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UNICEP - CENTRO UNIVERSITÁRIO PAULISTA MANUTENÇÃO DE AERONAVES CARLOS GUILHERME BARACO A EVOLUÇÃO DA AVIAÇÃO DURANTE A 1º E 2º GUERRA MUNDIAL SÃO CARLOS - SP 2020 RESUMO A aviação militar foi a grande precursora da aviação civil, quando você entra hoje em um avião de passageiros produzido pela maior empresa da área, a americana Boeing, fundada em 1916 no meio da guerra, mas antes de os americanos entrarem nela, você está literalmente seguindo nos passos de uma velha tradição de aviões de guerra produzidos pela companhia americana baseada em Seattle. O bombardeiro Boeing B-17 “Flying Fortress” (Fortaleza Voadora) transformou a Alemanha em ruínas; o Boeing B-29 “Superfortress” (Super Fortaleza) incendiou o Japão e lançou sobre o país asiático duas bombas atômicas; o Boeing B-52 “Stratofortress” (Fortaleza Estratosférica) foi projetado para levar a União Soviética de volta à Idade da Pedra com armas nucleares, mas, como não houve a 3 Guerra Mundial, passou boa parte do tempo lançando bombas em lugares como o Vietnã, o Iraque e o Afeganistão. Isso tudo ajudou a produzir, por exemplo, o bimotor Boeing 737, o avião a jato mais vendido na história da aviação comercial, e um clássico da ponte aérea Rio-São Paulo. SUMARIO 1. INTRODUÇÃO 4 2. A HISTÓRIA CONTADA ATRAVÉS DAS GUERRAS 5 3. A AVIAÇÃO COMERCIAL 10 4. CONCLUSÃO 12 REFERENCIAS 13 1. INTRODUÇÃO A ficha de que a aviação tinha vocação militar caiu em 1909, quando Louis Blériot fez a travessia do Canal da Mancha e chegou à Grã-Bretanha. O feito horrorizou os militares britânicos: eles possuíam a maior marinha de guerra do mundo e de repente poderiam ser vulneráveis a um ataque pelo ar. Também em 1909 os franceses criaram o Service Aéronautique, a primeira força aérea do planeta. Em 1910 os alemães criam a sua. Mas o primeiro uso em combate da nova arma foi obra dos italianos. Em 1911 eles fizeram os primeiros voos de reconhecimento e de bombardeio na guerra com o Império Otomano travada na Líbia. Paralelamente, o que viria a ser chamado de aviação civil engatinhava. E parou de vez com o início da 1 Guerra Mundial, em 1914. Motores mais poderosos foram criados, aviões com mais motores também. Terminada a guerra, estavam prontos para levar passageiros no lugar de bombas. No período entre as duas guerras mundiais a tecnologia também evoluiu e foi quando os aviões de lona e madeira, em geral biplanos, foram substituídos por monoplanos de metal bem mais velozes e com maior alcance. Rotas de transporte aéreo civil passaram a ser comuns. Nas décadas de 1920 e 1930 foi criada a base da aviação civil moderna. Não só muitos modelos de aviões foram produzidos por empresas como Sikorsky, Tupolev ou Boeing; foram lançadas linhas aéreas como KLM, Air France e Pan Am. Além da brasileira Condor, estabelecida no país pela alemã Lufthansa. Novos desenvolvimentos tecnológicos decolaram na 2 Guerra; três exemplos bastam para mostrar sua contundência. São fundamentais para a aviação comercial hoje: radar, propulsão a jato e computador. Todos são frutos de pesquisas com fins militares e, sem eles, a indústria moderna da aviação civil não teria sido possível. 2. A HISTÓRIA CONTADA ATRAVÉS DAS GUERRAS Guerras sempre foram estímulos para desenvolvimento de tecnologias e com o avião a história não foi diferente. