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Assistência de enfermagem à puérpera Enf.Esp. Tailma S. Lino PUÉRPERIO • DEFINIÇÃO • É período do ciclo gravídico-puerperal em que as modificações locais e sistêmicas, causadas pela gestação no organismo materno, retornam ao estado pré-gravídico. • Puerpério (sobreparto ou pós parto) é período cronologicamente• Puerpério (sobreparto ou pós parto) é período cronologicamente variável, de âmbito impreciso, durante o qual se desenrolam todas as manifestações involutivas e de recuperação da genitália materna após o parto. • O período pós-parto, ou puerpério, é o intervalo entre o parto e a volta do corpo da mulher ao estado anterior á gestação. Ajustes fisiológicos e psicológicos rápidos começam logo após o parto e permanecem por volta de seis semanas. CLASSIFICAÇÃO Segundo Rezende PUERPÉRIO IMEDIATO: inicia-se após a dequitação e se estende até o 10º dia do pós-parto. PUERPÉRIO TARDIO: do 11º dia ao 45º dia do pós-parto.PUERPÉRIO TARDIO: do 11º dia ao 45º dia do pós-parto. PUERPÉRIO REMOTO: DO 46º dia até a completa recuperação das alterações imprimidas pela gestação e a volta dos ciclos menstruais ovulatórios normais. Segundo Mello & Neme PUERPÉRIO IMEDIATO: inicia-se após o término da dequitação e se estende de 1,5 a 2 horas, oque corresponde ao período de Greenberg. PUERPÉRIO MEDIATO: estende- se do final da fase imediata até o 10º dia pós-parto.imediata até o 10º dia pós-parto. PUERPÉRIO TARDIO: inicia-se no 11º dia até o reinício dos ciclos menstruais nas que não lactam e até a 6º/8º semana nas lactantes. Modificações Locais Útero Após a dequitação, o fundo uterino tangencia a cicatriz umbilical. Medidas logo após a dequitação: • Altura: 20cm • Largura: 9cm• Largura: 9cm • Espessura: 4cm Medidas no 40º dia: • Altura: 7/8cm • Espessura: 1 a 1,5cm Antes de iniciar o exame físico puérpera, solicitar que esvazie a bexiga. • Involução uterina A altura uterina reduz cerca de 1 cm diariamente até o 3º dia e depois 0,5 cm até o 12º. A velocidade da involução varia de acordo com o número de gestações anteriores e o tamanho do recém-nascido. A puérpera que está amamentando, ocorre a liberação deA puérpera que está amamentando, ocorre a liberação de ocitocina em resposta a sucção, que ajudará no processo de involução uterina, geralmente é acompanhado por cólicas evidentes nos primeiros dias pós-parto DORES DE TORTOS (principalmente no momento em que a paciente está amamentando). Loquiação Lóquios é o produto de exudatos, transudatos, produtos de descamação (da decídua necrosada) e sangue que procedem da ferida placentária. É a perda vaginal após o parto. Tem odor semelhante ao da menstruação, em caso de odorTem odor semelhante ao da menstruação, em caso de odor fétido investigar infecção. A quantidade de lóquios eliminados gira em torno de 225 a 500ml na primeira semana. As lactantes eliminam mais lóquios que as não-lactantes. Os lóquios podem ser mais volumosos nas pacientes que se submeteram à cesariana. Classificação dos Lóquios Lochia rubra ou cruenta ou lóquios vermelhos Eliminados do 1º ao 4º dia pós-parto, constituído de sangue, restos da decídua, células epiteliais, muco e cristais de colesterina. Lochia fusca ou lóquios serossanguíneos Estão presentes do 3º-4º dia ao 10º dia pós-parto,Estão presentes do 3º-4º dia ao 10º dia pós-parto, resultante de alterações da hemoglobina, redução do número de hemácias e aumentos de leucócitos. Lochia flava ou lóquios amarelos Encontrados após o 10º dia pós-parto, tem aspecto purulento, progressivamente tornam-se serosos ou brancos. Tipos de Lóquios Colo uterino Após o parto, o colo uterino é flácido, violáceo, lacerado nas comissuras. No final do 7º dia, o edema e as lesões apresentam-se reduzidos. Dentro de 6 semanas no pós-parto, o colo apresenta características pré-gravídicas. Até o 3º dia pós-parto, o colo é permeável ao dedo indicador, tornando-se impérvio após o 5º dia (primíparas) e/ou 10º diatornando-se impérvio após o 5º dia (primíparas) e/ou 10º dia (multípara). Vulva e vagina Podem-se encontrar “carúnculas mirtiformes” que são retalhos de membrana himenal necrosada pelo trauma decorrente da compressão cefálica fetal. A vagina tem, frequentemente, a aparência edemaciada e arroxeada. Há notável redução da espessura do epitélio vaginal, atribuída à carência estrogênica.carência estrogênica. Períneo A musculatura do assoalho pélvico fica distendida e