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Seguros_Transportes 2019

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REALIZAÇÃO
ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS
SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA
DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO
ASSESSORIA TÉCNICA
RAPHAEL SAYDI MUSSI – 2019
RICARDO DE LIMA ARMOND – 2018
EDIÇÃO
PLANO B EDUCAÇÃO
DIAGRAMAÇÃO
ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS – GERÊNCIA DA ESCOLA VIRTUAL
PICTORAMA DESIGN
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola Nacional de Seguros
E73s Escola Nacional de Seguros. Diretoria de Ensino Técnico.
Seguros de transportes /Supervisão e coordenação metodológica da Diretoria de Ensino Técnico; 
Assessoria técnica de Raphael Saydi Mussi. – Rio de Janeiro: ENS, 2019.
157 p.; 28 cm
1. Seguro transportes. I. II. Título.
0017-1950 CDU 368(072)
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele, 
sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.
RIO DE JANEIRO
2019
A 
Escola Nacional de Seguros promove, desde 1971, diversas 
iniciativas no âmbito educacional, que contribuem para um 
mercado de seguros, previdência complementar, capitaliza-
ção e resseguro cada vez mais qualificado.
Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para 
profissionais que atuam nessa área, a Escola Nacional de Seguros 
oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e 
experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem 
sólida trajetória acadêmica.
A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para 
o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a 
competitividade é cada vez maior.
Seja bem-vindo à Escola Nacional de Seguros.
 SEGUROS DE TRANSPORTES SEGUROS DE TRANSPORTES
 1. ASPECTOS GERAIS DE 
 SEGUROS DE TRANSPORTES 10
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 11
DIVISÃO DA CARTEIRA DE SEGUROS DE TRANSPORTES 14
Seguros de Transportes 15
Seguros de Responsabilidade Civil do Transportador 15
CONTRATO DE SEGURO DE TRANSPORTES 16
INTERESSE SEGURÁVEL 17
CONTRATOS DE COMPRA E VENDA E INCOTERMS 18
Obrigatoriedade da Contratação do Seguro de Transportes de Bens 23
INSTRUMENTOS DE UM CONTRATO DE SEGUROS DE TRANSPORTES 24
Questionário 25
Proposta 25
Apólice 26
Averbação 27
Endosso 29
Fatura ou Conta Mensal 29
Certificado de Seguro 29
CONCEITOS UTILIZADOS EM SEGUROS DE TRANSPORTES 30
Limite Máximo de Garantia (LMG) 30
Prazo para Pagamento do Prêmio 31
Franquia e Participação Obrigatória do Segurado (POS) 31
Critérios de Taxação 32
Importância Segurada 33
SUMÁRIO
INTERATIVO
 SEGUROS DE TRANSPORTES SEGUROS DE TRANSPORTES
Moeda do Seguro 34
Vistoria 35
FIXANDO CONCEITOS 1 36
 2. CONDIÇÕES GERAIS E COBERTURAS 
 BÁSICAS DOS SEGUROS DE TRANSPORTES 40
CONDIÇÕES GERAIS 41
Prejuízos Não Indenizáveis 41
Bens e/ou Mercadorias Não Compreendidos no Seguro 41
Pagamento do Prêmio 43
Prazo do Seguro 43
Regulação e Liquidação de Sinistros 43
OUTROS SEGUROS 44
SUB-ROGAÇÃO DE DIREITOS 44
RESCISÃO E CANCELAMENTO 44
OBRIGAÇÕES DO SEGURADO 45
PERDA DE DIREITOS 47
COBERTURAS BÁSICAS 47
COBERTURA BÁSICA RESTRITA C 49
COBERTURA RESTRITA B 50
COBERTURA BÁSICA AMPLA A 51
PREJUÍZOS NÃO INDENIZÁVEIS (RISCOS NÃO COBERTOS) 51
RISCOS SUJEITOS À CONSULTA PRÉVIA E 
ESTIPULAÇÃO NA APÓLICE (COBERTURAS A, B E C) 53
Início e Fim dos Riscos (Coberturas Básicas A, B e C) 54
FIXANDO CONCEITOS 2 56
 SEGUROS DE TRANSPORTES SEGUROS DE TRANSPORTES
 3. COBERTURAS ADICIONAIS DOS 
 SEGUROS DE TRANSPORTES 60
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 61
COBERTURA ADICIONAL DE FRETE E/OU SEGURO 62
COBERTURA ADICIONAL DE DESPESAS 62
COBERTURAS ADICIONAIS DE TRIBUTOS (MERCADORIAS IMPORTADAS) 63
COBERTURA ADICIONAL DE LUCROS ESPERADOS 64
COBERTURA ADICIONAL PARA EMBARQUES AÉREOS SEM VALOR DECLARADO 65
COBERTURA ADICIONAL PARA CLASSIFICAÇÃO 
DE NAVIOS EM VIAGENS INTERNACIONAIS 65
COBERTURA ADICIONAL DE RISCOS DE GREVES 66
COBERTURA ADICIONAL DE RISCOS DE GUERRA 
PARA EMBARQUES AQUAVIÁRIOS E AÉREOS 67
FIXANDO CONCEITOS 3 68
 4. CLÁUSULAS ESPECÍFICAS DOS 
 SEGUROS DE TRANSPORTES 70
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 71
CLÁUSULA ESPECÍFICA PARA EMBARQUES AÉREOS SEM VALOR DECLARADO 71
CLÁUSULAS ESPECÍFICAS DE AVERBAÇÕES 72
Cláusula Específica para Averbação Provisória Única para os 
Seguros de Transportes de Importação 72
Cláusula Específica de Averbações para os Seguros de 
Transportes de Exportação e Transportes Nacionais 73
Cláusula Específica de Averbação Simplificada para os Seguros de Transportes Nacionais 73
CLÁUSULA ESPECÍFICA DE FRANQUIA PARA OS SEGUROS DE TRANSPORTES 
INTERNACIONAIS E NACIONAIS (EXCETO OPERAÇÕES ISOLADAS 
E TRANSPORTES TERRESTRES NACIONAIS) 74
 SEGUROS DE TRANSPORTES SEGUROS DE TRANSPORTES
CLÁUSULA ESPECÍFICA DE PARTICIPAÇÃO 
OBRIGATÓRIA DO SEGURADO (POS) PARA OS SEGUROS 
DE OPERAÇÕES ISOLADAS E TRANSPORTES TERRESTRES NACIONAIS 75
CLÁUSULA ESPECÍFICA DE DISPENSA DO DIREITO DE REGRESSO (DDR) 76
FIXANDO CONCEITOS 4 77
 5. SEGURO OBRIGATÓRIO DE RESPONSABILIDADE 
 CIVIL DO TRANSPORTADOR RODOVIÁRIO 
 DE CARGA (RCTR-C) 79
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 80
RISCOS COBERTOS 81
RISCOS NÃO COBERTOS 82
BENS OU MERCADORIAS NÃO COMPREENDIDOS NO SEGURO 84
COBERTURAS DE BENS OU MERCADORIAS SUJEITOS A CONDIÇÕES PRÓPRIAS 85
COMEÇO E FIM DOS RISCOS 85
APÓLICE DE RCTR-C 86
AVERBAÇÕES 86
Averbação Simples 86
IMPORTÂNCIA SEGURADA E LIMITE MÁXIMO DE GARANTIA 87
ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE 88
COBERTURAS ADICIONAIS DO SEGURO DE RCTR-C 89
Cobertura Adicional de Operações de Carga/Descarga/Içamento 89
Cobertura Adicional para Viagem Rodoviária com Percurso Complementar Fluvial 89
Cobertura Adicional para Extensão de Cobertura 
ao Valor dos Impostos Suspensos e/ou Benefícios Internos 90
Cobertura Adicional para o Transporte de Cargas Excepcionais/Especiais 90
CLÁUSULAS ESPECÍFICAS DO SEGURO OBRIGATÓRIO DE RCTR-C 90
CRITÉRIOS DE TAXAÇÃO 93
FRANQUIA E PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA DO SEGURADO 95
 SEGUROS DE TRANSPORTES SEGUROS DE TRANSPORTES
PRÊMIO 95
FIXANDO CONCEITOS 5 97
 6. SEGURO FACULTATIVO DE RESPONSABILIDADE 
 CIVIL DO TRANSPORTADOR RODOVIÁRIO POR 
 DESAPARECIMENTO DE CARGA (RCF-DC) 99
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 100
RISCOS COBERTOS 101
RISCOS NÃO COBERTOS 102
BENS NÃO COMPREENDIDOS NO SEGURO 102
COBERTURA DE BENS OU MERCADORIAS SUJEITOS A CONDIÇÕES PRÓPRIAS 103
COMEÇO E FIM DOS RISCOS 103
APÓLICE DE RCF-DC 104
IMPORTÂNCIA SEGURADA E LIMITE MÁXIMO DE GARANTIA 104
CRITÉRIOS DE TAXAÇÃO 105
PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA DO SEGURADO (POS) 106
AVERBAÇÕES 106
PRÊMIO 106
COBERTURAS ADICIONAIS DO SEGURO DE RCF-DC 107
Cobertura Adicional de Roubo no Depósito do Transportador 107
CLÁUSULAS ESPECÍFICAS DO SEGURO DE RCF-DC 107
FIXANDO CONCEITOS 6 110
 7. PROCESSOS DE SINISTROS 
 NOS SEGUROS DE TRANSPORTES 111
CONCEITO BÁSICO DE SINISTROS 112
APURAÇÃO DE DANOS 113
Tipos de Vistoria 114
REGULAÇÃO 116
Perda Total 116
Salvados 117
 SEGUROS DE TRANSPORTES SEGUROS DE TRANSPORTES
LIQUIDAÇÃO 117
FIXANDO CONCEITOS 7 120
 8. ASPECTOS DA COMERCIALIZAÇÃO 
 DOS SEGUROS DE TRANSPORTES 121
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 122
GERENCIAMENTO DE RISCO 123
Tipos de Gerenciamento de Riscos 124
Principais Mecanismos 124
Consulta a Cadastro de Motoristas e Proprietários de Veículos de Transportes Terrestres de 
Cargas 125
Rastreamento, Monitoramento e Roteirização 125
Escolta 126
FIXANDO CONCEITOS 8 128
 ESTUDOS DE CASO 129
 GLOSSÁRIO 131
 ANEXOS 136
Anexo 1 – Modelo de proposta de seguro de transportes 136
Anexo 2 – Modelo de apólice avulsa de seguro de transporte internacional 137
Anexo 3 – Modelo de apólice de seguro RCTR-C 141
Anexo 4 – Modelo de Averbação de Seguros de Transportes 145
Anexo 5 – Certificado de Seguro de Transportes 147
Anexo 6 – Coberturas básicas dos Seguros de Transportes 148
Anexo 7 – Coberturas adicionais dos Seguros de Transportes 149
Anexo 8 – Cláusulas específicas para Seguros de Transportes 150
Anexo 9 – Tarifa nacional – Terrestre (rodoviário/ferroviário) – Cobertura C 151
Anexo 10 – Modelo de questionáriopara análise de aceitação – RCTR-C e RCF-DC 152
 GABARITO 155
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 157
10
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
01
 ■ Identificar os ramos que 
compreendem a carteira 
de Seguros de Transportes.
