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E-BOOK Urgências Endodônticas

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U72 
 
 
Urgências endodônticas: protocolo clínico / XXX Turma de 
Odontologia. Imperatriz: Facimp Wyden, 2019. 
114 p. il. 
 
 
Inclui leitura complementar 
 
 
1. Endodontia. 2. Urgências endodônticas. 3. Casos clínicos em 
odontologia. I. Título. 
 
CDU: 616.314.18 
CDD: 617.6342 
 
3 
 
 
 
 
 
 
Dedicamos este livro (e-book), a DEUS pelo dom da vida, pela sabedoria e 
capacitação que Ele nos tem concedido. 
 
Dedicamos a MsC. Patrícia Santos Oliveira, pelo encorajamento, 
dedicação e compromisso com a Odontologia e o Aprendizado dos seus alunos, 
aquela que consegue enxergar a capacidade, e acreditar no potencial de cada um 
dos seus discentes impulsionando-os a ir muito mais além do que eles mesmos 
acreditam a conseguir. És um verdadeiro exemplo de Mestre. 
 
Por fim dedicamos à XXX Turma de Odontologia da FACIMP-Wyden que se 
engajou nesse projeto com compromisso e responsabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
“É melhor ter companhia do que estar sozinho, porque maior é a recompensa do 
trabalho de duas pessoas.” Eclesiastes 4:9 
 
 
Sabemos que sozinho jamais conseguiríamos, muitas pessoas contribuíram, 
somado conhecimento em nosso aprendizado para que lográssemos êxito 
nesta jornada. 
 
Desta forma, gostaríamos de agradecer à Coordenação e a equipe de 
Docentes do curso de Odontologia desta Instituição, por toda dedicação, pelo 
ensino dessa linda ciência odontológica e pelo compromisso na formação de 
nosso caráter profissional; a palavra que expressa nosso sentimento é 
gratidão. 
 
Agradecemos ainda a cada colaborador da Clínica Escola, por tornarem 
nossos dias mais prazerosos com sua dedicação ao trabalho. 
 
E certamente agradecemos a cada acadêmico autor desta edição pela forma 
competente que abraçaram e acreditaram nesse projeto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
1. Estruturação do Diagnóstico Endodôntico no Atendimento de Urgência .................. 6 
2. Pulpite Reversível e Pulpite Irreversível Hiperplásica no Atendimento de Urgência16 
3. Pulpite Irreversível: Protocolo de Atendimento de Urgência ................................... 27 
4. Periodontite Apical Aguda: Protocolo de Atendimento de Urgência ....................... 39 
5. Abscesso Perirradicular Agudo: Protocolo de Atendimento de Urgência ................ 49 
6. Abscesso Perirradicular Agudo fase Evoluído: Protocolo de Atendimento de 
Urgência ........................................................................................................................ 59 
7. Dor após sessão de tratamento endodôntico. Dor após obturação do canal radicular: 
Protocolo de Atendimento de Urgência ........................................................................ 69 
8. Traumatismo Dentário – fratura coronária e radicular: Protocolo de Atendimento de 
Urgência ........................................................................................................................ 79 
9. Traumatismo Dentário – concussão, subluxação e luxações: Protocolo de 
Atendimento de Urgência .............................................................................................. 94 
10. Traumatismo Dentário – Avulsão: Protocolo de Atendimento de Urgência ........ 108 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Diagnóstico Endodo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Patrícia Santos Oliveira 
 
 
Patrícia Santos Oliveira 
O conceito de urgência é diferente de emergência. 
Urgência é uma situação/ocorrência que deve receber 
tratamento imediato para devolver o bem-estar ao 
paciente. Emergência é uma situação/ocorrência que 
oferece risco à vida. 
As urgências endodônticas estão correlacionadas com 
casos de dor e/ou tumefação que requerem diagnósticos 
e tratamentos imediatos. Cerca de 90% dos casos de 
urgência nos atendimentos são devido à dor de origem 
pulpar e periapical. 
A estruturação do diagnóstico correto durante o 
atendimento de urgência é fundamental para resolução 
do problema, visto que este vai influenciar no 
planejamento e execução do tratamento. Para isto, é 
necessário realizar sistematicamente os exames 
subjetivos, objetivos e radiográficos. 
 
 
 
 
1 
Objetivos de 
aprendizagem 
- Transmitir informações sobre 
a estruturação do Diagnóstico 
 Endodôntico. 
 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ANAMNESE é fundamental para a estruturação do diagnóstico. É o momento em 
que o profissional vai questionando e ouvindo o paciente para obter informações 
importantes para conhecer o histórico daquela situação de urgência. 
Durante esse momento é importante o profissional procurar saber qual o motivo da 
procura do atendimento, refere-se à QUEIXA PRINCIPAL. Ex. “sinto dor de dente 
sempre que tomo água gelada”. 
A HISTÓRIA MÉDICA é investigada para obter informações das condições gerais de 
saúde do paciente, para o planejamento do tratamento adequado para condições 
sistêmicas do paciente. É importante saber que o paciente é hipertenso, diabético, 
se tem doenças renais, gastrointestinais, cardiovasculares, alérgicos à medicação 
sistêmicas (antibióticos, anti-inflamatórios, analgésicos), alérgicos à hipoclorito de 
sódio e ao látex. 
A HISTÓRIA ODONTOLÓGICA deve ser investigada para obter informações sobre os 
aspectos relacionados à dor, desde seu surgimento, duração, intensidade, se o 
paciente fez uso de analgésicos e 
anti-inflamatórios, se a dor é localizada ou 
difusa. Além disso, sintomas de cansaço, 
prostração e inapetência (falta de apetite) 
 associados aos sinais de edema e febre, 
para o diagnóstico de infecção que 
estejam provocando a toxemia. 
(excesso de toxinas microbianas acumuladas no sangue). 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A INSPEÇÃO EXTRA-ORAL deve começar desde o momento que paciente entra no 
consultório, pois a simples observação gestual e expressão facial podem fornecer 
informações relevantes ao acometimento de dor intensa. Outros aspectos também 
são observados como assimetrias faciais, alteração da textura da pele e sua cor 
como hematomas, eritemas e equimoses. 
 
 
 
 
 
A INSPEÇÃO INTRA-ORAL é importante observar a boca como um todo, 
investigando alteração de cor da coroa, estado das restaurações, exposição pulpar, 
presença de cárie e cavidades como erosão, abrasão. Buscando averiguar alteração 
de cor e textura dos tecidos moles, presença de tumefação e fístula. 
 
 
 
 
 
DICA A inspeção extra-oral deve iniciar desde o momento em 
que o paciente adentrar no consultório. 
Cuidado: 
Displasia Cementária e Abscesso Periodontal têm característica muito semelhante às 
Alterações periapicais de origem pulpar. O Diagnóstico diferencial é a vitalidade pulpar positiva. 
 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A PALPAÇÃO deve ser realizada utilizando a ponta dos dedos indicadores e/ou 
médios, apalpando as regiões de fundo de suco e região coronária, investigando a 
presença de edema e resposta dolorosa. 
 
 
 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDEMA ?
DOR ?
Figura 4. Palpação .
A PERCUSSÃO VERTICAL é realizada com o cabo do espelho, percutindo com 
delicadeza a coroa do dente em questão no sentido perpendicular ao longo do eixo 
do mesmo. A resposta positiva a percussão vertical está associada à inflamação na 
região periapical. 
A PERCUSSÃO HORIZONTAL é realizada com o cabo do espelho, percutindo com 
delicadeza a coroa do dente em questão no sentido horizontal ao longo do eixo do 
mesmo. A reposta positiva a percussão horizontal está associada a alterações 
periodontais.Assista ao vídeo 
 Percussão vertical e horizontal 
 
A mobilidade dentária pode ser causada por: perda do suporte ósseo do dente, trauma, extensão de 
um processo inflamatório no tecido gengival ou periapical. 
FIQUE ATENTO 
 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A MOBILIDADE DENTÁRIA também é avaliada durante a estruturação do diagnóstico 
endodôntico, é realizada aplicando uma força com os dedos sobre a estrutura 
dentária, na tentativa de movimentar o elemento dentário em todas as direções. 
 
A SONDAGEM PERIODONTAL deve ser realizada em 3 regiões da face vestibular e 
lingual, não esquecendo de verificar a região de furca. Desta forma esse exame 
verifica se há ou não normalidade no periodonto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando se tem alteração periodontal, ou seja, presença de bolsa, concomitante com 
alteração periapical (necrose pulpar, mobilidade dentária, lesão de furca), o 
tratamento endodôntico deve ser concomitantemente com o tratamento periodontal. 
 
O EXAME RADIOGRÁFICO é indispensável para estruturação do diagnóstico 
endodôntico de urgência. A radiografia periapical é mais utilizada para o diagnóstico 
das alterações pulpares e periapicais. Além de obter a imagem panorâmica do dente 
em questão, podemos visualizar comprimento, largura, raio de curvatura, anatomia 
coronária e radicular, alterações periapicais oriundas da necrose pulpar, caraterísticas 
que podem indicar ou não o tratamento endodôntico como também para o 
planejamento do tratamento endodôntico. 
 
Figura 4. Sondagem periodontal com sonda milimetrada. 
 
