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PROCESSO PENAL “O titular da pretensão invoca o terceiro a analisar sua acusação, exercer a jurisdição e emitir um veredito, feito por intermédio do processo.” Principio da legalidade Principio da lesividade Principio da intervenção mínima Jurisdição – júris dictio: poder que o estado tem para exercer o Direito Pena: punya/purificar Equivocada noção do bem estar social X o indivíduo A (in) eficácia da pena de prisão Processo penal é necessário para o direito penal, pois não precisamos do direito penal e sim de algo melhor que ele, porém como não foi encontrado, é um mal necessário Processo civil: irmã prospera Direito penal: irmã bela Processo penal: órfã rejeitada Equívocos da teoria geral do processo - A lei processual não retroagirá nem para bem, nem para mal do apenado Classificação das normas penais: -norma penal para: leis da parte geral do código (retroagem) -leis processuais penais puras: são irretroativas, mesmo que benéficas -leis mistas: retroagem quando mais beneficiar o réu Principio da territorialidade Natureza jurídica do processo penal: diz o que é o processo penal. -processo penal é um ato de pessoas que divergem -actus trium personarum: ato em 3 pessoas – autor, juiz, réu. 1ª vertente: processo penal é uma relação jurídica pública, autônoma e complexa. Existem nas 3 partes obrigações e direitos 2ª vertente: processo penal como situação jurídica. Diz que na pratica há disparidade de armas Autor e réu querem vantagem independente de qualquer coisa, destinada ao juiz 3ª vertente: convencimento do juiz O que é o principio? Aquilo que vem antes, início de tudo. Limite do controle social Principio: não necessariamente esta no texto da lei. Não é absoluto. É um gênero Regra: é taxativo. Tem cumprimento literal. É o que esta na lei Art. 323, cpp (Não será concedida fiança: I - nos crimes de racismo; II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático) Princípios da jurisdição: nulla piene sine iudicio – não há pena sem julgamento. Todos merecem um julgamento e que ele seja justo Principio do juiz natural: individuo tem direito de ser posto em julgamento por um juiz já instituído -inércia da justiça: faz o julgamento apenas quando é provocado pela justiça -juiz como garante: garante a liberdade de todos os cidadãos. Somos todos livres ate que seja necessária a prisão Juiz natural não existe sem o bacharel de direito. 3 anos de atividade jurídica, concurso publico. Ocorre a investidura. Art. 5º, LIII (ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente) e XXXVII, CF (não haverá juízo ou tribunal de exceção) Juiz deve ser equidistante das partes Competência se da onde o fato foi consumado A imparcialidade do juiz se da quando não toma partido algum. Sendo neutro e distante das partes. Juiz não é parte do processo Prova do inquérito não deve cegar ao julgador, assim como as provas adquiridas. Ouve apenas quando vier em juiz Juiz não esta acima, mas alem dos interesses das partes Art. 95, CF (Os juízes gozam das seguintes garantias: I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado; II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII; III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.) -vitalício -inamovível -irredutível Juiz acusador e inquisidor Art. 3º, a) (O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação.) cpp – atualizações: b) ao f) Art. 399, cpp (Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente.) Art. 127, cpp (O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou do ofendido, ou mediante representação da autoridade policial, poderá ordenar o sequestro, em qualquer fase do processo ou ainda antes de oferecida a denúncia ou queixa.) Pode indicar outras testemunhas Pode agir de oficio Art. 385, cpp (Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada.) Principio da duração razoável do processo: Principio do promotor natural: mesma que o juiz – art. 5º, LIII (ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente) O processo deve ser o mais sele possível Macone: processo duração – processo penal tem noção que o juiz (juiz do presente) julga um fato do passado, baseado em uma prova recém colhida, causando efeitos (pena) para o futuro Prazos impróprios: -art. 400, cpp (Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado.) -art. 412, cpp (O procedimento será concluído no prazo máximo de 90 dias.) -art. 513, cpp (Os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo processo e julgamento competirão aos juízes de direito, a queixa ou a denúncia será instruída com documentos ou justificação que façam presumir a existência do delito ou com declaração fundamentada da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas.) Prisao cautelar – art. 316, p.