Buscar

ORQUESTRA SINFÔNICA JOVEM DE GOIÁS: ANTECEDENTES HISTÓRICOS E PRODUÇÕES ARTÍSTICAS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 63 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 63 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 63 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS 
LICENCIATURA EM MÚSICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADINA DOS SANTOS FEITOSA 
JÚLIA GABRIELLA DA SILVA NEVES 
LUIZ ANTÔNIO DE SOUZA RIBEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
ORQUESTRA SINFÔNICA JOVEM DE GOIÁS: 
ANTECEDENTES HISTÓRICOS E PRODUÇÕES ARTÍSTICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA 
2019 
ADINA DOS SANTOS FEITOSA 
JÚLIA GABRIELLA DA SILVA NEVES 
LUIZ ANTÔNIO DE SOUZA RIBEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ORQUESTRA SINFÔNICA JOVEM DE GOIÁS: 
ANTECEDENTES HISTÓRICOS E PRODUÇÕES ARTÍSTICAS 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de 
Licenciatura em Música do Instituto Federal de Educação, 
Ciência e Tecnologia de Goiás – Campus Goiânia, como 
requisito para a obtenção da nota final da disciplina de TCC 
e do título de licenciado(a)(s) em Música 
 
Orientador Prof. Dr. Marshal Gaioso Pinto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Karol Almeida da Silva Abreu CRB1/ 2.740 
Biblioteca Professor Jorge Félix de Souza, 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Câmpus Goiânia. 
 
 
 
 
 
F329o Feitosa, Adina dos Santos. 
 Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás: antecedentes históricos e produções artísticas / Adina dos 
Santos Feitosa; Júlia Gabriella da Silva Neves; Luiz Antônio de Souza Ribeiro. – Goiânia: 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Câmpus Goiânia, 2019. 
 60 f.: il. 
 
 Orientador: Prof. Dr. Marshal Gaioso Pinto. 
 
 TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) – Curso de Licenciatura em Música, Instituto Federal 
de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Câmpus Goiânia. 
 Inclui apêndice. 
 
 1. Orquestra – Goiânia (GO). 2. Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás. 3. Músicos – Goiânia 
(GO). I. Neves, Júlia Gabriella da Silva. II. Ribeiro, Luiz Antônio de Souza. III. Pinto, Marshal 
Gaioso (orientador). IV. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Câmpus 
Goiânia. V. Título. 
CDD 784.2 
Scanned with CamScanner
 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente agradeço a Deus, ao meu professor e orientador Dr. Marshal Gaioso Pinto, 
gratidão eterna aos meus amigos Luiz Antônio de Souza Ribeiro e a Júlia Gabriella da Silva 
Neves por compor este trabalho, ao professor Juliano Lima por compor a banca e por 
acrescentar informações primordiais para o sucesso do nosso trabalho final. Agradeço a minha 
psicóloga do Instituto Dr. Irene Lacerda Lemos por me mostrar que através da perseverança 
tudo se vence, ao meu esposo, a minha família e amigos e a todos os professores do IFG 
campus Goiânia que estiveram presentes durante todo o curso. 
(Adina) 
 
Gostaria de agradecer a Deus por ter me dado forças para não desistir e ter chegado até aqui. 
Gostaria de agradecer á minha mãe e meu pai que me deram todo o apoio necessário e que 
foram extremamente fundamentais para a minha formação. Agradeço a minha irmã e meus 
avós por sempre que mesmo tendo tão pouco, sempre me deram tudo, desde suporte 
emocional até o suporte financeiro. Aos meus professores que tiveram muita paciência 
comigo, em especial ao professor Marshal, que me ajudou em todos os aspectos acadêmicos. 
Ao meu amigo Luiz Antônio, que me deu total suporte psicológico para aguentar toda pressão 
do trabalho. Quero agradecer também, ao Caio que literalmente me acompanhou desde o 
início do processo de pesquisa, que me deu total apoio e força para persistir. 
(Júlia) 
 
Primeiramente a Deus por me dar força e saúde. Ao meu orientador Marshal Gaioso, que não 
mediu esforços, compartilhando técnicas e conhecimentos. Ao maestro Eliseu Ferreira, por 
disponibilizar todo material disponível. A minha família por sempre acreditar nos meus 
sonhos. A tia Bethe pela força e encorajamento, por ser um exemplo de humildade, caridade e 
amor. Ao Jackson pelo carinho e apoio, por me ajudar a tornar esse trabalho possível. As 
minhas colegas Julia e Adina por dividir a responsabilidade e esforço para tornar este trabalho 
realidade. 
(Luiz)
RESUMO 
 
Com base em uma pesquisa bibliográfica e arquivística, o presente trabalho tem o objetivo de 
investigar as características das produções artísticas apresentada pela Orquestra Sinfônica 
Jovem de Goiás (OSJG) desde sua fundação até o ano de 2018. Considerando que há 
pouquíssimas informações escritas a respeito da OSJG, é relevante investigar as 
circunstâncias na criação da mesma. Para melhor compreensão, esta pesquisa possui 
abordagem qualitativa, pois, por meio de análise das fontes encontradas foi feito também um 
levantamento das trajetórias de outras orquestras que atuam ou atuaram na capital de Goiás. 
Possui também uma abordagem quantitativa, pois, através de uma extensa pesquisa 
arquivística, foi possível encontrar programas de concerto que foram analisados para chegar 
às estatísticas que serão apresentadas ao longo do trabalho. 
 
Palavras-chave: Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás. Orquestra em Goiânia. Músicos em 
Goiânia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This current study has the objective of investigating the characteristics of the artistic 
productions presented by "Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás" (OSJG) from the moment it 
was founded, up until the year of 2018, using bibliographic research, and archival studies as a 
basis. Since there is very little written in regards to the OSJG, it would be relevant to 
investigate the circumstances surrounding it's inception. For the sake of better comprehension, 
this paper uses a qualitative approach, since, by means of the analysis of the compiled 
sources, the trajectory of other orchestras that were active in Goiás’ capital was surveyed. 
There was also a quantitative approach, since, it is possible to find programs for concerts that 
were analyzed to reach the statistics that will be presented throughout the research. 
 
Keywords: Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás. Orchestra in Goiânia. Musicians in Goiânia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Representação gráfica do número de programas localizados da OSJG. .................. 26 
Figura 2 - Representação gráfica dos cinco compositores mais executados. ........................... 29 
Figura 3 - Representação gráfica da nacionalidade dos compositores. .................................... 30 
Figura 4 - Concerto da OSJPLT e Orquestra Infantil Mozart em 17 dez. 2014. ...................... 34 
Figura 5 - Representação gráfica da quantidade de instrumentistas que passaram pelos grupos 
pertencentes a OSJG. ................................................................................................................ 43 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 - Levantamento de atividades de 2004 a 2013 ......................................................... 27 
Quadro 2 - Levantamento de compositores por período .......................................................... 31 
Quadro 3 - Levantamento de regentes convidados. .................................................................. 39 
Quadro 4 - Levantamento de instrumentos solistas. ................................................................. 40 
Quadro 5 - Levantamento de spalle que passaram pelos grupos pertencentes à OSJG. ........... 44 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 8 
1 TRAJETÓRIA DAS ORQUESTRAS ACADÊMICAS, FILARMÔNICAS E 
SINFÔNICAS EM GOIÂNIA ............................................................................................... 10 
1.1 ORQUESTRAS ACADÊMICAS ...................................................................................... 11 
1.1.1 Primeira iniciativade música orquestral em Goiânia .................................................. 11 
1.1.2 Instituto de Artes da Universidade Federal de Goiás ...................................................... 11 
1.1.3 A Orquestra Feminina do Conservatório de Música da UFG ......................................... 12 
1.1.4 Orquestra Sinfônica da UFG ........................................................................................... 14 
1.1.5 Orquestra Sinfônica de Goiânia ....................................................................................... 14 
1.1.6 Orquestra de Câmara do Instituto de Artes da UFG ........................................................ 15 
1.2 ORQUESTRAS FILARMÔNICAS ................................................................................... 16 
1.2.1 Orquestra da Pró-Arte e “Orquestra de Amadores” ........................................................ 16 
1.2.2 Associação Goiana de Música ......................................................................................... 17 
1.2.3 Sociedade de Concertos Sinfônicos de Goiás.................................................................. 18 
1.3 ORQUESTRAS SINFÔNICAS ......................................................................................... 19 
1.3.1 Orquestra Filarmônica de Goiás ...................................................................................... 20 
1.3.2 Orquestra Sinfônica de Goiânia ....................................................................................... 21 
2 ANÁLISE QUANTITATIVA DAS TEMPORADAS DE CONCERTO DA 
ORQUESTRA SINFÔNICA JOVEM DE GOIÁS DOS ANOS DE 2004 A 2018 ...........25 
2.1 COMPOSITORES E REPERTÓRIO ................................................................................. 28 
2.2 REGENTES ........................................................................................................................ 31 
2.2.1 Os regentes titulares: ....................................................................................................... 32 
2.2.2 Os regentes assistentes e substitutos. ............................................................................... 35 
2.2.3 Os Regentes Convidados. ................................................................................................ 37 
2.3 SOLISTAS ......................................................................................................................... 40 
2.4 INSTRUMENTISTAS ....................................................................................................... 41 
CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 48 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 49 
APÊNDICE A – LISTA DE INSTRUMENTISTAS QUE PASSARAM PELA 
ORQUESTRA SINFÔNICA JOVEM DE GOIÁS DE 2004 A 2018 ................................. 50 
 
