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Clínica de Grandes Animais I Profa. Renata e Profa. Nicole 6° semestre – Anhembi Morumbi Ruminantes: Semiologia, Profilaxia, Neonatologia, Sistemas Respiratório, Circulatório, Tegumentar. Equinos: Semiologia, Profilaxia, Neonatologia, Sistemas Cardiovascular, Respiratório e Tegumentar. Semiologia Palpação Consistência Dura, Mole ou Firme Conteúdo Pastoso, crepitante ou flutuante Temperatura Quente ou fria Percussão Sons Claro, Timpânico ou Maciço Auscultação Cardíaca Bulhas Respiratória Laringo traqueal propagado ou Murmúrio Vesicular Intestinasi Borborigmos, descarga cecal ou robmento (ruminantes) Odores Normal, inodoro, fétido ou azedo RUMINANTES Fluidoterapia Apatia – NaHCO3 (Bicarbonato) Hiporexia – Glicose 5% Ringer Lactato - sempre CÁLCULO Ringer Lactato: PV (kg) x volume (mL/olhar tabela)=VT NaHCO3 (Apatia): PV (kg) x BD (10) x 0.5= x litro Glicose (Hiporexia): VT x 0,5= x ml TOTAL: x VT (Ringer) – (NaHCO3+Glicose)= TOTAL Profilaxia – VACINAÇÃO Febre Aftosa Até 24 meses – SEMESTRAL (Maio e Novembro) Demais idades – Anual (Maio) Brucelose SÓ EM FÊMEAS (porque o componente (Brucela) tem tropismo por testosterona e isso inflamaria o testículo do macho.) – DOSE ÚNICA dos 3-8 meses (desmama) IBR, BUD, PID, BRSV, Leptospira Primovacinação – 2ª dose após três semanas Acima de 6 meses – Anual (Setembro) Clostridiose Primovacinação – 2ª dose após 4-6 semanas A partir de 2 meses – Semestral (Abril e Setembro) Raiva Primovacinação – 2ª dose após 4 semanas A partir de 3 meses – Anual (Maio) Profilaxia – VERMIFUGAÇÃO Bezerras leiteiras: Vermifugar com 30 dias e repetir a cada 90 d até 1 ano. Vermifugar vacas prenhes 30-60 d antes do parto. NEONATOLOGIA Neonatos tem até 28 dias de idade. Cura do umbigo Submergir em iodo 5 a 7% BID até a queda do umbigo (aproximadamente 3-5 dias) Colostro Ingestão em até 6-8 horas após o nascimento, fornecer 10-15% do PV. Se não houver ingestão de colostro, o animal pode adquirir Falha na transferência de imunidade passiva (FTIP). AFECÇÕES NEONATAIS Falha na transferência de imunidade passiva (FTIP) Causada por falha na produção de colostro (em mastites), na ingestão (rejeição materna), na absorção (ingestão tardia/stress) ou no manejo. Diagnostico: Dosar iG (-600mg/dL = falha) e proteína total sérica (-5,0 g/dL = falha) Tratamento: Soro hiperimune, fornecimento de colostro, soro ou plasma, se necessário transfusão sanguínea. Prevenção: Fornecer colostro o quanto antes, sintetizar anticorpos, ter banco de colostro. Asfixia Neonatal (Precoce)* Imediata após o parto, causada por distocia. Sinais clínicos: Ausência ou diminuição de reflexos, taquipneia, taquicardia, mucosas cianóticas (falta de ar no geral). Diagnostico: Avaliar se há distocia (diferencia da tardia), medir pH/equilíbrio acido básico e por hemogasometria. Tratamento: Cuidados iniciais com RN, oxigenação, corrigir acidose (bicarbonato) e Doxapram (estimulante respiratório). Asfixia Neonatal (Tardia)* Ocorre 1 hora após o parto por imaturidade pulmonar e deficiência de surfactante, muito comum em prematuros. Sintomas: Nasce sadio e horas depois começa a apresentar taquipneia, respiração de boca aberta, sibilos pulmonares, espuma saindo pelas narinas, língua inchada pra fora da boca. Diagnostico: Avaliar se é prematuro (diferencia da precoce), medir pH, fazer hemogasometria, avaliar se pelos estão curtos e finos e se dentes incisivos estão recobertos. Tratamento: Oxigenação, correção da acidose (bicarbonato), glicocorticoides (para estimular produção de surfactante). Onfalites Onfaloflebite: Inflamação das veias umbilicais (espessamento cranial sentido fígado) Onfaloarterite: Inflamação de artérias umbilicais (espessamento caudal sentido bexiga) Uraquite: Inflamação no úraco (gotejamento de urina) Panvasculite: Inflamação de todas as estruturas (espessamento de todas as estruturas+gotejamento de urina) Diagnóstico das onfalites: RX, US, palpação. Tratamento: Em caso agudo, é cirúrgico e são feitas drenagem de abcessos, em caso crônico é feita limpeza, drenagem de abcesso e antibióticos. Diarreias Infecciosas: Há hipersecreção por estimulo de endotoxinas de E. Coli (1-3 dias de diarreia amarelada, fraqueza) ou Salmonella(11 dias de diarreia com estrias de sangue e febre severa) ou Redução da absorção e reabsorção por atrofia das vilosidades por motivos como Criptosporodiose, eimeriose, rotavírus, coronavirus (4-11 dias de diarreia com muco, febre, anorexia). Tratamento: Probióticos, AINE (Influxin), carvão ativado, protetor intestinal (Caulim), antitérmico (Dipirona), antibióticos (Enrofloxacina) e se for por protozoário, vermífugo (Ivermectina). Não infecciosas: Falhas no manejo, como leite estragado ou por falha na formação de goteira esofágica, incapacidade de ingestão de proteínas vegetais, problemas na transição colostro- comida solida ou por verminoses (fezes enegrecidas). Tratamento: Alteração de manejo+Fluido para desidratação. Sistema Circulatório Anamnese: É preciso ter controle do rebanho (peso, rendimento, idade, profilaxia, condições sanitárias, manejo, etc). Exame f ísico: Na inspeção e palpação, analisar se há edemas no peito (comum em peq. Ruminante), ganacha, barbela e membros, se há ascite, veias dilatadas, posição antálgica, anasarca (edema generalizado), pulso de jugular, se há mucosas cianóticas ou ictéricas, TPC, garrote+aumento de volume inferior=refluxo, pulso arterial. Auscultação feita “embaixo da axila” (Lado esquerdo Pulmonar 3º EIC, Aórtica 4º EIC, Mitral 5º EIC, Lado direito Tricúspede 3º EIC) avaliar FC, ritmo cardíaco, bulhas, ruídos anormais. Percussão feita entre 2º EIC até 6º EIC, som maciço ou submaciço. Palpação e percussão dolorosa indicam anormalidade. PARÂMETROS: Bovinos 60-80 BPM Ovinos 70-80 BPM Caprinos 70-90 BPM DOENÇAS 1) Tristeza Parasitária Bovina Hemoparasitose causada por um grupo de protozoários associados à bactérias (Babesia bovis ou Babesia bigemina + Anaplasma Marginale) transmitidos pelo carrapato Riphicephalus Microplus. A Babesia provoca anemia hemolítica (intravascular) e a Anaplasma causa anemia autoimune hemolítica (extravascular). Comum na fase de desmame por imunossupressão. Sinais clínicos: Os sinais que envolvem a Anaplasma incluem anemia, febre de ate 41C°, fraqueza, anorexia, desidratação, urina amarelo escura, dispneia, andar cambaleante e vagaroso, mucosas pálidas/ictéricas (sinais da anemia autoimune). Os sinais que envolvem a Babesia Bigemina, envolvem hemoglobinemia+hemoglobinúria e hiperbilirrubinúria+icterícia porque esta faz multiplicação intracelular nos eritrócitos, explodindo e provocando a anemia hemolítica. Os sinais que envolvem a Babesia Bovis (que também explode os eritrócitos, mas causa estatase/fluxo estagnado), envolvem lesões nervosas e até a morte/anemia hemolítica. EM RESUMO: O animal pode ter anemia intra e extravascular, febre, alterações nervosas, icterícia, andar cambaleante, etc. Diagnóstico: Sinais clínicos+Histórico (avaliar se tem ou teve carrapatos), esfregaço sanguíneo para observar parasitas nas hemácias. O hemograma indicará anemia regenerativa, hematócritos baixos, leucocitose por neutrofilia com desvio à esquerda. O bioquímico indicará hiperbilirrubinemia. Tratamento: Tetraciclina (para anaplasma), Diaminazine Aceturato OU Dipropionato de Imidocarb (para Babesia), tratamento suporte (antitérmico p febre, transfusão sanguínea em caso de anemia severa). Prevenção: Controle de ectoparasitas, contato do animal com o parasita mantenso o controle. 2) Reticulo Pericardite Traumática Complicação proveniente da ingestãode corpos estranhos pontiagudos. Causa problemas cardíacos porque o reticulo fica ao lado do coração. Se perfurar caudalmente/ventralmente, causa reticuloperitonite e se perfurar cranialmente, causa reticulopericardite/reticulite (fibrina encapsula objeto). Sinais clínicos: Anorexia, dor, evita locomoção, febre, percussão dolorosa, muita sensibilidade na prova da cernelha, não desce em prova da rampa (porque mantém corpo ereto/erguido para evitar compressão), edema de peito, edema de gamacha, pulso jugular, prova de garrote positivo, taquicardia, abafamento de bulha, macicez cárdica, posição antálgica. Diagnóstico: Provas e sinais clínicos. Tratamento: Estabilizar paciente com tratamento suporte (antibioticoterapia com Penicilina, hidratação) e ruminotomia para retirada de corpo estranho. Prognóstico de reservado à ruim. Prevenção: Eliminação de fontes de CE e ingestão de imã enjaulado. (Conteúdo P2) Sistema Respiratório O stress térmico mostra o animal com boca aberta e diminui o metabolismo basal pra tentar manter temperatura boa, consequentemente o animal, desconfortável, deixa de se alimentar causando perda progressiva de peso levando à uma imunossupressão, o que aumenta as chances do animal contrair bactérias e afins. Anamnese: Histórico desempenho produtivo, condições sanitárias, sistema de criação, início dos sintomas e progressão, verificar presença de tosse ou ruídos respiratórios, corrimento nasal, falta de movimentos respiratórios ou febre. Exame físico: Na inspeção, observar o animal em estação e movimentos respiratórios como dispneia, amplitude torácica e ortopneia (respiração deitado). Em palpação, analisa reflexo de tosse + frêmito (ruído “palpável”), aumento de volume. Em percussão, som maciço é indicativo de secreções, realizar nos seios e no tórax bilateralmente. A auscultação feita é pulmonar e laringotraqueal (FR 15-35mpm), alguns sinais com base na auscultação: Estridor traqueal (assobio ao inspirar): Líquido ou muco, indica edema pulmonar. Crepitação grossa: Líquido nos brônquios, indica broncopneumonia, bronquites, edema pulmonar. Crepitação fina: Indica descolamento das pequenas vias aéreas, preenchidos por líquido, ou edema pulmonar, pneumonia, DPOC. Ronco: Secreções viscosas aderidas à parede de brônquios e traqueias, indica broncopneumonia, laringite ou laringotraqueíte. Sibilo: Estreitamento de vias aéreas, indica estenose, bronquite, alergias. Roce pleural: Pleuras visceral e parietal roçando, indica pleurite. DOENÇAS 