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CONTABILIDADE 1

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São Paulo, 13 de agosto de 2019.
Á gerência,
Sra. Marília,
Escrevemos este documento com intenção de oficializar algumas pautas que gostaríamos debater e tratar na próxima reunião extraordinária programada para o dia 16 de agosto de 2019.
Dentre os assuntos, gostaríamos de discutir e compreender algumas tarefas atribuídas ao nosso cargo após a mudança estrutural e processual ocorrida no final de 2017, quando nossas funções passaram a ser agregadas as atividades que até então eram desempenhadas pelos funcionários administrativos e servidores públicos do PS do hospital.
Desde então, passamos a executar todas as atividades de atendimento à pacientes cujo as especialidades fogem do fluxo do AMA, ou seja, todos os pacientes do complexo hospitalar, sem o auxílio dos funcionários administrativos do hospital, cujo nos foi dito que atenderiam os pacientes do pronto socorro normalmente após a mudança. Além disso, toda a responsabilidade sobre organização das fichas e informações das especialidades que fogem do fluxo do AMA também foram dissolvidas em nossas atribuições, enquanto os funcionários do hospital que desempenhavam estas tarefas “sofrem” com ociosidade de trabalho, o que permite que frequentemente façam acordos entre eles para entrarem mais tarde ou saírem mais cedo, dando a impressão que trabalhamos exclusivamente para eles aproveitarem seus descansos e salários.
É importantíssimo ressaltar que após a mudança, além de absorvermos todo o fluxo de trabalho do hospital e desempenharmos nossas funções como funcionários do AMA, nosso quadro de funcionários foi reduzido em relação a época no qual desempenhávamos apenas as nossas reais tarefas do AMA, havendo uma redução de 6 funcionários para 5.
Ainda referente as atividades do PS, temos sofrido bastante no plantão noturno com questionamentos por parte dos pacientes buscando saber onde estão os médicos para os atenderem, em especial, sobre os profissionais da cirurgia, ortopedia e ginecologia.
Por vezes temos que ligar na administração do hospital solicitando que informem aos médicos que existem pacientes no aguardo de atendimento, alguns inclusive, em situações graves, e mesmo assim, existe uma demora muito grande, questão de horas às vezes, até o médico resolver atendê-los, e sabemos todos que não estão em procedimento naquele momento. Todos os dias, literalmente, escutamos diversas reclamações dos pacientes perante estes mesmos problemas, sendo agredidos verbalmente pelos usuários e acompanhantes sobre coisas que fogem completamente das nossas competências.
Finalizadas estes pontos, gostaríamos de obter a segunda via de nossos contratos para podermos relembrar as funções que fomos realmente contratados para desempenhar dentro da empresa.
Referente ao AMA e seus processos de trabalho, temos obtido dificuldade em trabalhar com poucos funcionários, especialmente em momentos onde um de nós está de férias ou folga, ocorrendo por diversas vezes o fato de assumirmos o plantão com apenas dois funcionários administrativos, o que torna impossível de desempenhar todas as atividades pertinentes ao nosso trabalho. Portanto, seria muito importante existir pelo menos uma cobertura de férias, momento onde grande parte do trabalho se acumula, pois para o pleno desenvolvimento de nossas atividades é necessário de funcionários, e não adianta muito haver duas PTA’s no plantão administrativo sendo que a maioria delas não tem ajudado no foco de trabalho, que é lá na frente, na recepção e em suas atividades relacionadas. Ainda vale ressaltar que, mesmo nos plantões com dois funcionários administrativos apenas, existe uma pressão grande de algumas PTA’s para que concluamos todas as atividades.
Referente ao andamento do plantão, há algumas complicações que queremos apontar que também dificultam o andamento do mesmo, tais como o fato de os profissionais da medicação direcionarem os pacientes à recepção com muita frequência para vermos se suas fichas estão na medicação para serem medicadas e ou se não foram respondidas. Isso simplesmente não faz sentido, pois além de estarmos ocupados também, a caixa com as fichas fica na sala deles, ao lado deles, e esse direcionamento desnecessário do paciente faz com que eles já cheguem até nós com agressividade. Esta questão já foi repassada algumas vezes para as PTA’s e até para que os enfermeiros orientem aos profissionais da medicação verificarem se as fichas estão lá antes de orientar os pacientes a irem à recepção questionar. Sabemos que ocorre muitas vezes por estarem em poucos funcionários na medicação, mas o mesmo ocorre conosco também.