8 
 
INTRODUÇÃO 
 
Em 2001 foi criada a Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás (OSJG), com a 
proposta de oferecer de forma sistemática o aprendizado das habilidades específicas da 
profissão de músico de orquestra. Esta pesquisa buscou investigar as características da 
produção artísticas apresentada pela OSJG desde sua fundação até o ano de 2018. Procurou-se 
também investigar as circunstâncias que resultaram na criação do grupo. Muitos artistas 
passaram pela orquestra, assim, esta pesquisa elaborou também um levantamento extensivo de 
todos os artistas que atuaram junto ao grupo. Para melhor compreensão, foi feito um 
levantamento das trajetórias de algumas orquestras que atuaram em Goiânia, desde sua 
fundação em 1933 até o presente ano. 
Nesta pesquisa buscou-se examinar as características da produção artística 
apresentada pela OSJG, destacando-se sua atuação no meio musical goiano em termos de 
repertório, espetáculos e artistas disponibilizados através das atividades da orquestra. O 
presente trabalho não esgota a possibilidade das fontes levantadas em subsidiar várias outras 
pesquisas. 
A Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás é um dos mais importantes organismos 
culturais do estado de Goiás, formando vários músicos e alcançando projeção tanto nacional 
como internacional, em festivais e turnês. Apesar de sua importância no meio cultural goiano, 
a escassez de informações a respeito da orquestra é marcante, sendo poucos os trabalhos 
escritos a respeito da OSJG. 
Este trabalho realizou uma revisão bibliográfica e uma pesquisa arquivística. Três 
trabalhos foram fundamentais para a pesquisa, o livro Memória Musical de Goiânia (2002), 
escrito pela maestro Braz W. P. de Pina Filho; o artigo do Professor Othaniel Alcântara, 
Imagens sobre a Orquestra Filarmônica de Goiás: Uma breve retrospectiva (2016) e a 
monografia de Lorena Felipe Orquestra Sinfônica Jovem da Educação do Estado de Goiás: 
aspectos de uma trajetória (2007). Os resultados foram tratados de forma qualitativa, pois, se 
fez necessário analisar as constantes mudanças que as orquestras enfrentaram até chegar aos 
patamares atuais. Já na pesquisa arquivística, foram organizadas as informações referentes às 
temporadas da OSJG, separando-as por categorias, chegando a números e estatísticas, 
tornando-se então uma pesquisa quantitativa e qualitativa. 
Este trabalho está organizado em dois capítulos e um apêndice. No capítulo 1 foi 
realizado um levantamento histórico a respeito das orquestras que atuam ou já atuaram em 
Goiânia, com o intuito de resgatar a história desses grupos, para dar um direcionamento de 
9 
 
como chegou até a criação da OSJG. Esses grupos foram classificados em três categorias 
distintas: (1) orquestras acadêmicas, (2) orquestras filarmônicas e (3) orquestras sinfônicas. 
Para o capítulo 2 foram levantados 169 programas das temporadas de 2004 a 2018. Através 
deste levantamento foi possível chegar a informações especificas de repertório, regentes, 
solistas e instrumentistas da OSJG. O levantamento feito contém informações de todos os 
programas de concertos encontrados, incluindo os outros grupos administrados pela direção 
da OSJG. O apêndice 1 apresenta a lista de todos os instrumentistas que passaram pela 
orquestra. Estão separados por instrumento e ordem alfabética, contendo também uma lista 
específica para os spalle. 
 
 
10 
 
1 TRAJETÓRIA DAS ORQUESTRAS ACADÊMICAS, FILARMÔNICAS E 
SINFÔNICAS EM GOIÂNIA 
 
Este capítulo tem como finalidade apresentar a trajetória das orquestras em 
Goiânia. São discutidos os fatos relacionados aos processos de criação de cada uma delas e 
identificados os nomes dos músicos que tiveram uma importante atuação para a construção do 
movimento sinfônico da capital de Goiás. Por fim, são apontados os nomes daqueles que 
ainda dão continuidade aos projetos criados. Classificamos as orquestras surgidas em Goiânia 
em três tipos: sinfônica, filarmônica e acadêmica. Os termos “sinfônica”, “filarmônica” e 
“acadêmica” serão utilizados aqui com acepções um pouco distintas do uso atual. Hoje em dia 
os termos “sinfônica” e “filarmônica” tendem a ser tratados como sinônimos, portanto, não há 
diferença essencial entre uma orquestra sinfônica e uma orquestra filarmônica. Entretanto, na 
definição tradicional considerava-se que orquestras sinfônicas eram mantidas pelo poder 
público e orquestras filarmônicas eram aquelas mantidas por inciativas privadas. As 
definições adotadas para esta pesquisa são mais próximas das definições originárias. Assim 
considera-se orquestra sinfônica, uma orquestra profissional ou semiprofissional mantida pelo 
poder público, seja ele estadual ou municipal. Por outro lado, orquestra filarmônica é uma 
orquestra mantida por iniciativa privada. Por fim, as orquestras acadêmicas são aquelas 
vinculadas a instituições de ensino. 
Definida a terminologia, em alguns casos, encontra-se uma dissonância entre osnomes e as categorias de classificação de algumas orquestras. Exemplo disso é a Orquestra 
Sinfônica da Universidade Federal de Goiás (UFG), que apesar do nome, é considerada aqui, 
uma orquestra acadêmica, pois, está ligada a uma instituição de ensino. Por outro lado, a 
Orquestra Sinfônica de Goiás, fundada em 1949, é considerada para o presente trabalho uma 
orquestra filarmônica, pois, foi mantida por algum tipo de inciativa privada. Por fim, a atual 
Orquestra Sinfônica de Goiânia, fundada pelo maestro Joaquim Jayme e hoje em dia dirigida 
pelo maestro Eliseu Ferreira, propriamente dita é considerada uma orquestra sinfônica, já que 
é mantida pelo poder público. 
 
11 
 
1.1 ORQUESTRAS ACADÊMICAS 
O termo “orquestra acadêmica” como citado acima será utilizado para designar as 
orquestras ligadas às instituições de ensino. Também será desenvolvida nesta pesquisa, a 
compreensão das mudanças que foram necessárias para a preservação de cada orquestra. 
 
1.1.1 Primeira iniciativa de música orquestral em Goiânia 
Em 1937, o Lyceu de Goyaz1, criado em 1847, foi transferido para Goiânia. Em 
seu currículo já constava a disciplina música. Joaquim Edison de Camargo (1900-1966), 
proveniente da Cidade de Goiás, se mudou para Goiânia para trabalhar na instituição como 
professor de música, ficando à frente da orquestra e do coral. Joaquim Edison foi violinista, 
compositor, regente e professor. De acordo com Pina Filho (2002, p. 20), Edison desenvolveu 
uma intensa atividade artístico-musical, montando um conjunto instrumental chamado 
Orquestra Enzinho de Oliveira, tendo esse nome em homenagem a um aluno que faleceu em 
um trágico acidente aéreo e que era um admirador de música. Essa orquestra era composta por 
alunos da própria instituição e permaneceu em atividade até o ano de 1955. 
É possível que Joaquim Edison tenha criado outra orquestra além desta batizada 
com o nome de Enzinho de Oliveira, pois, quando a orquestra da Pró-Arte é criada, foram 
aproveitados músicos da “Grande Orquestra” (PINA FILHO, 2002, p. 24) Não fica claro se 
essa “Grande Orquestra” é um grupo distinto ou se é a própria Orquestra Enzinho de Oliveira. 
 
 
1.1.2 Instituto de Artes da Universidade Federal de Goiás 
A partir de 1960, a criação da Universidade Católica de Goiás (UCG, atual PUC) 
e da Universidade Federal de Goiás (UFG) foi possível estimular o desenvolvimento da 
ciência, cultura e da educação no Estado. É partindo deste contexto que nascem em as duas 
escolas de artes de Goiás, a Escola Goiana de Belas Artes (EGBA) e o Instituto de Belas 
Artes de Goiás (IBAG, atual FAV), responsável pelos primeiros cursos formais de artes no 
estado de Goiás. 
 
1 Instituição fundada na antiga capital de Goiás. O Lyceu de Goyaz foi criado pela Lei n.9 de 17/06/1846 e 
instalado no ano seguinte. Permaneceu como a única instituição de Ensino Secundário em Goiás, até 1929. Na 
nova Capital, a partir de 1937, manteve-se em posição de destaque no cenário educacional goiano até meados do 
século XX. Braz Wilson Pompeu de Pina Filho, em “Memória Musical de Goiânia”, afirma que a transferência 
do Lyceu de Goyaz para Goiânia, em 1937, foi um marco importante para a implantação da música clássica na 
nova capital. (ALCÂNTARA JUNIOR. O Lyceu de Goiás e a música. Disponível em: 
<https://aredacao.com.br/colunas/71976/othaniel-alcantara/o-lyceu-de-goyaz-e-a-musica> ) 
12 
 
Em 1953, a Universidade Católica de Goiás (UCG) teve a oportunidade de abrigar 
a primeira escola de artes de Goiânia, a Escola Goiana de Belas Artes, entre as áreas 
constituidoras da EGBA estava a música. Os professores de música tinham como objetivo 
promover atividades didático-musicais em Goiânia e criaram o departamento de música 
chamado de Instituto de Música da Escola Goiana de Belas Artes. Mais tarde, 
descontentamentos por parte dos professores provocou no final de 1959 a cisão da EGBA. 
A respeito disso, Goya afirma que: 
 
“[...] a EGBA, instituição sem fins lucrativos lutava para suportar a falta de recursos 
e enfrentava internamente tanto problemas políticos quanto problemas ligados a 
concepções conservadoras que impediam o avanço da escola. Posteriormente 
subordinada à Universidade Católica de Goiás (UCG), passou a sofrer limitações 
advindas de tabus e preconceitos, obstáculos para o seu desenvolvimento.” (2010, p. 
2028). 
 
Então, em consequência desta crise, dez anos após a criação da Escola Goiana de 
Belas Artes, os professores passaram a trabalhar para a criação do Instituto de Música da 
Escola Goiana de Belas Artes de Goiás. Em 1956, quando já criado o instituto, o mesmo se 
desmembrou da escola e tornou-se o Conservatório Goiano de Música. Lá foi criada a 
Orquestra de Câmara do Conservatório Goiano de Música, regida pelo maestro Jean Douliez2. 
Então, em 1963, o Conservatório Goiano de Música foi integrado à Universidade 
Federal de Goiás, como uma de suas unidades fundadoras. Após a anexação foi chamado de 
“Conservatório de Música da UFG” e mais tarde de “Instituto de Artes da UFG”. Foi o 
Instituto de Artes que originou as atuais Faculdade de Artes Visuais (FAV) e Escola de 
Música e Artes Cênicas (EMAC). Praticamente por uma década, Goiânia contou com duas 
faculdades de artes plásticas, uma privada e a outra pública, até que em 1972 a EGBA foi 
transformada em Faculdade de Arquitetura da Universidade Católica de Goiás, encerrando 
assim seu curso de artes visuais em 1968. 
 
1.1.3 A Orquestra Feminina do Conservatório de Música da UFG 
Durante uma reunião do Corpo Docente do Conservatório Goiano de Música, 
Belkiss Spencière (1928-2005), naquela época diretora da instituição, que confidenciou em 
seu livro Andanças no Tempo, que: 
“O professor Jean Douliez apresentou-se desanimado, triste, queixando-se da 
impossibilidade de conseguir um bom rendimento nos ensaios da Orquestra da 
 
2 Sobre o maestro Jean-Douliez, ver seção 1.2.2. 
13 
 
Sociedade de Concertos Sinfônicos de Goiás: pela carência de músicos, sua 
frequência irregular e pontualidade não observada”. (MENDONÇA, 2006, p. 58). 
 