 ■ Reconhecer o 
funcionamento de um 
contrato de Seguros de 
Transportes.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
 ■ Identificar os instrumentos 
de um contrato de Seguros 
de Transportes.
 ■ Compreender os conceitos 
utilizados nos Seguros de 
Transportes.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
DIVISÃO DA CARTEIRA DE 
SEGUROS DE TRANSPORTES
CONTRATO DE SEGURO 
DE TRANSPORTES
INTERESSE SEGURÁVEL
CONTRATOS DE COMPRA 
E VENDA E INCOTERMS
INSTRUMENTOS DE UM 
CONTRATO DE SEGUROS 
DE TRANSPORTES
CONCEITOS UTILIZADOS EM 
SEGUROS DE TRANSPORTES
FIXANDO CONCEITOS 1
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
ASPECTOS 
GERAIS de 
SEGUROS
de TRANSPORTES
11
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Por definição, o Seguro de Transportes é um contrato pelo qual a segura-
dora se obriga a indenizar o segurado quanto aos prejuízos decorrentes 
de danos materiais causados à carga durante o transporte. 
Antes de começarmos, que tal você dar uma olhada no esquema a seguir?
Ele vai te mostrar, de forma bem simplificada, um esquema global com 
os principais elementos de uma operação que, normalmente, precede e 
demanda um Seguro de Transportes.
FIGURA 1: PRINCIPAIS ELEMENTOS DE UMA OPERAÇÃO 
Necessidade e 
Obrigação de Seguro 
Seguro do Transportador (RC) 
COMPRA
VENDA OU
TRANSFERÊNCIA
CONTRATO DE 
COMPRA E VENDA
NOTA FISCAL OU 
DOCUMENTO EQUIVALENTE
Ato desencadeador 
da Operação
TRANSPORTE
Define as condições da Transação
Estabelece, entre outros, o 
INCOTERM a ser aplicado (ou
seja, quem tem responsabilidade 
por frete, seguro, entre outros) 
Definição do 
tipo de MODAL 
VEÍCULO PRÓPRIO
TRANSPORTADOR 
(PF/PJ)
Necessidade de Seguro
Seguro de Embarcador
Terceirização da 
etapa de transporte
CONTRATO DE TRANSPORTE/
CONHECIMENTO DE EMBARQUE
Fonte: os autores (2019).
12
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
A carteira de Transportes reúne todos os seguros que visam cobrir os 
riscos relacionados às viagens nacionais e internacionais, por quaisquer 
modais de transportes e também os Seguros de Responsabilidade Civil 
dos Transportadores de Carga.
Nesse material trataremos basicamente, dos dois principais ramos da 
carteira de transporte que se relacionam com as figuras do embarcador 
e transportador.
Já em relação aos Seguros de Responsabilidade Civil dos Transportado-
res, falaremos apenas sobre os seguros mais comercializados, que são:
 ■ Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviá-
rio de Cargas, comumente denominado pela sigla “RCTR-C”, de 
contratação obrigatória.
 ■ Seguro de Responsabilidade Civil Facultativo por Desapareci-
mento de Carga, conhecido como “RCF-DC”, destinado aos 
transportadores rodoviários de carga.
Modal
Modal é o tipo de transportes que será utilizado no transporte de cargas.
É importante que você perceba que uma operação pode envolver mais de um modal.
Os modais mais comuns são:
 ■ Aquaviário – Todos aqueles em que os meios de transportes se deslocam por água, 
podendo ser:
 » Marítimo (pelo mar);
 » Cabotagem (pelo mar ao longo da costa);
 » Fluvial (por rios navegáveis); e
 » Lacustre (por lagos/lagoas navegáveis).
 ■ Aéreo – Todos aqueles em que os meios de transportes se deslocam pelo ar.
Basicamente, estamos falando de aeronaves, devidamente regulamentadas pelos 
órgãos nacionais e internacionais de aviação.
 ■ Terrestres – Todos aqueles em que os meios de transportes se deslocam por terra, 
podendo ser:
 » Rodoviário; e
 » Ferroviário.
No Brasil, por razões de políticas de infraestrutura, o modal mais utilizado é o rodoviário.
13
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
Os ramos de seguro abrangidos por toda a carteira de transportes estão demonstra-
dos no esquema a seguir: 
FIGURA 2: RAMOS DE SEGUROS 
Importante
Diferença entre transporte multimodal e intermodal
O termo multimodal refere-se a um transporte combinado, ou seja, é a utilização de 
mais de um modo de transporte, com operações de transbordo realizadas por um único 
prestador de serviço, por meio de um documento único emitido pelo operador de trans-
porte multimodal (OTM). No processo de transporte multimodal que utiliza contêiner, a 
carga permanece no mesmo contêiner durante toda a viagem. Ou seja, nessa forma de 
transporte, não há manuseio da mercadoria durante a operação.
Já no processo intermodal, o transporte é feito por pelo menos dois meios diferentes e 
com a emissão de vários documentos de transporte. Ou seja, caracteriza-se pela emis-
são individual de documento de transporte para cada modal, bem como pela divisão de 
responsabilidade entre os transportadores.
Aquaviário
TRANSPORTES
Terrestre Aéreo Terrestre Aéreo Aquaviário Terrestre Aéreo
Responsabilidade 
Civil do Operador 
de Transporte 
Multimodal – 
Carga (RCOTM-C) 
Responsabilidade 
Civil do 
Transportador 
Ferroviário – 
Carga (RCTF-C) 
Responsabilidade 
Civil do 
Transportador 
Intermodal – 
Carga (RCTI-C)
Responsabilidade 
Civil do 
Transportador 
Rodoviário – Carga 
(RCTR-C)
Responsabilidade 
Civil do 
Transportador 
Rodoviário – Carga 
Viagem Internacional 
(RCTR-VI)
Responsabilidade 
Civil do 
Armador – 
Carga (RCA-C)
Responsabilidade 
Civil do 
 Transportador 
Aéreo – 
Carga (RCTA-C)
Responsabilidade 
Civil Facultativa por 
Desaparecimento 
de Carga (RCF-DC)
Transportes
Responsabilidade
do Transportador
InternacionaisNacionais
Exportação
Aquaviário
Importação
14
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
 DIVISÃO DA CARTEIRA DE 
 SEGUROS DE TRANSPORTES 
A carteira de Seguros de Transportes é dividida basicamente em duas 
partes: Seguro de Transportes e Seguro de Responsabilidade Civil do 
Transportador. 
A partir de agora, vamos falar separadamente de cada uma dessas partes 
porque entender a diferença entre uma e outra é fundamental para a com-
preensão desta disciplina. 
Basicamente, o Seguro de Transportes é contratado pelo próprio embar-
cador do bem ou da mercadoria, enquanto que o Seguro de Responsabi-
lidade Civil do Transportador é contratado pela empresa transportadora 
do bem ou mercadoria de propriedade de terceiros (embarcador, empresa 
de Logística), cuja contratação é específica e atende a necessidades dife-
rentes, conforme esclarecido pela Carta Circular nº 2/2015 da SUSEP, cuja 
leitura recomendamos.
Importante
Os Seguros de Transportes Internacionais referem-se às viagens realizadas do Brasil 
para o exterior (exportações) e do exterior para o Brasil (importações).
O tipo de Seguro de Transporte a ser contratado depende basicamente de três fatores:
 ■ Responsável pela Contratação
 » Embarcador,
 » Transportador.
 ■ Natureza da Operação
 » Nacional,
 » Internacional.
 ■ Modais Utilizados
 » Aquaviário,
 » Terrestre, e
 » Aéreo.
15
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
 — Seguros de Transportes
É o seguro contratado pelo embarcador, ou seja, pessoa física ou jurídica 
que possui interesse direto na mercadoria ou nos bens transportados. O 
embarcador é, em geral, o proprietário da carga, mas também pode ser 
uma empresa de logística deslocando um bem ou uma mercadoria de pro-
priedade de sua contratante.
Esse seguro tem por objetivo repor ao segurado os prejuízos causados aos 
seus bens e/ou mercadorias durante o processo de transporte, de acordo 
com a cobertura contratada e conforme o modal utilizado.
O segurado aqui é o embarcador.
O Seguro de Transportes pode ser:
Nacional
Para operações de transportes feitas exclusivamente dentro do 
território nacional. Ou seja, com origem e destino no Brasil.
Internacional
Para operações de transportes feitas com origem ou destino fora 
do território nacional.
As operações de transporte internacional, por sua vez, são subdivididas de 
acordo com sua origem:
Importação 
Quando a venda e transporteda mercadoria têm origem fora do 
território nacional e o destino é o Brasil.
Exportação 
Quando a venda e o transporte da mercadoria se originam no terri-
tório brasileiro, tendo como destino qualquer outro país.
 — Seguros de Responsabilidade 
Civil do Transportador
Esse tipo de seguro é contratado obrigatoriamente pelo transportador e 
cobre a responsabilidade pelo transporte da mercadoria de terceiro duran-
te o período de viagem.
Existe um tipo de seguro de responsabilidade do transportador que é 
facultativo, o RCF-DC, complementar ao RCTR-C. Mas não se preocupe, 
falaremos dele com detalhes mais adiante.
16
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
O segurado aqui é o transportador, mas o beneficiário do seguro é o 
embarcador, contratante do transporte ou seus consignatários.
Os Seguros de Responsabilidade Civil do Transportador são subdivididos 
de acordo com o modal de transporte utilizado (rodoviário, aéreo, ferroviá-
rio, aquaviário). 
O Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador mais comercializado 
no Brasil, o Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Carga, 
é conhecido por sua sigla RCTR-C e pertence ao modal Rodoviário. Falare-
mos sobre esse seguro mais à frente.
 CONTRATO DE SEGURO 
 DE TRANSPORTES 
O contrato de Seguros de Transportes surge, na maioria das vezes, em 
decorrência de dois outros tipos de contratos que o antecede:
Contrato de compra e venda
Documento que formaliza a transação comercial entre um ven-
dedor e um comprador, estabelecendo as obrigações entre as 
partes contratantes.
Conhecimento de Embarque
É uma espécie de recibo emitido em várias vias, que contém as 
características do bem ou mercadoria e o percurso do transporte 
e a confirmação da entrega daquele bem ou mercadoria ao trans-
portador pelo embarcador. 
