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Contrato de Prestação de Serviços

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PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS (arts. 593 A 609, CC)
1. DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
O contrato de prestação de serviços é uma evolução do locatio operarum (locação de serviços), previsto no CC/16.
IMPORTANTE! Saber que o contrato de prestação de serviços não se equipara ao contrato de trabalho, porque ausente os elementos configuradores deste (subordinação, não eventualidade e remuneração).
1.1. CONCEITO
Pelo contrato de prestação de serviços, uma das partes contrata a outra para que execute determinada atividade, por prazo certo, mediante remuneração, ou gratuitamente (Elpidio Donizetti e Felipe Quintella).
As partes são prestador de serviços (aquele que é contratado) e tomador de serviços (aquele que contrata).
As regras do Código Civil possuem aplicação subsidiária, portanto, somente serão aplicáveis quando não for possível aplicar as leis trabalhistas ou lei especial (art. 593, CC).
1.2. OBJETO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
O contrato de prestação de serviços poderá ter por objeto qualquer espécie de trabalho, desde que seja lícito, material ou imaterial (intelectual), admitida a remuneração (art. 594, CC).
Na hipótese de ter sido contratado para serviço não especificado, o trabalhador se obriga a prestar todo e qualquer serviço (lícito) que seja compatível com suas forças e condições (art. 601, CC).
1.3. NATUREZA DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
A celebração do contrato entre prestador e tomador gera obrigação de meio, ou seja, ele se obriga a executar diligentemente a atividade, sem se responsabilizar pelo resultado.
ATENÇÃO! O prestador de serviços que se obriga a resultado é um empreiteiro, em um contrato de empreitada (arts. 610 a 626, CC).
1.4. PRAZO E EXTINÇÃO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
A prestação de serviços se extingue naturalmente ou prematuramente (art. 607, CC):
· NATURALMENTE		Pelo exaurimento do prazo
Pela conclusão da atividade
Pela morte da parte
Pela rescisão do contrato (mediante prévio aviso)
· PREMATURAMENTE	Pelo inadimplemento da parte
Pela impossibilidade de continuidade da prestação (por motivo de força maior)
Para que não haja confusão entre o contrato de prestação de serviços e o contrato de trabalho, o Código Civil estabelece um prazo máximo de 4 anos de duração para a prestação de serviços (a fim de que não seja configurada a não eventualidade e a subordinação). O prazo máximo deve ser observado mesmo que o motivo do contrato seja o pagamento de dívida entre as partes, ou que a finalidade do contrato seja a execução de certa atividade que demande mais do que 4 anos. A lei prevê que a resolução será automática quando alcançado o prazo máximo, mesmo que o serviço não tenha sido concluído (art. 598, CC).
Para fins de cômputo de prazo, não será considerado o prazo em que o prestador, por sua culpa, deixou de servir (art. 600, CC). Exemplo: José foi contratado para pintar um imóvel pelo prazo de quatro semanas, mas, durante uma semana, não prestou o serviço pois teve que viajar.
Não havendo determinação de prazo, respeitado o máximo de 4 anos, qualquer das partes poderá, mediante prévio aviso, resolver o contrato (art. 599, “caput”, CC).
ATENÇÃO! Exige-se que o prazo não possa ser presumido pela natureza do contrato ou dos costumes do lugar.
O aviso prévio devera obedecer aos prazos de (art. 599, § único, CC):
(a) antecedência de 8 dias, se o salário se houver fixado por tempo de um mês ou mais;
(b) antecedência de 4 dias, se o salário se tiver ajustado por semana ou quinzena;
(c) de véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias.
O prestador de serviços, em contrato por tempo certo ou por obra determinada, não poderá se ausentar ou se despedir sem justa causa, antes de preenchido o tempo ou concluída a obra (art. 602, “caput”, CC).
Por interpretação “a contrario sensu”, o tomador poderá resilir o contrato na forma de denúncia cheia (dispensa por justa causa). Nessa hipótese, o prestador deverá receber a retribuição vencida, mas responderá por perdas e danos eventualmente causados (art. 602, § único, segunda parte, CC).
