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2 Patologia dos fungos

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UNIVERSIDADE NILTON LINS
Patologia dos fungos 
Professor JORGE FELIPE OLIVEIRA FRANCO DE SÁ, Dr
MANAUS
2020
Patologia dos fungos:
1.Provocado por alimentos contaminados por 
fungos. (Micotoxicoses) 
2. Provocado pela ingestão de fungos 
venenosos. (Micetismo)
3. Micoses ( Superficiais, cutâneas, subcutâneas 
e sistêmicas) 
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Definições 
Micotoxinas = toxinas produzidas por fungos
microscópicos.
Micotoxicoses = intoxicações pela ingestão de
alimentos contaminados com micotoxinas.
Micetismos = intoxicações pela ingestão de
fungos macroscópicos.
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1.Quadro provocado por alimentos 
contaminados por fungos
(Micotoxinas) 
• Micotoxinas são metabólitos secundários aparentemente sem 
qualquer função no metabolismo normal dos fungos.
Os fungos Fusarium, Aspergillus e Penicilium são os principais e 
mais abundantes mofos que contaminam os alimentos 
destinados alimentação de humanos e animais.
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A contaminação pode se dar das formas:
• Indireta: quando alimentos/rações são previamente 
contaminados por um fungo toxinogênico;
• Direta: ocorre quando o alimento se torna contaminado 
posteriormente; durante produção, 
processamento,transporte e armazenamento
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Micotoxinas: gêneros
Aspergillus
Fusarium
Penicillium
Claviceps
Pithomyces
Myrothecium
Stachybotrys
Phoma
Alternaria
Micotoxinas: tipos de toxicidade
Aguda
Crônica
Mutagênica = pode causar dano na molécula de DNA
e é passado para as gerações seguintes
Teratogênica = capaz de produzir dano ao embrião ou
feto durante a gravidez: aborto, malformações ou
retardo mental.
Deterioração das funções hepática e renal
Fatal em alguns casos
Interferência na síntese protéica
Imunodeficiência extrema
Neurotóxicas
Micotoxinas: efeito agudo
•Indução de câncer (sobretudo de fígado)
Micotoxinas: efeito crônico
Micotoxinas: efeitos mutagênicos e 
teratogênicos
Alterações na replicação do DNA de diversos tipos
celulares, causando efeitos mutagênicos e teratogênicos
 Na Idade Média, o Pão de Centeio, era o pão dos pobres do norte da Europa.
Um fungo – Claviceps purpurea, infectava-o frequentemente, dando o aspecto
de pequenas tachas cravadas nas suas espigas – a cravagem. Este fungo produz
alcalóides vasoconstritores e psicotrópicos que, quando ingeridos, podem
causar convulsões, alucinações, gangrena das extremidades e morte.
 Durante a Segunda Guerra Mundial, episódios de intoxicações aconteceram na
Rússia, a chamada aleucia tóxica alimentar (ATA), responsável pela morte de
pelo menos 100 mil pessoas. A ATA foi proveniente de consumo de alimentos
processados com cereais atacados por fungos do gênero Fusarium que
produzem tricotecenos
Micotoxinas: histórico
O ano de 1960 representou o marco histórico relativo ao conhecimento das
micotoxinas, através do episódio em que centenas de aves morreram em diversas
regiões da Inglaterra alimentadas com rações provenientes do Brasil e da África. Foi
constatado que o alimento fornecido às aves estava contaminado com Aspergillus
flavus, produtor de substâncias tóxicas denominadas aflatoxinas.
Verificou-se que Aspergillus parasiticus também é produtor desta micotoxina,
cujas variações permitem caracterizar uma dezena de compostos.
Os principais são aflatoxinas B1, B2, G1 G2, ressaltando-se a existência das
aflatoxinas M1 e M2, metabólitos secundários que aparecem no leite de vacas
alimentadas com rações contaminadas.
A aflatoxina B1 é o composto com maior atividade carcinogênica.
Micotoxinas: histórico
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Aspergillus spp.
• Fungos filamentosos;
• Encontrados em todas as estações do ano, 
dispersos no solo, em vegetais ou qualquer 
matéria em decomposição, o que garante a 
dispersão dos conídeos, a forma infectante;
• Há aproximadamente 900 espécies de 
Aspergillus.