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) pode ser considerada um divisor de águas para a aviação. Durante esse período as aeronaves passaram a carregar mais que uma pessoa, os motores passaram a ser mais potentes e no final do confronto já atingiam a velocidade de 230 km/h. Durante a Primeira Guerra Mundiais os Aliados e os Poderes Centrais fizeram uso extensivo de aviões. Ironicamente, a ideia do uso do avião como arma de guerra antes da primeira guerra mundial foi motivo de risadas e ridicularização por parte de muitos comandantes militares, em tempos que precederam a guerra. A tecnologia dos aviões avançou bastante durante a primeira guerra mundial. Logo no começo da guerra, aviões ainda carregavam apenas uma pessoa, o piloto, mas logo muitos deles tornaram-se capazes de carregar um passageiro extra. Engenheiros criaram motores mais poderosos, e criaram aeronaves cuja aerodinâmica era sensivelmente melhor do que as aeronaves pré-guerra. Para efeito de comparação, no começo da guerra, os aviões não passavam de 110 km/h. No final da guerra, muitos já alcançavam 230 km/h, ou até mais. Logo no começo da guerra, os comandantes militares descobriram o grande valor do avião como arma de espionagem e reconhecimento, podendo facilmente localizar forças e bases inimigas sem muito perigo, uma vez que armas anti-aviões ainda não existiam - tais armas foram criadas eventualmente durante a primeira guerra mundial. O amplo uso na guerra dos aviões de patrulhamento gerou um problema: tais aeronaves de patrulha passaram a encontrar frequentemente aviões de patrulha inimigos. Não demorou muito para que os pilotos de tais aeronaves passassem a carregar armas de fogo a bordo, e estivessem atirando uns aos outros. Porém, a falta de mira dos pilotos (que ainda precisavam controlar a aeronave ao mesmo tempo) fez com que o uso de aviões como arma de guerra fosse um tanto cômico no começo da guerra. Os franceses esforçaram-se seriamente para resolver este problema, e no final de 1914, Roland Garros colocou uma metralhadora fixa à frente de sua aeronave, permitindo-lhe voar e mirar ao mesmo tempo. Mesmo assim, em 1915 ele foi abatido e capturado pelos alemães. Os alemães copiaram e melhoraram ainda mais a tática criada por Garros. Logo, todos os aviões da guerra passaram a ser equipados de maneira semelhante. Os dogfights (Lutas de cachorros), batalhas aéreas entre caças, tornaram-se comuns. Enquanto isto, hidroplanos foram extensivamente usados para missões de reconhecimento em mares e oceanos, para tomar fotografias e forças navais inimigas e para bombardear submarinos inimigos. Ás da aviação é o piloto que abate cinco aeronaves inimigas em combate ou mais. Muitos deles tornaram-se muito famosos durante e após a guerra. O mais famoso deles é o alemão Manfred von Richthofen, o famoso Barão Vermelho, que abateu 80 aeronaves inimigas, antes de ser abatido por um canadense, em 1918, próximo ao final da guerra. Ele ainda é considerado o maior às da história. O avião mais famoso da guerra é o Sopwith Camel, creditado com mais vitórias aéreas do que qualquer outra aeronave Aliada, mas também famosa pelo seu controle difícil, responsável pela morte de vários pilotos novatos. Já o Junkers J1, de fabricação alemã, foi criado em 1915, e tornou-se a primeira aeronave a ser feita inteiramente de metal. Por causa dos problemas de patentes nos EUA e os litígios devido aos irmãos Wright, as aeronaves na Guerra, mesmo as pilotadas por americanos, eram quase todas fabricadas na Europa. O Curtis P-36 tornou-se o P-40 Já durante o período da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) fomos apresentados a um agressivo crescimento e desenvolvimento tecnológico na produção de aviões. Os anos da Segunda Guerra Mundial foram caracterizados por um drástico crescimento