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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE DIREITO- FD/UnB DARA ALDENY LIMA ALVES CONCORRÊNCIA DESLEAL POR MEIO DA IMITAÇÃO DO TRADE DRESS Brasília/DF Novembro de 2019 CONCORRÊNCIA DESLEAL POR MEIO DA IMITAÇÃO DO TRADE DRESS 1. INTRODUÇÃO Dentre os sinais distintivos de uma empresa está o trade dress ou conjunto imagem, que consiste no conjunto de elementos visuais ou sensoriais de um produto ou serviço que permite ao consumidor diferenciá-los facilmente dos outros disponíveis no mercado, pode ser entendido como a “vestimenta”, a imagem total, a forma como a empresa apresenta-se ao público. Contudo, esse instituto não possui definição legal, ou proteção expressa no ordenamento jurídico brasileiro, ficando sua proteção a cargo da repressão da concorrência desleal como um todo, visto que a doutrina e jurisprudência pacificaram entendimento no sentido de que a imitação do trade dress corresponde ao desvio de clientela por indução ao erro. Apesar das definições doutrinárias, por não ter previsão legal, a configuração de imitação de conjunto-imagem está, inteiramente, sujeita à interpretação do julgador, sendo observadas interpretações muito distintas em casos consideravelmente semelhantes. Assim sendo, é questionável se a repressão à concorrência desleal tem se mostrado eficaz na proteção a esse sinal distintivo, ou se a definição e previsão legal expressas proporcionariam defesa mais efetiva a esse elemento diferenciador de uma empresa. O trabalho tem por objetivo refletir criticamente sobre os seguintes questionamentos: É coerente o enquadramento do trade dress em propriedade industrial? Em que medida o, neste caso, absoluto poder de livre interpretação do juiz deixa as empresas desprotegidas e abre margens para o desvio de clientela? Atualmente mostra- se necessário ou não a definição e previsão legal expressa deste instituto para fins de sua proteção? A repressão à concorrência desleal é um mecanismo eficaz para isso? 2. PROPRIEDADE INTELECTUAL: DIREITO INDUSTRIAL X DIREITO AUTORAL Para compreender como o instituto do trade dress insere-se em propriedade industrial e relaciona-se com concorrência desleal, antes é necessário conceituar esses dois últimos institutos, sendo que, a isso deve-se antecipar a conceituação de um instituto mais amplo, o da Propriedade intelectual. A Organização Mundial da Propriedade Intelectual- OMPI estabelece em seu art. 2º que Propriedade intelectual é o conjunto de direitos relativos: VIII. — às obras literárias, artísticas e científicas, — às interpretações dos artistas intérpretes e às execuções dos artistas executantes, aos fonogramas e às emissões de radiodifusão, — às invenções em todos os domínios da actividade humana, — às descobertas científicas, — aos desenhos e modelos industriais, — às marcas industriais, comerciais e de serviço, bem como às firmas comerciais e denominações comerciais, — à protecção contra a concorrência desleal; e todos os outros direitos inerentes à actividade intelectual nos domínios industrial, científico, literário e artístico. Como explica Ulhoa (2012), o conjunto desses elementos é assim chamado em virtude de seu caráter imaterial e no fato de originarem-se por meio da aptidão e criatividade dos detentores de seus direitos. Assim, define Propriedade Intelectual como o gênero do qual são espécies a propriedade industrial (ou direito industrial) e o direito autoral, sendo apontado por Ulhoa que o estudo deste segundo, no entanto, é reservado aos doutrinadores de direito civil, enquanto o primeiro é tratado pelos comercialistas. Ressalte-se, porém, que ambos são protegidos também pela Constituição Federal (Brasil, 1988) que assim dispõe: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País. Ainda que semelhantes, os dois institutos não se confundem, sendo algumas de suas diferenças mais relevantes: a) Quanto à legislação específica: O direito autoral é regulado pela Lei nº , 9.610/98, enquanto a propriedade industrial é regida pela Lei nº 9.279/96. b) Quanto à origem do direito: O reconhecimento da propriedade intelectual se origina em um ato administrativo constitutivo, assim é, depende do registro ou da patente. Deste modo, o titular do direito é quem primeiro registrou ou patenteou o bem imaterial, não sendo juridicamente relevante saber quem realmente foi o primeiro a utilizar a marca, inventar ou projetar o bem. Por sua vez, o reconhecimento do direito autoral depende da comprovação de anterioridade da criação, assim sendo, o criador de uma obra pode reivindicar os direitos sobre ela mesmo sem registro, apenas comprovando que é sua a criação (Ulhoa, 2012) c) Quanto à extensão da proteção: O direito industrial protege tanto