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AULA 6 ESTRATÉGIA DE MARKETING NA ERA DIGITAL Profª Juliana Machado de Sousa 02 CONVERSA INICIAL Olá! Estamos na reta final, já acabando a disciplina, então, respire! Agora é que vem elas: as métricas! Elas fazem parte de um contexto muito importante no trabalho de gestores e profissionais de marketing digital, pois visam a acompanhar e avaliar resultados para corrigir rumos caso necessário. Nenhuma estratégia é livre de equívocos, mas corrigir rapidamente é vital! As métricas servem não apenas para avaliar se o que foi traçado versus planejado está de fato acontecendo (e como está acontecendo), mas como também para acompanhar se cada etapa do plano está sendo alcançada. Dessa forma, pequenas correções poderão ser feitas a fim de colocar o plano novamente no prumo caso algo não tenha saído exatamente conforme planejado. Esse é um tópico muito importante do marketing digital, apesar de ser o último desta disciplina. Fique atento, falta pouco para terminarmos! CONTEXTUALIZANDO Medir coisas sempre fez parte de nossas vidas. Quem vive, mede. Mede para saber o que fazer, o que é melhor para determinado caso e as vezes para descobrir o que realmente importa. Para introduzir o tema da aula de hoje, leia e reflita sobre o texto "Medições Fabulosas: A Lebre e o Jabuti", de Montini, publicado no site Almanaque do IPEM-SP, disponível em: <https://ipemsp.wordpress.com/2015/01/21/medicoes-fabulosas-a-lebre-e-o- jabuti/>. E aí, o que achou? Onde estariam as métricas nessa fábula? O que eles pretendiam medir? Você concorda com a escolha? O que a moral da história fala sobre as métricas escolhidas na fábula? TEMA 1 – CONCEITOS E DEFINIÇÕES Apesar da importância que o marketing (digital ou não) tem para os negócios, existe uma dificuldade na hora de mensurar o resultado de seus esforços. A maioria dos profissionais não têm experiência no assunto e acaba por levar em consideração modelos e itens não muito adequados na hora de trazer números que legitimem a eficácia das ações. 03 1.1 Conceito O marketing é muito mais que comunicação ou publicidade; é algo mais amplo, estratégico e contextual. Envolve criatividade e comunicação, mas também pesquisa, estatísticas, cálculos de precificação, ROI, entre outros. Para saber se qualquer estratégia funciona, é preciso mensurá-la, ou seja, apresentar uma medida para comparação entre o que foi objetivado e o alcançado. Um dos maiores obstáculos de analistas, gestores e diretores de marketing (pelo menos antes da Era Digital) era conseguir apoio para colocar em prática suas ideias e estratégias porque raramente conseguiam apresentar em números os resultados de campanhas. O retorno sempre foi algo medido de forma meio “capenga”, assim, sem muita certeza. “Nossa campanha foi um sucesso, muita gente comentando” diziam uns, “muitas pessoas foram as lojas ver o produto”, diriam outros, e coisas do tipo. Mas, na prática, não se sabia se as vendas eram mesmo fruto da campanha ou se os que foram às lojas, e compraram, o fizeram porque foram impactados pela campanha ou se era por outras razões. Veremos mais adiante que essas justificativas eram as avós do que chamamos de métricas de vaidade. Você vai entender mais a diante. Com isso, vamos direto ao assunto: você deve entender que não basta apenas ter ferramentas excelentes, conhecer o usuário e desenhar estratégias lindas, alinhadas com tudo isso. É preciso saber medir, mensurar os resultados porque a partir deles é que a equipe, os gestores ou quem quer que seja interessado direto, poderá comemorar, reforçar, reestruturar, mudar ou fortalecer as estratégias traçadas. É como diz o ditado: “O que não é medido não pode ser melhorado”. É sobre isso que tratam as métricas; são parâmetros para medir desempenho. Conforme Paul Farris et al., (2010): “Métrica é um sistema de mensuração que quantifica uma tendência, dinâmica ou característica. Usam-se métricas para explicar fenômenos, diagnosticar causas, compartilhar descobertas e projetar resultados de eventos futuros. Facilitam a compreensão e a colaboração”. 