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CONTEÚDO E METODOLOGIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM > Identificar os momentos históricos que constituíram a educação infantil até os dias atuais. > Reconhecer os principais documentos legais que regem a educação infantil. > Destacar o cuidar, o educar e o brincar como os principais fundamentos pedagógicos da educação infantil. Introdução A educação infantil foi sendo construída, ao longo da história, como fruto das demandas sociais emergentes em diferentes momentos. Essas demandas contri- buíram para uma nova visão das crianças (antes vistas como pequenos adultos) e para a compreensão das suas necessidades específicas, em termos de cuidados e educação. Neste capítulo, você vai conhecer o percurso histórico da educação infantil, identificar os aportes legais que a embasam e refletir sobre a indissociabilidade do cuidar, educar e brincar nessa etapa da educação básica. O percurso histórico da educação infantil A oferta de práticas educativas para as crianças pequenas em creches e pré- -escolas e os conceitos básicos dessa etapa da escolarização foram sendo constituídos a partir de situações sociais concretas que, por sua vez, gera- ram regulamentações e leis como parte de políticas públicas elaboradas ao Fundamentos da educação infantil Maria Elena Roman de Oliveira Toledo longo da história (OLIVEIRA, 2013). Assim, para a compreensão da educação infantil, tal qual ela se apresenta hoje, é fundamental conhecer as ideias que são subjacentes a ela e que foram sendo construídas durante a sua história. De acordo com Oliveira (2013), durante muitos séculos, os cuidados e a educação das crianças pequenas eram atribuições das famílias e assumidas, prioritariamente, pela mãe ou por outras mulheres. Logo após o desmame, a criança pequena já era vista como um pequeno adulto e, após passar pelo período de dependência para o atendimento de suas necessidades físicas, já era inserida nas atividades sociais cotidianas dos adultos. Apesar do pre- domínio dos contextos domésticos na educação das crianças pequenas, arranjos alternativos foram sendo culturalmente criados ao longo da história, conforme explica Oliveira (2013): Tais arranjos envolveram desde o uso de redes de parentesco, nas sociedades primitivas, ou de “mães mercenárias”, já na Idade Antiga, até a criação de “ro- das” — cilindros ocos de madeira, giratórios, construídos em muros de igrejas ou hospitais de caridade que permitiam que bebês fossem neles deixados sem que a identidade de quem os trazia precisasse ser identificada — para recolhimento dos “expostos” ou a deposição de crianças abandonadas em “lares substitutos”, já na Idade Média e Moderna (OLIVEIRA, 2013, documento on-line). Cabia às instituições religiosas a responsabilidade pelo acolhimento dessas crianças e a tarefa de fazer com que elas tivessem um ofício quando crescessem. Atreladas às ideias de pobreza, abandono, culpa, favor e caridade, essas primeiras instituições foram responsáveis pelo reforço da visão nega- tiva do atendimento das crianças pequenas fora dos ambientes familiares. Nos séculos XV e XVI, novos modelos educacionais foram criados para o atendimento das demandas emergentes na sociedade europeia, decorren- tes do desenvolvimento científico, da expansão comercial e das atividades artísticas ocorridas no período do Renascimento. Nesse período, surgiram novas visões sobre a criança e como ela deveria ser educada. Autores da época começaram a defender a ideia de que a natureza infantil deveria ser respeitada, que suas atividades deveriam ser estimuladas e que a aprendi- zagem deveria estar associada à ludicidade (OLIVEIRA, 2013). As transformações sociais da época, decorrentes da transição de uma economia agrário-mercantil para uma economia urbano-manufatureira e das guerras entre as nações, criaram condições sociais adversas, sobretudo para as crianças, que passaram a ser vítimas de pobreza, abandono e maus-tratos. Para o atendimento dessas crianças, foram sendo organizados serviços de atendimento informais, coordenados pelas mulheres das comunidades. Gra- Fundamentos da educação infantil2 dativamente, arranjos mais formais em instituições fora da família começaram a ser criados, tendo, sobretudo, um caráter filantrópico. Essas instituições organizavam as condições para o desenvolvimento infantil de acordo com o destino social previsto para a criança atendida. Em diferentes países europeus