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Questionário de Direitos Humanos e Movimentos Sociais

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FACULDADE DE EDUCAÇÃO DE GOIÁS
Profº: Welton 10º Período Noturno
Acadêmica: Dalzirene Gudinho
 
ATIVIDADE AP1 – DIREITOS HUMANOS E MOVIMENTOS SOCIAIS
Primeira DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO DE 1789 (publicada pela Assembleia Geral Francesa)
Artigo 1º- Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundar-se na utilidade comum.
Em qualquer época e lugar, a busca pela igualdade jurídica e social e/ou material, inicia-se com o reconhecimento de que a Igualdade exige a aplicação da Lei a todos os jurisdicionados, de modo a protegê-los, ou seja, sem quaisquer discriminações ou privilégios inerentes ao indivíduo em si. A verdadeira justiça observa a igualdade na medida das desigualdades, em que pese a da igualdade na e perante a Lei.
“Rousseau defende a que a igualdade moralmente desejável deve diminuir equitativamente as distâncias sociais, interesse advindo, especialmente, daqueles cuja única coisa a perder que possuem é sua miséria.
Embora, desde Platão, com o Mito da Caverna, o homem prefira a certeza na escravidão à liberdade na aventura, observa-se que Rousseau acabou por disseminar um caminho para a diminuição das distâncias sociais. E, ao propô-las, iniciou uma construção social que se traduziria no século XXI de uma crescente ampliação das classes médias. 
O “contrato social” se deu através da conquista de consciências a um esforço moral e cívico de cada cidadão a amar a justiça, respeitar as leis e imolar, se necessário, sua vida a seu dever do Contrato Social.
Para Robespierre, ao escrevê-lo, Rousseau escreveu o evangelho da nova ordem social e inspirou a Revolução Francesa (1789), a qual, em tese, iniciou um mundo de liberdade, igualdade e fraternidade.
A Revolução Francesa realiza a primeira proclamação dos direitos universais em 1789, porém só positivado na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão em 1948, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Depois vieram, da Organização das Nações Unidas, os Direitos da criança e do adolescente, do consumidor”.
Fonte: Disponível em< http://notasdeaula.org/dir7/filosofiadodireito_03-06-11.html>. Acesso: 25 mar. 2020
1º) Como que a Flávia Piovesan em sua obra: Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional, trata dessa IGUALDADE MATERIAL?
Segundo Piovesan, a Declaração Universal de 1948 visa estabelecer o respeito à dignidade da pessoa humana como foco central de toda discussão sobre direitos humanos, com o fim de ser incorporada por todos os tratados e declarações.
Destaca que foi a própria especificação do sujeito de direito que estimulou a criação do sistema especial de proteção dos direitos humanos, pois a concreticidade e especificidade o complementa. Violações a direitos exigem respostas específicas e diferenciadas.
No que tange aos direitos da mulher, a autora destaca as necessidades de reconhecimento e ajuste das diferenças biológicas, com ações afirmativas de políticas compensatórias, para acelerar o processo de obtenção de igualdade entre os gêneros.
Pondera que o desafio não se restringe aos espaços públicos, contemplando também o ambiente familiar, a fim de promover igualdades para afazeres domésticos e responsabilidades com filhos no âmbito do casamento e demais relações familiares, que cultural, religiosa e e até mesmo legal lhes eram integralmente impostos.
A ênfase de que os direitos das mulheres são parte inalienável, integral e indivisível dos direitos humanos universais, contempla fiscalização com acompanhamento e monitoramento, pelo Comitê internacional, por meio de denúncia e processo investigativo.
Dentre seus avanços, a aprovação da Convenção Interamericana para Previnir, Punir e Erradicar a Violência contra a mulher ratificada pelo Brasil em 1995, fomentou a adoção da Lei Maria da Penha.
A própria existência de um instrumento internacional dos direitos humanos das mulheres revelam um consenso mundial quanto sua vulnerabilidade quando o tema é discriminação e violência, que transcende a complexa diversidade cultural.
Cabe ressaltar que não se trata de uma busca de superioridade, para um acerto de conta de justiceiros, mas equivalência em direitos, fator fundamental para que o direito seja humano.
Piovesan pondera que a Carta das Mulheres Brasileiras aos Constituintes, ao longo do período pré-1988, resultou na incorporação da maioria das reivindicações formuladas pelo movimento feminista e ensejou a conquista de inúmeros novos direitos e obrigações correlatas do Estado.
