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CIÊNCIAS CONTÁBEIS GUSTAVO RUBINS JOÃO CAIO LUCAS DOS SANTOS MARCOS CORDEIRO VITTOR MATEUS DIREITOS HUMANOS A Proteção Internacional Paraíso do Tocantins 2019 GUSTAVO RUBINS JOÃO CAIO LUCAS DOS SANTOS MARCOS CORDEIRO VITTOR MATEUS DIREITOS HUMANOS A Proteção Internacional Paraíso do Tocantins 2019 Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Paraíso do Tocantins – FECIPAR, como requisito parcial para a obtenção de nota na disciplina de Direitos Humanos. Orientador(a): Valdeni Brito Martins Sumário 1 OS DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS E SUA REGULAÇÃO INTERNACIONAL. .1 2 A PROTEÇÃO INTERNACIONAL......................................................................................2 2.1 A nova perspectiva do direito internacional.................................................................2 2.2 A afirmação internacional dos direitos fundamentais..................................................2 2.3 Os pactos internacionais.............................................................................................4 2.4 A proteção no âmbito da ONU.....................................................................................4 2.5 O tribunal penal internacional......................................................................................5 2.6 Os principais sistemas regionais de proteção: o sistema interamericano..................6 2.7 Os principais sistemas regionais de proteção: o sistema europeu.............................7 2.8 A proteção política dos direitos fundamentais.............................................................8 3 CONCLUSÃO...................................................................................................................10 Referências Bibliográficas....................................................................................................11 1 OS DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS E SUA REGULAÇÃO INTERNACIONAL Os direitos humanos relacionam-se em destacar os direitos básicos referentes a todo ser humano independente de cor, raça, crença, etnia ou partido político, além de assegurar esses direitos a todo cidadão em qualquer lugar. Esses direitos fundamentais podem se estender ao âmbito civil, político, social, cultural, econômico, assim como envolver aspectos difusos e coletivos. A essência dos direitos humanos é a defesa da igualdade, liberdade e fraternidade, promovendo a paz entre os povos e garantindo a segurança de todos os indivíduos das nações do mundo, e por essa razão, os Estados têm assumido esse compromisso e criado ferramentas para garantir esses direitos ao longo da história. Alguns documentos históricos como o Cilindro de Ciro feito após a conquista do Rei da Pérsia, chamado Ciro o Grande, sobre a Babilônia onde libertou os escravos e deu a liberdade de escolha para as pessoas que queriam seguir outra religião, a Magna Carta assinada pelo rei da Inglaterra João Sem-Terra com o intuito de restringir o exercício do poder absoluto, a Declaração da Independência dos Estados Unidos que libertou as Treze Colônias da América do Norte do domínio britânico, e por fim, a Declaração Universal dos Direitos Humanos criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), uma organização intergovernamental fundada com o propósito de reafirmar a fé nos direitos humanos fundamentais, comprometendo-se a defender a dignidade e valor da pessoa. No presente conteúdo que será apresentado adiante, o foco está em apresentar a legislação internacional que protege os direitos humanos fundamentais e as aplicações de correção para quem os transgridem, assim como descrever os órgãos competentes que analisam os acontecimentos ocorridos relacionados aos direitos básicos do ser humano. Também falaremos sobre os principais pactos internacionais criados pelos países para apoiar e garantir o exercício da lei, além dos sistemas regionais de proteção aos direitos humanos mais conhecidos na atualidade. 1 2 A PROTEÇÃO INTERNACIONAL 2.1 A Nova Perspectiva Do Direito Internacional Depois da Segunda Guerra Mundial, o direito internacional assumiu um novo posicionamento sobre a disciplina das relações entre os Estados acrescentando à sua esfera um novo campo para a afirmação e proteção dos direitos fundamentais. Como aponta Canotilho, isso era até então impensável. “O direito constitucional clássico considerava – assinala – o indivíduo como estranho, sendo recente a mudança de perspectiva”. Esta nova perspectiva foi motivada pela desvalorização aos direitos fundamentais característicos dos regimes totalitários. Essa mudança nasceu em reação às violações do nazismo e foi impulsionada após as revelações acerca dos abusos ocorridos na União Soviética. Este novo posicionamento expôs a afirmação internacional dos direitos fundamentais e o desenvolvimento de sistemas de proteção internacional de tais direitos, tanto por atuação política, quanto por meio jurisdicional. 