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curso de convivio com pessoas de necessidades especiais

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1) Introdução
Bem-vindo ao Curso de Convívio com Pessoas de Necessidades Especiais. Muitas vezes não sabemos como nos portar diante de uma pessoa com necessidades especiais e acabamos nos comportando de maneira inadequada. A falta de informação a respeito da deficiência nos leva a cometer alguns deslizes e pode nos colocar numa situação desconfortável. O curso tem por objetivo mostrar a forma correta de atender um cliente com necessidades especiais.
1.1) O que é inclusão social?
Inclusão Social diz respeito a todos os cidadãos, a todas as empresas e estabelecimentos comerciais, às entidades públicas e órgãos governamentais. Exige, portanto, esforço integrado de todos estes segmentos para tornar possível uma efetiva inclusão social das pessoas com deficiência. No entanto, quando avaliamos o assunto, deparamo-nos com uma surpreendente falta de informações sobre quem são as pessoas com deficiência, o que querem, o que precisam, qual o modo certo, eficaz e realista de tratá-las e, sobretudo, de incluí-las, torná-las cidadãos.
 Censo Demográfico Brasil 2000 - IBGE
Para se ter uma idéia do tamanho da questão, quase a metade (45%) da população brasileira lida com ela. Lembrando que existem no Brasil 24,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, equivalente a 14,5% da população, segundo o Censo 2000 do IBGE.
1.2) Um rápido histórico
O conceito de inclusão é muito recente se comparado a trajetória secular de exclusão. Ao longo dos séculos houve diversas mudanças conceituais sobre a deficiência e sobre o tratamento dispensado pela sociedade aos cidadãos que apresentavam dificuldades motoras, mentais ou sensoriais.
Para se ter uma idéia, na Antiguidade estas pessoas eram mortas, pois se acreditava que eram amaldiçoadas ou demônios. Somente na Idade Média este comportamento começou a mudar, devido à influência da Igreja Católica, que considerava todos como criaturas de Deus, independente de possuir ou não uma deficiência. No entanto, elas deixaram de ser mortas para serem abandonadas e depender da caridade para sua sobrevivência.
Com o incômodo gerado por esta situação, por volta do século XII, surgiram instituições, longe dos grandes centros, para abrigar esta parcela da população – principalmente pessoas com deficiência mental – e foram criadas as primeiras legislações, no intuito de garantir o direito à sobrevivência e assegurar os bens daqueles que possuíam uma deficiência mental.
Conventos e asilos, seguidos por hospitais psiquiátricos, transformaram-se em locais de confinamento, ao invés de ambientes para tratamento das pessoas com deficiência. Na realidade, tais instituições eram, e muitas vezes ainda são, nada mais do que prisões.
Esse modelo de tratamento continuou como única alternativa por mais de 500 anos e continuou mesmo com a evolução da medicina, a partir do século XVI, período da Revolução Burguesa, que produziu novos conhecimentos, reconhecendo que as deficiências são originadas por fatores naturais e não espirituais. A este período, tendo como modelo o conjunto de idéias, valores e ações que contextualizam as relações sociais, estabeleceu-se o primeiro padrão formal a caracterizar a interação da sociedade com as pessoas com deficiência, o que foi denominado Paradigma da Institucionalização.
	
	
	
	 
	Denominado Paradigma da Institucionalização, caracteriza-se pela retirada das pessoas com deficiência de suas comunidades de origem e por sua manutenção em instituições residenciais segregadas.
No Brasil, a primeira instituição foi criada em 1854, por D. Pedro II, no Rio de Janeiro. Chamou-se Imperial Instituto dos Meninos Cegos, atual IBC, e foi criada sob a intercessão do Dr. Xavier Sigaud, médico do Paço Imperial.
