Buscar

petição inicial Reintegração de Posse Velha - NOVO CPC

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA CAPITAL/PE.
PREFERÊNCIA DE TRAMITAÇÃO: IDOSO
MARIA JOSÉ SANTANA DOS SANTOS, brasileira, aposentada, viúva, portador do RG nº 1.644.460-SDS/PE, residente e domiciliado à Rua Estrada do Curado, Bairro de Jardim São Paulo, n° 46 CEP: 50.790-400, representado neste ato por seu advogado, O Dr. Maxwelton Dutra dos Santos, brasileiro, solteiro, inscrito na OAB/PE sob o n°44.859, com endereço profissional na Avenida Liberdade, n° 55, quadra 7, Bloco 3, Casa 18, Bairro do Sancho, CEP N° 50.920-310 cidade de Recife/PE, vem, pela presente, propor: 
AÇÃO DECLARATÓRIA COM PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE POR POSSE VELHA
Nos termos do art. 1.210 do Código Civil e do art. 560 e seguintes do Código de Processo Civil, em desfavor de MARLI MARIA SANTANA DOS SANTOS, domiciliado à Rua Estrada do Curado, Bairro de Jardim São Paulo, n° 46 A, CPF: 050.642.834-66, pelos motivos de fato e de direito abaixo aduzidos: 
PRELIMINARMENTE
DA JUSTIÇA GRATUITA
Consoante o disposto nas Leis 1.060/50 e 7.115/83, a promovente através de seu procurador com poderes outorgados, declara para os devidos fins e sob as penas da lei, ser pobre, não tendo como arcar com o pagamento de custas e demais despesas processuais sem prejuízo do próprio sustento e de sua família pelo que requer os benefícios da justiça gratuita.
DA PRIORIDADE PROCESSUAL
 “Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância.”
Conforme prova documental trazida aos autos, a Autora conta hoje com 67 anos. 
DOS FATOS:
O imóvel em questão está situado na RUA ESTRADA DO CURADO, Nº 03, Bairro Curado, Recife-PE, citado no CEP 50790400, que a mesma mora a mais de 30 anos no endereço. 
A autora possui documento comprovatório de sua posse. 
Faz-se provar que o terreno sempre fora bem cuidado por Sra. Maria José, pelo fato de que a autora vem pagando regularmente todas as taxas referentes ao imóvel como consta o comprovante em anexo, além do devido contrato de posse. 
 Sra. Marli Maria, foi de favor morar na casa de sua irma Sra. Maria Jose já que o terreno era composto por 2 entradas, hoje com dois imóveis separados, de numerações 46 e 46-A, com a intenção de não pagar aluguel. Mas a situação se tornou incomunicável quando que ao tentar entrar em um consenso para a retirada das modificações não permitidas pela dona da casa, a mesma foi agredida pela sobrinha, filha de Sra. Marli Maria. 
O que a levou a fazer um boletim de ocorrência contra a mesma, na delegacia do idoso. 
A ré alega para toda a vizinhança que o imóvel onde reside é seu e que ninguém lhe tira de dentro da casa.
Vive fazendo alterações dentro do imóvel, essas conforme comprovado por meio de fotografias que também fazem anexo, atos que foram praticados em prejuízo da autora, sem qualquer notificação ou consentimento da mesma.
DO DIREITO
DA CONFIGURAÇÃO DO ESBULHO POSSESSÓRIO
Segundo definição enciclopédica, esbulho significa ato de esbulhar, espoliação (Fernandes, Francisco, Dicionário brasileiro da língua portuguesa. São Paulo: Globo, 1993. P. 326). 
Do ponto de vista processual, o esbulho representa o desapossamento total ou parcial do bem em disputa, por ato praticado pelos réus da ação possessória, retirando do possuidor a prerrogativa de se manter em contato com a coisa, justificando a propositura da ação de reintegração de posse, cujo objeto é a recuperação do bem, o qual saiu da esfera fático-potestativa do possuidor pela prática de esbulho, restando na inversão da situação, isto é, o poder passa a ser exercido, injustamente, pelo esbulhador (FIGUEIRA JR., Joel Dias, Liminares nas ações possessória. 2.ed.São Paulo: Revista dos tribunais, 1999. P. 73).
