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Direito Constitucional - Artigo 5

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Direito Constitucional – Aula escrita – Art. 5º caput e incisos I ao VIII 
Aluna: Thais Cristina 
4º Período – Direito UVA 
Professor: Décio Pimentel 
 
• Objetivo de assegurar uma vida digna, livre e igualitária a todos os 
cidadãos de nosso País. 
• Descreve como devem ser garantidos os direitos fundamentais dos 
indivíduos no Brasil, os meios pelos quais eles vão alcançar seus 
objetivos que estão previstos no art. 3º, que são: 
 “construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento 
nacional; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades 
sociais e regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, 
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. 
• Princípio da igualdade: visa assegurar o inciso IV do artigo 3º, é que 
também é indispensável pra que se atinja o que propõe o inciso III, 
embora a pobreza, a marginalização e as desigualdades estejam muito 
longe de serem erradicados. 
• De acordo com Pnad - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 
-, são 19,3 milhões de brasileiros em situação de extrema pobreza 
(19,3% da população) e 61,1 milhões em situação de pobreza (28,9% 
da população). Antes da pandemia, esse número era de 13,9 milhões e 
51,9 milhões, respectivamente. 
• Residentes no Brasil: a Carta Federal só pode assegurar a validade e o 
gozo dos direitos fundamentais dentro do território brasileiro, não 
excluindo, pois, o estrangeiro em trânsito pelo território nacional, que 
possui igualmente acesso às ações, como o mandado de segurança e 
demais remédios constitucionais. 
• Enumera cinco direitos fundamentais básicos, dos quais os demais 
direitos enunciados nos seus incisos constituem desdobramentos. 
 
1. Vida 
• Direito de estar e permanecer vivo de forma digna, tanto sob o aspecto 
espiritual quanto material (garantia do mínimo necessário a uma 
existência digna). 
•Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade.
Art. 5º Caput:
• Isso leva para várias discussões, como a criminalização da eutanásia. 
Uma pessoa acometida por uma doença grave, passando por grande 
sofrimento e sem prognóstico de cura. Isso claramente não é uma vida 
digna. Nesse caso, vida vem colocada como um dever (você é obrigado 
a continuar vivo), não como um direito. 
 
2. Liberdade 
• Se trata da própria essência dos direitos fundamentais de primeira 
geração, aqueles que exigiam uma abstenção do Estado, criando 
obrigações de não fazer, de não intervir sobre aspectos da vida pessoal 
de cada indivíduo. Existem ainda duas acepções de liberdade: a negativa 
e a positiva. 
• A liberdade negativa seria a interferência do Estado; e a positiva só se 
efetiva se, além da ausência de interferência (ou seja, além de o sujeito 
ser deixado em paz pelos outros), o agente tomar parte ativa no domínio 
de si próprio, é ter poder e recursos para cumprir suas potencialidades e 
determinar suas próprias ações e destino. 
• Philip Pettit vai trazer uma nova visão pra acabar com essa dicotomia, 
uma concepção republicana, em que a liberdade consiste numa ausência, 
assim como a concepção negativa, mas numa ausência de domínio por 
outros, não numa ausência de interferência. 
• Aqui, toma-se o conceito de liberdade na sua forma mais ampla. 
Compreende não só a liberdade física, de locomoção, mas também a 
liberdade de crença, de convicções, de expressão de pensamento, 
de reunião, de associação etc. 
 
3. Igualdade 
• O caput vai refere-se à igualdade em sua acepção no ponto de partida, 
isto é, a igualdade formal, não levando em conta as desigualdades 
existentes. 
• Obriga tanto o legislador (exigindo igualdade na lei, abstração e 
generalidade) quanto o aplicador da lei (igualdade perante a lei). 
• Isso literalmente não acontece no Brasil, onde 60% da população 
carcerária é negra. Em contrapartida, 84,5% dos juízes, 
desembargadores e ministros do Judiciário são brancos, 15,4% 
negros e 0,1% indígenas (MIRANDA, 2021). 
 
4. Segurança 
• A segurança é uma necessidade e um direito humano, além de ser uma 
das mais importantes funções das leis e do sistema jurídico de um Estado. 
• Pode ser definida como: ausência de impressão de perigo e agressões a 
bens e direitos. Nesse caso, temos um clássico direito negativo (de 
defesa), sendo a segurança dos titulares do direito garantida contra 
possíveis intervenções do Estado que possam ameaçá-la (LUNARDI, 
[2010?]). 
• O Estado pode garantir a segurança, mas também pode ameaçá-la. Essa 
ameaça pode ser econômica (não haverá privação da propriedade e da 
liberdade sem um devido processo legal) ou mesmo uma violação ao 
direito à liberdade, entre outros. 
 
5. Propriedade 
• É o direito de uma pessoa, dentro dos limites da lei, de dispor e usufruir 
de um bem, e também de determinar o que é feito com ele. Garante que 
qualquer cidadão tem direito de possuir (ou seja, ser dono de) bens. 
• “É o poder jurídico atribuído a uma pessoa de usar, gozar e dispor de um 
bem, corpóreo ou incorpóreo, em sua plenitude e dentro dos limites 
estabelecidos na lei, bem como de reivindicá-lo de quem injustamente o 
detenha” (GONÇALVES, 2020). 
 