Logo em seguida, em 1857, inaugurou-se também no Rio de Janeiro, o Instituto dos Surdos-Mudos, atual I.N.E.S., através da intercessão do Marquês de Abrantes e das recomendações do Ministro da Instrução Pública da França. Ambas foram precursoras da criação de outras instituições asilares, seguindo o modelo europeu então vigente. Segundo Bueno (1993), o surgimento de internatos parece ter sido determinado muito mais pelo interesse de figuras próximas ao poder constituído, do que pela real necessidade (p. 85) e nós acrescentaríamos ainda, do que por um compromisso político do poder constituído, com as necessidades da população.
A primeira metade do século XX caracterizou-se pela proliferação, no Brasil, de instituições asilares e de escolas especiais, de natureza privada e assistencialista. A ciência da época voltava-se para a questão da Higiene Pública, a qual então se preocupava com "problemas básicos causadores de nossa degenerescência e taras".
De maneira geral, então, constata-se que à pessoa portadora de deficiência, desnecessária para o sistema de produção então vigente no país, ameaçadora para a Saúde Pública, ônus para a família e para a comunidade, só restava a segregação social, mascarada sob um conjunto de argumentos científicos, religiosos e assistenciais.
Esta situação continuou no Brasil, praticamente até o fim da década de 60.
	 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Ainda hoje, em diversos países, convivemos com estas questões. Não são poucos os cidadãos com deficiência que são retirados de suas comunidades de origem. Eles são levados para instituições separadas ou para escolas especiais, frequentemente situadas em locais distantes de suas famílias.
Somente no século XX, na década de 60, o Paradigma da Institucionalização começou a ser re-examinado. O questionamento e pressões contrárias a institucionalização provinham de diferentes direções e eram motivados pelos mais diversos interesses.
Havia o interesse da própria sociedade, à qual custava cada vez mais manter a população institucionalizada na improdutividade e na condição de segregação. Assim, tornava-se interessante o discurso da autonomia e da produtividade para as administrações públicas dos países, que se adiantavam no estudo do sistema de atenção às pessoas com deficiência. A década de 60 tornou-se marcante pela relação da sociedade com a pessoa com deficiência. Dois novos conceitos passaram a circular no debate social: normalização edesinstitucionalização. Considerando que a institucionalização tradicional tinha fracassado na busca da restauração do funcionamento normal do indivíduo nas relações interpessoais, na sua integração na sociedade e na sua produtividade no trabalho e no estudo, iniciou-se, no mundo ocidental, o movimento pela desinstitucionalização.
A ação era baseada na ideologia da normalização e defendia a necessidade de introduzir o cidadão com deficiência na sociedade, procurando ajudá-lo a adquirir as condições e os padrões de vida no nível mais próximo do considerado normal. Ao afastar o paradigma da institucionalização e adotar as idéias de normalização, foi criado o conceito de Integração, referente à necessidade de modificar a pessoa com deficiência – e não a sociedade -, de forma que esta pudesse assemelhar-se, o máximo possível, aos demais cidadãos, para ser inserida e integrada no convívio social.
Entretanto, normalizar o indivíduo com deficiência passou a não fazer sentido. O conceito de normalidade é muito relativo e subjetivo. Diante disso, chegou-se à conclusão de que a sociedade também teria sua parcela de contribuição ao processo de inserção das pessoas com deficiência. Os sistemas sociais, que durante séculos não contemplaram as necessidades específicas provenientes das deficiências humanas, teriam que se transformar de modo a atender a todos. O processo deve ser bidirecional.
Diante destas constatações e das inúmeras mudanças que vemos hoje eclodir na sociedade, surge o movimento da inclusão, que é consequência da visão social de um mundo democrático, onde se anseia respeitar direitos e deveres de todos, independente das diferenças de cada um.