ú (Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal) – 90 dias para rever se vai manter a prisão preventiva ou não Principio da indeclinabilidade/inafastabilidade: Art. 5º, LXXVIII, CF (a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação) Não pode passar o processo para outros, nem para quem não tem competência Prova feita no processo penal pode ser usada em outras áreas do direito Incidência do júri – art. 414 (Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado.) Princípio da presunção de inocência: Art. 5º, IV, pacto S.J.C.R e art. 8º, II Art. 5º, LVII, CF (ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória) Art. 283, cpp (Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de prisão cautelar ou em virtude de condenação criminal transitada em julgado.) 1- pode fazer tudo que não seja proibido 2- independente dos indícios, o réu deve ser visto como inocente – evita que julgue pelas aparências Art. 474, SS3º (Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período em que permanecer no plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à garantia da integridade física dos presentes.) Uso de algemas em regra é proibido, salvo uso de resistência do réu 3- ônus da prova deve ser da acusação Principio da motivação das decisões judiciais Art. 93, IX, CF (todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservaçãodo direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação) Processo como reconstrução dos fatos Processo penal precisa ser legitimada Sentença erudita/pronta fere, pois não diz muito sobre o caso. Deve tirar a sentença do zero Principio do devido processo legal: Magna carta: trazia interesses para os cidadãos Art. 5º, LIV (ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal) e LV (aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes) Contraditório: em relação a prova -acusação: jus puniend. MP tem interesse de zelar -defesa: garantias constitucionais Dialética é uma oportunidade de fala para as partes -petições/requerimentos (contraditório) -audiência/juízo oral (debates e teses) Contraditório se da pelas falas das partes e de terceiros, para extrair elementos e dados -ampla defesa: utilização de todos os meios e recursos possíveis. Lícitos, deve ter profissionais capacitados para isto -liberdade de alegações e de teses -igualdade de requerimentos -defesa técnica: advogado/defensor/dativo (juiz nomeia) Principio indisponibilidade: deve ter advogado para seguir o caso Art. 261, cpp (Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor.) Defesa técnica pré-processual – art. 14, cpp – exógena (O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.) Defesa técnica processual – endógena. Defesa em todos os atos possíveis, sob pena de nulidade. Art. 185 (O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado) e 188 (Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante.) Defesa pessoal: autodefesa + interesse do acusado Autodefesa é a manifestação do réu no processo Principio disponibilidade: réu não quer se defender, ficando neutro ao processo -positiva: participação da instrução de forma ativa. Contribui para o processo -negativa: inércia art. 5º, LXIII (o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado) Nemo tenutur se deterege – não produzir prova contra si Princípio da vedação das provas ilícitas: art. 5º, LVI, CF (são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos) e art. 157, CPP (São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.) Busca e apreensão sem ordem judicial Interceptação telefônica sem ordem judicial Provas ilícitas por derivação – tortura é ilícito Provas ilícitas em benefício do réu. Tudo que possa causar a inocência deve ser analizado Sistemas: raiz no grego Conjunto de coisas Kant: ideia única, conjunto de elementos