• O referido inciso trata da igualdade de gênero. No que se refere ao 
exercício de direitos e cumprimento de obrigações é válida para todos os 
âmbitos da esfera privada e da esfera pública. 
• Isso fundamentou o surgimento de normas jurídicas que sem a existência 
dessa igualdade não seriam possíveis, como a lei de guarda 
compartilhada (Lei 13.058/2014), que estabelece direitos e obrigações 
análogos no que tange à guarda dos filhos, e a substituição da expressão 
“crimes contra os costumes” pelos “crimes contra a dignidade sexual” no 
código penal, tornando homens e mulheres vítimas em potencial do crime 
de estupro. 
• Não se ignora a existência de diferenças entre homens e mulheres, mas 
afirma que o gênero não deve ser um critério de discriminação 
negativa, não pode ser a causa para que se reconheça a uma pessoa 
menos direitos ou mais obrigações. 
• Observa-se o aspecto material do princípio da igualdade, onde as 
desigualdades vão ser consideradas, abraçando a ideia de que os 
indivíduos são diferentes e que essas particularidades devem ser levadas 
em consideração a fim de garantir que, independentemente de seu 
gênero, todas as pessoas tenham as mesmas oportunidades para se 
desenvolver, com suas ações e vozes sendo valorizadas igualmente. 
• Dispositivo "que resume décadas de lutas das mulheres contra 
discriminações. Mais relevante ainda é que não se trata, aí, de mera 
• Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos 
termos desta Constituição;
Inciso I - Igualdade de Gênero
isonomia formal. Não é igualdade perante a lei, mas igualdade em direitos 
e obrigações" (SILVA, 2005). 
• O tratamento constitucional destinado a homens e mulheres não é 
absolutamente equânime, já que há exceções necessárias que visam 
promover a igualdade real, aquela que só se concretiza na diferença. Um 
exemplo disso é a Lei Maria da Penha, que estabelece mecanismos para 
coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. 
• Em ordenamentos jurídicos anteriores, a mulher apresentava um status 
jurídico inferior em relação ao homem. Exemplo disso é o artigo 6º, inciso 
II, do Código Civil (1916), que determinava a incapacidade relativa “das 
mulheres casadas, enquanto subsistir a sociedade conjugal”. A mulher 
não era sujeito de direitos. 
• Hoje, em tese, o ordenamento jurídico pátrio proíbe qualquer tipo de 
discriminação em razão do gênero, entretanto, mulheres representam 
apenas 15% na Câmara dos Deputados, 16% no Senado Federal. 
• De acordo com uma pesquisa feita pelo IBGE, em 2019, 55,2% dos 
assalariados eramhomens e 44,8%, mulheres. E enquanto o salário 
mensal médio deles chegou a R$ 3.188,03, o delas somou R$ 2.713,92, 
o que representa uma diferença de 17,5%. As mulheres receberam, em 
média, 85,1% do salário médio mensal dos homens (IBGE, 2021). Ainda, 
64% dos magistrados são homens, 36% das magistradas são mulheres. 
 
• Trata- se do princípio da legalidade, base direta da própria noção de 
Estado de Direito, em sua acepção genérica. No que tange aos 
particulares, esse princípio tem como corolário a afirmação de que 
somente a lei pode criar obrigações e, por outro lado, a asserção de que 
a inexistência de lei proibitiva de determinada conduta implica ser ela 
permitida. Ou seja, só a lei pode proibir de algo, se ela não está proibindo 
isso, é porque é permitido. 
• O cidadão é livre se agir conforme a legislação e o Estado pode 
apenas adotar condutas previstas em lei. Já no que concerne ao Poder 
Público ele é a consagração da ideia de que o Estado se sujeita às leis e, 
ao mesmo tempo, de que governar é atividade cuja realização exige a 
edição de leis, tem como corolário a confirmação de que o Poder Público 
não pode atuar, nem contrariamente às leis, nem na ausência de lei. 
 
• Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão 
em virtude de lei;
Inciso II - Princípio da Legalidade
 
