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Melhorias no Ensino de Inclusão

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PAGE 
agradecimentos
A Deus, que me deu força, saúde e coragem para vencer todos os obstáculos e dificuldades enfrentadas durante o curso e me acompanhou em todos os momentos. 
Aos meus pais, Ana Clara De Andrade Feres e Reinaldo Nemer Feres que, mais do que me proporcionar uma boa infância, deram-me uma vida regada de bons momentos formaram os fundamentos do meu caráter e são o meu porto seguro, incentivando-me e acreditando no meu potencial.
A minha irmã e amiga Dayana Aparecida Nemer Feres que fez parte de minha infância e que sempre me proporciona bons momentos.
Ao meu sobrinho Gustavo Nemer Ferreira Dos Santos, que foi um dos meus alunos cobaias que me incentivou a escolher esta área de atuação.
A meu futuro Marido, Welington Amorim Teodoro, que me compreendeu quando eu estava ausente e me deu forças para continuar, meu companheiro e amigo amoroso, o qual ouvia sempre com paciência minhas angústias. 
Aos meus demais familiares que compreenderam minha ausência nos encontros de família. A minha orientadora, Elieny Magalhães Fernandes. À instituição que me recebeu de braço abertos, disponibilizando o espaço para a realização desta pesquisa. E a todos que acreditaram em mim e me deram forças para continuar.
Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo e retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar.
Paulo Freire
RESUMO
O presente trabalho tem como tema: Melhorias no ensino de inclusão com ênfase no Ensino Fundamental. Onde o objetivo é abordar um estudo sobre o que pode ser feito para incentivar os alunos a “fazer aprendendo” e “aprender fazendo”, tendo menos dificuldades. Discutir sobre o que podemos melhorar na educação inclusiva, o que é necessário para ter uma educação de qualidade e como melhorar o desempenho dos alunos na escola. Questionar sobre investir no treinamento e capacitação de mais professores ou na modernização das escolas.
Palavras – chaves: Ensino fundamental. Aprender. Capacitação.
	
	
	
	
	
	
	
