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Ad2 Artes Visuais _Valéria

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A obra Fuzilamento de 3 de maio (1808), pintada por Francisco Goya, é uma pintura à óleo sobre tela de grandes dimensões, que representa o fuzilamento de milhares de civis pelos franceses, como represália aos espanhóis, que se defendiam da invasão francesa, na cidade de Madrid.
Goya retrata, na obra, a violência da guerra, trazendo uma pintura que procura revelar a brutalidade na Espanha do século XVIII, diante da revolta popular contra a opressão.
A obra apresenta a indignação do pintor, diante da opressão das tropas de Napoleão e sua aversão à tirania.
Um breve relato sobre a vida de Francisco Goya, nos permite compreender os traçados da pintura, “Fuzilamento de 3 de maio”.
Ao contrair uma doença infecciosa que o deixou sem audição, Goya, inicia uma série de obras, entre elas, seu autorretrato, triste e envelhecido.
Durante a invasão das tropas de Napoleão à Espanha, começa, então, a retratar os horrores da guerra, prenunciando seu estado de espírito.
A obra, marcada pela fase romântica, tem um caráter expressionista e se destaca pelo efeito luz e sombra, que produzem mais dramaticidade ao tema violento.
Nela, observamos um grupo de pessoas, que apresentam expressão de pavor diante da iminência da morte, imploram pela vida diante de soldados, que alinhados, mantém as cabeças voltadas para o chão e miram suas armas, parecendo não querer ver as suas vítimas.
No chão, corpos, em meio a uma poça de sangue e podemos ver a presença de um padre entre as vítimas, que está de joelhos, com as mão unidas, parece fazer uma oração de olhos voltados para o chão, como se estivesse perdendo a fé diante da proximidade do fuzilamento.
A presença da igreja, também pode ser sentida pela representação de um mosteiro ao fundo, onde segundo relatos, ficavam os prisioneiros que iriam ser fuzilados.
O céu preto, nos permite entender como hora do fuzilamento, a noite. A cena noturna, traz para o quadro, efeitos ainda mais dramáticos, destacando o homem diante da luz de uma lanterna, que está de braços abertos, nos remetendo a imagem de Jesus.
Prestes a morrer, ele está de joelho, com o olhar de desespero, medo, impotência e incredulidade, deixando de lado o heroísmo.
Goya, transforma revoltosos em mártires, documenta um acontecimento e mostra os absurdos da guerra, expressando na sua pintura, a valorização~do sentimento e da imaginação, caracter´sticas do romantismo.
Guernica, pintada por Pablo Picasso, é uma pintura à óleo sobre tela de grandes dimensões. A obra representa o ataque a pequena aldeia de Guernica, atacada com bombas no dia 26 de abril de 1937 pelas forças nazistas aliadas ao ditador espanhol Franco.
Picasso representa todo o horror e angústia pelo fato acontecido e uma forte crítica ao fascismo alemão.
É considerada uma obra de caráter cubista, podemos perceber pelas formas geométricas utilizadas,
de forma desarmoniosa, subjetiva. Embora, tenha ressaltado o caráter real, a obra é um convite ao surrealismo.
Uma característica marcante, foi a escolha das cores, é uma obra monogromática, utilizando as cores, cinza, preto e branco, enfatizando a guerra e a destruição.
Em seu sentido expressivo, a obra retrata sentimentos de luto, horror e desespero, que podemos observar na mulher que carrega o filho morto e olha para o céu à procura de bombas, o homem morto no chão, uma vítima da bomba com a expressão de dor e desespero, uma pessoa ferida no chão que vai em direção a luz e ao final do sofrimento.
Os animais, touro e cavalo, são a representatividade da cidade bombardeada, situada ao norte da Espanha.
A obra apresenta o sentido pragmático e fragmentado, e provoca reação no público que a observa. Os fatos caóticos da guerra ali representados, são presentes na memória das pessoas, e a representação do quadro poderia ser de guerras que, infelizmente, podemos ver, ainda hoje pelo mundo. 
Uma curiosidade sobre a obra, é o fato de Pablo Picasso, pedir que a obra só retornasse à Espanha, quando o país fosse novamente uma democracia, cumprindo portanto seu papel social.
Ao fazer uma análise comparativa das obras, ambas representam cidadãos espanhóis que foram atacados por forças estrangeiras e os fatos trágicos acontecidos nela.
Esses fatos, provocaram, nos pintores, indignação e a necessidade de retratar os fatos históricos através da sua obra, de forma que não fossem esquecidas.
Segundo pesquisadores, Pablo Picasso se inspirou na obra de Francisco Goya, “Fuzilamento 3 de maio” para compor sua obra, e ao fazer um comparativo podemos relacionar alguns detalhes das obras que se entrelaçam, como o homem de braços abertos esperando o fuzilamento, na obra de Goya, e o homem com os braços para cima, no momento de desespero, na tentativa de deter as bombas. Essa relação intertextual é muito comum entre pintores, que costumam inserir outras obras dentro das suas, trazendo a expressão pessoal para seu contexto social.
Os artistas, ainda que em fases diferentes, apresentam técnicas entre a luz e sombra, o preto e o cinza, para destacar as atrocidades cometidas durante a guerra, os elementos utilizados direcionam para o mesmo sentido, como a utilização da luz que reflete o homem diante de soldados olhando para baixo e o olho que reproduz uma lâmpada que não ilumina, ambos refletem a omissão das autoridades diante da guerra.
Os estilos diferentes, não impediu que os pintores utilizassem a arte como forma de representar seus pensamentos e ideais diante dos acontecimentos marcantes que vivenciaram e tornaram suas obras atemporais, pois ao representar o horror da guerra não deixaram que fosse apagada a história, através de seus traços e representações dos fatos. 
Ao analisarmos as obras, podemos nos remeter aos dias atuais, onde vivemos diante da violência que nos ameaça com a sombra da morte, do poder que nos oprime e nos leva a silenciar, porque diante da luta contra a opressão, só resta ao poder, a dominação através da luta e da morte.
O abstracionismo rompe com toda referência concreta, onde formas e cores não são o que se vê. A obra de Picasso, Guernica, altera a representação proposta do abstracionismo por trazer uma abstração maior sobre os atributos estéticos da obra, como alteração de cores, e trazendo a expressão das ideias através do exercício mental. 
A obra com representações geométricas, se contrapõe ao abstracionismo geométrico, pois traz a expressão de sentimentos, excluídas no abstracionismo.

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