fraca. A aparência do períneo varia muito, dependendo do tipo e da extensão. Geralmente os tecidos moles do períneo ficam edemaciados e cianosados. Parede abdominal A musculatura abdominal fica bastante distendida durante a gestação, perdendo a sua tonicidade. Os exercício auxiliam na recuperação da força e do tônus muscular. Modificações gerais O estado geral no pós-partoimediato é decorrência das condições da gestação e do parto. O comportamento da paciente revela alívio e tranquilidade, ao lado de exaustão física que geralmemte conduz ao sono. • Calafrios • Sudorese: é comum tanto pela manhã como a noite. É a forma que o corpo da mulher tem de eliminar o excesso de líquidoso corpo da mulher tem de eliminar o excesso de líquidos acumulados durante a gestação. Sinais Vitais • Temperatura: pode haver elevação da temperatura no pós-parto, durantes as primeiras 24h, de até 38 graus. Em decorrência ao esforço e à desitratação do parto ou à invasão de germes e produtos tóxicos locais na circulação materna através das pequenas soluções de continuidade existentes no canal de parto • Pulso: pode ocorrer queda da frequência cardíaca para 50-60bpm. Uma frequência elevada pode ser indicativo de perda sanguíneaUma frequência elevada pode ser indicativo de perda sanguínea exagerada, infecção, ansiedade ou problemas cardíacos. • Respiração: há queda da frequência respiratória. • Pressão Arterial: a pressão sanguínea deve manter-se estável após o parto. Uma queda pode estar ligada à perda excessiva de sangue, enquanto uma elevação é sugestiva de hipertensão gravídica. Sistema Cardiovascular Declínio do volume sanguíneo, retorna ao normal nas primeiras seis semanas. A Pressão venosa nos MMII cai bruscamente. O debito cardíaco sofre brusco aumento. Há um aumento tendência a complicações tromboembólicas, pelo do fibrinogênio e do fator VIII da coagulação nas duas primeiras Há um aumento tendência a complicações tromboembólicas, pelo do fibrinogênio e do fator VIII da coagulação nas duas primeiras semanas do puerpério. Sistema Urinário A diurese aparece nas primeiras 24 horas. A Retenção urinária após a parto pode ser decorrente da bexiga estar edemaciada e traumatizada, sensibilidade diminuída à pressão exercida pela urina, sensibilidade reduzida pela anestesia e a capacidade de urinar na posição horizontal. Sinais de infecção urinária devem ser avaliados (dor lombar, febre, Sinais de infecção urinária devem ser avaliados (dor lombar, febre, retenção urinária, disúria e polaciúria). Sistema digestivo O funcionamento intestinal é restaurado em torno de 3 a 4 dias após o parto. Alguns fatores podem dificultar a exoneração intestinal: Diminuição da motilidade gastrointestinal; Efeitos da analgesia e anestesia;Efeitos da analgesia e anestesia; Relaxamento da musculatura abdominal; Ingesta menor de alimentos sólidos, Enema realizado durante o trabalho de parto; Dor em região perineal (episiotomia ou episiorrafia) Existência de Hemorróidas. Sistema Respiratório Em consequência do esvaziamento uterino (descompressão), ocorre o retorno do padrão respiratório costoabdominal. Sistema osteoarticular e muscular Pode persistir discreto aumento da cavidade pélvica, associada ao relaxamento da musculatura abdominal e pélvica. Sistema tegumentar Desaparecimento da embebição gravídica. O edema desaparece nas primeiras 24 horas. As estrias de violáceas tornam-se nacaradas. A hiperpigmentação da face, do abdome e da mama, que puerpério imediato se intensifica (pela retraçãoda pele),puerpério imediato se intensifica (pela retração da pele), sofre redução progressiva. Embora possa persistir por um tempo ou permanecer indelével. Sistema Endócrino • Após a saída da placenta ocorre uma queda dos hormônios (estrogênio, progesterona, gonadrotofina coriônica), que contribui para a elevação da prolactina, essencial para a lactação. • A maioria das mulheres que não amamentam, menstruam por volta de 6 a 12 semanas após o parto. • A volta da menstruação para as lactentes é variável, e algumas não• A volta da menstruação para as lactentes é variável, e algumas não menstruam enquanto estão amamentando. O tempo médio é de 3 a 6 meses. • Tanto para as mulheres que amamentam quanto nas que não amamentam, o primeiro período menstrual é geralmente maior do que o normal e, frequentemente anovulatório. Peso Corporal Imediatamente após o parto, o peso da mulher diminui aproximadamente 4,5 a 5,5kg, devido a retirada do feto, da placenta e do líquido amniótico. Durante o puerpério imediato, são perdidos mais 2,5kg com resultado da diurese e da sudorese intensa.com resultado da diurese e da sudorese intensa. A gordura acumulada durante a gestação é utilizada pela mãe durante a lactação, durante os primeiros seis meses. Portanto a amamentação contribui para a perda de peso no período puerperal. Adaptação psicológica As mudanças de humor são comuns no período puerperal: alterações hormonais, conflito sobre o papel materno, insegurança pessoal, perdas anteriores de fetos, gestações sem sucesso, desconforto físico, cansaço. 