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LIVIA - TCC - CONTEUDO

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INTRODUÇÃO
O tema da monografia é a necessidade da inclusão do Serviço Social nas escolas públicas da Baixada Fluminense.
A necessidade de se inserir assistentes sociais, em escolas públicas da baixada fluminense (e também em todo o Brasil) de ensino fundamental e médio é notória, devido ao grande número de incidentes com violência e até morte em instituições de ensino públicas.
De um modo geral, o serviço social é a ciência que investiga, através de pesquisa e análise da realidade social, formula, executa e avalia serviços sociais (assim como programas e políticas sociais também) que visam à ampliação dos direitos humanos.
Dessa forma, podemos entender que sem um assistente social atuando diretamente com alunos e profissionais, problemas graves de relacionamento, certamente acontecerão e podem atingir níveis muito altos.
O presente estudo tem por objetivo, ressaltar a importância de profissionais de serviço social, trabalhando em conjunto com educadores, visando à melhoria do relacionamento interpessoal dentro da instituição de ensino, a fim de evitar e/ou resolver problemas de convivência.
O problema percebido é que é nítido que o serviço educacional brasileiro é falho e isso atinge diretamente a sociedade. Hoje em dia, o número de crianças e adolescentes, que estão em idade escolar, mas não conseguem ler e escrever corretamente (ou de acordo com a série que lhes cabe) ou simplesmente resolver simples questões matemáticas é enorme. 
As instituições de ensino são locais sociais, portanto, é lá, onde um assistente social, precisa atuar direta e frequentemente, pois muitas vezes ultrapassa o papel somente pedagógico. Por se tratar um ambiente com centenas de pessoas completamente diferentes, com histórias e problemas particulares, pode haver inevitáveis conflitos. É nesse momento que entra o profissional de serviço social, atuando de forma que forneça melhoria naquele ambiente, trazendo inclusão social e cidadania para todos os profissionais e alunos, despertando assim, o senso crítico e a consciência de cada um.
Sendo assim, não há profissional melhor que o assistente social, trabalhando junto a essas questões e buscando trazer melhorias e reduções de problemas. 
A hipótese é que atuação do Serviço Social nas escolas públicas diminuiria o abandono escolar, que ainda é altíssimo e ajudaria a desenvolver o aluno, intra e extraclasse, melhorando assim, a socialização do mesmo com o próximo. Além de aproximar a família do aluno do ambiente escolar, buscando verificar conflitos familiares, que podem de alguma forma, atrapalhar o rendimento do estudante.
A investigação tem como objetivo, averiguar a importância e a influência que os profissionais de serviço social têm sobre o sistema de ensino público, a forma que eles podem melhorar a relação interpessoal do ambiente e os benefícios que podem ocorrer se este processo for conduzido de maneira correta, de modo que contribua para o bem estar de todos que ali estão presentes.
O objetivo geral do estudo é alertar a falta que fazem os profissionais de serviço social, trabalhando dentro de escolas públicas na baixada fluminense.
Os objetivos específicos são:
· Mostrar o caos em que se encontra o ensino público das escolas fluminenses;
· Apresentar seus principais problemas e dificuldades;
· Verificar locais, onde já existe o serviço social ativo na instituição e saber das melhorias que ele impõe.
A justificativa para iniciar o projeto foi que estava em tramitação na Câmara, o Projeto de Lei 6478/09 que determinava a inclusão de pelo menos um assistente social no quadro de funcionários de todas as escolas públicas de ensino fundamental e médio, de todo país, para atendimento dos alunos e profissionais que ali estão inseridos. Porém, o mesmo foi rejeitado e arquivado em 2012. Isso é uma notícia ruim, tanto para o serviço social, quanto para as pessoas que seriam influenciadas positivamente por ele, pois não havendo isso pode acarretar na permanência ou aumento de conflitos escolares, o que não é novidade para ninguém.
O serviço social é essencial para uma comunidade (principalmente em instituições de ensino), pois traz a família para o ambiente escolar, assim, diminuindo o absenteísmo e a atração pelas drogas ou crime organizado, violência, gravidez na adolescência, entre outros problemas que cercam a nossa sociedade.
A pesquisa apresentada será do tipo descritiva, sobre o tema precisão do Serviço Social nas escolas públicas da Baixada Fluminense. Será feito um levantamento da importância que o serviço social tem dentro do ambiente educacional e os resultados que ele traz para a comunidade.
Quanto ao procedimento, será do tipo bibliográfico, uma vez que as informações foram pesquisadas através de livros e arquivos pessoais sobre o tema em questão, a fim de possibilitar a consulta e a análise sobre esses processos.
Com base nisso, a coleta de dados feita ao longo do período do curso, foi elaborada através de informações (em fontes otimizadas sobre o tema, possibilitando sua transmissão de forma clara e precisa) na biblioteca da Universidade, no meu arquivo pessoal de livros e arquivos pessoais, sempre considerando o que seria de maior importância para o desenvolvimento do projeto e o que poderia ser favorável para uma apresentação sucinta e objetiva de minhas ideias a respeito do tema presente.
Nos próximos capítulos deste projeto, serão expostos fatos que mostram como está a situação da educação no Brasil e na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, suas políticas de ensino, direitos, deveres e desafios dos profissionais de educação, o papel do serviço social dentro da instituição de ensino e a necessidade de um assistente social na escola, a fim de prevenir problemas.
1. APONTAMENTOS SOBRE A POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NO BRASIL HOJE. 
"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe." (JEAN PIAGET)
A educação, organizada sob a forma de política pública, se constituiu em uma das práticas sociais mais amplamente disseminadas de internalização dos valores hegemônicos na sociedade capitalista. A partir das lutas sociais, em especial da classe trabalhadora pelo reconhecimento de seus direitos sociais, tornou-se também condição importante nos processos de produção de uma consciência própria, autônoma, por parte desta própria classe e de suas frações. Um território disputado pelas classes sociais fundamentais, cujas lutas se expressam em diferentes contornos e processos que a política educacional assumiu ao longo da história. Deste modo, compreender a trajetória da política educacional é um esforço que requer mais do que o resgate de uma história marcada por legislações e mudanças institucionais intestinas, mas de suas relações com a dinâmica e as crises da sociedade do capital, a partir de sua singular inscrição nos processos de estabelecimento de consensos e de reprodução da força de trabalho na realidade brasileira.