• Impedimento da tortura e de tratamento que viole a condição física da 
pessoa humana. Na verdade, o respeito à integridade física, a busca 
da paz, da ordem e do bem comum são pressupostos para qualquer 
sociedade civilizada. A ausência dessas garantias significaria um 
Estado de terror, onde tudo seria possível sem qualquer compromisso dos 
governantes e governados com o bem da comunidade política. 
• O totalitarismo pode ser considerado um exemplo de sociedade que vive 
à base de um regime de terror e de medo, que leva à atomização da 
pessoa humana e à destruição do espaço privado e da intimidade. A 
presença do medo é a característica principal das sociedades que não 
possuem esta condição: a proibição à tortura e ao tratamento desumano, 
é, por assim dizer, preponderante para um Estado justo. 
• A Constituição coloca a prática da tortura vai de forma absolutamente 
proibida pela legislação brasileira, tendo a sua proibição considerada 
cláusula pétrea, o que garante que mesmo nas reformas constitucionais, 
ela vai permanecer no ordenamento. 
• A tortura também é considerada violação gravíssima aos Direitos 
Humanos, sendo um objeto de diversos tratados e convenções 
internacionais por ser uma ação contrária à proteção à vida e a 
integridade da pessoa humana. 
• Relevância da Proibição: Esse inciso é de grande importância porque 
vai deixar clara que a prática da tortura é expressamente proibida no 
território brasileiro e que isso vai se aplicar a qualquer pessoa, na 
sua determinação expressa de que ninguém vai ser submetido a atos 
violentos e degradantes, e nisso também se incluem, além dos brasileiros, 
qualquer estrangeiro que esteja no país. É importante salientar esse 
detalhe porque qualquer pessoa que esteja sofrendo a prática da 
tortura, estaria sofrendo um ataque perante a sua dignidade da 
pessoa humana e é dever do Estado Brasileiro reprovar isso e agir 
contra. Isso reforça que é dever de todas as autoridades não tolerar a 
tortura por ela ser uma clara ameaça a garantia do direito à vida que é um 
direito fundamental. 
TRATAMENTO DESUMANO, TRATAMENTO DEGRADANTE E TORTURA 
• Apesar desses três conceitos estarem relacionados a um mesmo aspecto 
e um mesmo tema, eles diferem entre si nas suas ações. É importante 
classifica-los até mesmo para quem achar que o inciso III é redundante 
no que fala. 
• III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano 
ou degradante;
Inciso III - Tortura
1. Tratamento desumano: é um tratamento que provoca grande 
sofrimento, físico ou mental. Não há razões para que ele aconteça e 
geralmente as pessoas são submetidas a esforços que passam dos 
limites humanos. 
2. Tratamento degradante: são os casos nos quais os indivíduos são 
levados a agir contra a sua vontade ou quando são humilhados 
perante si mesmos ou outras pessoas. O tratamento degradante é um tipo 
de tratamento desumano. 
3. Tortura: é um tratamento desumano aplicado sobre uma pessoa com 
um objetivo específico como, por exemplo, obter informações sobre a 
própria vítima ou um terceiro. A tortura seria, então, um tratamento 
desumano mais grave. 
 
A TORTURA NA HISTÓRIA 
• A tortura, atualmente, é combatida por quase todos os países do mundo 
e por inúmeras organizações internacionais, mas já foi muito utilizada 
como instrumento de poder em diversas sociedades passadas. 
• Servia como punição e também chegaram até a constar em alguns 
ordenamentos, como no de Roma no século VII a.c. 
• Era utilizada com o intuito de incriminar alguém. As confissões que 
eram adquiridas mediante tortura serviam como provas que serviam como 
verdade absoluta, e isso possibilitava às pessoas que detinham o poder, 
sempre conseguir as condições de incriminar quem eles desejassem, 
porque as vítimas das torturas para se livrar da dor acabavam admitindo 
até mesmo o que não tinham feito. 
• A Santa Inquisição, que aconteceu na Idade Média, buscava punir as 
pessoas que eram consideradas hereges. 
 
O INÍCIO DA PROIBIÇÃO À TORTURA: 
• As proibições às torturas começaram a ser reconhecidas com a 
propagação dos ideais iluministas, no século XVII, que pregavam uma 
maior liberdade política e econômica. Sendo oficializada apenas em 1948 
através da Declaração Universal dos Direitos Humanos, com a 
assinatura dos Estados membros da Organização das Nações 
Unidas (ONU), após três anos do fim da Segunda Guerra Mundial, com 
objetivo de impedir que as barbaridades que aconteceram durante a 
guerra, pudessem ser cometidas novamente. 
• O Brasil aderiu, em 15 de fevereiro de 1991, à Convenção Contra a 
Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou 
Degradantes firmada pela ONU. Nosso país também é signatário da 
Declaração Universal dos Direitos do Homem, do Pacto Internacional 
para a Defesa de Direitos Civis e Políticos, da Convenção 
Interamericana Para Prevenir e Punir a Tortura e da Convenção 
Americana de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), 
o que o condiciona internacionalmente a prevenir e punir a prática da 
tortura. 
 
NORMA DE JUS COGENS: 
• A proibição à tortura, é norma Jus Cogens para o Direito Internacional, o 
que significa que mesmo países que não assinaram nenhum tratado 
ou convenção internacional sobre esse tema, tem que obedecer a 
esse princípio da proibição à tortura, que é um princípio geral do Direito 
Internacional. 
• O Jus Cogens é uma norma imperativa do DI, e sua eficácia independe 
dos sujeitos de direito internacional. 
 
A TORTURA NA HISTÓRIA DO BRASIL: 
• A história da tortura no Brasil compreende desde o período de 
Colonização, contra índios, negros, contra a população vulnerável, que 
desobedecia e não fazia parte da elite de senhores que detinham riquezas 
à época. 
• Durante o Estado Novo, que foi um período ditatorial do Getúlio Vargas 
também houveram casos de tortura e privação de direitos. E também foi 
usada fortemente na nossa história, no período do Regime Militar, nos 
governos militares que estiveram no poder por 21 anos, marcando esse 
período com autoritarismo, atos institucionais e violação dos direitos 
humanos. 
 
A TORTURA NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA: 
• Desde a promulgação da Constituição de 88 a tortura passou a ser 
absolutamente proibida. Mas, o legislador não definiu a prática da tortura. 
Além do art. 5º, no inciso III, também prevê o inciso XLIII (43), que a tortura 
compõe o rol dos crimes mais graves no Brasil, sendo por isso 
inafiançável e insuscetível de graça ou anistia, por ele respondendo 
os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-lo,omitirem-se. 
• Para que a norma descrita no inciso III do art. 5º fosse cumprida, era 
necessária uma lei que descrevesse o que é considerado tortura e quais 
são as penas para quem comete esse tipo de crime, então a Lei nº 9.455 
que foi promulgada no Brasil em 1997, definiu a tortura e trouxe 
providências quanto ao assunto. 
• A proibição à tortura também está prevista no Código Penal e de Processo 
Penal, classificando a tortura como crime inafiançável e que possui 
dificuldades para a liberdade condicional. 
• Atualmente, os casos de tortura no país diminuíram sensivelmente 
comparado a períodos anteriores da nossa história, mas, ainda existem 
situações de desrespeito aos direitos humanos, como nos casos de 
pessoas vivendo em situação de trabalho análogo a escravidão, no 
sistema prisional, na violência policial, em situações de cárcere 
privado, em maus tratos à idosos, crianças e mulheres. 
 