na produção de aviões e pelo rápido desenvolvimento da tecnologia envolvida com aviação. Foram desenvolvidos os primeiros bombardeiros de longa distância, o primeiro avião a jacto de uso prático e o primeiro caça a jato. Caças, no começo da segunda guerra mundial, tinham velocidade máxima de até 480 km/h e podiam voar até um teto (máximo) de 9 mil metros de altitude. No final da guerra, caças já estavam voando a 640 km/h, com muitos tendo tetos de 12 mil metros. Os caças a jato, criados ao longo da guerra, podiam locomover-se ainda mais rapidamente, mas eles não foram usados até próximo ao final da guerra. O primeiro jato funcional foi o alemão Heinkel He 178. Mísseis balísticos de longa distância como o V-1 e o V-2 também foram criados pelos alemães. O Messerschmitt Me 262 foi o primeiro caça a jato a operar na Segunda Guerra Mundial, em 1944. A sua velocidade máxima era de 900 km/h. Enquanto isto, a Textron Incorporatedproduziu o primeiro jacto americano. Um protótipo nomeado Messerschmitt Me 163 alcançava 970 km/h em voos curtos, e serviu de base para o Messerschmitt Me 163 Komet, o caça mais rápido da guerra, que foi usado em algumas missões já no final da guerra, em 1945. Bombardeiros da Segunda Guerra Mundial podiam carregar duas vezes mais carga e podiam percorrer duas vezes mais distância do que bombardeiros da pré-guerra. Foram os bombardeiros de longa distância a causar o maior impacto no curso da guerra, porque caças a jato não causaram um grande impacto na guerra (quando começaram a operar, a derrota alemã já era uma questão de tempo), os mísseis V-1 eram ineficientes e os mísseis V-2 não foram produzidos em grande número. O caça americano P-51 Mustang foi essencial ao sucesso dos bombardeiros pesados, protegendo os bombardeiros de caças inimigos. Outros aviões famosos na guerra são o caça britânico Supermarine Spitfire, considerado o "Salvador do Reino Unido", o caça japonês Mitsubishi A6M Zero e o bombardeiro americano Boeing B-29 Superfortress. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, a aviação comercial passou a se desenvolver em um ramo à parte da aviação militar. Empresas produtoras de aviões passaram a criar aviões especialmente destinados a aviação civil, e linhas aéreas pararam de usar aviões militares modificados para o transporte de passageiros. Em alguns anos após o fim da guerra, várias linhas aéreas estavam estabelecidas no mundo. Das várias aeronaves comerciais que foram desenvolvidas durante e após a guerra, destacam-se os quadrimotores Douglas DC-4 e o Lockheed Constellation. Tais aviões foram largamente usados para voos domésticos de passageiros de média distância. Mesmo assim, eles precisavam fazer escalas para reabastecimento em rotas transoceânicas. Voos transatlânticos precisariam de propulsores mais poderosos. Estes já existiam em 1945, na forma de turbinas a jato. Mas estes ainda gastavam tanto combustível que um avião a jato conseguiria percorrer apenas uma pequena distância sem precisar reabastecer. Para resolver este problema temporariamente, duas fábricas americanas criaram turboélices, propulsores capazes de gerar mais de três mil cavalos de força. Tais motores começaram a ser usados nos Douglas DC-7, Lockheed Super Constellation e o Boeing 377 Stratocruiser. Este último foi o primeiro avião de dois andares da história da aviação, e o maior avião comercial até a chegada do Boeing 707. Cada uma destas aeronaves podia carregar cerca de 100 passageiros, entre Nova Iorque e Paris sem escalas, a uma velocidade de cruzeiro de 500 km/h. 3. A AVIAÇÃO COMERCIAL No dia 