Inegavelmente, os horizontes postos para a educação brasileira têm sido desenhados, em alguma medida, a partir do papel desempenhado pelos organismos multilaterais na formulação de diagnósticos da realidade social e educacional e das diretrizes para as políticas públicas dos países periféricos. Muito embora o papel do Banco Mundial, por exemplo, já se desenvolva desde os anos 50, a partir das ações de financiamento ao desenvolvimento de projetos de educação no Brasil, sua 
atuação mais estratégica se afirma nas últimas duas décadas do século passado em função do avanço do ideário neoliberal (SOARES,1996).
A Lei de Diretrizes e Bases (LDB)* é onde encontramos os princípios a serem seguidos na área educacional, seus objetivos, metas e caminho a seguir, pelos profissionais de educação. Ela é constantemente atualizada e renovada, pelo Estado, paraque esteja de acordo com a sociedade em que se vive e para disponibilizar a todos os brasileiros, os seus direitos e deveres. Nela, estão inclusos desde a educação infantil, até o final do ensino médio, e abrange todos os tipos de ensino (o de crianças e adolescentes especiais, ensino à distância, entre outros). Se for seguida à risca, por todos os envolvidos no sistema educacional (familiares, sociedade, funcionários, docentes, etc), tornará a educação e a instituição, um lugar melhor.
Segundo o inciso II, art. 3º, LDB, “cabe ao educador à tarefa de, no âmbito da instituição escolar, ensinar a aprender, mas respeitar, como princípio, a liberdade de aprender. Só se aprende a aprender, papel fundamental da escola, na sociedade do conhecimento, com espírito de liberalidade de perceber, conhecer e aprender a ver o mundo com os olhos de um ser livre. Ensinar só tem sentido, no meio escolar, quando a liberdade é guia para a ação de aprender. A Instituição de Ensino que não respeita a liberdade educacional ou acadêmica do aluno também não irá respeitar a liberdade de seus professores.” Portanto, é preciso que os docentes sejam devidamente capacitados para exercer tal função, uma vez que lidarão com crianças e adolescentes, e os mesmos precisam de total dedicação e apoio, na maioria das vezes.
"Para muitos professores, é um pouco escandaloso falar em política e em educação no mesmo texto". (GANDIN, 2001, p. 101)
Desde o momento em que a primeira LDB foi implantada, sofreu diversas atualizações. A última foi em abril de 2013. A finalidade de tantas alterações, é a constante busca por otimização da educação no Brasil. Uma das mudanças desse ano e que chamou bastante atenção, foi que a partir de agora, todas as crianças com 4 anos de idade, terão que estar na escola, independente da vontade dos pais. Quem desobedecer a essa lei, a partir de 2016, serão punidos com multa ou detenção, dependendo do caso.
Não vou me deter a analisar as diversas LDBs e suas modificações por não serem meu objeto de estudo. Vou me aprofundar a estudar os desafios atuais da educação que passo expor.
1.2. EDUCAÇÃO E SEUS DESAFIOS
Para debater os desafios da educação, utilizo a pesquisa desenvolvida pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica - SAEB.
Os principais problemas da educação identificados no decorrer da pesquisa foram à escassez de instituições de ensino, evasão escolar e carência de verbas destinadas à educação. É preciso investir mais em escolas, construir prédios escolares, remunerar melhor os profissionais de ensino e estimular às famílias a apoiar a ida e permanência de seus filhos na escola, pois a tendência é que eles abandonem a mesma.
“Os resultados do SAEB indicam que o concluinte médio de 8ª série domina os conteúdos esperados de um aluno de 4ª série, e o concluinte médio de 4ª série mal sabe decodificar as palavras que lê. Ambos são incapazes de ler e compreender uma notícia e jornal, por exemplo. Consequentemente, a esmagadora maioria dos concluintes da 8ª série não possui condição acadêmica para cursar escolas de ensino médio com proveito.” (OLIVEIRA e SCHWARTZMAN, 2002, p. 25).
A pesquisa realizada pelo SAEB, em 2001, mostra que o número de alunos repetentes, no Brasil é altíssimo. Nesta pesquisa, vemos que a repetência atinge cerca de 40% dos alunos que estudam na 8ª série do Ensino Fundamental. Também verifica-se, que os alunos mais atingidos pela reprovação, são os originários de famílias com o nível cultural, econômico e social, mais baixos (Pesquisa realizada no período de 1995 a 2005 pelo SAEB Sobre: Avaliação da aprendizagem de política educacional – desafios para uma nova agenda).
A má qualidade do ensino colabora bastante para que esse número cresça a cada dia mais, tornando assim, o absenteísmo elevado também. Conforme os alunos vão ficando mais velhos, a tendência é o abandono da escola. Muitos deles, ainda semianalfabetos, sem saber ler e escrever de maneira eficiente. Alguns até conseguem seus diplomas, mas seguem com problemas de leitura e escrita. É importante ressaltar, que os principais afetados, da má qualidade da educação pública, no Brasil são os mais desfavorecidos economicamente. Lembrando também, que as escolas, sozinhas, não estão aptas para lidar com diferenças sociais e econômicas.
É um fato, que a educação, precisa de oportunidades inovadoras, para vencer os desafios que aí estão. Souza (2006) diz que experiências inovadoras em gestão da educação pública, contribuem para solucionar problemas e desafios educacionais.
