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FISIOLOGIA III - 02 08 - ABSORÇÃO E SECREÇÃO DE ÁGUA E ELETRÓLITOS

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FISIOLOGIA III – AULA 02/08 – ABSORÇÃO E SECREÇÃO DE ÁGUA E ELETRÓLITOS
PARTE 1
Então vamos ver como ocorre a secreção e absorção de água e dos principais eletrólitos. Com relação aos volumes, vou ter ingestão oral em média de 2L de água por dia. Mais 1,5L de saliva vai ser adicionado aí a alimentação. Suco gástrico 2,5L; bile 0,5L; suco pancreático 1,5L; 1L de secreção intestinal extrapancreática. Então temos 9L no final. A quantidade de água que vai passar no sistema digestório ao longo do dia, obviamente que não no mesmo momento, vai ser essa. Com relação a absorção: intestino delgado tem 7L de reabsorção, ou seja, 78%; intestino grosso 1,9L, cerca de 21% de reabsorção. De maneira que nas fezes nós vamos ter aproximadamente 100mL de água, que corresponde a cerca de 1% do volume de água que passa pelo nosso sistema digestório. Esse 1% é um volume normal que dá as fezes uma consistência normal. A variação desse valor vai trazer fezes mais sólidas ou fezes com grau de pastosidade diferente até que se tenham fezes líquidas, no caso da diarreia. 
Com relação a secreção de líquidos, vale a mesma coisa que falei pros rins, não há nenhum tipo de transporte ativo de água, é sempre osmose. Ao transportar uma molécula osmoticamente ativa pra luz intestinal ou de volta para o interstício, a água acompanha através de permeabilidade da membrana e através de aquoporinas, que também existem nas alças intestinais. Em geral, de modo muito importante pra vocês, há uma secreção de líquidos no intestino (especialmente intestino delgado e intestino grosso), secreção passiva impulsionada pela secreção do íon cloro (cloreto). Serve pra nós de explicação de algumas fisiopatologias que vou falar daqui a pouco. 
A absorção também é passiva. É impulsionada pela absorção de sais ou de nutrientes. Então lembrando que estamos absorvendo glisose, aa, lipídeos. Todas essas moléculas tem capacidade osmótica, são osmoticamente ativas. Aí você absorveu e a água acompanha. Os sais aqui são basicamente cloreto de sódio, que é aquela absorção independente da absorção de nutrientes. 
PARTE 2
 ...embora NaCl seja participante de um co-transporte chamado (momento inaudível devido a muitas tosses e espirros – minuto 6:50). 
 Com relação aos mecanismos de secreção ou absorção de água, nós vamos ter no intestino delgado: secreção de bicabornato, absorção de nutrientes acoplados ao sódio, absorção de nutrientes acoplados a outros prótons (potássio, magnésio por exemplo), absorção de cloreto de sódio (absorção eletricamente neutra, com mecanismos de absorção de sódio acoplada a absorção de cloro), secreção de íon cloro e absorção dos ácidos biliares acoplados ao cloro. No intestino grosso a gente tem absorção de sódio, absorção eletricamente neutra de cloreto de sódio, absorção de ácidos graxos de cadeia curta (ocorre absorção de nutrientes, açucares, aminoácidos e gorduras), temos também secreção de cloreto, e absorção ou secreção de potássio (isso depende da região do intestino, algumas absorvem, outras secretam esse potássio).
 Então eu vou falar de alguns desses mecanismos.
 . Absorção de sódio acoplado a nutrientes: nós vamos usar o mesmo sistema que foi utilizado nos túbulos renais, nós temos uma célula intestinal, aqui eu tenho o lúmen e do outro lado o interstício. O transporte pode ocorrer tanto do lúmen para o interstício quanto do interstício para o lúmen. A gente tem um transportador que está relacionado ao transporte de glicose cujo o nome é SGLT1
PARTE 3
A gente tem um transportador que ta relacionado ao transporte de glicose, cujo nome é SGLP1. O nome é auto-explicativo: Sodium-glucose cotransporter type 1, então é um transportador do tipo Na+-glicose do tipo 1. Aí vc tem aqui transporte de duas moléculas de sódio junto com uma molécula de glicose. Então é um dos participantes da absorção de glicose. A gente tem outros, mas veremos depois. 