a criação em si, o resultado da invenção, quanto à ideia que ocasionou aquela criação. Por sua vez, o direito autoral protege apenas a criação em si, assim é, a obra, e não a ideia. Assim sendo, um individuo pode registrar, por exemplo, um romance com a mesma premissa de um já registrado, desde que não copie efetivamente a obra. Como visto, os dois institutos possuem diferenças que vão além da legislação, tendo aplicabilidades e funcionalidades diversas para campos diferentes, sendo ambos de grande relevância para a proteção de bens imateriais, contudo, voltadas a profissionais e mercados distintos. Superada a diferenciação superficial entre as espécies contidas em propriedade intelectual, este artigo passará a aprofundar-se apenas em uma dessas espécies, qual seja, a propriedade industrial, que é o que está vinculado ao tema central deste trabalho, o conjunto-imagem ou trade dress. 3. CONCORRÊNCIA DESLEAL 3.1. Propriedade Industrial e Concorrência Desleal A propriedade industrial, conforme se depreende da Lei nº 9.279/96- Lei de PI, abarca a invenção, a marca, o desenho industrial e o modelo de utilidade. Como dito anteriormente, os bens da propriedade industrial são protegidos por meio de patente ou registro. Conforme dispõe a Lei de PI (1996), são patenteáveis a invenção e o modelo de utilidade, por outro lado, são registráveis a marca e o desenho industrial. Segundo o art.8º dessa lei, para ser patenteável a invenção deve ter três requisitos, sendo eles, novidade, atividade inventiva e aplicação industrial. Já o modelo de utilidade, para ser patenteável, também deve ter aplicação industrial e, além disso, apresentar “uma nova forma ou disposição envolvendo um ato inventivo que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação” (Brasil, 1996). As marcas, por sua vez, são sinais distintivos que podem ser percebidos visualmente, podendo ser nominativas (o nome da empresa), figurativas (o logotipo), ou mistas. Já o desenho industrial é definido como: “a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionandoresultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial” (Brasil, 1996). Estando claro o que é propriedade industrial, passe-se a refletir sobre sua importância e reverberações no mercado. Em um mundo globalizado há um intenso fluxo de desenvolvimento e disponibilização de produtos e serviços, contudo, a demanda caminha na direção oposta da oferta ou, ao menos, está sempre um nível abaixo. Isto é, a procura pelos serviços e produtos não aumenta na mesma proporção que o surgimento de novas opções no mercado; são produzidos mais produtos e serviços do que a sociedade é capaz de consumir, em virtude disso, as empresas precisam investir em diversas estratégias para captar clientes e conquistar espaço eu seus ramos, lembrando que a economia brasileira é pautada nos princípios de livre iniciativa e livre concorrência. Assim diz Afonso da Silva (1988, apud Rodrigues, 2017) sobre o tema: A livre concorrência está configurada no art. 170, IV, como um dos princípios da ordem econômica. Ele é uma manifestação da liberdade de iniciativa e, para garanti-la, a Constituição estatui que a lei reprimirá o abuso de poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros. Os dois dispositivos se complementam no mesmo objetivo. Visam tutelar o sistema de mercado e, especialmente, proteger a livre concorrência contra a tendência açambarcadora da concentração capitalista (grifo nosso) Ou seja, os empresários podem utilizar todas as estratégias possíveis de captação de clientela, desde que lícitas, pois, como visto na citação anterior e como será mais explanado adiante, o ordenamento incentiva e protege a livre concorrência, mas condena e reprime a concorrência desleal. Retorne-se agora à Lei de PI (Brasil, 1966) que assim dispõe: Art. 195. Comete crime de concorrência desleal quem: I - publica, por qualquer meio, falsa afirmação, em detrimento de concorrente, com o fim de obter vantagem; II - presta ou divulga, acerca de concorrente, falsa informação, com o fim de obter vantagem; III - emprega meio fraudulento, para desviar, em proveito próprio ou alheio, clientela de outrem; IV - usa expressão ou sinal de propaganda alheios, ou os imita, de modo a criar confusão entre os produtos ou estabelecimentos; V - usa, indevidamente, nome comercial, título de estabelecimento ou insígnia alheios ou vende, expõe ou oferece à venda ou tem em estoque produto com essas referências; VI - substitui, pelo seu próprio nome ou razão social, em produto de outrem, o nome ou razão social deste, sem o seu consentimento; VII - atribui-se, como meio de propaganda, recompensa ou distinção que não obteve; VIII - vende ou expõe ou oferece à venda, em recipiente ou invólucro de