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CAPÍTULO 5 Deficiência intelectual, escola e o MercaDo De trabalho A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 3 Compreender como está o mercado e trabalho para o sujeito com deficiência intelectual. 3 Refletir sobre como a escola prepara o deficiente intelectual para o mercado de trabalho. 3 Entender que tipos de atividades a escola pode desenvolver para ajudar o sujeito com deficiência intelectual a estar apto ao trabalho. 86 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual 87 Deficiência intelectual, escola e o MercaDo De trabalho Capítulo 5 contextualização As empresas, algum tempo atrás, não tinham entre seus colaboradores pessoas com deficiência, no entanto as Declarações deflagradas pelo mundo fizeram com que a sociedade repensasse a presença desses sujeitos em todos os âmbitos, inclusive no mercado de trabalho, é essa perspectiva que estudaremos nesse capítulo. A sociedade absorveu em sua subjetividade que a pessoa com deficiência intelectual, não podia fazer parte do mercado de trabalho e não tinha capacidade de assumir cargos e responsabilidades. No entanto, com o advento da inclusão para todos, esses conceitos de incapacidade foram derrubados, pois estudos comprovaram que todos podem aprender. Nesse sentido, o mercado de trabalho passou a atender essa demanda, até mesmo, devido existir leis para a Inclusão do Deficiente no Mercado de Trabalho. E as leis estabelecem subsídios aos empresários para que os mesmos possam ter algum tipo de compensação. Este será o assunto que abordaremos neste capítulo. Bons estudos! as leis e o MercaDo De trabalho para a pessoa coM Deficiência As pessoas com deficiência para fazerem parte do mercado de trabalho e serem aceitos como um funcionário capaz de assumir cargos e responsabilidades deve cumprir horários com outra pessoa qualquer, tendo direitos e deveres. Não foi um processo que aconteceu de forma rápida, fácil, foi necessário instituir leis para que o sujeito com deficiência pudesse ter acesso ao mercado de trabalho. As leis que foram criadas tornaram possível o acesso ao mercado de trabalho para a pessoa com deficiência, pois antes lhes era negado essa condição. O que muitas vezes acontecia era um emprego como faxineiro em alguma residência, muito raramente numa empresa, também no setor de serviços gerais, mas ainda assim sem a legalização por ambas as partes, tinham mais um caráter filantrópico. Já na década de 1991 foi criada uma lei garantindo a inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho. O processo tinha suas peculiaridades, entenda como se deu o procedimento. 88 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual Segundo Tavares (2012), antes do estabelecimento da Lei8213/91 de 24/07/1991, conhecida como Lei de Cotas para empresas, o sujeito com deficiência conseguia fazer parte do mercado de trabalho através de ações do governo ou por Associações ou ONGs. Segundo Tavares (2012), antes do estabelecimento da Lei8213/91 de 24/07/1991, conhecida como Lei de Cotas para empresas, o sujeito com deficiência conseguia fazer parte do mercado de trabalho através de ações do governo ou por Associações ou ONGs. Se antes da criação da Lei 8213/91 de 24/07/1991, também conhecida como Lei da Cotas, que garante o acesso ao mercado de trabalho, para a pessoa com deficiência, dependia de alguma articulação junto a algumas agremiações, esse paradigma muda e essa lei, dispõe de alguns dispositivos, como por exemplo, no seu artigo 93, estabelece que, Art. 93 - a empresa com 100 ou mais funcionários está obrigada a preencher de dois a cinco por cento dos seus cargos com beneficiários reabilitados, ou pessoas portadoras de deficiência, na seguinte proporção: - até 200 funcionários.................. 2% - de 201 a 500 funcionários........... 3% - de 501 a 1000 funcionários......... 4% - de 1001 em diante funcionários... 