1.3) Inclusão e Cidadania
A limitação de uma pessoa não diminui seus direitos. As pessoas com deficiência são cidadãos e é papel da sociedade se preparar para lidar com a diversidade humana. Todos os indivíduos devem ser respeitadose aceitos, não importa o sexo, a idade, as origens étnicas, opção sexual ou suas deficiências. Uma sociedade aberta a todos, que estimula a participação de cada um, aprecia as diferentes experiências humanas e reconhece o potencial de todos, é denominada sociedade inclusiva.
A sociedade inclusiva tem como principal objetivo oferecer oportunidades iguais para que cada pessoa seja autônoma e auto-suficiente. Portanto, esta sociedade é democrática e reconhece todos os seres humanos como livres e iguais e com direito a exercer sua cidadania.
É com base no conceito de inclusão que este estudo foi realizado. O entendimento desta trajetória histórico-cultural forneceu subsídios suficientes para compreender o retrato atual da população com deficiência no Brasil e propor alternativas para acelerar a inclusão desta importante parcela de nossa população, que representa a rica diversidade que constitui nossa sociedade.
Se há apenas algumas décadas a sociedade acreditava que a pessoa que tivesse algum tipo de deficiência teria uma vida com possibilidades reduzidas e completa falta de perspectivas, hoje enxergamos muita vida além da deficiência e plena capacidade de realização.
Esperamos, com as informações a seguir, contribuir para a construção de uma sociedade mais inclusiva, com base em fatos e percepções das próprias pessoas com deficiência.
2) Entendendo as Necessidades Especiais
Neste capítulo, iremos entender o conceito de Necessidades Especiais, veremos uma breve referência à Legislação Brasileira sobre o assunto e outras questões como atendimento prioritário, acessibilidade e dicas gerais para se relacionar com uma pessoa portadora de necessidades especiais. No final, será aplicada uma prova de fixação para avaliar seus conhecimentos.
2.1) O que são Necessidades Especiais?
Pessoas com Necessidades Especiais são aquelas que, por alguma espécie de limitação, requerem certas modificações ou adaptações no ambiente que as cerca, a fim de que possam atingir seu potencial máximo. Essas limitações podem decorrer de problemas visuais, auditivos, mentais ou motores, bem como de condições ambientais desfavoráveis.
2.2) Porque o termo Necessidades Especiais?
Desde a Declaração de Salamanca (1994), surgiu o termo Necessidades Especiais, que veio a substituir o termo criança especial, anteriormente utilizado em educação para designar a criança com deficiência. Porém, este novo termo não se refere apenas à pessoa com deficiência, pois engloba toda e qualquer necessidade considerada atípica e que demande algum tipo de abordagem específica por parte das instituições, seja de ordem comportamental, seja social, física, emocional ou familiar.
	
	
	
	 
	A Declaração de Salamanca (Salamanca - 1994) trata dos Princípios, Política e Prática em Educação Especial.
Trata-se de uma resolução das Nações Unidas adotada em Assembléia Geral, a qual apresenta os Procedimentos-Padrões das Nações Unidas para a Equalização de Oportunidades para Pessoas Portadoras de Deficiências. A Declaração de Salamanca é considerada mundialmente um dos mais importantes documentos que visam a inclusão social, juntamente com a Convenção sobre os Direitos da Criança[1] (1988) e da Declaração Mundial sobre Educação para Todos[2] (1990).
Faz parte da tendência mundial que vem consolidando a educação inclusiva. Sua origem é normalmente atribuída aos movimentos em favor dos direitos humanos e contra instituições segregacioanistas, movimentos iniciados a partir das décadas de 60 e 70 do século XX.
	 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Deficiência é o termo usado para definir a ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica. Diz respeito à biologia da pessoa. Este conceito foi definido pela Organização Mundial de Saúde. A expressão pessoa com deficiência pode ser aplicada referindo-se a qualquer pessoa que possua uma deficiência. Contudo, há que se observar que em contextos legais ela é utilizada de uma forma mais restrita e refere-se a pessoas que estão sob o amparo de uma determinada legislação.