Em relação aos médicos do AMA algo semelhante acontece. Por várias vezes o paciente pede o retorno para nós, e colocamos o mesmo na caixa de retornos dos médicos, mas quando o paciente vai questionar o médico sobre a ficha, geralmente pela demora no atendimento, o médico diz que a ficha não chegou até ele. Os médicos sabem do fluxo, sabem que deixamos as fichas na caixa de retorno, mas mesmo assim, direcionam os pacientes a irem à recepção solicitar suas fichas novamente, gerando estresse no paciente que chega até nós agressivamente questionando nossa responsabilidade e qualidade de trabalho, e de novo, nos agredindo verbalmente por vezes. Compreendemos que o médico não tem tempo de ficar olhando ficha por ficha pra ver se a papeleta de qualquer paciente está com ele, e este não é problema, ele apenas poderia muito bem falar que não pode ver se determinada ficha chegou até suas mãos ou até as caixas para não atrasar e comprometer ainda mais os atendimentos pendentes, e aí então direcionar o paciente para a recepção. É sobre o que é dito para o paciente e como é dito.
Outros pontos mais simples que gostaríamos de tratar são referentes quantidade absurda de acompanhantes por pacientes, que torna a unidade hospitalar como um todo muito mais cheia, barulhenta, desorganizada e passível de estresse para todos os lados; sobre a real necessidade de solicitação do número do SUS por parte dos setores de raio-x e laboratório, visto que uma recepção com 3 ou 4 lugares para atendimento não comporta todos os atendimentos que prestamos sem formar filas que parecem intermináveis por múltiplos momentos; e sobre a necessidade de manutenção ou troca de alguns materiais de serviço, como troca de algumas cadeiras se possível, impressora, que tem dado muito problema e de noite não há quem possa consertar, e revisão ou troca dos leitores de cartão SUS, pois um deles tem dado muito problema na leitura dos cartões, o que afeta diretamente na agilidade do atendimento; sobre a triagem, onde tem ocorrido frequentemente casos onde alguns enfermeiros apenas carimbam as senhas com os nomes das especialidades que os pacientes do PS foram direcionados e não efetuam a triagem, gerando reclamações para a gente por parte dos médicos, em especial, os ortopedistas; nos casos onde é necessário averiguar a saturação das crianças, alguns enfermeiros a medem e escrevem as informações na folha de triagem corretamente, mas não nos dizem se é necessário priorizar ou mudar o atendimento para o PSI, onde na correria do plantão, o valor da saturação anotado pode passar desapercebido por nós, e caso esteja muito baixo, o ideal seria a ficha pintar de amarelo ou escrever na ficha para mudar para emergência para orientarmos o paciente corretamente.
Por fim, gostaríamos de sugerir algumas ideias de possíveis melhorias no fluxo de trabalho que poderiam a ser aplicadas de modo a agilizar e/ou facilitar os processos do mesmo, em especial, no que se refere a comunicação visual do complexo. Algumas salas, como a da triagem, da própria recepção, do cirurgião e da emergência, não constam com a numeração explícita, o que gera confusão em muitos pacientes na tentativa de se localizarem na unidade. As faixas coloridas desenhadas no chão que estão bem desgastadas infelizmente, e seriam de grande ajuda nas orientações se fossem restauradas.
Nos murais expostos aos pacientes, além das campanhas que já existem, poderiam haver mais informações importantes aos pacientes,como o horário de funcionamento da visita e da internação, da assistência social, telefones e endereços dos principais hospitais da região e serviços de saúde da região, etc.
Seria interessante também um alinhamento dos fluxos dos processos administrativos entre os plantões, a fim de melhorar a capacidade de organização dos métodos de trabalho, talvez algumas reuniões ordinárias entre os plantões possam ajudar neste tema.
Em suma, Marília, sabemos que há muita coisa que pode e deve melhorar na unidade, tanto para os pacientes quanto para nós enquanto funcionários, e sabemos que possam haver muitos empecilhos financeiros, políticos, além de outros desafios pertinente à gestão hospitalar que dificultem tais necessidades na saúde como um todo, mas esperamos que juntos possamos melhorar e proporcionar um ambiente melhor e mais humano para todos os usuários e trabalhadores da unidade.
Atenciosamente, auxiliares administrativos do AMA, plantão A noturno.
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