1. Tristeza pós-parto1. Tristeza pós-parto Baby Blues é uma tristeza profunda, medo e um sentimento de impotência, insegurança que acomete a mamãe logo após o parto. Após tornar-se mãe todos os medos que não havia antes da gravidez vem á tona e uma onda de sentimentos estranhos como impotência e medo da morte podem aparecer nessa fase. Cerca de 80% das mulheres que tem seus bebês passam por uma fase de forte tristeza. 2. Depressão puerperal A depressão pós-parto é um transtorno psicológico que pode surgir logo após o nascimento do bebê ou até os seus 6 meses. em que a tristeza aparece algumas semanas depois do parto, vai ficando cada vez mais intensa a ponto de torná-las incapazes de exercer as mais simples tarefas do dia a dia, e elas passam a demonstrar apatia e desinteresse por tudo que as cerca. 3. Psicose puerperal. Também chamada de psicose pós parto é um exemplo de transtorno psicótico não especificado que ocorre na mulher que teve um bebê recentemente. Esta síndrome é geralmente Caracterizada por depressão materna, delírios e pensamentos de machucar a si mesmo e ao bebê. Os cuidados de enfermagem no puerpério se iniciam na primeira hora após o parto e incluem a verificação de sinais vitais, exame físico e psicossociais. Lavar as mãos antes e depois de prestar assistência à paciente. Verificas sinais vitais e lembrar que a alterações nos sinais vitais podem indicar complicações. Avaliar queixa de dor, investigar localização, intensidade e tipo de dor.dor. Proporcionar medidas físicas de alívio de dor. Inspecionar as mamas quanto ao tamanho, contornos, ingurgitamento e áreas de eritemas. Orientar a paciente quanto a higiene, integridade e sustentação das mamas Examinar o fundo uterino (involução uterina) Avaliação da diurese Promover a recuperação do transito intestinal, incentivando o aumento da ingesta hídrica, deambulação e dieta balanceada. Promover a reposição de líquidos perdidos durante o parto, incentivando a ingesta hídrica. Avaliar os lóquios, quanto quantidade, cor, cheiro e presença de coágulos. Orientar a paciente quanto a higiene íntima com água e sabão após cada micção ou evacuação, a fim de evitar o uso de papel higiênico, e orientando o uso de uma toalha limpa, de modo a higiênico, e orientando o uso de uma toalha limpa, de modo a promover asseio, conforto e cicatrização. Examinar as extremidades inferiores, observando presença de varizes ou edemas, simetria, forma, tamanho e temperatura em busca de sinais de tromboflebite Encorajar a deambulação precoce para diminuir o risco de tromboflebite, favorecer o peristaltismo intestinal. Permitir repouso confortável Incentivar a paciente a desenvolver o autocuidado Proporcionar um ambiente de apoio a fim de aliviar a ansiedade Estimular o contato entre mãe e bebê para facilitar o vínculo afetivo. Incentivar o aleitamento materno exclusivo, orientando sobre a importância para vida do binômio mãe-filho. Alojamento Conjunto De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o alojamento conjunto: “é um sistema hospitalar em que o recém-nascido sadio, logo após o nascimento, permanece ao lado da mãe, 24 horas por dia, num mesmo ambiente, até a alta hospitalar. Tal sistema possibilita a prestação de todos os cuidados assistenciais, bem como, aprestação de todos os cuidados assistenciais, bem como, a orientação à mãe sobre a saúde do binômio mãe e filho.” Em 1977 o MS começou a recomendar o alojamento conjunto as maternidades e em 1983 tornou-se obrigatório a instalação em todas as maternidades. O Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8.069, de 13 de julho de 1990, no capítulo I, Art. 10º, inciso V, diz que: “os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde da gestante, públicos e particulares, são obrigados a manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto a mãe”. Segundo a Portaria 1.016 do ministério de Saúde, de 26 de agosto de 1993, encontram-se regras e vantagens para o Alojamento Conjunto REGRAS • A adoção do alojamento conjunto não representa a extinção do berçário, pois este será necessário para prestar assistência aos recém-nascidos (R.N) que apresentarem riscos na sua adaptação à vida extrauterina. • O alojamento conjunto não é um método de assistência utilizado • O alojamento conjunto não é um método de assistência utilizado para economizar pessoal de enfermagem, pois tem alto conteúdo educativo, que deve ser considerado prioritário. • O exame físico do R.N. deve ser feito em seu próprio berço ou no leito materno. • O banho deve ser dado no alojamento conjunto • A pesagem do RN deve ser diária • As visitas serão diárias e a presença do pai deve ser estimulada e facilitadas, inclusive com ampliação dos horários. VANTAGENS Estimula e motiva o aleitamento materno, de acordo com as necessidades da criança, tornando a amamentação mais fisiológica e natural. Favorece a precocidade, a intensidade, a assiduidade do aleitamento materno e sua manutenção por um tempo mais prolongado. Fortalece o vínculo afetivo entre o binômio mãe-filho. Permiti a observação constante do RN pela mãe, o que faz Permiti a observação constante do RN pela mãe, o que faz conhecer melhor o filho. Oferece condições à enfermagem promover o treinamento materno por meio de demonstrações práticas dos cuidados indispensáveis ao RN. Manter vinculo biopsicossocial entre mãe, RN e familiares. Diminui o risco de infecção hospitalar. Facilitar o encontro da mãe com o pediatra, possibilitando trocas de informações entre ambos. Após a alta hospitalar o acompanhamento da puérpera e do recém- nascido e faz necessário para a identificação de alterações. A primeira consulta da puérpera e recém-nascido após a alta da maternidade, deve ocorrer até sete dias após o parto, pois boa parte das situações de morbidade e mortalidade materna e neonatal acontecem na primeira semana após o parto - “Primeira Semana de Saúde Integral” Objetivos: • Avaliar o estado de saúde da mulher e do recém-nascido; • Avaliar o retorno às condições pré-gravídicas; • Avaliar e apoiar o aleitamento materno; • Orientar o planejamento familiar; • Identificar situações de risco ou intercorrências e conduzi-las; • Avaliar interação da mãe com o recém-nascido; • Complementar ou realizar ações não executadas no pré-natal Avaliar • Condições do atendimento ao parto eao recém-nascido; • DADOS DO PARTO (data; tipo de parto; se cesárea, qual a indicação); • Se houve alguma INTERCORRÊNCIA NA GESTAÇÃO, NO PARTO OU NO PÓS-PARTO (febre, hemorragia, hipertensão, diabetes, convulsões, sensibilização Rh); • ALEITAMENTO (freqüência das mamadas – dia e noite –, dificuldades na amamentação, satisfação do RN com as mamadas, condições das mamas); amamentação, satisfação do RN com as mamadas, condições das mamas); • Alimentação, sono, atividades; • Dor, fluxo vaginal, sangramento, queixas urinárias, febre; • PLANEJAMENTO FAMILIAR (desejo de ter mais filhos, desejo de usar método contraceptivo, métodos já utilizados, método de preferência); • CONDIÇÕES PSICOEMOCIONAIS (estado de humor, preocupações, desânimo, fadiga, outros); • CONDIÇÕES SOCIAIS (pessoas de apoio, enxoval do bebê, condições para atendimento de necessidades básicas). • AVALIAR O ESTADO PSÍQUICO DA MULHER; • OBSERVAR ESTADO GERAL: pele, mucosas, presença de edema, cicatriz (parto normal com episiotomia ou laceração/cesárea) e membros inferiores; Examinar mamas, verificando a presença de ingurgitamento, sinais inflamatórios, infecciosos ou cicatrizes que dificultem a amamentação; • EXAMINAR ABDÔMEN: se há dor à palpação e involução uterina; • EXAMINAR PERÍNEO E GENITAIS EXTERNOS (verificar sinais de infecção, presença e características de lóquios); presença e características de lóquios); • VERIFICAR POSSÍVEIS INTERCORRÊNCIAS: alterações emocionais, hipertensão, febre, dor embaixo ventre ou nas mamas, presença de corrimento com odor fétido, sangramentos intensos. No caso de detecção de alguma dessas alterações, solicitar avaliação médica imediata, caso o atendimento esteja sendo feito por outro profissional da equipe; • OBSERVAR FORMAÇÃO DO VÍNCULO MÃE-FILHO; • OBSERVAR E AVALIAR A MAMADA para garantia do adequado posicionamento e pega da aréola.
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