O artigo 1.200 e 1.208 do Código Civil, dispõem sobre o assunto e advertem:
Art. 1200 É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária;
Art. 1208 Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
Tendo em vista que o Código Civil nos apresenta esses dois artigos, é necessário definir o conceito de violência, clandestinidade e precariedade, pois, o esbulho só ocorre quando estão presentes uma dessas três situações.
A violência é quando ocorre a utilização da força ou ameaça contra a pessoa do possuidor ou seus detentores. A precariedade é a conduta de quem se recusa a restituir o bem após o término da relação contratual que lhe conferiu a posse direta. E a clandestinidade é a conduta daquele que, aproveitando-se da ausência do vizinho, por exemplo invade determinado bem. No presente caso, estamos diretamente relacionados com um esbulho sob a visão da precariedade, uma vez que apesar de todas as formas de reaver o imóvel a Requerida se nega a devolver o bem da Requerente.
 
O sabido é que a Autora cedeu o imóvel enquanto teve de viajar para cuidar de seu pai, e quando voltou a Ré permaneceu residindo na segunda parte do imóvel do terreno, hoje com a numeração 46 A. Tal fato se faz comprovado, vez que possuem contas distintas, porém todas no nome da Autora, visto que é a única possuidora do bem.
É possível verificar que o Requerente tentou amigavelmente reaver a posse do seu bem junto a ré desde o ano passado, pois realizou o contato pessoalmente além de sofrer ameaças por parte da filha da ré, Sra. Janaina Maria. Mesmo assim, não houve a desocupação do imóvel, configurando assim, o esbulho possessório do imóvel.
Desse modo é transparente que está configurado o incontestável esbulho possessório sobre o bem do Requerente.
DA LEGITIMIDADE E DO CABIMENTO DA REINTEGRAÇÃO DE POSSE
As ações possessórias são três: a reintegração de posse, que deve ser eleita quando houver esbulho; a manutenção de posse, quando houver turbação; e o interdito proibitório, nas hipóteses de ameaça à posse.
A Constituição Federal no art.5º, inciso LIV apresenta a seguinte redação: “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”
No âmbito da legislação infraconstitucional, o caput, do art. 1.210 do Código Civil apresenta a seguinte redação: “O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado”.
No mesmo sentido, o art. 560 do Código de processo Civil dispõe que: “O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho.” (grifo nosso).
Interpretando as normas reproduzidas a doutrina especializada nos fornece a seguinte lição, ilustrada pelo ensinamento do mestre Sílvio de Salvo Venosa (Direito civil: direitos reais, 11.ed., São Paulo, Atlas, 2011, v.5, p. 154) o “esbulho existe quando o possuidor fica injustamente privado da posse. Não é necessário que o desapossamento decorra de violência. Nesse caso, o possuidor está totalmente despojado do poder de exercício de fato sobre a coisa”.
Certo é que o Requerente possui legitimidade para propor a presente ação de reintegração de posse, o ilustre doutrinador citado anteriormente, leciona que “Ocorrendo esbulho, a ação é de reintegração de posse”. 
DA REINTEGRAÇÃO DO IMÓVEL
Como foi demonstrado nos itens anteriores, o Requerente está diante de um esbulho possessório, pois este está indevidamente ocupado pela ré, diante de tal fato é nítido que a posse injusta exercida pela Requerida é ilegítima e ilegal, pois não está amparada por nenhuma das modalidades de aquisição de propriedade prevista no Código Civil.
O “Códex” diz que somente é justa a posse desde que não seja violenta, clandestina ou precária. Entretanto, estamos diante de uma posse exercida de forma ilegal, pois a requerida se opusera após a comunicação extrajudicial deixar o imóvel. Deste modo, a Ré jamais podera alegar que a posse exercida por ela é de caráter justoe dotada de legalidade.
Magistrado, sendo a Autora a legítima possuidora e proprietária do imóvel esbulhado, em não havendo possibilidade de reaver por seus próprios meios o seu bem, cabe, agora, valer-se do direito e da tutela do Poder Judiciário, para ver restituída a sua posse, a ser concedida por meio do competente mandado liminar de reintegração de posse.
DA POSSIBILIDADE DA CONCESSÃO DE TUTELA DE URGÊNCIA NA POSSE DE FORÇA VELHA
Inicialmente, cabe demonstrar que no nosso ordenamento jurídico não há vedação para o possuidor legítimo requer a tutela de urgência em posse velha. Vejamos o dispositivo do Código de Processual Civil que aduz sobre a tutela de urgência, segue:
”Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.” (grifo nosso).