outrem, produto adulterado ou falsificado, ou dele se utiliza para negociar com produto da mesma espécie, embora não adulterado ou falsificado, se o fato não constitui crime mais grave; IX - dá ou promete dinheiro ou outra utilidade a empregado de concorrente, para que o empregado, faltando ao dever do emprego, lhe proporcione vantagem; X - recebe dinheiro ou outra utilidade, ou aceita promessa de paga ou recompensa, para, faltando ao dever de empregado, proporcionar vantagem a concorrente do empregador; XI - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de conhecimentos, informações ou dados confidenciais, utilizáveis na indústria, comércio ou prestação de serviços, excluídos aqueles que sejam de conhecimento público ou que sejam evidentes para um técnico no assunto, a que teve acesso mediante relação contratual ou empregatícia, mesmo após o término do contrato; XII - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de conhecimentos ou informações a que se refere o inciso anterior, obtidos por meios ilícitos ou a que teve acesso mediante fraude; ou XIII - vende, expõe ou oferece à venda produto, declarando ser objeto de patente depositada, ou concedida, ou de desenho industrial registrado, que não o seja, ou menciona-o, em anúncio ou papel comercial, como depositado ou patenteado, ou registrado, sem o ser; XIV - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de resultados de testes ou outros dados não divulgados, cuja elaboração envolva esforço considerável e que tenham sido apresentados a entidades governamentais como condição para aprovar a comercialização de produtos. (grifo nosso) São muitas as estratégias reconhecidas pela legislação como práticas de concorrência desleal, mas este trabalho se aterá à contida no inciso III, o qual proíbe a utilização de fraude para confundir e, deste modo, desviar clientela. O inciso não especifica o quê exatamente seriam esses meios fraudulentos, sendo, diferentemente dos outros incisos, genérico e, consequentemente, muito abrangente; é exatamente essa falta de definição e especificidade que facilita sua aplicação aos casos de imitação do trade dress, como será visto mais adiante. 3.2. Pressupostos Configuradores de Concorrência Desleal Ainda que não encontrados na lei, existem elementos definidos pela doutrina nacional, acompanhada pela jurisprudência, que precisam estar presentes para que seja configurada a concorrência desleal. São eles a culpa do agente; risco de dano; a coalisão de interesses; existência de clientela; e ato ou procedimento suscetível de repreensão (Bittar, 1985). Segundo Bittar (1985), é assente o entendimento de que não é necessário comprovar o dolo ou a fraude, bastando a caracterização da culpa. Também não é preciso que tenha efetivamente ocorrido um dano, basta que haja essa possibilidade, ou seja, é dispensável a concretude do dano, sendo suficiente o risco de sua ocorrência, Aponta que é indispensável que as práticas ou atos de concorrência sejam repreensíveis, assim é, que sejam desleais, desrespeitosos, abusivos ou ausentes de preceitos de moral ou de direito. Outro requisito é a existência de clientela, porquanto a concorrência desleal visa prejudicar um concorrente visando a captação de clientela, então, naturalmente, se a empresa ofendida não tem clientela não há concorrência, tampouco se poderia falar em concorrência desleal. Quanto à coalisão de interesses, o autor explica que a concorrência desleal só resta configurada quando as empresas envolvidas, praticante e alvo, pertencem ao mesmo ramo. Assim é, só há concorrência entre empresas que visam um mesmo público, então é preciso que essas empresas sejam de uma mesma atividade negocial e de um mesmo território. Vale destacar, contudo, que o critério de especialidade (referente ao ramo) e o de territorialidade (referente ao território no qual se localiza a empresa, neste caso, o Brasil), comportam exceções, quais sejam, a marca de alto renome e a marca notoriamente conhecida. Conforme os art. 125 e 126 da Lei de PI (Brasil, 1966), a marca de alto renome registrada no Brasil está protegida em todos os ramos de atividade, enquanto a marca notoriamente conhecida em seu ramo está protegida internacionalmente, independente de localizar-se ou ser registrada no Brasil. 