2.2 A Afirmação Internacional Dos Direitos Fundamentais A Organização das Nações Unidas – ONU foi criada após o fim da Segunda Guerra, em 1945, com o objetivo de assegurar a paz entre as nações, além de “promover e estimular o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião”. Em 19348, a ONU, então, editou a Declaração Universal dos Direitos do Homem. É um texto elaborado com tratamento da Comissão de Direitos Humanos, emanado do Conselho Econômico e Social da ONU. Essa Comissão foi presidiada pela sra. Eleanor Roosevelt, viúva do Presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt. Na Declaração, destacou-se a contribuição de um jurista francês, René Cassin, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz por sua atuação, anos mais tarde. Também houve a colaboração do brasileiro Austregésilo de Athayde, membro da delegação à Assembleia Geral de 1948, que aprovou a Declaração em 10 de dezembro. 2 O texto da Declaração foi resultado do compromisso assumido pelos envolvidos, depois de apresentarem suas opiniões sobre os direitos do Homem, divergirem sobre o conteúdo e as características do texto, como também, definirem o alcance do documento. Na verdade, preponderou quanto a ele o pensamento dominante nos países liderados pelos Estados Unidos, ao tempo em “guerra fria” com a URSS e seu bloco de aliados. Isto se manifestou claramente na oportunidade de sua votação pela Assembleia Geral. A aprovação do texto se deu por expressivos 48 votos com oito abstenções dos seguintes Estados Internacionais: URSS, Belarus, Ucrânia, Tchecoslováquia, Polônia, Iugoslávia, e também Arábia Saudita e África do Sul e as ausências, na deliberação, dos representantes de Honduras e Iêmen. Observou-se claramente um desentendimento acerca do documento, entre os Estados liderados por comunistas e muçulmanos contradizendo os Estados democráticos ditos “ocidentais”. Não cause surpresa o voto favorável da China, que, à época, era regida por Chiang-Kai-Chek, aliado dos “ocidentais”. A Declaração Universal foi adotada e proclamada, juridicamente, por meio da Resolução n° 217-A, de 10 de dezembro de 1948, criada pela Assembleia Geral da ONU. Ela enuncia uma recomendação, não edita uma norma positiva, isto é, um conjunto de regras cogentes. Deflui isto claramente do seu próprio enunciado. O seu Preâmbulo conclui: “A Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos do Homem como o ideal comum – enfatizo – a atingir por todos os povos e todas as nações”… Sua finalidade, pois, não é editar normas de direito, mas sim, ser essencialmente educativa. Assim, prossegue: “A fim de que todos os indivíduos e todos os órgãos da sociedade, tendo esta Declaração constantemente no espírito, se esforcem, pelo ensino e pela educação, a desenvolver o respeito desses direitos e liberdades” etc. Juristas há que, hoje, pretendem sejaela cogente, usando de variados argumentos, dentre os quais uma supremacia absoluta do direito internacional que não é aceita pela maioria, muito menos pela prática da generalidade das nações. Exceção talvez possa ser o direito italiano, porque o art. 10, primeira parte, da Constituição de 1947 afirma: “A ordem jurídica italiana conforma-se com as regras de direito internacional geralmente reconhecidas”. 3 Em verdade, a comunidade internacional não a considera cogente. Torna-se isto evidente pela subsequente elaboração de pactos destinados a salvaguardar determinados direitos. 