No Brasil, apresentar propostas para a educação, só passou a ocorrer em meados da década de 80. Foram criadas, para combater a ideia de que a escola era utensílio de burguês e não encorajavam projetos sociais, que englobassem a todos. Nesse período, podemos destacar a influência as reflexões de Gramsci no pensamento dos intelectuais, que ajudaram a criar projetos que valorizavam a educação pública. Porém, nos anos 90, a influência do Pensamento de Gramsci através dos intelectuais, diminuiu consideravelmente, o que representa uma perda para um debate tão importante como a educação.
“O Proletariado só pode reconhecer no Estado, conjunto da classe burguesa, o seu direto antagonista. Não pode entrar em concorrência para a conquista do Estado, nem direta nem indiretamente, sem se suicidar, sem se desnaturar e transformar em puro setor político, fora da atividade histórica do proletariado, e se transformar num enxame de moscas de cavalariça em busca dos doces a que se agarrar, morrendo ingloriosamente.” (GRAMSCI, Antonio)
Apesar da diminuição da influência de Gramsci na educação um de seus pilares se mantém: a necessidade de educar com liberdade para formar um cidadão consciente. Atualmente, existe um numero considerável de instituições de ensino, que usaram a criatividade como gancho, reformularam a rotina escolar, com a criação de salas de aula temáticas e estações de rádio, para estimular a integração entre os alunos, melhorando assim, o convívio interno da escola, e fomentando uma reflexão crítica a respeito da realidade que o cerca.
Uma pergunta que assombra os pesquisadores do assunto é se os alunos estão estudando e aprendendo algo que de fato aprimore suas personalidades e cidadania. As altas taxas de abandono escolar, ainda no ensino médio, refletem lá na frente, no ensino superior, que é diretamente afetado por isso, uma vez que os alunos de segmentos mais baixos, não conseguem chegar lá. Se formos comparar com outros países, o Brasil ainda está muito atrasado, e não é só em termos numéricos. O atual sistema universitário público, deste país, impede que todas as pessoas que desejam ensino superior público e de qualidade, sejam atendidas. Nesse sentido, uma tentativa do Estado, de criar algo que promovesse o desenvolvimento e ao mesmo tempo servisse como consulta, para avaliar a qualidade do ensino e o nível de aprendizado dos alunos, foi o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), mas ainda possuem sérios problemas.
Os professores, também são motivos de preocupação, quando se fala em educação de qualidade. Muitos deles não são formados adequadamente para lecionar de forma sábia e enfrentar possíveis problemas que possam existir dentro e fora da sala de aula. A culpa não é somente dos docentes. As instituições de ensino deveriam no mínimo, fornecer locais apropriados para a informação de conhecimento e deveriam estimular os professores, que muitas vezes já chegam ao local de trabalho, querendo ir embora, devido à infraestrutura precária em que se encontra. 
Para tentar solucionar alguns dos problemas, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso – FHC ocorreram algumas das principais inovações na educação do país, como a reabilitação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e a criação do Fundef, o que diminuiu as diferenças regionais e criou um piso, para gastos com o ensino fundamenta. Ao Inep ficaram as responsabilidades de organizar estatisticamente a educação do Brasil e a implementaçãodo SAEB, Enem e os famosos “Provões”. Estas criações foram proveitosas, pois incluíram no meio educacional do país, especialistas formados em estatística e psicometria, que forneceram aos educadores, melhores instrumentos, para que aprimorassem o ensino.
No governo de Luis Inácio Lula da Silva, ampliou-se o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - Fundeb, o que atendeu toda a educação básica (do pré-escolar ao ensino médio). Existiram também, formações de novos programas para oferecer as escolas maiores recursos (livros didáticos, merenda escolar e dinheiro) de gerência e pedagogia, o que ajudaram a melhorar o desempenho de docentes e alunos. 
Os problemas educacionais tornam-se cada dia mais complexos e precisam ser solucionados. Muitas crianças já estão na escola. Muitos desses problemas mudaram de figura e não são mais somente gastos públicos e procura por profissionais. As dificuldades são bem maiores. Administrar uma instituição de ensino, ensinar uma criança a ler e a escrever e transformar professores em pesquisadores são tarefas difíceis, mas não impossíveis.
É necessário criar no país, condições para que o desenvolvimento em educação seja constante e dê bons resultados. O Brasil possui instituições dedicadas somente à educação, mas ainda precisa de avanços.
Atualmente, outro desafio real e que a mídia vem mostrando quase que diariamente é a violência vinculada às escolas. Isso assusta e preocupa a população, pois se tratam dos filhos das pessoas, que se encontram nesse ambiente hostil. Alguns especialistas dizem que a violência nas escolas é um tanto quando “dura”. Pode não parecer comum, mas muitas vezes, armas e drogas adentram as escolas. Uma pesquisa realizada em 2006, pela UNESCO, mostra que 69,4% já presenciaram roubos e 34,8% viram amigos portando armas. Entre os professores e funcionários, 55,8% presenciaram invasões e 14% testemunharam tráfico de drogas dentro de suas unidades.
São inúmeros os casos de agressão. Em uma reportagem que deu ao jornal Agência Brasil, a professora Renata Lopes Moreira, que leciona em uma escola estadual em São João do Meriti, conta que a presença de drogas nas escolas públicas é bastante comum e prejudicam ainda mais, ajudando a aumentar a violência. Ela informou em 2009, que há alguns anos um aluno atirou uma cadeira na professora, que teve derrame nos olhos. “A família muitas vezes também atrapalha. Há pais de alunos que incentivam os filhos a bater nos colegas”, diz Renata.
A também docente de uma escola estadual na Baixada Fluminense, Patrícia Aparecida Pereira da Silva conta, à Agência Brasil, que brigas e ameaças são bastante corriqueiras, no colégio onde trabalha. Ela diz que palestras e seminários aos docentes, podem ajudar o profissional de ensino, a lidar com certas ocasiões. “Nós precisamos de ideias de saber até onde podemos ir. Hoje em dia os alunos acham que podem tudo, não têm limites. Espero sair daqui com ideias para passar para eles e para minhas colegas professoras o que podemos e não podemos fazer.”