4. DESVIO DE CLIENTELA POR MEIO FRAUDULENTO- A IMITAÇÃO DO TRADE DRESS 4.1.O Instituto do Trade Dress Ante a liberdade de concorrência, a alta oferta e uma demanda que não a acompanha, é imprescindível que as empresas inovem e possuam elementos que vão além do produto que oferecem ou do serviço que prestam para que consigam se distinguir de outras empresas de seu ramo e se destacar no campo comercial. Essas características diferenciadoras e identificadoras são chamadas de sinaisdistintivos e o mais conhecido e que está definido em lei é, sem dúvidas, a marca, seja nominativa, figurativa ou mista. Contudo, mesmo que não expressos na legislação, são admitidos outros signos distintivos, conforme se depreende da leitura desse dispositivo: Art. 5º da Constituição Federal: XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; (grifo nosso) Como visto, a Constituição reconhece e protege “outros signos distintivos”, mesmo sem que haja especificação e definição deles, é aí que se introduz o elemento central deste trabalho, o trade-dress ou conjunto-imagem. O trade-dress é um sinal distintivo não previsto na legislação e, portanto, não possui definição legal, ficando seu conceito a cargo dos doutrinadores e da jurisprudência. Assim, conforme entendimento doutrinário e jurisprudencial, o conjunto-imagem consiste no conjunto de elementos visuais ou sensoriais de um produto ou serviço que permite ao consumidor diferenciá-los facilmente dos outros disponíveis no mercado, pode ser entendido como a “vestimenta”, a imagem total, a forma como a empresa apresenta-se ao público. Deste modo, pode ser composto por uma gama de elementos, como cores, texturas, sons, aromas, ornamentação, decoração, disposição da mobília, estilo de iluminação, sonorização específica, formatos exclusivos de embalagens e tudo o que torne o produto ou estabelecimento perceptivelmente único aos olhos dos clientes, elementos que distanciam o produto ou estabelecimento de outros, os tornando inconfundíveis (Minada, 200-?). A princípio, o trade-dress é mais facilmente identificável em embalagens, a exemplo da cerveja Heineken, cujo fundo verde e branco com a estrela vermelha e a propria fonte com a qual a marca nominativa foi desenhada, num primeiro momento, já a identificam e a destacam de outras cervejas, assim, um consumidor que deseja comprar uma Heineken jamais compraria outra cerveja por confundir as embalagens. Quanto a isso, aponta Pinho (2001, p. 103, apud Schultz; Hundertmarch, 2016) que a embalagem, para que tenha caráter de trade-dress, deve apresentar elementos que ultrapassem a necessidade de proteção e conservação do produto, é preciso que ela satisfaça: às condições necessárias para cumprir sua função mercadológica: ser um anúncio, atrair a atenção do consumidor, destacar-se no ponto-de-venda, identificar rapidamente o produto, propagar eficientemente a marca, ter aspecto limpo e higiênico, ser de fácil manuseio, gerar credibilidade e acrescer um novo valor ao produto. (grifamos) Todavia, ainda que mais difíceis de identificar, muitos desses elementos também devem estar presentes nos estabelecimentos, o que, como dito anteriormente, será observado na decoração, ornamentação, disposição da mobília, a composição arquitetônica, dentre outros, desde que sejam característicos daqueles estabelecimento. Pode-se usar como exemplo uma das maiores redes de fast-food do mundo, o McDonald's, cujos restaurantes são identificados imediatamente, não sendo confundidos com outras redes de fast-food, mesmo que também famosas e mesmo que as cores utilizadas neste tipo de estabelecimento costumem ser as mesmas, como amarelo, laranja e vermelho. Como visto na citação anterior, são elementos que atraem a clientela e conferem credibilidade ao produto ou estabelecimento por representarem uma empresa conhecida e renomada, sendo que os consumidores que adquirem aquele produto ou frequentam aquele lugar, fazem questão consumirem especificamente daquela empresa, não se contentando com outras semelhantes. Rememore-se que o trade-dress não tem previsão legal expressa e, assim sendo, não é passível de registro como uma marca ou desenho industrial, deste modo, pode-se questionar como se daria a proteção deste instituto que tem tanta importância para as empresas como quaisquer outros bens previstos na Lei de Propriedade Industrial ou na Constituição Federal. Esse questionamento será respondido nos tópicos que se seguem. 4.2. A Imitação do Trade Dress Como Forma de Desviar Clientela e a Possibilidade de Seu Reconhecimento como Propriedade Industrial Mais do que proteger os direitos pela criação de um produto, a legislação também visa proteger as características que diferenciam uma empresa de outra, para evitar ou reprimir os casos em que a liberdade de concorrência se transforma em abuso. Já foi dito que a proteção aos sinais distintivos está prevista no art. 5º, inciso XXIX, da Constituição Federal que garante a proteção da marca, nome e “outros signos distintivos”. Pela definição, inclusive intuitiva, de sinal distintivo, fica claro que o trade- dress corresponde a um destes sinais, superado isso, sendo um sinal distintivo, ainda que sem definição expressa, sua proteção é