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1º Bim - Trabalho Sucessão de Estados

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Alunos: 
Amanda, Matheus, Lauro, Letícia Serafim, Melissa, Nathalia Machado, Nátaly Marques e 
Stephanie Mendes – 7º DIAD 
 
 
 
Sucessão de Estados 
 
Segundo Mazzuoli, “Ocorre a sucessão de Estados quando um Estado 
(chamado de predecessor ou sucedido) é definitivamente substituído por outro (chamado de 
sucessor) no que tange ao domínio de seu território e às responsabilidades pelas suas relações 
internacionais.” Essa sucessão pode ocorrer de duas formas, de maneira forçada, quando um 
Estado é absorvido totalmente ao outro, ou de maneira voluntária, quando surge um novo 
Estado da união desses dois. 
A sucessão pode ser identificada nos seguintes tipos: 
1. Transferência: Nesse caso ocorre uma transferência territorial, “pode-se dizer 
que não existe qualquer surgimento ou desaparecimento de soberania, mas a 
mera transferência de soberania sob determinada parcela do território (REZEK, 
2011, p. 337). 
2. Fusão ou agregação: Nesse caso dois ou mais Estados unem-se, formando um 
terceiro Estado. 
3. Desmembramento: Nesse caso há uma separação de Estados, formando um 
ou mais Estados. Isso não extingue o Estado predecessor, que apesar de 
diminuir seu território continua a existir com os mesmos direitos 
internacionais. 
Existem vários efeitos da sucessão dos Estados que serão explicitados a seguir: 
1. Quanto aos tratados: Existem teorias para explicar esse fenômeno. “A primeira 
– chamada de teoria da sucessão automática – entende que os tratados 
anteriormente concluídos pelo Estado sucedido passam a valer automaticamente 
no território do Estado sucessor; a segunda – chamada de teoria da tábula 
rasa – leciona no sentido de não ser o Estado sucessor obrigado a aceitar os 
tratados então em vigor no território do Estado sucedido.” (MAZZUOLI, 2009, 
p. 419). A segunda teoria é a que prevalece atualmente, com modulações apenas 
no caso de anexação parcial dos Estados, caso em que os tratados gerais serão 
excluídos, mas aqueles específicos à área incorporada pelo outro Estado 
permanecem. 
2. Quanto à nacionalidade: Segundo entendimento tradicional, “nos casos de 
anexação total ou parcial, a nacionalidade do Estado anexador se estende à 
população do Estado anexado ou aos habitantes da área territorial em relação à 
qual se verificou a anexação parcial” (MAZZUOLI, 2009, p. 421). Atualmente, 
há entendimento de que é aplicada ao povo a nacionalidade do Estado 
incorporador, entretanto existe direito de opção de cada habitante de optar ou 
não pela mudança de nacionalidade. 
3. Quanto às obrigações financeiras: “Sob a ótica do Direito Internacional, a 
regra geral, aqui, consiste em atribuir ao novo Estado, que nasceu à custa do 
território e do povo de outro Estado, a obrigação de responder, no plano 
internacional, pelos encargos financeiros contraídos por aqueles que eram 
legítimos representantes do Estado sucedido, pois seria profundamente injusto 
considerar extintas as dívidas estatais legitimamente contraídas, levando-se em 
conta o fato de que esse mesmo Estado desapareceu, o que violaria frontalmente 
os direitos adquiridos dos seus credores, além de colocar em dúvida a 
credibilidade e boa-fé do Estado sucessor.”( MAZZUOLI, 2009, p. 422). Em 
caso de anexação parcial deve ser verificado o caráter das obrigações, se é geral 
ou local, já em caso de desmembramento, os novos entes sucessores respondem 
parcial ou proporcionalmente pelas obrigações financeiras assumidas pelo 
Estado sucedido. 
4. Quanto à legislação interna: Em caso de anexação, total ou parcial, regem as 
leis do Estado incorporador, desaparecendo a legislação do Estado anexado. As 
obrigações e responsabilidades do Estado sucedido decorrentes de legislação 
antiga acabam extinguindo-se. 
5. Quanto ao domínio do Estado: Seja em caso de anexação ou fusão, os bens 
que integram o domínio público do Estado são transferidos para o Estado 
anexador ou para o novo Estado resultante da fusão. Já os bens pertencentes ao 
domínio privado, alguns entendem que também opera a transferência, enquanto 
outros entendem que somente se transfere mediante prévia indenização. 
Existindo anexação parcial, os bens continuam a pertencer ao Estado 
parcialmente incorporado. No desmembramento, “os novos Estados daí 
resultantes ficarão com a titularidade dos bens públicos e privados que se 
encontrem na parte do território sucedido que passou a integrar a porção do 
território de cada um deles.” (MAZZUOLI, 2009, p. 423) 
6. Quanto à participação em organizações internacionais: O Estado sucessor 
não poderá participar de organizações internacionais de que o Estado sucedido 
era parte. O Estado sucessor deverá então, requerer à organização respectiva sua 
autorização de ingresso. 
 