foram criadas instituições voltadas ao acolhimento de crianças pobres e desprovidas de propostas instrucionais formais. Nelas, era priorizado o desenvolvimento de bons hábitos de com- portamento, a internalização de regras e preceitos morais e religiosos. Eram promovidos, também, rudimentos de instrução (OLIVEIRA, 2013). Na Idade Moderna, o crescimento da urbanização e a transformação da família patriarcal em nuclear determinaram o início de uma nova fase na cons- trução da ideia de educação infantil na Europa. A Revolução Industrial em curso trouxe novas exigências educacionais às novas gerações de trabalhadores. Nos séculos XVIII e XIX, as discussões sobre a escolaridade obrigatória foram intensificadas, colocando a criança como o centro do interesse edu- cativo dos adultos. Sendo assim, a criança: [...] começou a ser vista como sujeito de necessidades e objeto de expectativas e cuidados, situada em um período de preparação para o ingresso no mundo dos adultos, o que tornava a escola (pelo menos para os que podiam frequentá-la) um instrumento fundamental (OLIVEIRA, 2013). No entanto, não se tinha a mesma visão em relação às crianças das clas- ses sociais menos privilegiadas. Também os objetivos educacionais e as formas de efetivá-los não eram consensuais. Enquanto alguns setores das elites políticas dos países europeus sustentavam a ideia de que educar as crianças pobres seria injusto para com a sociedade como um todo, alguns reformadores protestantes defendiam a educação como sendo um direito de todos (OLIVEIRA, 2013). As discordâncias influenciaram o trabalho dos pioneiros da educação pré-escolar, que passaram a buscar meios conciliadores, sobretudo, em referência à disciplina infantil, para a eliminação dos castigos físicos. O “como ensinar” passou a ser uma preocupação central de educadores como Comênio, Rousseau, Pestalozzi, Decroly, Froebel, Montessori, entre outros que estabeleceram as bases para um sistema de ensino mais centrado na criança (OLIVEIRA, 2013). No Brasil, o histórico da educação infantil é, de certa maneira, semelhante à história de outros países do mundo, porém assumindo características que são próprias da nossa realidade. Recentemente, conquistas históricas nessa área foram sendo incorporadas à legislação, de modo a amparar e criar garantias Fundamentos da educação infantil 3 de oferta e qualificação das ações educativas para as crianças. A seguir, serão apresentados os principais embasamentos da educação infantil no Brasil. A legislação que embasa a educação infantil no Brasil A educação infantil da forma como é entendida e oferecida no Brasil atual- mente teve seu percurso iniciado com a promulgação da Constituição Federal de 1988, que firmou o atendimento em creches e pré-escolas como direito social das crianças ao reconhecer a oferta da educação infantil como dever do Estado. Essa conquista foi fruto da ampla participação dos movimentos de mulheres, de trabalhadores, da redemocratização do país e dos próprios profissionais da educação (BRASIL, 2010). Outro passo importante foi dado em 1996, com a publicação da Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a partir da qual a educação infantil passou a ser vista como a etapa inicial da educação básica, passando a fazer parte dela juntamente com o ensino fundamental e com o ensino médio. No art. 29 dessa lei está posto que: [...] a educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integralda criança de até 5 (cinco anos), em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (BRASIL, 1996, documento on-line). Dois anos após a publicação da LDB, foram publicados os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 1998) como parte dos documentos dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que reuniram objetivos, conteúdos e orientações didáticas para a educação infantil. Em 7 de abril do ano seguinte, a Resolução CEB nº 1 instituiu as primeiras diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil a serem observadas na organização das propostas pedagógicas das instituições de educação infantil integrantes dos diversos sistemas de ensino (BRASIL, 1999). Em 2006, por conta de uma alteração na LDB, a idade de acesso ao ensino fundamental foi alterada para os 6 anos, e a educação infantil passou a atender crianças de até 5 anos e 11 meses (BRASIL, 1996). Em 2009, a Emenda Constitucional nº 59 determinou a obrigatoriedade da educação infantil para crianças de 4 e 5 anos de idade. Esse