1º de janeiro de 1914, um voo de 23 minutos que levava a bordo apenas um passageiro marcaria o início de uma revolução no mundo: a criação da aviação comercial. Mas, foi somente após a II Guerra Mundial que o transporte internacional passou a ser utilizado em larga escala, por aviões cada vez maiores e mais velozes. A Boeing lançou o Boeing 707 em 1958, o primeiro avião a jato de passageiros de sucesso. Nos Estados Unidos, entravam em serviço em 1960 os jatos Boeing 720 e 707 e dois anos depois o Douglas DC-8 e o Convair 880. Em seguida apareceram os aviões turboélices, mais econômicos e de grande potência. Soviéticos, ingleses, franceses e norte-americanos passaram a estudar a construção de aviões comerciais cada vez maiores, para centenas de passageiros e a dos chamados “supersônicos”, a velocidades duas ou três vezes maiores que a do som. Boeing 707, pioneiro na aviação comercial. No final da década de 60 e início da década de 70 surgiram modelos capazes de transportar até 400 passageiros, como o Boeing 747, o Douglas DC-10, o Lockheed Tristar L-1011. Em 1965 surge o Concorde, o primeiro avião comercial com a utilização do jato supersônico para passageiros. No final do século XX, a Boeing e a Airbus passaram a dominar o mercado mundial de grandes jatos. Atualmente temos alguns modelos que são os mais utilizados pelas companhias aéreas para transportar seus passageiros como o Airbus A380 e Boeing 747. Mais recentemente a Airbus lançou o modelo A350 XWB, que apresentando níveis incomparáveis de tecnologia, aeronave possui design aerodinâmico de ponta, fuselagem e asas em fibra de carbono, além dos novos motores econômicos Trent XWB da Rolls-Royce, com uma redução de 25% no consumo de combustível e nas emissões. A evolução não para e novos modelos devem sair do papel ainda este ano. 4. CONCLUSÃO O transporte aéreo no decorrer dos anos se modernizou e se aperfeiçoou, as aeronaves aumentaram, passando a ter um serviço de qualidade e muito conforto oferecido aos passageiros, se transformando em uma inovação, e no maior concorrente dos demais modais de transportes do século XX. Destarte, acabou sendo concebido como o meio de transporte mais seguro do mundo, haja vista que permite o transporte de passageiros em menor tempo possível além de incentivar a demanda de viagens de longa distância, em grande segurança. No entanto, o transporte aéreo ainda continua sendo o modal de transporte com o preço mais elevado da atualidade. REFERENCIAS AEROMAGAZINE. Os aviões mais produzidos da Segunda Guerra. Disponível em: https://aeromagazine.uol.com.br/artigo/os-avioes-mais-produzidos-da-segunda-guerra_2836.html. Acesso em: 3 abr. 2020. AIR LOMBA. 100 anos de Voo. Disponível em: http://www.airlomba.net/VOOAVELA/biblioteca/artigos/JAguiar100ANOSDEVOOAVELANET. Acesso em: 6 abr. 2020. FORÇA AÉREA BRASILEIRA. Senta a Púa! Conheça a história da Força Aérea Brasileira na Segunda Guerra. Disponível em: http://www.fab.mil.br/noticias/mostra/33818/AVIA%C3%87%C3%83O%20DE%20CA%C3%87A%20-%20Senta%20a%20P%C3%BAa!%20Conhe%C3%A7a%20a%20hist%C3%B3ria%20da%20For%C3%A7a%20A%C3%A9rea%20Brasileira%20na%20Segunda%20Guerra. Acesso em: 31 mar. 2020. PORTAL BRASIL. História da Aviação Civil. Disponível em: https://www.portalbrasil.net/aviacao_historia.htm. Acesso em: 3 abr. 2020. SUPERINTERESSANTE. Como as Guerras impulsionaram a Aviação. Disponível em: https://super.abril.com.br/especiais/a-guerra-impulsiona-a-aviacao/. Acesso em: 3 abr. 2020. WIDEBODY AIRCRAFT PARADE. Giants of the air. Disponível em: http://widebodyaircraft.nl/. Acesso em: 31 mar. 2020.