1.2 Por que são necessárias as métricas? Os gestores precisam saber quantificar oportunidades e ameaças aos negócios, saber justificar riscos e benefícios que possam ser fruto de estratégias previamente traçadas ou de resultados já alcançados. Saber avaliar planos, 04 explicar variâncias, julgar desempenho e identificar pontos que possam ser alavancados e/ ou aperfeiçoados. Tudo isso em termos numéricos. Em síntese, exigem métricas. “Se você não pode medir, não consegue gerenciar” (Peter Drucker) TEMA 2 – VISÃO GERAL DE MÉTRICAS NO CONTEXTO ATUAL DE NEGÓCIOS O marketing de hoje é mais tecnológico do que sempre foi. Há algumas décadas, produtos e serviços não muito bons vendiam muito, pois a demanda era maior que a oferta. Ocorre que, nos dias atuais, com a tecnologia e disseminação de informação, os internautas têm acesso à uma série de produtos e serviços que antes não tinham. Assim, o lucro das empresas é menor e elas têm que correr atrás dos clientes. Na Era Digital, a rede é ilimitada, sendo o principal canal de contato e venda. Num universo de ferramentas e estratégias, o desafio é saber “ler” os resultados para saber o que fazer: estourar uma champanhe ou chorar. As fórmulas que davam certo há 30, 20 anos (anúncio na revista de maior circulação no país, por exemplo), já não funcionam mais. 2.1 Web analítica Com tantas mudanças e novos cenários, as métricas ganharam destaque. Isso porque plataformas como o Google Analytics que trazem uma ampla gama de informações oriundas de páginas digitais, permitem uma análise completa do cenário em questão. Em virtude disso, pode-se dizer que estamos vivendo uma fase da web analítica, aquela cujos dados que traz podem e devem ser analisados. É a única forma de manter ações e negócios na rede. O assunto é extenso e as ferramentas são muitas. Trouxe para vocês alguns (além do Google Analytics) exemplos e para que servem: <www.sitespect.com>: para análise de testes A/B1; <www.vertster.com>: semelhante ao Google Analytics; <www.visualwebsiteoptimizer.com>: ferramenta para avaliação de blogs, de sites, testes A/B e aumento de conversão; <www.google.com/wensiteoptimizer>: ferramenta para mensurar desenvolvimento de versões diferentes de botões, sites, páginas etc.; 1 Um teste A/B consiste em apresentar versões da mesma página, com variações pequenas, de modo aleatório para os visitantes para então medir qual delas apresentou um resultado melhor. 05 <www.clicktale.com>: ferramenta de heat map (ou mapa de calor; para visualizar áreas mais clicadas numa página). Avaliação de movimento do mouse (como usuário busca, pesquisa, o que procura), locais de nos quais os usuários clicam; ferramenta excelente para entender o comportamento do usuário e suas interações com o site. 2.2 Mensuração: possibilidades e planejamento Como dito, no meio digital as possibilidades em termos de ferramentas, estratégias, ações e também formas de as mensurar são inúmeras. Empresas, negócios, pessoas e instituições contam com um arsenal amplo de possibilidades, basta saber o que existe e como aplicar. Em se tratando de medidas, é possível, por meio da internet, medir dentre duas opções de nome para livros qual a mais adequada e que agrada ao público- alvo: por meio de uma campanha de links patrocinados, dá para descobrir a que mais chamou atenção do público. Se você precisa melhorar o tráfego de sua página e melhorar a reciprocidade de anúncios no Facebook, experimente segmentar utilizando palavras-chave da concorrência e meça se há aumento de comentários e interações. O que se observa é que tudo podeser medido, é preciso apenas paciência e tempo para coletar dados, pesquisar e fazer testes, muitos testes. Agora, temos que levar em consideração que tão importante quanto ter como medir é preciso saber o que se quer medir e como se vai medir. A