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Efeitos hemorrágicos, carcinogênicos e mutagênicos
Estudos epidemiológicos desenvolvidos em alguns países têm demonstrado uma
associação entre incidência de câncer hepático humano e aflatoxina B1 ingerida
nos alimentos.
A verificação da existência de aflatoxina B1 em excretas, auxilia a constatação de
episódios de intoxicação.
Devido ao fato de os achados clínico-patológicos serem apenas sugestivos de
micotoxicoses, é fundamental a detecção e quantificação da toxina no alimento
suspeito e quando possível, a detecção de resíduos nos tecidos, leite, urina, soro,
fezes e sangue.
Aflatoxicose
Importância Veterinária:
Alimentos contaminados por diversos Aspergilos
produzem variadas manifestações patológicas: 
transtornos hepáticos e renais nos bezerros, 
síndrome hepato-hemorrágica em porcos, bovinos, 
perus e outros animais
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Fusarium spp
• Os bolores do gênero Fusarium (F. gramineum, 
F.tricinctume F. moniliforme) podem produzir 
pelo menos três tipos de micotoxinas: os 
tricotecenos, as fumonisinas e a zearalenona.
• Certas espécies de Fusarium, foram incriminadas 
como agentes de casos humanos de Aleukia
Toxica Alimentar, na Rússia, por ingestão de 
forragem ou cereais contaminados por Fusarium
sporotrichoides.
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Aleukia Tóxica Alimentar (ATA)
• É um doença grave;
• Caracterizada por causar a destruição da medula óssea;
• Poucas horas após ingestão do cereal contaminado, 
aparecem sintomas de queimação na boca, faringe, 
esôfago e estômago; Seguida de gastrenterite;
• Fase seguinte aparecem problemas sanguíneos: 
leucemia, agranulocitose, anemia e redução do 
número de plaquetas;
• Em seguida, os pulmões são também afetados com o 
surgimento de abscesso e hemorragias.
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Claviceps purpurea
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LSD
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• Os grãos de centeio contaminados, ingeridos 
em quantidade adequada, facilitavam as 
contrações uterinas, auxiliando o trabalho de 
parto: têm propriedades chamadas ocitócicas, 
aproveitadas depois pela medicina oficial. 
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2. Quadros provocados por ingestão de 
fungos venenosos:
• Estes quadros patológicos resultam do engano cometido pela 
vítima ao ingerir fungos supostamente comestíveis.
• As substâncias tóxicas neles contidas atuam por suas 
propriedades hemolíticas, gastrotóxicas, hepatotóxicas, 
nefrotóxicas, neurotóxicas e psicotrópicas, algumas podendo 
englobar duas ou mais destas propriedades. A tais quadros, 
denominamos MICETISMOS, a saber:
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Micetismo falodiano
 Ciclopeptídeos tóxicos chamados falotoxinas e
amanitinas
 Corresponde a 90% dos envenenamentos graves
ou mortais provocados por cogumelos da espécie
Amanita verna
 Incubação: 6 a 48h
 Distúrbios gastrointestinais, hepáticos,
neuropsíquicos, hidroeletrolíticos e morte
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Amanita phalloides (Chapéu da morte)
Amanita verna (Anjo destruidor europeu)
Micetismo nervoso ou muscárinico
 Toxinas muscarínicas (Amanita muscaria)
 Atuam sobre o SN parassimpático
 Sintomas com 15 a 30min
 Vômitos, diarréia, sudorese intensa, cólicas
intestinais, salivação, dispnéia, convulsão e
raramente óbito
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Micetismo cerebral
 Toxinas que afetam o SNC
 Cogumelos pertencentes aos gêneros Psilocibe
(Psilocibe mexicana) e Amanita (Amanita
muscaria)
 Também chamados de fungos alucinógenos
 Principal característica: Alucinações
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Amanita muscaria
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Psilocibe mexicana
Micetismo inconstante
 Ocasionado pela monometilhidrazina (MMH)
 Cogumelos do gênero Gyromytra
 Incubação: 6 a 12h
 Sintomas: fadiga, dor de cabeça, dor 
abdominal, diarréia e vômito
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