	
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................13
ENSINO FUNDAMENTAL E A INCLUSÃO ESCOLAR...........................................14
PROJETO DE ENSINO..............................................................................................21
2 DESENVOLVIMENTO............................................................................................25
O INÍCIO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL E AS PRINCIPAIS LEIS QUE A REGULAMENTARAM...............................................................................................25
INCLUSÃO/EXCLUSÃO............................................................................................29
O DIREITO À INCLUSÃO ESCOLAR.......................................................................31
3 CONCLUSÃO ........................................................................................................34
4 REFERÊNCIAS ......................................................................................................36
1 INTRODUÇÃO
Este artigo tem como eixo temático as melhorias no ensino de inclusão com ênfase no ensino fundamental. Esse tema foi escolhido pela franca necessidade de entender o que está bloqueando o crescimento educacional e cognitivo das crianças brasileiras, futuros jovens e profissionais de diversas áreas, principalmente àqueles que possuem algum tipo de deficiência. Percebe-se que há uma deficiência no ensino fundamental e para que seja possível avaliar essa questão, é necessário que seja revista à qualificação do educador que atualmente, já não é visto como um simples professor, e sim, transformador de ideias e intermediador do conhecimento, da descoberta e da formação personalista do sujeito aprendiz.
Diante disso, faz-me mister compreender a importância da formação superior em pedagogia dos educadores para que a relação ensino aprendizagem seja justa, e positiva.
Esse senso de qualificação, veio à tona com o surgimento das creches as quais demandaram que  o sistema educacional alegasse a  exigência de formação superior de todos os educadores. Contudo, para que o educador possa assumir uma responsabilidade em sala de aula, estágios e observações são feitas durante o período acadêmico, prevalecendo a oportunização do professor auxiliar agir conjuntamente com o professor devidamente formado e qualificado. Dessa forma, o futuro profissional tem a compreensão do eixo existente entre a realidade e a imaginação do aprendiz no que se refere ao ensino-aprendizagem mediante práticas e ações pedagógicas que venham diferenciar, conscientemente, o resultado final da formação do indivíduo. É preciso que o sistema de ensino brasileiro tenha a capacidade de transmitir prazer a criança em estudar e formar conhecimentos, minimizando significativamente, os índices de evasão escolar, de desqualificação profissional futura e de minimização de renda per capita. Isto pois, parte-se do pressuposto, que a nação que não cultiva pensadores e profissionais qualificados, será fadada ao insucesso econômico, social, comportamental, psicológico e humano.
Este estudo objetivou primeiramente em realizar um levantamento bibliográfico a cerca do sistema de ensino no ensino fundamental no Brasil e secundariamente, descrever a evolução do ensino fundamental no Brasil a partir da LDB/1990, bem como identificar quais os caminhos e estratégias que podem proporcionar maior qualidade no ensino fundamental seja ela direcionada a crianças ditas normais ou portadoras de deficiência, e ainda, relacionar a qualificação do professor com a qualidade de ensino ministrada hoje nas escolas orientadas para o ensino fundamental.
ENSINO FUNDAMENTAL E A INCLUSÃO ESCOLAR
A sociedade esta mais atenta á questão da inclusão e cobra efetividade na aplicação das normas, tendo em vista que anteriormente as crianças com deficiências eram atendidas em escolas especiais, separando-as das crianças ditas normais. Beyer (2010) acrescenta ainda que as escolas especiais e regulares não compartilham nenhuma  prática pedagógica.
Até alguns anos atrás o quadro da educação especial encontrava-se muito claro. As crianças com deficiência eram atendidas nas escolas especiais, e as crianças ditas normais nas escolas regulares. Não havia praticamente qualquer situação de trabalho comum entre as escolas especiais e as regulares. Os educadores especiais tinham seu lugar nas escolas especiais, e os professores com formação pedagógica e nas licenciaturas, nas escolas regulares (BEYER, 2010, p.11)
Na fase de segregação institucional as crianças eram excluídas do convívio social e ficavam segregadas em instituições muitas vezes desprovidas de estrutura adequada para receber essas crianças. Sassaki (2003) ressalta que essas crianças eram atendidas por instituições com fins religiosos e sem fins lucrativos, as quais não possuíam controle de qualidade no que referia a atenção oferecida aos alunos especiais.
Surgiram também escolas especiais , assim como centros de reabilitação e oficinas protegidas de trabalho, pois a sociedade começou a admitir que pessoas deficientes poderiam ser produtivas se recebessem escolarização e treinamento profissional adequado (SASSAKI, 2003, p.112).
A estrutura educacional e a qualificação dos educadores são de suma importância na formação e na inclusão das crianças com necessidades especiais na rede regular de ensino, tendo em vista que os educadores não poderão relacionar  situações de insucesso a causas históricas, filosóficas ou até mesmo a causas socioeconômicas.
Gomes (2009) relata que esta justificativa não deve ser usada porque as escolas em sua maioria produzem insucesso e exclusão por não possuírem professores ou educadores que possuem capacidade para desenvolverem um senso crítico diante da construção do conhecimento, diante da relação ensino-aprendizagem.
O educador não deve apresentar justificações genéticas, sociológicas, históricas ou filosóficas, para explicar o insucesso. Porque,para além de reproduzirem insucesso, muitas escolas continuam produzindo exclusão. A teoria dos dotes não poderá continuar sendo álibi do sofrimento de professores e alunos. As causas socioeconômicas ou sociais não são as únicas. Também há causas de origem socioinstitucional. E as escolas somente poderão identifica-las na medida em que os educadores possuam formação que lhes permitam exercer sentido crítico relativamente ao exercício da sua profissão (GOMES, 2009, p.34).
