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Prof. Me. LAURO ROCHA REIS – www.lauroreis.com.br – lauro.apogeu@yahoo.com – (61)99821-2772 SIGNIFICADO DE FILOSOFIA A primeira aula da disciplina de FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS tratou da hermenêutica, que é a ciência da interpretação. A segunda aula teve como objeto entender o que vem a ser o Direito. A presente aula tem por escopo esclarecer o que é FILOSOFIA, a etimologia da palavra, sua relação com o DIREITO e aplicação nas relações humanas. A fim de bem esclarecer o significado de FILOSOFIA é importante se verificar a etimologia da palavra, verbis: Etimologia A palavra "filosofia" (do grego) é uma composição de duas palavras: philos (φίλος) e sophia (σοφία). A primeira é uma derivação de philia (φιλία) que significa amizade, amor fraterno e respeito entre os iguais; a segunda significa sabedoria ou simplesmente saber. Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber; e o filósofo, por sua vez, seria aquele que ama e busca a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber. A tradição atribui ao filósofo Pitágoras de Samos (que viveu no século V a.C.) a criação da palavra. Conforme essa tradição, Pitágoras teria criado o termo para modestamente ressaltar que a sabedoria plena e perfeita seria atributo apenas dos deuses; os homens, no entanto, poderiam venerá-la e amá-la na qualidade de filósofos. A palavra philosophía não é uma invenção moderna a partir de palavras gregas,[29] mas um empréstimo tomado da própria língua grega; os termos φιλοσοφος (philosophos) e φιλοσοφειν (philosophein) já teriam sido empregados por alguns pré-socráticos (Heráclito, Pitágoras e Górgias) e pelos historiadores Heródoto e Tucídides. Em Sócrates e Platão, é acentuada a oposição entre σοφία e φιλοσοφία, em que o último termo exprime certa modéstia e certo ceticismo em relação ao conhecimento humano.1 Da citação acima se pode facilmente compreender que FILOSOFIA significa amigo da sabedoria, pois o homem, em sua racionalidade, está na busca constante de entender tudo o que o circunda em toda a sua existência e até mesmo o porquê dela. O eminente mestre Miguel Reale, em poucas palavras, bem descreve o FILÓSOFO: Filósofo autêntico, e não o mero expositor de sistemas, é, como o verdadeiro cientista, um pesquisador incansável, que procura sempre renovar as perguntas formuladas, no sentido de alcançar respostas que sejam "condições" das demais. A Filosofia começa com um estado de inquietação e de perplexidade, para culminar numa atitude crítica diante do real e da vida.2 Daí a saber que o filósofo é pensador diuturno, eminentemente analítico e crítico, sempre formulando questionamentos e buscando respostas para tais. Os fatos 1 Wikipédia, a Enciclopédia Livre. Filosofia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia. Acesso em: 31 mar. 2020. 2 Reale, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed., São Paulo: Saraiva, 1999, p. 5/6. Prof. Me. LAURO ROCHA REIS – www.lauroreis.com.br – lauro.apogeu@yahoo.com – (61)99821-2772 e comportamentos humanos que surgem diante de si constituem o grande objeto das suas pesquisas filosóficas. Vive-se o real e se pondera sobre o ideal, na constante busca de melhorar a condição humana. Os conceitos se formam à medida em que essas respostas vão se construindo diante dos questionamentos, assim os costumes, valores e princípios tomam corpo no contexto social e a aplicação do direito se aprimora com a evolução social. O não menos eminente mestre De Plácido e Silva, em seu Vocabulário jurídico, traz sintética definição de filosofia jurídica: FILOSOFIA JURÍDICA, ou filosofia do direito, indica o saber supremo e absoluto do Direito, atingido à luz natural da razão, sobre a ordem humana, em suas relações com o bem comum.3 Uma vez compreendido o que é DIREITO, isto é, a limitação da liberdade para haver harmonia, há facilidade em interpretar o ensinamento supracitado. A filosofia do direito consiste em identificar e bem conhecer, de forma racional, as relações humanas e o alcance do bem comum. A harmonia resulta da interpretação dos costumes, valores e princípios que o homem constrói em sociedade com outros e também de sua aplicação ordenada e organizada. A filosofia do direito bem orientará a construção de sistema jurídico e normativo eficiente, eficaz e efetivo. Logo, o filósofo é hermeneuta por excelência e o jurista, por sua vez, deve sempre ter em si espírito filosófico. Oportuno é trazer ensinamento do filósofo Hegel, ao ponderar que a ciência do direito faz parte da filosofia: A ciência do direito faz parte da filosofia. O seu objeto é, por conseguinte, desenvolver, a partir do conceito, a ideia, porquanto esta é a razão do objeto, ou, o que é o mesmo, observar a evolução imanente própria da matéria. Como parte da filosofia, tem um ponto de partida definido que é o resultado e a verdade do que precede e do qual constitui aquilo a que se chama prova.4 A relação humana ocorre nos fatos jurídicos e sua comprovação subsidiará a aplicação do direito, com fundamento em suas fontes, desde a norma jurídica, sua interpretação doutrinária, análise de precedentes jurisprudenciais e analogia, até os princípios, valores e costumes, a fim de se solucionar pendências e conflitos interpessoais e sociais. Logo, o aplicador do direito, antes de o ser, deve se tornar verdadeiro pensador da filosofia jurídica ou filosofia do direito, ou seja, formular questionamentos diante do fato jurídico, lançar mão de todas as fontes do direito aplicáveis, construir sua tese e argumentar de forma convincente, de modo que obterá o estado de harmonia social, necessário ao fortalecimento da vontade geral. 3 Silva, De Plácido e. Vocabulário Jurídico. Atualizadores: Nagib Slaibi Filho e Priscila Pereira Vasques Gomes, 31. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2014, p. 952. 4 Hegel, Georg Wilíelm Friedrich. Princípios da filosofia do direito. Tradução Orlando Vitorino, São Paulo: Martins Fontes, 1997, p. 22/23. Prof. Me. LAURO ROCHA REIS – www.lauroreis.com.br – lauro.apogeu@yahoo.com – (61)99821-2772 ATIVIDADE: Descrever em breve texto o que entende necessário para a sua formação como filósofo da ciência jurídica e intérprete eficaz das fontes do direito, de modo que possa vir a construir argumentação convincente na sua aplicação. Observação: Sugere-se redigir o texto no Word, configurando-se a página com margens superior e esquerda com 3 cm e direita e inferior com 2 cm. Na régua do aplicativo configurar o recuo de parágrafo com 2 cm. Utilizar fonte arial corpo 12 e configurar parágrafos com espaçamento entre linhas de 1,5. Assim estarão formatando seus textos no padrão recomendado pela ABNT. Utilizo o espaçamento simples nos textos, de modo que proporciono maior quantidade de informação em menor número de páginas, o que não será exigido do aluno. Prof. Me. LAURO ROCHA REIS www.lauroreis.com.br
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