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CASO CONCRETO 1 2 E 3

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CASO CONCRETO 01 - MANDADO DE INJUNÇÃO 
Teresa é funcionária do município de Y, Estado de São Paulo, e exerce, há 16 
anos, atividade profissional em estação de tratamento de esgoto, submetendo-se à 
exposição constante a agentes nocivos à saúde. Recebe, assim como todos aqueles que 
trabalham nesta função, adicional por insalubridade. Caio, presidente do Sindicato dos 
Servidores Públicos Municipais do Município Y, afirma que segundo a lei orgânica do 
município, compete ao prefeito apresentar proposta de Lei Complementar para 
regular o exercício do direito à aposentadoria especial dos servidores públicos 
municipais, efetivando-se, assim, o direito previsto na constituição estadual a tal 
benefício: 
Lei orgânica do Município Y. 
Art. 51 - Compete, exclusivamente, ao Prefeito a iniciativa dos 
projetos de lei que disponham sobre: 
(...) 
III - regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e 
aposentadoria dos servidores. 
Constituição do Estado de São Paulo. 
Artigo 126 - Aos servidores titulares de cargos efetivos do 
Estado, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado 
regime de previdência de caráter contributivo e solidário, 
mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores 
ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que 
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste 
artigo. 
(...) 
§ 4º - É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados 
para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime 
de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis 
complementares, os casos de servidores: 
I- portadores de deficiência; 
II - que exerçam atividades de risco; 
III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que 
prejudiquem a saúde ou a integridade física. 
Com base na hipotética situação e, considerando que a Constituição Paulista 
atribui competência ao Tribunal de Justiça para julgar ações que visem combater a 
inexistência de norma regulamentadora estadual ou municipal de qualquer dos 
Poderes, inclusive da Administração Indireta, que torne inviável o exercício de direitos 
assegurados na Constituição da República e na Constituição Estadual, atue na 
qualidade de advogado contratado pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais 
do Município Y promova a medida judicial cabível para atender aos interesses de 
Teresa e demais associados, atentando-se para os requisitos formais da medida judicial 
a ser elaborada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 
 
 
 
 
 
