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PC-RJ POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PRÉ-edital Direito Administrativo BENS PÚBLICOS Livro Eletrônico 2 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br SUMÁRIO Apresentação da Aula .................................................................................3 Domínio Público .........................................................................................4 Bens das Pessoas Administrativas de Direito Privado .......................................7 Domínio Eminente .....................................................................................7 Bens Públicos ............................................................................................8 Classificação dos Bens Públicos ....................................................................9 Quanto à Titularidade ................................................................................10 Bens Públicos da União ..............................................................................10 Bens Públicos dos Estados ........................................................................13 Bens Públicos do Distrito Federal ................................................................13 Quanto à Destinação .................................................................................14 Afetação e Desafetação .............................................................................17 Características do Regime Jurídico dos Bens Públicos .....................................18 Inalienabilidade ........................................................................................18 Impenhorabilidade ....................................................................................20 Imprescritibilidade ....................................................................................20 Não Onerabilidade ....................................................................................21 Formas de Uso de Bens Públicos .................................................................21 Concessão, Permissão e Autorização de Uso de Bem Público ...........................23 Questões de Concurso ...............................................................................26 Gabarito ..................................................................................................35 Questões Comentadas ...............................................................................36 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 3 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br Apresentação da Aula Olá, caro(a) aluno(a)! Chegamos a 11ª aula, na qual abordaremos o assunto “bens públicos”. Trata-se de um capítulo muito interessante do Direito Administrativo, pois nos dá uma dimensão dos bens que compõem o patrimônio dos entes federativos, suas diferentes destinações e o regime jurídico criado para protegê-los. Abordaremos todos os aspectos cobrados pelas bancas de concursos públicos e, ao final da aula, teremos nossa tradicional revisão com a resolução de questões! Uma boa aula e sucesso, sempre! Lisiane Brito O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 4 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br Domínio Público Para que possamos ter uma compreensão satisfatória do tema bens públicos é necessário, primeiramente, que conheçamos as expressões “domínio público” e “domínio eminente”. Domínio público é um termo que não possui um sentido exato. Vários autores já se dedicaram a defini-lo, sob diferentes enfoques, alguns buscando como referên- cia o Estado, e outros tomando como parâmetro a coletividade, devido ao fato de ser ela quem verdadeiramente fará uso dos bens. Diante disso, talvez seja conveniente tomarmos conhecimento do que dizem nossos autores para encontrarmos a definição adotada pelas bancas. José dos Santos Carvalho Filho1 afirma o seguinte: “Parece-nos, pois, que, a despeito das dúvidas que o instituto suscita, melhor é consi- derá-lo em sentido amplo. Em consequência, podemos conceituar domínio público na esteira de Cretella Junior2, como “o conjunto de bens móveis e imóveis destinados ao uso direto do Poder Público ou à utilização direta ou indireta da coletividade, regulamen- tados pela Administração e submetidos a regime de direito público.” Maria Sylvia Zanella Di Pietro3 apresenta a seguinte lição: “ A expressão domínio público é equívoca, no sentido de que admite vários significados: l. em sentido muito amplo, é utilizada para designar o conjunto de bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno, políticas e administrativas (União, Estados, Municípios, Distrito Federal, Territórios e autarquias); 2. em sentido menos amplo, utilizado na referida classificação do direito francês, desig- na os bens afetados a um fim público, os quais, no direito brasileiro, compreendem os de uso comum do povo e os de uso especial; 1 CARVALHO FILHO, José dos Santos, Manual de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Lúmen Juris. 2 CRETELLA JÚNIOR, “DICIONÁRIO”, p. 204. 3 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 14ª ed. São Paulo: Atlas, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 5 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br 3. em sentido restrito, fala-se em bens do domínio público para designar apenas os destinados ao uso comum do povo. No direito italiano surgiu essa conceituação, pois como alguns bens não eram considerados, por alguns autores, como pertencentes ao poder público, dizia-se que estavam no domínio público; o seu titular seria, na realida- de, o povo.” A célebre autora finaliza sua lição nos seguintes termos: “Usaremos, aqui, a expressão no segundo sentido assinalado, abrangendo os bens de uso comum do povo e os de uso especial. Embora a designação de ‘bens do domínio público’ não seja perfeita, porque pode dar a idéia de bens cujo uso pertence a toda a coletividade, preferimos utilizá-la como forma de contrapor o regime jurídico dos bens.” Lucas Rocha Furtado4 nos ensina que: “A definição dos bens compreendidos no domínio público pode observar dois diferentes aspectos. O primeiro critério considerado para a definição do domínio público toma como parâme- tro a titularidade dos bens. Essa perspectiva atribui natureza pública aos bens perten- centes às pessoas jurídicas de Direito Público. Outra opção para a definição do domínio público toma como parâmetro a finalidade a que se destinam os bens. Se sua utilização estiver vinculada ao desempenho de qualquer atividade estatal, ou se forem destinados ao uso diretamente pela população, compreenderiam esses bens o domínio público. (...) Somente faz sentido falar em domínio público para alcançar os bens passíveis de apro- priação por alguém, seja este uma pessoa pública ou privada, que utilize o bem para uma função pública”. Vimos que, de fato, a doutrina “não se entende” ao tentar definir “domínio pú- blico”. Ocorre que a conceituação é um trabalho doutrinário e, justamente por essarazão, cada um apresenta sua definição. Podemos observar que alguns autores incluem, entre os bens públicos, apenas os pertencentes às pessoas jurídicas de Direito Público (União, Estados, Distrito Federal, Municípios, autarquias e funda- 4 FURTADO, Lucas Rocha. Curso de Direito Administrativo. Belo Horizonte: Fórum. 2007. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 6 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br ções autárquicas), enquanto outra parte da doutrina considera públicos os bens pertencentes às entidades federativas e às entidades administrativas, sejam essas de Direito Público ou de Direito Privado (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista). Pesquisando o direito positivo (direito legislado) brasileiro, veremos que é no Código Civil que se encontra o conceito legal de bens públicos, especificamente no art. 98: “São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de di- reito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.” O texto legal nos leva a fortalecer a posição da doutrina que considera públicos somente os bens pertencentes às pessoas jurídicas de Direito Público. Sendo essa praticamente a única norma legal a tratar do tema, as bancas de concursos vêm utilizado os arts. 98 a 103 do Código Civil para fundamentar as questões de prova. Concluindo, domínio público é uma expressão que, se utilizada em sentido estri- to, indica todo o conjunto de bens que pertencem ao Estado. Podemos dizer que o domínio público é constituído por todos os bens públicos que integram o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público. Para fins de provas de concursos, vamos considerar bens públicos apenas os pertencentes às pessoas jurídicas de Direito Público e domínio público o conjunto dos bens pertencentes às pessoas jurídicas de Direito Público. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 7 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br Bens das Pessoas Administrativas de Direito Privado Hely Lopes Meirelles5 entendia que os bens das pessoas administrativas de direito privado e os bens pertencentes às paraestatais se incluiam entre os bens públicos. Vejamos o que o mestre administrativista escreveu: “Quanto aos bens das entidades paraestatais, entendemos que são, também, bends públicos, com destinação especial e administração particular da instituições a que foram transferidos para a consecução dos fins estatutários.” José dos Santos Carvalho Filho6 discorda do eminente professor, nos seguintes termos: “Com todo o respeito que merece o grande autor, permitimo-nos discordar de seu en- tendimento. Parece-nos, ao contrário, que os bens das pessoas administrativas priva- das, como é o caso das empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de direito privado, devem ser caracterizados como bens privados, mesmo que em certos casos a extinção dessas entidades possa acarretar o retorno dos bens ao patrimônio da pessoa de direito público de onde se haviam originado. O fator que deve preponderar na referida classificação é o de que as entidades têm personalidade jurídica de direito privado e, embora vinculadas à Administração Direta, atuam normalmente com a maleabilidade própria das pessoas privadas.” Domínio Eminente Trata-se de uma expressão empregada para se referir ao poder político pelo qual o Estado submete à sua vontade todos os bens situados em seu território, não constituindo, no entanto, um direito de propriedade. Esse domínio alcança não só os bens públicos, mas também os bens privados e as coisas inapropriáveis, de interesse público. 5 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. Atualizada por Eurico Azevedo et al. São Paulo: Malheiros, 2007. 6 Op. Cit. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 8 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br Não vamos, portanto, empregar a expressão “domínio eminente” para nos refe- rirmos aos bens que integram o patrimônio público. Vejamos como Lucas Furtado7 trata do tema: “Quando se pretende fazer referência ao poder político que permite ao Estado, de forma geral, submeter à sua vontade todos os bens situados em seu território, emprega-se a expressão domínio eminente. Domínio eminente não tem qualquer relação com o domínio de caráter patrimonial, O sentido da expressão alcança o poder geral do Estado sobre tudo quanto esteja em suas linhas territoriais, sendo esse poder decorrente de sua própria soberania. Não se quer dizer que o Estado seja proprietário de todos os bens. Claro que não o é. Significa apenas a disponibilidade potencial de que é detentor em razão de seu poder soberano”. Bens Públicos Como nosso trabalho é voltado para concursos públicos, adotaremos a corrente que tem sido majoritariamente aceita pelas bancas examinadoras. Trata-se da corrente baseada no art. 98 do Código Civil, denominada “exclusi- vista”, que considera públicos somente os bens pertencentes às pessoas jurídicas de Direito Público. Os que criticam essa corrente afirmam que ela não consegue explicar o porquê da impenhorabilidade dos bens afetados à prestação de serviços públicos, que é unanimemente admitida entre os autores como uma garantia do princípio da con- tinuidade do serviço público. Mas, discórdias doutrinárias à parte, o conceito mais aceito pelas bancas de concursos públicos é o que define bens públicos nos seguintes termos: 7 Op. Cit. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 9 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br “São todos os bens que pertencem às pessoas de direito público, isto é, União, Estados, DF e Municípios, bem como às respectivas autarquias e fundações de direito público.” (Celso Antônio Bandeira de Mello8) Lembrem-se de que essa é a corrente adotada explicitamente pelo Código Civil brasileiro, no art. 98. Classificação dos Bens Públicos O Código Civil, além de tratar do conceito de bens públicos no art. 98, apresenta, no art. 99, uma classificação, dividindo os bens quanto à sua forma de utilização em: • Bens de uso comum do povo; • Bens de uso especial; • Bens dominicais. Devemos ressaltar que o legislador, na verdade, trouxe exemplos de bens de uso comum e de uso especial, em vez de dar um conceito para cada um. Mas é bastante frequente ver questões de concursos públicos citarem “conceitos apresen- tados pelo art. 99 do Código Civil”. Vejamos, então, o que estabelece a lei: Art. 99. São bens públicos: I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabe-lecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito públi- co, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado. 8 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 10 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br Vamos, agora, apresentar a classificação doutrinária. Os autores administrativistas classificam os bens públicos a partir de três critérios: • Quanto à titularidade; • Quanto à disponibilidade; • Quanto à destinação. Quanto à Titularidade Os bens públicos classificam-se, quanto à pessoa que detém sua titularidade, em federais, estaduais e municipais. Bens Públicos da União A Constituição Federal de 1988 faz uma enumeração não taxativa dos bens per- tencentes à União e aos Estados. Trata-se mais de uma partilha básica daqueles bens que têm caráter especial e que, diante disso, devem ter um tratamento igualmente especial, do que propria- mente de uma relação dos bens de cada uma das entidades federativas. Os bens da União estão relacionados no art. 20 da Constituição, que levou em consideração alguns critérios relacionados à esfera federal, tais como a segurança nacional, o interesse público nacional, a proteção à economia nacional. Diante disso, podemos verificar que, no que diz respeito à segurança nacional, são bens da União as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras e construções militares (art. 20, II); o mar territorial (art. 20, VI); os lagos e rios li- mítrofes com outros países (art. 20, III); os terrenos de marinha e seus acrescidos (art. 20, VII). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 11 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br A fim de proteger a economia do País, a Constituição Federal fez uma relação de bens, como os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva (art. 20, V); os potenciais de energia hidráulica (art. 20, VIII), os recur- sos minerais, inclusive os do subsolo (art. 20, IX). O interesse público nacional levou a Constituição a elencar como bens públicos da União as vias federais de comunicação (art. 20, II), as terras devolutas neces- sárias à preservação ambiental (art. 20, II), as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos (art. 20, X) e as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios (art. 20, XI). Além disso, o art. 20, inciso IV, da Constituição Federal de 1988, estabelece que pertencem à União as ilhas fluviais e lacustres situadas em zonas limítrofes com outros países, bem como as praias marítimas. Já no que diz respeito às ilhas oce- ânicas e costeiras, a Constituição também confere à União o domínio sobre elas. Atenção, pois a Constituição, até o ano de 2005, considerava pertencentes aos Estados, aos Municípios ou mesmo a terceiros as ilhas referidas no art. 26, II, que estivessem sob domínio destes. Em 2005, com a Emenda Constitucional n. 46/2005, foi alterado o dispositivo e passaram a ser considerados igualmente bens da União “as ilhas oceânicas e costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de municípios, exceto aquelas afetadas ao serviço público e à unidade am- biental federal”. Em relação ao critério de extensão, são bens da União os lagos e rios que ba- nham mais de um Estado (art. 20, III). Podemos perceber que a União detém a titularidade da maioria dos bens públicos. Cabe, por fim, ressaltar que os bens que atualmente pertencem à União e os que lhe vierem a pertencer (art. 20, I), tanto no que diz respeito a recursos mi- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 12 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br nerais, inclusive os do subsolo (art. 20, IX), o STF já tem entendimento firmado no sentido de que nesses bens não se incluem as terras de aldeamentos extintos, mesmo se os indígenas os tiverem ocupado em passado remoto. Vejamos, então, como o art. 20 da CF/1988 enumera os bens públicos perten- centes à União: I – os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; II – as terras devolutas9 indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; III – os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; IV – as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e à unidade am- biental federal, e as referidas no art. 26, II; V – os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; VI – o mar territorial; VII – os terrenos de marinha e seus acrescidos; VIII – os potenciais de energia hidráulica; IX – os recursos minerais, inclusive os do subsolo; X – as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos; XI – as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. 9 Terras devolutas são terras públicas sem destinação pelo Poder Público e que em nenhum momento inte- graram o patrimônio de um particular, ainda que estejam irregularmente sob sua posse. O termo "devoluta" relaciona-se ao conceito de terra devolvida ou a ser devolvida ao Estado. Com a descoberta do Brasil, todo o território passou a integrar o domínio da Coroa Portuguesa. A colonização portuguesa adotou o sistema de concessão de sesmarias para a distribuição de terras, através das capitanias hereditárias: aos colonizadores largas extensões de terra foram trespassadas com a obrigação, a estes de medi-las, demarcá-las e cultivá-las, sob pena de reversão das terras à Coroa. As terras que não foram trespassadas, assim como as que foram revertidas à Coroa, constituem as terras devolutas. Com a independência do Brasil, passaram a integrar o domínio imobiliário do Estado brasileiro, englobando todas essas terras que não ingressaram no domínio privado por título legítimo ou não receberam destinação pública. Para estabelecer o real domínio da terra, ou seja, se é particular ou devoluta, o Estado propõe ações judiciais chamadas ações discriminatórias, que são reguladas pela Lei n. 6.383/1976. (fonte: o eco/ dicionário ambiental) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilizaçãocivil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br http://pt.wikipedia.org/wiki/Sesmaria http://pt.wikipedia.org/wiki/Capitanias_heredit%C3%A1rias http://pt.wikipedia.org/wiki/Capitanias_heredit%C3%A1rias http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6383.htm 13 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br Bens Públicos dos Estados A Constituição enumera, no art. 26, os bens dos Estados. Art. 26, I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União; II – as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros; III – as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; IV – as terras devolutas não compreendidas entre as da União. Mais uma vez a CF/1988 apresenta um rol não taxativo. Aos Estados ainda pertencem outros bens, tais como os prédios estaduais, a dívida ativa, os valores depositados judicialmente para a Fazenda Pública, e outros. Em relação às terras devolutas (inciso IV), tratam-se, em princípio, de bens dos Estados, excetuadas as dispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, pois nesses pertencem à União. Bens Públicos do Distrito Federal Se pesquisarmos a CF/1988, no art. 32, que trata da organização e funciona- mento do DF, veremos que não há qualquer referência a bens públicos. Por outro lado, o art. 26 se refere apenas a bens dos Estados, não incluindo o DF nessa titularidade. A doutrina, diante dessa omissão constitucional, entende que não há vedação a que se arrolem os bens do art. 26 (dos Estados) na titularidade do DF, dada a afinidade que existe entre esse e os Estados-membros da Federação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 14 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br Essa é a opinião de José dos Santos Carvalho Filho10, conforme veremos a seguir: “Em relação ao Distrito Federal, parece-nos que o rol fixado constitucionalmente a ele também se aplica. Embora a Constituição, no artigo 16, tenha se referido apenas aos Estados e no artigo 32, que trata do Distrito Federal, não tenha feito alusão à matéria dos bens públicos, o certo é que não estabeleceu qualquer vedação a que houvesse identidade de tratamento no assunto. Ao contrário, emana do sistema constitucional a aproximação do Distrito Federal com os estados-membros. Assim, não vemos razão para não lhe estender as regras relativas aos Estados.” Essa é a orientação para fins de provas de concuros. Devem ser considerados como bens do Distrito Federal todos aqueles nos quais estão instaladas as reparti- ções públicas distritais, bem como os indispensáveis à prestação dos serviços pú- blicos de atribuição do Distrito Federal. Quanto à Destinação 1) Bens de uso comum do povo: os bens de uso comum do povo são aqueles que têm a destinação de serem utilizados de forma universal por toda a população. Toda a coletividade pode fazer uso desses bens, indistintamente. O que mais caracteriza um bem de uso comum do povo é o fato de estar desti- nado ao uso geral da população, ainda que possam ser impostas, por lei ou regu- lamento, algumas condições para sua utilização. É o que ocorre, por exemplo, em relação a rodovias públicas, que podem ser objeto de concessão, caso em que será cobrada tarifa dos usuários. Essa tarifa não muda a classificação do bem, pois o cri- tério adotado para classificá-lo como de uso comum do povo foi sua destinação e, essa não sofre alteração em razão da instalação de postos de pedágio, continuando o bem com a mesma característica. 10 Op. Cit. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 15 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br Outro exemplo que podemos citar de restrição imposta à utilização de bens de uso comum do povo é o exercício do direito de reunião em “locais abertos ao público”, conforme dispõe o art. 5º, inciso XVI, da CF/1988. O direito de reunião é reconhecido como um direito fundamental, mas pode sofrer algumas restrições do Poder Público, caso venha a frustrar outra reunião marcada anteriormente para o mesmo lugar, ou se vier a provocar tumultos, ou ainda no caso de se tornar em manifestação violenta. Nem por isso aquele lugar público deixou de ser um bem público de uso comum do povo. 2) Bens de uso especial ou do patrimônio administrativo: de acordo com a definição do art. 99, inciso II, do Código Civil, bens de uso especial são os “edifí- cios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da Administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive de suas autarquias”. Os bens de uso especial diferem dos bens de uso comum, principalmente, pelo fato de que sua destinação principal é a utilização pelos órgãos públicos e entidades administrativas, para a execução dos serviços administrativos e serviços públicos em geral (por exemplo, um prédio em que esteja instalado um hospital público ou sirva de sede para um órgão público). Lucas Rocha Furtado11 esclarece: “Evidente que toda a estrutura do Estado está vocacionada ao atendimento dos interes- ses da população. No entanto, se o bem é utilizado diretamente por uma unidade admi- nistrativa qualquer e, apenas indiretamente para o atendimento da população, trata-se de bem de uso especial. Nesse sentido, não apenas bens imóveis, mas igualmente bens móveis podem ser considerados de uso especial. Vê-se, por exemplo, o caso de uma ambulância pertencente a hospital público. O seu uso objetiva, evidentemente, atender às necessidades da população. Aliás, é esse o objetivo de toda a estrutura do Estado. Não pode o cidadão comum, todavia, pura e simplesmente utilizar o bem, tarefa confe- rida aso servidores do hospital público.” 11 Op, cit. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 16 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br São exemplos de bens de uso especial os edifícios de repartições públicas, mer- cados municipais, cemitérios públicos, veículos da Administração etc. 3) Bens dominicais ou do patrimônio disponível: o Código Civil brasileiro se refere aos bens dominicais nos seguintes termos: Art. 99. São bens públicos: III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito públi- co, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado. Percebam que o inciso II do art. 99 não expõe nenhum dado que possa definir os bens dominicais. Já o parágrafo único do mesmo artigo estabelece que são do- minicais os bens que pertencem às pessoas jurídicas de Direito Público “a que se tenha dado estrutura de direito privado”. O legislador,definitivamente não nos ajudou. A doutrina apresenta várias críticas a esse dispositivo legal, dando a ele diferen- tes interpretações. Não há um consenso doutrinário no que se refere ao art. 99 do Código Civil e, como nosso objetivo é ter sucesso nas provas de concurso públicos, vamos nos fixar na definição doutrinária de bens públicos dominicais, pois será essa cobrada pelas provas. Para Alexandre Mazza12, os bens dominicais, também chamados de bens do patrimônio público disponível ou bens do patrimônio fiscal, são todos aqueles sem utilidade específica, podendo ser “utilizados em qualquer fim ou, mesmo, alienados pela Administração, se assim o desejar”. 12 MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 17 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br Portanto, os bens dominicais são os que integram o patrimônio das pessoas ju- rídicas de Direito Público, como objeto de direito pessoal, real, de cada uma dessas entidades. Embora constituam o patrimônio público, não possuem uma destinação pública determinada ou um fim administrativo específico, sendo por isso mesmo denomi- nados patrimônios disponíveis. Não é correto dizer que os bens dominicais são inservíveis ou ociosos. O que ocorre, na realidade, é que tais bens são dominicais, mas nem todo bem dominical será inservível. O que os caracteriza como tal é o fato de não estarem afetados a nenhum fim específico, seja de uso comum do povo ou de uso especial. São exemplos de bens dominiais, ou dominicais, as terras devolutas, viaturas fora de uso, terrenos baldios, carteiras escolares danificadas, dívida ativa, a terra sem destinação pública específica, os prédios públicos desativados e os imóveis inservíveis. Afetação e Desafetação “Afetar” e “desafetar” são termos relacionados à destinação do bem público, pois indicam alteração da finalidade do bem. Assim, quando se diz que o bem foi afetado, significa que foi dada a esse bem uma destinação específica. Por outro lado, ao dizer-se que houve a desafetação do bem, está sendo informado que foi retirada a destinação que tal bem possuía. Tanto os bens de uso comum do povo (uma praça pública, por exemplo), como os bens de uso especial (um prédio em que funcione uma escola pública, por exem- plo), são considerados afetados a um bem público. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 18 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br A princípio, todos os bens de uso especial podem ser desafetados, mas em re- lação aos bens de uso comum do povo, a regra não é absoluta. Existem alguns bens de uso comum em que a finalidade de interesse geral é decorrência da sua natureza, e não da vontade da lei ou da Administração. É o que ocorre, por exemplo, com as praias, que sempre estarão afetadas ao uso comum do povo, a menos que venham a ser destinadas a uma base militar, por exemplo. Nesse caso, sua afetação seria alterada e passariam a ser bens de uso especial. Características do Regime Jurídico dos Bens Públicos No Direito brasileiro, os bens públicos têm as características de: • Inalienabilidade; • Impenhorabilidade; • Imprescritibilidade; • Não oneração. Inalienabilidade A doutrina geralmente apresenta a inalienabilidade como a primeira característi- ca dos bens públicos. Alguns, entretanto, sequer admitem haver essa característica. José dos Santos Carvalho Filho13 diz que: “Atribuir aos bens públicos essa característica constitui equívoco, haja vista a própria Lei de Licitações (Lei n. 8.666/1993), em seu art. 17, definir de modo preciso os requisitos necessários à alienação dos bens pertencentes às entidades integrantes da Administra- ção Pública. Como se pode falar, portanto, em inalienabilidade se a própria lei que regula as licitações indica os requisitos a serem observados para a alienação dos seus bens públicos, imóveis (art. 17, § 1º) e móveis (art. 17, § 2º)?” 13 Op. Cit. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 19 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br Embora exista essa corrente doutrinária, para fins de provas vamos entender a inalienabilidade no sentido de “alienabilidade condicionada”. Lucas Rocha Furtado14 dá a seguinte lição: “A primeira característica dos bens públicos diz respeito à existência de restrições à sua alienação. Mais correta, portanto, apontar a alienabilidade condicionada como a primei- ra característica. Independentemente de se tratar de bem imóvel ou móvel, a primeira condição a ser ob- servada para a alienação dos bens públicos diz respeito à necessidade de desafetação. Conforme dispõe o caput do art. 100 do Código Civil, enquanto os bens de uso especial e os de uso comum conservarem essa ‘qualificação’, isto é, enquanto estiverem afetados, são inalienáveis. No caso dos bens dominicais, em razão de não estarem afetados, a primeira condição necessária à sua alienação já se encontra observada.” ‘Portanto, a “alienabilidade condicionada” seria a característica dos bens públi- cos que restringe a possibilidade de sua alienação. Nesse entendimento, os bens de uso comum do povo e de uso especial não são alienáveis, enquanto estiverem nessa situação. Somente poderão ser alienados de forem desafetados, ou seja, passam à qualidade de bens dominicais. Além da desafetação, há diversas regras que devem ser observadas pela Admi- nistração Pública, antes de proceder à alienação propriamente dita. O art. 17 da Lei n. 8.666/1993, ao tratar das alienações, assim dispõe: Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: I – quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades pa- raestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes caso. 14 Op. Cit. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 20 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br Impenhorabilidade A segunda característica é a impenhorabilidade, segundo a qual é vedada a pe- nhora de bens públicos. Trata-se de decorrência do art. 100 da CF/1988, que dispõe sobre como serão satisfeitos os direitos dos credores do Estado, sem permitir que seus bens sejam penhorados. A penhora é um procedimento judicial pelo qual se busca tomar bens de um de- vedor para que tais bens sejam alienados em juízo e sejam destinados à satisfação do direito do credor. A impenhorabilidade é uma garantia dos bens públicos pela qual as regrasdo art. 100 da Constituição determinam que seja adotado um procedimento bem es- pecífico para que os direitos de credores da União, dos Estados, do DF e dos Muni- cípios, decorrentes de condenações judiciais, sejam satisfeitos. Sendo públicos os bens das pessoas jurídicas de Direito Público, se essas pes- soas integram a Fazenda Pública e, por fim, se o pagamento das condenações da Fazenda Pública deve seguir o procedimento estabelecido na própria Constituição e no CPC quanto a precatórios, então torna-se absolutamente impossível ser deter- minada a penhora de bens públicos. Imprescritibilidade A terceira característica de todos os bens públicos, independentemente da cate- goria a que pertençam, é a de estarem esses bens insusceptíveis de serem adqui- ridos por usucapião, que também é denominado prescrição aquisitiva. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 21 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br As discussões do passado acerca da possibilidade de terras devolutas poderem ser adquiridas por usucapião hoje já estão ultrapassadas e superadas. Bens públicos não se sujeitam à usucapião. Ver arts. 183, § 3º e 191, parágrafo único, da Constituição Federal de 1988. Não Onerabilidade A quarta característica dos bens públicos é a não onerabilidade. Onerar um bem significa deixá-lo em garantia real, para caso caso de inadim- plemento de obrigação. O CC menciona três tipos de garantia real: o penhor, a anticrese e a hipoteca. A característica da não oneração é a impossibilidade de os bens públicos serem gravados com direito real de garantia em favor de terceiros. Formas de Uso de Bens Públicos A doutrina nos aponta quatro formas de utilização dos bens públicos: • Uso comum; • Uso especial; • Uso compartilhado; • Uso privativo. Não vamos confundir as formas de uso dos bens públicos as espécies de bens públicos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 22 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br As expressões “uso comum” e “uso especial” destinam-se tanto a identificação das espécies de bens quanto às formas de uso e, por essa razão, é comum ver estu- dantes confundirem os significados. Diante disso e a título de exemplo, vamos analisar algumas situações hipotéti- cas: uma rodovia, que é bem de uso comum do povo (espécie de bem), pode ado- tar as formas de uso comum ou uso privativo. Veja como isso poderá ocorrer. Por formas de uso bens públicos, entendemos: • Uso comum: a utilização do bem é permitida à coletividade, indistintamente, independentemente de autorização estatal. Esse uso comum dos bens públi- cos pode ser gratuito ou remunerado (art. 103 do CC); • Uso especial: a utilização do bem deverá se submeter a algumas regras espe- cíficas e consentimento estatal. Esse consentimento pode ser gratuito ou re- munerado. Exemplo: utilização de rodovia mediante pagamento de pedágio. • Uso compartilhado: nesse caso, pessoas jurídicas públicas ou privadas neces- sitam utilizar bens que pertencem a outras pessoas governamentais. Exem- plo: a instalação, realizada por um dos Estados-membros, de dutos com fios elétricos em área pública pertencente a um Município; • Uso privativo: deverá ocorrer quando a utilização do bem público é deferida em caráter temporário a determinada pessoa, através de instrumento jurídi- co específico, excluindo-se a possibilidade de o mesmo bem ser utilizado por outras pessoas. É o caso, por exemplo, de autorização conferida por Município para a realização de festa junina em praça pública. Ao ser conferida a auto- rização, o uso do mesmo local é vedado a outras pessoas, durante o período da autorização. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 23 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br O uso privativo tem quatro características essenciais: • Privatividade; • Instrumentalidade formal; • Discricionariedade; • Precariedade; • Regime de direito público. Concessão, Permissão e Autorização de Uso de Bem Público Sabemos que os particulares podem ter a outorga do uso privativo de bens pú- blicos de qualquer espécie, em caráter precário e por tempo determinado. Essa outorga pode ter como objeto o uso de bens públicos de uso comum, de uso especial e também dos dominicais. Será sempre precedida de um ato admi- nistrativo formal e depende de juízo de mérito da Administração, que deverá fazer uma prévia análise acerca da conveniência e oportunidade de deferir o pedido. Existem alguns instrumentos de outorga do uso privativo de bens públicos, den- tre os quais os mais importantes são: a) Autorização de uso de bem público: trata-se de ato administrativo uni- lateral, discricionário, precário, que dispensa a prévia licitação, através do qual o Poder Público faculta o uso de bem público a um particular, atendendo a interesse predominantemente privado. Exemplos: fechamento de rua para bloco de carnaval e autorização para insta- lação de mesas de bar na calçada. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 24 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br A regra é que a autorização é outorgada por prazo indeterminado, devido a seu caráter precário, ou seja, a autorização pode ser revogada a qualquer tempo sem qualquer direito à indenização por parte do autorizatário. Mas, se a autorização for por prazo determinado, a revogação antes do término do prazo gera indenização ao particular prejudicado. b) Permissão de uso de bem público: trata-se de ato administrativo uni- lateral, discricionário e precário, pelo qual o Poder Público confere ao particular o direito de uso privativo de bem público, atendendo a interesse predominante- mente público. Diferentemente do que ocorre na autorização, que faculta o uso da área, na permissão há obrigatoriedade na utilização do bem público objeto da permissão. De acordo com o que dispõe a Lei n. 8.666/1993, em seu art. 2º, a outorga de permissão pressupõe a realização de licitação, por qualquer uma das modalidades previstas naquela lei. Em regra, a permissão será por prazo indeterminado, podendo ser revogada a qualquer tempo, sem direito à indenização por parte do permissionário. No caso de a permissão ter prazo determinado, o que é bastante raro, a revogação antecipada dá direito ao permissionário de ser indenizado, pois restou frustrada sua expectativa de utilizar a área pública pelo prazo inicialmente estabelecido pela Administração. Exemplo de permissão: instalação de banca de jornal em área pública. c) Concessão de uso de bem público: nesse caso, trata-se de um contra- to administrativo bilateral, mediante o qual a Administração outorga a um par- ticular, mediante prévia licitação, o uso