Não se pode abrir mão da sondagem 
periodontal!! 
As Alterações Periapicais causam 
alterações periodontais. 
FIQUE ATENTO 
DICA Toda alteração periapical, ou seja, rarefação óssea de origem 
pulpar, a respectiva deve está necrosada. 
 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O TESTE DE VITALIDADE PULPAR TÉRMICO PELO FRIO é o teste mais utilizado para 
avaliar a vitalidade da polpa, o frio causa vasoconstrição da polpa, quando a polpa 
está sadia a resposta é dor com alívio imediato após a remoção do frio. Já na polpa 
inflamada a resposta é de dor sem alívio após a remoção do frio, ou nos casos de dor 
espontânea ocorre o alívio da dor. 
O emprego do gás refrigerante ganhou largo emprego nos últimos anos. Os fluidos 
refrigerantes mais utilizados são o butano, o diclorodifluormetano e o tetrafluoretano. 
No Brasil, encontram-se marcas comerciais que usam uma mistura de butano e 
propano (Endo Ice – Maquira®; EndoFrost e Endo Ice F - Coltene®). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Protocolo Teste térmico pelo frio 
Assista ao vídeo 
 Teste Térmico pelo frio 
Acesse QR CODE 
 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma paciente YOP, 42 anos, solteira, parda, do lar, cardiopata (portadora de prolapso da válvula 
mitral), procurou o atendimento de urgência em Odontologia do Hospital Municipal. Ao ser 
atendida pelo cirurgião dentista, a paciente relatou sentir dor intensa (grau 9), na região da 
maxila esquerda, com duração de cerca de 5 horas contínuas. No exame físico extraoral o 
profissional observou edema facial na região infraorbitária e assimetria facial, e no exame 
intraoral constatou extensa lesão de cárie nos dentes 26. Na imagem radiográfica observou no 
dente 26 extensão da lesão de cárie na câmara pulpar, tratamento endodôntico insatisfatório e 
espaço do ligamento periodontal aumentado em 3 mm. Durante a palpação intraoral na região 
periapical dos dentes a paciente relatou dor, e foi observado uma leve tumefação na região do 
dente 26. No teste de percussão vertical e horizontal houve exacerbação da dor principalmente 
no dente 26, no teste de vitalidade pulpar térmico pelo frio resultou em ausência de estímulo no 
dente 26 e presença de estímulo no dente 25. O profissional detectou bolsa periodontal no dente 
26 e mobilidade grau 3. Ajude o profissional a concluir o provável diagnóstico endodôntico do 
dente 26, e indique o tratamento mais adequado para este caso. 
 
 
14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
1- LOPES, H. SIQUEIRA JR, JF. Endodontia: biologia e técnica. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2015. 
 
2- SOARES, I.S. Endodontia: técnicas e fundamentos. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 
 
3- REIS, F. Tecnologias endodônticas. 1 ed. Rio de Janeiro: Santos, 2015. 
 
4- KRIGER, L. MOYSES, SJM., MOYSES, ST., Clínica Integrada em Odontologia. São Paulo: Artes Médicas, 
2013. 
 
 
 
 
16 
 
Diagnóstico Endodo[Digite uma citação do documento ou o resumo de um ponto interessante. Você pode 
posicionar a caixa de texto em qualquer lugar do documento. Use a guia Ferramentas de Desenho para alterar a 
formatação da caixa de texto de citação.] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dhulyano da Silva Corrêa, 
Emanuela Simão Araujo, 
 Esteffane Lima de Mesquita Corrêa. 
2 
Entre as atribuições do cirurgião-dentista, uma das 
mais nobres e importantes refere-se à promoção do 
alívio da dor do paciente. A dor de origem pulpar ou 
perirradicular corresponde a cerca de 90% dos casos 
de urgência em consultórios dentários, sendo que, 
muitas vezes, a intervenção endodôntica torna-se 
imprescindível para o alívio imediato dos sintomas. 
A urgência endodôntica é uma situação que está 
relacionada com casos de dor, que requerem 
diagnóstico e tratamento imediato. Sendo que na 
maior parte das situações de urgência, a intervenção 
endodôntica torna-se imprescindível para o alívio 
dos sintomas. O sucesso do tratamento de 
urgência, caracterizado pela remissão da 
sintomatologia, é gratificante para o profissional e o 
paciente e contribui decisivamente para que a 
confiança do paciente seja conquistada. Todavia, o 
fracasso em debelar a dor resulta em frustração 
para ambos e pode comprometer a relação 
profissional paciente. 
 
Objetivos de aprendizagem 
- Fornecer informações sobre a estruturação do Diagnóstico e tratamento de urgência de 
Pulpite Reversível e Irreversível hiperplásica. 
 
 
17 
 
 
O atendimento de urgência em Endodontia mesmo que inesperado, deve ter 
como base a realização de um bom diagnóstico fundamentado em evidências 
clínicas, com o recurso a meios auxiliares de diagnóstico, bem como a definição 
das prioridades do tratamento e execução do mesmo, sempre baseado nas 
circunstâncias do atendimento e disponibilidade do cirurgião-dentista, com vista 
a aliviar a dor e controlar a inflamação ou infecção que esteja presente, 
devolvendo ao paciente as suas capacidades físicas. 
 
O diagnóstico e o planeamento de tratamento são essenciais para a prática da 
Endodontia. O diagnóstico determina o tipo de patologia que envolve o dente, 
já o plano de tratamento envolve a seleção apropriada de sinais e sintomas 
determinando o nível de dificuldade do tratamento, a sua individualidade e 
sequência dos procedimentos, chegando no final ao restabelecimento da saúde 
e funcionalidade do dente. 
 
Para chegar a um diagnóstico correto, devem ser realizados sistematicamente 
os seguintes exames: 
 
TIPOS DE EXAMES 
Subjetivo História médica e dental. 
Objetivo Exame clínico visual, testes de vitalidade 
pulpar (térmico, elétrico, cavidade), testes 
percussão e palpação, sondagem 
periodontal. 
 
Exame 
Radiográfico 
Radiografia periapical, se necessário, 
complementado por tomografia 
computadorizada cone-beam. 
 
18 
 
A dor de origem pulpar pode ser resultado da estimulação de dois tipos de fibras 
nervosas sensoriais oriundas do gânglio trigeminal: as fibras A-δ e as do tipo C. 3. As 
fibras nervosas A-δ são mielínicas, com rápida velocidade de condução (de 6 a 30 
m/s), apresentam diâmetro variável entre 1 e 5 μm e possuem um baixolimiar de 
excitabilidade. Nos estágios iniciais da inflamação pulpar (PULPITE REVERSÍVEL), o 
limiar de excitabilidade dessas fibras é reduzido, tornando-as mais suscetíveis aos 
estímulos externos (principalmente, o frio). 
 
Clinicamente, o paciente acusa dor aguda, provocada muitas vezes pelo frio ou pelo 
doce, de curta duração que passa rápido após a remoção do estímulo. O 
prognóstico para o dente e para o tecido pulpar, nessa condição, mostra-se 
favorável. O tratamento indicado é o conservador, ou seja, a remoção do agente 
agressor ou proteção pulpar indireta ou direta. 
 
As fibras do tipo C são amielínicas, e possuem elevado limiar de DOR. Elas são 
responsáveis pela dor severa, contínua, excruciante, espontânea, fastidiosa e, às 
vezes, difusa, própria de pulpite irreversível sintomática. Nestes casos, há 
necessidade de intervenção endodôntica para alívio da sintomatologia. Nos casos 
de Pulpite Irreversível Hiperplásica, o paciente relata dor provocada durante a 
mastigação. 
 
 
 Quando presente, a dor é semelhante à descrita para a hipersensibilidade 
dentinária. Neste estágio inicial de inflamação, a polpa está sob agressão; todavia, 
se o agente patogênico for removido, apresenta condições de voltar ao estado de 
normalidade. Clinicamente, o paciente acusa dor aguda, provocada muitas vezes 
pelo frio ou pelo doce, de curta duração que passa rápido após a remoção do 
estímulo, já radiograficamente a polpa apresenta-se normal, mas pode evidenciar 
restaurações infiltradas e pequenas cáries. Macroscopicamente, se fosse possível 
observar a polpa inflamada reversivelmente, seu aspecto seria de sangramento 
 
19 
 
vermelho vivo e brilhante, polpa com consistência e resistente ao corte. O 
prognóstico para o dente e para o tecido pulpar, nessa condição, mostra-se 
favorável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tratamento de Urgência para Pulpite Reversível 
 
 Remoção do tecido cariado ou restauração defeituosa e realizar a restauração 
definitiva. Em dentes anteriores, ou mesmo posteriores que irão receber 
restauração com resina composta, é conveniente aplicar um forro com cimento de 
hidróxido de cálcio e selar a cavidade com cimento de ionômero de vidro. Após 
uma a duas semanas, se o dente estiver assintomático, a restauração definitiva 
pode então ser aplicada. 
Figura. 2 - Sangramento vermelho vivo e brilhante 
ocorrido após remoção de cárie, exposição pulpar 
e curetagem pulpar. Clinicamente o paciente 
apresentava apenas dor provocada pelo frio, 
indicando pulpite aguda reversível. 
Figura. 1 – Radiografia periapical apresentando 
restauração insatisfatória (infiltrada) com lesão 
cariosa com proximidade a câmara pulpar. 
FIQUE ATENTO! 
Tratamento mais indicado para Pulpite Reversível sem exposição pulpar é o 
tratamento conservador: Capeamento pulpar indireto. 
DICA Em caso de dúvida no diagnóstico de Pulpite Reversível (PR) e 
Pulpite Irreversível (PI), lembre-se que em caso de PR pode se ter alívio 
da dor com o uso de analgésico, diferentemente da PI que só tem alívio 
da dor com o tratamento endodôntico. 
 
20 
 
Protocolos Clínicos de tratamento de Urgência 
Pulpite Reversível 
Caso sem exposição pulpar 
 CAPEAMENTO PULPAR INDIRETO 
1. Anestesia e isolamento absoluto 
2. Remoção da cárie 
3. Limpeza da cavidade com clorexidina 2% em bolinha de algodão 
4. Lavar e secar com bolinha de algodão 
5. Inserção do agente capeador CaOH2 pasta-pasta. 
6. Restauração em Cimento de Ionômero de Vidro (CIV) fotoativado ou 
químico. 
7. Restauração em Resina composta 
8. Acompanhamento 
 
Caso com pequena exposição pulpar sem tecido cariado remanescente 
CAPEAMENTO PULPAR DIRETO 
1. Anestesia e isolamento absoluto 
2. Remoção do tecido cariado 
3. Lavar com soro fisiológico e clorexidina a 2% 
4. Secar com algodão estéril 
5. Introduzir agente capeador CaOH2 PA + Pasta/Pasta 
6. Selamento cavitário com CIV 
7. Restauração definitiva em Resina Composta. 
8. Proservação 
 
 
 
 
 
21 
 
Caso com exposição pulpar e tecido cariado remanescente, dentes 
jovens (Rizogênese incompleta). 
 