Portanto, esse é o documento que faz prova da entrada da merca-
doria no meio de transporte, essencial para o seguro, e que será 
emitido de acordo com o modal escolhido.
A exceção à regra da existência de contrato anterior ao contrato 
de Seguro de Transporte ocorre quando, por exemplo, há simples 
transferência de mercadorias entre filiais de uma mesma empresa 
utilizando veículos próprios. Nesses casos, emite-se uma nota fis-
cal de simples remessa, inexistindo o conhecimento de embarque, 
já que não haverá a figura do transportador.
17
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
Importante 
 ■ Contrato de compra e venda: representado pela nota fiscal ou fatura comercial; e
 ■ Contrato de transporte de mercadorias: representado pelo conhecimento de 
embarque ou de frete ou de transporte.
 
 INTERESSE SEGURÁVEL 
Os Seguros de Transportes e de Responsabilidade Civil do Transportador 
se diferenciam pelo interesse segurável. 
No primeiro, o Seguro de Transportes, pode ser contratado por quem deti-
ver a propriedade ou posse direta sobre o bem ou a mercadoria transpor-
tada, pois, nessa hipótese, o segurado possui interesse em preservá-los 
contra os riscos inerentes à viagem, podendo ser:
 ■ o dono da mercadoria ou embarcador;
 ■ o credor hipotecário; ou
 ■ o agente logístico.
Portanto, os Seguros de Transportes nacionais e internacionais não 
podem, em nenhuma hipótese, ser contratados pelo transportador ou 
outro depositário, porque o Seguro de Transporte visa garantir o interes-
se da pessoa física ou jurídica que tem interesse segurável (propriedade, 
posse, entre outros) sobre a carga.
O Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador de Carga, por sua 
vez, não poderá ser contratado pelo embarcador da mercadoria, ape-
nas por empresas transportadoras devidamente legalizadas e habilitadas 
pelas normas em vigor.
O interesse segurável do embacador ou do transportador será definido 
pelo contrato que deu origem à necessidade de deslocamento do bem 
ou mercadoria, pois nele será determinada a responsabilidade das partes. 
Para que você entenda melhor, veja esse exemplo: o contrato de compra 
de um veículo importado determinará as obrigações do vendedor para o 
transporte desse bem, desde a fábrica até o local de destino final, poden-
do o comprador (proprietário) assumir parte da obrigação do transporte e 
pelo seguro desde a origem até o local final.
Credor hipotecário
É o agente financeiro que tem 
por garantia o bem/mercadoria 
objeto do transporte, podendo 
exigi-lo do devedor para 
saldar sua dívida.
18
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
Para finalizarmos esta seção, observe o esquema a seguir, que represen-
ta as relações que precedem o contrato de Seguros de Transportes e o 
de Responsabilidade Civil do Transportador:
FIGURA 3: RELAÇÕES QUE PRECEDEM OS CONTRATOS
:
OPERAÇÃO
DE COMPRA E VENDA DE TRANSPORTE
Contrato de compra e venda
nota fiscal ou outro
documento equivalente
Contrato de transporte 
Conhecimento de embarque ou 
outro documento equivalente
Seguro de transporte
Único embarque ou
vários embarques
Seguro de responsabilidade
civil do transportador
Vários embarques
Fonte: os autores (2019).
 CONTRATOS DE COMPRA E 
 VENDA E INCOTERMS 
Com o incremento do comércio global, houve a necessidade de padroni-
zação dos contratos de compra e venda. Nesses contratos estão definidas 
as responsabilidades pela contratação do Seguro de Transporte, sejam 
elas do vendedor ou do comprador da mercadoria. Essas cláusulas padrão 
são conhecidas pela sigla Incoterms.
Os Incoterms surgiram em 1936, quando a Câmara Internacional do Comér- 
cio – CCI –, com sede em Paris, interpretou e consolidou as diversas for- 
mas contratuais que vinham sendo utilizadas no comércio internacional.
Os Incoterms servem para definir, na estrutura de um contrato de compra 
e venda internacional, os direitos e obrigações recíprocos do exportador/
vendedor e do importador/comprador, estabelecendo um conjunto padrão 
de definições e determinando regras e práticas neutras, como onde o 
19
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
exportador deverá entregar a mercadoria, quem pagará o frete ou quem 
será o responsável pela contratação do seguro.
É válido lembrar que os costumes e as leis variam de acordo com 
cada país, por isso, a padronização das regras de comércio evita problemas de 
interpretação das partes contratantes quanto ao custo e risco das transações. 
Assim, é possível reconhecer a necessidade de padronizar previamente o 
entendimento do vendedor e do comprador quanto às tarefas necessárias 
para deslocamento da mercadoria, desde o local de origem até o local de 
destino (zona de consumo).
Esse deslocamento de mercadorias e bens pode ser resumidos pelos pas-
sos representados a seguir:
FIGURA 4: DESLOCAMENTO DE MERCADORIAS E BENS
 
1. Embalagem e marcação.
2. Carregamento.
3. Transporte interno (país do exportador).
4. Desembaraço aduaneiro na exportação (partida).
5. Movimentação em terminal (partida).
6. Seguro da viagem principal; transporte da viagem principal.
7. Movimentação em terminal (chegada).
8. Desembaraço aduaneiro na exportação (chegada); 
9. Transporte interno no destino.
10. Descarga no destino.
Fonte: os autores (2019).
Saiba mais
 Indicamos a leitura do livro 
Incoterms 2000. 
Elaboração: Câmara de 
Comércio Internacional, 
Edições Aduaneiras.
20
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
No ano 2000, foi realizada uma atualização dos Incoterms. Essa atualiza-
ção levou em consideração o crescimento das zonas de livre comércio, 
o aumento de comunicações eletrônicas em transações comerciais e as 
mudanças nas práticas relativas ao transporte de mercadorias, além de 
oferecer uma visão mais simples e mais clara dos 13 Incoterms, que são 
divididos em grupos, você pode observar no quadro a seguir.
QUADRO 1: ATUALIZAÇÃO DOS INCOTERMS 
Fonte: os autores (2019).
Neste material, iremos estudar apenas os cinco Incoterms mais utilizados 
no Brasil, procurando apresentar os níveis de responsabilidade de cada 
uma das partes envolvidas no contrato de compra e venda. São eles:
 ■ FAS (Free Alongside Ship).■ FOB (Free On Board).
 ■ CFR (Cost and Freight).
 ■ CIF (Cost, Insurance and Freight).
 ■ EX (Ex Works).
O quadro a seguir traz a síntese da distribuição das responsabilidades na 
relação entre comprador/importador e vendedor/exportador durante o 
deslocamento das mercadorias ou bens, desde a origem até o destino.
Observe que, para cada modalidade, há diferenças entre as responsabi-
GRUPO E (PARTIDA) EXW EX WORKS
Grupo F 
(Transporte principal 
não pago)
FCA 
FAS 
FOB
Free Carrier 
Free Alongside Ship 
Free on Bord
Grupo C 
(Transporte principal pago)
CFR 
CIF 
CPT 
CIP
Cost and Freight 
Cost, Insurance and Freight, 
Carriage Paid to 
Carriage and Insurance Paid to
Grupo D (Chegada) DAF 
DES 
DEQ 
DDU 
DDP
Delivered at Frontier 
Delivered Ex Ship 
Delivered Ex Quay 
Delivered Duty Unpaid 
Delivered Duty Paid
21
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
lidades do vendedor, sinalizadas com a cor cinza, e as responsabilidades do 
comprador, sinalizadas com a cor azul.
QUADRO 2: TABELA INCOTERMS 2010
CUSTOS EX FAS FOB CFR CIF
Embalagem e marcação
Carregamento
Transporte interno 
(país do exportador)
Desembaraçado aduaneiro 
na exportação (partida)
Movimentação em 
terminal (partida)
Seguro de viagem 
principal
Transporte de viagem 
principal
Movimentação em 
terminal (chegada)
Desembaraçado aduaneiro 
na exportação (entrada)
Transporte interno 
no destino
Descarga no destino
Modalidade de transporte Qualquer Marítimo Marítimo Marítimo Marítimo
Transferência de riscos: do 
vendedor para o comprador
No local de 
origem
Na costa 
do navio 
no cais do 
porto de 
embarque
Ao cruzar a murada do navio, no 
porto de embarque
Comprador Vendedor
Fonte: os autores (2019).
Preste atenção no resumo a seguir. Nele, você vai encontrar listadas as obriga-
ções assumidas pelas partes do contrato de compra e venda, de acordo com o 
Incoterms especificado.
22
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
A seguir, apresentamos o resumo das obrigações assumidas pelas par-
tes do contrato de compra e venda, de acordo com o Termo Internacio-
nal de Comércio espeficiado.
QUADRO 3: RESUMO DAS OBRIGAÇÕES DE CONTRATAR FRETE E SEGURO 
NOS PRINCIPAIS TIPOS DE CONTRATO DE COMPRA E VENDA
Você percebeu que, quando comparadas as responsabilidades atribuídas aos 
contratos acima descritos, a Cláusula Ex Works é aquela que impõe a menor 
quantidade de obrigações ao vendedor e maiores obrigações ao comprador? 
Por outro lado, a Cláusula CIF é o tipo que determina ao vendedor o maior 
número de obrigações em comparação ao contrato anteriormente citado.
Para que não fique nenhuma dúvida, dê uma olhada no exemplo a seguir.
Considere que um exportador brasileiro de soja do Centro-Oeste tem a 
intenção de vender sua produção agrícola para Shanghai, na China, esco-
ando-a via Porto de Santos. Nesse caso, o contrato internacional celebrado 
CONTRATO
PROVIDÊNCIAS DO 
VENDEDOR 
Exportador
PROVIDÊNCIAS DO 
COMPRADOR 
Importador
EXW 
(Ex Works)
Entregar a mercadoria ao 
comprador no seu estabe-
lecimento.
Contratar o seguro e o 
transporte (frete), a partir 
do estabelecimento do 
vendedor.
FAS 
(Free Alongside Ship)
Transporta internamente 
a carga e coloca à dispo- 
sição do comprador ao 
lado do navio no porto de 
embarque.
Contratar o transporte e o 
seguro principais, a partir 
do porto de embarque, 
inclusive a operação de 
embarque e arrumação da 
carga no navio.
FOB 
(Free on Board)
Contratar o transporte inter-
no e o seguro até o porto 
de embarque, inclusive a 
colocação da carga a bor-
do (dentro) do navio.
Contratar o transporte e o 
seguro, principais, do porto 
de embarque (com a carga 
já a bordo) até o local de 
destino.
CFR 
(Cost and Freight)
Contratar o transporte até 
o porto de destino final e 
o seguro até o embarque 
da carga, no porto de 
embarque.