privativo eobrigatório de bem público, por prazo determinado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 25 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br Existe previsão de outorga gratuita ou remunerada, devendo a utilização do bem por parte do concessionário obedecer à destinação prevista no ato de conces- são. Poderá ser outorgada a concessão de uso de bem público em caráter gratuito ou oneroso, sempre por prazo determinado. Diante disso, a rescisão antecipada da concessão gera o direito à indenização por parte do concessionário, desde que não haja culpa desse na rescisão contratual. Na concessão, o interesse público é preponderante sobre o interesse do conces- sionário. Exemplo dessa espécie de contrato: concessão de jazida (art. 176 da CF/1988). d) Concessão de direito real de uso: prevista no Decreto-Lei n. 271/1967, a concessão de direito real de uso pode incidir sobre terrenos públicos ou espaço aéreo. As finalidades específicas dessa outorga são: regularização fundiária, urba- nização, industrialização, edificação, cultivo da terra, aproveitamento sustentável das várzeas, preservação das comunidades tradicionais ou outras modalidades de interesse social em áreas urbanas. Diferentemente do que ocorre na concessão simples de uso comum, que é di- reito pessoal, a concessão de direito real de uso pode ser transferida por ato inter vivos ou por sucessão legítima ou testamentária (art. 7º, § 4º, do Decreto-Lei n. 271/1967). Muito bem, amigo(a). Chegamos ao final da nossa aula 11. Vamos, agora, testar nossos conhecimentos com a resolução de questões sobre o tema. Bons estudos! O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 26 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br QUESTÕES DE CONCURSO (CESPE/2017/MP/RR- PROMOTOR SUBSTITUTO/COM ADAPTAÇÕES) Considerando o entendimento do STJ, julgue as asserções seguintes. 1. É ilegal cobrar de concessionária de serviço público taxas pelo uso de solo, sub- solo ou espaço aéreo. 2. A utilização do uso de bem público por concessionária de serviço público para a instalação de, por exemplo, postes, dutos ou linhas de transmissão será revertida em benefício para a sociedade. (CESPE/2017/PREFEITURA DE BELO HORIZONTE/PROCURADOR MUNICIPAL/COM ADAPTAÇÕES) 3. Bens dominicais são os de domínio privado do Estado, não afetados a finalidade pública e passíveis de alienação ou de conversão em bens de uso comum ou espe- cial, mediante observância de procedimento previsto em lei. 4. É juridicamente impossível a prescrição aquisitiva de imóvel público rural por meio de usucapião constitucional pro labore 5. São bens públicos de uso comum do povo aqueles especialmente afetados aos serviços públicos, como, por exemplo, aeroportos, escolas e hospitais públicos. 6. O uso especial de bem público, por se tratar de ato precário, unilateral e discri- cionário, será remunerado e dependerá sempre de licitação, qualquer que seja sua finalidade econômica. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 27 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br (CESPE/2017/PREFEITURA DE FORTALEZA/CE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) A respeito de bens públicos e responsabilidade civil do Estado, julgue o próximo item. 7. Situação hipotética: Determinado município brasileiro construiu um hospital pú- blico em parte de um terreno onde se localiza um condomínio particular. Asserti- va: Nessa situação, segundo a doutrina dominante, obedecidos os requisitos legais, o município poderá adquirir o bem por usucapião. A respeito de bens públicos e responsabilidade civil do Estado, julgue o próximo item. 8. Situação hipotética: A associação de moradores de determinado bairro de uma capital brasileira decidiu realizar os bailes de carnaval em uma praça pública da cidade. Assertiva: Nessa situação, a referida associação poderá fazer uso da praça pública, independentemente de autorização, mediante prévio aviso à autoridade competente. (CESPE/2017/TJ/PR/JUIZ SUBSTIUTO/COM ADAPTAÇÕES) Em relação aos bens públicos, julgue os itens abaixo 9. O ordenamento jurídico brasileiro permite que pertençam a particulares algumas áreas nas ilhas oceânicas e costeiras. 10. Em face do atributo da inalienabilidade, os bens públicos dominicais não po- dem ser alienados. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 28 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br 11. Por serem abertos a uma utilização universal, o mercado municipal e o cemité- rio público são considerados bens de uso comum do povo. 12. Quando o tribunal de justiça consente o uso gratuito de determinada sala do prédio do foro para uso institucional da defensoria pública local, efetiva-se o insti- tuto da permissão de uso de bem público (CESPE/2016/PGE/AM/PROCURADOR DO ESTADO) Com relação a pessoas jurídicas de direito privado e bens públicos, julgue o item a seguir. 13. Consideram-se bens públicos dominicais aqueles que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público como objeto de direito pessoal ou real, tais como os edifícios destinados a sediar a administração pública. (CESPE/2015/PREFEITURA DE SALVADOR/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2ª CLAS- SE/ADAPTADA)No que se refere aos bens públicos, julgue os itens abaixo. 14. No caso de desapropriação cujo objetivo seja o repasse dos bens a terceiros, os bens desapropriados manterão sua condição de bens públicos enquanto não se der a sua transferência aos beneficiados. 15. O uso privativo, ou uso especial privado, consiste no direito de utilização de bens públicos outorgado pela administração tão somente para determinadas pes- soas jurídicas, mediante instrumento jurídico próprio para tal finalidade. 16. Por meio da permissão de uso, a administração permite que determinada pes- soa utilize de forma privativa um bem público, atendendo assim a interesse exclu- sivamente privado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 29 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br 17. É inadmissível a doação de bens públicos, mesmo em caráter excepcional, dada a indisponibilidade desses bens em nome do interesse público. 18. Quanto à destinação, os bens públicos classificam-se em bens de uso comum do povo, bens de uso especial e bens dominicais, sendo definidos como bens de uso comum do povo aqueles que se destinem a utilização específica pelos indivíduos (CESPE/2015/AGU/ADVOGADODA UNIÃO) Acerca dos serviços públicos e dos bens públicos, julgue o item a seguir. 19. De acordo com a doutrina dominante, caso uma universidade tenha sido cons- truída sobre parte de uma propriedade particular, a União, assim como ocorre com os particulares, poderá adquirir o referido bem imóvel por meio da usucapião, des- de que sejam obedecidos os requisitos legais. 20. Situação hipotética: A União decidiu construir um novo prédio para a Procura- doria-Regional da União da 2.ª Região para receber os novos advogados da União. No entanto, foi constatado que a única área disponível, no centro do Rio de Janeiro, para a realização da referida obra estava ocupada por uma praça pública. Asser- tiva: Nessa situação, não há possibilidade de desafetação da área disponível por se tratar de um bem de uso comum do povo, razão por que a administração deverá procurar por um bem dominical. 21. Se os membros de uma comunidade desejarem fechar uma rua para realizar uma festa comemorativa do aniversário de seu bairro, será necessário obter da administração pública uma permissão de uso. 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Situação hipotética: A União decidiu construir um novo prédio para a Procura- doria-Regional da União da 2.