definição de quais métricas utilizar é de suma importância para o sucesso de qualquer ação de medição. Não se pode, por exemplo, medir peso por meio da velocidade e vice- versa. Por essa razão, para definir quais métricas são importantes, alguns pontos devem ser previamente definidos: O que será testado/ avaliado? Qual métrica será utilizada? Qual ferramenta/ plataforma de mensuração fará o trabalho? Qual o período do teste? Quem serão os responsáveis pela coleta e leitura de dados? Como vivemos em tempos de redes sociais, um destaque tem que ser dado à forma como podemos medir ações a partir deste recurso tão popular. Existem basicamente três formas de mensurar resultados nas redes sociais: engajamento 06 dos usuários, “buzz” ou barulho e a conversão. Quanto aos demais meios (e- mail, conteúdo, blogs, buscadores), cito as métricas correspondentes no Tema 4 – métricas que importam. O engajamento fala do nível de relacionamento que foi estabelecido com os usuários; um nível alto de engajamento é muito bom; é a parte mais estreita do funil de relacionamento, no qual já se estabelece certa confiança, reciprocidade, recorrência e até defesa da marca, produto ou negócio. O buzz, é o nível de barulho, o burburinho gerado em torno de uma ação, campanha. Quanto maior o buzz, melhor. Exceto em casos nos quais o barulho se deve a comentários negativos, ações desastradas ou campanhas equivocadas que queimam as marcas. A conversão é uma métrica que aponta o quanto das interações estão sendo convertidas em vendas (o mais desejável), cadastros, downloads e compartilhamento de links. Saber o que e como medir é muito importante, como já vimos. Passar por cima dessa tarefa ou fazer vistas grossas não é nada benéfico para as ações digitais. Quem não gosta de números e cálculos precisará repensar seus conceitos e se aproximar das exatas, de outra forma, correrá o risco de incorrer em erros, como buscar alternativas inválidas para justificar ações e campanhas. É sobre isso que trata o tópico a seguir. TEMA 3 – MUNDO DIGITAL: MÉTRICAS DE VAIDADE Já comentei anteriormente aqui sobre a importância de se mensurar as ações feitas em marketing digital. No entanto, quando se fala em redes sociais especialmente, as formas de mensuração são inúmeras, pois inúmeras são as estratégias possíveis, visto que depende do tipo de negócio, objetivos e propósitos de cada entidade. Além disso, existem diversos indicadores, recursos de ferramentas muito boas, como o Google Adwords (por exemplo) que são desconhecidos até mesmo dos profissionais. Por desconhecimento, “miopia” e/ ou falta de gestores trabalhando em conjunto com programadores, designers, agências e outros, é que muitas vezes as métricas escolhidas para “falar” do negócio não são adequadas. Falam sobre o que não se quer saber, significam pouco em termos de resultados, levam o nada a lugar algum. Mas acabam sendo “bonitinhas”, e distraem os gestores desavisados... são as métricas de vaidade: não importam, mas inflam o ego! http://marketingdeconteudo.com/marketing-digital http://marketingdeconteudo.com/marketing-digital 07 Assim, precisamos dar uma olhadinha nelas, pois estão aí, rondando o dia a dia de todos os profissionais. Elas não são indesejadas nem perigosas, apenas não servem como a bússola que todas métrica têm o propósito de ser. Antes de vermos as que interessa, vamos dar uma passadinha nelas para vocês depois saberem separar o joio do trigo. 3.1 Conceito São aquelas informações que na prática não ajudam na tomada de decisões, pois seus dados não são relevantes em relação ao que se pretende alcançar. Por exemplo: se eu quero vendas, por que dar demasiada importância a “likes”? Isto não quer dizer que são métricas que você deva ignorar, mas apenas que não são as que refletirão o quão perto ou longe uma entidade está de alcançar deus objetivos. Com a alavancagem das redes sociais, muitas entidades (empresas, marcas, pessoas, instituições) decidiram investir na gestão e presença nas redes. Ocorre que, não adianta simplesmente criar uma página de site ou patrocinar anúncios sem um objetivo claro. No Google Adwords é possível criar campanhas e monitorar os resultados. No entanto, há que se saber quais métricas acompanhar, interpretá-las e (o mais importante) saber que ações tomar para fortalecer bons resultados e mitigar fracassos. Aí sim você estará utilizando ferramentas e métricas da maneira certa, ou seja, extraindo o melhor delas. 