Buscar

atos de comunicação processual

Prévia do material em texto

ASSOCIAÇÃO PIRIPIRIENSE DE ENSINO SUPERIOR
 APES CRISTO FACULDADE DO PIAUÍ-CHRISFAPI 
 CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
	
ATOS DE COMUNICAÇÃO NO PROCESSO PENAL
MARIA CLARA NASCIMENTO OLIVEIRA
 
PIRIPIRI-PI
2020
MARIA CLARA NASCIMENTO OLIVEIRA
ATOS DE COMUNICAÇÃO NO PROCESSO PENAL
Trabalho apresentado como requisito básico para obtenção de ponto na disciplina de Direito Processual Penal, do Curso de Bacharelado em Direito. Professor: Dr.Antonio. 
PIRIPIRI-PI
ABRIL DE 2020
Os atos de comunicação processual diz respeito a forma pela qual os sujeitos do processo são informados sobre os acontecimentos sucedidos ao longo de toda a marcha prodecimental. Esta comunicação pode se dar por meios de atos distintos como citação, intimação e notificação, e estes atos estão presentes nos artigos 351 ao 372 do Código de Processo Penal.
CITAÇÃO 
A citação é o ato oficial pelo qual, ao início da ação, dá-se ciência ao acusado de que, contra ele, se movimenta esta ação, chamando-o a vir a juízo, para se ver processar e fazer a sua defesa. Ela é composta por dois elementos básicos: a cientificação do inteiro teor da acusação e o chamamento do acusado para vir apresentar a sua defesa. Toda vez que uma destas finalidades não for atingida, haverá vício no ato citatório. 
Somente cabe ao juiz determiná-la e ao oficial de justiça cumpri-la. Tratando-se de infrações da alçada do Juizado Especial, a citação pode ser feita de viva voz, na própria Secretaria, por qualquer dos funcionários.
A citação do acusado no processo penal é indispensável, mesmo que tenha ele conhecimento do processo por outro motivo, e sua falta é causa de nulidade absoluta do processo (CPP, art. 564, III).
A citação no processo penal pode ser real ou pessoal, onde é feita efetivamente na própria pessoa do acusado, gerando a certeza de sua realização. Procede-se mediante mandado (CPP, art. 351) que é a ordem escrita e emitida pela autoridade competente para o cumprimento de determinado ato e também apresenta várias designações: mandado de citação, mandado de busca e apreensão etc. Destina-se à citação do réu em local certo e sabido, dentro do território do juízo processante. Lugar certo diz respeito ao país, estado e cidade; lugar sabido refere-se ao bairro, rua e número.
A carta precatória (CPP, art. 353), aquela que destina-se à citação do acusado que estiver no território nacional, em lugar certo e sabido, porém fora da comarca do juízo processante ou de ordem, constitui na realidade um pedido formulado pelo juízo processante ao juízo da localidade em que se encontra o réu, no sentido de que este último proceda ao ato citatório. Pressupõe que os juízos sejam da mesma instância (grau de jurisdição), pois se trata de mera solicitação, e não de determinação.
A citação por requisição (CPP, art. 358) deverá obedecer aos mesmos requisitos intrínsecos (CPP, art. 352) e extrínsecos do mandado (CPP, art. 357); e carta rogatória (CPP, arts. 368 e 369) quando o acusado encontra-se no estrangeiro, em local certo e sabido, mesmo que a infração seja afiançável. Por outro lado, a fim de se evitar a prescrição, a Lei determina a suspensão do prazo prescricional até o cumprimento da carta rogatória. Entende-se que a prescrição ficará suspensa até que a carta seja juntada aos autos, devidamente cumprida. 
 Assim como também pode ser ficta ou presumida, quando é a realizada por meio da publicação ou afixação em local determinado, de editais contendo a ordem de citação (CPP, arts. 361 e seguintes). : A citação editalícia é providência excepcional que reclama redobrada prudência, só podendo ser adotada depois de esgotados todos os meios para localizar o acusado. 
De acordo com o disposto no art. 365, V, do Código de Processo Penal, o prazo do edital deve ser contado do dia da publicação na imprensa do mesmo, ou, quando não houver, do dia da sua afixação na entrada da sede onde funcionar o juízo. O prazo é de vital importância, pois se o interrogatório for marcado para antes do seu transcurso, haverá nulidade insanável do processo. 