 
• Liberdade de expressão: é o direito de expressar o pensamento sobre 
qualquer tema e é um pressuposto da vida democrática. Contudo, aquele 
que exercita esse direito publicamente deve aparecer. A manifestação 
pública de expressão e pensamento exige transparência, sem a qual a 
interação se mostraria pobre e desonesta. 
• A transparência e a informação são requisitos fundamentais para a 
democracia e para a constituição da sociedade política. 
• Na esfera pública, o anonimato não pode gerar efeitos pois é 
incompatível com o sistema democrático. Admitir-se o anonimato seria 
o mesmo que permitir conduta irresponsável daqueles que 
desonestamente desferem informação falsa ou assacam injustamente 
contra outrem. 
• O inciso IV do Art. 5º assegura a nossa livre difusão de pensamentos, de 
ideais e atividades. É importante salientar que, a CF também instaurou 
limitações à essas manifestações de pensamento para que fosse 
garantido a intimidade, a privacidade, a honra e imagens das pessoas, 
que estão representadas no inciso X, desse mesmo artigo. Ou seja, o 
inciso IV e o X, se complementam, e é importante também salientar que 
o inciso IX também complementa o artigo IV. 
 
LIBERDADE DE PENSAMENTO X LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DO 
PENSAMENTO: 
• O inciso IV quando fala sobre a livre manifestação de pensamento, 
defende o direito de pensar e a liberdade de expressá-lo, desde que, ao 
expressar uma opinião, outras leis sejam respeitadas. 
 
 
 
• IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o 
anonimato;
Inciso IV - Liberdade de Pensamento
LIMITES À LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO: 
• Os limites que a Constituição atribui à liberdade de manifestação do 
pensamento são: o respeito às leis e a vedação ao anonimato. 
• Respeito às leis: O Brasil, por ser um Estado de Direito, possui um 
conjunto de regras que precisam ser seguidas para que seja possível viver 
em sociedade, e nisso, não se pode usar da liberdade para desrespeitar 
outras leis. Por exemplo, não se pode desrespeitar outra pessoa devido à 
sua raça, classe social, etc., porque a liberdade de manifestação do 
pensamento não pode ferir a liberdade das outras pessoas em serem 
o que elas são. 
• Vedação do Anonimato: Esse limite, inclusive está expresso no inciso 
IV. Ele é importante porque quando alguém manifestar as opiniões e 
ideias, é obrigatória a sua identificação para que se receba as 
consequências disso. Por exemplo, quando alguém faz uma declaração 
que prejudique a moral ou imagem de outra pessoa, esta vai ter o direito 
de indenização e direito de resposta. 
 
Exemplo Prático: 
O professor Décio é professor na UVA. Além do seu trabalho como professor, 
ele escreve em um blog temas do seu interesse. Um belo dia, o professor 
não concorda com algumas políticas administrativas da UVA, faz um texto 
repleto de críticas e publica. Como ele tem a liberdade de manifestação do 
pensamento, vai poder fazer essas críticas, porém, vai precisar se identificar, 
deixando claro que ele é o autor desse conteúdo do texto. Essa identificação 
vai ser necessária porque ele vai estar falando sobre a atuação de outros 
servidores que são responsáveis pela administração da UVA, e há uma 
possibilidade de que ele se exalte e cometa algum crime de calúnia ou 
desrespeito àquelas pessoas. Portanto, caso isso aconteça, as vítimas terão 
o direito de recorrer à justiça e poderão ser indenizadas. 
• Isso ocorre pelo fato dessas duas limitações existirem e serem tão 
importantes. Não se pode ferir os direitos de outras pessoas para exercer 
a nossa liberdade de manifestação do pensamento e é preciso sempre se 
identificar para que a justiça possa fazer sua parte na garantia desses 
direitos. 
 
LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO NA HISTÓRIA 
• Ao longo da história, houve muita luta para que as pessoas fossem livres 
para pensar e expressar suas ideias e opiniões, mas foi apenas no século 
XVIII, com a Revolução Francesa e a Revolução Americana, que os 
movimentos em prol das liberdades individuais ganharam força. Buscava-
se a liberdade como uma luta pela diminuição do poder dos monarcas 
sobre a população. 
• No Brasil, a liberdade de manifestação do pensamento apareceu de 
diferentes formas ao longo das nossas Constituições: 
 
 
 
 
 
