] armazenam dados exclusivamente sob a forma de números [...] expressos e 
27 
 
 
 
 
armazenados internamente no sistema binário, ou sistema numérico posicional de base 
dois” (PIROPO, 2012). 
As mudanças ocorridas e que vêm ocorrendo comportam não 
somente novas técnicas de reprodução do texto, mas também as 
estruturas e as próprias formas do suporte que o comunica aos 
leitores. Na passagem do livro impresso, herdeiro do manuscrito, à 
tela do computador, a transformação é radical, pois os modos como 
se organizam os aspectos estruturais e as formas de consulta ao 
suporte se modificam numa intensidade jamais vista. (CHARTIER, 
1994, p. 97). 
 
“O homem evoluiu. O mundo mudou. Vivemos em uma sociedade nova e 
instigante, ao mesmo tempo fabulosa e perigosa, de múltiplas denominações: 
sociedade da informação, do conhecimento, pós-industrial.” (PIMENTA, 2002, p. 
123). Por conseguinte, as bibliotecas e demais unidades de informação relacionam-
se à disseminação da informação na medida em que compreendem a 
informatividade educativa e cultural de seus usuários como premissas para o 
desenvolvimento social e econômico. 
Nesse contexto, a estrutura organizacional dos caminhos a serem construídos 
na organização de um espaço informacional deve ser previamente pensada com 
base nos usuários a serem atendidos em determinado contexto. Na Biblioteconomia, 
essa organização pode ser claramente vista nos processos de catalogação, 
classificação, indexação e rotulagem (representação de dados), bem como na 
estruturação dos ambientes informacionais - digitais (ou não) - e nas possibilidades 
de navegação e busca (que visam facilitar a recuperação da informação - 
usabilidade e acessibilidade). 
 Assim, os bibliotecários devem estudar seus usuários para além de suas 
funções técnicas, a fim de mediar informações que estimulem o pensamento de 
reflexão desses usuários. Cabe ao profissional da informação aderir à ideia de que 
não trabalha apenas com consumidores da informação, mas que seu trabalho se 
relaciona com a distribuição de informações (tanto qualitativas como quantitativas) a 
um público determinado, o que envolve políticas de distribuição de poder. 
Dessa forma, a relação dos equipamentos culturais para com a sociedade, 
aqui destacando a brasileira, consiste em desenvolver redes interativas entre seus 
usuários potenciais, bem como àqueles que podem vir a ser usuários potenciais 
dessa instituição. Destarte, não é só a produção em longa escala e a geração de 
28 
 
 
 
 
bens que devem servir como propósito ao uso das bibliotecas, mas essencialmente 
as atividades diferenciadas, que atendem à nova demanda informacional, pois 
A biblioteca não acabou. O pensamento humano, progressivamente, 
encontra suas formas de registro. Aumenta a população, amplia-se a 
porcentagem de letrados e, em paralelo, descobre-se como guardar 
na memória e como resguardar dos grandes tratados à mais pífia 
reflexão. Parte substancial da história é construída pelo estudo 
desses registros: dos desenhos nas cavernas ao livro virtual. Toda 
essa produção, como se fosse a memória da humanidade, para que 
não seja perdida, está sob a administração de pessoas 
especializadas que não só a preserva como a organiza de tal forma 
que a menor unidade possa ser perfeitamente localizável. Essa 
atividade de buscar-o-que-foi-guardado e de guardar-o-que-foi-
registrado (e de registrar-o-que-foi-imaginado) é a forma passível 
para manter viva a memória da humanidade, forma essa em 
constante aperfeiçoamento. (MILANESI, 2002, p. 9). 
 
 
Sendo assim, quanto maior o público e o conteúdo informacional que se 
pretende abranger, mais coerência e padrão o sistema deve oferecer, pensando no 
como o usuário, e não somente quem está desenvolvendo o sistema (o profissional 
da informação, juntamente com um profissional da computação) irá fazer suas 
buscas. A linguagem imagética pode ser conceituada como uma reunião de 
informações transmitidas e compreendidas direta e imediatamente. 
Ao contrário da linguagem verbal, a linguagem imagética pressupõe não 
somente a inteligência humana, mas também uma inspiração não cerebral, 
decorrente do sistema da visão, do olhar humano. (DONDIS, 2000). Nesse contexto, 
[...] a noção de imagem está ligada essencialmente à representação 
visual: frescos e pinturas mas também iluminuras, ilustrações 
decorativas, desenho, gravura, filmes, vídeo, fotografia e mesmo 
imagens compostas. A estatuária é mais raramente considerada 
como imagem. (JOLY, 2007, p. 19). 
 