Não basta a publicação do edital e o decurso do prazo nele constante para que se repute completa a citação, exigindo-se o art. 363, § 4º, do CPP, o comparecimento do acusado em juízo, pois “Comparecendo o acusado citado por edital, em qualquer tempo, o processo observará o disposto nos arts. 394 e seguintes deste Código”. Da mesma forma, a atual redação do art. 396, parágrafo único, do CPP, ao tratar da defesa inicial no procedimento ordinário e sumário, prevê que, “No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído”. 
 Também passou a ser expressamente admitida a citação por hora certa, que antes era admitida apenas no processo civil, de acordo com o art. 362 do CPP: “Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 do Código de Processo Civil.
Assim, os requisitos exigidos no processo penal são os mesmos do processo civil . O oficial de justiça procederá a citação por hora certa se por três vezes procurar o acusado e suspeitar de que se oculta, intimará qualquer pessoa da família ou vizinho que no próximo dia voltará. Voltando, não encontrando novamente o acusado o dará por citado, deixando a contrafé com a pessoa da família ou vizinho. Após, por meio de carta dará ciência ao citando do ocorrido.
No entanto, observa-se a única diferença existente na citação por hora certa no processo civil e no processo penal é que, ao réu citado com hora que não comparece no processo penal será nomeado defensor dativo, o que não ocorre no processo civil.
Uma vez citado, fica o réu vinculado à instância, com todos os ônus daí decorrentes. Em decorrência desta vinculação, o acusado deverá comparecer quando citado, bem como toda vez em que for intimado. Sua inércia em atender ao chamado denomina-se contumácia, que significa ausência injustificada. O efeito imediato da contumácia é a revelia, ou seja, “o processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo” (CPP, art. 367). 
INTIMAÇÃO E NOTIFICAÇÃO
Intimação é a ciência dada à parte, no processo, da prática de um ato, despacho ou sentença. Portanto, refere-se a intimação a um ato já passado, já praticado
A notificação é a comunicação à parte, ou outra pessoa, do dia, lugar e hora de um ato processual a que deva comparecer ou praticar. Diferencia-se, por conseguinte, da intimação, porquanto refere-se a um ato futuro, enquanto esta alude a ato já praticado, ato passado. Embora a doutrina as distinga, por inúmeras vezes o CPP as confunde, referindo-se a uma quando deveria aludir a outra. 
Aplicam-se às intimações e notificações as regras previstas para as citações, em razão do que dispõe o art. 370. Todavia, no campo das intimações judiciais, exige-se a dupla intimação do réu e de seu defensor (dativo ou constituído), notando-se que através de lei promulgada ainda recentemente, permite-se a intimação dos advogados através da imprensa oficial. 
É inadmissível a realização dos atos da instrução sem que, antecipadamente, tenha havido a notificação ou intimação do defensor e a citação pessoal do réu, além da intimação pessoal do membro do Ministério Público (se for o caso, também do assistente ou do querelante), dispensando-se somente a intimação do acusado revel.
REFERÊNCIAS
AVENA, Noberto. Processo penal esquematizado. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense. São Paulo: MÉTODO, 2010.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> . Acessoem 09 de Abril de 2020.
BRASIL. Lei n°3.689, de 3 de outubro de 1941. Código de Processo Penal. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm.> Acesso em 09 de Abril de 2020.
BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 março 2015. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm.> Acesso em: 09 de Abril de 2020.
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 23ª ed. – São Paulo : Saraiva, 2016. Disponível em < http://assindelp.org.br/files/conteudo_arquivo/12005/fernando-capez---curso-de-processo-penal---2016.pdf>. Acesso em 09 de Abril de 2020.

Continue navegando