3.2 Métricas de vaidade: quais são? A seguir, as nossas “vilãs do bem”; do bem porque não fazem mal, mas vilãs porque roubam nossa atenção e nos levam a lugar algum: Likes, downloads de apps, cliques, compartilhamentos, taxa de rejeição, seguidores, pageviews ou visualizações da página. 3.2.1 Likes Quando surge a pergunta “como estão as campanhas no Facebook?”, uma resposta comum é: “Vai muito bem! Alcançamos “x” likes”. Ok, ótimo! Mas o que é possível fazer com essa informação? O que ela diz realmente sobre o negócio? É possível que um internauta tenha dado um like por ter gostado do título, ou da imagem colocada junto, e só. Não é o tipo de informação que conduza à alguma conclusão e, consequentemente, à uma tomada de decisão. Um like é apenas um 08 like. Ele pode ser um primeiro passo rumo a uma relação que poderá ser estabelecida no futuro, depois do internauta ter passado por alguns níveis do funil de relacionamento, que vai desde a simples curiosidade até a compra, cadastro, efetivo. Mas trata-se de hipóteses, de algo que só poderá ser visto em longo prazo. Até aqui não quer dizer nada. E pensar que tem entidade que paga para ter likes!2 3.2.2 Downloads de apps Se você possui um Aplicativo (App), é muito importante que as pessoas façam o download dele! Porém, é preciso entender melhor o quão relacionado com faturamento e usuários pagos esse número significa. Tão importante quanto baixar é literalmente usar o aplicativo. Mas como saber se quem baixa vai necessariamente usar e, se usar, quanto vai consumir, se vai consumir... a partir dessa métrica não tem como saber. Logo, não parece tratar de uma métrica confiável, não? O download de Apps gera um custo transacional para empresas e muitas vezes a taxa de desinstalação está acabando com esse número. Para quem ainda está criando o App ou o lançou há pouco tempo no mercado, o número de downloads é com certeza bem importante. Mas, em longo prazo, observe a citada taxa de desinstalações, downloads x cadastros de usuários e dos usuários pagantes do seu App. Se a entidade obtém poucos downloads, mas muitos cadastros, poucas desinstalações e os usuários fazem uso das funções pagas deles, este é um bom sinal de início. À medida em que o negócio amadurece, outras métricas deverão ser levadas em consideração. 3.2.3 Cliques Outra métrica que frequentemente soa interessante e válida, mas pode ser mera vaidade é a taxa de cliques. É interessante para saber se você está conseguindo levar os usuários até o site, página, blog, anúncio, ou o que quer que seja. Mas sem ter um objetivo claro bem definido por trás da métrica é um número vazio. Pode-se conseguir muitos cliques, mas se houver uma baixa taxa de conversão3 ou tempo de permanência na página, é preciso reavaliar para qual 2 Uma importante observação: existem casos em que a compra de likes pode ser válida: quando um negócio/página estiver iniciando e ninguém conhece a pessoa ou o negócio – ter muitos likes dá legitimidade e passa uma imagem positiva: “se muita gente gosta, deveter algo de bom”. Mas é uma estratégia inicial para alavancar popularidade; Como métrica, insisto, não diz muita coisa. 