Os avanços no plano internacional tem impulsionado transformações tanto no discurso político brasileiro quanto na adoção de políticas públicas, um verdadeiro marco na reinvenção jurídico normativa, que refletem as reivindicações e anseios contemporâneos das mulheres, mesmo em meio à persistência da cultura sexista e discriminatória.
No livro “Sobrevivi, posso contar”, Maria da Penha denunciou a impunidade e inefetividade da justiça brasileira diante da violência doméstica, cometida, em seu próprio domicílio por seu companheiro, que após duas tentativas de assassiná-la e deixá-la irreversivelmente paraplégica aos 38 anos, sendo condenado, após 15 anos permanecia em liberdade, por sucessivos recursos processuais.
Tal caso, apresentado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos em 1998, após 18 anos da prática do crime (1983), fez com que esta condenasse o Estado Brasileiro por negligência e omissão em relação à violência doméstica e rompesse com a invisibilidade de tão grave epidemia alastradda nos lares brasileiros, de todas as classes sociais, culminando na elaboração da Lei 11.340/2006, também denominada “Lei Maria da Penha”.
Contudo, autora observa que na análise de Leila Linhares Barsted, no balanço de mais de uma década, apesar das conquistas obtidas, ainda persiste muita violência doméstica e sexual contra a mulher no Brasil.
O discurso, porém, permanece intenso e motiva o protagonismo do movimento das mulheres, dando-lhe integridade de sentido, ação criativa e capacidade de transformação.
Ao trazer à luz os desafios e obstáculos das relações de poder entre os sexos, estimula-se a criação de uma doutrina jurídica sob as perspectivas de gênero, tendo como pressuposto transformar a realidade, em consonância com as determinações assumidas no plano internacional.
Incorporar novos valores trará um forte potencial transformador, uma vez que ensejará a inclusão o modo de perceber a realidade, por diferentes culturas da população mundial.
Nessa perspectiva, a igualdade material, conforme observações de Piovesan, vem sendo construída não por regramentos aleatórios dos planos internos ou internacionais, mas construídos pelas respostas dadas aos desafios enfrentados pelos agentes que lutam para modificar suas situações em busca de equiparação de direitos em todo o mundo, por aqueles que se vêem prejudicados em sua dignidade.
2º) Como que o Artigo 5º da Constituição Federal do Brasil de 1988, registra esse Direito de Igualdade? Em que este direito se fundamenta?
Segundo Aristóteles, a formulação da igualdade é o fim do direito. Como conjunto de regras coercitivas que disciplinam a conduta dos homens na sociedade, o direito buscaria garantir a igualdade, seja nas relações entre os indivíduos seja nas relações entre o Estado e os indivíduos. 
Em sua concepção, um ordenamento jurídico só seria justo se protegesse os fracos contra os fortes, os pobres contra os ricos, e se estabelecesse medidas para que todos os membros da sociedade recebam igual tratamento, segundo certos critérios fundamentais, como o trabalho, o mérito, a necessidade etc.
 Para José Afonso da Silva, o princípio da legalidade abrange a noção dessa igualdade material, ou seja, o tratamento segundo condições de desigualdade. Para o autor, o Estado se sujeita ao império da lei, mas da lei que realize o princípio da igualdade e da justiça não pela sua generalidade, mas por busca da igualização das condições dos socialmente desiguais.
A igualdade perante a lei se positiva com a noção clássica iluminista, para constitucionalmenteatrelar-se à dignidade humana, para nortear a igualdade na lei, com a interpretação do direito, de modo a tratar o ser humano de modo diferenciado em face da sua natureza racional.
Nesse sentido, podemos concluir que a igualdade é um dos conteúdos necessários da legalidade; e a finalidade das normatizações passa necessariamente, pelo desejo de que a igualdade formal garanta a material.
3º) E o Artigo 1723 do Código Civil? 
De acordo com o referido artigo, “É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família”.
Embora as uniões estáveis sempre tenham existido, apenas com a entrada em vigência do  atual Código Civil foi inserido um título para tratar da união estável (arts. 1723 a 1727), positivando a união estável como um formato de família. Tal fato, contudo, não eliminou as inúmeras polêmicas que envolvem a entrega da prestação jurisdicional diante da morte de um dos companheiros, especialmente se o de cujus for civilmente casado.
Ainda que o artigo 1790 do Código Civil tenha sido considerado inconstitucional pelo STF, equiparando a situação do convivente com a do cônjuge, a dificuldade maior ocorre quando o convivente, por algum motivo, não é reconhecido pela família do companheiro, ou ainda, é discriminado ou excluído em situações aparentemente simples como ser incluído no convênio médico ou odontológico do companheiro, ou até mesmo na partilha de bens, no caso de falecimento.  