5%. Ou seja, dependendo do número de funcionários, um percentual é reservado para as pessoas com deficiência e os empresários devem respeitar esse artigo, se não o fizerem, se o deficiente se sentir prejudicado, deve procurar os órgãos competentes, como, por exemplo, o Ministério Público, para fazer valer a lei. Para que você possa expandir seus conhecimentos sobre o mercado de trabalho no mundo, acesse o site da OIT- ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (http://www. oit.org.br/). As pessoas com deficiência têm direito de fazer parte do mercado de trabalho, esse direito elimina a concepção de ser um favor empregar uma pessoa com deficiência. Tronando-se uma lei, a classe empresarial pode e deve ter entre seus colaboradores esse sujeito, que é sim capaz de trabalhar. 89 Deficiência intelectual, escola e o MercaDo De trabalho Capítulo 5 Figura 3 – Direito ao trabalho Fonte: Disponível em: <http://www.oit.org.br/>. Acesso em: 22 out. 2012. Em 2006, as Nações Unidas adotaram uma nova lei: pessoas com deficiência têm os mesmos direitos que as demais pessoas. Foram articuladas diversas formas do acesso ao mercado de trabalho para a pessoa com deficiência, na esfera pública e privada. Antes de criar leis que pudesse abranger as necessidades das pessoas com deficiência. No entanto, não significa que toda pessoa com deficiência está inserida no mercado de trabalho, pois segundo dados do M.T.E. – Ministério do trabalho e Emprego, Dados da fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego mostram que foram inseridas mais de 143 mil pessoas desde 2005. Em 2011, 7.508 pessoas conquistaram empregos formais nestes termos. Brasília, 04/05/2011 – Ações de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) incluíram no mercado de trabalho 143.631 pessoas com deficiência desde 2005. (MTE, 2012) Ainda existem muitas pessoas com deficiência sem acesso ao mercado de trabalho. Mesmo com leis que incentivam as empresas a contratarem esses sujeitos. Aspectos relacionados ao tipo de trabalho que a pessoa com deficiência poderia exercer foram se delineando, e aos poucos as adequações que eram 90 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual A Lei Federal nº 7.853/89para as pessoas com deficiência assegura que, Segundo seu artigo 8º, constitui crime punível com reclusão (prisão) de 1 a 4 anos e multa: B - Impedir o acesso a qualquer cargo público, porque é portador de deficiência. necessárias foram sendo criadas. Alguns estados criaram suas próprias leis, outros absorveram as leis federais. Lei que constitui crime se a pessoa com deficiência não for respeitada nos seus direitos. Como exemplo, a Lei Federal nº 7.853/89para as pessoas com deficiência assegura que, Segundo seu artigo 8º, constitui crime punível com reclusão (prisão) de 1 a 4 anos e multa: B - Impedir o acesso a qualquer cargo público, porque é portador de deficiência. C- Negar trabalho ou emprego, porque é portador de deficiência. Mesmo que essa lei garanta a não discriminação da pessoa com deficiência em seu acesso ao mercado de trabalho, ainda não é uma tarefa fácil para esse sujeito conseguir uma vaga no mercado de trabalho. A partir de agora você irá estudar alguns questionamentos que irão ajudar ainda mais no conhecimento sobre as leis para a pessoa com deficiência e a sua inserção no mercado de trabalho, e algumas ações em nível estadual O DIREITO AO TRABALHO - Quais são os direitos da pessoa portadora de deficiência no que se refere aos concursos públicos (sociedades de economia mista, autarquias, fundações públicas, União, Estados, municípios e Distrito Federal)? Há vários aspectos a serem considerados: a) O art. 37, inciso VIII da Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988, prevê a reserva de cargos e empregos públicos para pessoas com deficiência e, nesse sentido, a Lei Federal nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, art. 5º, reservaum percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e define os critérios para sua admissão. b) Em concursos públicos federais (no âmbito da União Federal, ou seja, empresas públicas federais, sociedades de economia mista, públicas, autarquias federais, fundações públicas federais e a própria União Federal), até20% das vagas são reservadas às pessoas portadoras de deficiência. Esse percentual não é o mesmo 91 Deficiência intelectual, escola e o MercaDo De trabalho Capítulo 5 para cada Estado, município ou para o Distrito Federal, porque é a lei de cada uma dessas entidades que irá estabelecer o percentual de quotas de admissão para os portadores de deficiência. No Estado de Minas