2.3 Os Pactos Internacionais Estes tratados internacionais que definem as obrigações aos Estados que os aderem concretizam a “juridicização da Declaração”, de acordo com Flávia Piovesan. Segundo ela, este processo apenas se concluiu em 1966 com a elaboração de dois tratados – o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, sociais e Culturais. Os Pactos foram objeto da Resolução n° 2.200-A da Assembleia Geral da ONU, de 16 de dezembro de 1966. Com o passar do tempo, acrescentaram-se vários aditamentos a esses tratados. Anteriormente nas Américas já havia sido editada a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem, em Bogotá, no ano de 1948, que influenciou na construção do Pacto de São José da Costa Rica, de 1969. Ao decorrer do tempo, mais outros tratados específicos foram criados com o objetivo de proteger determinados direitos. Como exemplo, as convenções contra o genocídio, contra a tortura e penas cruéis, desumanas, ou degradantes, contra as discriminações relativas à mulher, contra a discriminação racial, sobre os direitos da criança, sobre os direitos das pessoas com deficiência etc.. 2.4 A Proteção No Âmbito Da ONU A juridicização internacional dos direitos fundamentais, por si só, não se refletiu como instrumento efetivo para a sua proteção. Na institucionalização da ONU, em cuja Carta estão a promoção e o estímulo do respeito aos direitos fundamentais, não se determinaram os meios adequados para fazê-lo. Na verdade, ponha-se desde logo de parte a Corte Internacional de Justiça – que é o órgão judicial dessa organização –, cuja ação é bloqueada nessa matéria pelo fato de que apenas Estados, jamais indivíduos, podem perante ela postular. 4 Na estrutura primitiva da ONU, a promoção dos direitos fundamentais foi atribuída inicialmente a uma Comissão de Direitos Humanos inscrita no bojo do Conselho Econômico e Social. A ela não foi dada a missão de proteção dos direitos fundamentais, mas sim, de mera promoção destes pelo mundo afora, nisto incluída a edição de recomendações para a prevenção das violações. É certo que realmente o Protocolo Adicional ao Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (1966) abriu para os nacionais dos Estados que o hajam ratificado o direito de formular queixa a essa Comissão da ONU. Disto, porém, não resultará mais do que um parecer, após haver o Estado acusado prestado as informações que entender. Esse quadro não mudou, mesmo após a instituição do Conselho de Direitos Humanos, pela ONU, em 2006, sendo uma instituição autônoma, embora seja um sinal inequívoco da valorização dos direitos fundamentais neste século XXI. 2.5 O Tribunal Penal Internacional Um passo importante, porém, para a proteção internacional dos direitos fundamentais foi dado, em 1998, com o estabelecimento do Tribunal Penal Internacional, pelo Tratado de Roma. A criação desse Tribunal foi aprovada pela grande maioria dos participantes da conferência internacional que a discutiu (120 votos a favor, inclusive o do Brasil, contra 7, considerados os dos Estados Unidos, China e Israel, com 21 abstenções). O Tratado, tendo sido ratificado pelo número necessário de Estados já está em pleno vigor. Igualmente, o Tribunal também foi instalado e está em funcionamento. O Brasil é um dos Estados que aderiram ao Tratado, vinculando-se então ao Tribunal. A Emenda Constitucional n° 45/2004, posteriormente, deu a esta adesão o caráter constitucional, ao apresentar no §4° do art. 5° da constituição o seguinte conteúdo: “O Brasil se submete à jurisdição do Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão”. Isto se torna relevante, devido o fato de que o Tribunal não alcança os nacionais dos países que não aderiram ao seu Tratado. A competência desta Corte não inclui a punição de todos os crimes contra direitos fundamentais, mas é voltada essencialmente para a sanção do delito de genocídio, que, nos termos do art. 2° da convenção que o institua, abrange atos cometidos com a 5 intenção de destruir no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, tais como: a) Assassínio de membros do grupo; b) Dano grave à idoneidade física ou mental dos membros do grupo; c) Submissão intencional do grupo a condições de existência que lhe ocasionem a destruição física total ou parcial; d) Medidas destinadas a impedir nascimentos no seio do grupo e e) Transferência forçada de crianças de um grupo para outro grupo. Sendo algum destes crimes realizado, serão processados e julgados perante uma Corte composta de dezoito juízes. Atua junto a ela uma Promotoria internacional, que tem o papel essencial de promover a acusação dos suspeitos acusados de tais crimes. Prevê o Tratado que os culpados receberão pena de prisão, que, em regra, não excederá trinta anos, exceto para os casos em que o acusado é condenado a prisão perpétua, conforme as circunstâncias pessoais do culpado e a gravidade do delito, além da imposição de multa e o recolhimento dos bens que houver adquirido, direta ou indiretamente, em decorrência do crime. Cedo, porém, é uma apreciação dos méritos e deméritos dessa instituição. O otimismo idealista que suscitou tem de ser contrastado com o fato de que alguns dos Estados mais poderosos da atualidade se posicionaram contra normas