Apesar de o Contrato ou Declaração de União Estável assinado pelo casal ser um meio eficaz de comprovar a intenção dos conviventes em relação ao requisito do objetivo de constituir família, ainda que sem filhos, por demonstrar que desejam o convívio mútuo, na prática, obseva-se que a maioria dos conviventes não o faz.
Ressalta-se também que aos companheiros em comunhão estável não foi dado um estado civil, mas ao precisar fazê-lo é feita a menção como se estivesse vivendo em uma situação transitória: “em união estável com”.
Na verdade, a opção pela união estável em si, para a maioria é exatamente a resistência em se comprometer legalmente. Pessoas que convivem em união estável costumam dizer que “papel não muda nada” ou até mesmo “atrapalha a boa convivência”. Poucas, porém, confessam não se comprometerem por estar esperando “alguém melhor” para firmar um compromisso.
A formalização da União Estável acaba por estabelecer cláusulas praticamente idênticas ao casamento, sendo interessante apenas para os que desejam se proteger legalmente, enquanto juntam dinheiro para uma festa de casamento posterior ou para facilitar adesão a algum benefício em que a qualidade de companheiro seja exigida.
Portanto, ao se falar da igualdade formal entre União Estável e Casamento, realmente está garantida no direito positivado, entretanto, na prática, em nada se justifica a existência do instituto, se não pela necessidade de que responda por algo que não se deseja formalizar, ou manter garantias para existência de relações íntimas paralelas com direitos patrimoniais, sem se legalizar a bi ou poligamia.
4º) Faça sua Interpretação da Igualdade nos dias atuais:
Tanto as “Leis Maiores” quanto quaisquer outros regramentos estabelecidos, nos mais diversos países, buscam dar respostas para a vida em sociedade. Conforme observa o constitucionalista José Joaquim Gomes Canotilho, as regras não são suficientes para impedir os desequilíbrios da sociedade. “Os problemas estão nas ruas, onde estão os agentes concretos da vida, não nos artigos da Constituição”.
De acordo com o que defende Aristóteles, a política é a arte mais nobre dos homens a ser posta a serviço das pessoas e dos povos, tê-la como inimiga é um grande erro.
 Ainda sobre o 1º Artigo, acrescido do 2º Artigo “ O fim de toda a associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses Direitos são a liberdade. a propriedade, a segurança e a resistência à opressão.” no que se refere a LIBERDADE, OUTRO LEMA DA REVOLUÇÃO FRANCESA:
Pode-se afirmar que desde a Revolução Francesa de 1789 até hoje, este Lema se transformou em um dos três direitos civis Básicos: Liberdade (1ª Geração de D.H.), Igualdade (2ª Geração de D.H.); e Fraternidade (3ª Geração de D.H.). A liberdade envolveu inclusive as crianças no movimento internacional contra o abuso de poder... Liberdade com a Igualdade são chamados de diretos/raiz, que somados ao direito de propriedade, formam o conjunto dos direitos essências ou direitos/raiz. 
5º) Quais outros direitos decorrem desses? Inclusive são tratados no artigo 5º da CF/88? Comente:
Atrelado ao lema da liberdade individual, decorrem os direitos políticos e civis: direito à vida, liberdade, vida privada, propriedade, liberdade de expressão, proteção, participação na religião e na política, entre outros. 
As diferenças existentes entre os poderes políticos e os civis são que o primeiro abrange apenas os eleitores, voltados para o exercício da cidadania. Já os direitos civis envolvem todas as pessoas, sem existir nenhuma forma de distinção entre elas.
Os direitos humanos decorrentes da igualdade aconteceu depois da Segunda Guerra Mundial, quando começou a ser fortalecida a concepção de Estado de Bem-Estar Social. Surgiram como forma de proteger a dignidade da pessoa humana e os direitos dos povos. 
Diferente dos direitos da liberdade individual, aqui o Estado é responsável pela garantia de uma vida digna do indivíduo na sociedade, dando-lhe oportunidades de forma igual, investindo em políticas públicas. Tais direitos estão sendo constituídos pelos direitos econômicos, sociais e culturais.
Econômicos, para assegurar uma existência digna, respeitando os princípios de livre concorrência, propriedade privada, reduzir a desigualdade social, defesa do consumidor, etc.
Sociais, relacionados à educação, lazer, segurança, assistências aos desamparados, alimentação, transporte e trabalho. 
E, por fim, os direitos culturais: valorização das manifestações culturais, acesso da população à cultura nacional, proteção do patrimônio cultural brasileiro e das suas culturas populares, entre outros.
