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Enquadramento de Assistentes de Apoio Educacional

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PARECER 
Tema: Enquadramento dos Assistentes de Apoio Educacional (recreador e 
berçarista) no cargo de professor 
Solicitante: Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados - 
SIMTED 
Parecerista: Aquiles Paulus Serviços de Advocacia S/S. 
Foi solicitado ao Escritório Aquiles Paulus Serviços de Advocacia 
S/S", por força de contrato existente com Sindicato Municipal dos Trabalhadores em 
Educação de Dourados - SIMTED, parecer sobre a possibilidade de enquadramento 
dos Assistentes de Apoio Educacional - recreadores e berçaristas no cargo de 
professor. 
A Lei Complementar n. 117 de 31 de dezembro de 2007, dispõe 
sobre o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração da Prefeitura Municipal de 
Dourados - PCCR, e, em seu art. 14, inciso III, alínea "b" aduz: 
"Art. 14. Os cargos, agrupados em carreiras conforme a natureza das 
atribuições, complexidade das tarefas, grau de responsabilidade, habilitação 
profissional e nível de escolaridade, são identificados pelas seguintes 
denominações 
- do Grupo da Educação Municipal: 
a) Profissional do Magistério Municipal; 
b) Grupo de Apoio a Gestão Educacional, 
c) Profissional do Magistério Indígena Municipal. 
d) Grupo de Apoio a Gestão Educacional Indígena 
E...' 
III - do Grupo Desenvolvimento Social: 
a) Gestor de Ações Institucionais: 
b) Assistente de Apoio Institucional; 
c) Assistente de Apoio Institucional Indígena: 
d) Agente de Apoio Institucional: 
e) Agente de Apoio Institucional Indígena: 
f) Auxiliar de Apoio Institucional, 
g) Auxiliar de Apoio Institucional Indígena." 
O anexo 1, da referida lei, estabelece as funções e requisitos para 
ingresso no cargo de "Profissional do Magistério Municipal" e de "Assistente de Apoio 
Institucional", conforme segue: 
Carreira: Educação Municipal Carreira: Desenvolvimento Social 
Profissional do Maistério Municipal Assistente de Apoio Institucional 
FUNÇOES FUNÇOES 
Professor, 	Coordenador 	Pedagógico, Assistente de Atividades Educacionais, Técnico de 
Supervisor 	Escolar, 	Inspetor 	Escolar, Biblioteca, Técnico de Apoio Social, Técnico de 
Direção 	Escolar, 	Orientador Cultura, Técnico de Esportes, Técnico de Serviços 
Educacional, 	Assessoramento 	Escolar Sociais, Berçarista, Monitor de Informática, 
e outras especializações da formação Monitor de Educação Infantil, Monitor de Sala, 
de Pedagogia. Monitor de Pátio e Recreador. 
o 
REQUISITOS REQUISITOS 
Licenciatura Plena ou equivalente, com Nível médio completo 
habilitação específica para a disciplina 
ou função de atuação, para docente e 
Pedagogia para demais funções. 
A lei Complementar n. 118 de 31 de dezembro de 2007 - PCCR da 
Educação trouxe em seu art. 72 a possibilidade de reenquadramento dos servidores 
do Quadro de Apoio a Gestão Institucional para os quadros da Secretaria Municipal 
de Educação, conforme segue: 
- Art. 72 — Para efeito de reenquadramento dos servidores do Quadro de 
Apoio a Gestão Educacional, serão reordenados os cargos abaixo 
denominados do quadro geral da Prefeitura Municipal para os quadros 
da Secretaria Municipal de Educação, como se segue: 
§ 10 - O cargo de Assistente de Apoio Institucional será denominado 
Assistente de Apoio Educacional: 
§ 7 0 Será garantido o direito aos Assistentes de Apoio Institucional, 
nas funções de recreadores e berçaristas de permanecer nos CEIM's, 
em um quadro em extinção ou se remover para outras Unidades 
Educacionais, garantido todos os direitos da carreira de Assistente de 
Apoio Educacional, inclusive a carga horária semanal de 33 (trinta e 
três) horas, enquanto permanecer nos CEIM's. (Redação dada pela Lei 
Complementar n°. 131 de 27 de junho de 2008)." 