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais s do Município Y, pessoa 
jurídica e direito privado, inscrita no CNPJ nº, com sede na rua, nº .., Centro, 
Município Y/S P , vem por intermédio de seu advogado, com endereço profissional 
na rua , nº, bairro ... , Cidade/UF , CEP , e com endereço eletrônico xuxo@ xxx.com 
, inscrito da OAB/UF sob o número xx, com telefone x , para os fins do artigo 106, 
do CPC /2015, com fundamento no artigo 5º, L XXI da CRFB/88 e ar ti g o 40, § 4º, C 
RF B /8 8 , vem impetrar 
MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO 
Em face de ato omissivo do PREFEITO D O MUNICÍPIO Y, pelos fatos e fundamentos 
de direito a seguir aduzidos: 
I- D OS FATOS 
Teresa é funcionária do município de Y, Estado de São Paulo, e exerce, há 16 
anos, atividade profissional em estação de tratamento de esgoto, submetendo -se à 
exposição constante a agentes nocivos à saúde. Recebe, assim como todos aqueles que 
trabalham nesta função, adicional por insalubridade. C aí o, presidente do Sindicato 
do s Servidores Públicos Municipais do Município Y, afirma que segundo a lei 
orgânica do município, compete ao prefeito apresentar proposta de Lei Complementar 
para regula r o exercício do direito à aposentado ria especial do ser vi dores públicos 
municipais, efetivando -se, assim, o direito previsto na constituição estadual a tal 
benefício. O Sindicato vem promover a medida judicial cabível para atender a os 
interesses de Teresa e demais associados 
II - DOS FUNDAMENTOS 
A ausência de lei complementar municipal regulamentadora do direito 
previsto na Constituição Estadual (art. 51 , § 4 º, SI) , torna inviável o exercício do 
direito à aposentadoria especial dos servidores públicos municipais que laboram e m 
condições especiais que prejudicam a saúde ou integridade física (atividades 
consideradas penosas , insalubres ou perigosas), razão pela qual o mandado de 
injunção coletivo é o instrumento adequado à satisfação da pretensão veiculada. 
O Município tem autonomia para legislar sobre a aposentadoria especial de 
seus servidores no exercício da competência supletiva (art. 24, § 3 º c/com a ré. 30, II, 
da Constituição Federal) .A competência legislativa das pessoas políticas para editar 
normas sobre previdência social, em especial acerca do regime jurídico dos seus 
servidores públicos, é concorrente (artigo 24, XIRI d a C F), de modo que ausente 
norma de caráter geral expedida pela União, haverá competência plena do Chefe do 
Executivo loca l para a propositura da lei , sem prejuízo , é claro , da superveniência 
de Lei Federal a respeito (§4 º, artigo 24 da CG). 
Os artigos supramencionados mostram a competência legislativa de pessoas 
políticas para legislar em matéria relativa a previdência social, em especial acerca do 
regime jurídico dos seus servidores públicos, sendo esta concorrente, de modo que 
inexistente norma de caráter geral expedi da pela União haverá competência plena 
do chefe do executivo local para a propositura da lei. 
Sabendo-se que esta lei já deveria ter sido proposta e, não tendo sido, incide o 
impetrado em mora, não resta outra alternativa diversa da busca pela tutela 
jurisdicional, aplicando por analogia o art. 57 , caput e parágrafo primeiro da lei 
8213/91. 
III - DOS PEDIDOS 
Diante do exposto requer: 
A) a modificação da autoridade coautora para prestar informações; 
B) a intimação do Ministério Público; 
C) a procedência do pedi do para declarar a omissão normativa com a aplicação 
analógica do disposto no art. 57, caput e parágrafo 1 º d a Lei 8.213 /9 1; D ) o regi 
me g era l d a Previdência Social aos ser vi dores que cumprem as exigências legais 
sejam conhecidos e providos. 
VI – DO VALOR DA CAUSA 
Dá-se o valor da causa em R$1.000,00 para efeitos fiscais. 
Nestes termos, 
Pede deferimento 
Local e data 
Advogado / OAB 
CASO CONCRETO 02: MANDADO DE SEGURANÇA. 
Marcos Silva, aluno de uma Universidade Federal, autarquia federal, 
inconformado com a nota que lhe fora atribuída em uma disciplina do curso de 
graduação, abordou aprofessora Maria Souza, servidora pública federal, com um 
canivete em punho e, em meio a ameaças, exigiu que ela modificasse sua nota. Nesse 
instante, a professora, com o propósito de repelir a iminente agressão, conseguiu 
desarmar e derrubar o aluno, que, na queda, quebrou um braço. Diante do ocorrido, 
foi instaurado Processo Administrativo Disciplinar (PAD), para apurar eventual 
responsabilidade da professora. Ao mesmo tempo, a professora foi denunciada pelo 
crime de lesão corporal. Na esfera criminal, a professora foi absolvida, uma vez que 
restou provado ter agido em legítima defesa, em decisão que transitou em julgado. O 
processo administrativo, entretanto, prosseguiu, sem a citação da servidora, pois a 
Comissão nomeada entendeu que a professora já tomara ciência da instauração do 
procedimento por meio da imprensa e de outros servidores. Ao final, a Comissão 
apresentou relatório pugnando pela condenação da servidora à pena de demissão. O 
PAD foi encaminhado ao reitor da universidade para a decisão final, que, sob o 
fundamento de vinculaçãoao parecer emitido pela Comissão, aplicou a pena de 
demissão à servidora, afirmando, ainda, que a esfera administrativa é autônoma em 
relação à criminal. Em 11/01/2017, a servidora foi cientificada de sua demissão, por 
meio de publicação em Diário Oficial, ocasião em que foi afastada de suas funções, e, 
em 22/02/2017, procurou seu escritório para tomar as medidas judiciais cabíveis, 
informando, ainda, que, desde o afastamento, está com sérias dificuldades financeiras. 
Como advogado(a), elabore a peça processual adequada para amparar a pretensão de 
sua cliente, analisando todos os aspectos jurídicos apresentados. 
Elabore a peça adequada, considerando que: 
I. não há necessidade de dilação probatória; 
II. já transcorreram mais de 30 (trintas) dias desde a publicação da demissão; 
III. deverá ser adotada a medida judicial cujo procedimento seja, em tese, o mais célere. 
 