 
RELEVÂNCIA DE CHICO BUARQUE E A RESISTÊNCIA À CENSURA: 
• Com a censura, os artistas escreviam com mensagens figuradas para 
driblar esse sistema que proibia a manifestação do pensamento. Um 
dos maiores representantes desse movimento de resistência foi Chico 
Buarque. 
• Em “Cálice”, sonoramente semelhante à “cale-se”, trazia críticas à 
censura do regime. O verso “Pai, afasta de mim esse cálice”, repetido 
insistentemente, mostra como era difícil lidar com a censura. 
• Em “Apesar de Você”, Buarque mostra como o período era 
repressivo – “Hoje você é quem manda / Falou, tá falado / Não tem 
discussão” –, mas apresenta a esperança de um novo amanhã – 
“Apesar de você / Amanhã há de ser / Outro dia”. 
• Em “Roda Viva”, canção em que pedia voz para o povo: “A gente 
quer ter voz ativa / No nosso destino mandar / Mas eis que chega a 
roda-viva / E carrega o destino pra lá” 
• já garantia a liberdade de expressão, assim como as seguintes, até a 
Constituição de 1937;
Constituição de 1824:
• foi durante o período ditatorial de Getúlio Vargas – o Estado Novo –
que a liberdade de manifestação do pensamento foi cerceada e foi 
admitida a censura; 
Constituição de 1937:
• a livre manifestação do pensamento volta a ser garantida após a 
redemocratização, durando até 1967, quando foi promulgada uma nova 
Carta Magna pelos militares, novamente em um período ditatorial;
Constituição de 1946:
•diferente do Estado Novo, que retirou o direito constitucional à liberdade de 
manifestação do pensamento, a Constituição de 1967 a manteve, mas 
condicionou-a à manutenção da ordem e dos bons costumes. Essa definição 
ampla permitia que o Estado considerasse qualquer manifestação contrária ao 
regime uma afronta à ordem pública, podendo, então, impedir a liberdade de 
manifestação do pensamento. 
Constituição de 1967: 
• Chico queria de qualquer forma levar à população o que passavam dia 
a dia com a repressão dos militares, todo o sofrimento de ter que fugir 
para outro país, não poder falar o que queriam e, principalmente, 
alertar a população do que estava acontecendo no Brasil. 
 
• Previsto na Constituição de 1934, o direito de resposta deve ser 
proporcional ao agravo. Em verdade, previu o constituinte que todo 
aquele que sofrer injusto ataque terá a possibilidade de replicar 
da mesma forma e na mesma condição, sem prejuízo das 
indenizações materiais, morais ou à imagem. 
• Por certo, em um Estado Democrático de Direito, a imprensa deve ser 
livre, mas a liberdade exige responsabilidade e a assunção das 
consequências. Assim, o direito de resposta, conjugada com a 
reparação de danos, funciona como um freio, ou limitador consciente 
da liberdade de imprensae expressão em que o ataque irresponsável 
e sem fundamento contra outrem demandará a justa reparação pelos 
danos causados, aí contempladas a resposta e a obrigação de 
indenizar os prejuízos materiais, morais, à imagem, à honra ou à 
psique. 
• O direito de resposta é assegurado pelo Inciso V do artigo 5º, 
garantindo que, ao sofrer uma ofensa, o indivíduo tenha o direito de 
se defender publicamente, na mesma proporção em que foi ofendido. 
 
EXEMPLO PRÁTICO 
Uma página de notícias de uma cidade publicou uma matéria citando 
o nome de João equivocadamente e prejudicando a sua reputação perante a 
sociedade. Segundo a legislação, João tem o direito de exigir que essa 
mesma página venha a publicar uma retratação, corrigindo a informação 
equivocada que fez. Então, é essa possibilidade de exigir, legalmente, esse 
espaço em que o indivíduo vai poder se defender, contar a sua versão dos 
fatos, que vai ser o direito de resposta. 
 
 
 
 
• V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, 
além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
Inciso V - Direito de Resposta
INFORMAÇÕES IMPORTANTES: 
 
COMO DEVE SER FEITO O DIREITO DE RESPOSTA: 
• O inciso V determina que o direito de resposta deve ser feito de forma 
proporcional à ofensa, mas como ele não trazia informações 
suficientes de como seria essa proporcionalidade, a Lei 13.188/2015, 
veio para complementar e estipular os formatos de como se fazer a 
resposta ou retificação. 
• Na mídia impressa ou na internet: deve ter o mesmo “destaque, a 
publicidade, a periodicidade e a dimensão da matéria” do texto que 
levou ao seu pedido de resposta. Ou seja, se a matéria em que você 
foi ofendido ocupava a primeira página do jornal na edição que circulou 
em um domingo, o seu direito de resposta também deve ser publicado 
na primeira página da edição de domingo. 
• Em emissoras de televisão e rádio: neste caso, o pedido de resposta 
ou retificação deve ser publicado nos mesmos espaços, horários e 
dias da semana em que veiculou a matéria original, tendo também a 
mesma duração. 
• A Lei 13.188/2015 também permite que aquele que for ofendido possa 
pedir diretamente ao veículo de comunicação seu direito de resposta, 
sem precisar passar previamente pelo Judiciário. Caso o pedido 
extrajudicial seja negado, a justiça deve ser acionada, cabendo ao juiz 
analisar o caso, ouvir as partes envolvidas e decidir se concede ou 
não o direito de resposta. 
A INDENIZAÇÃO: 
• O inciso V mostra que direito de reposta e a indenização vão ser 
direitos complementares, que não se excluem. Ou seja, mesmo 
que veículo de comunicação conceda o direito de reposta, a legislação 
vai determinar que o indivíduo continue a ter direito de buscar ser 
indenizado por danos morais, materiais ou à imagem, desde que seja 
1 O ofendido não vai ser 
cobrado por isso, essa 
publicação vai ser de 
forma gratuita e esse 
meio de comunicação 
não vai poder cobrar 
nada pelo espaço que 
usado.
2 O direito de resposta 
deve ser concedido 
pelo veículo de mídia 
que veiculou o 
conteúdo, não pela 
pessoa que proferiu a 
ofensa. A 
responsabilização é 
feita para com o 
veículo de mídia que 
publicou a matéria 
ofensiva e não pelo 
autor da ofensa.
3 Caso o indivíduo seja 
ofendido em 
comentários feitos por 
usuários da internet, o 
direito vai ser regulado 
pelo Marco Civil da 
Internet, Lei 
12.965/2014.
feito por ação própria, ou seja, é preciso que seja feita uma ação 
diferente da feita pedindo o direito de resposta. 
 