Então em 1959, Belkiss sugeriu ao maestro Douliez a criação de uma orquestra 
feminina formada por alunas e professoras do Conservatório Goiano de Música da UFG. Esse 
conjunto coexistiria com a orquestra da Sociedade de Concertos Sinfônicos de Goiás3. Quase 
todas as alunas eram pianistas e foram incentivadas a estudar um segundo instrumento, 
adquirido então pela Instituição. 
A Orquestra Feminina do Conservatório de Música ficou mais conhecida pelo seu 
caráter inovador com um conjunto instrumental composto inteiramente por mulheres. Foi a 
primeira orquestra feminina no Brasil, sendo notícia, inclusive em alguns países da Europa. 
Pina Filho afirma que: 
 
A Orquestra Sinfônica Feminina foi notícia em jornais e revista de quase todo o 
Brasil e também em países da Europa. Como exemplo, citam-se a revista brasileira 
de maior circulação na época, O Cruzeiro, em seu número de 11 de junho de 1960, e 
a revista Praline, de Hamburgo, Alemanha, na edição n° 7, de 28 de maio de 1961 
(PINA FILHO, 2002, p. 68). 
 
O grupo tinha como objetivo, educar a mocidade musical feminina. Mas apesar de 
todo o sucesso gerado pela inovação de se ter uma orquestra apenas de mulheres, sua 
existência foi bastante efêmera. A Orquestra Feminina deixou de funcionar em 1961 para não 
retornar mais. Para MENDONÇA, “foi um bom sonho, enquanto durou”. A autora ainda se 
justifica dizendo: “os namorados e noivos de suas integrantes começaram a não ver com bons 
olhos aquele conjunto musical que, além de lhes roubar a atenção das eleitas em todas as 
noites da semana, até já os separava para as viagens”. (2006, p. 59). 
Outros motivos para o fim precoce da Orquestra Feminina e também da Sinfônica 
de Goiás, em 1961, foram relatados pelo professor Braz Wilson Pompeu de Pina Filho:O fato principal que determinou seu encerramento [da Orquestra Sinfônica de 
Goiás], assim como o da Orquestra Sinfônica Feminina, logo no ano de 1961 deveu-
se a um concerto em que o maestro [Douliez] apresentava as suas duas orquestras, 
por ocasião de um seminário que reunia pessoas de várias partes do Brasil. Naquele 
concerto, a Orquestra Feminina, que ainda não havia conseguido um nível razoável 
de aptidão, e que despertava curiosidade mais pelo seu caráter inovador e plástico, a 
reação foi de “choque” contra os ouvidos de um público que não entendeu aquele 
tipo de trabalho. Assim, inúmeras frases desairosas foram rabiscadas nos 
guardanapos da sala de jantar, acompanhadas de muitas outras manifestações de 
desapreço por parte do público. Os componentes da Orquestra Sinfônica de Goiás 
decidiram, a partir desse incidente, não participar mais da Sociedade de Concertos 
Sinfônicos. (PINA FILHO, 2002, p. 71) 
 
 
3 Sobre a Sociedade de Concertos Sinfônicos de Goiás, ver seção 1.2.3. 
14 
 
Ainda em Goiânia, em 1955, Jean Douliez também foi responsável pela criação 
do movimento “Juventude Musical Brasileira”, movimento esse que passou a funcionar a 
partir de 1957. Esse movimento era patrocinado pelo Ministério da Educação e Cultura. 
Douliez também fundou em 1957 um grupo chamado de Orquestra de Câmara Alvorada. Com 
todo esse alvoroço, as atividades do maestro na cidade de Goiânia foram encerradas, 
definitivamente, com seu retorno à Bélgica, em 1965. 
 
1.1.4 Orquestra Sinfônica da UFG 
Em 1965, o professor Crundwald Costa também conhecido como Professor 
Costinha (1916-2002) retorna de seu repouso hospitalar à Goiânia prosseguindo seu trabalho 
na formação de instrumentistas de cordas e se responsabilizando novamente pela formação de 
uma orquestra sinfônica. Então, em 1968, inicia-se mais um movimento no sentido de 
continuar o trabalho com a música e no mesmo ano, a Universidade Federal conquista uma 
bolsa mensal para os músicos da nova Orquestra Sinfônica da UFG. Em 1968 a orquestra 
passou a ser regida pelo compositor Estércio Marquez Cunha (1941). Cunha é natural de 
Goiatuba, ex-aluno do Conservatório Goiano de Música e graduado em piano, com regência e 
composição. Mas, depois de grandes esforços, o desejo de formar uma orquestra sinfônica foi 
mais uma vez frustrado. O trabalho da Orquestra Sinfônica da UFG foi encerrado no ano de 
1969. Os motivos dessa interrupção ainda são desconhecidos. 
 
1.1.5 Orquestra Sinfônica de Goiânia 
Nos anos seguintes, Costinha continuou seu trabalho de ensino de instrumentos de 
cordas no Conservatório de Música, realizando também ensaios com a turma de cordas. 
Provavelmente, a partir desta turma que ele inicia em 1973 um trabalho a favor de uma 
orquestra sinfônica em Goiás. 
Após a retomada em favor da implantação de uma orquestra sinfônica em Goiás, 
em 1973, Braz Wilson Pompeu de Pina Filho, à convite do professor Costinha, iniciou um 
trabalho intenso com a turma de ensino de cordas, que acabou permitindo a continuidade na 
formação de uma orquestra. Braz Wilson Pompeu de Pina Filho, na época era aluno do 
Instituto de Artes, além de diretor e regente da Banda de Música de Goiânia. 
O resultado foi uma pequena orquestra, chamada de Orquestra Sinfônica de 
Goiânia. Mas, por não haver nível técnico e nem apoio material, o próprio maestro Braz de 
Pina dispensou o grupo de sopros proveniente da Banda de Música de Goiânia. A Orquestra 
15 
 
Sinfônica de Goiânia não durou muito, chegou ao fim em meados de 1974. Tornou-se 
impraticável uma orquestra sobreviver sem sustentação para o seu quadro pessoal ou verbas 
para a manutenção técnica. Mesmo com o fim da Orquestra Sinfônica de Goiânia, o naipe de 
cordas do Instituto de Artes continuou funcionando, dessa vez com o nome de ”Orquestra de 
Cordas da UFG”. 
Sabendo das dificuldades, Braz de Pina não desistiu de seu objetivo. Já que as 
sociedades particulares não tinham condições de manter um trabalho com o intuito de formar 
uma orquestra, Braz percebeu que a única solução era criar um vínculo entre a Universidade 
Federal de Goiás e o poder público, estadual ou municipal. “A proposta foi bem aceita. 
Entretanto, logo num primeiro momento, esbarrou-se nos entraves burocráticos. Por essa 
razão, a realização do sonho foi adiada para o início da década seguinte”. (ALCÂNTARA 
JUNIOR, 2016, p. 202). 
 
1.1.6 Orquestra de Câmara do Instituto de Artes da UFG 
Segundo ALCÂNTARA JUNIOR (2016, p. 202), outros grupos foram formados 
nas décadas seguintes. Um deles foi reorganizado no início de 1990 pelos professores 
Othaniel Pereira de Alcântara Jr. e Fernanda Albernaz do Nascimento, com a regência de um 
aluno da Instituição, o então clarinetista Marshal Gaioso Pinto. Esse grupo foi chamado de 
“Orquestra de Câmara do Instituto de Artes da UFG”. 
Fundada na década de 1980, a Orquestra de Câmara do Instituto de Artes da UFG, 
era inicialmente regida pelo músico Jorge Armando, mas por causa de um problema pessoal, 
teve que se afastar dos trabalhos dessa orquestra. Consequência disso é a interrupção dos 
trabalhos da Orquestra de Câmara do Instituto de Artes da UFG. 
É na década de 1990 que os alunos do Instituto de Artes da UFG, Marshal Gaioso 
Pinto, Othaniel Pereira de Alcântara Junior e Sávio Sperandio decidem reativar a antiga 
Orquestra de Câmara da UFG. Marshal fica responsável pela regência do grupo, Sávio fica 
com o cargo de spalla. E junto com o violinista Othaniel, a pianista Fernanda Albernaz do 
Nascimento que também era aluna do instituto, o acompanha para coordenar a Orquestra de 
Câmara da UFG. A orquestra do instituto era formada quase que inteiramente por alunos do 
curso técnico em instrumento e por dois alunos que cursaram a Graduação em Bacharelado 
em Violino, Sávio Sperandio e Othaniel Alcântara que além de coordenar o grupo junto com 
Fernanda, também era chefe dos segundos violinos. Para completar a formação da orquestra, 
eram convidados músicos da antiga Orquestra Filarmônica de Goiás. 
16 
 
Othaniel que era um dos coordenadores do grupo era também professor substituto 
na Escola de Música e Artes Cênicas da UFG (EMAC), mas quando seu contrato acabou, ele 
se afastou da orquestra. Marshal ainda continuou um tempo á frente na orquestra, mas em 
1994, foi contratado para ser regente assistente do maestro Emílio de César, na Orquestra 
Filarmônica de Goiás. Consequentemente, o grupo também chegou ao fim em 1994. 
1.2 ORQUESTRAS FILARMÔNICAS 
Como citado na seção anterior, orquestras filarmônicas são conjuntos criados e 
mantidos a partir da iniciativa de grupos privados. Sabe-se que Goiânia enfrentou diversas 
dificuldades para a criação de uma orquestra profissional. Várias tentativas nesse sentido 
foram realizadas, mas as dificuldades financeiras das instituições, a falta de interesse do poder 
público e falta de mão de obra especializada entre outros fatores, fizeram com que esse desejo 
fosse adiado por quatro décadas. 
Nesse meio tempo, porém, várias iniciativas privadas de criação e manutenção de 
uma orquestra sinfônica surgiram na capital, umas com mais fôlego, outras de vida mais 
efêmera. 
 