PULPOTOMIA 
1. Radiografia de diagnóstico. 
2. Anestesia local. 
3. Isolamento absoluto. 
4. Remoção do tecido cariado. 
5. Remoção do teto da câmara pulpar com pontas diamantadas. 
6. Amputação da polpa coronária com curetas afiadas e/ou instrumentos 
rotatórios esféricos. 
7. Irrigação com soro fisiológico (gelado). 
8. Hemostasia completa com auxílio de bolinha de algodão estéril. 
9. Aplicação do CaOH2 P.A e outra camada de CaOH2 Pasta/Pasta. 
09. Selamento com uma base de CIV. 
10. Restauração definitiva do dente com Resina composta. 
11. Radiografia final. 
12. Proservação. 
 
 
22 
 
 
 
A principal característica da pulpite crônica 
hiperplásica é a presença do pólipo pulpar, 
visto clinicamente. O pólipo pulpar 
representa a proliferação de tecido de 
granulação na superfície pulpar exposta à 
cavidade oral que, anteriormente à 
formação hiperplásica, estava ulcerada. 
Esse tipo de alteração pulpar é mais 
comum em dentes jovens, com ápice 
incompleto, por causa da capacidade de 
defesa aumentada. O trauma constante de 
alimentos e da mastigação sobre a 
superfície pulpar ulcerada leva à formação 
do pólipo pulpar. 
O paciente relata dor provocada durante a mastigação e, clinicamente, é notado 
sangramento ao toque do pólipo, já que se trata de estrutura ricamente 
vascularizada. Radiograficamente, observa-se comunicação entre cavidade oral e 
cavidade pulpar por meio de cárie extensa e profunda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura. 3 – Comunicação entre cavidade 
oral e cavidade pulpar por meio de cárie 
extensa e profunda. 
Figura. 4 – Pólipo pulpar 
DICA O pólipo pulpar é um tipo de hiperplasia inflamatória pouco comum 
associada a dentes não-vitais. 
 
23 
 
Tratamento 
O tratamento para dentes com ápice completo com pulpite crônica hiperplásica é a 
biopulpectomia. Já para dentes com ápice incompleto, recomenda-se a 
manutenção da polpa radicular a fim de permitir a complementação radicular. 
Dessa forma, em dentes com ápice incompleto, sugere-se tratamento conservador 
denominado pulpotomia tratamento descrito acima. 
 
 
 
Protocolo Clínico de Atendimento de Urgência 
 
BIOPULPECTOMIA 
1. Radiografia de diagnóstico. 
2. Anestesia local – Mepivacaína 3% com Vasoconstritor. 
3. Isolamento absoluto 
4. Remoção do tecido cariado 
5. Remoção do teto da câmara pulpar com pontas diamantadas 
6. Irrigação com hipoclorito de sódio 1% 
7. Localização dos canais radiculares. 
8. Exploração e esvaziamento do canal com limas. 
9. Preparo do terço cervical e médio com brocas gattes ou largo. 
10. Odontometria. 
11. Remoção da polpa radicular. 
12. Irrigação abundante com hipoclorito de sódio 1%. 
13. Secagem do canal com cones de papel estéril. 
14. Aplicação de medicação intracanal Ca(OH)2. 
15. Selamento provisório da cavidade com CIV. 
16. Radiografia para observa o completo preenchimento do canal por 
medicação. 
17. Prescrição de Analgésicos. 
18. Preparo completo do canal na seção posterior + obturação dos canais 
(selamento) 
 
 
 
 
24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIQUE ATENTO! 
Assim que se obter o CRT, é necessário ajustar as pontas de irrigação ao 
mesmo, para que não ocorra extravasamento acidental de solução irrigadora 
para o periápice. 
 
Assista ao vídeo 
 Pulpite Reversível 
Acesse QR CODE 
 
25 
 
 
 
 
 
 
Paciente A.C.O.S., gênero feminino, melanoderma, 16 anos, procurou a 
atendimento do Hospital Escola da FACIMP, apresentando como queixa principal: 
dor provocada no elemento 36. Foi realizado o exame clínico e constatou-se a 
presença de um pólipo pulpar na oclusal do dente, destruição parcial da coroa 
dentária e comprometimento pulpar. Foi realizado exame radiográficopara melhor 
diagnóstico do caso, onde se observou imagem radiolúcida com cárie profunda e 
comprometimento pulpar do elemento 36. Ajude o profissional a concluir o 
provável diagnóstico endodôntico do dente 36, e indique o tratamento mais 
adequado para este caso. 
 
Caso Clínico 
Figura 5. Radiografia periapical do dente 46 
 
26 
 
 
1- LOPES, H. SIQUEIRA JR, JF. Endodontia: biologia e técnica. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2015. 
 
2- LEONARDI, Denise Piotto. GIOVANINI, Allan Fernando. ALMEIDA, Susimara. SCHRAMM, Celso Alfredo. 
BARATTO-FILHO, Flares. Alterações pulpares e periapicais. Mestrado em Odontologia Clínica, 
Universidade Positivo – Curitiba – PR – Brasil, 2011. 
 
3- RIBEIRO, Joana Filipa Monteiro. Urgências Endodônticas – Protocolo de Atuação. Mestrado em 
Odontologia Integrada, Universidade Fernando Pessoa, Porto – Portugal, 2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
Diagnóstico Endodo[Digite uma citação do documento ou o resumo de um ponto interessante. Você pode 
posicionar a caixa de texto em qualquer lugar do documento. Use a guia Ferramentas de Desenho para alterar a 
formatação da caixa de texto de citação.] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Patrícia Santos Oliveira 
 
O principal motivo dos pacientes na procura do cirurgião 
dentista (CD) é a dor de origem endodôntica, dentro dos quais o 
mais comum é a pulpite aguda irreversível. A dor endodôntica é 
aquela que se origina na polpa dentária, em decorrência de 
cárie ou de trauma dental, que pode acometer os tecidos 
periodontais apicais. 
A dor é o sintoma mais relatado durante a anamnese, oriunda 
de processos patológicos de origem inflamatória. Ao relacionar 
o fenómeno da dor, o CD deve-se basear em dados clínicos de 
diagnóstico, (incluindo, entre outros, o teste de sensibilidade 
pulpar), complementado pelo exame radiográfico. 
O controle da dor endodôntica engloba todos os aspectos do 
tratamento, entre eles o controle da dor pré-operatória através 
de um diagnóstico preciso, redução da ansiedade do paciente e 
ainda o controle da dor operatória, através de anestésicos locais 
e técnicas operatórias. 
 
 
 
 
 
 
 
Bruna Teixeira da Silva 
Fernanda Maria Valim 
Jane Keure Ramalho 
 
3 
Objetivos de aprendizagem 
- Transmitir informações sobre 
as características clínicas e o 
tratamento de urgência de 
pulpite irreversível. 
 
 
28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esta condição pulpar denota estágio avançado de inflamação. A polpa está sob 
agressão, e apenas a remoção do agente patogênico não basta para cessar a dor, 
ou seja, a polpa não apresenta condições de voltar ao estado de normalidade após 
a remoção da causa.
Ao invadir a polpa, microrganismos ou toxinas, ampliam a inflamação, resultando 
em um processo imunológico e inflamatório que busca impedir o avanço da 
infecção e eliminar o agente agressor. O aumento da pressão interna do 
compartimento pulpar dificulta o aporte de nutrientes por meio da corrente 
sanguínea, bem como, a remoção de excretas caracterizando o estado de 
Congestão Pulpar. Portanto, o tecido pulpar torna-se acometido por um processo 
inflamatório irreversível principalmente devido as suas condições peculiares, como 
paredes inextensíveis, restrita vascularização para suprimento e eliminação de 
metabólitos, restos celulares e toxinas, o qual invariavelmente resultará em 
necrose, seja por liquefação ou coagulação. 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nos casos de pulpite sintomática, uma lesão de cárie não diagnosticada ou não 
tratada em sua fase inicial, invariavelmente, atingirá a polpa e desencadeará uma 
resposta inflamatória mais severa. O paciente pode relatar dor intermitente ou 
espontânea, onde a exposição a alterações de temperatura, nomeadamente, ao 
frio vai provocar episódios de dor prolongada e intensa durante algum tempo, 
mesmo depois de retirado o estímulo, esta dor, tem ainda a característica de poder 
ser aguda ou difusa, localizada ou referida. O paciente comumente relata uso de 
analgésicos, o qual pode ou não ser eficaz, dependendo do estágio da inflamação. 
Em alguns casos raros, pode haver dor à percussão. 
A pulpite irreversível assintomática pode-se tornar sintomática ou até mesmo 
necrótica caso não aconteça à intervenção profissional do cirurgião dentista 
habilitado durante o processo inflamatório pulpar. Nas fases iniciais da pulpite 
Irreversível, a dor pode ser facilmente relacionada ao dente afetado, mas nos 
estágios mais avançados, o paciente torna-se incapaz de identificar o dente 
acometido. 
 
 
 
 
DICA Resposta dolorosa, prolongada e severa ao frio é 
sugestivo de pulpite irreversível. 
 
30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No teste de vitalidade pulpar o dente pode doer muito com frio no início ou 
exacerbar com o calor e aliviar com frio nos estágios finais. 
A dor aumenta nos momentos de repouso em decúbito (momento em que o 
paciente deita, pois existe um aumento de pressão sanguínea na região, tornando a 
dor exacerbada); 
 
Resposta à palpação apical e percussão vertical pode ser negativa ou positiva. No 
exame radiográfico a região periapical, radiograficamente, pode estar normal ou 
com aumento do espaço periodontal apical e lâmina dura intacta. Durante o acesso 
coronário há presença de sangramento intenso ou ausente, escuro ou muito claro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assista ao 
vídeo 
 De 
FIQUE ATENTO 
Caso haja tempo hábil para fazer um atendimento completo, o cirurgião dentista 
poderá optar por fazer: 
1- Anestesia com Mepivacaína com vasoconstritor; 
2-Remoção de tecido cariado e Abertura coronária de acordo com o ponto de 
eleição, brocas e forma de conveniência indicados para o dente em tratamento; 
 3-Isolamento absoluto; 
4-Descontaminação do campo operatório com hipoclorito de sódio (NaOCl) a 2,5% 
ou clorexidina a 2%; 
5-Exploração do canal. Durante a exploração de canais mais amplos, a polpa deve 
ser deslocada das paredes dentinárias pela ação do instrumento. (ex. utilize além 
de um instrumento, aumente o diâmetro para remoção do tecido pulpar); 
6- Preparo do terço cervical e obtenção do comprimento de trabalho (CT). 
7-Completo preparo químico-mecânico. (Se não houver dor à percussão, realiza-se 
a obturação do canal radicular) obs: houver necessidade de uma consulta adicional, 
deve-se aplicar uma medicação intracanal com pasta de hidróxido de cálcio 
associado a soro fisiológico. 
8- Selamento coronário com cimento temporário. 
 