Contratar o transporte do 
porto de destino até o 
local de destino final, e o 
seguro a partir do porto de 
em- barque, com a carga já 
embarcada.
CIF 
(Cost, Insurance and 
Freight)
Contratar o transporte e o 
seguro do início até o porto 
de destino final.
Contratar o transporte até o 
destino final.
Fonte: os autores (2019).
23
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
entre o vendedor/exportador brasileiro e o comprador/importador chinês 
prevê no Contrato a aplicação da Cláusula do tipo FOB (free on board). 
Nessa hipótese, a empresa brasileira ficará responsável por contratar o 
frete em território nacional (transporte interno) desde o local da produção, 
além do seguro, até o porto de embarque (Porto de Santos), inclusive a 
colocação da carga a bordo (dentro) do navio que fará o transporte de 
Santos (SP) até o porto de Shangai, na China.
Em contrapartida, na hipótese acima descrita, o importador deverá con-
tratar o transporte principal (do Brasil até a China), além do seguro desse 
trajeto, bem como do Porto de Shanghai até o local de destino.
Saiba mais
Apesar de as bases dos contratos de Incoterms serem gerais, algumas disposições es-
peciais incluídas pelas partes no contrato prevalecem sobre as regras do Incoterm. Por-
tanto, ainda que adotem determinado Incoterm, as partes contratantes podem estipular 
variações ou adições em relação a elas, atendendo às necessidades de seus negócios 
e às conveniências do momento.
 — Obrigatoriedade da Contratação 
do Seguro de Transportes de Bens
Seguro de Transporte Nacional
As pessoas jurídicas de direito público ou privado são obrigadas a segurar 
os bens e as mercadorias de sua propriedade contra os riscos de força 
maior e caso fortuito inerentes aos transportes rodoviários, ferroviários, 
aéreos e aquaviários. 
Essa obrigatoriedade encontra-se disposta no art. 12 do capítulo VI do 
Decreto nº 61.867/1967, combinado com o inciso III do art. 2o do Decreto 
85.266/1980.
Esta modalidade de seguro é regulamentada pela Circular SUSEP 354, 
de 2007.
Mesmo considerando que os conceitos de força maior e caso fortuito são 
excludentes de responsabilidade dos transportadores, podemos dizer, 
que no campo prático, a diferenciação é de pouca relevância. Assim, o 
manual adotou a seguinte definição:
Força maior/caso fortuito
Acontecimento inevitável, irresistível, imprevisto e independente 
da vontade humana. 
Vale a pena ler
na íntegra
Resolução no 21 do 
Conselho de Ministros 
da Câmara de Comércio 
Exterior, de 07 de abril de 
2011, é a que regulamenta 
os Incoterms no Brasil.
24
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
Exemplo: roubo com utilização de arma, tempestade, furacão, 
inundação, queda de raio, entre outros fenômenos da natureza.
Seguro de Responsabilidade 
Civil do Transportador
O art. 10, no capítulo IV do Decreto nº 61.867/1967, também estabelece que 
as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, que se incumbi-
rem do transporte de carga e mercadorias de terceiros, são obrigadas a con-
tratar Seguro de Responsabilidade Civil em garantia contra perdas e danos 
que sobrevenham às cargas que lhes tenham sido confiadas para transporte 
em território nacional, contra a emissão de conhecimento de embarque. 
Segundo o mesmo decreto, os transportadores são obrigados a segurar 
suas responsabilidades contra riscos que não se enquadrem como força 
maior ou de caso fortuito
.
Importante
Essas normas estão em vigor até hoje. Em 05 de janeiro de 2007, o art. 13 da Lei 11.442 
ratificou os dispositivos do Decreto nº 61.867/1967, mantendo a obrigatoriedade da 
contratação do seguro prevista no artigo 20 da Lei 73/1966.
Seguros de Importação e 
Seguros de Exportação
A contratação dessas modalidades de seguro não é obrigatória. O 
que vai determinar a necessidade de contratar o seguro para as mer- 
cadorias importadas ou exportadas será a modalidade do contrato de 
Compra e Venda praticado pelas partes envolvidas – Incoterms
Estas modalidades de seguro também são regulamentadas pela Cir- 
cular SUSEP nº 354/ 2007.INSTRUMENTOS DE 
 UM CONTRATO DE 
 SEGUROS DE TRANSPORTES 
Os documentos fundamentais para efetuar o contrato de Seguros de 
Saiba mais
Leia a Resolução CNSP 197, de 
16 de dezembro de 2008, que 
trata do tema contratação de 
seguro no exterior.
25
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
Transportes são o questionário, a proposta, a apólice, o endosso, a aver-
bação e a fatura ou conta mensal. Falaremos detalhadamente sobre cada 
um deles a seguir.
Também podemos acrescentar a essa lista o certificado de seguro, usado 
em Seguros de Transportes Internacionais – Exportações.
Quando falamos em instrumentos de contratação, estamos nos referindo 
aos documentos oficiais de uma seguradora que irão permitir que o con- 
trato de Seguros de Transportes exista.
 — Questionário
Um dos documentos mais utilizados para iniciar uma negociação de um 
Seguro de Transportes é o Questionário para Análise de Aceitação – 
Anexo 10.
O questionário é o documento que acompanha a proposta em que o segu-
rado responde a perguntas feitas pela seguradora sobre o risco. Cada 
seguradora tem o seu modelo, mas, de modo geral, as informações solici-
tadas são as mesmas.
O questionário contém todas as informações necessárias para a análise do 
risco e, ao solicitar a cotação à seguradora, ele é utilizado para acompa-
nhar a proposta de seguro. 
É a partir dos elementos desse questionário que a seguradora avalia as 
condições do risco, faz o enquadramento necessário e decide se irá ou 
não assumi-lo e qual o prêmio adequado aquela operação.
O preenchimento correto e completo do questionário, com informações pre-
cisas e claras sobre o risco, pode evitar que a seguradora venha a fazer 
outros questionamentos. Além disso, também permite que a cotação ou 
proposta a ser apresentada esteja adequada às necessidades do segurado.
Sendo assim, é importante que o segurado concorde em preencher o ques-
tionário. Se não for possível convencê-lo, o corretor poderá fazê-lo em seu 
lugar. No entanto, não se deve pensar que o questionário é obrigatório. Se 
todas as informações nele solicitadas forem enviadas por carta, fax ou e-mail, 
a seguradora se dará por satisfeita e apresentará a cotação normalmente. 
 — Proposta
A proposta (Anexo 1) é o documento que contém todas as informações 
acerca dos riscos propostos, inclusive as condições particulares, especiais 
e demais cláusulas do contrato de seguro. Normalmente, ela é emitida pela 
seguradora ou pelo corretor, mas sempre deve ser assinada pelo interes- 
sado em contratar o seguro e também pelo corretor.
26
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
A proposta precisa refletir fielmente tudo o que foi negociado com o segu-
rado, culminando na cotação que a seguradora lhe apresentou.
Ao assinar a proposta, o segurado concordará com tudo o que estiver ali 
descrito e, por esse motivo, é importante que ele se certifique de estar 
assinando a proposta que contém as condições negociadas.
Algumas seguradoras podem se recusar a apresentar uma proposta ou 
cotação por falta de informações ou informações imprecisas. Podem, ain-
da, elaborar uma proposta com condições que não condizem com o risco 
ou não atendam às necessidades do segurado.
A proposta do Seguro de Transportes não segue um modelo específico, 
pois cada seguradora adota um critério de elaboração.
Prazo de Aceitação da Proposta pela Seguradora
A seguradora dispõe de 7 (sete) dias corridos, nos casos de propostas para 
seguros de apólices avulsas e de 15 (quinze) dias corridos, nos demais 
seguros, contados a partir da data do recebimento da proposta, para recu- 
sar, por escrito, o risco que lhe foi proposto.
Entretanto, no caso de solicitação de documentos complementares, para 
análise e aceitação do risco, ou alteração proposta, o prazo de 15 dias 
ficará suspenso e voltará a correr a partir da data em que a documentação 
solicitada for entregue.
Atenção
A ausência de manifestação da seguradora, por escrito, com relação a esses prazos 
caracteriza a aceitação tácita (automática) do risco proposto. Ou seja, caracteriza a con-
tratação da proposta de seguro apresentada.
 — Apólice 
A apólice é um instrumento básico que formaliza a contratação de um 
seguro. É na apólice que são registradas as condições e taxas dos Seguros 
de Transportes e sua forma de operação
As apólices de Seguros de Transportes possuem uma página de capa, cha- 
mada frontispício, na qual estão dispostos: os dados do segurado, a identi-
ficação da sucursal ou filial da seguradora, além do ramo e do número da 
apólice. Quando a apólice for avulsa, constará, também, o prêmio do seguro.
27
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
Ao frontispício é anexada uma especificação de seguro, que é separada 
por itens (limite de responsabilidade, garantias/riscos cobertos, objeto do 
seguro). Também devem ser anexadas à apólice todas as cláusulas e con-
dições de cobertura que forem ratificadas em seu texto.
Nos Seguros de Transportes, são utilizados três tipos de apólices:
Apólice Avulsa
A apólice avulsa (Anexo 2) visa à cobertura de um único embarque, con-
templando toda a especificação da mercadoria segurada (marca, núme-
ro de série, espécie, quantidade, embalagem, valor, meio de transporte, 
locais de início e destino, cobertura, taxas, prêmio e importância segurada). 
A contratacão desta apólice é recomendada para empresas que não efetu-
am embarques com frequência. 
As apólices contêm as condições gerais, especiais e particulares aplicáveis 
ao embarque efetuado pelo segurado.
Apólice de Averbação ou Aberta
A apólice de averbação, ou aberta, é a forma mais utilizada e recomen-
dada para segurados que efetuam embarques com frequência ao longo 
da vigência, em datas incertas e imprevisíveis, com valores segurados 
variáveis e igualmente imprevisíveis. As apólices também contêm as con-
dições gerais, especiais e particulares que regem todos os embarques 
efetuados pelo segurado.
A especificação das mercadorias seguradas constará das averbações, que 
poderão ser emitidas pelo segurado em formulário impresso ou por meio 
eletrônico mediante acordo prévio com a seguradora.
Apólice Anual com Prêmio Fracionado 
(ou Apólice Ajustável)
A apólice anual com prêmio fracionado, ou simplesmente apólice ajus-
tável, é aquela destinada a cobrir diversos embarques, com prêmio fixo 
ou ajustável.
A importância segurada e o prêmio inicial serão calculados com base em esti-
mativa anual de embarques, fornecida pelo segurado. O prêmio nor- malmen-
te é cobrado em até 11 parcelas, a critério do segurador.