A comunicação imagética é o mais antigo registro da história, quando então 
foram desenvolvidas as pinturas rupestres. Quando nascemos, as primeiras formasde comunicação são visuais, olfativas ou táteis, no entanto, principalmente na 
sociedade ocidental, a escrita se consolidou mais rapidamente do que a linguagem 
imagética (GOMBRICH, 2011). 
Ver significa compreender, pois é somente com a interpretação que o homem 
consegue distinguir informações e proporcionar o seu entendimento em termos de 
expressão criadora. Trata-se de processos em que não há somente o recebimento 
29 
 
 
 
 
de informações, mas também a vivência das mesmas, gerando significados, que 
vêm de dentro (do entendimento do ser humano) para fora (a expressão desse 
entendimento) (DONDIS, 2000). 
Ao ver, fazemos um grande número de coisas: vivenciamos o que 
está acontecendo de maneira direta, descobrimos algo que nunca 
havíamos percebido, talvez nem mesmo visto, conscientizamo-nos, 
através de uma série de experiências visuais, de algo que acabamos 
por reconhecer e saber, e percebemos os desenvolvimentos de 
transformações através da observação consciente. (DONDIS, 2000, 
p. 13). 
 
Mas quantos de nós veem? Quando olhamos para uma imagem, vemos 
aquilo que vemos ou aquilo que queremos ver? O que seria esse ver? (DONDIS, 
2000). Pensar na imagem como “aura”, algo restrito às pessoas que possuem o 
“dom” da arte, segundo Gombrich (2011), nega a potencialidade humana e da 
própria arte, transformando-nos em consumidores desprovidos de auto - crítica. 
Da mesma forma, acreditar que a linguagem imagética é algo natural, que 
precisa ser aceito, mas que não precisa ser estudado, fere o processo de 
alfabetismo, ou seja, de expressar-se e ser compreendido. A imagem, como meio de 
codificação humana, possui conteúdos expressos por meio de símbolos, com o 
intuito de serem decodificados pelo receptor da mensagem. 
Ver, nesse sentido, significa criar imagens mentais, esquemas baseados na 
sintaxe da escrita, juntamente com a sintaxe imagética; significa a capacidade de 
leitura e escrita das linguagens imagéticas, para que outras pessoas possam repetir 
o processo. Tal sistema é básico e acessível a todas as pessoas, desde que elas 
sejam alfabetizadas para isso. 
Dessa forma, saber interpretar uma língua é diferente do processo da fala 
natural. O ser humano nasce com a língua, mas o desenvolvimento da linguagem 
envolve um contexto mais amplo, que deriva do aprendizado e da decodificação de 
palavras. 
A sintaxe imagética existe, e “há elementos básicos que podem ser 
aprendidos e compreendidos por todos os estudiosos dos meios de comunicação 
visual” (DONDIS, 2000, p. 13). No entanto, como destaca Dondis (2000, p. 18): 
Dentre todos os meios de comunicação humana, o visual é o único 
que não dispõe de um conjunto de normas e preceitos, de 
metodologia e de nem um único sistema com critérios definidos, 
tanto para a expressão, quanto para o entendimento dos métodos 
visuais. (DONDIS, 2000, p. 18). 
30 
 
 
 
 
 
Assim, torna-se necessária a busca dessa metodologia, principalmente entre 
os profissionais de uma biblioteca, pois, como disseminadores e proporcionadores 
de conhecimento, os bibliotecários precisam buscar meios atrativos ao uso da 
informação por sujeitos que interagem com tal. As fontes para a busca desses 
conhecimentos estão no estudo do desenvolvimento da linguagem imagética e 
textual, como uma abordagem histórica e intuitiva dos seres humanos. 
Portanto, 
Devemos buscar o alfabetismo visual em muitos lugares e de muitas 
maneiras, nos métodos de treinamento de artistas, na formação 
técnica de artesãos, na teoria psicológica, na natureza e no 
funcionamento fisiológico do próprio organismo humano. (DONDIS, 
2000, p. 18). 
 