documento trouxe duas importantes inovações à educação infantil: a proposição das interações e da brincadeira como eixos do trabalho pedagógico e a indissociabilidade entre o cuidar e o educar. Fundamentos da educação infantil4 Diretrizes curriculares para a educação infantil Com o objetivo de orientar as políticas públicas, a elaboração, o planejamento, a execução e a avaliação das propostas pedagógicas e curriculares voltadas para a educação infantil, a Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009, fixou as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI) (BRASIL, 2009a). No documento, a educação infantil é considerada a primeira etapa da educação básica oferecida em creches e pré-escolas, caracterizadas: [...] como espaços institucionais não domésticos que constituem estabelecimentos educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade no período diurno, em jornada integral ou parcial, regulados e super- visionados por órgão competente do sistema de ensino e submetidos a controle social (BRASIL, 2010, documento on-line). As diretrizes reafirmam o dever do Estado, anteriormente previsto na Constituição Federal, de garantir a oferta de uma educação infantil pública, gratuita e de qualidade, sem requisito de seleção. Além disso, o documento reconhece a criança como sujeito histórico e de direitos: [...] que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura (BRASIL, 2010, documento on-line). O currículo é concebido como um conjunto de práticas que visam a promo- ver a articulação entre as experiências e os saberes infantis e os conhecimen- tos que fazem parte do patrimônio (cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico) da humanidade, de modo a promover o desenvolvimento integral das crianças desde o nascimento até os 5 anos de idade. A proposta pedagógica ou, projeto pedagógico, deve ser constituída como o plano orientador das ações que serão desenvolvidas nas instituições de educação infantil, definindo as metas pretendidas para a aprendizagem e para o desenvolvimento das crianças que nelas são educadas e cuidadas. Essa proposta deve ser elaborada coletivamente, envolvendo todos os atores do processo educativo (equipe gestora, professores e comunidade escolar), com o objetivo de: [...] garantir à criança acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças (BRASIL, 2010, documento on-line). Fundamentos da educação infantil 5 Uma das principais contribuições das DCNEI (BRASIL, 2010) para as práticas pedagógicas diz respeito ao estabelecimento de dois eixos norteadores: as interações e a brincadeira. Esses eixos foram incorporados às propostas apresentadas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2017), documento orientador da organização curricular no Brasil, desde a sua pu- blicação em dezembro de 2017. BNCC A BNCC propõe que o trabalho pedagógico realizado na educação infantil seja estruturado a partir das interações e das brincadeiras e de modo a assegurar os seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento previstos no documento (conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se). Os seis direitos garantem as condições necessárias para que as crianças possam aprender em situações nas quais desempenhem um papel ativo, propostas em ambientes nos quais vivenciem desafios e se sintam motivadas para resolvê-los, construindo significados sobre si e sobre os outros, bem como sobre o mundo social e natural (BRASIL, 2017). A criança, nessa perspectiva, é concebida como: [...] um ser que observa, questiona, levanta hipóteses, conclui, faz julgamentos e assimila valores e que constrói conhecimentos e se apropria do conhecimento sistematizado por meio da ação e nas interações com o mundo físico e social (BRASIL, 2017, documento on-line). Os conteúdos previstos para que os direitos de aprendizagem e desen- volvimento sejam atingidos estão organizados sob a forma de cinco campos de experiências (BRASIL, 2017): 1. o eu, o outro e o nós; 2. corpo, gestos e movimentos; 3. traços, sons, cores e formas; 4. escuta, fala, pensamento e imaginação; 5. espaços, tempos, quantidades, relações e transformações. Em cada campo de experiências são definidos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, que são organizados em três grupos etários: bebês (de zero a 1 ano e 6 meses); crianças bem pequenas (de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) e crianças pequenas (de 4 anos a 5 anos e 11 meses). Fundamentos da educação infantil6 É no âmbito dos campos de experiências que são definidos os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para a educação infantil. Esses objetivos devem ser levados em consideração para o planejamento de situações que coloquem a criança em um lugar central no processo de construção de novos conhecimentos, que possibilitem as interações (com os adultos e com os pares) e a brincadeira, sem perder de vista a importância do cuidar. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece conhecimentos, competências e habilidades que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade básica. Orientada pelos princípios éticos, políticos e estéticos traçados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, a BNCC soma-se aos propósitos que direcionam a educação brasileira para a formação humana integral e para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva (BRASIL, 2017). Para saber mais sobre esse e outros documentos que fundamentam a edu- cação brasileira, acesse o portal do Ministério da Educação (MEC). O cuidar, o educar e o brincar na educação infantil A literatura referente às práticas educativas na educação infantil propõe uma articulação entre o educar, o cuidar e o brincar como subsídio para as ações docentes. Todavia, a aceitação do papel educativo das instituições escolares que atendem as crianças de 0 a 5 anos e 11 meses é bastante recente. De acordo com Fonseca (2018), o caráter predominantemente educacional do trabalho nas escolas foi referendado pela LDB, que colocou a educação infantil como sendo a primeira etapa da educação básica, com o objetivo de oportunizar o desenvolvimento integral das crianças. Historicamente, o surgimento das instituições voltadas ao atendimento de crianças pequenas foi impulsionado pela inserção das mulheres no mercado de trabalho. Para que as mulheres pudessem passar um tempo longe de casa trabalhando, seus filhos deveriamser cuidados por outras pessoas, em espaços que tivessem essa finalidade. O entendimento de que esses espaços deveriam ter também um caráter educativo, sendo fundamentais ao desen- volvimento pleno das crianças, causou impactos na atenção oferecida pela educação infantil, bem como na função desempenhada pelos profissionais que nela atuam. Fundamentos da educação infantil 7 Nas últimas décadas, os debates realizados no Brasil e em outros países do mundo têm apontado para a necessidade de que as instituições de educação infantil incorporem, de maneira integrada, as funções de educar e cuidar, sem diferenciar ou hierarquizar os profissionais e instituições que atuam com as crianças pequenas e/ou aquelas que atendem as crianças maiores (BRASIL, 1998). Como fruto da visão apresentada pela LDB sobre o papel da educação infantil, os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil de- terminam que: Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e apren- dizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desen- volvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural (BRASIL, 1998, documento on-line). Assim, texto dos referenciais curriculares explicita a necessidade de que o cuidado seja parte integrante da educação, ainda que possa exigir conheci- mentos, habilidades e instrumentos que extrapolam a dimensão pedagógica. Cuidar de uma criança no contexto educativo demanda a integração de vários campos de conhecimentos e a cooperação de profissionais de diferentes áreas, sendo que: A base do cuidado humano é compreender como ajudar o outro a se desenvolver como ser humano. Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver capacidades. O cuidado é um ato em relação ao outro e a si próprio que possui uma dimensão ex- pressiva e implica em procedimentos específicos (BRASIL, 1998, documento on-line). Na educação infantil, portanto, o desenvolvimento integral das crianças depende dos cuidados relacionais, que contemplam a dimensão afetiva e dos cuidados com os aspectos biológicos do corpo (qualidade da alimentação, cuidados com a saúde), a forma como esses cuidados são oferecidos e as oportunidades de acesso a conhecimentos variados (BRASIL, 1998). Dos profissionais que atuam na educação infantil, é necessário o seu com- prometimento, o respeito às singularidades de cada criança e a solidariedade com as suas necessidades. Ademais, as atitudes do educador nos momentos do cuidar dependem do estabelecimento de vínculos afetivos necessários ao desenvolvimento infantil. Cabe