Do lado de cá essa glicose vai para o interstício via GLUT-2. Vcs viram GLUT’s em endócrino? Então a gente tem vários GLUT’s, de 1 até 10. Talvez o mais conhecido de vcs seja o GLUT-4, o qual é o único GLUT sensível à insulina. Os GLUT’s são constitutivos da membrana e a gente tem o transporte de glicose de um lado pro outro independente da presença dessa insulina. 
P: O de neurônio é tipo 1? R: Sim, independente da insulina tbm.
E aqui a gente ainda tem a bomba de Na-K. 3Na pra fora e 2K pra dentro, de maneira que a gente consegue ter um transporte de moléculas osmoticamente ativas do lúmen para o interstício. A água vai acompanhando o tempo inteiro. 
Do mesmo jeito que temos os SGLT-1, o sistema vai funcionar do mesmo jeito para os transportadores de aminoácidos. Então nós temos cotransportadores de aminoácidos (que são vários e o prof não citará os nomes deles pq cada grupo de aminoácidos é transportado por um transportador diferente). Então vc tem lá uma treonina junto com uma molécula de sódio, o transporte delas para o interstício vai ocorrer de maneira igual. Então vcs já viram aí que a água vem junto com a absorção de (?).
P: Íons são considerados nutrientes? R: Não. Íon é íon, ou sais minerais popularmente. Não é nutriente não. Pq não nutre nada. P: Então nesse caso é só a glicose que está ali atraindo? R: Sim. Quando eu falo acoplado a nutrientes eu estou falando acoplado à glicose. Nutrientes vão ser glicose, aminoácidos, aminas...
Observação: o íon cloro é absorvido passivamente. A absorção de sódio desacoplado também. E aí o transportador de sódio a gente já falou dele lá nos rins, é o Enac. É um canal de sódio endotelial. Lembrando a vcs: a membrana é polarizada e o seu valor de potencial de repouso é distante do equilíbrio eletroquímico do sódio, ou seja, vc tem sódio sempre querendo entrar na célula. Desde que haja a presença um canal que permita a passagem do sódio, esse sódio entra e sai pela Na-K ATPase. 
PARTE 4
Além disso, vai ter absorção eletricamente neutra de cloreto de sódio. Sistema que vai funcionar somente quando em conjunto, embora os transportadores sejam diferentes. Do lado de cá nós temos um NHE. O que seria um NHE, palavra autoexplicativa? Sódio, hidrogênio exchanger, é um trocador. Você tem um trocador sódio hidrogênio, sódio entra a favor do gradiente de concentração, e joga hidrogênio contra. Esse transportador funciona acoplado com outro que é um transportador cloreto bicarbonato. Vocês vejam que vai alterar o pH luminal, porque vai sempre bicarbonato junto com hidrogênio. Você teve entrada na célula de sódio, cloro. 
Pergunta: Quando você fala que são interligados, é molecularmente? Sim, embora não se conheça como acontece essa interação. Certamente, há a formação de um dímero. Que experimento que você faz? Você pega uma membrana dessa aqui, uma célula dessa e coloca em um ambiente em que não tenha cloreto. Você pega essa membrana, adiciona nela esses canais, tira cloreto do meio EC. Você vê que não absorve sódio. Se você tirar o sódio, você vê que não absorve cloreto. E se você colocar os dois, o sistema trabalha. Mostra que há dependência, mas como é essa dependência a nível molecular. Já se tem ideia de formação de dímeros de receptores, de canais, já tem modelos matemáticos mostrando que isso é possível. 
O sódio vai embora como? Na+, K+, ATPase, sempre. O cloreto vai embora através de um KCC tipo 1 (1potássio e 2 cloros). 
Pergunta inaudível. Resposta: membrana sempre polarizada. Você pode ter secreção de potássio também, desde que essa entrada de sódio também aconteça numa intensidade que produza despolarização. Não significa que sempre vai entrar sódio pelo eNac, porque a concentração de sódio extracelular é sempre maior que a intra. Além disso, interior da membrana é negativo e sódio positivo, então você tem força de atração para dentro da célula. Tanto que pra tirar ele daqui de dentro, você precisa tirar um ATP. Mas uma entrada de sódio na célula não é sinônimo de despolarização. 