garantida, primeiramente, por esse artigo que, ao não especificar quais seriam esses outro signos distintivos, deu margens a interpretações expansivas e aplicações analógicas. Ocorre que, frequentemente, empresas valem-se de estratégias desonestas para usufruir parasitariamente do sucesso e popularidade de outras empresas, sendo que, dentre as várias formas de concorrência desleal, a que estás sendo tratada aqui é o desvio de clientela por indução ao erro ou, nos termos do art. 195, inciso III, da Lei de PI, o emprego de meio fraudulento para desviar para si a clientela de outrem. A forma mais comum deste tipo de prática é exatamente a imitação do trade dress de produtos ou estabelecimentos renomados para confundir o público que findará por consumir erroneamente o produto ou serviço de uma empresa acreditando estar consumindo o de outra, no caso, o da empresa copiada. O que se quer dizer é, o art. 195 também não especifica quais são os meios fraudulentos que levam o consumidor à confusão, mas a doutrina e jurisprudência pacificaram entendimento no sentido de que a imitação do trade-dress, estando presentes certos requisitos que serão tratados adiante, corresponde a um meio fraudulento de desvio de clientela, assim sendo, a imitação do conjunto-imagem é uma prática de concorrência desleal. Além disso, há mais uma abertura em outro dispositivo da Lei de PI, qual seja, o art. 209, o qual dispõe: Art. 209. Fica ressalvado ao prejudicado o direito de haver perdas e danos em ressarcimento de prejuízos causados por atos de violação de direitos de propriedade industrial e atos de concorrência desleal não previstos nesta Lei, tendentes a prejudicar a reputação ou os negócios alheios, a criar confusão entre estabelecimentos comerciais, industriais ou prestadores de serviço, ou entre os produtos e serviços postos no comércio (Brasil, 1966) Isolando os trechos negritados deste artigo, tem-se que: “Fica ressalvado ao prejudicado o direito de haver perdas e danos em ressarcimento de prejuízos causados por atos de concorrência desleal não previstos nesta Lei, tendentes a criar confusão entre estabelecimento comerciais, industriais ou prestadores de serviços”. Vê-se que encaixa-se perfeitamente aí a imitação do conjunto-imagem que é um algo que não está prevista em lei, posto que o trade-dress também não está, mas é uma prática que provoca a confusão entre produtos, estabelecimentos ou prestadores de serviços, devendo, portanto, ser reprimida. Assim, mais uma vez são encontradas brechas na legislação que permitem abarcar o trade-dress e protege-lo de cópia. Bem, está claro que o trade-dress é um sinal distintivo e que sua imitação é uma prática de concorrência desleal,mas, pode-se afirmar que juntamente deste entendimento vem a ideia de que ele é de fato um bem de propriedade industrial? Como visto, a inclusão do conjunto-imagem no ordenamento se dá por meio de brechas deixadas pelo legislador, o que permitiu aplicar a ele os dispositivos aqui citados por analogia e, além disso, pelas necessidades fáticas percebidas por meio das demandas judiciais envolvendo o tema. É possível sim, no entanto, pensar no trade dress como propriedade industrial, se refletir-se sobre duas teorias: a) Primeiro, o art.5º, inciso XXIX, da Constituição põe os sinais distintivos ao lado da marca e das invenções que são bens de propriedade industrial, assim, já aceita a ideia de que trade-dress é um sinal distintivo, poder-se-ia pensar que a CF da a ele o mesmo tratamento dispensado aos bens previstos na Lei de PI. b) O art. 1º, caput, da Lei de PI afirma: “Esta Lei regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial”. Ou seja, todas as questões sobre as quais esta lei dispõe adentram o campo da propriedade industrial, sendo uma delas a repressão à concorrência desleal com fins de proteger a propriedade industrial. Assim, uma vez que o trade dress está dentre os bens que são protegidos por meio da repressão à concorrência desleal que, por sua vez, visa proteger a propriedade industrial, então, consequentemente, poder-se-ia concluir que o trade dress está inserido no rol de bens de PI, mesmo que de forma subentendida. Bem, teorias à parte, a conclusão a que se chega com certeza, conforme destaca Minada (200-?), é que, pela falta de previsão expressa no ordenamento jurídico, a proteção deste instituto só é efetivada por meio da repressão à concorrência desleal. Como afirmado pelo Superior Tribunal de Justiça quando julgamento do RESP 1.677.787: “A proteção ao trade dress, mesmo sem previsão expressa na Lei de Propriedade Industrial, é autônoma e se fundamenta na repressão à concorrência desleal- não dependendo necessariamente dos institutos formais de direito de propriedade intelectual.” Veja-se o que