Caso o cirurgião dentista não possua tempo para fazer um atendimento completo, 
poderá optar em fazer a seguinte abordagem. 
1- Dentes unirradiculares: pulpectomia e medicação com corticosteroide (p. ex., 
Decadron® colírio ou Otosporin®); 
2- Dentes multirradiculares: pulpectomia do canal mais amplo (distal, nos molares 
inferiores e, palatino, nos molares superiores) ou apenas pulpotomia (quando o 
tempo disponível para atendimento for muito curto). Medicação com 
corticosteroide (Decadron colírio ou Otosporin). 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3-Selamento coronário com cimento temporário e prescrição de analgésico/anti-
inflamatória. 
A dor em casos de urgência deve ser controlada, apropriadamente, com 
analgésicos, antinflamatórios ou com um opióide fraco combinado com 
antinflamatórios na quantidade adequada. O paciente deve ser avisado dos riscos e 
complicações futuras se não tiver o tratamento definitivo apropriado, bem como 
avisado dapossibilidade dos sintomas mudarem ou piorarem, antes do término do 
tratamento. 
O medicamento indicado é o Ibuprofeno de 400 a 600 mg, de 6 em 6 horas por 1 ou 
2 dias. Para pacientes com intolerância a antinflamatórios não esteroidais (AINEs), 
recomenda-se o acetaminofeno (paracetamol) de 650 a 1.000 mg. 
Entretanto uma vez que a polpa entrou na fase irreversível, os medicamentos se 
tornam ineficazes e de nada valerá administrar analgésicos e/ou antinflamatórios. A 
conduta correta e eficaz que eliminará a dor do paciente é a abertura do dente. Nos 
casos em que o paciente se encontra numa fase de transição entre a pulpite 
reversível e a irreversível, torna-se eficaz o uso de analgésicos. 
O uso de analgésico/antinflamatório quando por limitações de tempo, inabilidade 
do operador, dor perirradicular ou problemas anatômicos, não é realizado o 
tratamento de canal em uma sessão, necessitando consulta adicional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Analgésicos 
Indicação: Quando paciente relata 
desconforto, casos de dor leve a 
moderada. 
Exemplos: 
Dose adulta :Paracetamol 750 mg, 1 
cápsula de 8/8 horas. 
Dose Infantil: Paracetamol 32 mgm, 
1 gota/kg ou 0,4ml/kg da suspensão 
(no máximo 4 vezes/dia) 
Dose adulta: Dipirona 500mg ou 35 
gotas VO 4/4 h 
Dose Infantil: Dipirona 6 a 15mg ,1 
gota/ 2kg 
Anti-inflamatórios 
Indicações: Diante de um processo 
inflamatório de características moderada 
a Severa, quando este estiver 
acompanhado de uma infecção sempre 
administrar em conjunto um antibiótico. 
 Exemplos: 
Dose adulta: Diclofenaco Sódico 50 mg 1 
cp VO 6/6 hs durante 03 dias . 
Dose infantil: Acima de 12 anos: 1 a 
2mg/kg/dia, 8/8h ou 12/12h (dose 
máxima 200mg/dia) 
Dose adulta: Ibuprofeno 600 mg 1 cp VO 
6/6hs. 
Dose infantil: Ibuprofeno 5 a 10 mg/kg/, 
dose máxima 1200mg/dia. 
Dose adulta: Piroxam 20 mg 1 cp VO ao 
dia. 
Dose infantil: Acima de 12 anos: 
0,4mg/kg/dia. 
 
 
CUIDADO 
Doses excessivas de paracetamol 
pode causar hepatotoxicidade. 
CUIDADO 
Antinflamatórios podem cortar efeito de 
anti-hipertensivos. O que ocorre é a 
inibição da enzima COX que gera a 
redução sistêmica e renal da síntese de 
prostaglandinas. 
 
 
34 
 
Um estudo sobre o efeito da anestesia local na dor pós-operatória em dentes com 
pulpite irreversível concluiu que os pacientes aos quais foram administrados 
bupivacaína não sentiram dor após 6 horas do tratamento quando comparados 
com os que receberam lidocaína para a realização do mesmo tratamento 
A fim de aumentar o sucesso anestésico e possibilitar a realização do 
procedimento endodôntico várias possibilidades têm sido estudadas, como a 
utilização de técnicas anestésicas complementares, uso de medicamentos por via 
oral previamente à injeção anestésica ou em infiltração concomitante ou de forma 
suplementar, como anti-inflamatórios, analgésicos, sedativos e outros aditivos. 
As técnicas complementares mais utilizadas são intraligamentar, infiltrativa 
vestibular, intraóssea e, em última instância, a técnica intrapulpar. 
A técnica intraligamentar consiste na injeção da solução anestésica no espaço 
ocupado pelo ligamento periodontal, entre o cemento e o osso. Na técnica 
intraóssea é realizada uma perfuração da cortical óssea vestibular, no espaço 
entre o dente a ser tratado e seu vizinho mais distal; quando o dente a ser tratado 
é o segundo molar inferior a perfuração é feita na região mesial. O ponto de 
perfuração é sobre uma linha imaginária passando no centro da papila gengival 
entre os dois dentes, cerca de 4 mm em direção apical a partir de uma linha que 
une a margem gengival dos dois dentes (Malamed, 2013). Após a perfuração da 
cortical óssea, a solução anestésica é injetada diretamente no osso esponjoso, 
próximo ao ápice da raiz dental, de onde é rapidamente absorvida. 
 E, finalmente, quando as técnicas anestésicas complementações não resultaram 
em anestesia adequada para a realização do procedimento e a cavidade pulpar já 
está exposta, resta à última opção para o tratamento desses dentes, a técnica 
intrapulpar, que consiste na injeção de solução anestésica diretamente no canal 
radicular. Nesta técnica o controle da dor é obtido não apenas pela ação 
farmacológica da solução anestésica, mas também pela pressão aplicada no 
momento da injeção. 
 
 
35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DICA É uma técnica vantajosa porque tem início de ação imediato 
e o volume anestésico necessário é mínimo. 
Porém, a anestesia intrapulpar é traumática, pois está associada a 
um período de dor intensa. 
 
Figura 4. Té cnica anésté sica intrapulpar. 
.
DICA A conduta correta e eficaz que eliminará a dor do 
paciente é a abertura do dente. 
 
36 
 
 
Paciente do sexo feminino, 33 anos relatou dor no elemento 26 durante a 
decolagem de um vôo que durou aproximadamente 1 hora, a paciente relatou 
sentir dor principalmente quando era exposta ao estímulo frio, a dor era intensa e 
de longa duração. Ao exame clínico, observou-se que o elemento dental 
apresentava uma restauração em resina composta na face oclusal, e lesão cariosa 
na face distal. Os testes de percussão e palpação foram negativos, e o de vitalidade 
pulpar ao frio positivo. Ao exame radiográfico verificou-se ausência de alterações 
significativas como lesão periapical e ausência de aumento do espaço do ligamento 
periodontal. Ajude o profissional no diagnóstico desse caso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caso Clínico 
 
37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-40122014000300009&lng=pt&nrm=iso 
http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-40122014000300009&lng=pt&nrm=iso
 
38 
 
 
 
1- LOPES, H. SIQUEIRA JR, JF. Endodontia: biologia e técnica. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2015. 
 
2- Soares,I. e Goldberg,F.(2001) Emergências Endodônticas, In: Soares, I. e Goldberg, F.(ED.).Endodontia: 
Técnica e fundamentos. Porto Alegre,Artmed,pp.250-273. 
 
3- LEONARDO, Mário Roberto. Endodontia: tratamento de canais radiculares: princípios técnicos e 
biológicos. 2 volumes encadernados. São Paulo: Artes Médicas, 2005. Reimpressão 2008. 
 
4-Barbin, Eduardo Luiz; Spanó, Júlio César Emboava; De Matos, Maickel; Schnorrenberger, Rochele. Aspectos 
Gerais do Comprometimento Pulpar. Plataforma de Ensino Continuado de Odontologia e Saúde (PECOS), 
Pelotas, 2012. Disponível em: Acesso em: 01 ago. 2012. 
 
5-NÓBREGA, F. J.; NÓBREGA,M. Manual de medicamentos habitualmente usados em pediatria. 12. ed. 
São Palo: Nestlé/ Nutrição. 2003. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
Diagnóstico Endodo[Digite uma citação do documento ou o resumo de um ponto interessante. Você pode 
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Patríc 
 
 
Periodontite Apical Aguda 
Protocolo de Atendimento de Urgência 
Alayana Bruna Silva Campos 
Kamylla Oliveira Chaves 
Lorena de Jesus Barreiros 
 Naftally Lorrane Oliveira Moura 
 
A agressão microbiana aos tecidos perirradiculares pode 
induzir a liberação de mediadores químicos envolvidos no 
desenvolvimento de uma resposta inflamatória aguda. 
Muitas dessas substâncias agem sobre a microcirculação, 
promovendo vasodilatação e aumento da permeabilidade 
vascular. Isso gera a saída de fluidos dos vasos e 
formação de edema, levando à compressão das fibras 
nervosas sensoriais. Essa compressão é o principal 
responsável pela dor de origemperirradicular, pois o 
ligamento periodontal apical possui pouco espaço para 
expandir. Como a causa da dor perirradicular de origem 
infecciosa é a presença de bactérias no interior do 
sistema de canais radiculares, o tratamento desta 
condição é a eliminação ou pelo menos a redução da 
população bacteriana intracanal. Considerando que as 
bactérias localizadas na porção apical são as principais 
envolvidas na agressão dos tecidos perirradiculares, não 
é justificável realizar a instrumentação dos dois terços 
coronários do canal na sessão de URGÊNCIA, deixando o 
segmento apical para uma segunda sessão. 
4 
Objetivo de aprendizagem 
Detalhar o protocolo de 
atendimento de Urgência para 
casos de Periodontite 
Perirradicular Aguda. 
 