1) Oestrose Doença parasitária que ocorre na primavera até o outono(sazonal), onde a mosca deposita os ovos nas fossas nasais do animal (comum em ovinos) que aspira os ovos, que vão até os seios paranasais, realizado três estágios larvais que duram de 20 a 30 dias. Sinais clínicos: Espirros (quando o animal espirra para fora, iniciam ciclo exógeno, diagnosticas a sinusite por percussão maciça nos seios), agitação (tentativa de tirar o incomodo), secreção nasal mucopurulenta, head tilt/coçam e escondem focinho na terra, lacrimejamento, sinusite causada porque as larvas usam espículas para se aderirem à mucosa, o que causa inflamação), dispneia, transtornos nervosos e locomotores (pois as larvas podem se “aprofundar” no animal). Diagnóstico: Buscar larvas com uma pinça ou através de endoscopia. Tratamento: Ivermectina (Subcutâneo), tratamento tópico, limpeza na narina. Se houver complicações, como pneumonia, antibioticoterapia e AINEs. Prevenção: Ivermectina no final no verão e no final do inverno. 2) Broncopneumonias Causada por fatores como bactérias, vírus, parasitas ou substâncias irritantes. Se manifesta no momento da queda da imunidade. Pode ser dividida em Pneumonia Enzoótica dos Bezerros ou Febre do Transporte. Pneumonia Enzoótica dos Bezerros: Acomete bezerros de raças leiteiras, relacionado à problemas nas instalações. Fatores de risco envolvem a asfixia neonatal, FTIP, estresse, amônia do ambiente (por falta de higiene, sem troca de cama), o que leva à queda da imunidade além de favorecer multiplicação viral e bacteriana. Febre dos transportes: Acomete bezerros de corte, com susceptibilidade aos desmamados (6-8 meses). Animal sofre estresse pela mudança da alimentação e pelo transporte. Os sintomas geralmente surgem após 4 semanas do transporte. Esse deslocamento pode promover acidose pela troca de dieta, quadros de desidratação, corticosteroides endógenos que promoverão queda na imunidade e favorecerão a multiplicação bacteriana. Agentes: As bactérias podem ser Mannheimia (Pasteurella) haemolytica, Pasteurella multocida, Histophiis somni. Os vírus podem ser Vírus sincicial respiratório bovino, Vírus tipo 3 da parainfluenza bovina, Vírus da diarreia viral bovina, Herpesvirus bovino tipo 1, Maedi- visma (em pequenos ruminantes). Sinais clínicos: Apatia, anorexia/hiporexia, corrimento nasal e ocular, tosse, narinas dilatadas, boca aberta, alterações na auscultação como sibilos e crepitação, postura ortopneica, respiração costoabdominal, mucosas cianóticas. Diagnóstico: SWAB nasal+citologia+cultura e antibiograma, lavado traqueal+citologia+cultura e antibiograma, hemograma, broncoscopia+lavado bronquioalveolar+citologia, US, sorologia. Tratamento: Antibioticoterapia (Ceftiofur, enrofloxacina, Amoxicilina, Ampicilina), AINE’s (Flunexim), broncodilatador/mucolítico (Cloridrato de Broxemina) e terapia de suporte (fluido, oxigenioterapia). 3) Pneumonia Verminótica Causada por Dictyocaulus viviparus. Animal ingere as larvas no pasto, que atingem os linfonodos mesentéricos, e se desenvolvem até o 4º estagio larval e migram para o pulmão, onde atingem maturidade e fazem ovipostura. Os parasitas e as larvas sobem para a traquéia, chegando na epiglote e ao passar para o esôfago, ganham o sistema digestório, então, ovos podem ser eliminados nas fezes. Diagnóstico: Coproparasitológico com método de Baermann ou achado em necrópsia. Tratamento: Antiparasitário (Benzimidazol, Livamisol ou Ivermectina), antibióticos (Ampicilina), AINEs (Flunexim), broncodilatador (Cloridrato de Broxemina), fluido e oxigenioterapia. CONTEÚDO N2 (Respiratório P2+Profilaxia de Ruminantes+Tegumentar) Sistema Tegumentar Existem três pontos importantes para os cuidados com a pele dos bovinos: Bem estar do animal, limitações de mercado e sanidade para os humanos (zoonoses). DERMATOFILOSE: Afecção de origem bacteriana TRICOFITOSE/DERMATOFITOSE: Afecção de origem fúngica ECTIMA: Afecção de origem viral ECTO PARASITAS 1) Car rapatos ( Ixodidiose): Boophilus microplus, agride o couro do animal, causa Anaplasma e Babesia (Tristeza Parasitária Bovina), anemia, afeta o bem estar e estética. Acomete bovinos. 2) Mosca do Chifre/Mosca de Estábulo: Haematobia Irritans, a picada machuca e incomoda, provoca stress, o animal come menos, causando emagrecimento progressivo, diminuição de produção e lesões na pele (o que diminui a qualidade do couro). A mosca vive em altas temperaturas e umidade, então tem alta incidência no verão. Acomete bovinos. 3) Piolhos (Pediculose): Haematopinus tuberlatus em bubalinos e Lignonathus spp ou Bovicula spp em pequenos ruminantes. Se alojam nas partes quentes do corpo do animal, causando prurido, coceiras em pescoço, peito, atrás da orelha, causando emagrecimento, queda de rendimento, escoriações, e lacerações de tnto se coçar com a ponta do casco e cercas. A transmissão pode ser direta ou indireta (por contato com animal infectado ou em utensílios como cabresto. Acomete búfalos e pequenos ruminantes. 