Cumpre destacar que a adesão ao enquadramento depende da 
anuência do servidor, portanto aqueles que não fizeram referida opção permanecem 
em quadro de extinção na Secretaria Municipal de Educação'. 
O anexo Vil do PCCR da Educação, divide as funções do cargo de 
"Assistente de Apoio Educacional" em: "Assistentes de Atividades Educacionais 1 
(Escriturário)" e "Assistentes de Atividades Educacionais II (Auxiliar de Biblioteca)", 
ambos com requisito básico de ensino médio. 
A situação controvertida, trazida a lume, tange a possibilidade de 
enquadramento dos recreadores e berçaristas no cargo de professor. 
Cabe destacar que a discussão deve ser limitada aos servidores 
que estão lotados nos CEIM's e permanecem nas atividades originárias de 
recreadores e berçaristas. 
1 § 8°- A adesão ao enquadramento dependerá sempre de anuência do servidor em formulário próprio. 
Aqueles que não fizerem a opção na forma acima descritas, farão parte de quadro em extinção na 
Secretaria Municipal de Educação Disponível em: 
http://www.dourados.ms.gov.br/LinkClickaspx?fileticket=iy85iwwk5GU%3d&tabid=328&mid=764&lang 
uage=pt-BR Acesso em: 20 09.2012. 
II 
Para melhor análise do caso concreto, se fazem importantes, 
considerações das legislações que regem a educação e a Administração Pública. 
A Lei de Diretrizes Básicas da Educação dispõe em seu artigo 61: 
Art. 61. Consideram-se profissionais da educação escolar básica os 
que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido formados em 
cursos reconhecidos, são (Redação dada pela Lei n° 12.014, de 2009) 
- professores habilitados em nível médio ou superior para a docência 
na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio, (Redação dada 
pela Lei n° 12.014, de 2009)." 
(grifo nosso) 
A mesma lei trata da definição de Educação Infantil e do local onde 
ela deve ser oferecida. 
"Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como 
finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, 
em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a 
ação da família e da comunidade 
Art. 30. A educação infantil será oferecida em 
- creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos 
de idade; 
II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade. 
Art. 	31. 	Na educação 	infantil 	a 	avaliação far-se-á 	mediante 
acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de 
promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental." 
(sem grifo no original) 
A Resolução n° 2 de 28/05/20092 que fixa diretrizes para a 
elaboração dos PCCR's da Educação, em seu artigo 2 1 , § 1 1 , também deixa evidente 
que o professor é o responsável por trabalhar na educação infantil. 
21 Para os fins dispostos no art. 6 1 da Lei n° 11.738/2008, que 
determina aos entes federados a elaboração ou adequação de seus Planos 
de Carreira e Remuneração do Magistério até 31 de dezembro de 2009, a 
presente Resolução destina-se aos profissionais previstos no artigo 2 1 , § 2 1 
da referida lei, observados os preceitos dos artigos 61 até 67 da Lei n° 
9.394/96, que dispõe sobre a formação docente. 
§1° São considerados profissionais do magistério aqueles que 
desempenham as atividades de docência ou as de suporte pedagógico 
à docência, isto é, direção ou administração, planejamento, inspeção, 
supervisão, orientação e coordenação educacionais, exercidas no 
âmbito das unidades escolares de Educação Básica, em suas diversas 
etapas e modalidades (Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino 
Médio, Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial, Educação 
2 Disponível em http.//portal mec.gov br/dmdocuments/resolucao cne ceb002 2009.pdf Acesso em. 
20/04 20112 
Profissional, Educação Indígena) com a formação mínima determinada pela 
legislação federal de Diretrizes e Bases da Educação Nacional." 