 
40 
 
No entanto, quando não há um tempo suficiente para a instrumentação 
completa do canal, como geralmente ocorre nas situações de urgência, ao se 
realizar a abertura coronária e a limpeza dos dois terços coronários, pode 
haver alívio dos sintomas por causa da diferença de pressão (perirradicular e 
atmosférica), que induz uma drenagem, ainda que mínima e as vezes não 
observada clinicamente, mas de magnitude suficiente para reduzir a 
compressão no ligamento periodontal apical. Contudo, a remissão dos 
sintomas é mais previsível quando o canal é limpo e desinfetado em toda sua 
extensão. 
 
A periodontite apical aguda (PAA), também chamada de pericementite apical 
aguda, é uma inflamação do compartimento periodontal apical consequente 
de injúrias física, química ou bacterianas. Tais injúrias podem ser decorrentes 
de traumas (injúria física) ou agentes etiológicos que podem chegar ao 
periodonto apical via canal radicular através do forame apical. O diagnóstico 
diferencial entre PAA e abscesso apical aguda em fase inicial se faz 
necessário. Quadro clinicamente mais evidente, mais significativo ou mais 
intenso, sinaliza para o abscesso dentoalveolar agudo em fase inicial. 
 
 Dor intensa à mastigação; teste positivo de percussão e, às vezes, de 
palpação; 
 Dor ao toque: o paciente tem a sensação de dente crescido por causa 
da ligeira extrusão do dente, no alvéolo, em decorrência do edema no 
ligamento periodontal apical; 
 Radiograficamente: pode haver ou não espessamento do ligamento 
periodontal. 
 
41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fique atento 
Os resultados dos testes pulpares são negativos, uma vez que a periodontite apical aguda está associada, 
em geral, à necrose pulpar. Nos raros casos em que esta patologia estiver associada à inflamação pulpar 
irreversível, os resultados dos testes são similares aos da pulpite irreversível. 
 
Figura1. Espessamento do espaço do ligamento periodontal em dente com 
periodontite apical aguda. 
DICA Quando se observa extensa área de destruição óssea 
perirradicular associada à periodontite apical aguda, esta encontra-se 
associada à agudização de um processo crônico, como granuloma ou 
cisto. 
 
42 
 
 
1° opção 
- Preparo inicial: opta-se pela anestesia com Mepivacaína ou Bupivacaína; 
- Abertura coronária; 
- Isolamento absoluto; 
- Inundação da câmara pulpar com NaOCL a 2,5%; 
- Desinfecção progressiva do canal: um instrumento de pequeno calibre (#08, 
#10, #15) é introduzido de maneira folgada no canal, com movimentos 
suaves de vai e vém, carreando a solução irrigadora no sentido apical e 
desalojando o tecido pulpar necrosado e infectado. Neste momento, 
nenhuma ação de corte deve ser exercida contra as paredes dentinárias. 
Após o avanço, de 2 a 3mm, no interior do canal, a lima é removida, limpa 
com gaze estéril e a solução irrigadora renovada na câmara pulpar. A lima é 
então reinserida no canal e estas manobras repetidas até que o instrumento 
atinja o limite entre os terços médio e apical; 
- Limpeza por ampliação dos dois terços coronários com brocas Gates-
Glidden ou outros instrumentos acionados ao motor (pode ser feito também 
a associação de instrumentos, como por exemplo Gates I, II e III e Largo I e II 
para a ampliação do terço cervical); 
- Limpeza apical e obtenção do CT com limas de pequeno calibre e irrigação 
abundante com NaOCL a 2,5%; 
- Completo preparo químico – mecânico; 
- Colocação de medicação intracanal; 
- Selamento coronário com cimento temporário e prescrição de 
analgésico/anti-inflamatório; 
- Alívio oclusal. 
 
 
43 
 
2° opção (quando há limitações de técnica, tempo e anatomia) 
- Preparo inicial; 
- Instrumentação dos terços cervical e médio, preservando os 3 a 4mm 
apicais e irrigando com NaOCL a 2,5%; 
- Remoção do excesso de NaOCL do canal por meio de aspiração: não secar o 
canal com cones de papel. 
- Colocação de mecha de algodão embebida em NaOCL na câmara pulpar: 
uma pasta de hidróxido de cálcio não é aplicada nesta situação, pois o canal 
ainda não foi totalmente instrumentado. A aplicação de NaOCL visa 
minimizar a penetração de bactérias da saliva por uma possível 
microinfiltração do selador temporário. Além disso, mantém ação 
antimicrobiana residual, impedindo proliferação microbiana até que a 
completa instrumentação seja executada, no máximo, em 7 dias. 
-Selamento coronário com cimento temporário e prescrição de 
analgésico/anti-inflamatório; 
-Alívio oclusal. 
 
 
 
 
 
 
 
Assista ao vídeo 
 Periodontite Perirradicular 
Aguda 
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44 
 
 
Dor severa 
 
 
Ibuprofeno 400 mg + acetominofeno de 
6 em 6 horas + oxicodona 10mg 
1 a 2 comprimidos 2 x ao dia 
Dor moderada 
 
 
Ibuprofeno 400 mg + 
acetominofeno 
1 comprimido a cada 6 horas 
Dor de baixa intensidade 
 
 
Ibuprofeno 400 mg 
1 comprimido a cada 6 horas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
 
Paciente, G. S. F., 18 anos, sexo masculino, feoderma, estudante, 
compareceu à clínica escola da faculdade facimp – wyden, durante o curso 
de atualização em Endodontia, com a queixa principal “comecei o 
tratamento de canal do dente 46, não finalizei e agora está doendo”. 
Durante a anamnese, o paciente relatou que tinha a sensação que o dente 
estava crescido e que doía quando o se alimentava. No exame físico 
extraoral não foi observado alterações e no intraoral, observou-se uma 
restauração provisória com cimento de ionômero de vidro, sem presença de 
edema na região apical. Foi realizado então os testes de percussão vertical, 
percussão horizontal e de vitalidade pulpar (térmico ao frio) no dente em 
questão, no qual o único com resultado positivo foi o de percussão vertical. 
O dente vizinho também foi examinado para que não houvesse dúvidas, e o 
resultado foi negativo aos testes de percussão horizontal e vertical, e teste 
de vitalidade pulpar positivo. Foi realizado radiografia periapical do dente 46, 
a qual apresentou um ligeiro espessamento do ligamento periodontal apical 
(fig-1), com integridade da lâmina dura. Diante dos dados obtidos através da 
anamnese, exame clínico e radiográfico, o diagnóstico foi de periodontite 
apical aguda no dente 46. Foi realizado, então, o atendimento de urgência na 
seguinte sequência: isolamento absoluto, remoção da restauração 
provisória, exploração e esvaziamento no cad-3 com limas especiais (foi 
detectado possível desvio do canal mesiolingual), irrigação com NaClO a 1%, 
preparo dos terços cervical e médio, colocação da medicação intracanal 
(soro fisiológico + hidróxido de cálcio P.a) e selamento coronário com 
cimento de ionômero de vidro. Como terapia complementar, foi prescrito 
ibuprofeno 400mg. Solicitou-se uma tomografia para análise de possível 
desvio do canal mesiolingual para que o tratamento possa ser finalizado. 
 
 
 
Caso Clínico 
 
46 
 
 
 
Figura 2. Radiografia periapical. Dente 46 com espessamento do ligamento periodontal apical 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
 
http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-86372013000500007http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-86372013000500007
 
48 
 
 
1- LOPES, H. SIQUEIRA JR, JF. Endodontia: biologia e técnica. 4.ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2015. 
 
2- KRIGER, L. MOYSES, SJM., MOYSES, ST., Clínica Integrada em Odontologia. São Paulo: 
Artes Médicas, 2013. 
 
3- A. L. KIRCHHOFF, R. VIAPIANA, R. G. RIBEIRO Repercussões periapicais em dentes 
com necrose pulpar, Porto Alegre: Revodonto, 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
Diagnóstico Endodo[Digite uma citação do documento ou o resumo de um ponto interessante. Você pode 
posicionar a caixa de texto em qualquer lugar do documento. Use a guia Ferramentas de Desenho para alterar a 
formatação da caixa de texto de citação.] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Objetivos de aprendizagem 
- Divulgar informações sobre a estruturação do Diagnóstico e tratamento de urgência do 
Abscesso Perirradicular Agudo na fase inicial 
 
 
 
Bruna Pessoa de Sousa Cavalcante 
Caio Felipe Bezerra Veras 
Vinícius de Oliveira Sousa 
Ricardo Lima Negreiros Barros 
5 
O abscesso dentário ou periapical, tanto na variável 
aguda quanto na crônica, consiste em um processo 
inflamatório com formação de pús nos tecidos 
periapicais, localizados ao redor da ponta da raiz do 
dente, que normalmente geram dor. 
O Abscesso Perirradicular Agudo pode ser causado 
por agentes físicos, químicos e microbianos, 
responsáveis por alterações inflamatórias 
irreversíveis do órgão pulpar, com posterior infecção 
do tecido periapical. O motivo mais comum é a 
presença dos microorganismos que causam as cáries 
que, ao não serem tratados adequadamente, 
acabam infeccionando a polpa do dente, e logo 
após, passam do interior do canal radicular a região 
apical. 
 
 
50 
 
Os diagnósticos dos abscessos possuem diferentes níveis de evolução, 
devendo ser correto para determinar o tratamento mais adequado através de 
uma conduta anamnésico-clínico-radiográfica própria para cada fase do 
abscesso. No abscesso agudo, a coleção permanece confinada à região 
periapical, neste caso, o paciente apresenta dor contínua, localizada e pulsátil, 
sendo detectável uma sintomatologia dolorosa nos exames à palpação apical 
e percussão. 
 