Gerais, pela Constituição Estadual, art. 28, e a Lei Estadual n° 11.867, de 28 de julho de 1995, tal percentual é de 10% (dez por cento). No município de Belo Horizonte, a Lei nº 6.661/94, art. 1º, determina há a reserva de 5% (cinco por cento) dos cargos e empregos públicos de provimento efetivo do quadro de pessoal da administração direta e indireta do poder executivo para pessoas portadoras de deficiência. Além disso, a Lei nº 5.776/90 assegura aos deficientes visuais, em seu art. 1º, o direito de transcrição para o braile de provas de concursos públicos. O Estado de São Paulo reservou pelaLei Complementar nº 683, de 18 de setembro de 1992, percentual de até 5% de cargos e empregos aos portadores de deficiência. Já o Estado do Rio de Janeiro reservou um percentual mínimo de 5%, conforme a Lei nº 2482, de 14 de dezembro de 1995. A Lei nº 3050, de 1998, art. 3, inseriu, como condição de habilitação de qualquer empresa em licitação e contratos com o poder público, o cumprimento das quotas da Lei nº 8213, de 1991. c) Os portadores de deficiência têm preferência sobre os demais, caso aprovados no concurso, independentemente de sua classificação. d) Se nenhum portador de deficiência for aprovado em um concurso, desconsideram-se as vagas reservadas para os portadores de deficiência. - O que acontece quanto ao trabalho em empresa privada? O art. 7º, inciso XXXI da Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988, prevê proibição de qualquer ato discriminatório no tocante a salário ou critério de admissão do empregado em virtude de portar deficiência. A Lei Federal nº 8.213/91, art. 93, prevê que qualquer empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas. 92 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual O percentual a ser aplicado é sempre proporcional ao número total de empregados das empresas, desta forma: I - 100 até 200 empregados: 2%. II - de 201 a 500: 3% III - de 501 a 1000: 4% IV - de 1001 em diante: 5% O percentual a ser aplicado é sempre proporcional ao número total de empregados das empresas, desta forma: I - 100 até 200 empregados: 2%. II - de 201 a 500: 3% III - de 501 a 1000: 4% IV - de 1001 em diante: 5% - Todo portador de deficiência tem direito à reserva de vagas em concursos públicos ou em empresas privadas? Não, nem todos, a quota de reserva de empregos não se destina a qualquer deficiente, mas àqueles que estejam habilitados ou reabilitados, ou seja, que tenham condições efetivas de exercer determinados cargos. É preciso, então, que apresentem nível suficiente de desenvolvimento profissional para ingresso e reingresso no mercado de trabalho e participação na vida comunitária. O que é a habilitação e a reabilitação? É o processo que permite à pessoa com deficiência adquirir desenvolvimento profissional suficiente para ingresso e reingresso no mercado de trabalho, conforme o art. 89 da Lei Federal nº 8.213/91, arts. 17, 18, 21 e 22 do Decreto nº 3.298/99 e Ordem de Serviço nº 90 do Ministério da Saúde e Previdência Social. Para maiores informações sobre colocação e recolocação no mercado de trabalho, deve-se procurar a Delegacia Regional do Trabalho e/ou a CAADE. O portador de deficiência pode ser dispensado, sem justa causa, das empresas privadas? Não pode. O artigo 93 da Lei Federal nº 8.213/91 prevê que a dispensa só pode ocorrer, nos contratos a prazo indeterminado, quando outro empregado portador de deficiência for contratado no lugar do dispensado. Logo, se tal substituição não ocorrer, cabe até a reintegração do empregado com os consectários legais. O portador de deficiência tem, assim, uma estabilidade por prazo indeterminado. 93 Deficiência intelectual, escola e o MercaDo De trabalho Capítulo 5 Como fica a jornada de trabalho do responsável pelos cuidados da pessoa portadora de deficiência? “Fica o poder público autorizado a reduzir para 20 (vinte) horas semanais a jornada de trabalho do servidor público estadual legalmente responsável por excepcional em tratamento especializado”. Tal benefício é concedido por seis meses, podendo ser renovado por igual período, de acordo com a necessidade (art. 1º e3º da Lei Estadual nº 9.401, de 18 de dezembro de 1986, e Decreto nº 27.471/87). Caso os direitos dos trabalhadores portadores de deficiência forem descumpridos, o que pode ser feito? Deve-se procurar um advogado, a Delegacia Regional do Trabalho (DRT/MG) ou o Ministério Público do Trabalho. Fonte: Disponível em: <http://www.grandesencontros.com. br/CartilhaInclu2.htm>. Acesso em: 12 set. 2013. Agora que você já estudou sobre as leis e possibilidades para as pessoas com deficiência, resolva as atividades de estudos. Atividades de Estudos: 1) Você estudou sobre Lei 8213/91, de 24/07/1991, também conhecida como Lei das Cotas. Como você entende o acesso ao mercado de trabalho por pessoa com deficiência intelectual? ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ 94 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual 2) Mesmo que criada uma lei para que a pessoa com deficiência pudesse ter um trabalho digno, como se dava esse processo anterior à criação da Lei 8213/91 de 24/07/1991? ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ Caro pós graduando, quando quiser acrescentar maiores conhecimentos sobre o mercado de trabalho para a pessoa com deficiência, entre em contato com a assessoria de imprensa do M.T.E. – Ministério do Trabalho e Emprego – Esplanada dos Ministérios / Bloco F - CEP: 70059-900 / Brasília - DF / Telefone: (61) 3317-6000. a escola, a pessoa coM Deficiência e o MercaDo De trabalho Embora ainda haja muito a ser feito quanto as possibilidadedas pessoas com deficiências terem acesso ao mercado de trabalho, e com as leis que lhes permitam esse acesso, a escola ainda é a instituição que mais promove esse acesso, quando fomenta com o capital cultural esse sujeito no sentido de promovê-lo ao trabalho. 95 Deficiência intelectual, escola e o MercaDo De trabalho Capítulo 5 As ações que a mesma origina como, por exemplo, a socialização desses sujeitos, o conhecimento, as suas ações, junto aos órgãos competentes, como as empresas especializadas em recrutamento de pessoas, auxilia no sentido de que a pessoa com deficiência possa ter uma oportunidade de trabalho junto às empresas. A escola desempenha papel importante, pois o sujeito com deficiência para fazer parte do mercado de trabalho, como qualquer outra pessoa, é necessário que a tenha conhecimento teórico e saiba relacionar-se com os demais. Para entendermos como se dá o processo de inserção da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, o texto abaixo nos mostra a ação das entidades para que esse processo possa acontecer. Inclusão pelo trabalho Criada em 2008, a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência foi determinante para que importantes avanços do setor fossem alcançados no estado desde então. A implantação da Rede de Reabilitação Lucy Montoro, com a inauguração de centros de excelência no tratamento e na reabilitação das pessoas com deficiência na capital e no interior, talvez seja a face mais visível desse processo. Mas certamente não é a única. A adoção do Desenho Universal em moradias de interesse social, a ampliação da acessibilidade nos serviços públicos, o incentivo e o desenvolvimento de novas tecnologias, a capacitação de pessoas com deficiência. Uma lista de ações que vai além das aqui citadas e que se traduz em resultados práticos no dia a dia das pessoas com deficiência. Nesta gestão é preciso avançar mais. Um dos aspectos que iremos trabalhar de maneira incansável será a ampliação do acesso dos deficientes ao mercado de trabalho. Toda a sociedade ganha com isso. Sempre que trazemos a diversidade para dentro de nossas vidas, de nosso cotidiano, crescemos como cidadãos. Participar da sociedade e da produção é estar inserido no mercado de trabalho. Para tanto, a qualificação profissional é fundamental. O governo do estado irá, por meio de seus programas e de parcerias já iniciadas com a iniciativa privada, fortalecer e ampliar 96 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual a capacitação e o aperfeiçoamento profissional para que as pessoas com deficiência possam ganhar autonomia e qualidade de vida. E que possam realizar suas vocações no mercado de trabalho, produzir de forma eficiente, contribuir para o crescimento econômico do estado. Trata-se, portanto, de garantir cidadania plena às pessoas com deficiência. Mas trata-se, também, do fortalecimento e da diversificação de nossa economia. Temos muito trabalho