O entendimento da doutrina autorizada é no sentido de que a tutela de urgência seja possível em posse de força velha:
“Não se pense que a liminar satisfativa seja exclusiva das possessórias de força nova. Também nas de força velha é possível a tutela de urgência. A diferença é que, nas turbações e esbulhos praticados a menos de ano e dia, a liminar é ato processual automático, parte integrante do procedimento especial respectivo (art. 562, CPC). Quando, porém, o atentado à posse for antigo, a liminar só terá cabimento se presentes os requisitos da tutela de urgência satisfativa (art. 300).” (THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. Procedimentos especiais – Vol. II. Rio de Janeiro, Forense, 2016, p. 118).
Os tribunais corroboram com o entendimento doutrinário de caber tutela antecipada em relação à posse velha, como se verifica no seguinte julgado:
PROCESSO CIVIL. TUTELA ANTECIPADA. AÇÃO DECLARATÓRIA. MEDIDA DE EFEITO PRÁTICO IMEDIATO. POSSIBILIDADE. POSSE VELHA. ADMISSIBILIDADE. CASO CONCRETO. ART. 273, CPC. ENUNCIADO N. 7 DA SÚMULA/STJ. RECURSO DESACOLHIDO. I - Conquanto para alguns se possa afastar, em tese, o cabimento da tutela antecipada nas ações declaratórias, dados o seu caráter exauriente e a inexistência de um efeito prático imediato a deferir-se, a doutrina e a jurisprudência vêm admitindo a antecipação nos casos de providência preventiva, necessária a assegurar o exame do mérito da demanda. II - Em relação à posse de mais de ano e dia (posse velha), não se afasta de plano a possibilidade da tutela antecipada, tornando-a cabível a depender do caso concreto. III - Tendo as instâncias ordinárias antecipado os efeitos da tutela com base nas circunstâncias da demanda e no conjunto probatório dos autos, dos quais extraíram a verossimilhança das alegações e o caráter inequívoco da prova produzida, torna-se inviável o reexame do tema na instância especial.
(STJ – Resp: 201219 ES 1999/0004832-6 Relator: Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, Data de julgamento: 25/06/2002, T4 – QUARTA TURMA, Data de publicação: DJ 24/03/2003 p.236 RSTJ vol. 816 p. 172)
A tutela antecipada é cabível em toda ação de conhecimento, seja a ação declaratória, seja constitutiva (positiva ou negativa), condenatória e mandamental, desde que presentes os requisitos do artigo 300, do CPC.
Assim deverão 
No caso da probabilidade do direito está consubstanciado no fato incontroverso de ser o Requerente o legitimo proprietário e possuidor do imóvel, além de extensa demonstração do direito, assim como provas documentais atreladas ao processo. 
Já em relação ao perigo de dano ou o risco do resultado útil do processo, demonstra-se pelo fato dos requerentes estarem em situação comprovada de esbulho possessório, espoliando o imóvel por meio de repartição fracionada do terreno. Fato também evidenciado em fotos retiradas no local em que está situado o bem.
Dessa forma, o Requerente faz jus a medida liminar de reintegração de posse, “inaudita altera parte” segundo o artigo 562, caput c/c o artigo 563, ambos do “códex” processualista, pois, como é possível verificar nas fotos que seguem acostadas nestes, o Autor pode, sofrer sérios dano em relação ao seu patrimônio, haja vista que após notificar os Requeridos que estes exercem a posse ilegal e clandestina sobre os imóveis, seu terreno está sendo alterado sem sua permissão.
Sendo assim, entendido a posse anterior do Autor, o esbulho praticado pelos Requeridos e o preenchimentos dos requisitos autorizadores do Art. 300 do CPC, resta, portanto, que seja deferida a tutela de urgência provisória antecipada, com pedido liminar de reintegração de posse, no imóvel descrito nesta peça, com oitiva prévia, ou não da parte contrária, a ser cumprida pelo senhor oficial de justiça.
DAS PERDAS E DANOS
A responsabilidade civil desde sempre trouxe consigo a noção de que quem causa um dano, de quem causa um prejuízo, um risco ou, em ouras palavras, de quem diminui o patrimônio de outrem, tem o dever de recompor, de indenizar, de responsabilizar-se por tal fato.