O termo deficiente tem sido considerado inadequado, pois o termo possui uma carga negativa, ou seja, depreciativa da pessoa, o que foi ao longo dos anos se tornando cada vez mais rejeitado pelos especialistas da área e em especial pelos próprios portadores. Atualmente a palavra é considerada como inapropriada, por promover o preconceito em detrimento do respeito ao valor integral da pessoa.
A pessoa com necessidades especiais geralmente precisa de atendimento especializado, seja para fins terapêuticos, como fisioterapia ou estimulação motora, seja para que possa aprender a lidar com a necessidade e a desenvolver as potencialidades. A Educação especial tem sido uma das áreas que tem desenvolvido estudos científicos para melhor atender estas pessoas, no entanto, a educação regular passou a se ocupar também do atendimento de pessoas com necessidades educativas especiais, o que inclui pessoas com deficiência além das necessidades comportamentais, emocionais ou sociais.
2.3) O que a Legislação Brasileira determina?
O homem está sempre em busca de sua identidade e almeja se integrar à sociedade na qual está inserido. Há, no entanto, muitas barreiras para aqueles que são portadores de necessidades especiais, em relação a este processo de inclusão. Geralmente, as pessoas com necessidades especiais ficam à margem do convívio com grupos sociais, sendo privados de uma convivência cidadã. No Brasil, a Lei Federal n° 7853, de 24 de outubro de 1989, assegura os direitos básicos dos portadores de necessidades especiais. Em seu artigo 8º constitui como crime punível com reclusão (prisão) de 1 a 4 anos e multa, quem:
1. Recusar, suspender, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, porque é portador de deficiência.
2. Impedir o acesso a qualquer cargo público porque é portador de deficiência.
3. Negar trabalho ou emprego, porque é portador de deficiência.
4. Recusar, retardar ou dificultar a internação hospitalar ou deixar de prestar assistência médico-hospitalar ou ambulatória, quando possível, a pessoa portadora de deficiência.
Para ter informações sobre a Legislação Brasileira e Internacional, acesse o capítulo: Legislação
2.4) O que é Atendimento Prioritário?
O Atendimento Prioritário compreende tratamento diferenciado e atendimento imediato às pessoas portadoras de necessidades especiais (física, auditiva, múltiplas, visual e mental), idosos com idade igual ou acima a 60 anos, gestantes, lactantes e pessoas com crianças de colo.
Pela legislação brasileira (art 5º), os órgãos da administração pública direta, indireta e fundacional, as empresas prestadoras de serviços públicos e as instituições financeiras deverão dispensar atendimento prioritário às pessoas portadoras de necessidades especiais, ou com mobilidade reduzida, idosos, gestantes, lactantes e com crianças de colo.
2.5) O que é Acessibilidade?
Acessibilidade significa não apenas permitir que pessoas com deficiências participem de atividades que incluem o uso de produtos, serviços e informação, mas a inclusão e extensão do uso destes por todas as parcelas presentes em uma determinada população.
Na arquitetura e no urbanismo, a acessibilidade tem sido uma preocupação constante nas últimas décadas. Atualmente estão em andamento obras e serviços de adequação do espaço urbano e dos edifícios às necessidades de inclusão de toda população.
Em informática, programas que provêm acessibilidade são ferramentas ou conjuntos de ferramentas que permitem que portadores de deficiências (as mais variadas) se utilizem dos recursos que o computador oferece. Essas ferramentas podem constituir leitores de tela de computador para deficientes visuais, teclados virtuais para portadores de deficiência motora ou com dificuldades de coordenação motora e sintetizadores de voz para pessoas com problemas de fala.
Pronto! Você já entendeu os principais conceitos sobre o assunto, vamos agora ao seu primeiro contato comuma pessoa com necessidades especiais. Isso não apenas vale para um atendimento de negócios correto, mas trata-se de educação e respeito para toda a sua vida como cidadão consciente.

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