ensina Gama Cerqueira (1952, p. 378-379 apud Barbosa, 2011) sobre essa questão: Entre os meios de criar confusão com os produtos ou artigos de um concorrente, acode à idéia, desde logo, o uso de sinais distintivos idênticos ou semelhantes aos que os assinalam. Quando esses sinais distintivos se acham registrados como marcas, a hipótese cai sob o domínio da lei respectiva, sendo punível como contrafação (Código, art. 175, II). Tratando-se de sinais não registrados, é condição essencial à ação baseada em concorrência desleal que êsses sinais, além de reunirem os requisitos intrínsecos que os tornem distintivos e suscetíveis de constituir marcas, estejam em uso prolongado, de modo a se tornarem conhecidos como marcas dos produtos concorrentes. Aplica-se o mesmo princípio quando se trata de imitação ou reprodução do aspecto característico do produto ou à forma de sua apresentação (embalagens, envoltórios, recipientes, etc.), quando não sejam vulgares ou pertencentes ao domínio público. Equiparam-se aos produtos, para o efeito de sua proteção contra a concorrência desleal, como já foi dito, os serviços oferecidos ao público por uma empresa ou estabelecimento. Ou seja, por ser um instituto autônomo, ainda que se considere inconcebível a ideia do trade dress como propriedade industrial e ainda que ele não seja registrável, sua proteção está garantida pela Lei de PI em decorrência da necessidade de se verem reprimidas as práticas fraudulentas que visem captar indevidamente a clientela alheia. Veja-se também o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça: A despeito da ausência de expressa previsão no ordenamento jurídico pátrio acerca da proteção ao trade dress, é inegável que o arcabouço legal brasileiro confere amparo ao conjunto-imagem, sobretudo porque sua usurpação encontra óbice na repressão da concorrência desleal. Incidência de normas de direito de propriedade industrial, de direito do consumidor e do Código Civil. (STJ.3ªTurma.REsp1677787/SC,Rel.Min.NancyAndrighi,julgadoem26/09/20 17.) Dizendo de outra forma, a repressão à concorrência desleal é a forma existente, atualmente, de proteger esse sinal distintivo que, por não ter previsão legal, não pode ser protegido por registro. Para isso, contudo, conforme destacou o autor acima, é preciso que o sinal seja realmente uma “marca” daquela empresa, que seja amplamente conhecido como representativo dela, não podendo ser elementos de uso comum ou domínio público, se assim fossem, não seriam distintivos. Assim, além dos requisitos de configuração de concorrência desleal mencionados em tópico anterior, para que esteja configurada, especificamente, a imitação do trade dress reprimível e punível como prática de concorrência desleal, é necessária a existência de mais outros dois requisitos, os quais serão tratados no tópico seguinte. 4.3.Pressupostos Configuradores Como já explanado, a imitação do trade dress visa confundir o consumidor para fazê-lo levar um produto acreditando que está levando outro, ou frequentar um estabelecimento acreditando que está em outro. Para que o trade dress de uma empresa, caso seja imitado, possa ser protegido por meio do combate à concorrência desleal devem estar presentes dois requisitos: distintividade e possibilidade de confusão ou associação indevida pelo consumidor (Adolfo, Moraes e Manara, 2008 apuda Minada, 200-?). Quanto à distintividade, como já exposto, para ser um sinal distintivo é natural que seja algo diferenciado, original, peculiar, e não algo corriqueiro e comumente visto, posto que precisa identificar de imediato a origem daquele produto ou serviço. Para exemplificar, retome-se um exemplo dado anteriormente, o McDonald's, há diversos elementos que compõem seu trade dress, contudo, um desses elementos não é a escolha das cores, visto que laranja, vermelho e amarelo são cores usadas frequentemente no comercio de alimentos em virtude de estudos psicológicos afirmarem que são cores capazes de despertar a fome nas pessoas. Assim, uma rede de lanches não pode alegar ser vitima de concorrência desleal porque um concorrente está usando essas mesmas três cores em seu estabelecimento e embalagens. Enfim, para ser protegido, é imprescindível que o produto ou estabelecimento tenha características tão próprias que, ao olhá-los, o cliente saiba de pronto qual empresa está por trás. Em relação à possibilidade de confusão ou associação indevida, tem-se que é preciso que a cópia tenha se dado de forma tão intensa que seja consideravelmente difícil ao consumidor distinguir os dois produtos ou estabelecimentos. Todavia, destaque-se que essa análise deve ser feita considerando dois fatores: a) O conjunto do trade dress supostamente copiado e o conjunto de sua suposta cópia. Assim