Em terras brasileiras a responsabilidade civil subjetiva foi retratada pelo artigo 159 do Código Civil de 1916 que, ao dispor sobre os atos ilícitos, determinava que "Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano".
Revogado em 2002 pelo ora vigente Código Civil, a responsabilidade passou a ser tratada no artigo 186 nos seguintes termos, "Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato lícito".
Entretanto, novidade interessante trouxe a nova lei civil, na exata medida em que adotou dois sistemas de responsabilidade, quais sejam, a responsabilidade subjetiva e a responsabilidade objetiva, mantendo-se a primeira (subjetiva) como regra geral do nosso código, sustentada na teoria da culpa.
Neste sentido, trata-se a responsabilidade civil do dever, da obrigação do ofensor em restituir, restaurar o patrimônio (moral ou material) do ofendido, fazendo voltar (ou que se aproxime ao máximo) ao estado quo ante da ação ou omissão causadora do dano.
Destarte, como já exposto, o vigente Código Civil brasileiro adotou como regra geral a responsabilidade civil subjetiva (art. 186), segundo a qual, baseada na teoria clássica, o ofensor tem o dever de reparar ou de restituir o mal causado desde que comprovado o dano, o nexo causal e a sua culpa.
Notório é o entendimento dos Tribunais quanto a reparação por danos materiais nos casos em que decorrente do Esbulho Possessório, onde não há contrato entre as partes que faça existir pretensão possessória.
Estando comprovados os requisitos da Responsabilidade Civil e a ausência de pretensão possessória pela parte Ré, cabe ao Magistrado quantificar nos parâmetros legais a indenização pleiteada.
Vejamos:
PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO. AÇÃO DE PERDAS E DANOS. ESBULHO. DANOS MATERIAIS CONFIGURADO. SENTENÇA PROCEDENTE. PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DA DEFESA. REJEITADA. RESPONSABILIDADE CIVIL. NEXO CAUSAL DEMONSTRADO. RECURSO IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA. (Classe: Apelação,Número do Processo: 0502514-17.2014.8.05.0080, Relator (a): Antônio Carlos da Silveira Símaro, Segunda Câmara Cível, Publicado em: 11/04/2018 )
(TJ-BA - APL: 05025141720148050080, Relator: Antônio Carlos da Silveira Símaro, Segunda Câmara Cível, Data de Publicação: 11/04/2018)
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE - NATUREZA DÚPLICE - PEDIDO DE INDENIZAÇÃO - RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL - CAUSA DE PEDIR DIVERSA - IMPOSSIBILIDADE - ARRENDAMENTO DA ÁREA - MERO DESDOBRAMENTODA POSSE - NÃO-OCORRÊNCIA DE ESBULHO. - A natureza dúplice das ações possessórias permite a formulação de pedido contraposto pela parte ré, que pode abranger tanto a própria defesa possessória por ofensa de sua posse quanto a indenização pelas perdas e danos daí decorrentes. Entretanto, tal pedido deve ser diametralmente oposto à pretensão exordial, não podendo fundar-se em causa de pedir diversa, como o descumprimento contratual pela parte autora. - Confirmada a existência de contrato de arrendamento entre as partes - que é espécie do gênero locação - e não de comodato, não se pode ter como procedente a pretensão possessória. Com efeito, a inadimplência do arrendatário não caracteriza esbulho ou turbação, pois sua posse não é autônoma, mas um mero desdobramento da posse indireta continuamente exercida pelo arrendante.
(TJ-MG 200000045367210001 MG 2.0000.00.453672-1/000(1), Relator: ELIAS CAMILO, Data de Julgamento: 05/05/2005, Data de Publicação: 20/05/2005)
LOCAÇÃO DE IMÓVEIS. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO.DANOS MATERIAIS E MORAIS DECORRENTES DE ESBULHO POSSESSÓRIO PRATICADO EM PARTE DA ÁREA NÃO ABRANGIDA PELA LOCAÇÃO. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE JULGADA PROCEDENTE.RESPONSABILIDADE CIVIL CARACTERIZADA. DANOS MATERIAIS COMPROVADOS. INDENIZAÇÃO FIXADA CORRETAMENTE NO VALOR CORRESPONDENTE AOS ALUGUERES. DANO MORAL E LUCROS CESSANTES NÃO COMPROVADOS. INDENIZAÇÃO INDEVIDA.PEDIDO PARCIALMENTE PROCEDENTE. SENTENÇA REFORMADA EM PARTE. Recurso da autora desprovido.Recurso dos réus provido em parte.