1.2.1 Orquestra da Pró-Arte e “Orquestra de Amadores” 
A Sociedade Pró-Arte foi fundada em 22 de outubro de 1945, criada pelo 
arquiteto, pintor, escultor e músico paulista José Amaral Neddermayer (1894-1951), que 
trabalhava nas obras de construção da nova capital. Esse foi o primeiro grande movimento 
artístico-cultural realizado em Goiânia. Essa sociedade, que tinha como um dos objetivos o 
desenvolvimento de atividades musicais, realizou diversas ações em que se articulavam os 
artistas das várias áreas da promissora capital goiana. O movimento uniu diversas 
manifestações de áreas como fotografia, dança e música. As atividades exercidas na 
Sociedade Pró-Arte tinham caráter didático englobavam todas as áreas artísticas,tendo a 
intenção de favorecê-los e uni-los, para divulgar a arte. De acordo com Pina Filho (2002, p. 
37), a Pró-Arte se preocupava com a informação que chegava ao público a respeito das artes, 
tanto quanto a formação de novos talentos. Além disso, a parte musical se destacou com a 
vinda de Érico Pieper, que era maestro e pianista e que chega à Goiânia na metade da década 
de 1940. Ele iniciou também um movimento a favor da música de câmara e foi diretor do 
17 
 
Departamento de Música da Sociedade Pró-Arte. Então em 1945, com o início das atividades 
da Sociedade, Pieper apresentou ao público a recém formada Orquestra da Pró-Arte. 
Acompanhando Pieper, vem de São Paulo o músico Crundwald Costa, também 
conhecido como professor Costinha, que então é convidado a ser o spalla da Orquestra da 
Pró-Arte. Foi responsável pela formação de várias gerações de violinistas em Goiânia, sendo 
uma das mais importantes figuras no ensino de violino no estado de Goiás. Além disso, 
Crundwald Costa foi luthier, afinador e reparador de pianos. Alcântara Junior (2016, p. 195) 
diz que é importante ressaltar que o professor Costinha, além de violinista na Sociedade Pró-
Arte, já havia criado em 1945, juntamente com o pianista Érico Pieper, um curso de música 
particular, com sede no Museu de Goiânia. 
Os ensaios da Orquestra da Pró-Arte eram realizados na casa do maestro Pieper. O 
grupo realizou vários concertos com caráter didático. Um dos objetivos desses concertos era a 
arrecadação de fundos para a aquisição de novos instrumentos para a criação de uma 
orquestra sinfônica. Na época, a ideia de manter um grupo sinfônico já vinha sendo discutida 
de maneira intensificada. Considerando o marco histórico-cultural da Pró-Arte para a cidade 
de Goiânia, sua existência no entanto foi curta, limitando-se apenas a quatro anos de vida, 
deixando de existir em 1948. 
Ainda assim os membros mais ilustres da orquestra ainda deram continuidade em 
seus trabalhos artísticos enriquecendo significativamente a cultura goiana. Com a criação da 
escola particular de música de Crundwald Costa e Érico Pieper, foram preparados alunos de 
piano e cordas friccionadas para formar um novo conjunto musical. Em 1949, esse conjunto 
dirigido pelo professor Costinha levava o nome de Orquestra Sinfônica de Goiás. Mas, apesar 
do nome, o grupo ainda era considerado amador, formado por jovens artistas. Além disso, o 
grupo era pequeno em relação à formação necessária para uma orquestra sinfônica, que 
geralmente gira em torno de sessenta músicos. Talvez por isso, de acordo com Alcântara 
Junior (2016, p. 195), o conjunto do professor Costinha adotou por volta de 1948 ou 1949 o 
nome “Orquestra de Amadores”. Esses jovens músicos eram advindos da antiga orquestra de 
Joaquim Edison de Camargo. 
 
1.2.2 Associação Goiana de Música 
Com a recém-criada Orquestra Sinfônica de Goiás, formada pelos jovens músicos 
amadores, esse grupo foi incorporado à Associação Goiana de Música, tornando-se a 
Orquestra Sinfônica da AGM (Associação Goiana de Música). Criada em 1950 por um grupo 
18 
 
de amantes da música, a AGM tinha por objetivo desenvolver o bom gosto pela música 
através da criação de uma orquestra sinfônica. A AGM promovia concertos sinfônicos com 
entradas gratuitas. A decisão da incorporação da orquestra de amadores à AGM foi tomada na 
primeira reunião da diretoria. Nessa mesma reunião se discutiu também a renúncia de 
Joaquim Edison de Camargo, spalla da Orquestra Sinfônica de Goiás regida pelo professor 
Costinha. Assim, a Orquestra Sinfônica de Goiás, passou a ser chamada de “Orquestra 
Sinfônica de Goiânia” e dando continuidade ao repertório apresentado pela antiga Orquestra 
da Pró-Arte. 
Porém, com todo esse processo realizado, infelizmente mais uma notícia chegou 
para abalar o crescimento musical de Goiânia. Em 1952, Costinha precisou se afastar do seu 
trabalho com a música em razão de um aneurisma. Foi aconselhado por médicos a dar uma 
pausa em suas atividades. Por conta dessa doença, passou anos longe de suas antigas 
ocupações musicais. Pina Filho (2002, p. 50) diz que em 1953, com o afastamento de 
Costinha, o movimento Orquestra Sinfônica já havia terminado, mas que através da indicação 
de alguns músicos, o movimento foi retomado, dessa vez entregue ao recém-chegado da 
Bélgica, maestro Jean-François Douliez. 
Jean Douliez era um respeitado educador, compositor, violinista, violoncelista e 
maestro belga. Foi convidado em 1954 a participar da formação e fundação do Instituto de 
Música da Escola Goiana de Belas Artes, tornando-se seu Diretor-Fundador. Juntamente com 
Luiz Curado, Douliez criou o departamento de música do Instituto de Música da Escola 
Goiana de Belas Artes 4. Esse departamento tornou-se independente em 1956, recebendo o 
nome de “Instituto de Música da Escola Goiana de Belas Artes”. Tornando-se em 1960, o 
Conservatório de Música da UFG e posteriormente em 1971, Instituto de Artes da UFG. No 
mesmo ano em que o departamento de música se tornou autônomo, quando ainda levava o 
nome de Instituto de Música da Escola Goiana de Belas Artes, de acordo com o extrato dos 
estatutos publicados no Diário Oficial de 12 de fevereiro de 1956, foi criada a Sociedade de 
Concertos Sinfônicos de Goiás, conforme afirmação de Pina Filho (2020. p.48 apud Diário 
Oficial – Nº 6.459, de 23.06.1951). 
 
1.2.3 Sociedade de Concertos Sinfônicos de Goiás 
Jean Douliez e Jacy Siqueira fundaram no dia 29 de setembro de 1956 a 
Sociedade de Concertos Sinfônicos de Goiás, dando a Goiânia novos estímulos no campo da 
 
4 A respeito do Instituto de Música da Escola Goiana de Belas Artes, ver seção 1.1.2. 
19 
 
arte. Além de fundador, Douliez foi regente titular da Orquestra Sinfônica da Sociedade de 
Concertos Sinfônicos de Goiás e diretor geral da sociedade. Essa sociedade tinha caráter 
apolítico e constituiu-se como personalidade jurídica com tempo de duração indeterminado. 
 
“A entidade teve por objetivo desenvolver a cultura musical em todas as suas 
modalidades, promover concertos e festividades para seus associados e públicos em 
geral, contrair obrigações com os governos federais, estaduais e municipais ou 
outras pessoas físicas ou jurídicas.” (PINA FILHO, 2002, p. 59). 
 
 
De acordo com Alcântara Junior (2016, p. 197), em 1956 retorna o movimento em 
prol de uma orquestra sinfônica na capital, dando continuidade ao trabalho iniciado por 
Joaquim Edison de Camargo, Érico Pieper e Crundwald Costa em anos anteriores. Então os 
músicos se reuniram novamente, formando a Orquestra da Sociedade de Concertos Sinfônicos 
de Goiás, posteriormente renomada como Orquestra Sinfônica de Goiás. Os ensaios 
aconteciam na sede do Conservatório Goiano de Música 5 (CGM). Ainda no ano de 1956, a 
Faculdade de Filosofia de Goiás, através do Teatro Escola, abriu as portas para a primeira 
apresentação da Orquestra Sinfônica de Goiás. Esse concerto contou com a colaboração do 
coro do Conservatório Goiano de Música. 
Houve mais uma tentativa por parte do maestro Levino de Alcântara na esperança 
de reativar a Orquestra Sinfônica de Goiás depois desse incidente6. 
Depois do incidente e do desligamento dos músicos foi inevitável o fim da 
Sociedade de Concertos Sinfônicos de Goiás. Nessa época, o Conservatório Goiano de 
Música se anexou à Universidade Federal de Goiás, automaticamente absorvendo a Orquestra 
Sinfônica de Goiás, que a partir de então, se chamaria Orquestra Sinfônica da Universidade 
Federal de Goiás7. 
1.3 ORQUESTRAS SINFÔNICAS 
Como explicado anteriormente, o termo “orquestra sinfônica” se refere a uma 
orquestra profissional ou semiprofissional mantidas pelo poder público. Sabe-se que por 
 
5 Sobre o Conservatório Goiano de Música, ver seção 1.1.2. 
6
“Entre 1961 e 1962 o maestro Levino Alcântara, um músico pernambucanoque trabalhava em Anápolis desde 
1957, tentou reativar a extinta Sinfônica de Goiás. Entretanto, Levino de Alcântara não obteve êxito. Assim, 
devido à falta de recursos e diante de um quadro pouco animador para o campo artístico, resolveu transferir-se 
para Brasília. Lá se tornou o responsável pela criação da Escola de Música e da primeira Orquestra Sinfônica do 
Distrito Federal.” (ALCÂNTARA JUNIOR, 2016, p. 200). 
7 Sobre a Orquestra Sinfônica da UFG, ver seção 1.1.4. 
20 
 
muitos anos Goiânia se empenhou em conseguir uma orquestra profissional, porém, sem 
resultados satisfatórios. 
 