DIREITO DE RESPOSTA NAS ELEIÇÕES: 
• O direito de resposta garantido no inciso V, também assegura eleições 
justas. Nos debates ou mesmo nas campanhas eleitorais, um 
candidato vai poder pedir direito de resposta quando se sentir 
ofendido por outro candidato. 
• Apesar do ainda existente debate no STF sobre a atual legislação ferir 
ou não a liberdade de imprensa, o direito de resposta é um direito 
fundamental que assegura a todos os cidadãos a defesa da sua 
honra, moral e imagem. Qualquer pessoa que se sinta ofendida pelos 
veículos de comunicação pode buscar retratação ou direito de 
resposta de forma gratuita, seja extrajudicialmente ou por meio do 
Poder Judiciário. 
 
• Garante que todos os brasileiros e estrangeiros em território nacional 
possuam liberdade religiosa. 
• Praticar, professar, seja em ambiente doméstico ou público. 
• Governos não podem obrigar ou proibir uma religião. 
• Liberdade de consciência: direito de escolher uma religião ou de não ter 
uma. 
• Liberdade de crença: direito de aderir a qualquer ordem religiosa, desde 
que respeite os direitos individuais. 
 
CONTEXTO HISTÓRICO 
• Constituição de 1824 (Constituição imperial) garantia a liberdade 
religiosa e proibia perseguições, desde que os cultos não católicos 
fossem realizados apenas em locais específicos. 
• Constituição de 1891 traz pela primeira vez o Estado laico. 
• Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das 
Nações Unidas – ONU, em 1948, trouxe em seu artigo 18 a garantia da 
liberdade religiosa. 
• "É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o
livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a
proteção aos locais de culto e a suas liturgias.”
INCISO VI – LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E CRENÇA
 
 
SERIA O BRASIL UM ESTADO LAICO? 
 
 
1. Processo: 0139-11/000348-0 
 
• Processo 0139-11/000348-0 pleiteava a retirada de crucifixos e 
quaisquer símbolos religiosos em espaços judiciários destinados ao 
público, no Rio Grande do Sul. 
• Desembargador Cláudio Baldino Maciel defende: 
“o Estado laico protege a liberdade religiosa de qualquer cidadão ou entidade, 
em igualdade de condições, e não permite a influência religiosa na coisa 
pública” 
• O desembargador cita uma decisão da Suprema Corte dos Estados 
Unidos, no caso Engel x Vitale, de 1962: 
“Quando o poder, prestígio ou apoio financeiro do Estado 
é posto a serviço de uma particular crença religiosa, é clara 
a pressão coercitiva indireta sobre as minorias religiosas 
para que se conformem a religião prevalecente 
oficialmente aprovada.” 
• CNJ entende que a exibição de símbolos religiosos não fere a laicidade 
ou liberdade religiosa do Estado: 
 “A presença de Crucifixo ou símbolos religiosos em um 
tribunal não exclui ou diminui a garantia dos que praticam 
outras crenças, também não afeta o Estado laico, porque 
•É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
•I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o 
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de 
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de 
interesse público;
•II - recusar fé aos documentos públicos;
•III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
O art. 19 da CF/88 afirma:
• "Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e 
religião; esse direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e 
a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela 
prática, pelo culto em público ou em particular."
Artigo 18 - Declaração Universal dos Direitos Humanos
https://www.conjur.com.br/dl/voto-relator-materia-conselho.pdf
não induz nenhum indivíduo a adotar qualquer tipo de 
religião, como também não fere o direito de quem quer 
seja”. 
 
2. Preâmbulo da Constituição de 1988 
“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em 
Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado 
Democrático, destinado a assegurar o exercício dos 
direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o 
bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça 
como valores supremos de uma sociedade fraterna, 
pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social 
e comprometida, na ordem interna e internacional, com a 
solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a 
proteção de Deus,a seguinte CONSTITUIÇÃO DA 
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.” 
• Segundo o então ministro Carlos Velloso, em comentário sobre seu voto 
na Ação Direta de Inconstitucionalidade 2076 de 2002, por ele relatada, o 
preâmbulo da Constituição não cria direitos e deveres e, portanto, não 
tem força normativa. 
• Partido Social Liberal – PSL entrou com a ADI em 2002, alegando que 
a constituição estadual do Acre contrariava a constituição do país por 
omitir de seu preâmbulo a expressão “sob a proteção de Deus” 
 
3. Frase “Deus seja louvado” nas notas do real 
 
• Ministério Público Federal de São Paulo – Procuradoria Geral dos 
Direitos do cidadão pediu a remoção da frase “Deus seja louvado” das 
notas do real por não existir uma lei autorizando a existência da frase, 
desrespeitando assim o Estado laico 
 
LIBERDADE RELIGIOSA NO BRASIL 
• Segundo dados do Censo de 2010 do IBGE, a população brasileira é 
composta por nove crenças principais: budista; católica apostólica 
romana; espírita; evangélica; hinduísta; islâmica; judaica; sem religião; 
umbanda; e candomblé. 
• Segundo o relatório “Liberdade Religiosa no Mundo” de 2016, da ACN, 
entre 2011 e 2014, foram registradas 543 denúncias de violações de 
direitos por discriminação religiosa pelo Disque 100 (Disque direitos 
humanos). 
 