4) Sar nas (Escabiose): Sarcoptes Scabiel bovis, causa prurido intenso, transmissão direta ou indireta. Acomete bovinos e ovinos. 5) Miíase: Cochliomyia hominivorax, depende de uma lesão pré existente pra ocorrer, pois a mosca precisa de lesão aberta para depositar os ovos e depois vão passando pelas fases larvais comendoo tecido necrótico. Comum em períodos quentes e chuvosos, acomete bovinos. 6) Ber ne: Dermatobia hominis, pousa no tecido intacto e deposita uma larva que causa grande dano no couro do animal. Acomete bovinos. Tr atamento: Todas essas afecções causadas por ectoparasitas são tratadas com INSETICIDA (Ciper metrina, Piretróide, Amitraz, Organofosforados e/ou Ivermectina). Podem ser aplicados em injeção, banho de aspersão, banheiras ou pour-on (no dorso). Papilomatose (Afecção VIRAL) Causada pelo Papiloma vírus e pode acometer qualquer lugar do corpo, inclus ive mucosas. Está diretamente relacionada ao sistema imune. Se apresenta como lesões verrucosas, secas e crostosas, facilmente destacáveis, etc. Tr atamento: Curativo, visando aumentar a imunidade do animal, pode ser pela retirada das verrugas passando iodo, queimando com nitrogênio (se for uma lesão que sangra muito), cauterização química com iodo ou remoção cirúrgica (ressecção) e em caso de lesões extensas, usar auto-vacina (vacina preparada através das próprias verrugas), aplicar em cada animal 5 ml da vacina em via subcutânea, repetindo 6 aplicações com intervalo de 5 dias, auto-hemoterapia (tira o sangue da jugular e aplica na musculatura), Clorobutanol (anestésico c propriedade antibacteriana e antifúngica). Ectima Contagioso (Afecção VIRAL) Causada pelo Parapoxvirus, auto-limitante (só acomete pequenos ruminantes com IMUNIDADE BAIXA), ocorre principalmente em face e boca, mas também pode acontecer em focinho, úbere e casco. A lesão forma uma vesícula, estoura e libera um líquido, depois seca e forma uma crosta. Pode ter transmissão direta ou indireta (mas só há transmissão na hora que a vesícula estoura). Se a fêmea tem a lesão e der cria, as crias são separadas pra evitar transmissão. Tratamento: Limpeza das feridas com Violeta Genciana, solução de permanganato de potássio a 3% ou solução de iodo a 10% + Glicerina. Fotossensibilização (Dermatite Solar) Causa queimaduras na pele do animal em todo corpo, causada pela sensibilidade do animal à luz por causa de agentes fotodinâmicos que provocam lesões na pele, principalmente em partes brancas. Pode ser congênita (mais raro, o animal nasce com deficiência de uma enzima), primária (que é causada pela ingestão desse agente fotodinâmico, como plantas Erva de São João/Hipercinia, Trigo Sarraceno/Fagopirina, Cicuta Negra/Forocumarina ou por medicamentos como Fenotiazina, Tetraciclinas e Sulfas ou até corantes como Acridino) ou secundária/hepatógena (causada pela ingestão da brachiaria, que é metabolizada e forma filoeritrina, que em caso de fígado lesionado, haverá inflamação das vias biliares e esta será acumulada no sangue e na pele, gerando a fotossensibilidade. Se o fígado estiver normal, mas houver a presença do fungo Phitomyces chartarum na brachiaria, este produz uma micotoxina chamada esporidesmina, que causa a lesão hepática e desencadeia o mesmo mecanismo anterior). Diagnóstico : Ao observar as lesões, avaliar onde o animal fica, se é em meio a luz solar e brachiaria, coletar pastagens e analisar se há presença de fungos (levando em conta que também pode ser causada pelo simples excesso do consumo da brachiaria com fígado sensibilizado). Tr atamento: Retirar o animal da exposição solar e restringir a brachiaria, limpeza das feridas com iodo e bucha/gaze para estimular o tecido, aplicação de pomadas anti-inflamatórias e antissépticas, compostos a base de facilitadores de metabolismo hepático como glicose, metionina, complexo B, compostos a base de zinco (óxido de zinco 20-28mg/kg). Pr ofilaxia: Sulfato de Zinco (0,35g/ZN/L) na água, pois zinco auxilia na regeneração da pele. Tricofitose/ Dermatofitose (Afecção FÚNGICA) Fungo Trichophyton, transmissão direta ou indireta. Auto-limitante, ou seja, só afeta animais com imunidade baixa. Lesão seca, circular e com crosta, sempre expandindo. Incidência aumenta no verão pela umidade e calor. Acomete rosto, dorso. Diagnóstico : É necessário diferenciar lesão fúngica de bacteriana, destacando o pelo do animal, na bacteriana o pelo sai em forma de pincel, na fúngica, a lesão é seca e circular. Tr atamento: Local, com antisséptico a base de iodo (iodine, povidine, blocid) diariamente. EQUINOS Profilaxia - Vacinação Raiva Primovacinação com 5 meses Vacinação anual (semestral em regiões com alta incidência) Tétano Primovacinação com 5 meses Vacinação anual Encefalomielite por Alfavirus Primovacinação com 5 meses Reforco com 6 meses Vacinação anual Influenza Primovacinação com 5 meses Reforço com 6 meses Semestral Herpes Virus Equino Primovacinação com 4 meses Reforço com 5 meses (em éguas prenhes no 5º, 7º e 9º mês) Semestral Tríplice: Encefalomielite+Influenza+Tétano – Raiva (5 meses) Profilaxia - Vermifugação Do primeiro mês até o