Não se deve atribuir somente à instituição de ensino, responsabilidade da aplicação da educação inclusiva, também á família possui uma grande participação nesse contexto social. O papel da família não se limita ao lar em si, mais também a participação dentro da instituição de ensino, ainda que segundo Gomes (2009 p. 47):
A presença dos pais na escola é outra das características da proposta de educação inclusiva. A escola será um espaço inclusivo se, nela, todos forem atores e autores. Os pais devem compor esse cenário, participando de reuniões nas quais também possam dizer do que sentem e pensam sobre a educação inclusiva.
A escola, como instituição de educação formal sempre se pautou pelo estabelecimento de uniformidade, tal uniformidade ficava explicita no agrupamento de alunos, obedecendo a critérios tais como, idade, sexo, nível de desempenho. Diante desta uniformidade se carrega no imaginário a situação que alunos fora deste padrão são caracterizados como alunos problemáticos, incluindo nesta definição os portadores de deficiência ficando assim tachados como alunos que fogem dos padrões ditos normais.
Sob o enfoque cultural, carregamos no imaginário a percepção de que alunos que apresentam dificuldades, quaisquer que sejam, são alunos-problema, portadores de deficiências estruturais ou funcionais. Quando suas características se distanciam muito dos padrões estabelecidos como normais, pensa-se em anormalidade e em patologia, porque ainda prevalece entre nós o modelo médico de conceituação das deficiências e incapacidades (GOMES, 2009,p.43)
Mantoan, Prieto, Arantes (2006), alegam que a inclusão escolar se articula em movimentos sociais mais amplos, exigindo  que o direito à educação inclusiva não se limite a cumprir o que está na lei e aplica-la, mais também um aprofundamento na questão em que seja necessário um tratamento desigual como forma de restituir uma igualdade que foi rompida por formas segregadas  de ensino especial e regular.
Os professores que assimilaram a inclusão como o valor e como um princípio possui essa premissa de superar barreiras como base para identificar as necessidades de todos e também de cada um de forma a ajustar sua prática pedagógica (ROSS,2004).
Partindo-se do pressuposto que as crianças são frutos de suas relações sociais e não somente de deficiências biológicas que apresentam, pode-se propor alternativas, discutindo ideias, fundamentando assim, situações na educação das mesmas valorizando as suas diferenças e capacidades individualizadas. Saindo da obrigatoriedade do ensino tradicional no qual as crianças seguem um padrão rígido, e entrando mais na flexibilidade e observância da capacidade de cada um, tende-se buscar uma nova forma de ensinamento favorecendo a educação inclusiva.
Ao pensarmos a inclusão a partir das reflexões que fizemos sobre identidade, alteridade e exclusão social, constatamos que a exclusão começa muito cedo, antes mesmo do bebê nascer. Sua raízes estão na pobreza, na moradia imprópria, nas doenças crônicas, no longo período de desemprego. Diante dessas condições, são negados a essas crianças recursos e oportunidades disponíveis ás outras crianças, muitas das quais enfrentam outros obstáculos decorrentes de gênero, raça, religião ou de sua deficiência. Mesmo crescendo em famílias com fortes laços afetivos, preocupadas em prover-lhes uma vida melhor, muitos começam e terminam sua infância em estado de exclusão social e de baixo rendimento educacional, dando continuidade ás condições que viveram desde cedo, ao experimentar o desemprego, a pobreza e a doença ao longo da vida. (FACIÓN,  2008, p.112-113).
De acordo com Ross (2004), a palavra inclusão não pode ser considerada como um produto acabado, e sim uma constante evolução em que os envolvidos têm que se adaptarem e se adequarem á todo momento, visando do desenvolvimento dessas crianças e a verdadeira pratica de igualdade no contexto social.
O conhecimento necessário é menos resultado de lecionação e mais resultado do trabalho de cogestão das pessoas engajadas. Esse conhecimento dá lugar a menos polarizações e hierarquizações e mais interatividade, mais complementaridade e mais diferença. Essa nova materialidade histórica exige novas proclamações de direitos, como as de menos exclusão, menos pauperização e mais responsabilidade social, menos dominação e mais ofertas de ajuda, menos desigualdades e mais organismos e instrumentos de resgate da dignidade humana (ROSS, 2004, p.25).
Outro fato que deve ser levado em conta com relação a inclusão de crianças com necessidades especiais na rede regular de ensino, é a participação da sociedade nesse contexto, citando aqui a presença da família como vital importância no processo de inclusão. A escola e a família tem que trabalhar em conjunto, envolvendo troca de experiências conhecimentos relacionados a criança, visando solução de conflitos que podem acontecer e também buscando uma melhor compreensão das limitações da criança.
A inclusão requer discussões que não podem ocorrer no vazio social, e a formação dos professores não podem acontecer sem referência aos contextos sociais em que irão ensinar, muito menos sem a preparação para as parcerias que a educação inclusiva requer, seja com os pais, seja com os serviços especializados na comunidade, como os de saúde e os sociais (FACIÓN, 2008, p.113).
Montovan (1997) acredita que o aprimoramento da qualidade de ensino regular e a soma de princípios educacionais válidos a todos os alunos é segundo alguns autores e Mantovan(1997), um fator essencial para a inclusão escolar dos deficientes, em consequência disso a educação especial adquirirá uma nova significação, definindo uma modalidade de ensino no qual o foco não é mais relacionado apenas a um grupo exclusivo de alunos, e dos deficientes, mas uma educação especializada no aluno dedicada a pesquisa e ao desenvolvimento de novas maneiras de ensinar adequadas a diversidade dos alunos e comprometida com os ideais democráticos de uma educação inclusiva para todos.
Para Gomes (2009), a aceitação da diversidade exige-se o desenvolvimento de uma pedagogia diferenciada, tendo em vista que a escola atual confronta-se com uma grande heterogeneidade social e cultural, tal realidade implica em uma mudança de paradigma em que ultrapasse a uniformidade e que seja reconhecido o direito a diferença. Ainda segundo Gomes (2009) de acordo com a declaração de Salamanca os alunos com “necessidades educacionais especiais” devem ter acesso à escola normal, a qual deve acomodá-las dentro de uma pedagogia centrada na criança capaz de atender às suas necessidades. O aluno é reconhecido e valorizado como é passando a ser aceito no convívio do dia a dia da escola e estimulado a aprender e a participar, respeitando-se seus tempos e seus interesses.