pela frente. Melhor assim. Linamara Rizzo Battistella é professora da FMUSP e secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Fonte: Disponível em: <http://www.centroruibianchi.sp.gov.br/ sis/lenoticia.php?id=638>. Acesso em: 12 out. 2012. Atualmente, a escola, para preparar a pessoa com deficiência na sua inserção ao mercado de trabalho, é a mesma escola em que qualquer outra pessoa considerada “normal” estuda, pois, Com o tempo, as pessoas com deficiência foram se conscientizando de que precisavam continuar progredindo nos estudos para então serem profissionais qualificados, nesta fase, contando com a ajuda de ONGs, associações dentro do seu papel oferecendo cursos profissionalizantes e de qualificação e do Poder Público. (TAVARES, 2012) Não é apenas a sociedade que está voltada para a inserção da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, a própria pessoa com deficiência já está consciente da necessidade de estudar para que possa alcançar uma vaga no mercado de trabalho. Esse sujeito tem conhecimento da importância da instituição escola. eDucação inclusiva e inserção Do Deficiente intelectual no MercaDo De trabalho No decorrer deste assunto você irá entender o processo de inclusão da pessoa com deficiência na escola. Os familiares ea pessoa com deficiência têm a consciência da necessidade de frequentar a escola para uma melhor colocação no mercado de trabalho. 97 Deficiência intelectual, escola e o MercaDo De trabalho Capítulo 5 Na figura a seguir, é possível perceber que a quantidade de alunos com deficiência cresceu. E a tendência é que esse aumento continue. Figura 4 - Inserção de alunos com deficiência no ensino médio Fonte: Disponível em: <http://www.pessoacomdeficiencia. sp.gov.br/sis/blog.php>. Acesso em: 13 out. 2012. A quantidade de alunos que apresentam deficiência em ambientes escolares aumentou de 13,3 mil para 33,1 mil em quatro anos. Mas o total de matrículas ainda é baixo se comparado com o de outras etapas da educação básica. A família, escola e a sociedade passam a perceber que a pessoa com deficiência agora é um sujeito como qualquer outro. Manifestam suas dificuldades, mas isso não impede de ter trabalho, pois muitos têm autonomia sobre seus atos e ações. O Brasil, junto com a OIT - Organização Internacional do Trabalho vem articulando normas nacionais e internacionais, meios para o acesso ao 98 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual mercado de trabalho para a pessoa com deficiência. Leia abaixo o texto sobre as normas internacionais. Normas internacionais- No Brasil, as convenções internacionais 159/83 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Pessoas Portadoras de Deficiência estão ratificadas. As duas normas tratam da garantia de emprego adequado e da possibilidade de integração ou reintegração das pessoas com deficiência na sociedade. Quem as ratifica, deve formular e aplicar política nacional para a readaptação profissional e de emprego para pessoas deficientes. Fonte: Disponível em: <http://www.oit.org.br/>. Acesso em: 15 out. 2102. Podemos entender que as articulações estão sendo processadas e os meios para que a pessoa com deficiência alcance seu emprego estão a cada dia aumentando, em função de que o mercado de trabalho também está mais apto a receber as pessoas com deficiência. Figura 5 - Direitos iguais Fonte: Disponível em: <http://www.oit.org.br/>. Acesso em: 02 out. 2012. Para que você, caro pós-graduando, tenha mais conhecimento das ações para o ingresso da pessoa ao mercado de trabalho, o texto a seguir vai auxiliá-lo. OIT – TERÁ PAPEL ATIVO NO NOVO FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA GENEBRA, (Notícias da OIT) – A Organização Internacional do Trabalho (OIT) desempenhará um papel ativo na implementação de um novo instituído recentemente por seis agências das Nações Unidas com o objetivo de promover os direitos das pessoas com deficiência e ajudar os países a melhorar suas políticas, a compilação de dados e a prestação de serviços neste tema. 99 Deficiência intelectual, escola e o MercaDo De trabalho Capítulo 5 O Fundo foi criado para ampliar a ação das Nações Unidas em favor das pessoas com deficiência, cujo número é estimado em mais de um bilhão de pessoas, ou cerca, de 15 por