 
• Todo aquele que, por qualquer motivo, estiver internado em entidade civil 
ou militar, hospitais públicos ou privados, forças armadas e 
estabelecimentos prisionais, tem direito de receber assistência 
religiosa segundo sua crença. 
• A Lei nº 9.982/2000, que regulamenta as visitas para atendimentos 
religiosos em hospitais da rede pública ou privada e nos 
estabelecimentos prisionais civis e militares: 
Art. 1º – “Aos religiosos de todas as confissões assegura-se o acesso aos 
hospitais da rede pública ou privada, bem como aos estabelecimentos 
prisionais civis ou militares, para dar atendimento religioso aos 
internados, desde que em comum acordo com estes, ou com seus 
familiares no caso de doentes que já não mais estejam no gozo de suas 
faculdades mentais.” 
• A Lei nº 6.923/1981 descreve a aplicação do direito de assistência 
religiosa nas organizações militares: 
Art . 2º – “O Serviço de Assistência Religiosa tem por finalidade prestar 
assistência Religiosa e espiritual aos militares, aos civis das 
organizações militares e às suas famílias, bem como atender a encargos 
relacionados com as atividades de educação moral realizadas nas Forças 
Armadas.” 
• Apesar de ser um direito constitucionalmente garantido, devem ser 
respeitadas as particularidades e exigências de cada instituição. 
• Cada instituição pode estabelecer as condições de realização dos 
cultos de acordo com as regras internas, desde que essas alterações 
visem a segurança do paciente ou do ambiente hospitalar/prisional 
 
A IMPORTÂNCIA SOCIAL DA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA 
• O legislador pensou na relevância de se fornecer apoio à pessoa que 
está distante da família, amigos e da prática da sua fé, mas que 
precisa de ajuda/suporte para enfrentar situações difíceis, evitando assim 
doenças físicas e psicológicas. 
• “É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa 
nas entidades civis e militares de internação coletiva.”
INCISO VII – ASSISTÊNCIA RELIGIOSA
• Auxiliar na ressocialização do indivíduo, visto que a religião pode ser 
aliada no processo de educação nas prisões. 
• Para a pesquisadora penal Fernanda T. Tomé: 
“A religião pode devolver ao indivíduo o sentido da existência, a importância 
da solidariedade e de amar o próximo.” 
• Fernanda T. Tomé revelou ainda em sua pesquisa no presídio regional de 
Santa Maria – RS que, de 39 detentos que se livraram do álcool e 
drogas, 17 afirmaram que a religiosidade foi o principal propulsor na 
superação do vício. 
 
A HISTÓRIA DO DIREITO 
• A assistência religiosa no Brasil foi instituída pela primeira vez por meio 
do Decreto nº 747 de 24 de dezembro de 1850, que estabelecia 
assistência às forças armadas. 
• Na Constituição de 1934 esse direito foi garantido de forma mais 
consolidada, com continuidade nas constituições posteriores. 
 
 
 
•“Sempre que solicitada, será permitida a assistência religiosa nas expedições militares, 
nos hospitais, nas penitenciárias e em outros estabelecimentos oficiais, sem ônus 
para os cofres públicos, nem constrangimento ou coação dos assistidos. Nas 
expedições militares a assistência religiosa só poderá ser exercida por sacerdotes 
brasileiros natos.”
Constituição de 1934
•“Sem constrangimento dos favorecidos, será prestada por brasileiro (art. 129, nº s I e 
II) assistência religiosa às forças armadas e, quando solicitada pelos interessados ou 
seus representantes legais, também nos estabelecimentos de internação coletiva.”
Constituição de 1946
•“Sem constrangimento dos favorecidos, será prestada por brasileiros, nos termos da 
lei, assistência religiosa às forças armadas e auxiliares e, quando solicitada pelos 
interessados ou seus representantes legais, também nos estabelecimentos de 
internação coletiva.”
Constituição de 1967
https://bu.ufsc.br/religiao.PDF
 
 
• O inciso prevê a possibilidade de a pessoa eximir-se do cumprimento 
de obrigação legal sob alegação de impedimento por motivo de crença, 
convicção filosófica ou política, como negar-se à prestação do serviço 
militar obrigatório. 
• Aquele que invocar o impedimento, no entanto, deverá submeter-se a 
uma prestação alternativa imposta pela lei. Caso contrário, será privado 
de algum dos direitos definidos e previstos em lei: exemplificativamente, 
a perda de direitos políticos, prevista no art. 15, IV. 
• Segundo a Lei sobre a prestação de Serviço Alternativo ao Serviço 
Militar Obrigatório, a natureza da nova atividade proposta ao alistado 
deve ser de caráter administrativo, assistencial, filantrópico ou produtivo 
e deve atender à proporcionalidade e à razoabilidade. 
• No Brasil, a escusa de consciência é majoritariamente usada no 
alistamento obrigatório no serviço militar. 
• Segundo a Lei do Serviço Militar (Lei 4.375/1964), ao completar 18 
anos, todos os cidadãos do sexo masculino do Brasil são obrigados a se 
alistarem nas Forças Armadas. Já mulheres e eclesiásticos, em tempos 
de paz, ficam isentos desse dever, mas ficam sujeitos a outros encargos 
que a lei lhes atribuir – Artigo 143, § 2º, CF). 
• Filme “Até o Último Homem”, 2016. 
 