3 Depende do negócio: Pode ser vendas (e-commerce), cadastro (para geração de base de dados para e-mail marketing), comentário (serviços: dá legitimidade, gera buzz). http://marketingdeconteudo.com/como-criar-um-blog/ http://marketingdeconteudo.com/fundo-de-funil/?utm_source=blog&utm_campaign=rc_blogpost http://marketingdeconteudo.com/fundo-de-funil/?utm_source=blog&utm_campaign=rc_blogpost 09 página o visitante está sendo levado, e se ela está alinhada com a expectativa da chamada. São os riscos, por exemplo, de se utilizar os “clickbaits”4 – chamadas atraentes, que prometem algo relevante ao usuário, mas na verdade só visam a atrair cliques. Pode ser um tiro no pé. 3.2.4 Compartilhamentos O número de compartilhamentos de uma página ou conteúdo não diz necessariamente algo quanto ao sucesso de uma estratégia (pelo menos imediatamente). O compartilhamento dos conteúdos leva mais tráfego para o site, porém, uma vez conquistado esse tráfego, é preciso desenvolver um trabalho de captação da atenção do usuário a fim de que percorra todo o caminho do funil de vendas, o que significa conversão. Isso será possível, se depois do compartilhamento (que demonstra interesse no conteúdo), forem desenvolvidas estratégias de relacionamento e engajamento que deverão, sim, ser mensuradas. 3.2.5 Taxa de rejeição A taxa de rejeição significa quantos usuários abandonam sua página antes de cumprir certos requisitos do Google, para que ela não seja considerada como rejeitada pelo usuário. Alguns requisitos levam em consideração o tempo gasto navegando em cada página, se houve interação, se foi feito algum compartilhamento ou visitas a links. Evidentemente, se a página for mais antiga, conhecida e trafegada, elas poderão naturalmente apresentar taxas maiores de rejeição. No entanto, observe: é uma taxa construída a partir de requisitos externos e que depende do tráfego. Isso quer dizer que não necessariamente a rejeição maior determinada pelo Google seja uma rejeição real ou que deva servir como único parâmetro. Por exemplo: se a página “Fale conosco” tiver poucas interações o Google pode entender como rejeição, mas isso pode significar na prática que os produtos estão “redondos”, ou sejam, têm qualidade, serviços bem prestados, com a cadeia logística organizada e eficiente. Assim, não há necessidade para muitos clientes de entrar em contato com a empresa e o que seria algo considerado negativo (rejeição) na verdade reflete algo positivo. 4 Ou caça-clique é um termo pejorativo que se refere a conteúdo da internet que é destinado à geração de receita de publicidade on-line, normalmente às custas da qualidade e da precisão da informação, por meio de manchetes sensacionalistas e/ou imagens em miniatura chamativas para atrair cliques e incentivar o compartilhamento do material pelas redes sociais. Fonte: Wikipedia. https://pt.wikipedia.org/wiki/Publicidade_online https://pt.wikipedia.org/wiki/Manchete https://pt.wikipedia.org/wiki/Thumbnail https://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_social_virtual 010 3.2.6 Seguidores Em qualquer rede social, seja Facebook, Twitter ou Instagram, o número de pessoas que acompanham a página quer dizer algo próximo de nada, enquanto métrica de negócios. Ter muitos seguidores ou fãs nas redes sociais é interessante, mas não está diretamente relacionado ao sucesso de uma empresa, marca ou personalidade. A pessoa pode seguir e não interagir. Quem não faz isso? De todas as pessoas, empresas e marcas que você segue nas redes sociais, você interage e converte com todas? 3.2.7 Pageviews, ou “visualizações da página” O número de visualizações de uma página é uma métrica que não diz nada a respeito da evolução do site ou blog. Ao contrário de visitantes únicos, esse dado do Google Analytics pode estar equivocado e mesmo que fosse 100% correto nada pode ser decidido a partir dele. Um site pode ter 30.000 visualizações e 300 visitantes, ou 15.000 visualizações de 15.000 visitantes. São cenários diferentes que exigem atitudes diferentes. Existem outras métricas que podemos considerar como de vaidade, porém, esses exemplos já são suficientes para você entender “o espírito da coisa”. Basta sempre considerar a regra: se não ajuda a tomar uma decisão de negócios, talvez não seja a principal