1.3.1 Orquestra Filarmônica de Goiás 
A orquestra mais antiga ainda em funcionamento em nosso estado é a Orquestra 
Filarmônica de Goiás. Fundada em 1980, ela completará em 2020 quarenta anos de 
atividades. Seu primeiro regente fundador foi o maestro Braz Wilson de Pina Filho, que 
conseguiu junto ao então governador de Goiás, Ary Valadão, e ao seu secretário de cultura, 
Jacy Siqueira, a compra dos instrumentos e a contratação dos músicos que integrariam a 
primeira orquestra sinfônica profissional de Goiás. (PINA FILHO, 2002; ALCÂNTARA 
JUNIOR, 2016). 
Antes de ser chamada oficialmente de Orquestra Filarmônica de Goiás, a 
orquestra passou por algumas reestruturações que contavam com a melhoria das condições de 
trabalho de nível técnico-artístico, de ter uma equipe voltada só para o funcionamento do 
grupo e nos salários dos músicos. Inicialmente a orquestra criada e regida por Braz de Pina 
era chamada em 1980 de Orquestra Sinfônica de Goiás, permanecendo com esse nome até 
1988. Ainda no ano 1988, a orquestra passa por mais uma reestruturação, na qual foi liderada 
pelo maestro Joaquim Jayme. A primeira mudança era a modificação do nome, que tinha 
como objetivo a facilitação e a cooptação de fundos da iniciativa privada. Então no dia 25 de 
julho de 1988, é anunciado pelo Governador Henrique Santillo a Orquestra Filarmônica de 
Goiás (OFG). Porém, em 1990, foi anunciado o fim da Orquestra Filarmônica de Goiás, logo 
o desligamento de Joaquim Jayme da orquestra. Então, em 1992 a Orquestra Filarmônica de 
Goiás é reativada, dessa vez com a regência de Emílio de César e seu assistente, o maestro 
Marshal Gaioso Pinto. Porém, mais uma vez em 1994, não foi possível dar sequência no 
projeto relacionado à OFG. O projeto foi interrompido logo depois das eleições daquele ano. 
Devido á esta situação, Emílio e seu assistente Marshal pediram demissão, mas a pedido de 
Emílio, Marshal ainda ficaria á frente do grupo até a próxima contratação para os cargos de 
regente e auxiliar. Mesmo com as dificuldades, alguns músicos da orquestra indicam Sérgio 
Kuhlmann para a ocupação do cargo de maestro, tendo como assistente Eliseu Ferreira. Sérgio 
ficou até com a OFG até o fim de 1998. No ano seguinte, durante seu primeiro mandato, 
Marconi Perillo, transforma a Orquestra Filarmônica de Goiás em Orquestra de Câmara 
Goyazes, reduzindo também a quantidade de músicos. Estava á frente do grupo Eliseu 
Ferreira e Alessandro Borgomanero como Diretor Artístico, a orquestra permaneceu com esse 
21 
 
nome até 2011. É em 2012, através de um projeto elaborado pela musicista Ana Elisa dos 
Santos Cardoso que a orquestra volta a ter o nome de Orquestra Filarmônica de Goiás. Além 
do nome, esse projeto tinha como objetivos a obtenção de recursos humanos, novo plano de 
cargos e salários, além de uma programação completa antecipada. Na primeira temporada, a 
orquestra realizou cerca de vinte concertos dirigidos por Eliseu Ferreira. Então, em 2014, 
Eliseu convida o inglês Neil Thomson para o cargo de Regente Titular e indica também um 
assistente para Neil, o ex- assistente de Emílio de César, que em 1994, regeu a Orquestra 
Filarmônica de Goiás, Marshal Gaioso Pinto. 
Desde então, a OFG realiza turnês nacionais, como o Festival Campos de Jordão, 
recebe renomados artistas nacionais e internacionais, como o Isaac Karabtchevsky, Fábio 
Mechetti, Nelson Freire, Antônio Menezes, Arnaldo Cohen, Michael Collins, além do próprio 
maestro titular da orquestra, o maestro Neil Thomson. Realiza também estreias de peças de 
compositores nacionais, como os compositores Estércio Marquez Cunha, Ronaldo Miranda, 
Érico Pieper, entre outros. A Orquestra Filarmônica de Goiás executa também a discografia e 
projeto Naxos dos compositores Guerra-Peixe e Cláudio Santoro. Para finalizar, Alcântara 
Junior (2016, p. 190), relata que no ano de 2015 foi divulgada a relação dos melhores 
concertos nacionais, como uma das categorias da enquete “Melhores do Ano”, organizada 
pelo Jornal “Folha de São Paulo”. O resultado da votação do público e jurados especializados 
indicou a apresentação da Orquestra Filarmônica de Goiás (OFG). 
 
1.3.2 Orquestra Sinfônica de Goiânia 
Retornando para o ano de 1993, logo após o fim da primeira reestruturação da 
Orquestra Filarmônica de Goiás, foi criado pelo maestro Joaquim Jayme a Fundação 
Orquestra Sinfônica de Goiânia, da qual ele foi regente titular e presidente desde a fundação 
até o final do ano de 2000, o que inclui os mandatos dos prefeitos Darci Accosi e Nion 
Albernaz. A Fundação Orquestra Sinfônica de Goiânia era uma das unidades da Secretaria 
Municipal de Cultura, abrigando uma orquestra composta por 75 músicos e um coro de 48 
vozes. Tem como objetivos a divulgação e coordenação das atividades de música sinfônica, 
além do apoio à música de câmara e lírica a serviço do desenvolvimento cultural de Goiânia. 
 Em 2001, durante a gestão do Prefeito Pedro Wilson, assumiu a direção da 
orquestra o maestro Marshal Gaioso Pinto, sendo substituído por Emílio de Cesar em agosto 
de 2003. Em 2005, Joaquim Jayme retomou seu trabalho à frente da Sinfônica de Goiânia, 
permanecendo como seu maestro titular até sua morte em 2017. Após o falecimento do 
22 
 
maestro Joaquim Jayme, Eliseu Ferreira torna-se responsável pela direção e regência da 
Orquestra Sinfônica de Goiânia. 
A Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás (OSJG) é uma das mais importantes 
iniciativas na área da música no estado. Sediada em Goiânia, a orquestra tem se apresentado 
não só em Goiás, mas também pelo Brasil e até mesmo no exterior, sendo a única orquestra 
goiana com atuação fora do país. Na verdade, a OSJG tem um trabalho de destaque na 
articulação entre desenvolvimento estético e social no país. Hoje dirigida pelo maestro Eliel 
Ferreira, a orquestra é composta por mais de uma centena de alunos, distribuídos em três 
diferentes grupos, de acordo com o desenvolvimento técnico-musical e a idade de cada 
indivíduo. A OSJG está sediada no Instituto Tecnológico de Goiás (ITEGO) em Artes Basileu 
França e é, portanto, vinculada ao Governo do Estado de Goiás. 
O ITEGO Basileu França é uma das maiores escolas de arte do Brasil. Sua origem 
está na Escolinha de Arte, fundada em 1967. Depois de mais de uma década de 
funcionamento, a escola passou a se chamar, em 1980, Escola de Arte Veiga Valle (FELIPE, 
2007, p. 22-23), em homenagem ao grande artista plástico nascido em Meia Ponto 
(Pirenópolis) no início do século XIX. “Em 2002, a escola passa por uma grande 
transformação, se tornando um centro de educação profissional em artes e seu nome passando 
a homenagear o autor de Música e Maestros.” (FRANÇA, 1962). 
A iniciativa que resultaria na formação da OSJG se deus em 2001, quando a 
maestrina Volga-Lena criou a Orquestra Infantil do Veiga Valle. Por um breve espaço de 
tempo o grupo foi regido pelo compositor e pianista Sérgio Kuhlmann, até que em 2002 
assume a direção da orquestra o maestro Eliseu Ferreira, levando a agora nomeada Orquestra 
Sinfônica Jovem de Goiás a um novo patamar de realizações artísticas (FELIPE, 2002, p. 27). 
A OSJG realiza concertos não só na sua sede, o Teatro Basileu França, como 
também nas principais salas de concerto da capital. Além disso, o grupo se apresenta em 
teatros, auditórios e espaços alternativos no interiordo estado. Nos últimos anos a orquestra 
tem alcançado uma projeção nacional, apresentando-se em importantes eventos pelo país, 
como os festivais internacionais de Campos do Jordão e Trancoso. 
Entre as principais realizações artísticas da OSJG estão certamente as cinco turnês 
internacionais empreendidas na última década. A primeira delas foi em 2011, quando o grupo 
fez oito concertos pela Espanha. Patrocinada pela empresa ENDESA, a turnê incluiu um 
concerto no Palau de la Musica, na cidade de Barcelona. Em 2013 e em 2015, músicos da 
OSJG se uniram a instrumentistas do projeto El Sistema para uma série de concertos na 
Venezuela. El Sistema é considerado uma das mais interessantes iniciativas de educação 
23 
 
musical em todo o mundo. Entre as duas viagens para a Venezuela, a OSJG excursionou pela 
Alemanha, tocando música brasileira e alemã em várias cidades do país europeu, inclusive em 
Bonn, cidade natal de Ludwig van Beethoven. Finalmente, na virada de 2016 para 2017, a 
OSJG se tornou a primeira orquestra brasileira a realizar concertos na China. 
O período de intensas atividades ocorrido na segunda década do século XXI foi 
possibilitado por uma importante iniciativa do Governo do Estado de Goiás. Em 2005, o então 
governador Marconi Perillo criou o programa bolsa-orquestra, com o objetivo de dar suporte 
financeiro aos jovens instrumentistas para que esses pudessem permanecer na atividade. O 
impacto do programa foi imenso, afetando não só o engajamento dos alunos com a orquestra, 
mas também aumentando significativamente o interesse de novos participantes. O aumento na 
demanda possibilitou a criação de dois novos grupos de alunos, chamados a princípio de 
“Orquestra B” e “Orquestra C”, ficando o grupo principal com o nome de “Orquestra A”. Os 
três grupos formavam então a Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás. Eventualmente, a 
nomenclatura dos grupos se alteraria. Por um breve tempo a orquestra se chamaria “Orquestra 
Sinfônica Jovem da Educação”, em referência à Secretária Estadual de Educação, e os grupos 
“B” e “C” seriam renomeados respectivamente “Orquestra Sinfônica Jovem Pedro Ludovico 
Teixeira” e “Orquestra Infantil Mozart”. 
O sucesso da OSJG inspirou a criação de novos projetos de educação musical com 
foco na prática de orquestra. A própria ENDESA, que havia patrocinado a turnê para a 
Espanha em 2011, financiou a criação de uma orquestra jovem na pequena cidade de 
Cachoeira Dourada nos moldes da OSJG e dirigida pelo próprio maestro Eliseu Ferreira. 
Além disso, impulsionado pela projeção alcançada pela OSJG e pelo impacto positivo na 
região de Cachoeira Dourada causado com a criação da orquestra, o então governador 
Marconi Perillo lançou o desafio de criar dez polos da Orquestra Jovem em diferentes cidades 
do interior do estado. 
Dirigida desde 2016 pelo maestro Eliel Ferreira, a OSJG enfrenta novos e velhos 
desafios, sendo eles o pagamento atrasado das bolsas por exemplo. Nos seus quase vinte anos 
de existência, a orquestra tem causado grande impacto no meio cultural goiano. Como 
veremos com detalhes no próximo capítulo, o ITEGO em Artes Basileu França, por meio da 
OSJG, tem contribuído significativamente na formação de novos profissionais para atuarem 
nas orquestras goianas, bem como em organismos sinfônicos de outros estados. Suas 
temporadas são responsáveis pela formação de um sólido público apreciador de música 
sinfônica em Goiás. Assim, a Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás é uma das principais 
24 
 
ferramentas do Governo do Estado para o processo de democratização do acesso à cultura em 
Goiás. 
25 
 