 
É a fase do tratamento em que ocorre a ausência da tumefação local, paciente se 
queixa de dor intensa, espontânea e localizada, dando a sensação da latejamento 
e pressão. O elemento apresenta resposta negativa aos testes térmicos de 
vitalidade pulpar e pequena mobilidade. Logo, ao exame radiográfico pode se 
observar uma lesão radiolúcida na região apical quando é devido à agudização de 
um Granuloma ou Cisto. E apenas um alargamento do espaço do ligamento 
periodontal. 
Figura 1. Esquema do Abscesso Perirradicular em fase inicial. 
 
51 
 
O tratamento consiste em abrir uma via para que o pús que estar localizado na 
região apical consiga ser drenado para fora dessa região. Sendo feita através da 
anestesia por meio do bloqueio regional, abertura coronária com brocas 
diamantadas e desbridamento foraminal de 1 a 2 mm. Portanto, se ocorrer à 
drenagem irrigar abundantemente por 2 minutos com solução de Milton 
(hipoclorito de sódio a 1%) para dissolver todo o material necrótico que estar no 
local. Após drenagem colocar medicação intracanal e restauração provisória. 
Informar ao paciente que a dor deve passar de 24 a 48 horas após, se por acaso 
ter um agravamento da situação que ele retorne para uma nova avaliação. 
 
Protocolo Clínico de Atendimento de Urgência 
 
Abscesso Perirradicular Agudo em fase inicial 
1. Anestesia infiltrativa e/ou bloqueio (Mepivacaína 2%) 
2. Abertura Coronária e Isolamento absoluto 
3. Esvaziamento do canal radicular 
4. Preparo do Terço Cervical e Médio 
5. Odontometria 
6. Debridamento foraminal de 1 a 2mm 
7. Preparo do Terço Apical 
8. Medicação intracanal 
9. Selamento provisório 
9. Prescrição medicamento (Dipirona sódica 500mg de 4-4 horas) 
 
52 
 
O desenvolvimento de um abscesso perirradicular se dar através da reação de 
defesa contra os diferentes patógenos advindos do canal radicular e conjuntamente 
com a persistência da irritação estimulam a resposta inflamatória e imunológica. 
Nesta fase a lesão se encontra com os mesmos sinais e sintomas encontrados 
quando está na fase inicial, mas, com edema endurecido e firme a palpação. O 
elemento em que se estar ocorrendo essa patologia vai apresentar respostas 
negativas aos testes térmicos e ao radiográfico espessamento do ligamento 
periodontal, logo, apresenta certa mobilidade. O abscesso quando está nessa fase é 
bem complexo para se tratar devido após a abertura coronária muitas vezes não 
ocorrer à drenagem. 
 
Tratamento 
O tratamento é idêntico ao Abscesso na fase inicial, seguindo o protocolo de 
abertura coronária para ocorrer à drenagem do pús o que nessa fase nem sempre 
acontece. Sendo necessário muitas das vezes prescrever analgésicos como 
paracetamol G ou Tylenol 750mg de 4 em 4 horas. Vale ressaltar, que pode ser 
prescrito também que o paciente faça bochechos com água morna para que 
melhore na drenagem do pús. 
 
 
 
 
 
 
FIQUE ATENTO 
A obturação do canal radicular só pode ser realizada 
após a regressão total dos sinais e sintomas do abscesso. 
 
53 
 
EVOLUÇÃO 
 
 
 
 
Protocolo Clínico de Atendimento de Urgência 
 
Abscesso Perirradicular Agudo em Evolução 
1. Anestesia infiltrativa e/ou bloqueio ( mepvacaína 2% ) 
2. Abertura Coronária e isolamento absoluto 
3.Esvaziamento do canal radicular 
4. Preparo do Terço Cervical e Médio 
5. Odontometria 
6. Preparo do Terço Apical 
Figura 2. Esquema do processo de evolução do Abscesso em 
fase inicial para fase em evolução. 
 
54 
 
7. Debridamento foraminal de 1 a 2mm 
8. Medicação intracanal 
9. Selamento provisório 
10. Prescrição medicamentosa (Codeína 30mg + paracetamol 500mg de 4-4 
horas e amoxicilina 500mg de 8-8 horas por 7 dias) 
11. Recomendações: bochechos com água morna no mínimo 5 vezes ao dia 
 
 
Trismo é considerado a limitação de abertura bucal cuja etiologia está 
associada a diversos fatores tais como disfunção temporomandibular, 
complicações exodônticas, lesão cancerosas, entre outras. Resulta da 
instalação de processo inflamatório o qual, muitas vezes, não é grave e nem 
impede o paciente de executar suas atividades normais. Quando necessário, 
está indicado para o tratamento do trismo o uso de anti-inflamatórios não 
esteróides (AINES), relaxantes musculares bem como terapias físicas através 
do uso de calor. 
 
Protocolo Clínico de Atendimento de Urgência 
1. Prescrição medicamentosa – 
Amoxicilinca 500mg de 8-8 horas 
 Amoxicilina 500mg + metronidazol 250mg de 8-8 horas 
 Amoxicilina 500mg + acido clavulânicoG 125mg de 8-8- horas 
Após melhora do trismo 
2. Anestesia infiltrativa e/ou bloqueio (mepivacaína 2%) 
3. Abertura Coronária e isolamento absoluto 
 
55 
 
4. Esvaziamento do canal radicular 
5. Preparo do Terço Cervical e Médio 
6. Odontometria 
7. Preparo do Terço Apical 
8. Debridamento foraminal de 1 a 2mm 
9. Medicação intracanal 
10. Selamento provisório 
11. Prescrição medicamentosa 
(Codeína 30mg + paracetamol 500mg de 4-4 horas e amoxicilina 
500mg de 8-8 horas por 7 dias) 
12. Recomendações: bochechos com água morna no mínimo 5 vezes ao 
dia 
13. Proservação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assista ao vídeo 
 Abscesso Perirradicular Agudo 
Acesse QR CODE 
 
56 
 
O paciente J.M.F.S. (41 anos), leucoderma, compareceu à clínica escola da FACIMP 
WYDEN com queixa de dor intensa, latejante, ininterrupta e espontânea. 
Apresentava edema de grande vulto na região inferior e posterior de mandíbula, 
com histórico de evolução do quadro de sete dias. O paciente relatou 
acometimentos febris e perturbações no ciclo de sono-vigíliadevido à dor intensa e 
progressiva. Ao exame intra-oral constatou-se cárie profunda no dente 36, edema, 
eritema e sem ponto de flutuação na região acometida. Os testes térmicos foram 
negativos, mas o de percussão vertical positivo. Ajude o profissional no diagnóstico 
desse caso.
 
 
 
Figura 1 - Radiografia periapical evidenciando aumento do espaço do ligamento periodontal do dente 36. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caso Clínico 
 
57 
 
 
 
http://www.revista.aborj.org.br/index.php/rbo/article/viewFile/44/48 
 
 
 
 
 
 
http://www.revista.aborj.org.br/index.php/rbo/article/viewFile/44/48
 
58 
 
 
1- LOPES, H. SIQUEIRA JR, JF. Endodontia: biologia e técnica. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2015. 
 
2- ROCHA, Rodney Garcia. Clinica integrada em odontologia 1.ed.São Paulo: Artes medicas, 
2013 
 
3- ESTRELA, C. Rev. bras. odontol., Rio de Janeiro, v. 65, n. 2, p.186-195, jul./dez. 2008. 
Terapêutica do abscesso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
59 
 
 
 
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formatação da caixa de texto de citação.] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Patrícia Santos Oliveira 
 
 
Dayra Sousa 
Larissa Guedelha 
Vanessa Lopes 
O Abscesso Perriradicular Agudo é dividido de acordo 
com a sua fase de evolução, pode ser intra-ósseo, 
subperiosteal e submucoso, a fase submucosa, é sua fase 
final de evolução, por esse motivo também pode ser 
chamado de evoluído. Nessa fase, o pús ultrapassou a 
lâmina dura, chegou no trabeculado ósseo e se fixou na 
região de submucosa. 
A característica clínica desse estagio são: assimetria facial 
e edema com presença de ponto de flutuação e 
consistente ao toque, dor espontânea, pulsátil, teste de 
vitalidade pulpar negativo, envolvimento sistêmico com 
presença de febre, mal estar e linfadenopatia regional. 
Na radiografia fica perceptível a reabsorção óssea, 
demonstrada pela área radiolúcida difusa na região 
apical, e espessamento do ligamento periodontal. 
Figura 1. Abscesso periapical evoluído com 
drenagem intra oral (Leles & Estrela) 
 
6 
Objetivos de aprendizagem 
- Ao final desse capítulo, o aluno deve estar apto para 
Não só diagnosticar, mas realizar o tratamento de 
Urgência diante de um abscesso perriradicular 
agudo, 
 afim de impedir sua disseminação 
 
60 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
*Anamnese; 
 
*Exame clínico intra e extra-oral; 
 
*Exame radiográfico; 
 
*Antissepsia oral; 
 
*Anestesia: mepivacaína a 3% ou Bupivacaína a 2% (bloqueio regional e infiltrativa); 
 
*Alivio oclusal; (devido à extrusão do dente) 
 
*Abertura coronária; 
 
*Isolamento absoluto; 
 
*Farta irrigação com hipoclorito de sódio de 1 a 2%; 
 
*Esvaziamento do conteúdo do canal radicular, com consequente processo de 
sanificação auxiliado por instrumento de calibre fino e hipoclorito de sódio a 1%. O 
forame é ampliado até a lima nº15 ou 25 (tipo k-File), dependendo do diâmetro 
inicial; 
 
*Desbridamento foraminal 1mm além; 
 
*Medicação intracanal hidróxido de cálcio com soro fisiológico (pasta) ou Ultracal; 
 
*Selamento provisório coltosol na embocadura do canal e CIV. 
 
 NÃO OCORRENDO A DRENAGEM VIA CANAL 
Faz-se necessário a abertura do trajeto para a drenagem de secreção purulenta 
formada 
 
 
61 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DRENAGEM INTRAORAL 
 
Remover isolamento absoluto; 
 
*Drenagem, próximo à região do dente, e o ponto de flutuação; 
 
*Incisão de aproximadamente 0,5 a 1,0 cm com bisturí sobre o ponto de flutuação; 
 
* Divulsão com uma pinça ou tesoura de ponta fina, atingindo a área de necrose e 
pús permitindo o seu extravasamento. 
 