Existem também casos inversos, onde o professor agride o aluno. Um conhecido é o de uma professora da rede estadual, que agrediu um estudante com um puxão de orelha em sala de aula. O menino conta que a professora o puxou pela orelha, levando-o até o local onde ela achava que ele deveria se sentar. A docente ainda disse que o caso dele deveria servir como exemplo para os outros. 
A professora foi julgada por um juiz da 2ª Vara Cível de Itaguaí (Baixada Fluminense do Rio de Janeiro), que a forma com que a professora repreender o aluno foi excessiva e vexatória para uma criança em formação educacional, uma vez que ocorreu na frente dos outros colegas de classe. Ela foi condenada a pagar R$ 5 mil por danos morais a um aluno
Uma pesquisa realizada pelo Estadão confirma os casos de violência. Segundo o Ministério da Educação, no ano de 2011, em torno de 4,2 mil professores da rede pública e privada, de 5.ª a 9.ª séries contaram ter sido agredidos por alunos dentro das salas de aula, nos corredores ou na saída das escolas. Isso representa 1,9% dos 225 mil docentes que responderam a um questionário incluído em um exame que é aplicado a cada dois anos, nas escolas públicas. É aplicada pelo Ministério da Educação.
Essas provas fazem parte do Sistema Nacional de Avaliação do Rendimento Escolar e seus resultados compõem o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Em 2007, nessa mesma prova, 6,6 mil docentes disseram ter sofrido agressão por alunos e 1,9 mil disseram ter visto alunos com armas de fogo dentro da escola. Em 2011, mais de 9 mil professores informaram ter visto alunos com armas brancas (facas, canivetes, estiletes, entre outros) na sala de aula.
A mídia, muitas vezes é responsável por deformar a realidade e influenciar de forma negativa, principalmente às crianças, pois elas passam bastante tempo com a atenção voltada para a televisão e absorvem grande parte do que é ali mostrado. Os programas sensacionalistas tendem a produzir frustrações e poder de convencimento de forma errada, enfatizando a violência tanto física quanto psicológica, a fim de seduzir mais telespectadores. É necessário que a família dê suporte criança ou limite o que ela assiste, estabelecendo a diferença entre o que é real e o que não é e estimulando a criança a formar sua própria opinião, desde cedo. A escola, também pode contribuir para o esclarecimento das crianças, incluindo vídeos educativos, motivacionais, sobre igualdade social, racial e sexual, em sua grade escolar, a fim de fazer com que a criança não tenha preconceitos e como consequência, não seja preconceituosa e não utilize a violência, para resolver seus problemas.
A função da escola, a fim de prevenir casos como esse, precisa ultrapassar os limites dos muros escolares. É necessário estar presente no cotidiano dos alunos, conversar com associações comunitárias, procurar parcerias e etc. Entretanto, entrar em conflito direto com bandidos, pode ser perigoso. Isso cabe a Secretaria de Educação e Conselho Tutelar.
Sendo assim, concluímos que os desafios da área educacional são muitos, são mostrados diariamente, de diferentes maneiras e podem ser mostrados estatisticamente para que todos tenham conhecimento. A falta de diálogo e interação entre família e escola, é um fato gravíssimo, que o quanto antes for resolvido e o quanto antes esses laços forem estreitados, muitos dos desafios poderão ser minimizados e/ou resolvidos. Inclusive a violência, que é o que mais assusta a todos.
2. O PAPEL DO SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO
Uma instituição de ensino, além de oferecer conhecimento, somente baseada no contexto escolar do aluno, também tem a função de suprir suas necessidades sociais. É o local onde são formados alguns dos principais valores sociais de um indivíduo, capacitando-o para viver em coletividade com os outros. 
“A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida.” (JOHN DEWEY).
O profissional de Serviço Social trabalha com o intuito de promover debates e trabalhar em grupo de pessoas com as mesmas características ou não. Ele deve estar sempre a frente de qualquer mudança social, desenvolvendo trabalhos articulados, interagindo com as equipes, criando estratégias influenciadoras e recuperando a integralidade e a coletividade dos homens. O profissional também deve atuar em equipes internas, possibilitando uma visão ampla e compreensões sábias a respeito da questão que necessita de resolução. 
Educadores e Assistentes sociais necessitam dividir os desafios que são encontrados no ambiente educacional, para começarem a agir, baseado nos problemas sociais que repercutem negativamente no desempenho educacional do aluno. Geralmente, quem tem esse primeiro contato é o educador. O mesmo deve encaminhar o aluno para o assistente social. É importante lembrar que o profissional de Serviço Social não substitui o profissional de educação. Ele trabalhaauxiliando a instituição de ensino e quem ali está inserido nas áreas que a escola não sabe como intervir.
Com base nas leituras realizadas o atual estado da educação no Brasil, de uma forma geral, não é difícil concluir que as escolas precisam analisar a realidade de seus alunos, para entender o que se passa com ele. Aproximar-se da família é uma boa forma de começar, pois fortalecendo e unificando ambas as partes, não somente as crianças ou adolescentes, como também seus pais serão beneficiados, em todos os sentidos. O colégio é onde os alunos passam sua maior parte do tempo, mas não pode-se nunca esquecer que existem questões externas, que podem afetar o comportamento do estudante, bem como desigualdade e exclusão social, desemprego ou subemprego na família, trabalho infantil, drogas, saúde debilitada, péssimas condições de moradia, baixa renda, fome, desnutrição, pais ausentes, violência doméstica. E é isso que o Assistente social deve constatar em cada indivíduo, para evitar qualquer tipo de mau comportamento, que seja levado por algum desses problemas. O assistente social exerce função educativa e organizacional, onde está inserido. E assim é na instituição de ensino também. Ele observa e pesquisa o modo de viver do grupo, tira as conclusões que são necessárias para melhorar o ambiente ou evitar algum tipo de problema e aplica, trabalhando com sistemas de ideias e diálogo, de forma que conscientize os afetados.