colocados sobre uma ideia única Kelsen: ordenamento jurídico Demora o estudo do sistema “conjunto de temas colocados por uma relação/principio unificador Vassali – sistema acusatório (puro) Roma- cognitio – Grécia acusatório Magna carta devido processo Presunção da inocência Sistema acusatório: Principio dispositivo: elemento central: provas pelas partes Princípio da inercia da jurisdição: o acusador provoca, não pode ser feita de ofício Princípio do legitimo processo legal: sem contraditório não há processo Características: -juiz espectador: poder introdutórios -visto como parte do processo, o acusado -provas tem o mesmo valor Extraordinária exofficio: possibilidade do juiz emendar Conceito de Lasale: sistema é escolha política, ideológica Sistema acusatório puro: Surge na Inglaterra Desvincular da igreja, podendo recorrer ao rei, mediante petition, emitindo um iurit (mandato) Com o grande número, cria o trial by júri – saindo do rei e indo para o provo dizer se houve crime Não se produziam provas antes do processo, e sim durante o júri/debate Magna carta: imposição dos burgueses aos sem tura Bull of rights Povo pode dizer o que é o direito naquela comunidade Princípio é dispositivo Principal elemento: gestão das provas Provas compete às partes de forma paritárias Princípio da inercia da jurisdição - não há de ofício Princípio do devido processo legal: impede a necessidade de dialética no processo. Só o autor e réu brigam Onde não existe contraditório, não existe processo Ambiente onde se opera: estados democráticos que presam pela liberdade individual Principais características: -juiz não possui poderes instrutórios. Juiz faz o direito Juiz tem posição passiva Provas: serão de livre apreciação Pariza do acordo com o debate. Não há prova maior que a outra -acusado é visto como parte do processo É sujeito de direitos e garantias -investigação e processo se reveste de caráter público. Qualquer cidadão pode ver os autos -- Cognitio: julgamento pelos magistrados Acusacio: acusação por qualquer um. Era do povo, mas com maior inclusão Juiz era passivo Acusador e julgador eram diferentes Processo entre partes igualitárias Punição da denunciação caluniosa – pode se manter em silencio, mas quando fala está sujeito a pena Acusação escrita Contraditório pleno Procedimento oral Julgamento público mediante votos -- Sistema inquisitório puro: base no império romano Extraordinária cognitio: juiz pode produzir prova, intervindo no processo Ocorre ex officio Faziam acusações por mera vingança Igreja passa a ser protegida pelo estado Império romano se divide em 2: -império ocidente -império oriente: bizantino. Tortura entra no processo penal e sigilo processual A bula do papa inocêncio III: vergentis in senium – heresia como crime grave Tribunal de santo oficio: criam os primeiros denunciantes IV concílio latrão: doutrinas heréticas. Qualquer pessoa poderia estar praticando doutrinas heréticas. Cria a confissão pessoal obrigatória – por ano. Confissão sacramental tem relação com a confissão do processo Bula do papa IV: bula ad extirpanda. Exclui as partes do processo e coloca réu como pecador e detém da verdade na mente que deve ser extraída Tarifamento legal: as provas têm valor Prende o individuo porque tem a verdade. Prisão como custódia para extrair Confissão é a rainha das provas. Mais importante. É aproveitada pelos inquisidores A heresia se encontra no cérebro. É preciso que o inquisidor suje as mãos (tortura) Gestão das provas: julgador que diz qual prova deve ser produzida Ambiente: estados autoritários Principais características: 1- máxima concentração de poderes instrutórios na mão do julgador. Reúne a função de acusar e julgar. É juiz ator Sem noção de justiça real 2- acusado como mero objeto detentor de uma verdade 3- acusação e processo como caráter secreto Quadro mental paranoico -paranoia: sendo perseguido, enganado, mas não está -juiz pelo sistema inquisitório é empurrado a ter paranoias, para justificar as decisões que já tomou na cabeça -posso não concordar com o que diz, mas lutarei pelo direito que você diga MP (parquet) visto como magistrado Sistemas mistos: Carbacere: faz a política penal na França Pega as ordenações criminais (inquisitórias, mas tinha partes) e une ao júri inglês Queria que existisse