Caso 1 – Iugoslávia 
 
A sucessão de Estados é a substituição de um Estado por outro, podendo 
acontecer de três maneiras: fusão, desmembramento ou transferência de território. Já a 
mudança da forma de constituição de um Estado ocorre por meio de três elementos: povo, 
território e governo. Assim, pode-se falar que quando há transformação no Estado como um 
todo, têm-se uma sucessão de Estados (MAZZUOLI, 2009). 
Em outras palavras, a Sucessão de Estados é a substituição de um Estado, 
por um outro sucessor no que se refere às relações internacionais de um território. Importa 
destacar, ainda, que a Convenção de Viena de 1978 define a Sucessão de Estados como: “a 
substituição de um Estado por outro na responsabilidade das relações internacionais de um 
território”1. 
Nesta oportunidade abordaremos a chamada sucessão ou desmembramento, 
casos em que ocorre a descolonização, com a consequente divisão de um Estado em dois ou 
mais. Como exemplo será abordado o caso de Sérvia e Montenegro. 
 
1 Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10214.htm> Acesso 
em 20 de mar. de 2020. 
Primeiramente, insta observar que a República Socialista Federativa da 
Iugoslávia foi um país que ocupou territórios europeus e que atualmente é composto por seis 
repúblicas, sendo: Eslovênia, Croácia, Bósnia e Herzegovina, Macedônia, Sérvia e 
Montenegro. A desintegração da Iugoslávia se deu no início dos anos 90. 
A antiga Iugoslávia tinha como meta ser a sucessora da República Socialista 
Federativa da Iugoslávia, o que não aconteceu, porque a ideia fora rejeitada por outras 
repúblicas. A Organização das Nações Unidas (ONU) negou o pedido para a associação do 
antigo Estado. 
No ano de 2002, depois da queda de Slodoban Milošević, Presidente da 
Iugoslávia, o país submeteu-se à sucessão compartilhada, originando-se o Estado Sérvia e 
Montenegro. Neste mesmo ano foi criada uma nova carta constitucional, para reestabelecer a 
governança do país. Entretanto a união destes países estava alicerçada em apenas alguns 
tópicos, como a administração para as áreas de defesa, política exterior, relações 
internacionais, relações econômicas e os direitos humanos. Sérvia e Montenegro atuavam em 
separado em relação aos outros aspectos, possuíam diferentes políticas econômicas e até 
mesmo moeda. 
Sérvia e Montenegro ficaram unidas por 3 (três) anos, contudo, suas 
distinções fizeram com que este país se separasse, o que originou a República da Sérvia e a 
República de Montenegro. 
Sendo assim, na data de 21 de maio de 2006, foi feita uma votação pela 
independência e com mais da metade dos votos Montenegro tornou-se independente da 
Sérvia, havendo até o reconhecimento pela União Europeia e pela ONU. A independência de 
Montenegro foi em 3 de junho de 2006, enquanto a da Sérvia ocorreu logo após, em 5 de 
junho de 2006, ocorrendo, assim, a divisão de um Estado em dois. 
 