métrica a ser acompanhada! TEMA 4 – MUNDO DIGITAL: MÉTRICAS QUE IMPORTAM 4.1 Contexto Para que guardem melhor as métricas e compreendam seu contexto, apresento-as divididas em: Métricas de receita e vendas, Métricas de campanhas pagas, Métricas de marketing de conteúdo, Métricas de e-mail marketing. Métricas de receita e vendas 1. Retorno sobre investimento (ROI): Mostra qual foi o retorno sobre o valor investido. Fórmula 1 – ROI 011 ROI = Receita obtida – valor investido / valor investido 2. Custo de aquisição por cliente (CAC): Quanto a empresa gasta para conquistar um consumidor, seja para um serviço ou produto. Fórmula 2 – CAC CAC = Despesas + investimentos em marketing e vendas* / Número de novos clientes em um período *Inclua todos os custos envolvidos: investimentos em mídia, campanhas, vendas, salários etc. 3. Ticket médio: Explicita o valor que cada cliente gasta, em média, nos serviços ou produtos da empresa. Fórmula 3 – Ticket médio Ticket médio mensal = Receita do mês/ Número de clientes do mês Se o ticket médio estiver baixo, implemente estratégias para aumentá-lo, fazendo upselling e crosselling. Naquele, são ofertados produtos/ serviços/ vantagens adicionais (combo); neste, ocorre uma “venda casada”: determinado produto/ serviço é complementado, alavancado, melhorado com adição de outros itens. 4. Valor do tempo de vida do cliente (Lifetime Value ou LTV): Boa métrica para empresas de serviços recorrentes (assinaturas ou contratos), pois há dificuldade em saber se um cliente realmente está gerando lucro. O valor do tempo de vida do cliente ou Lifetime Value permite identificar o potencial de lucro de cada consumidor, fornecendo uma previsão de rendimentos. Fórmula 4 – LVT LTV = Ticket médio mensal x Tempo médio de retenção de cada cliente O ideal é que o valor do LTV seja pelo menos três vezes maior do que o CAC. Métricas de campanhas pagas 5. Taxa de Cliques (Click-through-rate ou CTR): A taxa de cliques diz respeito à real efetividade dos anúncios. CTR é utilizado em forma de porcentagem, seguindo a fórmula: http://marketingdeconteudo.com/glossario-inbound-sales/?utm_source=blog&utm_campaign=rc_blogpost 012 Fórmula 5 – CTR CTR (%) = (Número de cliques no anúncio/ Número de impressões) x 100 a. Custo por clique (CPC): Métrica utilizada em campanhas pagas por meio da qual é possível determinar o investimento feito para que cada internauta chegue à determinada página do site, como uma landing page, por exemplo. Ela serve também para avaliar quais versões dos anúncios estão apresentando uma melhor performance e quais devem ser descartadas. Fórmula 6 – CPC CPC = Custo da campanha / Número de cliques obtidos 6. Custo por Lead5 (CPL): Nem todas as estratégias de marketing digital buscam gerar leads. No entanto, em muitos negócios há a necessidade de se nutrir a relação entre entidade x internauta. Assim, conhecer o custo por lead é fundamental. Se o CPL for alto, é preciso que o ticket médio por cliente seja ainda maior. Portanto, esse é um número para ficar atento. Quanto mais baixo, melhor. Fórmula 7 – CPL CPL = Investimento total na campanha / Número de leads gerados Métricas de marketing de conteúdo 7. Taxa de conversão:6 Proporção entre o número de visitantes que se tornam clientes ou realizam uma ação considerada valiosa (fim) para a entidade. O cálculo dataxa de conversão depende do objetivo estipulado. Em geral, consiste na razão entre o número de visitas em uma página e o número de visitantes que de fato tomaram a ação desejada. 5 Leads podem ser definidos como pessoas (ou empresas) que entraram em contato com sua empresa e têm potencial para se tornarem clientes. Ou seja, lead é uma oportunidade de negócio que deve ser captada e cultivada para dar retornos efetivos. Fonte: https://endeavor.org.br/leads/. 