Em geral, o ajustamento do prêmio é feito ao final da vigência da apólice, ou 
em períodos menores, se assim for negociado, e tem base nos embarques 
efetivamente realizados pelo segurado, que se compromete a informá-los 
mensalmente à seguradora. 
Nessa apólice também poderá ser negociada a entrega, ao término da 
vigência, da relação dos embarques realizados.
28
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
 — Averbação
A averbação é o ato de o segurado informar à seguradora, por qualquer 
meio de comunicação acordado entre as partes, a realização dos seus 
embarques no caso de apólices abertas. 
Das averbações devem constar os principais dados sobre o embarque: 
data de saída, local de início e destino, identidade do veículo transportador, 
importância segurada, coberturas ou garantias pretendidas, tipo de merca-
doria, embalagem.
O mais importante a ser observado em relação às averbações são seus 
prazos de entrega. Isso porque não entregar a averbação dentro do prazo 
estabelecido nas condições do seguro pode acarretar perda do direito à 
indenização pelo segurado.
Nos Seguros de Transportes, geralmente, adota-se um dos seguintes tipos 
de averbação:
Simples
Deve ser entregue à seguradora antes do início do embarque. Reco-
mendada a segurados com reduzida frequência de embarques; 
Simplificada
Pode ser entregue à seguradora até o dia 15 do mês subsequente 
ao da realização ouda data de chegada das viagens, no caso de 
transportes de importação. Indicada para segurados que possuam 
considerável volume de embarques. 
A averbação simplificada é apresentada em forma de relação de 
embarques, contendo todas as informações relativas aos embar-
ques efetuados pelo segurado.
Nos Seguros de Transportes Nacionais são utilizadas averbações simples 
e/ou simplificadas.
Nos Seguros de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Car- 
ta (RCTR-C), são utilizadas apenas averbações simples, estando proibidas as 
averbações simplificadas, conforme Resolução CNSP 247/2011.
Todavia, nos Seguros de Transportes Internacionais, as averbações obede- 
cem as regras um pouco diferenciadas.
 ■ Nas importações são utilizadas averbações provisórias, definitivas 
e provisórias únicas.
 ■ Nos Seguros de Transporte Internacional de Exportação são uti-
lizadas averbações do tipo simples, e a utilização da averbação 
simplificada pode ser negociada.
Saiba mais
Veja um modelo de averbação 
utilizado nos Seguros de 
Transportes no Anexo 4.
29
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
A maioria das seguradoras criou sistemas informatizados para que o segurado 
proceda à comunicação de embarques por meio de averbações eletrônicas. 
Esses sistemas consistem no envio às seguradoras, pelos segurados, de infor-
mações sobre os embarques às seguradoras, por meio de coletor de dados 
ou redes de informática, inclusive pela Internet. A transmissão de arquivos 
também é utilizada, agilizando a comunicação dos embarques e, consequen-
temente, o trabalho operacional dos segurados e das seguradoras.
 — Endosso
É o documento emitido pela seguradora para complementar, prorrogar, 
cancelar ou realizar qualquer tipo de alteração no contrato de seguro em 
vigor. Uma vez emitido, o endosso passa a ser parte integrante e insepa-
rável da apólice.
 — Fatura ou Conta Mensal
É o documento emitido pela seguradora para cobrança do prêmio do seguro 
nas apólices por averbação. As faturas são emitidas mensalmente e compre- 
endem o somatório dos prêmios das averbações entregues à seguradora.
 — Certificado de Seguro
É utilizado nos Seguros de Exportação e tem a finalidade de comprovar, 
junto ao importador ou bancos financiadores, que o seguro foi contratado.
O certificado é quase uma averbação, pois dele deverão constar todos os 
dados sobre o embarque, como em uma averbação. Ele deve ser solicita-
do pelo segurado, sempre antes do início do risco.
O certificado de seguro (Anexo 5) é usado somente em Seguros de 
exportações e tem a finalidade de comprovar a contratação do segu-
ro, por parte do exportador, a contratação do seguro para bancos finan-
ciadores, compradores de mercadorias (importadores) ou terceiros com 
algum interesse nos bens.
Essa comprovação será necessária quando o contrato de compra e venda 
estabelecer que a contratação do seguro deve ser feita pelo vendedor 
(exportador), como nos contratos na modalidade CIF.
Importante
O certificado de seguro obedece a um modelo padronizado e é acompanhado de ins-
truções em português e inglês sobre como o recebedor das mercadorias deve proce-
der em caso de sinistro.
30
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
 CONCEITOS UTILIZADOS EM 
 SEGUROS DE TRANSPORTES 
Muitos conceitos e terminologias utilizados no Seguro de Transportes 
são comuns a outros tipos de seguros, mas alguns guardam certas parti-
cularidades. Veja a seguir a definição de limite máximo de garantia (LMG), 
prazo para pagamento do prêmio, franquia e participação obrigatória do 
segurado (POS), critérios de taxação, importância segurada, moeda do 
seguro e vistoria.
 — Limite Máximo de Garantia (LMG)
Entende-se por limite máximo de garantia (LMG) de uma apólice o valor 
máximo para a qual a seguradora garante cobertura, por viagem, em 
um mesmo meio de transporte ou por acúmulo de bens ou mercadorias, 
decorrentes de uma ou mais viagens, ainda que tal acúmulo não seja do 
conhecimento do segurado.
Importante
Entende-se por Limite Máximo de Garantia (LMG) – previsto na apólice. O LMG corres-
ponde ao limite de responsabilidade da apólice em cada embarque/veículo/viagem ou 
por acúmulo em qualquer local coberto pela apólice.
Saiba mais:
Além do LMG, temos ainda o LMI e o IS. Veja o que significa cada uma dessas siglas:
Limite Máximo de Garantia (LMG): valor máximo garantido pela seguradora em um mes-
mo embarque/veículo/viagem ou por acúmulo em qualquer local coberto na apólice.
Limite Máximo de Indenização (LMI): é um valor estipulado na apólice em que, na 
hipótese de a soma das indenizações pagas atingir tal limite, a apólice será automatica-
mente cancelada.
Importância Segurada (IS): é o valor averbado pelo segurado, em conformidade com os 
conhecimentos de embarques rodoviários emitidos pelo segurado ou outro documento 
da mesma importância e conteúdo, entregues no modo de averbações à seguradora.
31
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
Importante
A aceitação de eventuais embarques de valor superior ao LMG constante na apólice 
dependerá de concordância da seguradora, prévia e expressa, que deverá ser consul-
tada, por escrito, pelo menos três dias úteis antes do início da viagem ou do acúmulo.
Muitas vezes, as ampliações que são feitas por endosso referem-se apenas a deter-
minados embarques e acabam sendo chamadas de embarques esporádicos. Após a 
conclusão da viagem, a apólice retorna automaticamente aos limites anteriores.
 — Prazo para Pagamento do Prêmio
O prêmio do seguro deve ser pago até o 30º (trigésimo) dia após a emis-
são da fatura ou nota de seguro, exceto para as apólices avulsas, cujo 
prêmio deve ser pago à vista e antes do início do risco.
 — Franquia e Participação 
Obrigatória do Segurado (POS)
Em algumas modalidades são aplicadas franquias, já em outras modalida-
des são utilizadas participações obrigatórias dos segurados (POS).
Vale esclarecer que a franquia à qual estamos nos referindo corresponde 
ao valor inicial fixado no contrato, cuja responsabilidade é do segurado e 
está associada à perda parcial. Já a POS é o percentual fixado sobre even-
tual sinistro, podendo ou não ser associado a um valor mínimo.
Em relação à POS nos Seguros de Transportes Nacionais, temos uma situ-
ação diferente para cada tipo de viagem:
Viagens terrestres
Geralmente não se aplicam franquias, exceto quando previamen-
te negociadas com o segurado. Atualmente, o mais praticado é 
a aplicação de POS (Participação Obrigatória do Segurado), em 
especial quando o risco proposto envolver mercadorias conside-
radas de alta atratividade para o roubo, como:
 ■ Autopeças;
 ■ Aparelhos celulares, partes e acessórios;
 ■ Bebidas;
 ■ Brinquedos;
 ■ Calçados;
 ■ Charque e carnes in natura;
32
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
 ■ Confecções e tecidos;
 ■ Couro beneficiário;
 ■ Eletrodomésticos/eletrônicos;
 ■ Leite em pó ou condensado;
 ■ Medicamentos;
 ■ Óleos comestíveis;
 ■ Óleos lubrificantes;
 ■ Pneus e câmaras de ar; e
 ■ Tintas.
Essa relação de mercadorias pode variar entre as seguradoras, 
que, de modo geral, possuem um número muito maior de merca-
dorias postas sob sua cobertura.
Viagens aquaviárias
São utilizadas franquias dedutíveis, aplicáveis ao valor do embarque, 
que variam de 1% a 3% em função da mercadoria e da embalagem.
Viagens aéreas
Não são aplicadas franquias nem POS, exceto quando negociado 
com o segurado.
Já nos Seguros de Transportes Internacionais, temos:
Importação
Para as viagens terrestres, aquaviárias e aéreas são utilizadas 
franquias dedutíveis, aplicáveis ao valor total do embarque e que 
variam de 1% a 3% em função da mercadoria e da embalagem.
Exportação
Usualmente, não são aplicadas franquias ou POS, exceto nos casos 
preestabelecidos entre seguradora e segurado.
 — Critérios de Taxação
Com o fim do monopólio do resseguro, as seguradoras passaram a poder 
firmar contratos com o ressegurador de sua preferência, o que trouxe para 
elasuma liberdade tarifária, ou seja, a possibilidade de adotarem critérios 
próprios para taxar um risco de transporte.
Comentário
Nos Seguros de Exportação, 
não são utilizadas franquias, 
pois, em geral, os beneficiários 
são compradores no exterior 
e dificilmente aceitam a 
aplicação de franquias que 
acabam por ser deduzidas de 
suas indenizações, em caso de 
verificação do risco.
33
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
 — Importância Segurada
A importância segurada, estipulada pelo segurado, deve corresponder 
ao valor real do objeto segurado (custo) constante da nota fiscal, fatura 
ou outro documento hábil, mas não implica reconhecimento, por parte da 
seguradora, de prévia determinação de seu valor real.
A definição da importância segurada nos Seguros de Transportes apresen- 
ta algumas peculiaridades. Ao valor da nota fiscal podem ser adicionadas 
outras verbas seguráveis, mediante a contratação de coberturas adicio-
nais, que são:
 ■ Frete e/ou seguro.
 ■ Despesas.
 ■ Lucros esperados.
 ■ Tributos (impostos, taxas e contribuições).
Os valores relativos às verbas seguráveis deverão ser separadamente dis-
criminados na apólice ou averbação.