(grifo nosso) 
A Carta Magna prevê em seu art. 205: A educação, direito de todos e 
dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da 
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho." 
De acordo com a previsão constitucional, compete privativamente a 
União legislar sobre as diretrizes e bases da educação nacional (art. 22, inciso XXIV) 
e aos municípiosmanter os programas de educação infantil e de ensino 
fundamenta l 3 . Ressalta o art. 208 da Constituição Federal- 
— 
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a 
garantia de: 
- educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) 
anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a 
ela não tiveram acesso na idade própria: 
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) 
anos de idade;" 
(sem grifo no original) 
Ante as garantias previstas na Constituição e a responsabilidade dos 
educadores, a valorização dos profissionais da educação é um principio para garantir 
o ensino de qualidade (art. 205, inciso V). O Plano Nacional de Educação 4 tem como 
uma de suas prioridades: 
"Valorização dos profissionais da educação. Particular atenção deverá 
ser dada à formação inicial e continuada, em especial dos professores. 
Faz parte dessa valorização a garantia das condições adequadas de 
trabalho, entre elas o tempo para estudo e preparação das aulas, 
salário digno, com piso salarial e carreira de magistério." 
A Lei n. 9.394 de 20 de dezembro de 1996, dispõe em seu art. 29: "A 
educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o 
desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos 
físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da 
comunidade." (grifo nosso) 
"Art. 30. Compete aos Municípios: [ ... ] VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e 
do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional n° 53, de 2006)" Disponível em: 
http://www. planalto.gov . br/ccivil_03/constituicao/Constitu icaoCompilado. htm 
'Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de 
articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, 
metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em 
seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das 
diferentes esferas federativas que conduzam a (Redação dada pela Emenda Constitucional n° 59, de 
2009)". Disponível em: http:Ilwww. planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado . htm 
a 
A valorização do profissional da educação é princípio ligado ao direito 
das crianças e dos adolescentes à educação, diga-se, de qualidade. Ressalta os 
dizeres de Válter Kenji lshida 5 , em seu livro Estatuto da Criança e Adolescente: 
"O direito a escola pública e gratuita é um ideal republicano, presente desde 
a Revolução Francesa. 
A CF em seu art. 205 vincula a educação ao preparo para exercício da 
cidadania Além disso, existe o objetivo de preparar o jovem para o 
mercado de trabalho. Quanto ao primeiro item, mister ressaltar que a 
cidadania não se limita ao conceito simplista de votar e ser votado, 
mas se insere em um conceito amplo, envolvendo a efetivação dos 
seus direitos civis, sociais e políticos. Assim, quanto mais educada a 
criança e o adolescente, mais as mesmas serão capazes de lutar e exigir os 
seus direitos e cumprir os seus deveres (Luiz Antonio Migue! Ferreira, 
Temas de direito à educação, p. 24). Quanto ao outro aspecto, o trabalho, a 
própria constituição do ensino fundamental, médio, incluindo o 
profissionalizante, além da universidade, proporcionarão meios para 
obtenção de preparação e colocação no mercado de trabalho. 
Paulo Afonso Garrido de Paula (1995:94) menciona o conceito de educação 
e sua abrangência. 
Educação, em sentido amplo, abrange o atendimento em 
creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade, 
ensino médio e o ensino em seus níveis mais elevados, 
inclusive aqueles relacionados à pesquisa e à educação 
artística." 
O direito à educação é direito subjetivo da criança e do adolescente, 
devendo ser garantida pelo Estado. Elenca o dispositivo os direitos do 
menor quanto ao acesso e permanência, devendo haver critérios claros e 
isonômicos por parte do responsável legal' Diretor, Delegado de Ensino e 
Secretário da Educação. Ainda elenca referida norma o direito de respeito 
pelos educadores, o direito a contestar critérios avaliativos, de organização 
em entidades estudantis bem como o acesso a escola pública e gratuita. 
Aos pais, cabe-lhes o direito de participação." 