desmame, todos os meses em potros. Em adultos: Nematodeos: Moxidectin (0,4mg/kg) a cada 90 dias ou Ivermectina (0,2mg/kg) a cada 60 dias. Cestodeos: Praziquantel (2,5 mg/kg) a cada 60 dias junto c Ivermectina ou Palmoato de Pirantel (6,6 mg/kg) a cada 6 meses. AFECÇÕES NEONATAIS/POTROS Sindrome de asfixia perinatal Falta de oxigenação que ocorre no terço final da gestação e nos primeiros 30 d pos parto. Sinais pré parto: Alteração placentária, anemia, hipoproteinemia, endotoxemia, distocias. Sinais pós parto: Obstruções das vias aéreas, pneumonia, anemia severa, hipoglicemia, lesões no SNC. Sinais clínicos: Dispneia, bradicardia, cianose, letargia, convulsões. Tratamento: Sintomático – Anticonvulsivantes, antibioticoterapia, fluido. Isoelitrolise Neonatal Equina Problema de compatibilidade sanguínea, anticorpos da mãe levados no colostro, destroem as hemácias do potro. Sinais: 2-24H após ingestão de colostro, fraqueza, depressão, diminuição do reflexo de sucção, cansaco, palidez de mucosa, icterícia, anemia, hipóxia anêmica, taquicardia. Diagnostico: Grave hemoglobinúria Tratamento: Tranfusao sanguínea, antibióticos se houver septicemia, controlar a ingestão de colostro, fluido. Septicemia Causada por falta ou falha de imunidade passiva no colostro. Sintomas: Apatia, letargia, diminuição das mamadas, decúbito, febre, taquicardia, taquipneia, desidratação, alterações pulmonares, diarreia. Tratamento: Antibioticoterapia (com Cefalosporina/Cefalexina), fluidoterapia, oxigenioterapia. CÓLICAS Dores abdominais por retenção de mecônio, uroperitonio, ulcera gastroduodenal, instussuscepção, verminose. Úlcera Gatroduodenal Comum em potros de 1-4 meses, causada por excesso de AINE ou stress. Sinais: Cólicas recorrentes que pioram após alimentação, diarreia recorrente, perda de apetite. Tratamento: Analgésico (Ibuprofeno (?)) pra alivio da dor, bicarbonato para alcalinizar/diminuir acidez, protetores de mucosa (Sucralfato (?)) Obstrução Intestinal com estrangulamento vascular Sinais: Dores intensas e persistentes não responsivas à analgésicos, atonia intestinal, refluxo, dilatação abdominal. Tratamento: Cirurgico (Enterotomia/Laparotomia exploratória) Rodococose Acomete potros de 1-4 meses de idade, causada pela bactéria Rodococcus. Sinais: Broncopneumonia, dispneia, febre, tosse, corrimento nasal mucopurulento, anorexia, abcessos subcutâneos, uveite/hipopio, osteomielite. Diagnostico: RX, US, lavado traqueal, fibrinogênio, leucocitose. Tratamento: Rifampicina+Eritromicina (atbs), fluido, amamentação. Plasma hiperimune pode servir de profilaxia em locais de infestação. AFECÇÕES COM TRATAMENTO PROFILÁTICO Tétano Sinais: Rigidez muscular, protusao de pálpebra, depressão respiratória grave. Tratamento: PROFILAXIA!!!!(Vacina com 5 meses + anual) Influenza GRIPE EQUINA PROFILAXIA HERPES VIRUS Causa aborto e afecções em trato respiratório PROFILAXIA RAIVA Furiosa: Animal ficaagitado Silenciosa: Animal não demonstra, ela progride e mata em 3-5 dias. Raiva Paralítica: Animal está sadio e começa a ficar anoréxico, começa a paralisia e progride ate a morte. PROFILAXIA NEONATOS Devem defecar mecônio em no máximo 1-2 horas após nascimento, quando não o faz, pode haver retenção de mecônio. Retenção de mecônio tem como sinais cólicas, esforço pra defecar (dorso arqueado), pode agravar para rolamento, decubido, olhar fixo ao flanco, polaquiuria, disetncao do abdomem, cauda erguida, mucosas congestas, aumento de TPC e demais sintomas de toxemia. Tratamento: ENEMA com óleo mineral e em ultimo caso cirurgia. CURA DO UMBIGO Fazer cauterização química logo quando nascer pra evitar onfalopatias e septicemias, imergir a iodo 3 a 10% + spray repelente e cicatrizante. Afecções umbilicais Persistência de Úraco Úraco é o canal que corre como vasos umbilicais e deve fechar assim que nasce. Quando não fecha, há persistência de uraco. Sintomas: Urina pelo umbigo Tratamento: Nitrato de prata (é um antisséptico, tratamento conservativo) e cirurgia de fechamento do uraco. Onfaloflebite Inflamação/Infecção das veias umbilicais por falta de cura ou falta de imunidade passiva. Sintomas: Cordão enegrecido, edemaciado, secreção purulenta, febre, diarreia, apatia, anorexia, corrimento nasal. Tratamento: Antibioticoterapia+antibiótico tópico (local), antisséptico e curativos. PARAMETROS DOS NEONATOS FC 60-80BPM FR 30-60MPM TC 38,5-39,5 Sistema Cardiovascular Engloba o coração, sangue e vasos (artérias, veias e capilares). Pequena circulação: Coração -> Pulmão ; Grande circulação: Coração -> Organismo; 1ª bulha: Valvas atrioventriculares (Mitral e tricúspede) 2ª bulha: Valvas semilunares (Aórtica e pulmonar) Em grandes animais é fisiológico auscultar a 3ª bulha (é a pressão do sangue batendo na câmara cardíaca) e a 4ª bulha (que é o final da diástole) e há o bloqueio atrioventricular (pequena pausa). Anamnese do cardiopata: Analisar manejo e alimentação (anemia), instalações e vetores (carrapatos), presença de ectoparasitas, rotina do animal (pastagem, confinamento), vermifugação e vacinação, medicação, presença