cento da população mundial, de acordo com o Relatório Mundial sobre a Deficiência, publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Banco Mundial. O “Fundo das Nações Unidas para Promover o Direito das Pessoas com Deficiência” (UNPRPD) é incentivado por seis organizações da ONU com sólida experiência na promoção e proteção dos direitos das pessoas com deficiência: o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), o Departamento das Nações Unidas para Assuntos Econômicos e Sociais (DAES), oPrograma das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a OIT e a OMS. A OIT, como membro tanto da Junta Consultiva como do Comitê Administrativo do UNPRPD, participará do estudo das propostas de apoio financeiro em nível nacional e mundial. A primeira convocatória está prevista para abril deste ano. As propostas à OIT deverão ser apresentadas em colaboração com o Coordenador Residente do PNUD, como estabelece a nota de orientação do Grupo das Nações Unidas para o Desenvolvimento (GNUD) para as Equipes de País das Nações Unidas (UNCT) e dos sócios operativos. O Fundo Fiduciário é administrado pelo Escritório do Fundo Fiduciário de Múltiplos Doadores do PNUD (MPTF, por suas siglas em inglês). Até o momento, foi recebida uma doação de dois milhões de dólares por parte do Governo da Austrália e se esperam outras contribuições do Governo da Finlândia, da cidade de São Paulo e de vários outros governos. Estima-se que a primeira convocatória de apresentação de propostas em nível mundial e nacional para serem financiadas pelo UNPRPD será emitida em abril de 2012. O lançamento oficial do UNPRPD ocorreu em Nova York, em 8 de dezembro de 2011, e foi patrocinado pelo Embaixador da Austrália, Gary Quinlan, conjuntamente com a Administradora Associada do PNUD, Receba Grynspan. O UNPRPD pretende facilitar o diálogo entre governos e organizações que representam as pessoas com deficiência com o objetivo de incentivar ações destinadas a lutar contra a discriminação e a marginalização. Este objetivo está em sintonia com a Convenção das Nações Unidas sobre os direitos das 100 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual pessoas com deficiência (CRPD), que foi acordada em nível internacional e cuja finalidade é a promoção da cooperação internacional sobre estas questões. Essa associação oferece uma excelente oportunidade à OIT para basear-se no trabalho realizado através do Grupo de Apoio Interinstitucional do CRPD e para colaborar com outras agências da ONU em nível mundial e nacional com o objetivo de promover o trabalho decente das pessoas com deficiência. Fonte: Disponível em: <http://www.oitbrasil.org.br/content/oit-ter-papel -ativo-no-novo-fundo-das-na-es-unidas-para-pessoas- com-defici-ncia>. Acesso em: 12 set. 2013. Mesmo com todos os programas e todas as articulações dos meios que podem promover a pessoa com deficiência no mercado de trabalho, não significa que todas essas pessoas estão trabalhando, pois segundo dados do M.T.E. - Ministério do Trabalho e Emprego sobre o assunto, Dados da fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego mostram que foram inseridas mais de 143 mil pessoas desde 2005. Em 2011, 7.508 pessoas conquistaram empregos formais nestes termos. Brasília, 04/05/2011 – Ações de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) incluíram no mercado de trabalho 143.631 pessoas com deficiência desde 2005. Balanço divulgado pela Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do MTE mostra ainda que o número de inserções têm aumentado ano a ano: em 2005, foram 12.786 pessoas, saltando para 28.752 ao final de 2010. Nos três primeiros meses de 2011, 7.508 pessoas com algum tipo de deficiência foram inseridas no mercado de trabalho formal, crescimento de 40,7% em relação ao primeiro trimestre de 2010, quando foram incluídos 5.338 trabalhadores. Fonte: Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/imprensa/ inclusao-do-trabalhador-portador-de-deficiencia- cresce-ano-a-ano.htm>. Acesso em: 16 out. 2012. Podemos entender pelos números apresentados que o aumento ao acesso de pessoa com deficiência no mercado de trabalho vem aumentando a cada ano, o mercado está absorvendo cada vez mais pessoas com deficiência, 101 Deficiência intelectual, escola e