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Caso Concreto 3 - PRÁTICA SIMULADA V (CÍVEL)

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M. M. JUIZO DA VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO...
MARIA SOUZA, nacionalidade, estado civil, professora, domiciliada e residente na rua..., nº..., bairro, CEP nº..., cidade, estado, regularmente inscrita no CPF sob o nº..., com endereço eletrônico..., vem por meio de seu advogado regularmente constituído, impetrar:
MANDADO DE SEGURANÇA
Pelo rito especial da lei nº12.016/09, apontando como autoridade coatora MAGNIFICO REITOR... vinculado a Universidade Federal, pelos fatos e fundamentos seguintes.
Inicialmente requer:
GRATUIDADE DE JUSTIÇA:
A pessoa natural, com insuficiência de recursos para pagar custas, despesas processuais e honorários advocatícios, tem direto à gratuidade de justiça (art.98, CPC). É justamente, o caso da impetrante, que atualmente encontra desempregada, por conta da recente demissão indevida da mesma. Portanto, a luz do acima exposto, requer seja deferida a gratuidade de justiça, compreendendo todas as despesas mencionadas em lei (art.98, §1º do CPC).
DA PRIORIDADE DA TRAMITAÇÃO PROCESSUAL (ART.20, DA LEI Nº 12.016/09):
É assegurado prioridade na tramitação dos processos e procedimentos sobre todos os atos judiciais, em se tratando mandado de segurança, conforme previsto em lei (art.20, Lei nº12.016/09).
I. DOS FATOS:
A impetrante, Maria Souza, servidora pública federal, leciona como professora na Universidade Federal. Ocorre que, a impetrante foi atacada em sala de aula por um de seus alunos, Marcos Silva, que se encontrava com um canivete em punho, em meio as ameaças, onde exigia que a professora modificasse sua nota.
Nesse momento, como forma de defeso, professora conseguiu desarmar e derrubar o aluno, que na queda, acabou por quebrar um dos braços.
Diante disso, foi instaurado Processo Administrativo Disciplinar (PAD), para apurar eventual responsabilidade da impetrante, além disso foi denunciado pelo crime de lesão corporal.
Na esfera criminal, a professora foi absolvida, uma vez que foi provado ter agido em legitima defesa, decisão essa que transitou em julgado. No entanto, o processo administrativo, prossegui sem a citação da servidora, pois a comissão nomeada entendeu que ela já havia tomado ciência da instauração do procedimento por meio da imprensa e de outros servidores. 
Ao final do processo administrativo, a comissão apresentou relatório pugnando pela condenação da servidora à pena de demissão.
Tal decisão foi encaminhada a autoridade para a decisão final, que sob o fundamento da comissão, aplicou pena de demissão a servidora, alegando que as esferas criminais e administrativas são autônomas.
Em 11/01/2017, ela foi cientificada de sua demissão por meio de publicação em Diário Oficial, sendo afastada de suas funções em 22/02/2017.
DA TUTELA DE URGÊNCIA:
Presente os requisitos que autorizam a concessão de liminar na forma do que dispõe art.7, §3º da Lei nº12.016/09 que o fato caracteriza fumus boni iuris. 
Se caracterizando uma vez que, por força da lei constitucional, e garantindo ao impetrante a pleno exercício do contraditório e da ampla defesa.
O periculum in mora se evidenciam uma vez que os vencimentos da servidora foram suspensos, levando em consideração a natureza jurídica deles que é de verba alimentar necessária a subsistência.
II. DOS FUNDAMENTOS:
Diante dos fatos narrados acima, não há dividas que o direito da Impetrante ao devido processo legal, ao contraditório e a ampla defesa, foram violados. Direito este, previsto expressamente no Art. 5º, inciso LV da CRFB/88 e no Art. 153 da Lei nº 8.112/90.
Além disso, o Art. 143 da Lei 8.112/90 estabelece que qualquer procedimento administrativo destinado à apuração de eventual ato ilícito cometido pelo servidor público, seja sindicância ou PAD, deve assegurar ao acusado a ampla defesa. 
 Vale ressaltar que, a Impetrante só foi cientificada, por meio de publicação em Diário Oficial, após a sua demissão. Violando assim, o Poder Público os princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa já suscitados.
Ademais, a decisão proferida na esfera penal necessariamente vinculará o conteúdo da decisão administrativa, nos termos do Art. 126 da Lei nº 8.112/90.
Assim, diante dos vícios do PAD, ora apresentados, se mostra necessária a anulação do ato demissional, bem como a determinação da reintegração da servidora ao cargo público, sem prejuízo do direito ao pagamento retroativo de todas as verbas e vantagens do cargo desde a suspensão da sua remuneração, em razão da lesão patrimonial sofrida pelo não recebimento dos vencimentos.
III. DOS PEDIDOS:
Pelo exposto requer:
1. A concessão da liminar para sustar o ato demissional bem como seus efeitos, reestabelecendo os vencimentos da impetrante;
2. A notificação da autoridade coatora para prestar as informações;
3. Seja dado ciência ao órgão de vinculação do coator;
4. A intimação do Ministério Público;
5. Seja concedido a segurança para reconhecendo anulado o ato demissional, reintegrar em definitivo a impetrante no quadro de funcional da autarquia bem como seu direto de reconhecer os valores referentes a todos os messes devidos a títulos de vencimentos a partir da impetração;
6. A condenação do impetrado as custas.
IV. VALOR DA CAUSA:
Dar-se-á o valor da causa R$1.000,000 (mil reais).
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data.
Advogado/OAB.

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