também a esses profissionais ajudar as crianças a identificar as próprias necessidades, atendê-las de maneira ade- quada, possibilitando a sua autonomia e autocuidado. Fundamentos da educação infantil8 Como vimos, o brincar se constitui como um elemento fundamental na educação infantil, que perpassa tanto as ações educativas como as ações de cuidado. Ciente da importância da brincadeira, tanto como eixo estruturante do trabalho pedagógico como direito de aprendizagem e desenvolvimento a ser assegurado, cabe ao professor garantir que as crianças possam vivenciar diferentes situações lúdicas no contexto escolar. Seu papel é o de organizar os tempos e os espaços escolares, bem como de disponibilizar materiais diversos (objetos, fantasias, brinquedos, jogos), para que a brincadeira ocorra. Neste capítulo, pudemos compreender, inicialmente, que a visão da criança foi sendo modificada ao longo da história, colocando em evidência as par- ticularidades dessa etapa do desenvolvimento humano e as necessidades educativas e de cuidado para a promoção do seu desenvolvimento pleno. Como fruto das transformações sociais que passaram a demandar uma escolarização maior e determinar a inserção da mulher no mercado de trabalho, surgiram as instituições de atendimento às crianças pequenas, no início, de caráter mais assistencialista e voltadas para os cuidados básicos com a criança, e, posteriormente, assumindo um outro papel na formação dos indivíduos. Atualmente, a educação infantil é reconhecida no Brasil como etapa inicial da educação básica e fundamental para a formação dos indivíduos, tendo amparo legal para que tenha sua oferta e qualidade asseguradas. Por fim, vimos que é papel do professor da educação infantil garantir que as crian- ças vivenciem múltiplas experiências e combinar as ações educativas, de cuidado e lúdicas para que elas tenham seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento garantidos. Referências BRASIL. Emenda constitucional nº 59, de 11 de novembro de 2009. Acrescenta § 3º ao art. 76 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias para reduzir, anualmente, a partir do exercício de 2009, o percentual da Desvinculação das Receitas da União incidente sobre os recursos destinados à manutenção e desenvolvimento do ensino de que trata o art. 212 da Constituição Federal, dá nova redação aos incisos I e VII do art. 208, de forma a prever a obrigatoriedade do ensino de quatro a dezessete anos e ampliar a abrangência dos programas suplementares para todas as etapas da educação básica, e dá nova redação ao § 4º do art. 211 e ao § 3º do art. 212 e ao caput do art. 214, com a inserção neste dispositivo de inciso VI. Brasília, DF: MEC, 2009b. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc59.htm. Acesso em: 27 out. 2021. BRASIL. Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: MEC, 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 27 out. 2021. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 27 out. 2021. Fundamentos da educação infantil 9 BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil. Brasília, DF: MEC, 2010. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/ diretrizescurriculares_2012.pdf. Acesso em: 27 out. 2021. BRASIL. Ministério da Educação. Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009. Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília, DF: MEC, 2009a. Disponível em: http://www.seduc.ro.gov.br/portal/legislacao/RESCNE005_2009.pdf. Acesso em: 27 out. 2021. BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CEB nº 1, de 7 de abril de 1999. Institui as diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil. Brasília, DF: MEC, 1999. Dis- ponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/resolucao_ceb_0199.pdf. Acesso em: 27 out. 2021. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília, DF: MEC, 1998. v. 1. Disponível em: http://portal.mec.gov. br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf. Acesso em: 27 out. 2021. FONSECA, P. F. O laço educador-bebê se tece no enodamento entre cuidar, educar e brincar. Educação & Realidade, v. 43, n. 4, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ edreal/a/865tZMQHdPj9JtNHGryJH8G/?lang=pt. Acesso em: 27 out. 2021. OLIVEIRA, Z. M. R. Educação infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2013. E-book. Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Fundamentos da educação infantil10
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