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA 
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO (...) 
 
 
 
 
 
MARIA SOUZA, nacionalidade, est ado civil, professora, portador da carteira 
de identidade nº (número), inscrito no C PF sob o nº (número), residente e 
domiciliado na Rua (nome da rua), (número), (bairro), (cidade), (UF), (CEP), 
(endereço eletrônico), vem por meio de seu advogado com endereço profissional 
(endereço completo), (endereço eletrônico), onde recebe notificações, conforme 
Artigo 106, I, do Código de Processo Civil, com base no artigo 5º , LXIX, da 
Constituição Federal, na lei 12.016/09 vem respeitosamente a presença de Vossa 
Excelência impetrar: 
 
MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR 
 
Pelo rito especial, contra ato do Relator da Universidade Federal de (estado), 
com endereço na Rua (nome da rua), (número), (bairro), (cidade), (UF), (CEP), 
(endereço eletrônico), pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos: 
 I - JUSTIÇA GRATUITA 
Com fundamento constitucional no art. 5º, LIV. da CFR./88, e 
infraconstitucional na Lei nº 1.060/1950, a autora requer a V. Eª a concessão do 
benefício da gratuidade de justiça, tendo em vista que, em razão das dificuldades 
financeiras enfrentadas pela autora desde sua demissão, está desempregada e sem 
condições de arcar com as custas processuais sem prejuízo do sustento próprio e de 
sua família. 
II - DOS FATOS 
A Autora, Maria Souza, foi atacada em sala d e aula por um dos seus al unos, 
Marcos Silva, que, com um canivete em punho e, em meio a ameaças, exigiu que ela 
modificasse sua nota que lhe foi atribuída em uma disciplina do curso de graduação. 
Nesse instante, com o propósito de repelir a iminente agressão, a professora conseguiu 
desarmar e derrubar o aluno, que, na queda, quebrou um braço. 
Diante do ocorrido, foi instaurado Processo Administrativo Disciplinar (PAD), 
para apurar eventual responsabilidade da professora. Ao mesmo tempo, ela foi 
denunciada pelo crime de lesão corporal. 
Na esfera criminal, ela foi absolvida, vez que restou provado ter agido em 
legítima defesa, em decisão que transitou em julgado. O processo administrativo, 
entretanto, prosseguiu, sem a citação da servidora, pois a Comissão nomeada 
entendeu que ela já tomara ciência da instauração do procedimento por meio da 
imprensa e de outros servidores. Ao final, a Comissão apresentou relatório pugnando 
pela condenação da servidora à pena d e demissão. 
O PAD foi encaminhado à autoridade competente para a decisão final, que, sob 
o fundamento de vinculação ao parecer emitido pela Comissão, aplicou a pena de 
demissão à servidora, afirmando, ainda, que a esfera administrativa é autônoma em 
relação à criminal. 
Em 11/01/2017, ela foi cientificada de sua demissão, por meio de publica ção em 
Diário Oficial, ocasião e m que foi afastada de suas funções, e, em 22/02/2017, procurou 
seu escritório para tomar as medidas judiciais cabíveis, informando, ainda, que, desde 
o afastamento, está com sérias dificuldades financeiras, que a impedem, inclusive, de 
suportar os custos do ajuizamento de uma demanda 
III - DOS FUNDAMENTOS 
III.1 - DA CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR 
Presentes os requisitos legais, conforme artigo 5º LXIX, o Mandado de 
Segurança será concedido para proteger direito líquido e certo, sempre que haja 
ilegalidade ou com abuso de poder por parte de autoridade. Verifica-se presente o 
“fumus boni iuris” ante a incontestável necessidade de notificação da autora para 
defesa em Processo Administrativo Judicial, em virtude do cumprimento do preceito 
Constitucional contido no artigo 5º LV e artigo 22 da Lei 8.112/90. Corroborada com o 
fato da autora já ter sido absolvida em esfera criminal, em virtude da excludente de 
ilicitude em razão da legítima defesa, o que também afasta a demissão em PAD, por 
força do artigo 132 VII da lei 8.112/90. Já o “periculum in mora”, se verifica em razão 
da séria dificuldade financeira passada pela autora, que perdeu como a demissão sua 
fonte de renda. 
IV - DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA 
Conforme o artigo 5º LXIX da Constituição Federal da República Federativa do 
Brasil e do artigo 1º da lei 12.016/2009 será concedido o Mandado de Segurança para 
proteger direito líquido e certo, sempre que ilegalmente ou com abuso de poder, 
qualquer pessoa física sofrer violação por parte de autoridade. 
V - DA TUTELA DE URGÊNCIA 
O artigo 300 do Novo Código de Processo Civil define como requisitos para 
antecipação de tutela a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao 