2 ANÁLISE QUANTITATIVA DAS TEMPORADAS DE CONCERTO DA 
ORQUESTRA SINFÔNICA JOVEM DE GOIÁS DOS ANOS DE 2004 A 2018 
 
Neste capítulo é apresentado uma análise quantitativa elaborada através do 
levantamento dos programas de concerto que foram coletados durante a preparação deste 
trabalho. Sabe-se que a Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás (OSJG) começou suas atividades 
no ano de 2001 e desde então vem realizando temporadas anuais de apresentações e 
concertos. Para este capítulo iremos apresentar dados levantados de todos os grupos 
instrumentais coordenados pela mesma administração da OSJG, sendo eles: Orquestra 
Sinfônica Jovem da Educação (OSJE); Orquestra Sinfônica Jovem da Educação B (OSJEB); 
Orquestra Sinfônica Jovem da Educação C (OSJEC); Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás 
(OSJG); Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás B (OSJGB); Orquestra Sinfônica Jovem de 
Goiás C (OSJGC); Grupo de Sopros e Percussão (GSP); Orquestra Sinfônica Jovem Pedro 
Ludovico Teixeira (OSJPLT), Orquestra Infantil e Orquestra Infantil Mozart. Até o ano de 
2006 a orquestra era intitulada “Orquestra Sinfônica Jovem da Educação”, e a partir de maio 
de 2006 passa a incluir o nome do estado, sendo renomeada como “Orquestra Sinfônica 
Jovem de Goiás”. O mesmo ocorre para os grupos “B” e “C” que em 2014 são renomeados 
“Orquestra Sinfônica Jovem Pedro Ludovico Teixeira” e “Orquestra Infantil Mozart”. 
As orquestras em geral costumam entregar em seus concertos um impresso ou 
panfleto, referido como “programa de concerto” no qual encontra-se informações sobre 
repertório, instrumentistas, solistas e maestro. Essas informações servem para aproximar o 
público do repertório que será apresentado e também para deixar registrado a atividade ali 
ocorrida. No caso dos grupos da OSJG, temos programas datados de 2004 até 2018. Mesmo 
em atividade desde 2001, não foram encontrados programas anteriores a 2004. Muitos fatores 
podem ter ocasionado isso, incluindo técnica de arquivamento inadequado e/ou falta de 
pessoas destinadas a esse trabalho. 
Todas as informações aqui disponibilizadas são referentes a dados extraídos de 
169 programas de concertos. No Instituto Tecnológico de Goiás (ITEGO) em Artes Basileu 
França8 foram coletados 116 programas. Esses arquivos encontravam-se acondicionados no 
foço do Teatro Escola Basileu França (TEBF), sobre uma mesa, sem qualquer cuidado com a 
preservação. Juntamente com os programas estavam também acondicionados materiais de 
 
8 O ITEGO em Artes Basileu França deixa de ser chamado de Cetro de Educação Profissional em Artes Basileu 
França (CEPABF) em 2015 através da criação da Lei N° 18.931/2015, atendendo às disposições da Lei N. 
11.741/2008. 
26 
 
natureza variada, incluindo documentos da antiga Filarmônica de Goiás e da Orquestra de 
Câmara Goyazes9. O levantamento dos programas durou seis meses, tomou-se todos os 
cuidados, usando luvas e mascaras, levando em consideração que o material estava cheio de 
poeira e mofo. Após o processo de separação, seguiu-se a catalogação. Para isso foram 
escaneados todos os programas e separados por data. Atualmente, esse material físico 
encontra-se aos cuidados do Arquivo da OSJG. Após a conclusão da separação e catalogação 
dos dados, o Maestro Eliseu Ferreira disponibilizou todo material que tinha em seu 
computador (pessoal) no período em que esteve à frente da orquestra. Com isso conseguiu-se 
mais 53 programas, totalizando 169 itens. 
No gráfico abaixo é apresentada a quantidade de programas encontrados 
distribuídos por ano. Nota-se uma quantidade bastante variável entre eles. É importante 
esclarecer que a quantidade de programas não define necessariamente a quantidade de 
atividades realizadas. É possível considerar que essa discrepância seja consequência da 
ausência de procedimento de arquivamento dos programas e também pelo fato de que em 
muitos concertos didáticos e eventos governamentais os programas de concerto, não são 
utilizados. 
 
Figura 1 - Representação gráfica do número de programas localizados da OSJG. 
 
Fonte: Programas de concerto dos anos de 2004 a 2018
 
Não se sabe ao certo o que causou essa discrepância entre alguns anos e outros, 
mas percebe-se que no período em que o maestro Eliseu permaneceu à frente da orquestracomo maestro titular ou diretor artístico, essa quantidade de programas é maior do que a partir 
 
9 Ver 1.3.1 
4
11 11 12
22
10
23
13
16
13
4
7 9 8 6
2 0 0 4 2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7 2 0 0 8 2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5 2 0 1 6 2 0 1 7 2 0 1 8
ANO 
Nº DE PROGRAMAS LEVANTADOS POR ANO
27 
 
do ano em que ele se afasta da OSJG e assume a Direção do até então Centro de Educação 
Profissional em Artes Basileu França. No período em que a orquestra esteve aos cuidados do 
maestro Eliseu, 135 programas foram coletados (até o ano de 2013), restando 34 programas 
apenas entre 2014 e 2018. É uma diferença significativa, pois trata-se de 79,8 % de todos os 
programas coletados. 
Com o material disponibilizado pelo maestro Eliseu Ferreira, foram encontradas 
informações sobre as atividades realizadas de 2004 a 2013, esses dados indicam 318 
apresentações. Tal diferença poderia afetar aos dados aqui disponibilizados caso não 
levássemos em conta os concertos didáticos e com caráter político. Para essas apresentações 
didáticas costuma-se tocar um repertório voltado a músicas populares entre as orquestras, não 
tendo a necessidade de um novo repertório a cada apresentação. Tais mudanças ocorrem com 
maior ênfase no fim de cada semestre. Sendo assim são apresentados dados e informações 
baseadas em estatísticas. 
Para melhor compreensão segue o quadro com informações a quantidades de 
concertos realizados pelos grupos da OSJG, destacando as cidades visitadas e uma estimativa 
de público atingido entre 2004 a 2013, tais informações não foram organizadas da mesma 
maneira nos anos seguintes. 
 
Quadro 1 - Levantamento de atividades de 2004 a 2013 
Ano Concertos 
Realizados 
Cidades Visitadas 
Estimativa 
de Público 
Atingido 
2004 10 Anápolis - GO. 15.000 
2005 15 
Anápolis - GO, Caldas Novas - GO, Cidade de Goiás - 
GO e Senador Canedo - GO. 
20.000 
2006 25 
Aparecida de Goiânia - GO), Anápolis - GO, Brasília - 
DF, Caldas Novas - GO, Ceres - GO, Cidade de Goiás - 
GO, Goianésia - GO e Pirenópolis - GO. 
25.000 
2007 34 
Anápolis - GO, Aparecida de Goiânia - GO, Goianésia - 
GO e Morrinhos - GO. 
30.000 
2008 34 
Anápolis - GO, Piracanjuba - GO, Piranhas - GO e Santa 
Helena de Goiás - GO 
30.000 
2009 44 
Anápolis – GO, Aparecida de Goiânia - GO, Aragoiânia 
- GO, Brasília - DF, Cachoeira Dourada - GO Cidade de 
Goiás - GO, Catalão - GO, Goiatuba - GO, Itumbiara - 
GO, Luziânia - GO, Porangatu - GO, Rio Verde - GO, 
Santa Helena de Goiás - GO e Santos - SP. 
450.000 
2010 29 
Anápolis - GO, Campos do Jordão - SP, Guaratinguetá - 
SP, Itumbiara - GO, Inhumas - GO e Silvânia – GO. 
35.000 
28 
 
2011 35 
Teresópolis - RJ, Rio de Janeiro - RJ, Bela Vista - GO, 
Posse - GO, Lleida (Espanha), Granada (Espanha), Vila-
Seca (Espanha), Barcelona (Espanha), Anápolis - GO, 
Catalão - GO, Mineiros – GO. 
38.000 
2012 44 
Cachoeira Dourada - GO, Corumbaíba - GO, Jataí - GO, 
Anápolis - GO, Catalão - GO, Ceres - GO, 
45.000 
2013 48 
Catalão - GO), Goianira - GO), Cachoeira Dourada - 
GO, Cachoeira Dourada de Minas - MG, Corumbaíba - 
GO, Formosa - GO, Trindade - GO e Luziânia – GO. 
48.000 
Fonte: Arquivo pessoal do maestro Eliseu Ferreira 
2.1 COMPOSITORES E REPERTÓRIO 
Ao coletar os dados para este trabalho, chegamos a uma variedade de músicas e 
compositores. Ao total foram encontradas 560 músicas que levando em consideração a 
quantidade de programas, chega a uma média de três músicas por programa, no entanto 
algumas músicas foram executadas mais de uma vez, gerando um total de 1058 execuções, 
ficando então com média de seis músicas por programa. Essa quantidade de músicas também 
traz uma boa quantidade de compositores, 266 ao total. Esses dados nós trazem informações e 
características de estilo usados pelos grupos da OSJG, sendo possível identificar uma 
tendência por compositores, obras e períodos. Os dados apresentados referem-se a 
composições originais, movimentos executados separadamente do restante da obra e arranjos, 
os quais foram contabilizados para o compositor da obra e não para o arranjador. 
Dos 266 compositores podemos destacar que 106 tiveram suas obras executadas 
somente uma vez. Uma grande parte chegou a ter nove execuções, que foram 244 
compositores. E vinte compositores se destacaram com no mínimo onze ou mais execuções. 
O compositor que mais se destacou em número de obras foi W. A. Mozart (1756 - 
1791) que teve um total de 23 obras executadas. Algumas de suas obras foram executadas 
repetidas vezes, sendo a mais executada a abertura da ópera A Flauta Mágica, com onze 
execuções. No total, foram 41 execuções das obras de Mozart. Mesmo Mozart possuindo uma 
maior variedade de obras no programa, L. v. Beethoven (1770 - 1827), com apenas 16 obras, 
obteve um total de 61 execuções, o que o deixa no topo de compositor mais executado. No 
gráfico a seguir destaca-se os cincos compositores mais executados. 
 
