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Resumo (Maria Severina Adelino Barbosa)

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Aluna: Maria Severina Adelino Barbosa
RESUMO
É grande o interesse de Nietzsche pelo tema da educação. Esse interesse mostra-se em textos como as considerações fora do tempo, ou seja, extemporâneo, principalmente a primeira que demonstra o futuro dos nossos estabelecimentos de ensino. O grau geral desses textos fazem de Nietzscho um filosofo da educação, sobretudo demonstrando a sua inquietação teórica com a crise educacional e cultural do seu tempo, segundo ele, marcado pelo filisteismo cultural ou pela cultura jornalística.
O filisteismo complementa ou seja, contrapõe aos filhos das musas, artistas e autênticos homens da cultura, sendo eles os responsáveis pela separação entre vida e pensamento, tornando a educação um processo plano e de cultura vulgar, distanciando-se do espírito utilitário que toma conta do ambiente educacional. Nietzsche tenta retomar uma espécie de cultura vasta e profunda beneficiando da aristocracia espiritual predefinida pela própria natureza.
As ideias de Nietzsche podem soar bastante extravagante para um tempo referente ao nosso, no qual a educação é anunciada como direito de todos e dever estado, por detrás dos discursos oficiais que tentam garantir educação para o maior número de pessoa possível, esconde-se um processo de empobrecimento da cultura prezando pela quantidade e bem pouco pela qualidade.
O modo de pensar Nietzschiano sempre se preocupa com o empobrecimento da cultura, vendo que falta os guias espirituais e sobram os mestres sem educação, ou seja, sem vocação.
Educar é ensinar o além do homem é despertar os sentidos para elevação da cultura.
A educação não é apenas uma instrução ou atividade na qual apenas se repassa informações, na qual se deixam levar pelos costumes e pelas opiniões falsas, sabendo-se que homem é um milagre não repetitivo. Certamente devemos viver segundo a nossa própria lei, conforme a nossa própria medida, passando o papel reservado a cada individuo a verdadeira educação. É como libertação que a educação se torna um ato de jardinagem, que retira as ervas más, sem anular a erva principal, é como a arte que deveria ser condenada porque revela as paixões que deveriam ser abafadas, encanta e ilude a alma, libertando-a da dor, não que a elimine, mas que a esconde.
Não só Nietzscher valoriza a arte no processo educativo, como também Platão e Schopenhouer.
Os filósofos veem como verdadeiros renovadores da cultura, devendo tomar as rédeas do processo educativo. Quem animaliza o homem é, portanto, o sistema educacional, onde tenta enquadra-lo nos seus rígidos esquemas de aperfeiçoamento onde o maior erro do modelo tradicional é que ele ensina o que não vive. É preciso aprender de novo a valorizar a vida como assunto filosófico e educativo no tempo em que a preguiça e a ignorância viram epidemia. Nietsche reconhece esse traço de verdade no seu mestre Schopenhauer ele era um solitário onde nenhum amigo com a mesma disposição e temperamento poderia consola-lo. É na educação que o filosofo põe a salvo sua liberdade no fundo de si próprio. Para Nietzsche a educação tornou-se um processo de domesticação, de adestramento e enfraquecimento e só na amizade os indivíduos mostram-se abertos e francos, a vida alimenta a filosofia, por que nela os obstáculos da vida se apresenta como condições para o crescimento e para elevação. Só ai a educação poderia recuperar o seu desejado estado de comoção. A amizade é tida por Nietzsche uma espécie de reunião de solitários numa espécie de mosteiro para espíritos livres, esse caso de comunidade filosófica pode contribuir muito mais para a renovação da cultura que os velhos estabelecimento de ensino de seu tempo.
Nietzsche encontra em Sorrento a chave de efetivar o seu desejo de fundar a sua escola para educadores, um lugar no qual a vida pudesse servir de fonte para o conhecimento fazendo com que os homens fossem capazes de renovar a cultura baseada na liberdade de espírito e na partilha da alegria.

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