investigação preliminar para depois existir o processo Queria agradar ao púbico Haviam debates orais Levava a crer que era acusatório, mas a essência era inquisitória Meniverine: na Itália há duplicação do conteúdo Conteúdo produzido na investigação preliminar é copiada e levado ate a fase processual e usado como instrução probatória Problemas: -no IP não há contraditório, pois seria colocado como jurisdição, e estado não aceita -aceitar o IP no processo é violar a jurisdição. Se pega o inquérito para dizer se é culpado, é o delegado que está condenando. Juiz está se negando Todos os sistemas são mistos, toda via nãohá um sistema misto no mundo Há falta de um princípio Os sistemas são mistos pois se fundiram, mas não é misto pois não são adequados à um princípio, visto que não existe princípio misto Na essência o sistema é sempre puro No sistema misto a essência ou é acusatória, ou inquisitória Critério para se adequar a um sistema: deve se analisar a gestas das provas Gestão das partes: exclusivamente acusatório Gestão possível pelo juiz: inquisitório Ambiente de acordo com a gestão das provas Sistema brasileiro: é inquisitório na essência e na gestão das provas pelo magistrado Características: -desigualdade das partes (júri/audiência) -art. 366, cpp – citação por edital (Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.) -art. 156, cpp – poderes instrutórios do juiz (A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.) Sistema brasileiro não é misto, e sim inquisitório Acusatório de corpo e inquisitório de alma Art. 3 -A, cpp (O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação.) Juiz de garantias: -controle de investigação preliminar -proteção dos direitos e liberdade do investigado – função de garante -juiz verifica se as provas são lícitas, se a investigação está correndo bem, se não foi preso ilegalmente... Necessidade de expansão da defensoria pública: desigualdade no próprio âmbito do estado. Magistratura, mp e defensoria Mentalidade inquisitória: pensar e agir voltado a elementos daquele período Conceito: forma de pensamento coletiva, incluída de elementos do pensar e agir próprios do período medievo, que permanece em nossa mentalidade Foucoult: -poder psiquiátrico -durante a inquisição, se formou o inquérito – método processual, em que o julgador era também acusador -parasitagem inquisitorial -desvirtuamento das partes no processo (MP, defesa magistrado) Defesa que pede a condenação Acusação que pede a absolvição Juiz que acusa ou defende Uso da prisão preventiva para obter confissão/delação – é tortura Santo Agostinho: torturam-se os homens para saber se se deve torturar Princípio da verdade real: necessidade de afirmar-se como a fé verdadeira A prisão cautelar na inquisição: deter o objeto de análise (réu) A palavra réu vem de res (coisa) Tortura: 15 dias seguidos. Se permanece vivo, é considera inocente Absolvição meramente por falta de provas Confissão no imaginário do delegado e do juiz Utopia do princípio: Carneluti: a verdade está no todo, e não na parte. E o todo é demais para nós Verdade relativa Ideia de verdade processual: a narrativa no processo leva a uma certeza no processo Investigação preliminar: ocorre o fato penal depois vai levado a notícia crime, que leva a ação penal e por fim, leva a sentença A sentença só se justifica se cumpre com a narrativa Conceito: conjunto de atividades desenvolvidas concatenadamente por órgãos do estado, a partir de uma notícia crime, com caráter prévio e de natureza preparatória com relação a autoria e as circunstâncias de um fato aparentemente delituoso com o fim de justificar o processo ou o não processo Concatenação: os atos devem se comunicar de todas as formas Notitia crimines: conhecimento do fato Característica da investigação preliminar: -autonomia: --em relação ao sujeito: não há partes propriamente ditas. Tem autoridade de investigar --em relação ao objeto: não há pretensão. Apenas se investiga para saber se existe um elemento ou não --em relação à forma: escrita e secreta -instrumentalidade: meio para chegar ao processo ou ao não processo --instrumentalidade eventual: nem sempre existirá a investigação preliminar. Casos onde há a ação penal sem uma IP e casos onde a IP pode ser simplesmente arquivada --instrumentalidade