Caso o próprio prestador peça a dispensa, sem justa causa (resilição em forma de denúncia vazia), também terá direito a retribuição vencida (ou seja, aos dias pelos quais já trabalhou ou as atividades de que finalizou), mas responderá por perdas e danos (art. 602, § único, primeira parte, CC).
Se o tomador despedir o prestador sem justa causa, o prestador terá direito a retribuição vencida mais metade do que teria ganhado se o contrato tivesse alcançado o termo final (art. 603, CC). Exemplo: José (prestador) ganharia R$ 22.000,00, por parcelas mensais de R$ 2.000,00 em um contrato celebrado com Roberto (tomador). Sem justa causa, Roberto resolve o contrato. José terá direito a parcela vencida (R$ 2.000,00) mais R$ 10.000,00 (metade do que ainda ganharia).
Ao final do contrato, o prestador poderá exigir que o tomador forneça declaração de que o contrato foi encerrado. Também poderá exigir a declaração se foi despedido sem justa causa ou se tiver havido justo motivo para deixar o serviço (art. 604, CC).
1.5. REMUNERAÇÃO
O contrato de prestação de serviços é presumidamente oneroso, mas não há impedimento de que seja gratuito.
Caso a remuneração não tenha sido ajustada pelas partes, não se podendo presumir que o contrato é gratuito, ou se as partes não tenham chegado em um acordo, a remuneração será fixada de acordo com os costumes do local, o tempo de serviço despendido pelo prestador e sua qualidade (art. 596, CC). É chamada de remuneração por arbitramento.
Em regra, a remuneração deverá ser paga após a prestação do serviço. Entretanto, as partes poderão, por convenção ou por costume, adiantar ou fracionar o pagamento (art. 597, CC). 
1.6. CARÁTER PERSONALÍSSIMO DO CONTRATO
O contrato possui intuitu personae, ou seja, é personalíssimo. A regra é que o tomador não poderá transmitir a outrem o direito aos serviços ajustados, bem como o prestador não poderá substabelecer o serviço a outra pessoa. Entretanto, com anuência das partes, poderá haver a substituição (art. 605, CC).
Se a prestação de serviços se der em prédio agrícola e o prédio for alienado, não haverá rescisão do contrato de prestação de serviços. O prestador poderá escolher se deseja continuar o contrato com o adquirente da propriedade ou com o tomador originário (art. 609, CC).
1.7. HABILITAÇÃO DO PRESTADOR
Caso o prestador se ofereça para prestar serviços aos quais a lei ou a própria natureza do trabalho exija habilitação, a qual o prestador não tem, não poderá exigir que o tomador pague o valor que pagaria ao profissional habilitado (art. 606,CC).
Entretanto, se a habilitação não for exigida por norma cogente (norma de ordem pública), e se do serviço prestado pelo profissional não habilitado resultou de benefício ao tomador, o juiz atribuirá compensação razoável ao prestador, desde que o prestador tenha agido de boa-fé.
ATENÇÃO! Somente será devida a compensação razoável se a proibição de prestar determinado e específico serviço decorra de norma cogente (art. 606, § único, CC). Exemplo: se o exercício da atividade depende que o profissional tenha alguma formação ou registro em conselho profissional.
1.8. ALICIAMENTO DO PRESTADOR
Aquele que “roubar” (aliciar) o prestador de serviços de outrem, deverá indenizar o tomador originário.
A indenização será a titulo de lucros cessantes em favor do tomador originário. O aliciador deverá pagar o que o tomador originário ganharia durante 2 anos (art. 608, CC).
ATENÇÃO! A norma caiu em desuso.
1.9. ASSINATURA DO CONTRATO
Se qualquer das partes não souber ler ou escrever, o contrato poderá ser assinado a rogo (coloca-se a impressão digital do analfabeto e outra pessoa coloca o nome, número do RG ou CPF e assina). Deverá, obrigatoriamente, conter a assinatura de duas testemunhas (art. 595, CC).

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