Os direitos humanos ligados à fraternidade apareceram a partir dos anos 1960 e estão relacionados ao progresso ou ao desenvolvimento, proteção a grupos sociais vulneráveis, ao meio ambiente, buscando preservar a qualidade de vida.
Entre esses direitos estão inseridos o direito ambiental, os direitos das crianças, idosos, adolescentes e portadores de deficiência, além da proteção de patrimônios históricos, artístico, cultural, etc.
O Estado não é responsável por defender os direitos na terceira geração, mas compartilha a tutela junto a representantes da sociedade civil. Por serem direitos considerados transindividuais, já que estão condicionados à existência de um grupo específico. Alguns exemplos são o direito à paz, ao desenvolvimento, comunicação, proteção contra manifestações de discriminação racial, etc.
A primeira geração visa proteger o ser humano de forma individual, tendo como base a singularidade. A segunda geração tem como objetivo proteger o ser humano como parte social: uns em relação a outros, promovendo a igualdade social e, sendo por isso considerada parcial.  A terceira geração tem, por sua vez, o objetivo de proteger o ser humano em relação a todos, ou seja, tem como princípio a generalidade.
A proteção dos direitos humanos não deve ser apenas ser uma obrigação relacionada ao Estado, mas se trata na verdade de uma questão universal, competindo também ao Direito Internacional realizar o monitoramento da realização desses direitos e deve ser um compromisso de todas as pessoas, pois nenhum poder está acima da justiça, da verdade ou da dignidade humana.
6º) Como inserir o artigo 2º do Código Civil brasileiro nessa discussão?
Personalidade, capacidade e o conceito jurídico de pessoa estão intimamente ligados. Embora a personalidade em si não seja um direito, ela apoia todos os direitos do ser humano e consisteno direito que a pessoa tem de defender o que lhe é próprio: liberdade, vida, identidade, honra e reputação. 
Acerca dos direitos do nascituro é necessário adquirir personalidade, para que se analise efetivamente quem tem ou não direitos e quais são eles, in verbis:
“Art. 2º. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.”
Infere-se do artigo que a personalidade civil do homem começa com o mascimento com vida, mas também põe a salvo os direitos do nascituro, resguardando, caso o feto nasça com vida, haja a transformação do que era mera expectativa de direito em direitos de fato. 
A maior parte da doutrina e jurisprudência admitem que o ordenamento jurídico brasileiro adotou a teoria natalista, tendo em vista tanto o disposto no Código Civil quanto na Constituição Federal. Ademais, o Supremo Tribunal Federal já se manifestou na votação da ADI 3510, ocorrida em 29 de maio de 2008, no sentido de que um embrião não pode ser considerado um ser humano. Naquela oportunidade, a maioria dos Ministros votaram pela constitucionalidade da lei que trata de biossegurança e regulamenta as pesquisas com células-tronco embrionárias.
Ocorre, entretanto, que tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei nº 478 de 2007, que pretende criar o Estatuto do Nascituro, que não se apega à técnica jurídica e ignora o fato de que para ser detentor de direitos e obrigações o “ser” deve possuir personalidade jurídica.
Os autores do projeto invocam premissas religiosas de que a vida se inicia a partir da concepção, que poderá ocorrer dentro ou fora do corpo; transforma o crime de aborto em hediondo e prevê pena de detenção de até 3 (três) anos para quem “causar culposamente a morte de nascituro”, proíbe o aborto em caso de estupro, estipulando o pagamento de pensão , pelo Estado ao nascituro até identificação do agressor, que a partir de então será o responsável por ajudar na criação do filho, e, ainda, prevê a proibição total de se realizar o aborto eugênico, como no caso de anencefalia.
O projeto foi aprovado na Comissão de Finanças da Câmara dos Deputados em junho de 2013, onde o relator foi o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Em que pese o direito da mulher a dispor sobre seu corpo é sensato que os direitos humanos assegure às mulheres tais direitos, planejando sua família e promovendo campanhas de métodos contraceptivos, contudo, acreditar que o nascituro, ou ainda, o “embrião” seja parte de seu corpo, biologicamente não se sustenta, pois o óvulo lhe pertence, como o esperma ao homem, mas a junção dos dois materias, forma outro diverso, pertencente aos dois: uma vida advinda de ambos, mas totalmente distinta de ambos.
Assim, embora os benefícios das células troncos seja muito desejados, cabe questionar o quanto sacrifícios de vidas e se em algum estágio delas respeitam a dignidade humana.

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