de sangramento. Exame físico de cardiopata: Mucosas (hiperêmicas com possíveis petéquias), edema com teste de godet (TPC em edema) positivo, presença exarcebada ou ausência de pulso, auscultação cardíaca (Pulmonar 3º EIC, Aórtica 4º EIC, Mitral 5º EIC lado esquerdo, Tricuspede 3º EIC lado direito), percussão maciça (por acumulo de liquido no pericárdio). Exames complementares do cardiopata: Hemograma, proteínas totais. DOENÇAS VASCULARES GENERALIZADAS 1) Edema por confinamento Causada por confinamento em longos períodos, onde o animal fica sem ou com oferta de poucos movimentos. A falta de movimentação por muito tempo de pé, faz com que a circulação fique estagnada e forme edema. É doença de cavalo estabulado. Sinais clínicos: Edema (região distal dos membros) com teste de Godet (TPC de edema) positivo, frio, ausência de dor, edema que melhora com exercício. Tratamento: Alteração de manejo (soltar animal para que ele se exercite e o edema seja drenado), pomada fria (Mentol, Canfora, DMSO), duchas frias fazendo massagem. Prevenção: Uso de ligas de descanso de algodão. 2) Púrpura Hemorrágica (Vasculite) Reação inflamatória que acomete rede dos vasos sanguíneos. Surge a partir de uma reação de hipersensibilidade que forma imunocomplexo antígeno e anticorpo, consequente de infecções previas (bacterianas ou virais), mais comum Streptococcus equi. Sinais clínicos: Edema quente ventral, petéquias na mucosa, dor, febre, apatia, taquicardia/taquipneia, hiporexia. Tratamento: Corticoides (Dexatametasona 0,05-0,2 mg/kg), antibioticoterapia, tratamento suporte. Se houver garrotilho, Penicilina. 3) Babesiose Equina (Piroplasmose) Doença endêmica, causada por protozoários hemoparasitas intracelulares como a Babesia caballi e a Theileria equi (que faz transmissão intraplacentaria), que são transmitidos por vetores como carrapato Boophilus Microplus, Anocentor Nitens ou Amblyomma Cajennense. Esses protozoários parasitam a hemácia, multiplicando-se e estourando a hemácia, provicando uma hemólise intravascular e um quadro de anemia (regenerativa). Sinais clínicos: Podem ser assintomáticos ou pode haver queda de rendimento/prostração, edema nos membros anteriores, taquicardia, taquipneia, pressão alta, mucosas hipocoradas e sinais de anemia no geral (se houver anemia). Diagnóstico: Coletar sangue dos capilares pos exercício, realizar esfregaço sanguíneo, (buscando hemácias parasitadas), hemograma (buscando anemia regenerativa), provas sorológicas. Tratamento: Diprionato de Imidocarb (antimicrobiano) para diminuir parasitemia (IM, 2 aplicações por 3 dias), associado com Mercepton (hepatoprotetor), Buscopan/Butilbrometo de Escopalamina (porque o mercepton pode provocar cólica espasmódica). Se necessário, tratamento suporte. DOENÇAS VASCULARES LOCALIZADAS 1) Tromboflebite Formação de coágulo em uma veia associado a inflamação da parede venosa. Adquirida geralmente por processos iatrogênicos como cateterismo, venopunção repetida e aplicação de fármacos fora da veia. Sinais clínicos: Tumefação (inchaço) e dor à palpação, geralmente quente, edema local. Exame complementar: Ultrassom. Tratamento: No momento do erro de aplicação, manter o animal com cabeça levantada, compressa fria/gelada. Após, compressa quente, pomada antiinflamatoria ou descongestionante, enfermagem adequada (cateter bem colocado, assepsia, veias alternativas). Sistema Respiratório Vias aéreas superiores/anteriores: narinas, meatos nasais, septo nasal, conchas nasais (coanas), seios paranasais, nasofaringe, laringe e bolsas guturais (prolongamento do ouvido que so cavalos tem). Vias aéreas inferiores/posteriores: Traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos e cavidade pleural. Anamnese: Queixa principal de tosse, espirros, secreção nas narinas, hiporexia, anorexia. Analisar ambiente em que o animal vive, se a ração oferecida é em pó (feno velho), local onde o animal é estabulado, calendário de vacinação, troca de maravalha (tirar cavalo da baia pra limpar), transporte recente (pode causar queda na imunidade pelo stress). Exame físico: Inspeção analisa presença de secreção, se há respiração pela boca (incomum, indica gravidade), observar respiração em exercício e em repouso, tipos de secreção (serosa: viral, purulenta: bacteriana, com estrias de sangue: processos hemorrágicos). Na palpação, estimular o reflexo de tosse, palpar linfonodos submandibulares e retrofaríngeos (alt de trato respiratório anterior costuma ter aumento de volume, temperatura e sensibilidade dolorosa nesses linfonodos). Na percussão, os seios paranasais devem ter som claro. Na auscultação ANTERIOR (laringotraqueal), som propagado e POSTERIOR murmúrio vesicular, pulmões e traqueia, o ruído normal se assemelha à dois papeis se esfregando. Se houver som abafado, longe, diminuição da auscultação, indica presença de liquido, se houver sibilo (se assemelha a um miado de gato), indica DPOC, espasmo brônquico, acumulo de secreção espessa. Crepitação grossa indica aumento de liquido nos brônquios e crepitação fina indica edema ou pneumonia. DOENÇAS 1) Sinusite Acúmulo de exsudato nas cavidades sinusais, por inflamação nos seios paranasais, geralmente de origem secundária à inflamações dentarias, mas também pode ser de origem primária, provinda de afecções virais, fúngicas ou bacterianas. Sinais clínicos: Descarga nasal UNILATERAL, perda de rendimento, dispneia, pode ocorrer febre, hiporexia/anorexia, auscultação com som maciço, pode ocorrer em casos mais graves uma assimetria facial. Diagnóstico: Em sinusite secundária, por radiografia e em sinusite primaria, porendoscopia. Tratamento: Antibioticoterapia (Sulfa+Trimetropim), AINEs (Cetoprofeno), lavagens locais via sonda ou endoscópio e em casos mais graves, cirurgia. 