Exemplo
Vejamos como seria um seguro em que o contratante optasse por todas as 
coberturas adicionais:
Custo (nota fiscal) R$ 90.000,00
Frete R$ 10.000,00
Despesas R$ 10.000,00
Lucros Esperados R$ 11.000,00
Tributos R$ 1.000,00
Importância segurada total R$ 122.000,00
34
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
Importante
O exemplo mostrado anteriormente é mais comum de se observar em Seguros de 
Transportes Internacionais de Importação, pois, para haver inclusão das coberturas de 
Lucros Esperados e Tributos nos Seguros de Exportação, é necessária a solicitação 
expressa do importador.
Nos Seguros de Transportes Nacionais também não é muito comum a contratação des-
tas coberturas adicionais, uma vez que, ao emitir a nota fiscal, o vendedor já considerou 
o seu lucro, bem como os impostos incidentes sobre o produto.
Na hipótese de contratação do seguro com importância segurada inferior ao valor real 
do objeto segurado (averbação com valor a menor), será aplicado rateio, e o segura-
do, para todos os fins e efeitos, será considerado segurador da diferença e participará 
proporcionalmente dos prejuízos verificados.
Se, por ocasião de um sinistro, a seguradora detectar que houve exagero na impor-
tância segurada (averbação com valor a menos), poderá reduzi-la (IS) ao valor real do 
objeto segurado, sem a devolução de prêmio.
 — Moeda do Seguro
Os Seguros de Transportes Nacionais, seja qual for o modal de transpor-
te, e os Seguros de Responsabilidade Civil dos Transportadores deve-
rão ser sempre contratados em moeda corrente, ou seja, em reais.
A importância segurada é informada em reais, e os prêmios, pagos na mes-
ma moeda. Eventuais indenizações decorrentes de sinistros também serão 
liquidadas da mesma forma.
Seguro de Importação
O Seguro de Importação, por envolver relações comerciais com outros 
países, permite ao segurado optar por duas formas para contratar a sua 
apólice: em moeda nacional ou moeda estrangeira. Veja a diferença entre 
essas duas formas a seguir.
Em moeda nacional
Nesta opção, ocorre a conversão dos valores que se encontram em 
moeda estrangeira nos documentos de compra e venda, bem como no 
conhecimento de transporte. A conversão é realizada considerando-se 
a paridade do câmbio vigente na data de saída do meio de transporte.
35
UNIDADE 1
 SEGUROS DE TRANSPORTES
Toda e qualquer indenização será sempre paga ao segurado/ 
beneficiário, no Brasil, em moeda corrente. Caso haja necessidade 
de se fazer uma substituição do bem avariado, todos os custos 
para transferência do numerário para o exterior correrão por conta 
do importador.
Nessa modalidade, não existe cobrança do IOF.
Em moeda estrangeira
Nessa opção, o segurado tem o direito de declarar a importância 
segurada na moeda estrangeira original (exemplo: dólar, euro, libra).
Nessa modalidade não existe cobrança do IOF.
A cobrança do prêmio e a liquidação de sinistros em moeda estran-
geira estarão subordinadas às normas estabelecidas pelo Banco 
Central, por meio da Circular nº 3.691/2013, que permite às segu-
radoras a manutenção de contas em moeda estrangeira, conforme 
previsto no art. 187 do normativo.
Atenção
O pagamento do prêmio do seguro em moeda estrangeira obedecerá ao previsto no 
art. 118, inciso I da Circular 3.691 do BACEN.
“O prêmio e a indenização relativos ao contrato de seguro celebrado em moeda 
estrangeira, inclusive de crédito a exportação, são pagos por transferência ban-
cária, em moeda estrangeira, com utilização de recursos disponíveis no exterior 
ou mediante celebração e liquidação de contrato de câmbio, efetivando- se a 
entrega da moeda estrangeira para crédito na conta da empresa seguradora.”
 — Vistoria
Nos Seguros de Transportes, não são realizadas vistorias prévias, pois seria 
inviável devido à grande movimentação de cargas que é realizada diariamente.
A vistoria só é realizada em caso de sinistros para apuração dos danos, 
conforme veremos adiante.
36
FIXANDO CONCEITOS
 SEGUROS DE TRANSPORTES
 FIXANDO CONCEITOS 1 
Marque a alternativa correta:
1. Entende-se por viagens de “cabotagem” aquelas realizadas:
(a) Por caminhões em rodovias e/ou ferrovias.
(b) Entre os aeroportos brasileiros.
(c) Em rios e lagos navegáveis.
(d) Pelo mar ao longo da costa.
(e) Em viagens internacionais marítimas.
2. Um dos documentos que representam o contrato de compra e venda 
é o (a):
(a) Nota fiscal. (d) Conta mensal.
(b) Conhecimento de embarque. (e) Averbação simplificada.
(c) Apólice avulsa.
3. Considerando-se o interesse segurável, os Seguros de Transportes 
Nacionais e Internacionais não podem ser contratados pelo:
(a) Embarcador da carga a ser transportada.
(b) Agente logístico.
(c) Administrador do crédito da carga a ser transportada.
(d) Transportador da carga.
(e) Proprietário da carga transportada.
4. O contrato que define a responsabilidade pela contratação dos Segu-
ros de Transportes é o contrato de:
(a) Comodato. (d) Compra e venda.
(b) Transporte. (e) Risco.
(c) Aluguel.
5. O contrato de compra e venda que estabelece para o vendedor da mer-
cadoria a responsabilidade da contratação do seguro e do frete até o porto 
de destino final da mercadoria é denominado:
(a) EXW – Ex Works. (d) CFR – Cost and Freight.
(b) FAS – Free Alongside Ship. (e) CIF – Cost, Insurance and Freight.
(c) FOB – Free on Board.
37
FIXANDO CONCEITOS
 SEGUROS DE TRANSPORTES
Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta
6. Analise as proposições a seguir, considerando as disposições vigentes 
sobre a obrigatoriedade da contratação dos Seguros de Transportes:
I) A legislação brasileira obriga o embarcador nacional a segurar todas 
as suas mercadorias em operação de transporte contra os riscos de 
caso fortuito e força maior.
II) O transportador é obrigado a contratar seguro de todas as cargas 
transportadas contra todos os riscos, inclusive os decorrentes de 
casos fortuitos e de força maior.
III) A SUSEP obriga o importador a contratar os Seguros de Transportes 
de todas as mercadorias e bens importados.
IV) O Seguro de Transportes para mercadorias exportadas é obrigatório 
somente para as pessoas jurídicas.
Agora assinale a alternativa correta:
(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente II e III são proposições verdadeiras.
(c) Somente III e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, II e III são proposições verdadeiras.
(e) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.
Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta
7. Em relação à comercialização dos Seguros de Transportes, é correto 
afirmar que:
I) As seguradoras costumam adotar um questionário para análise de 
aceitação de risco, que poderá ser substituído por outro documento 
equivalente, desde queo segurado, ou seu corretor de seguros, 
responda a todos os quesitos propostos pela seguradora.
II) É muito importante que o segurado leia criteriosamente a proposta 
que irá assinar, pois, ao fazê-lo, estará concordando com tudo o que 
estiver escrito nela.
III) O certificado de seguro é geralmente adotado em todos os tipos de 
Seguro de Transportes e deve ser solicitado à seguradora após o 
início da viagem segurada.
IV) As seguradoras analisam os resultados dos segurados consideran- 
do um período mínimo de seis meses.
38
FIXANDO CONCEITOS
 SEGUROS DE TRANSPORTES
Agora assinale a alternativa correta:
(a) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(b) Somente II e III são proposições verdadeiras.
(c) Somente III e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, II e IV são proposições verdadeiras.
(e) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.
8. Analise as proposições a seguir, considerando os instrumentos adota-
dos nos contratos de Seguros de Transportes:
I) A apólice avulsa é emitida para segurados que possuem grandes 
volumes de embarques.
II) O certificado de Seguros de Transportes é obrigatório nos Seguros 
de Importação.
III) A averbação simplificada nos Seguros de Transportes Nacionais 
deve ser entregue pelo segurado à seguradora até o dia 15 do mês 
subsequente ao da realização das viagens seguradas.
IV) Nos Seguros de Transportes Internacionais de Importação são uti-
lizadas averbações denominadas provisórias, definitivas e provisó-
rias únicas.
Agora assinale a alternativa correta:
(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(c) Somente III e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, II e III são proposições verdadeiras.
(e) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.
9. No que se refere à franquia e POS nos Seguros de Transportes, é cor-
reto afirmar que:
I) Nos Seguros de Exportação, geralmente, não são aplicadas franquias 
nem POS, exceto nos casos acordados previamente entre segurado 
e segurador.
II) A cobertura para roubo oriundo de assalto à mão armada nos Segu-
ros de Transportes Terrestres rodoviários é concedida com a fixação 
de uma franquia única de R$ 15.000,00.
III) Não se aplica franquia nem POS nos Seguros de Transportes Nacio-
nais Aéreos.
39
FIXANDO CONCEITOS
 SEGUROS DE TRANSPORTES
Agora assinale a alternativa correta:
(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(d) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(e) Somente II e III são proposições verdadeiras.
Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois marque 
a alternativa correta
10. No que se refere à importância segurada e à moeda do seguro, nos 
Seguros de Transportes, as disposições vigentes estabelecem que:
( ) A importância segurada nos Seguros de Transportes deve corres-
ponder ao valor real do objeto segurado, constante do contrato de 
compra e venda.
( ) A inclusão de verbas específicas para garantir o frete, eventuais des- 
pesas, o lucro esperado e tributos (impostos, taxas e contribuições) 
deve ser feita através da contratação de coberturas adicionais.
( ) Os Seguros de Transportes, Nacional ou Internacional, podem ser 
contratados tanto em moeda nacional quanto em moeda estrangei-
ra, qualquer que seja o modal de transporte.
( ) Nos Seguros de Importação contratados em moeda nacional não 
existe a cobrança de IOF.
Assinale a alternativa correta:
(a) V, V, V, F.
(b) V, V, F, V.
(c) V, F, F, V.
(d) F, V, V, F.
(e) F, F, V, V.
Marque a alternativa correta
11. De acordo com a Circular 3.691/2013 do Banco Central, nos seguros con-
tratados em moeda estrangeira, o pagamento do prêmio poderá ser feito:
(a) Com os recursos de que o segurado dispuser no exterior.
(b) Em reais e por meio da rede bancária.
(c) Na moeda do seguro e nominal à SUSEP.
(d) Em dólares norte-americanos e nominal ao ressegurador.
(e) Na mesma moeda da importância segurada e nominal ao ressegurador.
40
UNIDADE 2
 SEGUROS DE TRANSPORTES
02
 ■ Conhecer as principais 
cláusulas das condições 
gerais dos Seguros de 
Transportes.