PARTE 5
Uma entrada de sódio na célula não é sinônimo de desporalização, esse sódio tem que ficar numa intensidade tal queleve essa membrana ate seu limiar, isso não é incomum, isso vai acontecer e nesse caso vai sair potássio.
Pergunta inaudível-R: Não sei te dizer... Pq o ENAC do rim ele é sensível a aldosterona, ele aparece na membrana na presença de aldosterona, por isso eu digo a vcs que isso aqui é uma subfamília de ENAC, primeiro com certeza é um ENAC independente de aldosterona, mas que subfamília é ...
 Finalmente, a secreção de cloreto, essa secreção de cloreto é muito importante a adição desses líquidos ao longo do nosso processo digestivo, nos temos aqui na membrana basolateral um MKCC do tipo 1, lembra que no rim tem MKCC do tipo 2 aquele é sensível a furosemida esse aqui não é sensível a furosemida não, e ele é um co-tranportador sódio/potássio/2cloro, então a gente tem aqui ó... 
O sódio vai pra fora pela Bomba de Na/potássio ATPase, o potássio sai passivamente por canais de potássio, então a gente tem canal de potássio na membrana, lembre que o equilibro eletroquímico empurra potássio sempre para fora da célula, de maneira que sobre aqui o cloro a medida que aumenta contração intracelular de cloro vc tem um canal que é chamado de CFTR que é um regulador de condutância transmembrana de Fibrose Cística.
E uma família de canais de família que é muito estudada e está presente em casos de fibrose cística, embora não se sabe direito o papel, mas há algumas tentativas farmacológicas de codificar esses canais em indivíduos que tem fibrose cística 
Pergunta não compreensiva- R-Não, no sistema digestorio ele é canal Cloro, mas como ele tem a mesma sequencia genética dos outros CFTR, esses CFTR são de uma família de canal que transporta ATPases de um lado pro outro, mas aqui ele é simplesmente um canal de cloreto.
Esse canal de Cloreto, então embora eu tenha citado a fibrose cística vcs podem esquecer essa historia. Ele é um canal de cloreto dependente de AMP cíclico.
A ativação de SFPR via AMP cíclico vai ocorre na presença de peptídeo intestinal vasoativo, prostaglandinas...
PARTE 6
Ocorre na presença de um peptídeo intestinal vaso ativo e prostaglandinas que são mecanismos fisiológicos. Embora isso, a ingestão de alimentos estragados produz um processo inflamatório. Com isso ocorre o aumento das Pgs levando a uma hiperatividade do CFTR juntamente com o cloro (molécula osmoticamente ativa) - que faz sair água sendo um dos grandes mecanismos de secreção de água- faz com que o indivíduo dê diarreia. Por isso quando pensa em diarreia por causa de um mecanismo de processo inflamatório como salmonelose pensa-se em aumento de secreção de cloreto intestinal (através da prostaglandina) levando agua junto.
Outro mecanismo que aumenta muito a ativação do CFTR é a toxina da cólera. Nesse caso o indivíduo intoxicado terá como causa morte a desidratação extrema. Esse canal naturalmente está ativado, mas é muito pouco (através das Pgs e peptídeo intestinal vaso ativo), entretanto ele pode ser hiperatividade em alguns casos de diarreia. A diarreia é ocasionada pelo aumento da secreção de cloreto, diminuição da capacidade absortiva de gorduras ou pelo aumento da ingestão de gordura (ela unta a alça intestinal, fazendo com que haja dificuldade de passagem de água por essa camada de gordura). 
A absorção de sódio pode interferir, pois percebe – se que aumenta a osmolaridade da alça intestinal. Esta absorção de sódio é muito eficiente. O principal local de eliminação deste íon é a urina, já as fezes terão uma eliminação alta de sódio dependendo do contexto. 
Pergunta inaudível: R- você pode ter uma interferência na absorção de cloreto de sódio. Uma secreção muito alta de cloro muito alta PODE SER que iniba os ....... . De qualquer maneira a gente consegue pensar prontamente no arrasto por solvente, pois se aumenta a osmolaridade urinal, a concentração de sódio pelo aumento da quantidade de líquido cai e aí a força difusional do sódio para dentro diminui. 
A morte por cólera é relacionada a locais com altos índices de pobreza, sendo o Zimbabwe o país mais acometido.

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