29 
 
Figura 2 - Representação gráfica dos cinco compositores mais executados. 
 
Fonte: Programas de concerto dos anos de 2004 a 2018 
 
Entre obras mais executadas, destacam-se quatro. Em primeiro lugar o 1º 
movimento da sinfonia nº 5, de BEETHOVEN que foi executada 18 vezes. Por ser um dos 
temas mais populares da música sinfônica, a preferência chega a surpreender. Vale 
acrescentar que a sinfonia completa foi executada apenas cinco vezes. A segunda obra mais 
executada pertence a F. J. Haydn (1732 - 1809), e se trata do Divertimento em Dó para Piano 
e Cordas, HB 14:3, sendo executada 14 vezes. Essa obra foi interpretada na maioria das vezes 
tendo uma criança como solista ao piano. Em seguida, vem as obras Noites Goianas de J. 
Santana (1882 - 1915), com um total de 13 execuções, e logo depois Finlândia, do compositor 
J. Sibelius (1865 - 1957), com o total de 12 execuções. 
Conforme a análise feita dos dados levantados, temos um total de 266 
compositores de 27 nacionalidades diferentes. Não conseguimos identificar a nacionalidade 
de dois compositores: Paul Dunca e Donald Mairs. Sendo assim pode-se chegar as seguintes 
informações. 
Dos 266 compositores, 76 são brasileiros, ou seja, 28,57% do total de 
compositores. Esse número corresponde a maior parcela dentre as 27 nacionalidades 
diferentes encontradas. Quarenta e oito compositores são americanos, ou seja, 18,04% do 
total. Em terceiro estão os alemães empatados com os franceses, com 25 compositores cada 
um. No gráfico a seguir (Figura 3), pode-se observar por meio de porcentagem a quantidade 
de compositores por nacionalidades, destacando-se as sete nacionalidades mais frequentes. 
 
61
41
28 26 23
B E E T H O V E N , 
LU D W I G V A N 
( 1 7 7 0 - 1 8 2 7 )
M O Z A R T , 
W O LF G A N G 
A M A D E U S ( 1 7 5 6 -
1 7 9 1 )
H A Y D N , F R A N Z 
J O S E P H ( 1 7 3 2 -
1 8 0 9 )
V E R D I , G IU S E P P E 
( 1 8 1 3 - 1 9 0 1 )
B A C H , J O H A N N 
S E B A S T IA N ( 1 6 8 5 
- 1 7 5 0 )
CINCO COMPOSITORES MAIS EXECUTADOS
30 
 
Figura 3 - Representação gráfica da nacionalidade dos compositores. 
 
Fonte: Programas de concerto dos anos de 2004 a 2018 
 
Ao levantar os dados sobre os períodos estilísticos, percebe-se a tendência de 
obras executadas, evidenciando um período preferido pelos regentes dos grupos. Dos 266 
compositores, chegamos a cinco períodos diferentes, sendo eles: Renascimento, Barroco, 
Classicismo, Romantismo e Séculos XX - XXI10. Não foi possível encontrar a data de 
nascimento de dezenove compositores. Muitos compositores viveram em períodos de 
transição. Sendo assim, para os dados aqui apresentados considera-se a data de nascimento 
como determinante do período. Sabemos que as datas apresentadas são classificações 
artificiais formuladas por estudiosos. Posto isso, para este levantamento definiu-se da seguinte 
maneira: Renascimento de 1450 a 1600, Barroco de 1600 a 1750,Classicismo de 1750 a 
1810, Romantismo de 1810 a 1900 e Séculos XX e XXI de 1900 até hoje. 
O Período Renascentista obteve a menor quantidade de execuções, apenas três 
vezes, sendo duas obras do compositor P. Passereau (1509 - 1547) e uma obra de J. Cruger 
(1582 - 1662). Já o período contou com 33 compositores, porém o número de execuções 
chega a 266. Para o período clássico teve-se a execução de obras de quatorze compositores e o 
número de execuções foram de 165. O período Romântico é o mais executado, com o total de 
397 execuções e 94 compositores. Para o período Moderno, teve-se a maior quantidade de 
 
10 Considera-se o período moderno classificado em duas etapas, como: Moderno e Pós-moderno, tendo meados 
do Séculos XX como divisor. 
[NOME DA 
CATEGORIA]
28,57%
[NOME DA 
CATEGORIA]
18,04%[NOME DA 
CATEGORIA]
9,39%
[NOME DA 
CATEGORIA]
9,39%
[NOME DA 
CATEGORIA]
8,27%
[NOME DA 
CATEGORIA]
5,66%
[NOME DA 
CATEGORIA]
5,26%
19 Restantes
20,67%
[NOME DA 
CATEGORIA]
[VALOR]
NACIONALIDADE
31 
 
compositores, sendo 118 compositores do modernismo, e o total de obras executadas chega a 
364. Conforme mencionado acima, não foi possível identificar a data de nascimento de 19 
compositores. Destes, foram executadas 28 vezes. 
O quadro abaixo contém as três informações, o período, quantidade de 
compositores, e quantidade de execuções. 
 
Quadro 2 - Levantamento de compositores por período 
Período Quantidade de compositores Execuções 
Renascimento 2 3 
Barroco 33 266 
Classicismo 14 165 
Romantismo 94 394 
Moderno (Séc. XX e XXI) 118 364 
Não identificado 19 28 
Fonte: Programas de concerto dos anos de 2004 a 2018 
2.2 REGENTES 
Em 1999 a professora Sônia Maria de Araújo tomou posse como diretora da 
Escola de Artes Veiga Valle, dando início a novos projetos pedagógicos, desenvolvendo o 
Curso de Arte-Educação, Música, Artes Visuais, Teatro e Dança.11 Dentre essas mudanças em 
2001 foi criada uma orquestra com os alunos da própria escola. Com o objetivo da escola em 
fornecer uma vivência prática, deu-se início a Orquestra Infantil do Veiga Valle, sob a direção 
da professora Volga-Lena a qual não permaneceu no projeto, sendo necessário suspender as 
atividades, interrupção que não durou muito. Em 2002 a escola torna-se o primeiro Centro 
Profissional em Artes do estado. Nesse momento, o maestro Eliseu Ferreira é convidado pela 
diretoria da escola para dar continuidade ao projeto. Sabendo que a quantidade de alunos não 
era suficiente para a composição de uma orquestra sinfônica, a instituição buscou parceria 
com outras escolas. Tal iniciativa trouxe ótimos resultados, os professores incentivaram os 
seus alunos a tocarem na OSJE sabendo da importância da prática orquestral. Com mais 
alunos, houve o crescimento na quantidade de músicos da orquestra e com a chegada de 
novos alunos teve-se a necessidade de expandir o grupo, dividindo-o em três níveis: A, B e C. 
Para ingressar em um destes grupos era necessário fazer uma audição, na qual a banca 
examinadora determinaria o grupo no qual o aluno ingressaria. 
 
11 Informações retiradas do Projeto Político Pedagógico do ITEGO em Artes Basileu França. 
32 
 
Com três grupos em atividade, o maestro Eliseu Ferreira contou com a ajuda de 
outros profissionais, como o professor de violino Salmo Lopes, que foi o seu braço direito na 
viabilização do projeto, além de Andreyw Antonio Batista e Luciano Gomes. Com a expansão 
dos grupos, Eliseu Ferreira abriu uma turma de regência no próprio ITEGO em Artes Basileu 
França, tendo como ferramenta de trabalho as orquestras pertencentes à OSJG. Pode-se 
observar que alguns alunos da turma de regência acabaram por reger a OSJG em alguns 
concertos. 
Para melhor compreensão e divisão, iremos classificar os regentes que passaram 
pelos grupos da OSJG em três categorias, sendo elas: (1) regentes titulares, (2) regentes 
assistentes /substitutos e (3) regentes convidados. 
 
2.2.1 Os regentes titulares: 
A OSJG em sua fase embrionária, no ano de 2001, quando foi criada como uma 
orquestra infantil teve como regentes iniciais do projeto a professora Volga-Lena e o maestro 
Sergio Kuhlmann. Porém no mesmo ano a orquestra foi desativada. Após a saída de Volga-
Lena, a orquestra teve dois regentes titulares. 
Considerando que o projeto se firma somente em 2002, podemos ressaltar que o 
maestro Eliseu Ferreira foi o primeiro maestro titular. Eliseu à frente da OSJG do ano de 2002 
a 2015. Com seu esforço, a orquestra pôde alcançar várias conquistas, como viagens, 
masterclass, repertório, bem como o projeto bolsa orquestra, um auxílio aos instrumentistas 
no valor inicial de R$ 200,00, em 2005. Este auxílio era destinado à manutenção e compra de 
instrumentos, alimentação, transportes, etc. 
Durante o período em que Ferreira esteve à frente da OSJG, deu-se um dos mais 
importantes feitos do grupo, a realização de cinco turnês internacionais. A princípio foi 
firmada parcerias com empresas, captando patrocínio com a empresa ENDESA12, que 
proporcionou em 2011 uma turnê de 08 concertos na Espanha, com sucesso de público e 
crítica, tocando em salas importantes como o Palau de la Musica (Barcelona), Auditório Josep 
Carreras (Vila-Seca), Auditório Enric Granados (Lleida), Auditório de Girona e Auditório do 
Centro Cultural Caja Granada (Granada). Com o sucesso da primeira turnê, o maestro não 
parou por aí e conseguiu levar a orquestra em 2013 para Venezuela, em 2014 para a 
Alemanha, em 2015 para a Venezuela novamente e 2016/2017 para a China. 
 