 ■ Compreender o 
funcionamento e a 
aplicabilidade das 
principais coberturas 
básicas dos Seguros de 
Transportes.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
 ■ Identificar a melhor 
cobertura a ser oferecida 
ao segurado de acordo 
com o risco.
CONDIÇÕES GERAIS
OUTROS SEGUROS
SUB-ROGAÇÃO DE DIREITOS
RESCISÃO E CANCELAMENTO
OBRIGAÇÕES DO SEGURADO
PERDA DE DIREITOS
COBERTURAS BÁSICAS
COBERTURA BÁSICA 
RESTRITA C
COBERTURA 
RESTRITA B
COBERTURA 
BÁSICA AMPLA A
PREJUÍZOS 
NÃO INDENIZÁVEIS 
(RISCOS NÃO COBERTOS)
RISCOS SUJEITOS À 
CONSULTA PRÉVIA E 
ESTIPULAÇÃO NA APÓLICE 
(COBERTURAS A, B E C)
FIXANDO CONCEITOS 2
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
CONDIÇÕES 
GERAIS e 
COBERTURAS 
BÁSICAS dos
SEGUROS de TRANSPORTES
41
UNIDADE 2
 SEGUROS DE TRANSPORTES
 CONDIÇÕES GERAIS 
As condições gerais possuem cláusulas que regulamentam os direitos e as 
obrigações do segurado e da seguradora.
Uma única condição geral aplica-se aos Seguros de Transportes nacionais 
e internacionais, independentemente da modalidade de transporte (terres-
tre, aérea ou aquaviária).
 — Prejuízos Não Indenizáveis
Para fins desse seguro, consideram-se prejuízos não indenizáveis aqueles 
expressamente convencionados nas condições especiais, que fazem par-
te integrante e inseparável desta apólice, bem como:
a) Medidas sanitárias, desinfecções ou fumigações, invernada, 
quarentena, demora, estadia e sobrestadia em porto, imprópria 
preparação do navio para o carregamento, flutuações de preço e 
perda de mercado.
b) Atos decorrentes de riscos políticos, de crédito e de garantia 
financeira.
 — Bens e/ou Mercadorias Não 
Compreendidos no Seguro
Este item estabelece que não podem ser segurados em Transportes os 
seguintes bens e/ou mercadorias:
 ■ Qualquer bem, quando compreender outros riscos além dos exclu-
sivamente de Transporte.
Vale a pena ler
na íntegra
Circular SUSEP nº 354/2007, 
que disponibiliza no sítio da 
SUSEP as condições contratuais 
do plano padronizado para o 
Seguro de Transportes
42
UNIDADE 2
 SEGUROS DE TRANSPORTES
 ■ Filmes e/ou equipamentos cinematográficos, fotográficos e simi-
lares, quando abrangerem os riscos de permanência em cinemas, 
estúdios, filmotecas, depósitos ou lojas de vendedores ou locado-
res e locais de filmagens.
 ■ Bens de terceiros recebidos para transporte.
 ■ Dinheiro (em moeda ou papel), cheques, contas e comprovantes 
de débito; metais preciosos e semipreciosos e suas ligas, trabalha-
das ou não, pedras preciosas, semipreciosas e pérolas, em geral, 
engastadas ou não; notas e notas promissórias; cartões de crédito, 
cartões telefônicos, cartões de estacionamento em geral; talões 
de cheques, vales e outros assemelhados e registros; títulos, apó-
lices, diamantes industriais, documentos e obrigações de qualquer 
espécie e escrituras; bilhetes de loteria, selos e estampilhas; salvo 
pelo seu valor material (intrínseco).
 ■ Bens em exposições, quando estiver incluído o risco de perma-
nência no local de exposição.
 ■ Joias, salvo quando se tratar de bagagem, nos termos da cobertu-
ra básica para Seguros de Bagagem.
Também não poderão ser segurados em Transportes os bens e/ou mer-
cadorias listados a seguir, a não ser que haja estipulação expressa, conti-
da na especificação da apólice, mediante inclusão de cobertura adicional 
ou cláusula específica, confirmando a cobertura. São eles:
 ■ Equipamentos móveis, nos casos de autolocomoção.
 ■ Mercadorias em devolução ou redespachadas.
 ■ Mercadorias e/ou bens usados.
 ■ Mercadorias sem valor declarado no conhecimento de embarque.
 ■ Mercadorias embarcadas em navios com denominação a avisar.
 ■ Chapas galvanizadas e/ou folhas de ferro zincadas (folha de flan-
dres), sempre que o documento de compra estabelecer especifi-
caçõesinferiores às mínimas previstas pela Associação Brasileira 
de Normas Técnicas (ABNT), quanto a peso, aderência e uniformi-
dade da camada de zinco.
 ■ Mercadorias transportadas no convés do navio.
 ■ Material radioativo.
 ■ Mercadorias embarcadas em navios com as seguintes características:
 » Estejam excluídos da 1a classe das sociedades de classificação 
reconhecidas ou de classes desconhecidas.
 » Tenham mais de 20 anos (a contar a partir do ano de constru-
ção do navio, inclusive conforme seu registro de classificação) 
ou de idade desconhecida.
43
UNIDADE 2
 SEGUROS DE TRANSPORTES
 » Tenham menos de 1.000 toneladas de arqueação bruta TAB.
 » Não tenham autopropulsão.
 » Sejam construídos com outros materiais que não sejam ferro 
ou aço.
 » Sejam utilizados em linhas regulares de características des-
conhecidas.
 — Pagamento do Prêmio
A data limite para o pagamento do prêmio à vista ou da primeira parcela 
não poderá ultrapassar o 30o (trigésimo) dia da emissão da apólice, endos-
so, fatura ou conta mensal. 
 — Prazo do Seguro
Nas apólices de Transportes, deverão sempre constar as datas de início e 
fim da vigência do seguro.
No caso de apólice aberta, a vigência normalmente é de 12 (doze) meses, 
mas a seguradora pode, a seu critério, emitir apólices com vigência inferior 
a esse prazo.
As apólices terão início e término de vigência às 24 horas das datas indi-
cadas na proposta. Não havendo data especificada na proposta, valerá a 
data de entrada da proposta na seguradora.
Nas apólices do tipo avulsa, o prazo do seguro será o tempo de duração 
da viagem, o que não é possível especificar em apólice.
 — Regulação e Liquidação de Sinistros
De acordo com o disposto nas condições padronizadas estabelecidas pela 
Circular no 354/2007, a seguradora é obrigada a pagar em dinheiro o pre-
juízo resultante do risco assumido ou, caso haja concordância com o segu-
rado, poderá repor o bem objeto da cobertura contratada.
Valor do Objeto Segurado
O valor do objeto segurado é o valor de custo constante na fatura comer-
cial ou documento equivalente.
Na falta da fatura comercial ou documento equivalente, o custo deve 
corresponder ao valor de mercado do objeto segurado no local e data 
do embarque.
44
UNIDADE 2
 SEGUROS DE TRANSPORTES
 OUTROS SEGUROS 
O segurado não poderá manter mais de uma apólice de Seguros de Trans-
portes sobre o mesmo interesse e contra os mesmos riscos, na mesma ou em 
outra seguradora, sob pena de suspensão de seus efeitos, sem qualquer direi-
to à restituição dos prêmios ou das parcelas do prêmio que houver pagado.
 SUB-ROGAÇÃO 
 DE DIREITOS 
Efetuado o pagamento da indenização, o comprovante valerá como ins-
trumento de cessão, a seguradora ficará sub-rogada, até o valor da inde-
nização paga, em todos os direitos e ações do segurado contra aqueles 
que, por ato, fato ou omissão, tenham causado os prejuízos indenizados 
pela seguradora ou para eles concorrido.
Salvo dolo, a sub-rogação não tem lugar se o dano for causado pelo côn-
juge do segurado, seus descendentes ou ascendentes, consanguíneos 
ou afins.
É ineficaz qualquer ato do segurado que diminua ou extinga, em prejuízo 
do segurador, os direitos de sub-rogação.
 RESCISÃO 
 E CANCELAMENTO 
O contrato de Seguros de Transportes pode ser rescindido, total ou par-
cialmente, a qualquer tempo, por iniciativa de quaisquer das partes contra-
tantes, mas sempre com concordância recíproca, ressalvados os riscos em 
curso, ou seja, as viagens já iniciadas.
O seguro poderá ser cancelado nas seguintes situações:
 ■ Quando ocorrer o não pagamento do prêmio.
 ■ Decorrido o prazo de seis meses sem que o segurado tenha aver-
bado qualquer embarque.
 ■ No caso de falência ou liquidação judicial ou extrajudicial da 
empresa segurada.
45
UNIDADE 2
 SEGUROS DE TRANSPORTES
Na prática, as seguradoras comunicam previamente a intenção 
de cancelar uma apólice em um prazo mínimo de 30 dias.
 OBRIGAÇÕES 
 DO SEGURADO 
São obrigações a serem cumpridas pelo segurado, seus empregados e 
agentes, em caso de sinistro coberto pelas condições do seguro:
 ■ Dar imediato aviso à seguradora, por escrito, sobre todo e qual-
quer sinistro, inclusive declaração de avaria grossa, mesmo que o 
fato seja público e notório.
 ■ Independentemente das medidas legais e administrativas a que 
está sujeito, tomar todas as providências para defesa, salvaguar-
da e preservação do objeto segurado, bem como para minorar as 
consequências do sinistro e, ainda, agir em conformidade com as 
instruções que receber da seguradora.
Os eventuais desembolsos decorrentes das providências anterior-
mente mencionadas, bem como as despesas ou custos de salva-
mento devidos a terceiros, serão de responsabilidade da segura-
dora até o limite da importância segurada.
 ■ Instruir seu pedido de indenização com os documentos compro-
batórios da causa, natureza e extensão da perda ou dano material 
sofrido pelo objeto segurado.
 ■ Assegurar que todos os direitos contra transportadores, depositá-
rios ou terceiros estejam devidamente preservados e exercidos, 
observado o disposto na legislação em vigor.
A seguradora reembolsará o segurado por quaisquer despesas que 
tenham sido efetuadas, de maneira correta e razoável, no cumpri-
mento das obrigações previstas até o limite da importância segurada.
 ■ Havendo indícios de perdas, avarias, violação, falta de peso ou qual-
quer outra forma de dano às mercadorias seguradas, antes da retira-
da dos armazéns de descarga, deverá serefetuada a vistoria obrigató-
ria para a constatação do montante da perda, roubo ou avaria.
No caso de avaria ou falta em mercadorias importadas, obriga-se 
o segurado (ou seus prepostos) a requerer, dentro do mais curto 
prazo e antes do desembaraço aduaneiro, a competente vistoria 
aduaneira, a menos que haja expressa dispensa dessa providên-
cia por parte da seguradora.