é, não são considerados os elementos individualmente, como apenas as cores, a fonte das letras ou o estilo da mobília, mas o todo, a junção de todos os elementos deve tornar os produtos ou estabelecimentos semelhantes o suficiente para confundir os dois. b) O público para o qual o produto ou serviço se destina. Deve ser considerado o nível de instrução e atenção do consumidor, o Superior Tribunal de Justiça entende que devem ser levados em consideração os “consumidores desatentos”. Veja-se o seguinte julgado: Para a Lei, basta que os produtos sejam parecidos a ponto de gerar confusão. Naturalmente, uma pessoa atenta percebe a diferença entre duas marcas, ainda que sejam quase idênticas. Entretanto, é necessário que se tenha em mente que não se trata de um ‘jogo de sete erros’. A Lei se destina, não aoconsumidor atento, mas justamente ao consumidor que, por qualquer motivo, não se encontra em condições de diferenciar os produtos similares. Não se pode descurar o fato de que, muitas vezes, o consumidor não pode ler a embalagem de um produto ou, ao menos, tem dificuldade de fazê-lo, seja por seu grau de instrução, por problemas de saúde ocular ou mesmo por pressa. Nesses casos, tudo o que o consumidor distinguirá será a forma da embalagem, as características gerais do produto, as cores apresentadas e assim por diante. Ora, ao observar as fotografias dos produtos com a marca ‘Brilhante’ e dos produtos com a marca ‘BioBrilho’ que constam do processo, é nítida a possibilidade de confusão. Num olhar rápido, as embalagens são muito parecidas. (Recurso Especial no 698.855. Superior Tribunal de Justiça (STJ). Relatora: Min. Nancy Andrighi, julgado em 25.09.2007.) Depreende-se do julgado que para analisar se há risco de confusão deve-se levar em consideração os consumidores menos instruídos ou menos atentos que facilmente seriam induzidos ao erro ao se depararem com embalagens parecidas ou estabelecimentos com fachadas e decorações muito semelhantes. 5. EFICÁCIA DA PROTEÇÃO DO TRADE DRESS POR MEIO DA REPRESSÃO À CONCORRÊNCIA DESLEAL Bem, na ocorrência de imitação do trade dress e estando presentes todos os requisitos mencionados, levando à configuração de concorrência desleal, o agente poderá ser punido civil ou penalmente a depender do caso concreto. Contudo, será que deixar a proteção deste importante e complexo instituto a cargo da repressão à concorrência desleal mostra-se a maneira mais eficiente de protegê-lo? Para refletir, não responder, mas apenas pensar sobre essa questão, vale a análise de dois casos concretos envolvendo trade dress e concorrência desleal: a) NESTLÉ X ELEGÊ- APC nº 70025756552 Neste caso, julgado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande Do sul, a famosa empresa de alimentos e bebidas denominada Nestlé ajuizou ação contra a Elegê alegando prática de concorrência desleal por imitação de sua embalagem de leite. O Tribunal decidiu por dar procedência à ação, conforme se vê neste trecho: [...] os produtos ostentam semelhanças visuais inescondíveis–cores de fundo coincidentes (azul e branco) em tonalidades idênticas, elemento nominativo em posição de relevo e destaque nas embalagens–dispostos em ângulo levemente acentuado –e tingidos com tonalidade de cor vermelha análoga e copos de leite em movimento, localizados em posições símiles. [...] Não há dúvida quanto à suscetibilidade de repreensão pelo ato perpetrado pela ré, posto que configura concorrência desleal descortinando, a parte ré, sob a ótica que campeia o mercado, conduta incongruente com ostandard do agir negocial. (grifamos) b) NESTLÉ X DANONE- APL nº 0046192-31.2013.8.26.0100 Nesta ação, julgada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, também movida pela Nestlé, desta vez em face da Danone, uma de suas maiores concorrentes, foi analisada a similitude entre as embalagens do iogurte grego. Deste vez, o tribunal entendeu que não houve a configuração de concorrência desleal por imitação de trade dress, defendendo que as características presentes nestas embalagens são comuns ao tipo de produto, ou seja, não estaria presente o requisito da distintividade. Veja-se a ementa da decisão: PROPRIEDADE INDUSTRIAL – Trade Dress – Iogurte grego – Danone e Nestlé – Design das embalagens são comuns ao tipo de produto – Cores (azul e branco) e elementos que remetem ao país grego, aonde foi criado esse tipo de produto – Expressão "grego", ademais, escrita em estilizações diferentes – Cores azul e branca compõem linha "O Verdadeiro Danone", lançada pela Danone no ano de 2012 – Conjunto- imagem distintos – Impossibilidade de confundir consumidor – Inibitória improcedente – Apelação improvida LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ – Indeferimento da liminar