“Os assistentes sociais trabalham com a questão social nas suas mais variadas expressões quotidianas, tais como os indivíduos as experimentam no trabalho, na família, na área habitacional, na saúde, na assistência social pública, etc. Questão social que sendo desigualdade é também rebeldia, por envolver sujeitos que vivenciam as desigualdades e a ela resistem, se opõem. É nesta tensão entre produção da desigualdade e produção da rebeldia e da resistência, que trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno movido por interesses sociais distintos, aos quais não é possível abstrair ou deles fugir porque tecem a vida em sociedade.” (IAMAMOTO, 1998, p.28)
A escola é um lugar onde é possível inserir pessoas à sociedade e precisa estar atenta aos diversos tipos de exclusão social que ocorra (bullying, abuso, descriminação étnica, de gênero e/ou sexual, violência, etc.). Também deve atentar sobre a evasão escolar, que pode ocorrer devido ao trabalho infantil, pois muitas vezes a criança é condicionada a trabalhar para ajudar a aumentar a renda da família, não conseguindo assim, render na escola. Cada aluno é um ser diferente e deve ser analisado individualmente.
Trabalhar com crianças e adolescentes, muitas vezes é complicado, por diversos fatores como, relação familiar, comportamento, interesse educacional, entre outros. Então, muitas vezes há a necessidade de trabalhar em parceria com o Apoio Sócio-Educativo em Meio Aberto (ASEMA), como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Nele, as famílias devem ser totalmente ativas e precisam desenvolver ações em conjunto, tais como trabalhos em grupo com professores e reuniões para que todos tenham o conhecimento dos problemas enfrentados pela escola.
“Portanto, o papel educativo do assistente social é no sentido de elucidar, desvelar a realidade social em todos os seus meandros, socializando informações que possibilitem a população ter uma visão crítica que contribua com a sua mobilização social visando à conquista dos seus direitos (MARTINS, 2007,p.135).
Segundo o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS, 2001, p.23), os principais problemas sociais a serem combatidos dentro da instituição de ensino são: baixo rendimento escolar; evasão escolar; desinteresse pelo aprendizado; problemas com disciplina; insubordinação a qualquer limite ou regra escolar; vulnerabilidade às drogas; e atitudes e comportamentos agressivos e violentos. Assim sendo, MARTINS (1999, p.60 e 70) diz que nessa área, o profissional de Serviço social deve atuar de modo que: contribua para o ingresso, regresso, permanência e sucesso da criança e adolescente na escola; favoreça a relação família – escola - comunidade ampliando o espaço de participação destas na escola, incluindo a mesma no processo educativo; amplie a visão social dos sujeitos envolvidos com a educação, decodificando as questões sociais; proporcione articulação entre educação e as demais políticas sociais e organizações do terceiro setor, estabelecendo parcerias, facilitando o acesso da comunidade escolar aos seus direitos; melhore as condições de vida e sobrevivência das famílias e alunos; favoreça a abertura de canais de interferência dos sujeitos nos processos decisórios da escola; amplie o acervo de informações e conhecimentos, a cerca do social na comunidade escolar; estimule a vivência e o aprendizado do processo democrático no interior da escola e com a comunidade; fortaleça as ações coletivas; efetive pesquisas que possam contribuir com a análise da realidade social dos alunos e de suas famílias; maximize a utilização dos recursos da comunidade; e contribua com a formação profissional de novos assistentes sociais, disponibilizando campo de estágio adequado às novas exigências do perfil profissional.
Recentemente, o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), envolveu-se em uma audiência, na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), que visa implantar a PL Educação, também conhecida como Projeto de Lei 3688/2000. Este projeto tem o objetivo de implantar a psicologia e o serviço social nas redes públicas de ensino. 
Nesta audiência, ressaltou-se que o serviço social já é utilizado há anos em algumas cidades brasileiras. “A presença de assistentes sociais nas redes básicas de ensino não é uma despesa e sim um investimento na garantia de que crianças e adolescentes tenham acesso e permanência nas escolas, de que a gestão democrática da comunidade escolar se fortaleça, de que o trabalho com as expressões da questão social do espaço educacional sejam mediadas e enfrentadas”, explicou a conselheira do CFESS Maria Elisa Braga. A conselheira, também frisou as ações que são de competência do assistente social, tais como, atuar junto aos funcionários da escola, estudantes e suas famílias, e com a comunidade onde a escola está inserida, a fim de estimular a participação de todos, nas atividades escolares.
Os direitos sociais, de cada brasileiro, estão dispostos na Constituição de 1988, no Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais), e no Título VIII (Da Ordem social). O Art.6º, estabelece como direitos sociais: a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. Do artigo 7º ao 11, o constituinte privilegiou os direitos sociais do trabalhador, em suas relações individuais e coletivas. No título VIII, pode-se verificar que existem direitos à Seguridade Social (Saúde, Previdência Social e Assistência Social), os direitos relativos à Cultura, à Educação, à Moradia, ao Lazer, ao Meio Ambiente Ecologicamente Equilibrado e os direitos sociais da Criança e dos Idosos.
Nossa constituição determina que o governo federal gaste 18% de seus recursos com educação, e os governos estadual e local, 25%. A mesma, no Art. 205 diz também que “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. 