(grifo nosso) 
A Constituição Federal, em respeito aos princípios da legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, os quais regem a Administração 
Pública direta e indireta, dispõe em seu artigo 37, incisos 1 e II: 
1 - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros 
que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos 
estrangeiros, na forma da lei 
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação 
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de 
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na 
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão 
declarado em lei de livre nomeação e exoneração". 
(grifo nosso) 
ISHIDA, Válter Kenji Estatuto da Criança e Adolescente. doutrina e jurisprudência. 13. Ed. São 
Paulo: Atlas, 2011. P. 137/138. 
A previsão constitucional para a investidura em cargo ou emprego 
público vincula a Administração Pública ao edita1 6 , o qual estabelece os parâmetros 
do certame, porém tal fato não é absoluto quando seus atos se tornam eivados de 
vícios/erros. 
O Princípio da Autotutela é decorrência do princípio da legalidade, 
conforme ensinamentos de Maria Sylvia Zanella Di Pietr07 : 
"É uma decorrência do princípio da legalidade; se a Administração Pública 
está sujeita á lei, cabe-lhe, evidentemente, o controle da legalidade. 
Esse poder da Administração está consagrado em duas súmulas do STF 
Pela de n° 346, "a administração pública pode declarar a nulidade de 
seus próprios atos"; e pela de n°473, "a administração pode anular os 
seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, 
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de 
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e 
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial." 
(grifo nosso) 
Segundo o ilustre professor Hely Lopes Meireles 8 : "A Administração 
Pública, em todas as suas manifestações, deve atuar com legitimidade, ou seja, 
segundo as normas pertinentes a cada ato e de acordo com a finalidade e o 
interesse coletivo na sua realização." (sem grifos no original) 
O Parecer n. 7/2011 do Conselho Nacional de Educação, aprovado 
em 12.06.2011 (aguardando homologação) diante de consulta formulada pelo 
município de Jaú - SP, sobre os recreadores de creche, dispõe. 
"II - VOTO DO RELATOR 
Diante de todo o exposto, nos termos do presente parecer. concluímos 
O enquadramento do servidor em cargo diverso do original é possível 
e é legal quando se tratar de servidor efetivado no órgão em que se dará a 
recolocação e quando tenha se submetido a concurso público similar 
b ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO 
PÚBLICO. PRINCÍPIO DA VINCULAÇÁO AO EDITAL APRESENTAÇÃO DE DIPLOMA. REQUISITO 
NÃO CUMPRIDO DOCUMENTAÇÃO APRESENTADA DIFERENTE DA EXIGIDA 1. Trata-se, na 
origem, de mandado de segurança impetrado pelo ora recorrente em face de ato praticado pelo 
Secretário de Educação e da Secretária Executiva de Educação que indeferiu sua posse no cargo de 
Professora de Língua Inglesa por não ter comprovado a habilitação exigida pelo edital do concurso. 
2. Em suas razões, a recorrente narra que ainda não havia concluído sua licenciatura plena em língua 
inglesa em virtude de inúmeras greves na Universidade, e que, portanto, estava cursando Metodologia 
do Ensino da Língua Inglesa, garantindo assim o apostilamento de complementação para a licenciatura 
plena 3. Sabe-se que o procedimento do concurso público éresguardado pelo princípio da 
vinculação ao edital. 4. Sendo assim, se o edital prevê o diploma em licenciatura plena para o ensino 
da língua inglesa, esse deve ser o documento apresentado pelo recorrente. Seguindo esse raciocínio, 
se a impetrante-recorrente apresenta diploma em outro curso, que não o requerido, não supre a 
exigência do edital. 5. Pontue-se, ainda, que aceitar documentação para suprir determinado requisito, 
que não foi a solicitada, é privilegiar um concorrente em detrimento de outros, o que feriria o principio 
da igualdade entre os licitantes. 6 Recurso ordinário em mandado de segurança não provido (RMS 
34.845/AM, Rei. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 
13/12/2011, DJe 02/02/2012) (grifo nosso) 
DI PIETRO, maria Sylvia Zanella, Direito Administrativo. 23. ed. - São Paulo Atlas, 2010 p. 69 
8 
 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro.25. ed. - São Paulo: Editora Malheiros, 
2000 p 609. 