Segundo Picchi (2002), há de se considerar que na inclusão o aluno com necessidades especiais ao ingressar na escola regular ele continua com as necessidades especiais, por isso para se concretizar a escola inclusiva o educador será extremamente importante, sem condições para exercer sua função, não existirá uma educação inclusiva de qualidade mesmo que este possua boa vontade para exercer o cargo. Contudo, o tema inclusão se faz presente em vários congressos e eventos técnico-científicos, no qual segundo o autor é detectado ainda um número reduzido de educadores do ensino regular, talvez segundo o autor esse momentâneo desinteresse se faz presente devido á desinformação ou até mesmo a descrença com relação às mudanças necessárias para que todos os alunos sejamatendidos.
Diante da democratização do ensino segundo Mantoan, Prieto, Arantes (2006), o nosso sistema educacional tem vivido enormes dificuldades para atender os grandes números de alunos, garantindo assim uma escola para todos, ainda segundo o autor a inclusão escolar tem sido mal compreendida, principalmente no seu apelo as mudanças nas escolas comuns e especiais, o fato é que sem essas mudanças não será garantida a condição de receber, indistintamente a todos os alunos. Seguindo o contexto do referido autor apesar de termos a Constituição de 1988  e leis educacionais que apoiam a necessidade de reconstruir a escola brasileira sobre novos enfoques educacionais, sobre essa visão e presente  o apoio legal para mudar resta agora superar entraves para que tenhamos uma educação para todos.
Compartilhando da mesma opinião de outros autores, Mantovan, Prieto, Arantes (2006) cita a resistência á inclusão, por motivo que ela se faz lembrar-se de uma dívida a saldar com relação aos alunos que foram excluídos por motivos banais e inconsistentes, com o apoio de uma organização pedagógica onde priorizava os alunos ditos ideais, padronizado por uma concepção de que as crianças com necessidades especiais deveriam ser educadas em ambientes segregados.
A escola especial tem uma importante função, para que se tenha uma educação inclusiva, no papel de formadora da escola comum, e essa importante visão, no qual a escola especial deveria basear-se para receber essas crianças, de acordo com a opinião de MANTOAN, PRIETO, ARANTES (2006 p.26):
Falta às escolas especiais e às instituições para pessoas com deficiência a compreensão do papel formador da escola comum, que jamais será exercido em um meio educacional segregado, assim como lhes falta a consciência de que as escolas especiais se descaracterizam, perderam sua identidade, bem como os profissionais que nelas lecionam, particularmente os que são professores especializados. De fato, ora esses profissionais atuam como orientadores de professores de escola comuns, onde estão incluídos alguns alunos dessas instituições, ora dão aulas como professores de ensino regular, mas em escolas especiais.
Ainda sobre a opinião de Mantovan, Prieto, Arantes (2006), quando entendermos que não é a universalidade da espécie que define um sujeito, mais sim suas características peculiares, ligadas ao sexo, origem, etnia, crenças, tratar as pessoas diferentemente pode enfatizar suas diferenças, da mesma forma como tratar igualmente os diferentes pode-se esconder suas especificidades, originando-se assim a sua exclusão.
Para Pacheco (2007), o lar tem grande importância, e deve participar juntamente com a escola de maneira extremamente variada, dependendo de cada necessidade ou situação, originando um sistema de apoio específico e fornecimento de auxilio a escola, tendo uma variável de acordo com a idade da criança e suas necessidades, é importante o trabalho em conjunto entre professores e os pais das crianças com necessidades especiais, concentrando-se os esforços para se atingir os objetivos da educação de forma efetiva.  Ainda segundo o mesmo autor as relações sociais positivas entre os alunos nem sempre são desenvolvidas de maneira natural, e com as crianças com necessidades especiais se tornam mais difíceis, portanto é extremamente importante essa parceria, os professores e os pais podem trabalhar na elaboração de um plano educacional individualizado, definindo metas sociais para as crianças na escola a fim de melhorar o convívio social com outros alunos. Essa colaboração entre escola e lar pode ser de várias formas, ficando sob os envolvidos a necessidade de encontrar os métodos que funcionam melhor, variando dependendo de cada situação, mas sempre assegurando um bom  intercâmbio  de informações e opiniões.
Compartilhando com as mesmas opiniões de outros autores Pacheco (2007), enfatiza a interação social dos alunos onde escolas inclusivas deveriam ser lugares em que a cultura escolar estivesse baseada em respeito a todos os membros da escola, em que todo pudesse viver e aprender juntos se medo e com autoconfiança, onde todos fossem responsáveis uns pelos outro e pela escola. Com relação à cooperação entre todos envolvidos na escola inclusiva PACHECO (2007 p.118), assim descreve:
Organizar o trabalho cooperativo é um desafio e exige habilidades e atenção positiva por parte dos professores. Existem duas facetas no processo de planejamento – a existência cognitiva e social da tarefa. Os professores  geralmente têm habilidades em planejar tarefas cognitivas, porém, podem precisar de algum apoio durante as primeiras etapas do planejamento dos aspectos sociais de aprendizagem. A exigência social de uma tarefa colaborativa descreve o tipo e a quantidade de cooperação. Os professores levam em conta as experiências prévias do grupo, decidem sobre o próximo objetivo para o desenvolvimento social e, então, planejam as tarefas sociais.
A educação inclusiva é bastante benéfica, em que e constituída na opinião de  Mantovan, Prieto, Arantes (2006), pelo apreço á diversidade como valorização de todas as pessoas, pela consideração a diferentes maneiras de aprendizagem com isso a formação de outras práticas pedagógicas, o que exige uma quebra de paradigmas antes instituídos polo ensino tradicional, na opinião de MANTOVAN, PRIETO, ARANTES (2006 p.41):
A tradução para inclusão escolar, não raras vezes, tem se restringido no âmbito das práticas, como já assinalado, à garantia da oferta de vagas para alunos com necessidades educacionais especiais em classes comuns. A meu ver, essa distorção conceitual é que tem se configurado, de fato, como um dos principais obstáculos à concretização de tão conclamada educação para todos.
 