 “Responsável pela organização e realização de ações que buscam assegurar direitos e atender a necessidades de indivíduos e coletividades, através de obras e serviços de interesse social” (Luz e Jesus, p. 13, 2006)
Como o foco desta pesquisa é relacionar o Serviço Social à Educação, vale ressaltar as competências de um Assistente Social, que segundo o Art. 4º da LEI N° 8.662, DE 7 DE JUNHO DE 1993, são:
I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da
administraçãopública, direta ou indireta, empresas, entidades e organizações populares;
II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil;
III - encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos, grupos e à
população;
IV - (Vetado);
V - orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido de identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na defesa de seus direitos;
VI - planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais;
VII - planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da
realidade social e para subsidiar ações profissionais;
VIII - prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, com relação às matérias relacionadas no inciso II deste artigo;
IX - prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria relacionada às
políticas sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, políticos e sociais da
coletividade;
X - planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de Unidade de
Serviço Social;
XI - realizar estudos socioeconômicos com os usuários para fins de benefícios e serviços sociais junto a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades.
A mesma lei, em seus Arts. 6º e 10, respectivamente, dizem:
São alteradas as denominações do atual Conselho Federal de Assistentes Sociais (CFAS) e dos Conselhos Regionais de Assistentes Sociais (CRAS), para, respectivamente, Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) e Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS).
Compete aos CRESS, em suas respectivas áreas de jurisdição, na qualidade de órgão executivo e de primeira instância, o exercício das seguintes atribuições:
I - organizar e manter o registro profissional dos Assistentes Sociais e o cadastro das instituições e obras sociais públicas e privadas, ou de fins filantrópicos;
II - fiscalizar e disciplinar o exercício da profissão de Assistente Social na respectiva
região;
III - expedir carteiras profissionais de Assistentes Sociais, fixando a respectiva taxa;
IV - zelar pela observância do Código de Ética Profissional, funcionando como Tribunais Regionais de Ética Profissional;
V - aplicar as sanções previstas no Código de Ética Profissional;
VI - fixar, em assembleia da categoria, as anuidades que devem ser pagas pelos
Assistentes Sociais;
VII - elaborar o respectivo Regimento Interno e submetê-lo a exame e aprovação do
fórum máximo de deliberação do conjunto CFESS/CRESS.
Abaixo, trechos do debate sobre o Serviço Social na Educação, feito no ano de 2011 e elaborado pelo Doutor Ney Luiz Teixeira de Almeida, Edval Bernardino Campos (CFESS), Kênia Augusta Figueiredo (CFESS), Maria Elisa dos Santos Braga (CFESS), Marylucia Mesquita (CFESS), Daniela Moller (CRESS 11ª Região/PR), Janaina Loeffler de Almeida (CRESS20ª Região/MT), Jurema Alves Pereira (CRESS7ª Região/RJ), Luciana Lisboa Menezes de Melo (CRESS 13ª Região/PB) e Rita de Cássia de Moraes da Silva Vieira (CRESS 25ª Região/TO).
O debate tinha (tem) a finalidade de, a partir do acúmulo teórico e político da categoria, construído em especial nas duas últimas décadas, sobre a inserção do Serviço Social na educação, contribuir para o aprofundamento da reflexão sobre uma concepção de educação coerente com o projeto ético-político profissional que, por sua vez, oriente o debate das particularidades do trabalho do/a assistente social nesta política pública, assim como as ações profissionais, no sentido de fortalecer as lutas sociais em defesa de uma educação emancipadora.
A presença do/a assistente social na área da educação remonta à década de 1930, portanto, desde a origem dos processos sócio-históricos constitutivos da profissão. No entanto, é a partir da década de 1990, em consonância com o amadurecimento do projeto ético-político profissional, que se visualiza no Brasil um considerável aumento do Serviço Social na área da educação. Uma das referências desse processo histórico é o crescente número de trabalhos inscritos nos Congressos Brasileiros de Assistentes Sociais desde 1995.
Adensando a discussão nesta área e a consolidação gradativa deste campo de atuação, podemos verificar que em muitos estados as particularidades da intervenção do Serviço Social na Educação ganharam destaque nos espaços de organização e na agenda de nossa categoria profissional, especialmente no Conjunto CFESS-CRESS, dando origem às Comissões Temáticas de Educação nos CRESS e às discussões, debates e proposições nos encontros nacionais da categoria.
Neste processo, o GT também construiu uma proposta para 2011, que foi aprovada no 39º Encontro Nacional CFESS-CRESS, realizado em Florianópolis (SC) em 2010, e que segue abaixo relacionada:
“Dar continuidade ao Grupo de Trabalho do Serviço Social na Educação com vistas a:
- Provocar a realização de debates estaduais e municipais até o final do segundo semestre de 2011, a partir do documento “Subsídios para o Debate sobre Serviço Social na Educação”, produzido pelo GT, a ser socializado em dezembro de 2010.
- Acompanhar e monitorar a tramitação dos PL´s em nível federal, estadual e municipal e fazer incidência política para aprovação de seus conteúdos.
- Organizar o Seminário Nacional do Serviço Social na Educação para o primeiro semestre de 2012, antecedido de seminários regionais.
- Atualizar a bibliografia e pesquisas sobre o tema.
- Incentivar a criação e a continuidade das comissões/núcleos/Grupos de Trabalho sobre Serviço Social na Educação junto aos CRESS, estimulando a sistematização das experiências.
- Publicar o documento final sobre “Serviço Social na Educação” até o final do segundo semestre de 2012 após a realização do “Seminário Nacional de Educação”.
Para efeito de resgate da memória desta trajetória, apresentamos uma síntese das deliberações sobre o Serviço Social na Educação aprovadas nos Encontros Nacionais anteriores:
30º Encontro Nacional CFESS-CRESS – 2001 – Belo Horizonte (MG)
- Que o CFESS encaminhe um documento sobre o tema, com orientações para subsidiar as ações dos regionais nos estados, uma vez que existem demandas dos/as profissionais da área.
- Convocar os/as assistentes sociais que trabalham na área da educação para discutir o tema nos regionais.
- Registrar e socializar experiências na área via CFESS.
31º Encontro Nacional CFESS-CRESS – 2002 – Brasília (DF)
- Construir ação nacional sobre o tema Serviço Social na Educação, com acompanhamento sistemático pelo CFESS, mapeando as discussões, a atuação profissional e concretizações nessa área, a partir de dados e considerações 
enviados pelos regionais. 