qualificada: está a serviço do processo ou não processo Fundamento da existência da IP: -Caneluti: obstáculo necessário ao processo -Leone: a IP tem ao menos 2 finalidades 1- rigor ao material probatório (rigidez na investigação) 2- evitar a humilhação no processo penal -Aury: 3 razoes 1- busca do delito e redução da criminalidade oculta: Investigação preliminar inicia com a notícia criminis Notícia criminis: conhecimento do estado que ocorreu um crime Crime e um fato social velado Cifra negra: não entra no número da criminalidade Causa da cifra negra -tipo de crime: alguns crimes não têm como saber. Ex: corona vírus -razões da vítima: medo da vítima expor -tolerância social: ex: posse de drogas, tem tolerância por parte da sociedade -reações privadas: ex: furto no mercado, opta por resolver no local Crime como fato social velado Cifras negras – causas 2- cumprimento de uma função simbólica: Anseios sociais e sensações de impunidade Freio às perseguições excessivas pela PM e MP, pois possibilita a intervenção do juiz de garantias Função cautelar: ex: produção antecipada de provas 3-filtro processual para impedir acusações infundadas: Aferir se há bases suficientes para a acusação Evitar ou reduzir cifras de ineficiência ou de injustiça. Estado luta contra as cifras negras. Cifras de ineficiência: culpáveis impunes. Indivíduo é culpável, mas é absolvido no fim do processo, pois a afirmação foi mal feita, utilizou de fatos ilícitos, etc. Considera-se tolerável. Cifras de injustiça: inocentes condenados Órgão responsável pela investigação preliminar: polícia – delegado Art. 144, ss4, cf (Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares) Vantagens: -possiblidade de estar em todo território nacional -proximidade da população -economia ao Estado -exoneração de cobranças populares ao poder executivo Desvantagens: -excessiva discricionariedade do conteúdo a apurar -seletividade na investigação (camadas inferiores) -possibilita perseguições políticas e pressões midiáticas -é impermeável à constitucionalização Críticas ao inquérito policial no brasil: -não atende às necessidades do MP -não atende às necessidades da defesa -não tem (não deveria ter) valor de prova no processo Art. 155, cpp (O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.) Investigação preliminar pelo juiz: polícia é subordinada ao juiz Juiz é gestor das provas – exemplo do juiz instrutor (art. 481, cpp - Se a verificação de qualquer fato, reconhecida como essencial para o julgamento da causa, não puder ser realizada imediatamente, o juiz presidente dissolverá o Conselho, ordenando a realização das diligências entendidas necessárias.) Função taxativa entre juiz instrutor e juiz julgador. Julgador não tem contato com a instrução sob pena de nulidade do processo Vantagens: -ausência de perseguições políticas ao juiz -investigação por um órgão “além das partes” -maior qualidade do material probatório -investigação pode servir ao MP e à defesa -vedação explícita de julgamento pelo juiz instrutor -cautelares analisadas pelo próprio juiz Desvantagens: -impede o avanço do sistema acusatório -o juiz que atua é quem controla a legalidade do ato -exclui a posição de garante da liberdade -demora em se concluir a fase pré processual -é ilógica – o juiz investiga para dar base ao promotor -faz da fase préprocessual um ambiente probatório -torna confusa a função das partes no processo Investigação preliminar por parte do MP: titularidade pelo promotor MP atua (investiga) e a legalidade dos atos é aferida pelo juiz Vantagens: -maior dialética entre o investigador e o investigado -maior proximidade do sistema acusatório -coloca o MP de frente à instrumentalidade eventual -toma lógica a relação investigação/acusação -transforma a investigação preliminar em uma cognição sumária -possibilita a adoção do juiz de garantias (juiz como protetor do acusado) Desvantagens: -possibilita as cifras de injustiça -promove um temor à figura do promotor de justiça -quanto à imparcialidade nada difere d modelo “juiz” -não resolve o fato que o promotor é muito afetado institucionalmente, por conta da hierarquia institucional -promove um utilitarismo quanto à acusação, passando a ser buscada a todo custo -mostra-se apenas aparente, pois a polícia é quem realmente