Segundo Américo, Carniel, Takahashi, Wunsch (2014), o Brasil historicamente exerceu uma forma de análise extremamente clinica a fim de separar do ensino regular crianças com necessidades especiais, criando-se assim instituições especializadas onde mantinham essas crianças de forma segregadas.
PROJETO DE ENSINO
1 TEMA: 
A inclusão no processo de ensino e aprendizagem: Decomposição Numérica.
2 JUSTIFICATIVA
A escola é um agente transformador que através das décadas, tem sido chamada ao aperfeiçoamento e preparo de profissionais, seja por leis, pelo currículo ou pela necessidade de receber em seu espaço educacional alunos de sua comunidade. Sendo assim, efetua uma caminhada rumo a transformação do ambiente escolar mais acolhedor e de acordo especificidades necessárias, surge agora um novo olhar aos excluídos de outrora. 
Um olhar profundo e sensível, aos profissionais, a família e toda a sociedade é uma transformação necessária, na continuidade do trabalho pedagógico de qualidade nas instituições escolares. 
3 PROBLEMATIZAÇÃO
A escola está pedagogicamente preparada para enfrentar os obstáculos e desafios, das dificuldades dos alunos em sala de aula? 
A formação continuada dos professores na atualidade oferece um norte favorável para um bom trabalho com indivíduos portadores de necessidades especiais? 
4 OBJETIVOS
4.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo desta aula é ensinar a decompor os algarismos de forma lúdica, facilitando o aprendizado de todos os alunos. Fazer com que os alunos encarem a matemática de uma maneira mais natural para que eles sejam capazes de construir seus próprios conhecimentos matemáticos, percebendo que o estudo nos leva a evoluir como cidadãos, interligando o estudo da matemática com seu cotidiano.
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
- Apresentar os números de uma forma mais lúdica.
- Analisar avanços na aprendizagem dos alunos.
5 CONTEÚDOS
Números naturais;
Sistema de numeração decimal;
Decomposição.
6 METODOLOGIA
A atividade de decomposição numérica foi passada no quadro. Cada aluno teve que ir ao quadro resolver a questão. Eles tiveram que decompor os números, e em seguida, colocar na ordem correta no quadro posicional. 
7 TEMPO DE REALIZAÇÃO
	