* Pressionar a região demasiada com compressa de gaze, favorecendo maior 
drenagem; 
 
*Em caso de extensão de secreção purulenta: 
 
*Instalação de dreno (pedaço de lençol de borracha ou luva), tempo de manutenção 
do dreno é de 72 horas a 1 semana; podendo variar dependendo da resposta 
imunológica do paciente.) 
 
CUIDADOS ADCIONAIS: 
*Bochecho com água morna 
*Instruções de higiene oral 
*Retorno de 3 a 7 dias, para preparo do canal radicular. 
 
TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA 
*Analgésico /Antiinflamatório 
- Ibuprofeno 600 mg de 6/6 horas 
 
*Antibiótico 
- 1° escolha: Amoxilina 500 mg com ácido clavulânico 125 mg de 8/8 horas 
- 2° escolha: Clindamicina 300 mg de 6/6 horas 
 
DRENAGEM EXTRAORAL 
 
*Anestesia deve ser feita superficial a pele ao redor da área com tumefação 
 
62 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
* Incisão de aproximadamente 0,5 a 1,0 cm com bisturi nº 15 no ponto mais baixo 
possível dentro da área de flutuação da pele deve ser direcionada 
acompanhando as linhas anatômicas, evitando a formação de cicatrizes. Acesse 
https://www.youtube.com/watch?v=aceB8UyTSjQ&feature=youtu.be. 
 
 
* Uma vez drenada a secreção purulenta, prepara-se o dreno favorecendo a 
manutenção da abertura da incisão mantendo-se a drenagem por um período 
maior. Acesse https://www.youtube.com/watch?v=bZDEIIA_iYk&feature=youtu.be. 
 
* O dreno pode ser feito com lençol de borracha em forma de T mantido por um 
período médio de 48a 72 horas. 
 
* A área da incisão pode ser protegida com pomada antisséptica (Hipoglós) que 
vai auxiliar no controle microbiano e na fácil remoção do dreno e de gaze 
protetora. 
 
CURATIVO: 
*Pomada antisséptica ao redor das bordas da ferida; 
*Com gaze para cobrir area; 
*Trocar curativo a cada 24 horas. 
 
CUIDADOSADICIONAIS: 
*Compressa morna na região do curativo; 
*Instruções de como trocar o curativo; 
*Retorno de 3 a 7 dias. 
 
TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA 
*Analgésico /Antiinflamatório 
- Ibuprofeno 600 mg de 6/6 horas 
 
*Antibiótico 
- 1° escolha: Amoxilina 500mg com ácido clavulânico 125 mg de 8/8 horas 
- 2° escolha: Clindamicina 300mg de 6/6 horas 
 
 
 
DICA Na anestesia, somente o bisel da agulha deve ser introduzido, 
conforme vai injetando o líquido, nota-se o início da esquemia. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=aceB8UyTSjQ&feature=youtu.be
https://www.youtube.com/watch?v=bZDEIIA_iYk&feature=youtu.be
 
63 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VIAS DE DISSEMINAÇÃO DO ABSCESSO 
Quando não tratado adequadamente, a infecção odontogênica pode ser 
responsável pela disseminação de bactérias para os espaços fasciais. A difusão do 
exsudato purulento para os espaços fasciais da cabeça e do pescoço é definido 
pelo término radicular e sua relação com a cortical e sua inserção muscular (ver a 
tabela 1). 
 
 
DICA Quando a disseminação da infecção causa trismo são 
acrescentados os seguintes cuidados: 
Compressas mornas por 20 min a 1 hora. 
Uso de relaxante muscular (Diazepam ou outro benzodiazepínico). 
Uso de goma de mascar sem açúcar (ATM). 
 Vídeo 1 - Drenagem extra oral Vídeo 2 – Colocação do dreno extra oral 
 
https://www.youtube.com/watch?v=aceB8UyTSjQ&feature=youtu.be https://www.youtube.com/watch?v=bZDEIIA_iYk&feature=youtu.be 
https://www.youtube.com/watch?v=aceB8UyTSjQ&feature=youtu.be
https://www.youtube.com/watch?v=aceB8UyTSjQ&feature=youtu.be
https://www.youtube.com/watch?v=bZDEIIA_iYk&feature=youtu.be
https://www.youtube.com/watch?v=bZDEIIA_iYk&feature=youtu.be
 
64 
 
Dente Envolvido Cortical Via de disseminação 
Dentes Inferiores Vestibular Fundo de vestíbulo mandibular, se o 
ápice do dente estiver acima do 
músculo bucinador (dentes posteriores) 
ou mentoniano (dentes anteriores). 
Dentes Anteriores Inferior Vestibular 
Lingual 
Espaço mentoniano, se o ápice dodente 
estiver abaixo da inserção do músculo 
mentoniano. 
Espaço submentoniano, se o ápice 
dentário estiver abaixo da inserção do 
músculo milo-hioideo. 
 
Dentes Posteriores Inferiores 
Lingual Espaço submandibular, se o ápice do 
dente estiver localizado abaixo da 
inserção do músculo milo-hioideo. Se 
envolver os espaços submentoniano, 
sublingual e submandibular será 
chamado de Angina de Ludwig. 
Segundo e terceiros molares também 
podem drenar para o espaço 
pterigomandibular. 
Dentes Posteriores 
Superiores 
Vestibular Fundo de vestíbulo, se o ápice dentário 
estiver abaixo da inserção do musculo 
bucinador. 
Dentes Superiores Palatina Palato 
Incisivo Central Superior Vestibular Base do lábio superior, se o ápice do 
dente estiver localizado acima da 
inserção do musculo orbicular da boca. 
Canino e o Primeiro Molar 
Superior 
Vestibular Espaço infraorbitário ou canino, se o 
ápice do dente estiver localizado acima 
da inserção do musculo levantador do 
ângulo da boca. 
Tabela 1 – Via de disseminação do abscesso agudo levando em consideração o dente e a cortical envolvida 
 
 
65 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fique Atento 
Após se instalar a Angina de Ludwig, a celulite pode 
ainda avançar para os espaços faríngeo e cervical, 
causando obstrução das vias áreas e levar a morte. 
Assista ao vídeo 
 Abscesso Perirradicular Evoluído 
Acesse QR CODE 
 
66 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma paciente VGS, 44 anos, casada, melanoderma, dona lar, portadora de síndrome 
de cushing, buscou atendimento de urgência na Clínica Escola da Facimp Wyden. Na 
anamnese, a paciente relatou sentir dor no dente 22. No exame físico intraoral a 
acadêmica observou presença de um abscesso na mucosa referente àregião apical do 
dente 22, além de cárie extensa na palatina do dente em questão. Ao exame 
radiográfico observou no dente 22 extensa lesão de cárie com envolvimento pulpar, e 
grande reabsorção óssea na região apical. 
No teste de percussão vertical e horizontal houve exacerbação da dor principalmente 
no dente 22, no teste de vitalidade pulpar térmico pelo frio resultou em ausência de 
estímulo no dente 22 e presença de estímulo no dente 21. Abaixo uma demonstração 
do protocolo do tratamento de urgência no referido caso. 
 
Figura 2. Exame clínico intraoral com presença de edema e ponto de flutuação / Exame radiográfico 
apresentando cárie extensa e reabsorção óssea. 
 
 
 
67 
 
 
1- LOPES, H. SIQUEIRA JR, JF. Endodontia: biologia e técnica. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. 
 
2- ESTRELA & FIGUEIREDO. Endodontia: Princípios Biológicos e Mecânicos. 1ª. ed. São Paulo. Ed. Artes 
Médicas. 1999. 819p.. 
 
3- COHEN, S. & HARGREAVES, K. M.Caminhos da Polpa. 9ª. ed. (Português), Ed. Elsevier Editora Ltda, Rio de Janeiro, 
2007. 1079p. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
68 
 
 
Diagnóstico Endodo[Digite uma citação do documento ou o resumo de um ponto interessante. Você pode 
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formatação da caixa de texto de citação.] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Patrícia Santos Oliveira 
 
 
Objetivos de aprendizagem 
- Transmitir informações sobre 
a dor após tratamento endodôntico 
em casos de urgência. 
 
 
 
 
Amanda Lima Andrade 
Ana Paula Silva Oliveira 
Lucca Manoel Rodrigues F. Soares 
 Thalita Sousa Ramos 
 
Entre as atribuições do Cirurgião Dentista (CD) 
uma das mais nobres e significativas refere-se ao 
alívio da dor do paciente. A dor de origem pulpar 
ou perirradicular corresponde a cerca de 90% dos 
casos de urgência em consultórios dentários, 
sendo que o CD deve aliviar imediatamente essa 
dor, podendo levar a uma intervenção de caráter 
endodôntico aliado à medicação. 
 
 
 
7 
 
69 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A dor se apresenta como uma experiência sensorial e emocional; como o medo, 
ansiedade e desconforto associado a um dano tecidual potencial real, causado por 
fibras nervosas altamente especializadas chamadas nociceptores. Desse modo antes 
de a resposta sensorial primária ao estímulo nocivo (isto é, potencial de ação) ser 
conduzida ao córtex cerebral para percepção, ela alcança o corno dorsal da medula. 
À vista disso, funcionando como uma inversão do potencial de membrana que 
percorre uma membrana de uma célula, os mesmos são essenciais porque 
transportam rapidamente, além de coordenar informações entre e dentro dos 
tecidos. Eles podem ser gerados por diversas células, mas são empregados mais 
intensamente pelo sistema nervoso, com intuito de comunicação entre neurônios e 
para transmitir informações dos neurônios para outro tecido do organismo. Isso 
ocorre devido à formação (da bomba de sódio e potássio). Os potenciais de ação são 
mensageiros essenciais para a linguagem neuronal. 
 
 
 
 
 
 
Figura 2- Mecanismo de ação dos anti-inflamatórios não esteroidais. 
 
70 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DICAS para indicar o retratamento endodôntico devemos avaliar: presença de fístula, 
dor a palpação, sensibilidade ao toque, dor espontânea, tratamento endodôntico 
inadequado com rarefação óssea, ausência de tratamento restaurador adequado. 
 