- Utilizar, no âmbito dos CRESS, os mecanismos legais para cumprir as legislações aprovadas (leis e decretos) de inserção da/o assistente social na política de educação. 
- Intensificar o debate da atuação do Serviço Social na Educação.
32º Encontro Nacional CFESS-CRESS – 2003 – Salvador (BA)
- Elaborar um relatório a ser organizado pelo CFESS, informando sobre o andamento da discussão no Legislativo, referente à inserção do/a assistente social na área da educação e estimular essa discussão nos CRESS. Pressionar para a aprovação do Projeto de Lei e mapear as experiências e leis existentes no Brasil sobre o Serviço Social na área de educação. Participação do Conjunto CFESS-CRESS nos conselhos de educação nas instâncias federal, estadual e municipal.
33º Encontro Nacional CFESS-CRESS – 2004 – Curitiba (PR)
- Acompanhar o processo de normatização do Serviço Social na Educação, construindo parâmetros nacionais, a partir de levantamentos (do que existe) efetuados pelos regionais e enviados ao CFESS.
34º Encontro Nacional CFESS-CRESS – 2005 – Manaus (AM)
- Intensificar ações de acompanhamento do processo de normatização do Serviço Social na Educação, construindo parâmetros nacionais a partir de levantamentos (do que existe)efetuados pelas regionais ao CFESS, constituindo uma comissão composta por um/a representante de cada região dos CRESS e representantes do CFESS.
- Acompanhar a tramitação e fazer gestão de modificações ao Projeto de Lei nº 837/2003, do Deputado Federal Durval Orlato, sobre a presença de assistentes sociais e psicólogos/as na educação. Articular com os legislativos estaduais, Conselhos Regionais e Federal de Psicologia para viabilizar ação conjunta.
35º Encontro Nacional CFESS-CRESS – 2006 – Vitória (ES)
- Constituir um GT no Encontro Nacional CFESS-CRESS 2006, composto por um/a representante de cada região dos CRESS e representante do CFESS, num prazo de 30 dias, para cada região encaminhar o nome para o CFESS, para intensificar o acompanhamento do processo de normatização do Serviço Social na Educação, construindo parâmetros nacionais a partir de levantamentos (do que existe) enviados pelos regionais ao CFESS, bem como fazer gestões na perspectiva de arquivamento do PL nº 837/2003.
36º Encontro Nacional CFESS-CRESS – 2007 – Natal (RN)
- Efetivar o trabalho do GT do Serviço Social na Educação, apresentando seus resultados no Encontro CFESS-CRESS – 2008.
37º Encontro Nacional CFESS-CRESS – 2008 – Brasília (DF)
- Efetivar o trabalho do GT do Serviço Social na Educação, apresentando os resultados finais no Encontro CFESS-CRESS de 2009 e considerar as propostas no relatório parcial.
38º Encontro Nacional CFESS-CRESS – 2009 – Campo Grande (MS)11
- Efetivar o trabalho do GT do Serviço Social na Educação, apresentando os resultados no Encontro CFESS-CRESS de 2010. 
Deflagrar e aprofundar o debate sobre a inclusão do/a assistente social na educação no âmbito das regiões.
A educação, organizada sob a forma de política pública, se constituiu em uma das práticas sociais mais amplamente disseminadas de internalização dos valores hegemônicos na sociedade capitalista. A partir das lutas sociais, em especial da classe trabalhadora pelo reconhecimento de seus direitos sociais, tornou-se também condição importante nos processos de produção de uma consciência própria, autônoma, por parte desta própria classe e de suas frações. Um território disputado pelas classes sociais fundamentais, cujas lutas se expressam em diferentes contornos e processos que a política educacional assumiu ao longo da história. Deste modo, compreender a trajetória da política educacional é um esforço que requer mais do que o resgate de uma história marcada por legislações e mudanças institucionais intestinas, mas de suas relações com a dinâmica e as crises da sociedade do capital, a partir de sua singular inscrição nos processos de estabelecimento de consensos e de reprodução da força de trabalho na realidade brasileira.
Inegavelmente, os horizontes postos para a educação brasileira têm sido desenhados, em alguma medida, a partir do papel desempenhado pelos organismos multilaterais na formulação de diagnósticos da realidade social e educacional e das diretrizes para as políticas públicas dos países periféricos. Muito embora o papel do Banco Mundial, por exemplo, já se desenvolva desde os anos 1950, a partir das ações de financiamento ao desenvolvimento de projetos de educação no Brasil, sua atuação mais estratégica se afirma nas últimas duas décadas do século passado em função do avanço do ideário neoliberal (SOARES,1996).
Deste modo, pensar a inserção dos assistentes sociais na área de educação nos coloca o desafio de compreender e acompanhar teórica e politicamente como que as requisições postas a este profissional estão articuladas às tendências contraditórias da política de educação de ampliação das formas de acesso e de permanência na educação escolarizada diante de um cenário em que a realidade local encontra-se cada vez mais imbricada com a dinâmica de mundialização do capital. Para tanto, destacamos alguns fenômenos importantes que, a partir dessas tendências, parecem incidir sobre as requisições de atuação do assistente social na educação:
- Os discursos e as práticas de valorização de uma educação inclusiva e as consequentes demandas de articulação com as instituições e serviços assistenciais.
- O processo de descentralização da educação básica e a maior autonomia da esfera municipal no desenvolvimento de programas de ampliação do acesso e garantia de permanência na educação escolarizada.
- A ampliação e a interiorização da rede de Institutos de Educação Profissional, Ciência e Tecnologia e as demandas por programas e ações de assistência estudantil.
- A expansão do setor privado de educação e a demanda por ações de assistência estudantil e de trabalho comunitário como forma de justificar a isenção de impostos.
- A aprovação da Política Nacional de Assistência Estudantil e a ampliação das formas de acesso à educação superior pública.