no Poder Judiciário bandeirante – Desistência da ação pela autora – Superveniente repropositura da ação no Estado Fluminense – Evidente tentativa de burla ao Juiz natural – Condenação ao pagamento de multa e indenização decorrentes da litigância de má-fé – Apelação improvida. Dispositivo: negam provimento. Bem, os dois caso em tela são muito semelhantes, não por terem o mesmo polo ativo, mas por trazerem a análise de produtos com praticamente as mesmas características, mas que, contudo, tiveram desfechos completamente distintos. Os quatro produtos são laticínios e possuem elementos que realmente são comuns a este tipo de produto, principalmente no que tange às cores azul e branco. Destaque-se, contudo, que a disposição das figuras, nomes e as fontes utilizadas não necessariamente são comuns em produtos similares, mas, nos produtos em tela, as semelhanças são notáveis. Na ação envolvendo as caixas de leite, o tribunal enfatizou a mesma escolha de cores (azul e branco) e, inclusive no mesmo tom, e a ação foi julgada procedente. Já no segundo caso, as mesmas cores, com os mesmos tons, foram utilizadas em produtos semelhantes (laticínios) e o tribunal entendeu que são cores comuns ao tipo de produto, negando provimento à apelação da autora. É verdade que os elementos não devem ser analisados isoladamente, e sim o todo, mas olhando o todo na primeira e imagem e depois na segunda imagem, não se vê muita diferença entre os dois comparativos. O questionamento é, sendo os quatro produtos tão parecidos, não seria coerente que, se a primeira ação fosse julgada procedente, a segunda também fosse, ou, se a primeira fosse improcedente, a segunda também fosse? Ocorre que, devido à falta de definição e previsão expressa, a configuração da imitação do conjunto-imagem fica, quase, exclusivamente a mercê do julgador, uma vez que mesmo que existam requisitos a serem cumpridos e observados, estes são carregados de subjetividade, assim é, a conclusão sobre se estão preenchidos ou não os requisitos também depende da interpretação do julgador. Assim, decisões contraditórias podem ser facilmente encontradas na jurisprudência, sendo que é, muitas vezes, dispensado um tratamento diferente a casos muito semelhantes, como os mencionados neste artigo. Essa abertura da legislação e do conceito de trade dress, bem como de seus requisitos, pode ser um gerador de insegurança jurídica e deixar as empresas desprotegidas, tanto na hipótese de não ser concedida uma tutela jurisdicional devida, quanto na hipótese de ser concedida indevidamente. 6. CONCLUSÃO Apesar de não ter definição legal e previsão expressa, o trade-dress já é aceito atualmente como um importante sinal distintivo das empresas e que deve ser protegido por meio da repressão à concorrência desleal, visto que sua imitação corresponde a um meio fraudulento de desvio de clientela. Não é pacífica a ideia de considerar o trade dress como efetivamente um bem de propriedade industrial, parte disto deve se dar ao fato de que ainda é algo muito subjetivo e até mesmo de difícil análise, compreensão e definição, o que inclusive pode ser a razão de ainda não ter uma legislação específica que abarque o conjunto-imagem. Mesmo que o combate à concorrência desleal não deixe o trade dress inteiramente desprotegido, é questionável se é mesmo a forma mais eficaz para a sua proteção, posto que a subjetividade dos requisitos configuradores podem dificultar ou, as vezes, até mesmo inviabilizar uma prestação jurisdicional adequada e eficiente. O excesso de liberdade do julgador, consequente dessa falta de definição legal, dá margens a interpretações muito distintas em casos iguais, o que deixa as empresas vulneráveis e provoca insegurança jurídica. Assim, se faz necessária uma legislação específica parareger o instituto do trade dress, definindo claramente seus requisitos, determinando quais elementos podem ser protegidos, a exemplo dos elementos auditivos e olfativos que ainda são motivo de muitas incertezas, e, também, que preveja a possibilidade de registro do trade dress, o que sem dúvidas já diluiria muitos questionamentos em torno dos direitos e deveres envolvidos neste tema e reduziria substancialmente o número de demandas deste tipo no judiciário. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Constituição federal da república federativa do brasil de 1988. 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 01 dez. 2019 BITTAR, Carlos Alberto. Concorrência desleal: a imitação de marca (ou de seu componente) como forma de confusão entre produtos. 1985. Disponível em: <https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/181586/000415513.pdf?sequence =3>. Acesso em: 01 dez. 2019. 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