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Resumo Ellwanger

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ULBRA campus Torres
Acadêmica: Patrícia Veronica Ribeiro Ferreira
Resumo Caso Ellwanger
Siegfried Ellwanger Castan foi um escritor e editor gaúcho que após viagens a Alemanha e Polônia, retornou ao Brasil e começou a escrever e publicar algumas obras literárias que segundo ele eram de revisionamento histórico no que se diz respeito ao holocausto e o extermínio do povo Judeu durante a segunda guerra, ele fazia parte de um movimento que nega o genocídio do povo judeu, Ellwanger publicou as obras (Holocausto Judeu ou Alemão?, Nos Bastidores da Mentira do Século)
 Obras essas que foram consideradas de teor antissemita com propagação de ideias discriminatórias contra o povo Judeu. Ellwanger foi então denunciado pelo movimento popular anti-racista (Mopar) que em sua composição tinha representantes pelo movimento judeu, movimento negro, movimento de justiça e direitos humanos. Esta denúncia resultou em um mandado de busca e apreensão em sua editora (Edt.Revisão) da qual ele era sócio e dirigente. Dessa denúncia e apreensão de suas obras resultou em uma condenação pelo crime de racismo pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul em 1996, levado a segunda instância até chegar ao STF (Supremo Tribunal Federal) sob o habeas corpus número 82.424, que trazia um choque entre direitos fundamentais como o direito à liberdade de expressão e a dignidade da pessoa humana, princípio esse que resguarda a dignidade humana Independente de sua nacionalidade.
 O julgamento desse habeas corpus entrou para a história do direito no Brasil, devido todas as polêmicas que o mesmo causou no meio jurídico. O julgamento chegou a ser transmitido ao vivo pela TV Justiça, ao julgar esse caso o STF teve cuidado de colocar o valor da pessoa humana acima da liberdade de expressão.
 O ministro Aires Brito foi favorável ao habeas corpus a Ellwanger, porque ele entendeu que a lei que criminaliza o antissemitismo e racismo através dos meios de comunicação só teriam entrado em vigor após o ato, já o ministro Moreira Alves falou sobre a jurisprudência internacional a favor do habeas corpus citando o caso de uma sinagoga nos Estados Unidos onde foram pintados símbolos e frases antissemitas e naquele caso foi dado valor a liberdade de expressão, já o ministro Nelson Jobim disse que não via nada de historicidade nos escritos de Ellwanger mas assim que ficava muito claro em seus escritos a propagação do antissemitismo desvalorização do povo judeu, na fala do ministro Nelson Jobim ele declarou que é "um caso típico" de incentivo ao racismo "vejo nitidamente nas condutas traduzidas no acordão é aquilo que está nos autos, à Evidente e Clara destinação da prática daquilo que está proibido na Constituição. A constituição meramente determina que a legislação infraconstitucional não pode tratar esse tipo de ilícito com as regras da prescrição..."
 Já a ministra Ellen Grace prossegue uma definição de raça da enciclopédia Judaica após a leitura ela concluiu com os seguintes dizeres "é impossível, assim me parece, admitir-se a argumentação segundo a qual se não há raças, não é possível o delito de racismo. "
 O ministro Maurício Correa negou o habeas corpus respaldado na Constituição que coíbe esses atos, em sua fala ele expressou quê: "as teorias antissemitas propagadas nos livros editados pelo acusado disseminam ideias que, se executadas constituíram risco para a pacífica convivência dos judeus no país."
 O voto do ministro Carlos Velloso deixou claro que o antissemitismo é sim uma forma de racismo e para apoiar seu parecer o ministro citou partes dos livros de Ellwanger onde o próprio dava aos judeus uma forma de olhar como raças, ao escrever sobre os judeus, eles teriam "inclinação racial e parasitária dos judeus", escritos esses que segundo o ministro é mais do que suficiente para configurar a conduta racista que é vedada pela Constituição Federal.
 O ministro Marcio Aurélio saiu em defesa da liberdade de expressão segundo o entendimento do ministro, Ellwanger estava apenas fazendo uma revisão histórica, em sua fala o ministro alertou sobre o perigo da não prescrição de crimes que vai contra a garantia constitucional dos direitos fundamentais "o Instituto da imprescritibilidade de crime conflita com a corrente das garantias fundamentais do Cidadão, pois o torna refém, eternamente de atos ou manifestações como se não fosse possível e desejável a evolução, a mudança de opiniões e de atitudes, alegando-se a esperança, essa força matriz da humanidade gerando um ambiente de total insegurança jurídica, porquanto permito ao estado, condená-lo décadas e décadas após a prática do ato.”.
 O caso Ellwanger nos mostra os limites do direito a liberdade de expressão que apesar de ser garantido na Constituição e no regime democrático, não é um direito absoluto acima de qualquer outro direito fundamental, ficando assim bem definido que a lei escrita na Constituição de 1988 não aceita nenhum tipo de discriminação tratando o racismo como um crime inafiançável e imprescritível.
 Com a condenação de Ellwanger o Brasil deu um importante passo para defender as minorias sejam elas culturais, religiosas, raciais ou outras, o Supremo Tribunal Federal como representante máximo do povo brasileiro nos deu uma aula de democracia.
Com a condenação de Ellwanger pelo crime de racismo ficou explícito que o Brasil é um país que respeita as minorias e as diversidades tendo em nossa constituição a lei que protege a liberdade a paz e o bom convívio dos variados povos que aqui residem, não tolerando portanto qualquer tipo de discriminação.

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