do Tratado. Disto vem o risco de tornar-se o Tribunal uma Corte para sancionar os crimes dos mais fracos, ficando impunes os mais fortes. Registre-se que vários casos já foram submetidos a ele, referentes à ex- Iugoslávia, à Uganda, à República Democrática do Congo, à República Centro-africana, ao Sudão, ao Quênia, à Libéria e à Serra Leoa. 2.6 Os Principais Sistemas Regionais De Proteção: O Sistema Interamericano No plano regional, a proteção dos direitos fundamentais teve um maior desenvolvimento. O Sistema Interamericano, por exemplo, conta com a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica, de 1969), que 6 além de declarar esses direitos, prevê uma Comissão Interamericana de Direitos Humanos e uma Corte Interamericana de Direitos Humanos. Dentre as atribuições da Comissão, está a de apreciar “petições que contenham denúncias ou queixas de violação” dos direitos declarados (art. 44). Qualquer indivíduo ou entidade não governamental poderá realizar as tais denúncias para esta Comissão.. A referida Convenção regula o procedimento que a isso se segue, com possibilidade de serem solicitadas informações ao Estado denunciado. Mas, caso não haja uma solução amistosa, por que ela deve batalhar, a conclusão de seu trabalho será um relatório encaminhado ao Estado, ou Estados interessados que não poderão publicá- lo (art. 50). É certo que nesse relatório poderão ser formuladas proposições e recomendações. Decorridos três meses após o envio desse relatório, se o caso não houver sido solucionado, a Comissão poderá, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, emitir sua opinião e suas conclusões (art. 51). Fixará, pois, um prazo para que o Estado tome as medidas adequadas. A alternativa é a possibilidade de, ao final dos três meses referidos,a questão ser submetida apenas, por Estado interessado (art. 61), à apreciação da Corte Interamericana dos Direitos Humanos. Esta, se reconhecer a ocorrência da violação de um direito fundamental, reconhecido pela Convenção, haverá de determinar que se assegure ao prejudicado o gozo desse direito (art. 63). 2.7 Os Principais Sistemas Regionais De Proteção: O Sistema Europeu No plano europeu, existe um elaborado sistema de proteção internacional dos direitos humanos. Tem como fundamento a Convenção Europeia para a Proteção dos Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais, assinada em Roma, em 1950. Nela, existe uma declaração de direitos fundamentais (arts. 2 a 14) que não se diferencia da Declaração Universal. Ela é igualmente constituída de uma Comissão Europeia de Direitos Humanos e uma Corte Europeia de Direitos Humanos (art. 19). Alegando a violação desses direitos, qualquer pessoa física, qualquer grupo de pessoas ou entidade não governamental poderá ser representado pelo Secretário-Geral da Europa para dirigir-se à Comissão (art. 25). É realizado então, um procedimento 7 basicamente idêntico ao do sistema interamericano (já que este último tomou como base o documento europeu que é quase vinte anos anterior). O relatório da Comissão, todavia, é enviado ao Comité de Ministros da Comunidade. Esse é que, então, decidirá, pela maioria de dois terços de seus membros, se houve ou não a violação denunciada (art. 32). Entretanto, a Comissão poderá, havendo constatado o fracasso da conciliação amigável, submeter a questão à Corte (art. 47). Essa, a final, julgará o caso e, se entender que o ato denunciado – mesmo que praticado por autoridade judicial – viola os direitos reconhecidos, determinará a sua correção. Se isto não for possível ou se só de modo imperfeito permitir remediar as consequências de tal ato, concederá uma reparação razoável (art. 50). Como se vê, essa Convenção estabelece um controle protetor dos direitos humanos, inclusive erigindo a Corte Europeia numa instância superior à do judiciário dos Estados contratantes. De modo geral é positiva a apreciação dos juristas acerca do papel dessa Corte no que tange à proteção dos direitos fundamentais. Acrescente-se que a Corte de Justiça da União Europeia tem igualmente, pelo viés da aplicação do direito comunitário, zelado pelos direitos fundamentais. 