Caso 2 – Ilha de palmas 
 
Em 1526, a Espanha descobre a ilha de Palmas e em 1554 a Ilha começa a 
aparecer nos mapas holandeses. Em 1898 a ilha é cedida aos EUA pela Espanha, no Tratado 
de Paris. Em janeiro de 1906, os Estados Unidos descobrem que a Holanda tambémalegava 
ser soberana, em virtude de tratado com governantes locais. Assim, os EUA, justificando que 
o título de descobrimento da Espanha lhe conferia a propriedade da Ilha de Palmas como parte 
integrante de seu território, em consenso com a Holanda, recorreu à jurisdição da Corte 
Permanente de Arbitragem em 1925. 
Os EUA argumentam que a doutrina utilizada para justificar o domínio 
sobre povos das terras indígenas da América, África e Ásia é de Direito por descobrimento, 
alegam também que possuíam título originário de propriedade, tratados legítimos do 
“descobridor” original da ilha, a Espanha. Utilizavam-se também da teoria da contiguidade, 
arguindo que a ilha fazia parte do território americano, pois era mais próximo das Filipinas do 
que das Índias Orientais Holandesas. 
Por sua vez, a Holanda argumentou que existia convenção com os Caciques 
de Sangi e uma relação de vassalagem e soberania. Soberania essa, pacífica e contínua, 
apresentando claro poder territorial sobre a ilha. Holanda apresentou também os mapas que 
reconheciam o domínio holandês sobre a região. Nesse contexto, a Corte Permanente de 
arbitragem precisou fazer o seguinte questionamento: qual o título de aquisição territorial que 
prevalece: a descoberta ou a ocupação? 
Para responder essa questão foi necessário estabelecer os seguintes 
pressupostos. Primeiro, os norte-americanos não conseguiram comprovar a soberania 
supostamente adquirida à época do Tratado de Paris. Segundo, o título apresentado, derivado 
do reconhecimento de tratados, não foi aplicado ao caso, pois existiu apenas como um título 
sem validade. Terceiro, os holandeses apresentaram comprovadamente exercício pacífico da 
soberania, sem qualquer oposição entre os anos de 1666 a 1906. Quarto, a ilha de palmas 
realmente corresponde a uma parte das ilhas Talauste desde 1700. Quinto, as ilhas nativas 
estão relacionadas à Companhia das Índias Orientais e depois à Holanda. 
Com base em todo o exposto, a Corte decidiu que o título de descobrimento, 
dissociado da continuidade e do exercício da soberania sobre o território descoberto, não 
possui efeitos jurídicos. Assim, considerando a presença contínua e o exercício da soberania 
holandesa na Ilha de Palmas, a Corte conferiu a soberania à Holanda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências bibliográficas: 
 
MAZZUOLI, Oliveira, V. D. Curso de Direito Internacional Público, 12ª edição. São 
Paulo; Forense, 2018. 9788530983383. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530983383/. Accesso em: 20 Mar 2020 
 
REZECK, Francisco. Direito internacional público: curso elementar. São Paulo; 
Saraivajur, 2018. 9788553172894. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553172894/. Accesso em: 20 Mar 2020 
 
MPF – Procurador da República. Casos Internacionais, 9 de jun. de 2015. Disponível 
em:<http://faustolagares.blogspot.com/2015/06/casos-internacionais.html> Acesso em: 20 de 
mar. de 2020 
 
TRAUB, Isabella. Sucessão de Estados. Novo Jurista, 3 de fev. de 2019. Disponível em: 
<https://novojurista.com/2019/02/03/sucessao-de-estados/> Acesso em: 20 de mar. de 2020. 
 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-
2022/2020/Decreto/D10214.htm> Acesso em 20 de mar. de 2020.

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