46
UNIDADE 2
 SEGUROS DE TRANSPORTES
A vistoria será realizada em conjunto com o representante da segu-
radora, do transportador e da entidade responsável que detiver a 
guarda ou custódia das mercadorias. Devem ser observados prazos 
e procedimentos previstos nas condições especiais do seguro.
Nos casos de mercadorias importadas, a seguradora não se res-
ponsabilizará por despesas normais ou extraordinárias com guarda, 
vigilância, capatazias e armazenagens que venham a incidir sobre o 
objeto segurado, salvo no caso em que essas despesas sejam, direta 
e exclusivamente, decorrentes de vistoria aduaneira não dispensada.
Muito embora ainda conste das Condições Gerais como uma 
obrigação do segurado, a Vistoria Aduaneira foi extinta pela Lei 
Ordinária 12.350/2010; portanto, as seguradoras deixaram de exigir 
tal providência.
 ■ Agir com razoável presteza em todas as circunstâncias que esti-
verem sob seu controle. As medidas tomadas pelo segurado ou 
pela seguradora com o objetivo de salvar, proteger ou recupe-
rar o objeto segurado não serão consideradas como renúncia 
ou aceitação de abandono, nem de outro modo prejudicarão os 
direitos de qualquer parte.
O segurado obriga-se, ainda, a:
 ■ Comunicar à seguradora, com exatidão, todas as circunstâncias 
que, por algum modo, direta ou indiretamente, possam influir na 
aceitação do seguro ou na fixação da taxa do prêmio, não apenas 
contemporâneas à contratação, mas também as que se tenham 
verificado, ou cuja verificação for previsível durante a vigência da 
apólice.
 ■ Dar aviso imediato à seguradora, por escrito, ao longo de toda a 
vigência da apólice, acerca de toda e qualquer alteração relati-
va às informações contidas na proposta de seguro que originou 
a emissão da apólice, bem como toda e qualquer circunstância 
que, direta ou indiretamente, possa influir no estado do risco, alte-
rando-o, modificando-o ou ampliando-o, além de toda e qualquer 
circunstância cujo conhecimento possa ser útil para a seguradora 
atuar, por ações diretas ou mediante orientações,a fim de evitar a 
caracterização de sinistro ou o agravamento dos riscos.
47
UNIDADE 2
 SEGUROS DE TRANSPORTES
 PERDA 
 DE DIREITOS 
Além dos casos previstos em lei e nas condições da apólice, a seguradora 
ficará isenta de qualquer obrigação decorrente do contrato de seguro se:
 ■ O segurado fizer declarações falsas ou incompletas, ou, ainda, se 
omitir circunstâncias do seu conhecimento capazes de influir na 
aceitação da proposta.
 ■ O segurado deixar de cumprir as obrigações convencionadas na 
apólice.
 ■ O sinistro for devido à culpa grave ou dolo do segurado e/ou do 
beneficiário do seguro que, agindo em nome do próprio segu-
rado, ou com o seu conhecimento, tenham contribuído para a 
causa do sinistro.
 ■ O segurado fizer uso de qualquer comunicação fraudulenta ou de má-fé.
 ■ O segurado, por qualquer meio, procurar obter benefícios ilícitos 
do seguro.
 ■ O segurado se recusar a apresentar qualquer documentação que 
seja exigida pela seguradora, para o correto esclarecimento do 
fato ocorrido.
 ■ O segurado não declarar à seguradora a existência de quaisquer 
outros seguros que garantam, contra os mesmos riscos, os bens 
segurados.
 ■ O segurado não comunicar, imediatamente, à seguradora a efetiva-
ção posterior de outros seguros, conforme definido no item anterior.
 ■ Houver a inobservância ou negligência do consignatário ou de 
seus representantes no cumprimento das obrigações que tenham 
como propósito evitar ou reduzir perdas, bem como assegurar o 
direito de ressarcimento da seguradora contra transportadores, 
depositários ou outras partes envolvidas em sinistro indenizável 
pelas coberturas do seguro.
 COBERTURAS BÁSICAS 
Existem, ao todo, 23 coberturas básicas disponíveis, à escolha do segura-
do, que variam em função da amplitude dos riscos cobertos e/ou da mer-
cadoria ou bem a ser segurado.
48
UNIDADE 2
 SEGUROS DE TRANSPORTES
Veja alguns exemplos:
 ■ Cobertura ampla para mercadorias/bens congelados.
 ■ Cobertura restrita para mercadorias/bens congelados.
 ■ Cobertura ampla para batata e outros bulbos raízes.
 ■ Cobertura ampla para madeiras.
São três principais coberturas básicas disponíveis:
 ■ Cobertura básica restrita C.
 ■ Cobertura básica restrita B.
 ■ Cobertura básica ampla A.
Essas coberturas podem ser contratadas para praticamente todo tipo de 
mercadoria, exceto para aquelas que possuem uma cobertura específica.
No Anexo 6 deste manual, estão relacionadas todas as coberturas básicas 
disponíveis.
Para analisarmos cada uma das coberturas básicas, é necessário enten-
dermos antes os conceitos e as características da avaria grossa, uma vez 
que se trata de um evento incluído em praticamente todas as coberturas 
básicas dos Seguros de Transportes e em algumas coberturas adicionais.
Avaria grossa ou avaria comum
Avaria grossa ou avaria comum é o dano, sacrifício ou gasto 
extraordinário feito, deliberadamente, pelo capitão e principais 
membros da tripulação para salvar o navio e/ou a carga transpor-
tada de um perigo iminente, comum a ambos.
Os procedimentos de avaria grossa, no Brasil, são regulados pelo 
Código Comercial Brasileiro.
A avaria grossa tem dois objetivos básicos:
 ■ O salvamento do navio e/ou da carga.
 ■ A continuação da viagem programada até o porto de des-
tino, no próprio navio ou por outros meios, com o carrega-
mento total ou parcial, perfeito ou avariado.
Os prejuízos classificáveis como avaria grossa podem ser dividi-
dos, de acordo com suas origens, em sacrifícios e despesas.
Sacrifícios são danos materiais sofridos por um bem, seja devido a um ato 
direto ou em consequência de ato de avaria grossa, provocados intencio-
nalmente para que se salve do perigo o restante dos interesses envolvi-
dos na aventura marítima comum.
49
UNIDADE 2
 SEGUROS DE TRANSPORTES
Um bom exemplo disso é o lançamento de parte da carga ao mar para 
aliviar o peso do navio e salvar a expedição (este ato é denominado 
alijamento da carga).
Despesas são os gastos extraordinários realizados para salvar o navio, a 
carga, o frete ou todo o conjunto que compõe a expedição marítima.
Observe esse exemplo de despesas: despesas com a contratação extra-
ordinária de um rebocador para salvar a expedição em caso de perigo imi-
nente de colisão, encalhe ou outro dano, em virtude da perda da máquina 
propulsora do navio.
O sacrifício ou a despesa que resulta em avaria grossa deve ser feito para 
a segurança comum, contra risco imediato e grave, presente, atual e certo 
que afete a expedição marítima, e não apenas o navio.
O sacrifício imposto deve ser deliberado, ou seja, provocado por decisão 
expressa do capitão e dos principais tripulantes. É necessário, também, 
que o sacrifício apresente resultado útil, ou seja, pelo sacrifício imposto 
devem ser salvos, no todo ou em parte, navio e mercadoria.
Para que as cargas possam ser liberadas após a avaria grossa, indepen- 
dentemente da conclusão de todos os procedimentos de regulação, o 
armador tem o direito de exigir uma garantia dos embarcadores, ou seja, 
só entregar a carga mediante fiança que garanta o pagamento posterior, 
eventualmente devido pelo proprietário da carga. Essa fiança, em princí- 
pio, deve ser paga através de depósito em dinheiro. Na prática, entretanto, 
é substituída por um termo de compromisso.
Os danos e despesas ocasionados pela avaria grossa são repartidos, pro-
porcionalmente, entre o navio, o frete e a carga.
O levantamento dos danos e despesas da avaria grossa é feito por um pro-
fissional especializado em avarias marítimas, chamado árbitro regulador. 
Cabe a ele calcular as partes devidas a cada um dos interessados, isto é, 
navio e cargas, na liquidação do sinistro.
 COBERTURA 
 BÁSICA RESTRITA C 
A cobertura básica restrita C cobre, basicamente, os prejuízos que o segu-
rado venha a sofrer em consequência de perdas e danos causados ao 
objeto segurado, descrito na apólice e averbações, exclusivamente por:
Alijamento
É o lançamento ao mar
de mercadorias ou partes da 
embarcação. É, geralmente, 
praticado em ocasiões de 
perigo para evitar mal maior e, 
por isso, constitui caso típico de 
avaria grossa.
50
UNIDADE 2
 SEGUROS DE TRANSPORTES
 ■ Incêndio, raio ou explosão.
 ■ Encalhe, naufrágio ou soçobramento do navio ou embarcação.
 ■ Capotagem, colisão, abalroamento, tombamento ou descarrila-
mento de veículo terrestre.
 ■ Abalroamento, colisão ou contato do navio, embarcação, aeronave 
ou veículo de terra com qualquer objeto externo que não seja água.
 ■ Colisão, queda e/ou aterrissagem forçada da aeronave devida-
mente comprovada.
 ■ Descarga da carga em porto de arribada.
 ■ Carga lançada ao mar.
 ■ Perda total de qualquer volume durante as operações de carga e 
descarga do navio.
 ■ Perda total decorrente de fortuna do mar e de arrebatamento 
pelo mar.
 ■ Sacrifício de avaria grossa e despesas de salvamento.
 ■ Despesas que o segurado venha a ser obrigado a pagar ao trans-
portador, por força da cláusula de “Colisão por Ambos Culpados”.
 ■ Despesas de remessa do objeto segurado para seu destino correto, 
quando, em decorrência de um risco coberto pelo seguro, o trânsi-
to segurado terminar em um porto ou local que não seja o mesmo 
para o qual o objeto segurado estiver destinado. Porém, neste caso, 
não são aplicáveis as despesas de avaria grossa ou as despesas de 
salvamento, nem as despesas resultantes de culpa, insolvência ou 
inadimplemento financeiro do segurado ou seus empregados.
Podemos dizer, assim, que a Cobertura Básica Restrita “C” garante perdas e 
danos às mercadorias decorrentes de acidentes com o meio de transporte.
 COBERTURA 
 RESTRITA B 
A cobertura restrita B envolve as mesmas perdas e danos relacionados na 
cobertura restrita C, acrescidos dos seguintes riscos:
 ■ Inundação, transbordamento de cursos de água, represas, lagos 
ou lagoas durante a viagem terrestre.
 ■ Desmoronamento ou queda de pedras, terras, obras de arte

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