2) Garrotilho / Adenite Equina Doença de potros e animais jovens até 3 ou 4 anos. É uma enfermidade bacteriana contagiosa de vias aéreas anteriores. Causada por Streptococcus equi, gerando inflamação mucopurulenta. A contaminação ocorre pelo contato direto com secreção de animais oentes (direta ou indireta). Sinais clínicos: Descarga nasal unilateral ou bilateral mucopurulenta, aumento de linfonodos com sensibilidade dolorosa, tosse, febre, depressão, disfagia. Diagnóstico: SWAB nasal ou dos linfonodos, realizando a cultura das secreções. Tratamento: Antibioticoterapia (Penicilina), AINE (Cetoprofeno), se houver febre, dipirona, se houver abscedação dos linfonodos, curativos locais. 3) Gripe Equina Causa viral, podendo ser Herpes Virus equi (Tipo I e IV) que é comum em potros ate 1 ano e associado a abortamentos ou Influenza, comum em animais de 2 a 3 anos. Contaminação direta, pelo contato com o vírus, gerando rinite, traqueíte e faringite. Sinais clínicos: Presenca de secreção serosa ou mucoide, tosse com reflexo de tosse positivo, epífora (perda ou alteração da drenagem das lágrimas), ceratoconjuntivite, mialgia (dores musculares), apatia, febre, perda de rendimento. Tratamento: Sintomático. AINE (para mialgia), inibir stress, antitérmico para febre, manter hidratação e nutrição. Prevenção: Vacinação a cada 6 meses em adultos, aos 4 meses em potros (reforço no 5º mês) e em éguas gestantes (5º, 7º e 9º mês). 4) Pneumonia Bacteriana Equina Processo bacteriano grave em vias aéreas posteriores acompanhado de fatores de estresse como esforço físico, patologia primária que interfira na imunidade do animal, viagens, superlotação, etc. Pode ser por bactérias Streptococcus zooepidemicus, staphylococcus aureus, Escherichia coli, Pasteurella, Klebsiella, Bordetella. Sinais clínicos: Auscultação pulmonar com som crepitante/estertorante, corrimento nasal, dispneia, taquipneia, tosse, hiporexia, perda de peso, intolerância ao exercício. Diagnóstico: Hemograma, lavado traqueal. Tratamento: Antibioticoterapia (Gnetamicina ou Sulfa+Trimetropim ou Ceftiofur), AINE, broncodilatador (Clembutarol), fluidoterapia, repouso. 5) Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica – DPOC Causada por bronquite ou bronquiolite alérgica, gerando reação de hipersensibilidade, assim causando obstrução das vias aeras devido à contração da musculatura lisa e acumulo de secreções. A maior incidência dessa doença é em cavalos adultos de 8 a 10 anos em regime de confinamento. Sinais clínicos: Auscultação pulmonar com presença de sibilos, tosse associada ao exercício e alimentação, dispneia com esforço respiratório, intolerância ao exercício e reflexo de tosse positivo. Diagnóstico: Endoscopia com presença de secreção mucopurulenta excessiva na traqueia e lavado broncoalveolar aspirado, no qual há material positivo para inflamação. Tratamento: Mudanças no manejo (mudar regime de confinamento), reduzir agentes irritantes através de limpeza nas baias, diminuição da poeira, molhar o feno. Administrar broncodilatadores (Clombutarol), corticoide (Prednisolona) nas crises e inalação (mucolíticos-acetilcisteína). 6) MORMO Zoonose bacteriana (Burbholdelia Mallei) contagiosa de forma crônica entre equinos, podendo ser assintomático. A transmissão e feita por contato direto com secreção nasal. Sinais clínicos: Ulceras em mucosas, nódulos e úlceras no trato respiratório e pele, corrimento nasal mucopurulento, tosse, dispneia, emagrecimento progressivo, febre, apatia, anorexia. Diagnóstico: Cultura bacteriana, ELISA. Tratamento: Contra indicado. Prevenção: Isolamento de áreas com incidência, eutanásia em animais positivos, incineração de carcaças, limpeza das instalações com hipoclorito de sódio. Sistema Tegumentar O exame clinico da pele é constituído em: 1) Identificação (espécie, raça, sexo, idade, utilidade, pigmentação de pele, procedência) 2) Histórico/Anamnese (queixa principal, antecedentes, início do quadro, evolução, instalações, manejo alimentar, contactantes) 3) Exame físico (Inspeção analisa distribuição, configuração, topografia, profundidade, morfologia e Palpação analisa sensibilidade, volume, espessura, elasticidade, temperatura, consistência e umidade) 4) Exames complementares) (Raspado de pele, exame direto e citológico, citologia aspirativa, biópsia, histopatológico). As