Começando por saber o básico, o conhecimento das técnicas de estudo das 
linguagens imagéticas criará um público mais apto a lidar com a manifestação de 
imagens. O alfabetismo parte daquilo que extraímos da experiência imagética e de 
como o fazemos, do entendimento de que a sintaxe determina a semântica de uma 
linguagem. 
A percepção humana em relação à decodificação das imagens pressupõe o 
jeito como a imagem está sendo vista ou demonstrada. Desse modo, a Psicologia da 
Percepção de Gestalt, em que se coloca a percepção como princípio determinante 
da decodificação imagética, juntamente com o entendimento da pertinência da 
disseminação dos elementos visuais, determina a base sólida para o alfabetismo 
imagético. 
A Gestalt, após sistemáticas pesquisas, apresenta uma teoria nova 
sobre o fenômeno da percepção. Segundo essa teoria, o que 
acontece no cérebro não é idêntico ao que acontece na retina. A 
excitação cerebral não se dá em pontos isolados, mas por extensão. 
Não existe, na percepção da forma, um processo posterior de 
associação das várias sensações. A primeira sensação já é de 
forma, já é global e unificada. (GOMES FILHO, 2004, p. 19). 
 
Pela Psicologia da Percepção de Gestalt, o ser humano recebe e expressa 
mensagens imagéticas em três níveis: representacional - aquilo que vemos e 
decodificamos com base no meio ambiente e na experiência; abstrato - uso dos 
elementos básicos da comunicação imagética para se destilar a informação e chegar 
às características essências da imagem (mesmo que essas afetem outros meios, 
31 
 
 
 
 
sejam eles emocionais ou psicológicos); e simbólico - sistemas de símbolos criados 
pelo homem. (DONDIS, 2000). 
Cada um dos meios de comunicação visual tem não apenas seus 
próprios elementos estruturais, mas também uma metodologia única 
para a aplicação das decisões compositivas e a utilização de 
técnicas em sua conceitualização e formulação. (DONDIS, 2000, p. 
189). 
 
O problema da decodificação imagética (o alfabetismo imagético) está no 
modo como visualizamos algo. Ao estabelecer as políticas de funcionamento do 
serviço institucional, a divisão de tarefas e público alvo de uma biblioteca, o 
bibliotecário deve levar em conta o planejamento estratégico de assessoria às 
barreiras entre usuários e bibliotecários, sejam elas barreiras físicas (ambiente da 
organização), psicológicas ou burocráticas. 
Um aspecto fundamental da informação para a saúde e bem estar é 
o direito ao acesso à informação, que permite avaliar diversas fontes 
e assim determinar sua exatidão e relevância, Esta é uma 
preocupação especialmente urgente nos países mais pobres, onde a 
alfabetização básica continua sendo um desafio e onde o acesso à 
informação é precário.” (CUEVAS; SIMEÃO, 2011, p. 20). 
 
Nesse mesmo sentido a biblioteca pode adotar, em vez de um fluxo linear de 
texto, partes ou fragmentos de textuais, contando que, “Cada vez menos os 
hiperdocumentos estão constituídos apenas de texto verbal, mas estão integrados 
em tecnologias que são capazes de disponibilizar som, fala, ruído, gráficos, 
desenhos, fotos, vídeos etc.” (SANTAELLA, 2001, p. 394). Essas linguagens 
interligam-se entre si por meio de nós de informação e multilinguagens. 
Os nós são as unidades básicas de informação em um hipertexto. 
Nós de informação, também chamados de molduras, consiste em 
geral daquilo que cabe em uma tela. [...] os nós de informação 
podem aparecer na forma de texto, gráficos, sequências de vídeos 
ou de áudios, janelas ou de misturas entre eles. A idéia de nó, por 
isso mesmo, não é uma idéia de medida, mas modular, dependendo 
de sua funcionalidade no contexto maior de que faz parte. Um nó 
pode ser um capítulo, ou qualquer outra subestrutura do documento. 
A combinação de hipertexto com multimídias, multilinguagens, é 
que passou a ser chamada de hipermídia. (SANTAELLA, 2001, p. 
394, grifo nosso). 
 
Dessa forma, para que se possa interagir com a hipermídia e, 
concomitantemente, com as linguagens convergentes imagéticas, torna-se 
necessário não só a interação do sujeito para com essas redes, mas também o 
acesso dos mesmos às plataformas digitais. No entanto, apesar de todas as 
32 
 
 
 
 
promessas com que a hipermídia seduz o receptor, o seu uso pode ser 
problemático, pois “[...] depende de desígnios

Continue navegando