o MercaDo De trabalho Capítulo 5 não discriminando que tipo de deficiência ela apresenta. Em relação às ações estaduais, tomemos como exemplo o estado de São Paulo, que vem mostrando estar envolvido para que a pessoa com deficiência tenha um emprego.A seguir, alguns números apresentados nos últimos anos. Dos mais de 12 mil trabalhadores que ingressaram no mercado de trabalho em 2005, 8.655 são do estado de São Paulo. No ano seguinte, o número saltou para 19.976 pessoas contratadas, também com destaque para São Paulo: 9.684. Em 2007, foram 22.314 pessoas contratadas; em 2008, 25.844; e, em 2009, a fiscalização incluiu outras 26.449 em todo o país. Fonte: Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/imprensa/ inclusao-do-trabalhador-portador-de-deficiencia- cresce-ano-a-ano.htm>. Acessoem: 16 out.2012. Cada estado está fazendo sua parte, mesmo que ainda tenha muito a ser feito, não apenas na esfera trabalhista, mas em todas as demais esferas em que a pessoa com deficiência esteja de alguma forma inserida, em todos os contextos da sociedade. No entanto, a deficiência não pode ser uma referência de que a pessoa terá que exercer funções de baixo nível intelectual, espera- se que a empresa que contrata esse sujeito tenha bom senso, preparo para o trabalho que vai exercer como seria com qualquer outro funcionário. Sua qualificação deve ser o norteador de sua função. Agora que você já estudou mais, queremos compartilhar com você um artigo sobre o mercado de trabalho e a inclusão, leia a seguir A educação inclusiva e o mundo do trabalho 28/05/2012 | Por: João Ribas Vejamos os seguintes exemplos. Quatro crianças nascem com algum tipo de deficiência. A primeira nasce paraplégica, a segunda nasce cega, a terceira nasce surda e a quarta vem ao mundo com Síndrome de Down. Mesmo tendo eventualmente nascido em cidades mais distantes das grandes metrópoles e com menos recursos financeiros, é provável que todas elas venham a estudar nas escolas que hoje chamamos de inclusivas. Afinal, é objetivo da Política Nacional do Ministério da Educação assegurar a inclusão escolar de todos os alunos com deficiência, orientando os sistemas de ensino para garantir acesso ao ensino regular. 102 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual Mas essa inclusão educacional criará condições para que no futuro esses alunos venham a se tornar profissionais competentes, que de fato desenvolvam as tarefas solicitadas, que atingem metas e, portanto, alcançam resultados? Mais do que isso, essa inclusão educacional trará a cada um deles satisfação pessoal de, tornando-se profissional de fato, virem a ser seres humanos mais autônomos a ponto de serem reconhecidos mais pela possibilidade de alcance, do que pela restrição do limite? Isso vai depender de duas coisas. Em primeiro lugar, que os professores recebam apoio e formação continuada para ensinar alunos com deficiência. Significa dizer que eles não apenas conheçam e estejam de posse de instrumental pedagógico adequado, mas principalmente que saibam lidar, no aspecto humano, com esses alunos. Em segundo lugar, que as escolas estejam conectadas ao mundo do trabalho. Significa dizer que elas conheçam as exigências que as empresas fazem àqueles que contratam e que preparem os alunos com deficiência para que eles próprios se desenvolvam para responder de forma eficiente e eficaz às essas exigências. A diversidade reina também entre os alunos com deficiência. O instrumental pedagógico adequado é importante. Mas, se o professor não conseguir perceber o potencial individual de cada aluno, jamais conseguirá desenvolver as habilidades e os alcances de todos. Por mais que dois alunos cegos tenham à sua disposição o mesmo software leitor de tela, que vai ajudá-los pedagogicamente a obter uma informação na Internet, cada um deles conseguirá, à sua maneira, apreender cognitivamente a informação que construa o seu aprendizado. Cabe ao professor, portanto, a fina e delicada percepção das particularidades e dos detalhes humanos de cada aluno. Por sua vez, as escolas conectadas ao mundo do trabalho são aquelas que estãoem constante diálogo com líderes empresariais, os quais são uma fonte de referência sobre as competências exigidas pelo mercado de trabalho. Bebendo com seriedade dessa fonte e descartando por completo a atitude complacente para com os alunos com deficiência, elas poderão ensiná-los a serem competentes e terem postura profissional. Mais do que isso, saberão orientar o aluno paraplégico ou àquele que tem Síndrome de Down para o atendimento das expectativas das empresas e, assim, fazer deles seres humanos independentes, autônomos e verdadeiramente sociais. 