resultado útil do processo. O perigo ou receio de dano irreparável (periculum in mora) 
resta demonstrado uma vez que a Autora não está percebendo proventos em razão da 
sua demissão e, por conta disso, passa por dificuldades financeiras. 
A probabilidade do direito/ verossimilhança das alegações (fumus boni iuris) 
está consubstanciada na nulidade do PAD por ausência de citação, com flagrante 
violação aos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, 
capitulados no Art. 5º, LIV e LIV. da CRB/88 c/c Art. 143 da Lei nº 8.112/90, bem como 
pela inobservância do fato de que a sentença penal absolutória transitada em julgado 
necessariamente vinculará o conteúdo da decisão administrativa, nos termos do Art. 
125 e 126 da Lei nº 8.112/90 c/com o Art. 65 do CPP. 
Logo, em razão dos vícios do PAD, ora apresentados, e do prejuízo/lesão sofrido 
pela Autora em decorrência de sua demissão, imperiosa é a concessão da presente 
tutela de urgência, com a determinação da reintegração da Autora ao cargo público, 
sem prejuízo do direito ao pagamento dos salários atrasados e de todas as vantagens 
do cargo. 
VI - DO MÉRITO 
Primeiramente, o Art. 5º, inciso LIV e LIV. Da CRFB/88 garante o direito ao 
devido processo legal, ao contraditório e a ampla defesa. Vejamos: 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de 
seus bens sem o devido processo legal; LV - aos 
litigantes, em processo judicial ou 
administrativo, e aos acusados em geral sã o 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com 
os meios e recursos a ela inerentes; 
No mesmo sentido, o Art. 143 c/c 161, §1º da Lei 8.112/90 estabelece que 
qualquer procedimento administrativo destinado à apuração de eventual ato ilícito 
cometido pelo servidor público, seja sindicância ou PAD, deve assegurar ao acusado 
a ampla defesa. Vejamos: 
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de 
irregularidade no serviço público é obrigada a 
promover a sua apuração imediata, mediante 
sindicância ou processo administrativo 
disciplinar, assegurada ao acusado ampla 
defesa. Art. 161. Tipificada a infração 
disciplinar, será formulada a indicação do 
servidor, com a especificação dos fatos a ele 
imputados e das respectivas provas. § 1º O 
indiciado será citado por mandado expedido 
pelo presidente da comissão para apresentar 
defesa escrita,no praz o de 10 (dez) dias, 
assegurando-se lhe vista do processo na 
repartição. 
Na situação apresentada, a Autora só foi cientificada, por meio d e publicação 
em Diário Oficial, após a sua demissão. Tal ato do Poder Público viola os princípios 
do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. 
Outrossim, na hipótese de absolvição pena l com fundamento em excludente de 
ilicitude, como a legítima defesa, não há espaço para aplicação do resíduo 
administrativo (falta residual), vez que constitui uma das hipóteses de mitigação ao 
princípio da independência entre as instâncias, capitulado no Art. 2º da CG/88. 
Ademais, a decisão proferida na esfera penal necessariamente vinculará o 
conteúdo da decisão administrativa, nos termos do Art. 125 e 126 da Lei nº 8.112/90 
c/com o Art. 65 do CPP. 
Assim, ante os vícios do PAD, ora apresentados, imperioso é a anulação do ato 
demissional, bem como a determinação da reintegração da servidora ao cargo público, 
sem prejuízo do direito ao pagamento retroativo de todas as verbas e vantagens do 
cargo desde a suspensão da sua remuneração, em razão da lesão patrimonial sofrida 
pelo não recebimento dos vencimentos, na forma do Art. 28 da Lei nº 8.112/1990. 
VII - DOS PEDIDOS 
EXPOSITIS, é a presente para requerer que Vossa Excelência se digne de: 
a) a concessão da justiça gratuita em razão das dificuldades financeira enfrentadas pela 
parte Autora, na forma da Lei nº 1.050/1960; 
b) a concessão d a tutela de urgência par a garantir a reintegração d a servidora aos 
quadros funcionais da autarquia federal, até a decisão final, com fulcro no Art. 9º 
c/com Art. 701 do CNPQ; 
c) a citação do Réu para que, querendo, contestar o feito no prazo de lei; 
d) a confirmação da tutela de urgência com a anulação do ato que resultou na 
demissão da servidora e a condenação do Réu à reintegração da servidora aos quadros 
funcionais da autarquia federal, bem como ao pagamento retroativo de todas as verbas 
e vantagens do cargo a que a Autora faria jus se em exercício estivesse. 
e) a produção de provas por todos os meios admitidos em direito e necessários a 
solução da controvérsia, inclusive a juntada dos documentos anexos; 
f) a condenação do Réu ao pagamento das custas processuais e aos honorários 
advocatícios 
 