6 Quando o usuário cumpre determinada ação que tenha um valor mensurável e importante para o negócio, ou seja, é uma oportunidade e o caminho para o que todos buscam no mercado: assinatura de newsletter, cadastro em uma promoção, download de um e-book, uso de versão teste de produtos e compra. https://marketingdeconteudo.com/como-fazer-um-fluxo-de-nutricao/?utm_source=blog&utm_campaign=rc_blogpost 013 8. Visitas únicas: Essa métrica mostra a quantidade exata de usuários que visitam seu site, pois não contam as duplicidades de visita. É um número fundamental de ser monitorado, pois também permite saber a porcentagem de visitantes que retornam à uma página. Em geral, quanto mais pessoas estiverem retornando, melhor. Ainda assim, é importante manter um certo equilíbrio. 9. Tempo gasto no site: Explicita o tempo médio que cada usuário gasta em uma página/ site. A partir desses números, é possível descobrir e corrigir problemas que estejam afastando os visitantes ou impedindo-os de passar mais tempo no site. Métricas de e-mail marketing 10. Taxa de abertura de e-mail: A taxa de abertura revela a quantidade de pessoas de determinada lista que abriram um e-mail disparado. Para manter as taxas altas, o primeiro passo é escrever bons assuntos de e- mail. A partir dessa métrica você pode analisar que tipo de assunto mais atrai sua audiência. Além disso, fazer uma limpeza periódica da lista também ajuda. 11. Taxa de cliques em e-mail: O nome já diz tudo. A partir dessa métrica é possível testar diferentes formatações para ver qual surte mais efeito. Por exemplo: inserir uma maior quantidade de links ao longo da mensagem; incluir um botão colorido com um call-to-action (CTA); colocar imagens com links no corpo do e-mail; e assim por diante. Depois de conhecer as métricas de marketing digital mais utilizadas, é preciso pôr a mão na massa. Esse é um processo indispensável na gestão digital e que faz toda diferença. Quem costuma mensurar, acaba extraindo insights e oportunidades que podem ser valiosas. Com a prática, as ideias e percepções são geradas mais rapidamente, estabelecendo resultados em menos tempo, utilizando menos recursos. Vale a pena, acredite! FINALIZANDO Infelizmente, chegamos ao fim da nossa disciplina de Estratégia de Marketing na Era Digital! Foi um prazer imenso poder compartilhar com vocês um pouco do que sei e receber tantos feedbacks ao longo do curso. Como disse em alguns momentos no decorrer das aulas, em especial na parte de estratégias, o https://marketingdeconteudo.com/o-que-e-cta/?utm_source=blog&utm_campaign=rc_blogpost 014 conteúdo foi aqui apresentado a partir de um ponto de vista estratégico, ou seja, amplo e não detalhado. Isso porque para abarcarmos tudo do marketing digital, seria necessário pelo menos um ano inteiro de forma intensiva! O objetivo foi dar a você uma visão geral do que é o marketing digital, sua importância, onde ele se encaixa e o que pode fazer pelos negócios. Com este entendimento agora, você, que for atuar na área, deve continuar persistindo, estudando, especializando-se e, principalmente, praticando muito, pois a cada dia uma novidade surge. Esperamos ter ajudado a dar o pontapé inicial para esse mundo digital (novo para alguns, nem tanto para outros) e desejo que você siga em frente com muito sucesso nas escolhas que fizer. Conte conosco. Um grande abraço! 015 REFERÊNCIAS ADOLPHO, C. Os 8 Ps do marketing digital. 8. ed. São Paula: Novatec, 2017. E-TALKS – Métricas nas Mídias Sociais. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=aDJNcTbHa4Q>. Acesso em: 27 jan. 2018. FARRIS, P. et al. Métricas de marketing. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. KOTLER, P. et al. Marketing 4.0: do tradicional ao digital. 1. ed. São Paulo: Sextante, 2017. O QUE é conversão? Nova Escola de Marketing. Disponível em: <https://novaescolademarketing.com.br/marketing-de-conteudo/marketing-digital- o-que-e-conversao/>. Acesso em: 27 jan. 2018. TURCHI, S. Estratégias de Marketing Digital e e-commerce. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
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