Ii 
em dificuldade e exigências ao realizado para o cargo em que se dará o 
novo provimento, e quando houver similaridade nas atribuições do 
cargo. 
E legal a transposição para o quadro do magistério e o enquadramento 
dos servidores dos cargos de recreador de creche (e, por analogia, dos 
monitores, assistentes de desenvolvimento infantil e outros 
assemelhados), inclusive com a redenominação do cargo para 
professor, uma vez que os servidores desempenhem funções 
docentes, tenham se submetido a concurso público para ingresso, 
possuam os mesmos requisitos para os novos cargos exigidos para o 
exercício do magistério, requisitos esses já exigidos para o seu 
ingresso no funcionalismo público e verificada a identidade entre as 
funções e remuneração dos atuais cargos com as dos novos. 
Uma vez incluídos no quadro do magistério, referidos servidores poderão 
receber da parcela do FUNDEB vinculada à remuneração do magistério 
Aliás, por meio do Parecer CNE/CEB n° 24/2007. este Conselho já se 
manifestou pela inclusão na referida parcela dos docentes que atuam na 
Educação Infantil, conforme se lê no fragmento de texto extraído do referido 
Parecer e que abaixo transcrevemos 
Assim, nos termos deste parecer, podem ser docentes integrantes do 
magistério da Educação Básica em efetivo exercício na rede pública, 
contemplados no inciso II, do parágrafo único do artigo 22 da Lei n° 
11.49412007, os seguintes profissionais que tiverem seu ingresso mediante 
concurso público específico ou, excepcionalmente, contratação ou 
designação de acordo com legislação e normas que regem o respectivo 
sistema de ensino: 
- Na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, podem 
ser docentes os habilitados em Curso Normal de Nível Médio, em curso 
Normal Superior e em curso de Pedagogia, assim como em Programa 
Especial a isso destinado, criado e devidamente autorizado pelo respectivo 
sistema de ensino. 
Uma vez incluídos no quadro do magistério, inclusão essa 
necessariamente amparada por lei específica, os servidores passam a 
ser regidos pelas leis e normas próprias e aplicáveis ao exercício do 
magistério, especialmente as disposições estabelecidas nas Diretrizes 
Nacionais da Carreira e Remuneração do Magistério da Educação Básica 
(Parecer CNE/CEB n° 9/2009 e Resolução CNEICEB n° 2/2009). 
O presente parecer, uma vez homologado pelo Sr. Ministro da Educação, 
deverá ser encaminhado aos Conselhos Estaduais e Municipais de 
Educação, às suas entidades representativas, União Nacional dos 
Conselhos Municipais de Educação (UNCME) e Fórum Nacional dos 
Conselhos Estaduais de Educação - (FNCEE), à União Nacional dos 
Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), ao Conselho Nacional de 
Secretários de Educação (CONSED) e à Confederação Nacional dos 
Trabalhadores em Educação (CNTE). 
Brasília, (DF), 2 de junho de 2011. 
Conselheiro Cesar Callegari - Relator 
III - DECISÃO DA CÂMARA 
A Câmara de Educação Básica aprova por unanimidade o voto do Relator. 
Sala das Sessões, em 2 de junho de 2011. 