(TJ-SP - APL: 992060462565 SP, Relator: Edgard Rosa, Data de Julgamento: 29/09/2010, 30ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 05/10/2010)
Por todo os deslinde fático, verifica-se a existência dos pressupostos para a Reparação Civil, ou seja, Nossa legislação civil admite a existência de responsabilidade civil com a culpa como pressuposto, no entanto pode haver sem culpa. O parágrafo único do artigo 927 do Código Civil afirma que “haverá obrigação de reparar o dano independentemente de culpa.” A culpa não é elemento essencial da responsabilidade civil, essenciais são a conduta humana, o dano ou lesão e o nexo de causalidade entre a conduta e o dano.
O dano patrimonial direto, está presente pelos meses que o Autor esteve sem poder utilizar de seu imóvel. O mesmo vive de Aluguel conforme os documentos anexados.
O Nexo de causalidade, liame do ato lesivo praticado pela REQUERIDA e o dano sofrido pela parte autora, presente nas condutas e atos que se mantiveram desde a notificaçãoestrajudicial até a presente data com a ocupação do imóvel.
Por fim a Conduta Humana, assim como define Maria Helena Diniz (2016) define conduta humana como sendo "o ato humano, comissivo ou omissivo, ilícito ou lícito, voluntário e objetivamente imputável, do próprio agente ou de terceiro, (...) que cause dano a outrem, gerando o dever de satisfazer os direitos do lesado”. Afirma ainda que a ação ou omissão que gera a responsabilidade civil pode ser ilícita ou lícita e que a “responsabilidade decorrente de ato ilícito baseia-se na idéia de culpa, e a responsabilidade sem culpa funda-se no risco, (...) principalmente ante a insuficiência da culpa para solucionar todos os danos”. 
Assim pleiteia a reparação pelos aluguéis dos meses de ocupação ilegal do imóvel desde Março 2019, no valor total de R$ 350,00 (trezentos e cinquenta reais), totalizando 10 meses desde a comunicação inicial e aqueles que se vencerem ao curso do processo, juntamente com contas de serviços de água e luz, as quais permanecem em aberto. Totalizando o montante em R$ 3.676,10 (tres mil e seiscentos e setenta e seis reais e dez centavos). 
DO PEDIDO
Diante de todo o exposto, serve a presente para requerer digne-se Vossa Excelência que:
· seja, liminarmente, nos termos do art. 562 c/c 300 do Código de Processo Civil deferido e expedido mandado de reintegração de posse, independentemente de qualquer outra providência, considerando a urgência e relevância da medida, para desocupação incontinenti do imóvel descrito no preâmbulo da peça de ingresso, reintegrando o demandante em sua posse;
· seja liminarmente, concedido o pedido de tutela de urgência provisória, em caráter de urgência, para determinar, nos termos do art. 300 do Código de Processo Civil a reintegração imediata da posse, para impedir que os demandados causem mais danos ao referido imóvel e seus adjacentes.
· sejam condenada a requerida ao pagamento das perdas e danos causados em função do esbulho praticado no importe de R$ 3.676,10 (tres mil e seiscentos e setenta e seis reais e dez centavos);
· seja, ao final, declarada e concedida definitivamente ao demandante a posse sobre o imóvel descrito na peça de ingresso, condenando-se a requerida aos ônus da sucumbência, inclusive em honorários advocatícios arbitrados;
DA CITAÇÃO
Requer-se a citação dos Réus por oficial de justiça, requerendo-se desde já que o encarregado da diligência proceda nos dias e horários de exceção (Código de Processo Civil, art. 212, § 2º), para:
· querendo, oferecer a defesa que tiver sob pena de confissão e efeitos da revelia quanto à matéria de fato (Código de Processo Civil, art. 344);
DAS PROVAS
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, tais como a juntada de novos documentos, a tomada do depoimento pessoal da parte contrária, sob pena de confissão, e a ouvida de testemunhas, cujo rol será oportunamente apresentado, perícias, e demais meios que se fizerem necessários ao longo da demanda.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se a causa o valor de R$ 13.676,10 (treze mil seiscentos e setenta e seis reais e dez centavos)
Nesses Termos, 
Pede Deferimento.
Recife, 22 de janeiro de 2020
MAXWELTON DUTRA DOS SANTOS
OAB/PE 44.859

Outros materiais