VIII - DO VALOR DA CAUSA 
 
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00. 
Nestes termos, 
Pede Deferimento. 
Local, data 
Advogado OAB/UF 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASO CONCRETO 03 – HABEAS DATA 
Tício, brasileiro, casado, engenheiro, na década de setenta participou de 
movimentos políticos que faziam oposição ao Governo então instituído. Por força de 
tais atividades foi vigiado pelos agentes estatais e, em diversas ocasiões, preso para 
averiguações. Seus movimentos foram monitorados pelos órgãos de inteligência 
vinculados aos órgãos de Segurança do Estado, organizados por agentes federais. 
Após longos anos, no ano de 2010, Tício requereu acesso à sua ficha de informações 
pessoais, tendo o seu pedido indeferido, em todas as instâncias administrativas. Esse 
foi o último ato praticado pelo Ministro de Estado da Defesa, que lastreou seu ato 
decisório, na necessidade de preservação do sigilo das atividades do Estado, uma vez 
que os arquivos públicos do período desejado estão indisponíveis para todos os 
cidadãos. Tício, inconformado, procura aconselhamentos com seu sobrinho Caio, 
advogado, que propõe apresentar ação judicial para acessar os dados do seu tio. Na 
qualidade de advogado contratado por Tício, redija a peça cabível ao tema, 
observando: 
1. competência do Juízo; 
2. legitimidade ativa e passiva; 
3. fundamentos de mérito constitucionais e legais vinculados; 
4. os requisitos formais da peça inaugural. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL 
DE JUSTIÇA 
 
 
 
 
 
Tício, brasileiro, casado, engenheiro, portador do RG n° (numero) e do CPF 
n°(numero), residente e domiciliado na ..., por seu advogado infra-assinado, conforme 
procuração anexa, com escritório no endereço ..., endereço que indica para receber as 
intimações processuais, com fundamento no art. 5º, LXXII, “a”, da Constituição 
Federal e Lei nº 9.507/97, impetrar HABEAS DATA contra ato praticado pelo Ministro 
de Estado da Defesa, com sede funcional na ..., pelos fatos e fundamentos de direito 
que se seguem. 
 