- A afirmação do direito à educação de largos contingentes populacionais que se encontravam fora da escola e o acionamento de diferentes instituições do Poder Judiciário e do Executivo para assegurar e acompanhar as condições de acesso a esse direito.
- A organização de programas de qualificação e de conclusão da educação escolarizada de jovens com forte caráter compensatório.
- A expansão dual da rede de educação infantil (pública e comunitária) com recursos públicos e as requisições de gerenciamento da desproporcionalidade entre oferta e demanda de vagas.
- O aumento das ações e programas sociais dirigidos às famílias e das demandas de sua operacionalização no âmbito das organizações não governamentais que atuam no campo educacional.
- A disseminação de programas e projetos sociais que articulam educação, esporte e cultura como forma de “exercício da cidadania” e ampliam as ações de cunho educativo em articulação como o tempo e espaço escolar.
As condições de ampliação do espaço ocupacional dos assistentes sociais estão diretamente relacionadas às tendências contemporâneas que marcam a relação entre o público e o privado na educação, revelando a dinâmica contraditória deste processo de expansão, assim como das possibilidades de alargamento das interfaces desta área com as demais políticas públicas. Este processo, além de situar expressões bem concretas em termos do reconhecimento e da visibilidade que a profissão passa a ter na área de educação, merece atenção especial por encobrir sob os atrativos consensos produzidos em torno da “inclusão social” e da “valorização da educação e da cidadania”, as desigualdades sociais que marcam as condições de acesso à educação no Brasil e que a descaracterizam como uma política efetivamente pública.
Deste debate, podemos concluir que existem coisas e problemas que somente um profissional de serviço social pode solucionar, devido aos seus anos de estudo e conhecimentos adquiridos. Essa necessidade, já era visível há anos atrás, mas atualmente é gritante, a falta que faz um assistente social dentro de uma instituição de ensino e é preciso que invistam sempre nessa causa, até que seja aprovada, pois será de extrema importância para estudantes e funcionários da área de educação.
Sendo assim, com um assistente social inserido na instituição de ensino, enfrentar os desafios que possam surgir, torna-se mais fácil, pois estão habilitados para diagnosticar certos problemas ainda no início e resolvê-los da melhor forma possível.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Compreender o valor que a educação tem na formação dos cidadãos é importantíssimo para o desenvolvimento de novos processos de melhoria na área educacional e para o incentivo de inovações que otimize o setor de educação. Por isso, a inclusão do Serviço Social nas instituições de ensino precisa ser feita, precisa ser regulamentada e estar sempre em evidência, pois já foi mais que provado que a necessidade desse profissional em escolas públicas é gritante, uma vez que pode alterar o processo econômico, político e cultural dos alunos, professores e a comunidade que ali está inserida, de alguma forma.
Observando que profissionais de Serviço Social são preparados para instruir, baseados naorientação, incentivo a refletir e discutir criticamente pode-se concluir que os assistentes sociais contribuirão de grande forma, para o meio educacional.
Neste artigo, verifica-se que o papel do assistente social, na educação é fortalecer a gestão escolar. Uma vez que ele trabalhará para dar direitos sociais, promoverá a cidadania entre as pessoas que fazem parte do ambiente em que a escola está inserida. O profissional de serviço social vivenciará o cotidiano de alunos e funcionários (verificando seu modo de viver e pensar) e trabalhará com o diálogo, para conscientizar a todos a tomar as melhores e mais proveitosas decisões.
Sendo assim, inserir um Assistente Social em escolas do ensino público, complementará o quadro de funcionários da instituição de ensino, focando na interação entre escola – família – comunidade e ainda com esses profissionais, deve-se procurar incentivar para que alunos e funcionários se sintam inclusos, estáveis, progredindo e obtendo sucesso, na escola em que frequentam.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MARTINELLI, Maria Lúcia. O Serviço Social na transição para o próximo milênio: desafios e perspectivas. In: Serviço Social & Sociedade, nº 57. São Paulo: Cortez, 1998.
ECA, Estatuto da criança e do adolescente. Lei Federal 8.069, de 13 de julho de 1990. Brasília, 1990.
BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais– SAEB: relatório nacional 2003, Brasília, O Instituto, p.1-90 2006. Disponível em: <http:/www.inep.gov.br>. Acesso em: 15 jun, 2013.
BRASIL. Lei 8.069/90. Estatuto da Criança e do Adolescente. ECA. Porto Alegre: CRESS, 2000.
OLIVEIRA, João Batista Araújo e SCHWARTZMAN, Simon. A escola vista por dentro. Belo Horizonte, Alfa Educativa, p. 12-31, 2002.
AMARO, Sarita Teresinha Alves. Serviço Social na escola: o encontro da realidade com a educação. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1997.
CFESS. Serviço Social na Educação. Grupo de estudos sobre o Serviço Social na Educação. Brasília: 2001.
IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 7. ed. São Paulo: Cortez, 1998.
MARTINS, Eliana Bolorino Canteiro. O Serviço Social na área da Educação. In: Revista Serviço Social & Realidade. V 8 Nº 1. UNESP, Franca: São Paulo, 1999.
CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. GRUPO DE TRABALHO DE EDUCAÇÃO. Subsídios para o Debate sobre Serviço Social na Educação, 2011. Disponível em <http://cfess.org.br/arquivos/subsidios-servico-social-na-educacao.pdf>. Acesso em: 16 jun, 2013.
* A Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB define e regulariza o sistema de educação brasileiro com base nos princípios presentes na Constituição. Foi citada pela primeira vez na Constituição de 1934. O primeiro projeto de lei foi encaminhado pelo Poder Executivo ao Legislativo em 1948, e levou treze anos de debates até o texto chegar à sua versão final. A primeira LDB foi publicada em 20 de dezembro de 1961 pelo presidente João Goulart, seguida por outra versão em 1971, em pleno regime militar, que vigorou até a promulgação da mais recente em 1996. 
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