	JAN
	FEV
	MAR
	ABR
	MAI
	JUN
	1ª Etapa
	
	X
	X
	
	
	
	2ª Etapa
	
	
	X
	
	
	
	3ª Etapa
	
	
	
	X
	XX
8 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS
EVAs: roxo, laranja, branco e glitter prata;
Canetão;
Velcro;
Folha A4;
Lápis;
Borracha.
9 AVALIAÇÃO
Folha com atividades de decomposição numérica.
2 DESENVOLVIMENTO
O INÍCIO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL E AS PRINCIPAIS LEIS QUE A REGULAMENTARAM
Fazendo-se um breve percurso pela história da Educação Especial no Brasil, encontra-se que a atenção às pessoas com alguma deficiência ou necessidade especial não se iniciou antes do século XVIII, tendo sido observadas apenas algumas ações isoladas. No Brasil da Educação, tradicionalmente Jesuítica, onde firmou-se um modelo europeu de ensino e em prol da propagação da fé religiosa, construiu-se uma pedagogia tradicional, autoritária e disciplinar, voltada a atender a aristocracia e burguesia e que deixava de lado os filhos dos camponeses, “os mais pobres, caracterizados como carentes ou deficientes, que eram entregues aos asilos, para serem cuidados e alimentados e, em alguns casos, iniciados em um ofício” (CARVALHO, 2002, p.52), e que se manteve em algumas instituições que ainda faziam parte da Companhia de Jesus, no ano deste levantamento.
Barreto (2014) afirma que somente a partir do século XIX e mais fortemente, século XX, com o surgimento de diversos filósofos, psicólogos e pedagogos como: Piaget, Vygotsky, Emília Ferrero, Freinet, Paulo Freire, Montessori e outros que se preocuparam com as questões da aprendizagem e das crianças que não se encaixavam no padrão da normalidade e, por isso acabavam excluídas: os cegos, os mudos, os idiotas, os cretinos, os loucos e os dementes, como no vocabulário que era usado na época, surgiram então as primeiras instituições para crianças: creches, internatos e asilos, onde havia apenas o objetivo de cuidar, alimentar e higienizar estas crianças que eram filhos de pais trabalhadores e que precisavam de um lugar pra deixá-los. Tinham um caráter filantrópico, religioso e sanitarista, das quais poderia-se citar: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos em 1854 (atual Instituto Benjamin Constant e o Instituto dos Surdos-Mudos, em 1856, atual Instituto Nacional de Educação dos Surdos – INES. “Já os jardins de infância eram voltados para o atendimento das camadas mais abastadas da população e tinham finalidade pedagógica.” (BARRETO, 2014, p. 12). A partir do século XVIII e XIX, gradativamente, ocorreram mudanças socioculturais, dogmáticas, típicas da Idade Média e o avanço da ciência trouxe para a deficiência física uma visão mais organicista, passando a ser um problema da medicina, passível de tratamento. Surgiram então as primeiras instituições destinadas ao atendimento dos deficientes, médico e pedagógico, porém, sempre à parte dos demais, considerados “normais”. Iniciando-se assim a cultura da “institucionalização” do atendimento as pessoas portadoras de necessidades especiais.
De acordo, ainda, com Barreto (2014), com a chegada do movimento escola-novista no Brasil, movimento este que tentava superar o tradicionalismo e a rigidez na educação, introduziu-se a psicologia e psicopedagogia na educação e a utilização de testes de inteligência para identificação dos deficientes intelectuais. Foi por meio desse movimento que surgiu, já em 1954, a primeira escola especial da APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, que oferecia atendimento educacional especializado às crianças excepcionais, mantendo, no entanto, este olhar institucionalizado e contribuindo para o afastamento das “crianças diferentes” das salas de aulas regulares. Percebe-se, assim, que a Educação Especial no Brasil sempre teve um direcionamento para instituições especializadas, escolas especiais ou classes especiais em escolas regulares, essa forma de organização atendia a uma visão organicista daquilo que se considerava normalidade e anormalidade e se baseava em diagnósticos clínicos e não em práticas pedagógicas.
A Constituição Federal de 1988 foi o primeiro documento relevante para a questão da Educação Inclusiva, apontando nos artigos 206 e 208: o inciso I “igualdade de condições para o acesso e permanência na escola”. Diz ainda a Constituição Federal do Brasil (1988 p.123):
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
III -  atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
VII -  atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
Seguindo este passo inicial, vieram diversas leis e decretos, dos quais destacou-se alguns, principais, conforme publicado na Revista Gestão Escolar por Casagrande (2009, p.1):
Declaração Mundial de Educação para Todos, de 1990;
Estatuto da Criança e do adolescente, de 1990;
Declaração de Salamanca, de 1994;
Lei n. 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996;
Resolução nº 2 – Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica;
Lei nº 10.172, de 2001 – Aprova o Plano Nacional de Educação. Decreto nº 6.094/07;
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
Resolução nº 4 CNE/CEB
Plano Nacional de Educação (PNE), de 2014.
Considera-se que, a partir da Declaração de Salamanca, em 1994, a Educação Inclusiva passou a receber a atenção necessária para que acontecesse efetivamente, primeiro na legislação que se concretizou e consequentemente, na implantação das práticas inclusivas e na efetivação de todos os direitos adquiridos pelas pessoas com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. A Declaração de Salamanca relata que: “aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades” (SALAMANCA, 1996, p.1). Assim, a Educação Especial, na qual o aluno deveria adaptar-se ao sistema ou ficaria de fora, a partir de então, passa sua demanda para a escola regular comum e esta deveria adaptar-se para receber todos os alunos, sob uma nova visão, inclusiva, combatendo preconceitos, valorizando a diversidade e passando a Educação Especial a uma modalidade de ensino, com função complementar, oferecidas em salas de recursos e com materiais didáticos auxiliares ao desenvolvimento dos alunos. E esta obrigatoriedade foi assegurada por leis e decretos elaborados com o objetivo de se construir uma sociedade igualitária, onde a educação é direito de todos.
Diante de sua nova realidade, a escola deveria transformar-se, reinventar-se e redescobrir seu papel educacional, enquanto instituição social, não apenas como transmissora de conhecimentos, mas formadora de seres humanos. Todas as atenções, expectativas e esperanças foram depositadas na escola, nos educadores e em um sistema complexo, visto a profundidade das mudanças necessárias, do tempo que se levaria para implantar um novo sistema educacional que pedia estruturas, conhecimento, aprendizados, quebra de paradigmas e preconceitos e que precisaria acontecer em um país conhecido por seus entraves burocráticos e dilemas políticos e sociais e, principalmente, investimentos, políticas públicas e vontade governamental. Ainda assim, a Escola Inclusiva tornou-se uma realidade, porém, como nos alertou Mantuan (2006, p. 16) “fazer valer o direito à educação para todos não se limita a cumprir o que está na lei e aplicá-la, sumariamente às situações discriminadoras. O assunto merece um entendimento mais profundo da questão de justiça”.
Durante o processo de construção da Política Nacional de Educação Especial e com o objetivo de eliminar as desigualdades educacionais do país derrubando as barreiras que impediriam o acesso e a permanência na escola, foi criado pelo Ministério da Educação e enviado ao Congresso Nacional o projeto de lei que cria o Plano Nacional de Educação – PNE, com validade de 10 anos, e que foi aprovado em 25 de junho de 2014 com validade de 2014-2014, estabeleceu 10 diretrizesobjetivas e 20 metas estruturantes que garantiriam o direito à educação básica de qualidade, a universalização da alfabetização e ampliação da escolaridade e das oportunidades educacionais, das quais, a Meta 4, e suas dezenove estratégias, tratou exclusivamente da educação especial, como traz o texto do PNE:
Universalizar, para a população de quatro a dezessete anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados. (BRASIL, 2014. p.55)
A Meta 4 pretendia, conforme texto, “Universalizar o acesso à educação básica à população de quatro a dezessete anos, portadores de alguma deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou altas habilidades e superdotação, preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL, 2014. p.55) incluindo-se as estratégias que pretendiam garantir repasses do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica, valorização dos profissionais da educação, implantação de salas de recursos multifuncionais e serviços de atendimento educacional especializado.
INCLUSÃO/EXCLUSÃO
A humanidade demonstra através dos tempos uma história de preconceitos e discriminação que, vem gerando, por muitas décadas, movimentos de exclusão em todos os níveis da sociedade.
A exclusão social vem desde a antiguidade, onde mulheres, estrangeiros, deficientes e demais pessoas consideradas fora do que é normal pela sociedade eram excluídas, mas o fenômeno na época era tido como natural. 
A crise econômica mundial, que ocorre na idade contemporânea, da evidência à pobreza, tornando a exclusão social com maior visibilidade e força. Mais tarde, os efeitos dessa exclusão despontam, gerando desemprego prolongado onde muitos passam a ser socialmente excluídos. Nesta época, a exclusão passa a ser tema centralizador nos diversos meios da sociedade. 
A exclusão ocorre devido à práticas e valores da cultura que orientam as ações do homem. É o resultado de um processo histórico de construção de valores morais por parte das diferentes culturas. Este movimento do que é normal/anormal, também parte para a educação e provoca movimentos no contexto escolar. 
A escola no seu percurso histórico se caracterizou como uma educação seletiva em que grupos minoritários tinham privilégios. Entretanto, sabemos que a escola pode ter um papel fundamental na construção de valores que auxiliam os membros da sociedade em geral a pautar sua vida pessoal e coletiva no respeito pelas diferenças, provocadoras de exclusão, criando condições para que na prática cotidiana haja principalmente mais tolerância, ajudando assim, os alunos a levarem em consideração os pontos de vista do outro.
A partir de meados do século XX com a intensificação dos movimentos sociais de luta contra todas as formas de discriminação que impedem o exercício da cidadania das pessoas com deficiência surge a nível mundial o desafio de uma sociedade inclusiva (INCLUSÃO – REVISTA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL, 2010, p. 20).
A educação inclusiva assume espaço central no debate acerca da sociedade contemporânea e do papel da escola na superação da lógica da exclusão.
A busca por uma sociedade igualitária, por um mundo em que os homens gozem de liberdade de expressão e de crenças e possam desfrutar da condição de viverem a salvo do temor e da necessidade, por um mundo em que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os seres humanos e da igualdade de seus direitos inalienáveis é o fundamento da autonomia, da justiça e da paz mundial, originou a elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que representa um movimento internacional do qual o Brasil é signatário (FACION, 2008, p. 55).
Vivemos em uma época em que é possível ser diferente, mas não é possível viver e demonstrar a diferença, e isto é percebido no momento em que uma sociedade que luta por liberdade de expressão discrimina pessoas em razão de diferenças de características intelectuais, físicas, culturais, sexuais, sociais, linguísticas, discriminando ainda as pessoas que não vão às aulas porque trabalham e também aquelas que de tanto repetir desistiram de estudar, entre outras estruturantes do modelo tradicional de educação escolar. 
Para Mills (1999, p. 25) o princípio que rege a educação inclusiva é: “o de que, todos devem aprender juntos, sempre que possível, levando-se em consideração suas dificuldades e diferenças”. 
De fato, todos devem fazer parte, do Sistema Educacional inclusivo onde deve ser proibido a utilização de práticas discriminatórias para que se garanta igualdade de oportunidades. Discriminação que, muitas vezes, acontece em condutas veladas que frustram e que negam ou restringem o direito de acesso a um direito que é de todos. 
O movimento em favor da inclusão tem como base o princípio de igualdade de oportunidades nos sistemas sociais, incluindo a instituição escolar. Significa que, todos os alunos têm o direito de frequentar a escola regular onde toda diversidade deve ser valorizada, e a construção de aprendizagem deve ser oferecida a todos, no mesmo espaço escolar com oportunidades iguais. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº 8.069/90, artigo 55, determina que “os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino”. Obrigação essa que se dá como direito de todos, indiferente de qualquer tipo de diferença. 
Segundo Mantoan (2003) “Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças”, ou seja, é a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção. É para o estudante com deficiência física, para os que têm comprometimento mental, para os superdotados, para todas as minorias e para a criança que é discriminada por qualquer outro motivo. Ainda citando a educadora: “Costumo dizer que estar 19 junto é se aglomerar no cinema, no ônibus e até na sala de aula com pessoas que não conhecemos. Já inclusão é estar com, é interagir com o outro”. 
Incluir vem do latim includere; que significa compreender, abranger; conter em si, envolver, implicar; inserir, intercalar, introduzir, fazer parte, figurar entre outros; pertencer juntamente com outros. Em nenhum momento essa definição pressupõe que o ser incluído precisa ser igual ou semelhante aos demais aos quais se agregou. 
Quando se fala de uma sociedade inclusiva, pensa-se naquela que valoriza a diversidade humana e fortalece a aceitação das diferenças individuais. É dentro dela que se aprende a conviver, contribuir e construir juntos um mundo de oportunidades reais (não obrigatoriamente iguais) para todos. 
Isso implica numa sociedade onde cada um é responsável pela qualidade de vida do outro, mesmo quando esse outro é muito diferente de nós. 
Semanticamente incluir e integrar têm significados muito parecidos, o que faz com que muitas pessoas utilizem esses verbos indistintamente. No entanto, nos movimentos sociais inclusão e integração representam filosofias totalmente diferentes, ainda que tenham objetivos aparentemente iguais, ou seja, a inserção de pessoas com deficiência na sociedade.
 O DIREITO À INCLUSÃO ESCOLAR
Educação Inclusiva é um conceito abrangente, que envolve não somente o processo de inclusão das pessoas portadoras de necessidades especiais ou de distúrbios de aprendizagem na rede comum de ensino em todos os seus graus, mas, fundamentalmente, todas as diferenças possíveis entre as pessoas. De fato, entende-se que cada ser humano é uno, e as oportunidades devem ser iguais para todos (SOLER, 2005). Deve-se ressaltar que a inclusão implica uma mudança de paradigma educacional, à medida que exige uma reorganização das práticas escolares: planejamentos, formação de turmas, currículo, avaliaçãoe gestão do processo avaliativo. (MANTOAN, 2005). Nesse sentido, analisando as diretrizes para a educação especial, Guenther observa que:
A política de inclusão de alunos na rede regular de ensino não consiste somente na permanência física desses alunos junto aos demais educandos, mas representa a ousadia de rever concepções e paradigmas, bem como desenvolver o potencial dessas pessoas, respeitando suas diferenças e atendendo suas necessidades (GUENTHER, 2003, p.47).
Na realidade, de acordo com Lima (2006), a legislação é explicita quanto à obrigação das escolas de receber as crianças que se apresentam para a matrícula. Ainda para a autora, é importante que esse acolhimento não seja meramente formal e que o aluno com deficiência tenha condições efetivas de realizar integralmente suas potencialidades.
Por essa razão, Silva (1996) defende que uma educação de qualidade, numa perspectiva democrática, deve se concentrar nas estratégias e nos meios para proporcionar mais recursos materiais e simbólicos para aqueles jovens e crianças que têm sua qualidade de vida e de educação diminuída, não por falta de meios para medi-la, mas porque essa qualidade lhes é negada, subtraída e confiscada.
Nos últimos anos, novas idéias e intenções atingem a educação brasileira, em especial, os setores ligados à educação de pessoas portadoras de deficiência. Anuncia-se a chegada do momento da inclusão escolar de todas elas em salas e escolas regulares. Além disso, a perspectiva da inclusão, conforme comenta Oliveira (2002), é ampla e abrange, pois, em tese, todos os excluídos dos processos educacionais escolares, em especial, negros e mulheres, que serão parte do processo de inclusão.
No Brasil, segundo Silva (2005), além do problema da imigração crescente, o desafio é ainda o de incorporar à escola toda população em idade escolar: as diferentes frações das classes sociais, as diferentes etnias e os deficientes, garantindo-lhes o acesso, a permanência e a aprendizagem.
Assim sendo, Oliveira (2002) lembra que a necessidade de refletir sobre uma sociedade e uma escola inclusiva tem sido tema decorrente de fóruns mundiais como a Conferência Mundial de Educação para Todos e com a participação de grupos organizados da sociedade civil. Para ele, essa Conferência realizada em 1990, em Jomtien, Tailândia, foi um efetivo destaque, pois ela pode ser considerada o marco definidor das ações e políticas do final do século XX e início do século XXI, que tomam como ponto de partida o direito de toda pessoa à educação.
Outro fórum mundial muito significativo para as pessoas portadoras de deficiência ocorreu em 1994, durante a Conferência Mundial sobre Educação para Necessidades Especiais, e ressaltado por Soler (2005), ao afirmar que, nesta ocasião, a idéia e o ideal da escola inclusiva ganharam espaço e adeptos no mundo todo. Ele lembra que a última Lei de Diretrizes e Bases de 1996 – LDB nº.9.394/96, em seu capítulo V, aponta que a educação das pessoas portadoras de necessidades especiais deve-se dar, preferencialmente, na rede regular de ensino, o que significa uma nova maneira de se visualizar a Educação Brasileira. Outro fato marcante é ainda observado por Sousa e Faria (2003), referindo-se à Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988.
Para esses autores, a CF de 1988 possibilitou que os municípios criassem seus próprios sistemas de ensino, atribuindo aos mesmos autonomia relativa na formulação de políticas educacionais, em específico para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental. Caminhando nesse raciocínio, Silva (2005) afirma que, hoje, o desafio que se impõe para os governos estaduais e municipais, bem como para os atores do processo educativo escolar, é a construção de uma escola com novos parâmetros: uma escola multicultural, voltada para a compreensão da realidade e tendo como princípio a inclusão.
3 CONsiderações finais
O conceito de escola inclusiva, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Especial (MEC-SEESP, 1998), implica em uma nova postura da escola regular que deve propor no projeto político pedagógico, no currículo, na metodologia, na avaliação e nas estratégias de ensino, ações que favoreçam a inclusão social e práticas educativas diferenciadas que atendam a todos os alunos. Pois, numa escola inclusiva a diversidade é valorizada em detrimento da homogeneidade. 
Porém, para oferecer uma educação de qualidade para todos os educandos, inclusive para os que apresentam necessidades educacionais especiais, a escola precisa capacitar seus professores, preparar-se, organizar - se, enfim, adaptar-se. “Inclusão não significa, simplesmente, matricular os educandos com necessidades especiais na classe comum, ignorando suas necessidades especificas, mas significa dar ao professor e à escola o suporte necessário à sua ação pedagógica” (MEC-SEESP, 1998). 
Conforme mostram Ferreira e Glat (2003), o movimento em prol da Educação Inclusiva, trouxe em sua gênese uma discussão sobre a finalidade da Educação Especial, mormente no seu excesso de especialização. 
Glat (1995) argumenta que neste contexto é que se descortina o novo campo de atuação da Educação Especial. Não visando importar métodos e técnicas especializados para a classe regular, mas sim, tornando-se um sistema de suporte permanente e efetivo para os alunos especiais incluídos, bem como para seus professores. Como mencionado, a Educação Especial não é mais concebida como um sistema educacional paralelo ou segregado, mas como um conjunto de recursos que a escola regular deverá dispor para atender à diversidade de seus alunos. 
No entanto, em que pese o crescente reconhecimento da Educação Inclusiva como forma prioritária de atendimento a alunos com necessidades educativas especiais, na prática este modelo ainda não se configura em nosso país como uma proposta educacional amplamente difundida e compartilhada. Embora nos últimos anos tenham sido desenvolvidas experiências promissoras, a grande maioria das redes de ensino carece das condições institucionais necessárias para sua viabilização. 
Consideramos que os resultados do trabalho desenvolvido e aqui relatado atenderam aos objetivos propostos, pois nos possibilitou uma maior clareza em relação à necessidade de preparação de professores para lidar com alunos com necessidades educacionais especiais. A hipótese de que os professores não estavam preparados para os processos de inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais foi confirmada bem como a necessidade da elaboração de programas de formação continuada para discutir, de forma mais aprofundada, os temas aqui abordados.
Esperamos que este trabalho seja a semente inicial para a ampliação de uma discussão sobre a necessidade de formar e informar os professores sobre tão vasto e importante tema de discussão.
REFERÊNCIAS
ARTALINO, R. (Março de 2016). EDUCAÇÃO INCLUSIVA: AVANÇOS E DESAFIOS DA INCLUSÃO NA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE TAUBATÉ. Disponível em monografias.brasilescola.uol.com.br: https://monografias.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/educacao-inclusiva-avancos-desafios-escola-publica-taubate.htm. Acesso em 02 de Outrubro de 2019.
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Jesus, V. M. (04 de Dezembro de 2017). AS MELHORIAS NO SISTEMA DE ENSINO. Disponível em www.webartigos.com: https://www.webartigos.com/artigos/as-melhorias-no-sistema-de-ensino-um-enfoque-para-a-educacao-infantil/154997. Acesso em 25 de Setembro de 2019.
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Silva, C. D. (2013). CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ . Disponível em usj.edu.br: https://usj.edu.br/wp-content/uploads/2015/08/TCC-Pedagogia-Cristiane-da-Silva.pdf. Acesso em 09 de Setembro de 2019.
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