Conselheiro Francisco Aparecido Cordão - Presidente 
o 
Conselheiro Adeum Hilário Sauer - Vice-Presidente" 
(grifo nosso) 
O Supremo Tribunal Federal, já emitiu decisão no sentido de rejeitar 
alegação de violação ao princípio do concurso público, em casos de aproveitamento 
de servidores de cargos extintos nos recém-criados, quando há compatibilidade 
funcional e equivalência dos requisitos exigidos em concurso. Segue decisão 
nesse sentido: 
"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 11 E 
PARÁGRAFOS DA MEDIDA PROVISÓRIA N° 43, DE 25.06.2002, 
CONVERTIDA NA LEI N° 10.549, DE 13.11.2002. TRANSFORMAÇÃO DE 
CARGOS DE ASSISTENTE JURíDICO DA ADVOCACIA-GERAL DA 
UNIÃO EM CARGOS DE ADVOGADO DA UNIÃO. ALEGAÇÃO DE 
OFENSA AOS ARTS. 131, CAPUT 62, § 1 ° , III 37, II E 131, § 2°, TODOS 
DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL Preliminar de ilegitimidade ativa "ad 
causam" afastada por tratar-se a Associação requerente de uma entidade 
representativa de uma categoria cujas atribuições receberam um tratamento 
constitucional específico, elevadas à qualidade de essenciais à Justiça. 
Precedentes: ADI n° 159, ReI, Mm. Octavio Gallotti e ADI n° 809, Rei. Min. 
Marco Aurélio. Presente, de igual modo, o requisito da pertinência temática, 
porquanto claramente perceptível a direta repercussão da norma 
impugnada no campo de interesse dos associados representados pela 
autora, dada a previsão de ampliação do Quadro a que pertencem e dos 
efeitos daí decorrentes. Não encontra guarida, na doutrina e na 
jurisprudência, a pretensão da requerente de violação ao art. 131, caput da 
Carta Magna, uma vez que os preceitos impugnados não afrontam a 
reserva de lei complementar exigida no disciplinamento da organização e do 
funcionamento da Advocacia-Geral da União. Precedente: ADI n° 449, Rei. 
Min. Carlos Velioso Rejeição, ademais, da alegação de violação ao 
princípio do concurso público (CF, arts. 37, II e 131, § 2°). E que a 
análise do regime normativo das carreiras da AGU em exame apontam 
para uma racionalização, no âmbito da AGU, do desempenho de seu 
papel constitucional por meio de uma completa identidade substancial 
entre os cargos em exame, verificada a compatibilidade funcional e 
remuneratória, além da equivalência dos requisitos exigidos em 
concurso. Precedente ADI n° 1 591, Rei Min. Octavio Gallotti Ação direta 
de inconstitucionalidade julgada improcedente. 
(ADI 2713, Relator(a): Mm. ELLEN GRAdE, Tribunal Pleno, julgado em 
18/12/2002, DJ 07-03-2003 PP-00033 EMENT VOL-02101-01 PP-00153)" 
Ante o exposto, denota-se, que os requisitas exigidas no concurso 
dos recreadores/berçaristas, divergem do cargo de professor, inviabilizando o 
enquadramento neste cargo. 
Inobstante tal fato, é de bom alvitre destacar que referidos 
profissionais desempenham funções de docência e no decorrer dos anos 
qualificaram-se para o desempenho destas. 
No mais, o Plano Nacional de Educação (Lei n. 10.172/01) reconhece 
a importância do profissional de educação infantil e a importância de suas funções no 
desenvolvimento da criança, bem como o dever do Estado na valorização destes 
profissionais, ofício inerente a dignidade da pessoa humana, princípio basilar da 
Constituição Federal. 
rã' 
Mesmo que se trate de funções em extinção e que não podem ser 
enquadradas no cargo de professor do Município de Dourados, ante a 
incompatibilidade dos requisitos exigidos no concurso, se faz necessário pleitear 
perante a Administração Pública, a valorização da profissão, pois inerentes ao ato de 
cuidar e ensinar, não podendo ficar marginalizada no âmbito profissional, sequer 
salarial. 
Assim, como já foi realizado o enquadramento na Secretária 
Municipal de Educação, cabe pleitear o enquadramento na carreira de magistério. 
É o parecer. 
Dourados - MS, 20 de setembro de 2012. 
AQUI LES 
OAB/MS n. 
PIETRA ESCOBAR YANO 
OAB/MS 12.649 
PAULA EStOBAR YANO 
OAB/MS 13.817 
VANILTON CAMACHO DA COSTA 
OAB/MS 7.496

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