Retratamento endodôntico é sempre a primeira opção quando surge um fracasso 
de um tratamento prévio, envolve a remoção do material obturador antigo dos 
canais, nova desinfecção e conformação de todos os canais, identificação e 
conformação de todos os problemas encontrados no tratamento prévio e por fim 
novo preenchimento dos canais com material selador, trata-se geralmente de uma 
dificuldade, elevados estudos mostram que o insucesso endodôntico é decorrente 
de 03 fatores – técnica responsável pelo operador, patológico, pois há presença de 
microrganismos e sistêmico que são doenças que dificulta o processo de reparo 
tecidual. 
Há indicações basicamente quando um dente tem uma infecção ou inflamação, 
devemos remover o lado e preencher com material, com o objetivo de selar a 
entrada coronária para que tenha uma resposta favorável, o retratamento é um 
procedimento realizado em um dente que recebeu tentativa anterior de 
tratamento definitivo que resultou em uma condição que requer um novo 
tratamento endodôntico adicional para obtenção de resultados de sucesso. 
 Critério clínico 
Dor a percussão e/ou palpação, não é mais de origem pulpar, pois a polpa já foi 
removida, assim não necessita mais realizar os testes térmicos. 
A dor é de origem periapical, edema intra ou extraoral, fístula, perda da função 
mastigatória, aumento do volume do fundo de saco de vestíbulo. 
 
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Os AINES (anti-inflamatórios não esteroidais) e os analgésicos são as medicações 
mais utilizadas no tratamento da dor aguda e crônica decorrente de um processo 
inflamatório, que é caracterizado pelo extravasamento do plasma ocasionando 
edema e tumefação. Considerando que esse grupo de medicamentos deve ser 
empregado após fazer um balanço entre riscos e benefícios para o paciente. 
Sua ação decorre da inibição da síntese de prostaglandinas (PG), mediante inibição 
das enzimas ciclooxigenase1 (COX-1) e ciclooxigenase2 (COX-2), criando subgrupos 
de anti-inflamatórios seletivos e não seletivos para COX-2. O uso de AINEs acarreta 
também a inibição das “prostaglandinas benéficas”, que possui papel protetor do 
GI (gastrointestinal) promovendo desconforto gástrico, e por esse motivo não 
sendo tolerados por alguns indivíduos. No entanto a base fundamental para a 
terapêutica coadjuvanteao tratamento endodôntico é o correto diagnóstico da 
patologia presente. 
Há dois sítios de ação no qual os fármacos 
podem agir. Em primeiro instante, age 
perifericamente, diminuindo a produção de 
PG sensibilizando os mediadores químicos 
da inflamação e seus eventos vasculares. 
Sua segunda ação é central, menos 
caracterizada possivelmente na medula 
espinhal. As lesões inflamatórias aumentam 
a liberação de PG na medula, o que facilita a 
transmissão de dor através de neurônios. 
 
 
 
 
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Há atualmente uma grande preocupação quanto ao abuso terapêutico dos 
antibióticos, pois um dos motivos fundamentais para o incremento da resistência 
bacteriana é o emprego excessivo desses fármacos por parte de alguns 
profissionais da área da saúde. 
Relacionado ao papel dos antimicrobianos no tratamento das infecções, esses 
medicamentos devem ser considerados apenas com auxiliares na terapêutica, ou 
seja, através de seus mecanismos de defesa imunológica, ajudam a limitar o 
processo criando condições para que o hospedeiro possa eliminar os agentes 
causais de uma maneira rápida e eficaz. Além de que, os antibióticos podem ser 
empregados para uso profilático, onde não existe infecção, mas o risco para tal. 
É uma emergência que aponta a agudização podendo ser desencadeada entre as 
sessões de tratamento de canais radiculares e apresenta sinais de inflamação (dor, 
calor, rubor, edema e perda da função). A inflamação aguda nos tecidos 
perirradiculares é originada por alguns fatores, como microoganismos e seus 
produtos (causa principal); iatrogenia (instrumentação incompleta do canal, 
perfurações); hospedeiro. 
 
Protocolo clínico de atendimento de Urgência 
O tratamento dependerá da situação que o paciente se encontra no consultório 
odontológico, em caso de: 
- Obturação adequada: deve-se prescrever analgésico/anti-inflamatórios; 
- Obturação inadequada: iniciar o retratamento. Caso o CD não tenha tempo, deve-
se seguir o protocolo abaixo. 
- Radiografia inicial; 
- Anestesia tópica; 
 
73 
 
- Anestesia do nervo; 
- Abertura coronária e remoção do teto com a broca de ponta inativa; 
- Isolamento absoluto; 
- Esvaziamento e exploração; 
- Medicação intracanal; 
- Selamento provisório; 
- Realizar prescrição medicamentosa de analgésico; 
 
Protocolo clínico de Retratamento 
- Acesso coronário 
- Desobturação / Remoção do material obturador: 
 Técnicas: 
- Manual: Hedstroem 
- Manual e mecânica 
- Motores rotatórios Gattes e Largo 
 
 Solventes: 
- Eucaliptol: MUITO USADO. Menos efetivo que o clorofórmio (Exceto quando 
aquecido a 30°C); efeito antibacteriano e anti-inflamatório; não apresenta potencial 
cancerígeno; 
- Óleo de laranja: MUITO USADO. Desintegrar cimentos de óxido de zinco e 
eugenol; não é tóxico. 
- Reinstrumentação 
 Desobturação do conduto 
 Reinstrumentação completa 
 Limpeza e modelagem 
 
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- Obturação / selamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Dor pós-operatória 
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Caso Clínico 
Uma paciente T.F.B. 22 anos, solteiro, procurou o atendimento de urgência na clínica 
escola de Odontologia. Ao ser atendido pelo cirurgião dentista, relatou sentir dor no 
elemento 46 após a sessão do tratamento endodôntico. Ou seja após a sessão do 
preparo do canal radicular. (tratamento endodôntico de periodontite crônica). 
Apresentando como queixa principal “dor quando mastigava”. No exame radiográfico 
mostrou espessamento do ligamento periodontal, alargamento do forame apical, 
lesão radiolúcida e não apresentava material obturador. 
Conclusão do caso: 
 Ocorreu uma Flare-up, pois houve uma iatrogenia do CD durante a Odontometria. 
Após tal diagnóstico foi realizado anestesia tópica; anestesia do nervo alveolar 
inferior, bucal e lingual; abertura coronária; isolamento absolulto; remoção da 
medicação; recapitulação da odontometria pela técnica eletrônica (houve erro nesta 
etapa, o CRT estava além do limite foraminal); medicação intracanal; restauração 
provisória e prescrito nimesulida 200mg – 1 comp. Tomar 1 comprimido ao dia 
durante 3 dias 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 http://www.uricer.edu.br/site/pdfs/perspectiva/153_608.pdf 
 
 
http://www.uricer.edu.br/site/pdfs/perspectiva/153_608.pdf
 
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1- LOPES, H. SIQUEIRA JR, JF. Endodontia: biologia e técnica. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2015. 
 
2- RIBEIRO, Joana Filipa Monteiro. Urgências Endodônticas – Protocolo de Atuação. Mestrado em 
Odontologia Integrada, Universidade Fernando Pessoa, Porto – Portugal, 2015. 
3- ANJANEYULU, K; NIVEDHITHA, M. S. Influence of calcium hydroxide on the post-treatment pain in 
Endodontics: A systematic review. J Conserv Dent, n. 17, p. 200-207, 2014. 
4- L. Z. Palma; W. L. Centenaro; C. A. da Silva; et.al, Incidência de dor após conclusão de tratamento 
endodôntico em dentes permanentes em pacientes atendidos na clínica escola de odontologia da uri 
erechim, perspectiva, erechim. v. 41, n.153, p. 73-83, março/2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
78 
 
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Patrícia Santos Oliveira 
 
 
 
Embora as injúrias traumáticas ocorram em qualquer 
idade, a faixa etária mais comum em que elas afetam os 
dentes permanentes varia de 8 a 12 anos, principalmente 
como resultado de acidentes com bicicletas, skates, em 
playgrounds ou acidentes esportivos. O dente mais 
vulnerável é o incisivo central superior, que envolve 
aproximadamente 80% das injúrias dentárias, seguido 
pelo lateral superior e pelos incisivos centrais e laterais 
inferiores. 
As injúrias dentárias nunca são agradáveis tanto para o 
paciente como para o clínico. Um cenário comum 
durante a visita de urgência revela um paciente 
traumatizado ou o seu responsável estressado diante de 
um clínico assoberbado. Este é um dos desafios que os 
clínicos enfrentam para controlar a cena, acalmar os 
pacientes e os pais e levar o tempo necessário para 
conduzir uma avaliação qualitativa das injúrias do 
paciente. Sem esse controle pelo clínico, lesões 
importantes podem ser facilmente negligenciadas pela 
urgência do momento. 
 
 
 
 
 
Aristeu Gomes Neto 
 Ismael Henrique Sampaio Tavares 
Jackson França Vieira 
 Richardson Vieira Machado 
8 
Objetivos de aprendizagem 
- Transmitir informações sobre 
o traumatismo dentário e 
seu protocolo de atendimento 
 de urgência. 
 
 
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Quando, como e onde ocorreu o acidente são significativos. 
QUANDO o acidente ocorreu é o mais importante. Com o passar do tempo, 
começam a se formar coágulos sanguíneos, o ligamento periodontal resseca, a saliva 
contamina a ferida e tudo isso se torna um fator decisivo em relação à sequência de 
tratamento.
Compreender como o acidente ocorreu ajudará o clínico a localizar injúrias 
específicas. Um murro nos dentes anteriores pode causar fraturas da coroa, da raiz e 
do osso da região anterior e é menos provável de lesar regiões posteriores. 
 ONDE o trauma ocorreu torna-se significativo para o prognóstico. A necessidade de 
profilaxia para o tétano é influenciada pelo local do acidente. 
QUEIXA PRINCIPAL 
Com exceção de dor e sangramento, pode haver uma queixa específica que ajude no 
diagnóstico. Se a queixa for de que os dentes “não estão encaixando”, o clínico

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