ª Região para receber os novos advogados da União. No entanto, foi constatado que a única área disponível, no centro do Rio de Janeiro, para a realização da referida obra estava ocupada por uma praça pública. Asser- tiva: Nessa situação, não há possibilidade de desafetação da área disponível por se tratar de um bem de uso comum do povo, razão por que a administração deverá procurar por um bem dominical. (CESPE/2016/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL) No que tange às limitações ad- ministrativas da propriedade e aos bens públicos, julgue os itens seguintes. 26. A respeito de bens públicos, concessões e permissões, bem como sanções ad- ministrativas, julgue o item subsequente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 31 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br demarcação de terras tradicionalmente ocupadas pelos índios se dá por processo administrativo, o qual deverá, ao final, ser homologado por decreto do presidente da República. 27. Consideram-se bens de domínio público os bens localizados no território do município afetados para destinação específica precedida de concessão mediante contrato de direito público, remunerada ou gratuita. 28. (CESPE/2015/TRF 1A REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/COM ADAPTAÇÕES) As ter- ras devolutas são bens públicos de uso especial que, em regra, integram o patri- mônio da União. 29. Diferentemente dos bens de uso comum do povo, os bens de uso especial po- dem ser alienados mesmo enquanto conservarem a sua qualificação. 30. O uso privativo dos bens públicos pode se dar tanto por instrumentos de direito público quanto por instrumentos jurídicos de direito privado 31. São considerados bens públicos aqueles integrantes do patrimônio das pessoas jurídicas de direito público interno e das pessoas jurídicas de direito privado que integram a administração pública. 32. A afetação e a desafetação dizem respeito ao regime de finalidade dos bens públicos, no sentido da destinação que se lhes possa dar. 33. Na linha da doutrina dominante do direito administrativo, a destinação pública é característica comum dos bens de uso especial e de uso comum do povo. 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Determinado órgão da administração pública pretende disponibilizar, median- te contrato por prazo determinado, uma área do prédio de sua sede — um bem público — para um particular instalar refeitório destinado aos servidores desse ór- gão. Nessa situação, de acordo com a doutrina pertinente, o instituto legalmente adequado para se disponibilizar o uso privativo do bem público por particular é a concessão de uso de bem público. (CESPE/2016/TJDFT/JUIZ SUBSTITUTO) 37. Bens dominicais são aqueles que podem ser utilizados por todos os indivíduos nas mesmas condições, por determinação de lei ou pela própria natureza do bem. 38. Os bens de uso especial do Estado são as coisas, móveis ou imóveis, corpóreas ou não, que a administração utiliza para a realização de suas atividades e finalidades. 39. Os bens privados do Estado, que não se submetem ao regime jurídico de direi- to público, são aqueles adquiridos de particulares por meio de contrato de direito privado. 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Consideram-se bens móveis da União as ferrovias, as instalações portuárias, os telégrafos, os telefones, as fábricas, as oficinas e as fazendas nacionais. 44. As águas públicas de uso comum incluem os mares territoriais, as correntes, os canais, os lagos e as lagoas navegáveis ou flutuáveis e as fontes e reservatórios públicos. 45. A inalienabilidade é característica tanto dos bens de uso comum do povo como dos bens dominicais e dos de uso especial. 46. A CF admite que os estados, o DF e os municípios, bem comoos órgãos da ad- ministração direta e indireta de todos os entes federativos, participem no resultado da exploração de recursos minerais no âmbito de seu respectivo território. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 34 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br 47. As terras devolutas são bens públicos que não possuem afetação pública nem foram incorporados ao domínio privado. 48. Terrenos de marinha são as áreas que, banhadas pelas águas de mar ou de rios navegáveis, integram o patrimônio dos diversos entes federativos e cuja utilização, por particulares, somente é admitida mediante permissão de uso. 49. Devido ao fato de os bens públicos de uso comum se destinarem à utilização geral pelos indivíduos, é vedada a cobrança de remuneração pela utilização desse tipo de bem. 50. É possível a alienação de bens móveis e imóveis da administração pública dire- ta, desde que haja autorização legislativa. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 35 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br GABARITO 1. C 2. C 3. C 4. C 5. E 6. E 7. C 8. E 9. C 10. E 11. E 12. E 13. E 14. 15. E 16. E 17. E 18. E 19. E 20. E 21. E 22. C 23. C 24. E 25. E 26. C 27. E 28. E 29. E 30. C 31. E 32. C 33. C 34. C 35. E 36. C 37. E 38. C 39. E 40. E 41. E 42. E 43. E 44. C 45. E 46. E 47. C 48. E 49. E 50. C O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 36 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br QUESTÕES COMENTADAS (CESPE/2017/MP/RR- PROMOTOR SUBSTITUTO/COM ADAPTAÇÕES) Considerando o entendimento do STJ, julgue as asserções seguintes. 1. É ilegal cobrar de concessionária de serviço público taxas pelo uso de solo, sub- solo ou espaço aéreo. Certo. O STJ já tem pacificado seu entendimento no sentido de que não é lícita a cobran- ça, por parte do Poder Público, de tributo na modalidade de taxa a concessionários de serviços públicos, pela simples utilização do solo, subsolo ou espaço aéreo, em razão da prestação de serviços públicos. Processo REsp 1470686 PR 2014/0182565-6 Publicação DJ. 21/10/2014 Relator Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES (…) “ Ademais, é pacífico o entendimento desta Corte no sentido de que a cobrança em face de concessionária de serviço público pelo uso de solo, subsolo ou espaço aéreo é ilegal (seja para a instalação de postes, dutos ou linhas de transmissão, p. ex.)” RECURSO ESPECIAL; BENS PÚBLICOS. USO DE SOLO, SUBSOLO E ESPAÇO AÉREO POR CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO. COBRANÇA. IMPOSSIBILIDADE. É ilegítima a instituição de mais um tributo sobre o fornecimento de energia elétrica, além dos constantes do art. 155, § 3º, da CF/88. Recurso provido. (MS 12.258/SE, Rel. Min. JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, DJU 5.8.2002) Recurso Ordinário em Mandado de Segurança interposto contra v. Acórdão que denegou segurança ao entendimento de ser constitucional a cobrança, por parte do Município recorrido, da taxa de exploração de logradouro público sobre a utilização do solo urba- no por equipamentos destinados à transmissão e distribuição de energia elétrica para atendimento da rede pública. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10666755/par%C3%A1grafo-3-artigo-155-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/112175738/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 37 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br 2. A utilização do uso de bem público por concessionária de serviço público para a instalação de, por exemplo, postes, dutos ou linhas de transmissão será revertida em benefício para a sociedade. Certo. Em julgado de recurso em mandado de segurança, o STJ estabeleceu que a utiliza- ção do solo urbano para instalação de postes de sustentação para rede de energia elétrica se reveste em prol da coletividade e, por essa razão , é ilegal o poder públi- co onerar o concessionário de serviço público com a cobrança de valores em razão dessa utilização. RMS 11.412/SE, Rel. Min. Laurita Vaz, Rel. p/ acórdão Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJU 18.2.2002) RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. UTILI- ZAÇÃO DE SOLO URBANO. INSTALAÇÃO DE POSTES DE SUSTENTAÇÃO DA REDE DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA “A intitulada ‘taxa’, cobrada pela colocação de postes de iluminação em vias públicas não pode ser considerada como de natureza tributária porque não há serviço algum do Muni- cípio, nem o exercício do poder de polícia. Só se justificaria a cobrança como PREÇO se se tratasse de remuneração por um serviço público de natureza comercial ou industrial, o que não ocorre na espécie. Não sendo taxa ou preço, temos a cobrança pela utiliza- ção das vias públicas, utilização esta que se reveste em favor da coletividade.” (RMS nº 12081/SE, 2ª Turma, Relª Minª Eliana Calmon, DJ de 10/09/2001) (CESPE/2017/PREFEITURA DE BELO HORIZONTE/PROCURADOR MUNICIPAL/COM ADAPTAÇÕES) 3. Bens dominicais são os de domínio privado do Estado, não afetados a finalidade pública e passíveis de alienação ou de conversão em bens de uso comum ou espe- cial, mediante observância de procedimento previsto em lei. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 38 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br Certo. São bens dominicais aqueles que, embora integrem o domínio publico (são de titu- laridade das pessoas jurídicas de Direito Público interno), não possuem nenhuma destinação específica (não estão afetados a nenhuma finalidade específica). Diante disso, podem ser alienados, mas também podem ser afetados ao uso comum do povo ou ao uso especial. 4. É juridicamente impossível a prescrição aquisitiva de imóvel público rural por meio de usucapião constitucional pro labore Certo. Por prescrição aquisitiva entende-se usucapião. O enunciado da questão afirma que imóvel público rural não pode ser adquirido mediante usucapião. Corretíssima a assertiva! Bens públicos não estão sujeitos à usucapião! A negativa da usucapião em bens públicos é protegida constitucionalmente nos arts. 183, § 3º, e 191, parágrafo único, vejamos: Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não sejaproprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não su- perior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 39 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br Não somente a norma constitucional traz essa proibição, como podemos ver tam- bém no art. 102 do Código Civil: Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. 5. São bens públicos de uso comum do povo aqueles especialmente afetados aos serviços públicos, como, por exemplo, aeroportos, escolas e hospitais públicos. Errado. Os bens mencionados na questão não classificados como bens de uso especial, ou do patrimônio reservado, destinados a servirem de sede para órgãos ou entidades públicas ou à prestação de serviços públicos. Não é livre e irrestrita a utilização de tais bens, como ocorre com praças, logradouros, praias, etc., esses sim considera- dos bens de uso comum do povo. 6. O uso especial de bem público, por se tratar de ato precário, unilateral e discri- cionário, será remunerado e dependerá sempre de licitação, qualquer que seja sua finalidade econômica. Errado. O uso especial de bens públicos nem sempre requer licitação ou retribuição pecuni- ária por parte do usuário. Exemplo é a utilização de bibliotecas públicas, hospitais públicos ou mesmo o prédio que funciona como sede de Tribunais. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 40 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br (CESPE/2017/PREFEITURA DE FORTALEZA/CE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) A respeito de bens públicos e responsabilidade civil do Estado, julgue o próximo item. 7. Situação hipotética: Determinado município brasileiro construiu um hospital pú- blico em parte de um terreno onde se localiza um condomínio particular. Asserti- va: Nessa situação, segundo a doutrina dominante, obedecidos os requisitos legais, o município poderá adquirir o bem por usucapião. Certo. Sim, é possível que as pessoas jurídicas de Direito Público interno – União, Esta- dos-membros, DF e Município – adquiram bens por usucapião. Vejamos a lição de Hely Lopes Meirelles: “Entendemos também possível a aquisição de bens por usucapião em favor do Poder Público, segundo os preceitos civis desse instituto e o processo especial de seu reconhe- cimento. Será este o meio adequado para a Administração obter o título de propriedade de imóvel que ela ocupa, com ânimo de domínio, por tempo bastante para usucapir. A sentença de usucapião passará a ser o título aquisitivo registrável no cartório imobiliá- rio competente.” (MEIRELLES, Hely Lopes. “Direito Administrativo Brasileiro”, 33ª ed., Malheiros, São Paulo, 2007, p. 546). A respeito de bens públicos e responsabilidade civil do Estado, julgue o próximo item. 8. Situação hipotética: A associação de moradores de determinado bairro de uma capital brasileira decidiu realizar os bailes de carnaval em uma praça pública da cidade. Assertiva: Nessa situação, a referida associação poderá fazer uso da praça pública, independentemente de autorização, mediante prévio aviso à autoridade competente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 41 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br Errado. É necessária a concessão de alvará de autorização do Poder Público para a realiza- ção do evento. (CESPE/2017/TJ/PR/JUIZ SUBSTIUTO/COM ADAPTAÇÕES) Em relação aos bens públicos, julgue os itens abaixo 9. O ordenamento jurídico brasileiro permite que pertençam a particulares algumas áreas nas ilhas oceânicas e costeiras. Certo. As áreas das ilhas pertencentes aos Estados são, por exclusão, aquelas sob o seu domínio, excluídas as terras da União, dos Municípios e de terceiros, conforme art. 26, II, da Constituição Federal, sobre o qual Maria Sylvia Zanella di Pietro as- sim leciona: “o dispositivo deixa implícita a possibilidade de algumas áreas, nessas ilhas, pertencerem a particulares”. A autora também comenta sobre as ilhas situadas em águas particulares, essas ilhas compõem o patrimônio privado do proprietário das águas, o fundamento para essa possibilidade é o art. 23 do Código de Águas, a seguir transcrito: Art. 23. As ilhas ou ilhotas, que se formarem no álveo de uma corrente, pertencem ao domínio público, no caso das águas públicas, e ao domínio particular, no caso das águas comuns ou particulares. 10. Em face do atributo da inalienabilidade, os bens públicos dominicais não po- dem ser alienados. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10638596/artigo-26-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10717035/inciso-ii-do-artigo-26-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608573/artigo-23-do-decreto-n-24643-de-10-de-julho-de-1934 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91582/c%C3%B3digo-de-%C3%A1guas-decreto-24643-34 42 de 42 DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof.a Lisiane Brito www.grancursosonline.com.br Errado. O atributo da inalienabilidade se configura, na verdade, em alienabilidade condicio- nada. Significa que a alienação de bens públicos está condicionada à observância de uma série de regras. Bens dominicais são aqueles que, embora integrantes do patrimônio público, não estão afetados, podendo ser fonte de receita para o Estado. Sua alienação é permitida, dentro dos parâmetros legais. Vejamos o que dispõe o art. 17 da Lei n. 8.666/1993, ao tratar das alienações: Das Alienações Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: I – quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades pa- raestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos: (…) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br
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