A HISTÓRIA DA ESCUSA DE CONSCIÊNCIA 
• A primeira a utilizar o termo foi a Constituição de 1891, porém, proibia-
o. 
 
• Constituição de 1934 permitiu a possibilidade de não realizar obrigações 
legais em virtude das crenças políticas, filosóficas ou religiosas, porém, 
ela estabelecia a perda dos direitos políticos como contrapartida. 
•“§ 28 – Por motivo de crença ou de função religiosa, nenhum cidadão brasileiro 
poderá ser privado de seus direitos civis e políticos nem eximir-se do cumprimento 
de qualquer dever cívico.
•§ 29 – Os que alegarem motivo de crença religiosa com o fim de se isentarem de 
qualquer ônus que as leis da República imponham aos cidadãos, e os que aceitarem 
condecoração ou títulos nobiliárquicos estrangeiros perderão todos os direitos 
políticos.”
Artigo 72:
•“Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de 
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de 
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, 
fixada em lei”
INCISO VIII – A ESCUSA DE CONSCIÊNCIA
• a Constituição de 1946 trouxe a possibilidade de prestação alternativa 
nos casos de escusa de consciência. 
• Constituição de 1967, assim como na de 1934, houve a perda de direitos 
para quem deixasse de cumprir serviços por motivos religiosos ou 
correntes de pensamento político. 
 
PODCAST – ARTIGO 5º 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
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Disponível em: https://www.politize.com.br/artigo-5/liberdade-de-pensamento//. 
Acesso em: 20 de set. de 2021. 
CARVALHO, Talita de. Artigo quinto, tortura. Politize, 2019. Disponível em: 
https://www.politize.com.br/artigo-5/tortura/. Acesso em: 20 de set. de 2021. 
CHICO Buarque e a ditadura retratada em músicas. Globo.com, 2015. 
Disponível em: http://educacao.globo.com/artigo/chico-buarque-e-ditadura-
retratada-em-musicas.html Acesso em 22 de set. de 2021. 
IBGE: mulher ganha menos que homem e é minoria no mercado de trabalho. 
UOL. São Paulo, 2021. Disponível em: 
https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2021/06/24/ibge-mulheres-
representam-448-dos-assalariados-no-mercado-de-trabalho.htm. Acesso em: 
20 jul. 2021. 
INSTITUTO MATOS FILHO, Politize, 2019. Artigo Quinto. Disponível em:< 
https://www.politize.com.br/artigo-5/#> Acesso em 20 de set. de 2021. 
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perspectiva da Constituição brasileira de 1988. Bauru, [2010?]. Disponível 
em: 
https://www.academia.edu/37456463/DIREITO_%C3%80_SEGURAN%C3%87
A_E_SEGURAN%C3%87A_P%C3%9ABLICA_NA_PERSPECTIVA_DA_CON
STITUI%C3%87%C3%83O_BRASILEIRA_DE_1988_1. Acesso em: 20 jul. 
2021. 
MACHADO, Costa (org.); CUNHA, Alma Candida da (coord.). Constituição 
Federal interpretada: artigo por artigo, parágrafo. 9. ed. Barueri, SP: Manole, 
2018. 
MASSON, Nathalia. Manual de direito constitucional. 8. ed. Salvador: 
JusPODIVM, 2020. 
MIRANDA, Yasmin. Racismo: um preconceito estruturado e latente no sistema 
judiciário brasileiro em contradição ao princípio da igualdade. 2021. 55 f. TCC 
(Bacharel em Direito) – Faculdade de Direito de Curitiba, Centro Universitário 
Curitiba, Curitiba, 2021. Disponível em: 
https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/13893/1/Trabalho%
20de%20Conclus%c3%a3o%20de%20Curso%20Yasmin%20Espinoza%20Gar
rido%20de%20Miranda.pdf. Acesso em: 20 jul. 2021. 
PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional 
Descomplicado. 15 ed. São Paulo: Método, 2016. 
SILVA, José Afonso da. Comentário contextual à Constituição. São Paulo: 
Malheiros, 2005. 
SOUZA, Isabela. Artigo quinto, direito de resposta. Politize, 2019. Disponível 
em: https://www.politize.com.br/artigo-5/direito-de-resposta/ . Acesso em: 20 de 
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TAVASSI, Ana Paula Chudzinski; MORAIS, Pâmela. Inciso I – igualdade de 
gênero “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos 
desta constituição”. Politize, [s.l.], 2019. Disponível em: 
https://www.politize.com.br/artigo-5/igualdade-de-genero/. Acesso em: 20 jul. 
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TOMÉ, Fernanda Terezinha. A influência da religião na ressocialização de 
detentos no presídio regional de Santa Maria - RS. Site do Curso de Direito 
da UFSM. Santa Maria-RS. Disponível em: 
http://www.ufsm.br/direito/artigos/execucao-penal/influencia_religiao.html 
Acesso em: 23 de set. de 2021.

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