2.8 A Proteção Política Dos Direitos Fundamentais Na estrutura da ONU, o principal órgão político é o Conselho de Segurança, embora formalmente a Assembleia Geral seja o supremo. Resulta isto do fato de que o integram os Estados de maior força e poder. Com efeito, é ele integrado por membros permanentes – que são as grandes potências – Estados Unidos, Rússia (sucedendo à da União Soviética, que a ela pertencia na origem), Reino Unido, China e França – e membros temporários eleitos, devendo-se nisso atender a uma “distribuição geográfica equitativa”. No Conselho de Segurança, as referidas grandes potências despõem do poder de votos, mas reclamam ou a concordância de todas as grandes potências, ou a não oposição – a abstenção – de qualquer delas. A função primordial deste Conselho é a “manutenção da paz e segurança internacionais”, mas dele têm partido ações destinadas à proteção de direitos 8 fundamentais em regiões incendiadas por graves conflitos. Note-se que essas intervenções visam a proteger o gozo dos direitos fundamentais de uma comunidade não os de indivíduo ou indivíduos específicos. Tais ações sobrepõem-se à soberania do Estado em que as áreas conflituosas se inscrevem. Assim, deu-se em Kossovo, no Iraque e recentemente na Líbia etc. As intervenções têm várias implicações importantes e significativas. Uma delas é relativizar a noção de soberania, admitindo a interferência da sociedade internacional em assuntos “internos” de um Estado determinado. Outra, exatamente a demonstração de que, na cultura política da atualidade, os direitos fundamentais e sua proteção têm preeminência sobre os interesses de qualquer Estado e da política de seu governo. Entretanto, não se pode deixar de apontar que elas são condicionadas por fatores políticos, bem como de conveniência. Dependem, por um lado, do acordo entre as grandes potências que, por interesses próprios, podem obstar, pelo veto, a intervenção em Estados aliados ou por que tenham simpatia. E sempre presumem uma avaliação de seus riscos e custos, não apenas a gravidade da violação ou ameaça aos direitos fundamentais. A posição do direito constitucional brasileiro em face de tais intervenções é ambígua. O art. 4° da Lei Magna em vigor, que fixa os princípios a serem observados nas relações internacionais, inscreve, no inciso II, “a prevalência dos direitos humanos”, enquanto no inciso IV prescreve a “não intervenção”. E o inciso VII prega a “solução pacífica dos conflitos”. Obviamente, a intervenção para a prevalência dos direitos fundamentais nega o inciso IV para atender o inciso II… E se intervenção envolver conflito bélico – o que normalmente ocorre – colide com o inciso VII. 9 3 CONCLUSÃO Os direitos humanos fundamentais são e devem ser levados muito a sério, pois estes representam e protegem não somente o ser humano, mas defendem a dignidade e valores essenciais para a vida ao qual toda pessoa deseja e precisa ter, que é a liberdade, igualdade e fraternidade e assim, construir um mundo de harmonia e paz que é o objetivo dos direitos humanos. Para alcançar esses ideais e propósitos têm-se feito necessário criar ferramentas que tragam efetividade aos compromissos assumidos pelas nações e povos em garantir esses direitos básicos no decorrer da história para que os direitos venham então a ser lembrados e exercidos corretamente em qualquer lugar. Enfim, nos dias atuais vê-se que os Estados Internacionais têm se empenhado a proteger e assegurar os direitos de cada cidadão, promovendo relações amistosas entre si, instituindo normas, tratados, declarações e outros meios para afirmar o seu dever em germinar a paz. Acima de tudo, vale lembrar que desde a Segunda Guerra Mundial, a questão dos direitos fundamentais tem sido discutida com mais importância e por esse motivo, ocorreu-se um desenvolvimento muito grande nesse assunto. 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves; “Direitos Humanos Fundamentais”; 14ª ed.; São Paulo; 2012; Edtra. Saraiva Breve Introdução ao Direito Internacional dos Direitos Humanos, Disponível em: https://jus.com.br/artigos/9228/breve-introducao-ao-direito-internacional-dos-direitos- humanos acesso em: 06/10/2019 11 https://jus.com.br/artigos/9228/breve-introducao-ao-direito-internacional-dos-direitos-humanos https://jus.com.br/artigos/9228/breve-introducao-ao-direito-internacional-dos-direitos-humanos 1 OS DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS E SUA REGULAÇÃO INTERNACIONAL 2 A PROTEÇÃO INTERNACIONAL 2.1 A nova perspectiva do direito internacional 2.2 A afirmação internacional dos direitos fundamentais 2.3 Os pactos internacionais 2.4 A proteção no âmbito da ONU 2.5 O tribunal penal internacional 2.6 Os principais sistemas regionais de proteção: o sistema interamericano 2.7 Os principais sistemas regionais de proteção: o sistema europeu 2.8 A proteção política dos direitos fundamentais 3 CONCLUSÃO Referências Bibliográficas
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