103 Deficiência intelectual, escola e o MercaDo De trabalho Capítulo 5 João Ribas é antropólogo, é coordenador do Programa Serasa Experian de Empregabilidade de Pessoas com Deficiência e é paraplégico. Fonte: Disponível em: <http://diversa.org.br/artigos/artigos.php?id=830&/a_ educacao_inclusiva_e_o_mundo_do_trabalho>. Acesso em: 10 abr. 2013. De acordo com seus estudos desenvolvidos até aqui, convidamos você refletir sobre alguns questionamentos a seguir. Atividades de Estudos: 1) Você estudou que o Brasil está seguindo as tendências mundiais a respeito dos movimentos pelo direito ao trabalho das pessoas com deficiência. Qual sua concepção sobre o “Fundo das Nações Unidas para Promover o Direito das Pessoas com Deficiência” (UNPRPD)? _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ 104 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual 2) Você estudou sobre os dados do M.T.E. - Ministério do Trabalho e Emprego, e da OIT- Organização Internacional do trabalho. Qual sua compreensão do mercado de trabalho para a pessoa com deficiência? _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ Normas internacionais - No Brasil, as convenções internacionais 159/83 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Pessoas Portadoras de Deficiência estão ratificadas. A Inclusão da Pessoa com Deficiênciano Mercado de Trabalho. Uma análise jurídica sob um enfoque histórico, filosófico e sociológico. Autor: Álvaro dos Santos Maciel. 105 Deficiência intelectual, escola e o MercaDo De trabalho Capítulo 5 Uma mente brilhante”. Sinopse e detalhes John Nash (Russell Crowe) é um gênio da matemática que, aos 21 anos, formulou um teorema que provou sua genialidade e o tornou aclamado no meio onde atuava. Mas aos poucos o belo e arrogante Nash se transforma em um sofrido e atormentado homem, que chega até mesmo a ser diagnosticado como esquizofrênico pelos médicos que o tratam. Porém, após anos de luta para se recuperar, ele consegue retornar à sociedade e acaba sendo premiado com o Nobel. Fonte: Disponível em: <http://www.adorocinema.com/ filmes/filme-28384/>. Acesso em: 16 out. 2012. consiDerações finais Caro pós-graduando, chegamos ao final dessa jornada de estudos, espero que você tenha aproveitado ao máximo os conteúdos discutidos. Desde o direito da pessoa com deficiência à escola ao trabalho e as implicações legais desse direito. Desejo que continue estudando, e aprimorando seus conhecimentos, pois os estudos não se limitam nesse caderno. Você deve buscar mais informações e suporte teórico para ampliar seus saberes. Ana Maria Dias Antonius. Autora. 106 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual referência BATTTISTELLA, Linamara Rizzo. Inclusão pelo Trabalho. Disponível em: <http://www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br/sis/leblog. php?id=39&c=>. Acesso em: 08 out. 2012. MTE. Inclusão de deficientes no mercado de trabalho. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/fisca_trab/deficiencia-mental.htm>. Acesso em: 29 set. 2012. TAVARES, Cláudio Roberto. Mercado de trabalho para a pessoa com deficiência. Disponível em: <http://www.deficienteonline.com.br/inclusao-de- deficientes-deficientes-no-mercado-de-trabalho___76.html>. Acesso em: 22 set. 2012. OIT–OIT terá papel ativo no novo Fundo das Nações Unidas para pessoas com deficiência. Disponível em: <http://www.oitbrasil.org.br/content/oit-ter- papel-ativo-no-novo-fundo-das-na-es-unidas-para-pessoas-com-deficiência>. Acesso em: 21 set. 2012. INTO. O direito ao trabalho. Disponível em: <http://www.into.saude.gov.br/ conteudo.aspx?id=76>. Acesso em: 12 set 2012. RIBAS,João. A educação inclusiva e o mercado de trabalho. Disponível em: <http://diversa.org.br/artigos/artigos.php?id=830&/a_educacao_ inclusiva_e_o_mundo_do_trabalho>. Acesso em: 10 abr. 2013.
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