enfermidades da pele de equinos podem ser por problemas granumatulosos, nodulares, pruriginosos, alopécicos ou não pruriginosos e alopecicos. Problemas Granumatulosos Tecido de Granulação Exuberante Analisar histórico de feridas prévias, geralmente profundas, acomete membros e regiões distais. Sinais clínicos: Volume exarcebado, sem irritação local, ausência de prurido e dor, não cicatriza. Tratamento: Diminuição de tecidos granumatulosos, adequada cicatrização, cauterização química ou cirúrgica, formol ou pomadas a base de corticoides. Habronemose (Ferida do verão) Ferida exuberante que não cicatriza e se desenvolve no verão, causada por vermes nematoides (Habronema muscae, Habronema micróstoma, Habronema megastoma), onde moscas depositam larvas nas feridas, o parasita atinge as camadas da pele, gerando uma reação de hipersensibilidade. Acomete canto do olho, conjuntiva, processo uretral, membros, prepúcio, ventre ou ferida aberta. É uma doença sazonal (primavera/verão). Diagnóstico: Biópsia (exame de eleição), presença de formas larvais, infiltrado eosinofílico intenso. Tratamento: Predinisolona 1 mg/kg/dia de 7 a 10 dias (para hipersensibilidade), Ivermectina 0,2 mg/kg a cada 10 a 14 dias em 3 a 5 aplicações (para controle de parasitas intestinais), redução das lesões granumatulosas com excisão cirúrgica se necessário, controle de moscas no ambiente. Sarcóide Tumor que afeta pele dos cavalos (não maligno). Lesões podem aparecer espontaneamente ou após ferida prévia, granumatulosa progressiva e é recorrente. Comum em animais com mais de 4 anos em cabeça, orelha e membros. Sinais clínicos: Feridas com aspecto plano, verrucoso, fibroblástico ou misto. Diagnóstico: Biópsia com proliferação fibroblástica na derme, hiperplasia epidérmica. Tratamento: Excisão cirúrgica, criocirurgia e imunoterapia(infiltração com BCG intralesional ou ao redor da lesão). Problemas Nodulares Papilomatose Causada pelo Papiloma Vírus, comum em animais jovens (menos de 3 anos), transmitida por contágio direto. Auto-limitante (afeta animais com baixa imunidade/estressados), acometendo geralmente focinho, genitália e membros, causando múltiplos nódulos com aspecto verrucosos. Diagnóstico: Biópsia com proliferação epitelial sem proliferação de tecido conjuntivo. Tratamento: Remoção cirúrgica, cauterização química, auto-vacina/auto-hemoterapia, e em região de orelha usar glicerina iodada. Melanomas (Neoplasias Benignas) Neoplasia comum em animais tordilhos e velhos, frequente em raças como árabe, Lusitano, Percheron. Acomete região do períneo e cauda e o trauma desses nódulos libera um líquido enegrecido. Sinais clínicos: Lesões nodulares pequenas e firmes com possível liberação de líquido escuro no trauma do nódulo. Tratamento: Cimetidina (2,5mg/kg/TID por 3 meses), dieta pastosa (quando o animal tiver dificuldade de defecar), exerese (manobra CIRÚRGICA pra retirada do nódulo), auto-vacinas. Dermatite por picada de insetos e carrapatos Ocorre por picada de Culicóides (mosquito); Tabanus (mosca do cavalo); Amblyomma cajennense (carrapato); Haematóbia irritans (mosca do chifre); Vespas e abelhas, formando feridas e áreas com alopecia. Comum em épocas quentes. Sinais clínicos: Animal apresenta pápulas (caroços pequenos, elevados e moles) em todo corpo,com prurido recorrente (hipersensibilidade tipo I ou IV), podendo formar feridas e áreas com alopecia. Tratamento: Dexatametasona (corticoide para hipersensibilidade), manejo para controle de insetos (baias teladas e repelentes, inseticidas). Problemas Pruriginosos e Alopecicos Sarna (Acaríase) Ocorre em animais mal cuidados e desnutridos. Lesões crostosas e com descamação, podendo apresentar prurido, alopecia e pápulas. Diagnóstico: Raspado de pele buscando ácaros ou ovos. Tratamento: Ivermectina (0,2 mg/kg/BID/TID em intervalos de 14 dias), remoção das crostas, banhos antissépticos e banhos organofosforados. Dermatofitose Causada por Microsporum equinum, M. gypseum, etc (fungos), auto-limitante, contaminação direta ou indireta, comum em animais desnutridos, mal cuidados ou superpopulações. Sinais clínicos: lesões alopécicas, circulares e pápulas, pelo não é facilmente removido Diagnóstico: Raspado de pele+cultura fúngica, teste do pincel pode auxiliar. Tratamento: Shampoo antisséptico e antifúngico, soluções a base de iodo fraco, terapias tópicas (cetoconazol), manejo dos utensílios. Dermatofilose (Queimadura de chuva) Causada por bactéria gram + Dermatophilus congulensis, ficando latente na pele até obter condições de proliferação, se desenvolvendo com umidade crônica (exposição constante à chuva) e ferimentos prévios, por isso é comum em equinos que vivem soltos. Sinais clínicos: Emaranhado de pelos (pincel), crostas úmidas em região de dorso e garupa. Diagnóstico: Raspado de pele coloração gram, auxílio teste do pincel. Tratamento: Higienização e remoção das crostas, banho antisséptico (peróxido de benzoíla), manejo (retirar animal da chuva p diminuir umidade).
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