12 Empresa Espanhola que nos anos 90 em negociação com a estatal Celg privatiza a Hidrelétrica de Cachoeira 
Dourada – GO até o ano de 2016. 
33 
 
No levantamento, conseguimos 108 programas em que o maestro Eliseu Ferreira 
esteve à frente da orquestra. É o maior número de concertos regidos pela mesma pessoa. O 
segundo colocado tem 31 programas registrados, ou seja, menos de um terço do primeiro. 
Natural de Anápolis, Eliseu Ferreira é graduado em Educação Artísticas e 
Clarineta pela Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás. Possui 
mestrado em Regência Orquestral pela mesma instituição. Estudou regência coral e orquestral 
com o Maestro Emílio de César por vários anos em Brasília. Participou de festivais, cursos de 
aperfeiçoamento e master-classes no Brasil e no exterior, tendo aulas com renomados 
professores, como Dante Anzolini, Roberto Duarte, Roberto Minczuk, Aylton Escobar, Kirk 
Trevor, Tomás Koutnik, Neil Thomson, Frank Shipway e Kurt Masur. Participou de cursos de 
Regência em Assunção, no Paraguai e em Zlin e Kromeriz, na República Tcheca. Desde 2006 
tem frequentado os workshops de regência orquestral dos professores John Farrer e Neil 
Thomson em Londres, Inglaterra (Royal College of Music e Royal Academy of Music) e em 
Paris, França. Foi regente nos seguintes grupos: Orquestra Filarmônica de Goiás, Orquestra 
Jovem de Goiás, Orquestra Planalto Central, Orquestra de Câmara de Goiânia, Camerata 
Vocal de Goiânia, Banda Sinfônica do CEFET-GO, Orquestra Sinfônica de Goiânia, dentre 
outros. Atuou como professor de Prática de Orquestra, Regência Orquestral e Regência Coral 
em alguns festivais de música no Brasil. Atuou como regente convidado em Goiás e São 
Paulo. Foi também Regente Titular e Diretor Artístico da Orquestra de Câmara Goyazes por 
dois períodos: entre 1999 e 2003 e entre 2008 e 2011. Com essa orquestra realizou uma 
grande quantidade de concertos em Goiás, trabalhando ao lado de renomados solistas 
nacionais e internacionais e também expoentes da nossa música popular. Em 2010 recebeu do 
Governo de Goiás o Diploma de Destaque Cultural do Anop pelo trabalho realizado em prol 
da música clássica no estado. Atuou também como maestro titular da Orquestra Filarmônicade Goiás no ano de 2011 a 2013. Atualmente é maestro titular e diretor artístico da Orquestra 
Sinfônica de Goiânia.13 
O maestro Eliseu Ferreira assume em 2014 a direção do ITEGO em Artes Basileu 
França, motivando um afastamento parcial da orquestra. Porém, ainda mantem o título de 
maestro titular e coordenador dos grupos sinfônicos, deixando realmente o cargo de 
coordenados de grupos sinfônicos em 2017, quando assume a Orquestra Sinfônica de Goiânia, 
após o falecimento do maestro Joaquim Jayme. 
 
13 Informações retiradas das notas de concertos sobre o maestro. 
34 
 
O maestro Eliel Ferreira vem em 2016 como sucessor de Eliseu Ferreira. Eliel 
esteve presente na orquestra antes de se tornar maestro. Seu nome aparece diversas vezes 
como spalla e solista. Como violinista, pode-se encontrar seu nome no primeiro programa 
levantado. Sobrinho do maestro Eliseu Ferreira, herdou essa paixão pela regência orquestral e 
começou seus estudos em regência. O primeiro programa no qual Eliel Ferreira aparece como 
regente foi o do dia 17/12/2014, com a OSJPLT. 
 
Figura 4 - Concerto da OSJPLT e Orquestra Infantil Mozart em 17 dez. 2014. 
 
Fonte: Acervo Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás 
 
Natural de Anápolis, Eliel Ferreira iniciou seus estudos musicais aos oito anos de 
idade na Escola de Música de Anápolis. Em 2002 começou seus estudos em Goiânia com o 
professor Salmo Lopes. Em 2011 recebeu o diploma de Licenciatura em Violino pela 
Universidade Federal de Goiás na classe do professor Alessandro Borgomanero. Começou a 
se dedicar na regência no ano de 2013, com o maestro Eliseu Ferreira e no ano seguinte 
começa suas orientações com o maestro Neil Thomson. Buscando sempre se aperfeiçoar, 
35 
 
participou de master-classes com renomados maestros, como Claus Efland, Abel Rocha, 
Marin Alsop, Gottfried Engles, Claudio Cruz, Gian Luigi Zampiere e John Farrer14. 
Em 2015 fica à frente da Orquestra Sinfônica Jovem Pedro Ludovico Teixeira e 
em 2016 assume o cargo de maestro titular da OSJG regendo o concerto de abertura da 
temporada 2016 no dia 23 de março, estreando com a Sinfonia nº 4 de P. L. Tchaikovsky 
(1840-1893). Contribuiu efetivamente no preparativo da OSJG, para sua 6ª turnê 
internacional, que ocorreu entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017, nas províncias de 
Shangai na China. Nesta turnê Eliel Ferreira atua como Spalla, mas não mediu esforços 
durante a temporada 2016, quando o objetivo era levantar fundos para tornar possível a turnê 
China 2016/2017. Com o levantamento de programas, até o ano de 2018 o maestro Eliel 
Ferreira consta como regente em 11 concertos. 
Em 2017 assume também o cargo de coordenador dos grupos sinfônicos, que no 
ano de 2018 contava com sete grupos, sendo eles: Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás, 
Orquestra Sinfônica Jovem Pedro Ludovico Teixeira, Banda Sinfônica Jovem de Goiás, Coro 
Sinfônico Jovem de Goiás (CSJGO), Big Band Basileu França (BBBF), Orquestra Infantil 
Mozart A e Orquestra Infantil Mozart B. Em 2017 assume também o cargo de maestro 
assistente da Orquestra Sinfônica de Goiânia. 
 
2.2.2 Os regentes assistentes e substitutos. 
Sabe-se que não seria possível somente com os maestros titulares atender todas as 
demandas de todos os grupos. Assim os maestros Eliseu Ferreira e Eliel Ferreira contaram 
com a ajuda de regentes assistentes e substitutos para manter todos os projetos em atividades. 
A função de um regente assistente ou substituto é assumir a orquestra na ausência do maestro 
titular, fazendo ensaios de naipe, eventos e auxiliando na escolha de repertório. Destacaremos 
aqui alguns regentes que contribuíram com o funcionamento da OSJG. 
O maestro Andreyw Antonio Batista, esteve sempre presente na orquestra, 
auxiliando o maestro Eliseu Ferreira. Passou por todas as fases da OSJG e atualmente está em 
atividade com a orquestra como Gerente de logística. Apesar de maestro, Andreyw Batista 
contribuiu com diversos setores da orquestra, montagem, arquivo, administração e, claro, 
regência. Atuou muito tempo à frente da Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás Grupo B 
(OSJGB) e Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás Grupo C (OSJGC), dando grande 
contribuição para a popularização da orquestra, gerando assim, capital político necessário para 
 
14 Informações retiradas das notas de concertos sobre o maestro. 
36 
 
consolidação de importantes conquistas para a orquestra. Até hoje é muito participativo na 
escolha do repertório da orquestra, notando-se pelas edições dos Pop Hits, nas quais ele é o 
responsável pela definição de toda programação. No levantamento, contabilizou-se 31 
programas regidos por ele, sendo o nosso segundo regente mais assíduo da OSJG. 
Natural de Goiânia, o maestro Andreyw Batista é formado em Educação Artística 
pela Universidade Federal de Goiás. Estudou regência orquestral com os Maestros Emilio de 
César, Aylton Escobar, Dante Anzollini, Gerard Rold e Roberto Duarte. Foi diretor da Escola 
de Música de Anápolis. Regeu como convidado a Orquestra Filarmônica de Goiás, Orquestra 
de Câmara de Curitiba, Orquestra Sinfônica da Escola de Música de Brasília, Orquestra 
Jovem do Centro Livre de Artes, Banda Sinfônica do CEFET e Banda Sinfônica do Instituto 
Adventista Brasil Central. Atualmente é Regente Adjunto da Orquestra Sinfônica Jovem de 
Goiás, desenvolvendo também um trabalho como regente dos seguintes corais: Coral da 
Brasil Telecom, Coral Musicalis, Coral São Francisco, Coral Neo Encanto e Coral Gravia, 
além de estar pesquisando, catalogando e divulgando a obra do compositor Orestes Mario 
Farinello.15 
Além de Andreyw Batista, outros maestros que atuaram como assistentes são: 
Jânio Matias e Katarine Araújo. Ambos ajudaram a manter os projetos e reger a subdivisão do 
grupo principal. O maestro Jânio Matias esteve a frente com 18 programas regidos. Ocupou o 
cargo de Gerente da Orquestra Filarmônica de Goiás (OFG), de 2015 a 2018. 
Katarine Araújo é formada em regência e esteve à frente da OSJG na temporada 
de 2015. Comandou também a Orquestra Infantil Mozart. De acordo com os programas 
levantados, foi tecladista da OSJG de 2006 a 2011. Como regente esteve à frente da orquestra 
em seis programas. Em 2018 assume o cargo de regente titular do Coro Sinfônico da 
Orquestra Sinfônica de Goiânia. 
Passaram também alguns regentes que tiveram uma atuação menor frente à 
orquestra, classificando-os assim como substitutos. Alguns chegaram a fazer somente um 
concerto. O regente Luís Miguel, trompista e estudante de regência, auxiliou como regente da 
Orquestra Sinfônica Jovem Pedro Ludovico Teixeira no ano de 2017, foi localizado apenas 
um programa seu como regente. Trompista da OSJG desde 2010 até o presente momento, é 
regente no projeto da rede de Orquestra sendo também chefe de naipe das trompas da 
Orquestra Sinfônica Goiânia. 
 
15 Informações retiradas das notas de concertos sobre o maestro 
37 
 
Em 2017, Leonardo Caire assume a regência da OSJPLT16, permanecendo no 
cargo até o fim da temporada. Caire já havia sido regente assistente do Grupo de Metais e 
Percussão17 (GMP) em 2014, quando este era regido pelo trompista Filipe Rocha. Atualmente 
é timpanista da OFG. 
Passaram também pelos grupos da OSJG regentes assistentes e monitores que 
contribuíram significativamente como o projeto. Entre eles: Sidney Gomes, Luciano Pontes, 
Rodrigo Teixeira e Nathan Batista. Todos tiveram grande importância pois com a 
contribuição deles a orquestra pode se expandir e levar música a um público maior. 
 
2.2.3 Os Regentes Convidados. 
Os regentes convidados desenvolveram uma função fundamental para a formação 
do instrumentista, pois, quando um regente convidado fica à frente da orquestra, novas 
experiências são adquiridas, trazendo diferentes perspectivas artística sobre

Continue navegando