HABEAS DATA 
em face do Ministro de Estado da Defesa, com sede funcional..., aduzindo para tanto 
o que abaixo se segue. 
I - DOS FATOS 
Na década de setenta, o impetrante participou de movimentos políticos que 
faziam oposição ao Governo então instituído. Por força de tais atividades, foi vigiado 
pelos agentes estatais e, em diversas ocasiões, preso para averiguações. Seus 
movimentos foram monitorados pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de 
Segurança do Estado, organizados por agentes federais. Em 2010, Tício requereu 
acesso à sua ficha de informações pessoais, tendo o seu pedido indeferido, em todas 
as instâncias administrativas. Esse foi o último ato praticado pelo Ministro de Estado 
da Defesa, que lastreou seu ato decisório, na necessidade de preservação do sigilo das 
atividades do Estado, ato este que claramente viola a intimidade e vida privada do 
impetrante e fundamenta a propositura do presente Habeas Data. 
II - DO DIREITO: DO CABIMENTO E DA COMPETÊNCIA 
Como se sabe, cabe o remédio constitucional Habeas Data quando houver 
recusa de informação da pessoa do impetrante constante em banco de dados de caráter 
público ou de entidade governamental (art. 5º LXXII da CF). Já a competência é 
definida pela hierarquia funcional (art. 5º, LXXII da Constituição Federal, c/c art. 20 da 
Lei n. 9.507/97). No presente caso, a autoridade coatora foi o Ministro de Estado, o que 
justifica a impetração do presente remédio perante esse Superior Tribunal de Justiça - 
STJ, nos termos do artigo 105, I, b da CF. 
II - DA LEGITIMIDADE: 
A legitimidade ativa do presente remédio constitucional se encontra no art. 5º, 
LXXII, a, da Constituição Federal e da Lei n.9.507/97. Assim, qualquer pessoa física ou 
jurídica, pode ser titular do direito à informação pessoal. No presente caso, a 
legitimidade é de Tício que teve negado o acesso a informação de caráter pessoal, 
ferindo as normas constitucionais e legais. A legitimidade passiva, conforme art.2º da 
Lei n. 9.507/97, é do Ministro do Estado já que é o responsável em conceder as 
informações pessoais requeridas pelo impetrante. 
IV - DO MÉRITO: 
Trata-se de ato pratica por Ministro de Estado que negou acesso a informação 
do impetrante, de forma abusiva e inconstitucional. O art. 5º, XXXII, a, da CF/88 
assegura a todos o direito à informação, sendo, inclusive, a atividade pública pautada 
no princípio da publicidade conforme art. 37, caput da CF/88. 
Portanto, a alegação de que as informações são sigilosas em virtude do interesse 
público é configura abuso do poder e esbarra nos comandos constitucionais e 
fundamentais da Carta Maior. Saliente-se que o direito à informação é tipificado como 
direito fundamental no art. 5º, XXXIII da CF, protegido por cláusula pétrea (art. 60, § 
4º, IV da CF). Registre-se que a negativa do direito à informação pessoal, também fere 
a vida intima (art. 5º, X da CF) e a própria personalidade do impetrante, que se ver 
privado da informação vivenciada no passado. 
Por fim, nos termos do art.7º, I da Lei n. 9.507/97 fica preenchida a condição do 
interesse de agir, visto que o impetrante procurou administrativamente autoridade 
competente para obtenção de informações pessoais que lhe foram negadas como se 
prova com o documento em anexo. 
V - DOS PEDIDOS: 
Diante de todo exposto, o Impetrante requer: 
a) julgamento do presente habeas data TOTALMENTE PROCEDENTE para que seja 
assegurado ao impetrante o acesso às informações pessoais constantesnos bancos de 
dados do governo federal, marcando data e hora para que sejam entregues as 
informações requeridas pela mesma nos termos do art. 5º, LXXII da Constituição 
Federal, c/c art. 13 da Lei n. 9.507/97. 
b) que seja notificada a autoridade coatora dos termos da presente ação para que sejam 
prestadas as informações, no prazo de dez dias, nos termos do art. 9º da Lei n. 9.507/97. 
c) intimação do Ministério Público para ser ouvido no prazo de cinco dias, nos termos 
do art. 12 da Lei n. 9.507/97. 
d) condenação dos impetrados ao pagamento de honorários advocatícios, custas e 
despesas processuais. 
e) O impetrante pretende provar o alegado por todos os meios de prova em direito 
admitidos, requerendo, desde já, juntada de documentos essenciais conforme art. 8º, § 
único da Lei n. 9.507/97. 
Dar-se à causa o valor de 1.000,00 (um mil reais) para efeitos procedimentais. 
Termos que pede e espera deferimento. 
Local ..., data... 
Advogado..., 
OAB nº...

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