investigará, sem intervenção do MP Objeto da investigação preliminar: fatos pela notitia criminis ou obtidos ex officio pelo órgão responsável pela investigação Grau de cognição na investigação preliminar: -pressuposto básico: investigação preliminar tem caráter instrumental e preparatório em relação ao processo -grau de cognição: atrelado à natureza do juízo a que se pretende a investigação preliminar -juízo de certeza: tentar encontrar algo fechado com a investigação preliminar. Saber se foi cometido crime. Quer todas as provas possíveis -juízo de verassimilhança: não há uma certeza, e sim chegar próximo a algo que seria uma possibilidade. Quer ter o mínimo para se abrir um processo Tipos: Investigação preliminar plenária: -esgotamento das provas na fase pré processual -processo meramente pro forma (necessidade) -investigação preliminar é vista não como um meio, mas sim como fim Investigação preliminar sumária: -as provas não se esgotam na fase pré processual -processo como contraditório e garantia ao imputado -investigação preliminar vista como mero meio para se chegar ao processo Limites na investigação sumária: (visto que é quase ilimitada) -limitação qualificativa: referente ao aspecto material da investigação preliminar. Limita o instrutor a comprovar a verossimilhança do fato (fumus comissi delicti), sendo dividida em dois planos: 1- plano horizontal: relacionada ao processo, impede que o instrutor analise a fundo a notitia criminis e que emite juízo de certeza sobre materialidade e autoria 2- plano vertical: relacionado ao direito material (tipicidade, antijuricidade, culpabilidade em um grau muito mínimo). Vê o fato trazido a tona, se esta de acordo com o direito penal. Análise superficial, pois o delegado não pode entrar a fundo, para não dizer o que é o direito -limitação quantitativa: referente à adoção de prazo para duração da investigação preliminar. Ex: Espanha 1 mês. Itália 6 meses. Pode prolongar caso seja um caso complexo. Brasil prazo – art. 10 (O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.) + art. 3-B, VIII (prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em vista das razões apresentadas pela autoridade policial e observado o disposto no § 2º deste artigo) -limitação mista: une os aspectos da limitação qualitativa e da limitação quantitativa. É a forma brasileira Formas dos atos da investigação preliminar: Obrigatória: o exercício da ação penal sempre é condicionado a existência previa de uma investigação preliminar Facultativa: exercício da ação penal, pode correr após uma investigação preliminar, mas não é condição prévia. Mista: exercício da ação penal é condicionado a existência prévia de uma investigação preliminar nos crimes graves e esta é facultativa no caso dos crimes de menos potencial ofensivo Produção dos atos da investigação preliminar Oral: existente apenas em sistemas onde há uma fase intermediária com contraditório Escrita: existente na maioria dos sistemas, sendo a investigação condensado em um conjunto de documentos Observação: a investigação preliminar dirige-se à decisão sobre o juízo de pré admissibilidade da acusação, razão pelo qual o inquérito policial sofre tantas críticas, pois acaba se projetando ao processo Conhecimento dos atos na investigação preliminar: pode dominar-se de forma publica ou sigilosa. Na prática será sempre misto -funcionamento: voltado ao sigilo no início da investigação preliminar e em casos de delitos gravíssimos, sendo voltado à publicidade nos demais casos (ponderação entre sigilo/publicidade, feita pela lei) Art. 20 (A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade) + sumula nº14 (É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.) Reconhecimento de eficácia dos atos da investigação preliminar: Atos da prova: integram os autos do processo e servem ao convencimento do julgador Atos de investigação: destinados meramente à formação de um juízo de probabilidade sobre a acusação, tendo função endoprocedimental (está dentro do procedimento). Serve caso precise de cautelas ou servir a admissibilidade da denúncia Provas antecipadas: neste caso, ocorre a “reprodução” (entrada do processo na fase pré processual) devido à necessidade da prova – art. 225, cpp (Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.)