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Justiça e Dialogo Social - Fasciculo 04 FDR

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JUSTIÇA E 
DIÁLOGO SOCIAL
Direitos Sociais
Samuel Vasconcelos Marques
4
Sumário
 1. Direitos Sociais ..................................................................................51
 1.1. Do Estado Liberal ao Estado Social ...............................................51
 1.2. Mínimo existencial e reserva do possível .....................................55
 1.3. Judicialização da Saúde .................................................................60
 Conclusão ..........................................................................................62
 Referências ........................................................................................63
JUSTIÇA E DIÁLOGO SOCIAL 51
1.
Direitos Sociais
Os direitos sociais apresentam-se como 
espécies de direitos fundamentais, pre-
vistos nos artigos 6º ao 11º do texto da 
Constituição da República Federativa do 
Brasil de 1988. São estabelecidos a par-
tir da noção de liberdades públicas que 
têm por finalidade a tutela dos menos 
favorecidos, garantindo-lhes condições 
mínimas para uma vida digna, sempre 
objetivando a igualdade.
A prestação dos direitos sociais é 
entendida como uma “prestação posi-
tiva”, pois gera ao Estado uma obriga-
ção de fazer, uma vez que esta deve ser 
exercida por meio da implementação de 
políticas públicas e legislações que ga-
rantam a igualdade dos indivíduos.
A finalidade dos direitos sociais é 
atender, de forma precípua, os conside-
rados insuficientes, assegurando-lhes 
uma situação de vantagem para garan-
tia de igualdade. Visam também à pro-
moção de políticas públicas voltadas à 
garantia da qualidade de vida, da educa-
ção, da saúde, do transporte, da alimen-
tação, do trabalho, do lazer, da moradia, 
da segurança, da previdência social, da 
proteção à maternidade, da infância e da 
assistência aos desamparados.
Ademais, torna-se salutar desta-
car que, conforme o disposto no §1º, do 
artigo 5º, da Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988, as normas 
que definem os direitos e garantias fun-
damentais são dotadas de aplicação 
imediata, ou seja, o Estado, como garan-
tidor dos direitos sociais, tem o dever de 
aplicar de imediato tais direitos.
Os direitos sociais têm por neces-
sidade para garantia de sua aplicação 
imediata a adoção de postura positiva do 
Estado, exigindo para sua concretização, 
tanto a criação de atos legislativos quan-
to atos administrativos, assim como a 
devida alocação de recursos financeiros.
Diante disso, a teoria da reserva do 
possível, a qual se conceitua diante da 
existência de recursos financeiros do 
Estado e da razoabilidade da pretensão 
deduzida em face do poder público, pas-
sou a ser utilizada como fator limitador 
das políticas públicas sociais.
Ademais, ainda nesse quadro, dian-
te da limitação de recursos públicos 
no atendimento de demandas sociais, 
nasce a dúvida sobre a legitimidade da 
atuação dos órgãos do Poder Judiciário 
na efetivação desses direitos e qual seria 
a extensão de sua atuação.
Diante do exposto, apresenta-se 
como finalidade ao presente artigo a 
análise sobre o papel do Poder Judiciário 
na concretização e implementação dos 
direitos sociais necessários à satisfação 
do mínimo existencial, dando ênfase es-
pecífica, na terceira seção, à problemá-
tica de maior contextualização prática, 
que é a judicialização da saúde.
1.1 
Do Estado Liberal ao 
Estado Social
O Estado Liberal revelou-se após a Re-
volução Francesa, no fim do Século XVIII, 
gerando mutação ao quadro político, 
social e econômico e, trazendo em seu 
campo de ideias, os princípios individua-
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE52
listas, apresentando-se em contrapon-
to à nobreza, para garantia da liberdade 
pessoal. Apresentou-se como ascen-
são da burguesia em face do absolutis-
mo do Estado. 
A modalidade de Estado político ado-
tada pelos liberais no Século XVIII é pau-
tada, essencialmente, no princípio da não 
intervenção do Estado na economia, pois, 
assim, garantiria aos burgueses o poder 
de usar a economia a seu favor, por meio 
da prática da autorregulação do mercado, 
dispensando, assim, o poder do Estado 
sobre a estrutura econômica social. 
A proposta política liberal, idealizada 
por John Locke, no século XVIII, e por ou-
tros tantos autores, foi seguida por uma 
onda de movimentos sociais que exigiam 
que o crescimento econômico tivesse re-
percussão no desenvolvimento humano, 
contestando as péssimas condições de 
trabalho a que eram submetidos. 
Paralelamente ao liberalismo políti-
co, projetou-se o liberalismo econômico, 
cuja gênese fisiocrata foi vital. O fomento 
à liberdade econômica sufocou as demais 
esferas de liberdade, comprometendo a 
efetiva ideia de desenvolvimento. 
Na transição para o Século XX, após 
a Primeira Grande Guerra (1914-1918), 
a década de 1920 foi marcada por forte 
avanço liberal, tendo os Estados Unidos 
como parâmetro. Após a crise de 1929, 
deu-se uma retomada intervencionista, a 
partir do modelo keynesiano. Para John 
Keynes, no contexto da época, o papel 
do Estado como interventor na econo-
mia apresentava-se como fundamental:
“Por isso, enquanto a ampliação 
das funções do governo, que su-
põe a tarefa de ajustar a propen-
são a consumir com o incentivo 
para investir, poderia parecer a 
um publicista do século XIX ou 
a um financista americano con-
temporâneo uma terrível trans-
gressão do individualismo, eu a 
defendo, ao contrário, como o 
único meio exequível de evitar a 
destruição total das instituições 
econômicas atuais e como con-
dição de um bem sucedido exer-
cício da iniciativa individual” (Ke-
ynes, 1982, p. 289).
Posteriormente a Segunda Gran-
de Guerra (1939 – 1945), especialmente 
após a Conferência de Bretton Woods 
(1944), a política liberal foi defendida, em 
detrimento do avanço das propostas so-
cialistas. Neste mesmo contexto, surgiu 
um movimento de internacionalização 
dos direitos humanos, que se efetivou a 
partir da Declaração Universal dos Di-
reitos Humanos (1948), bem como com 
aprovação da Convenção Americana de 
Direitos Humanos (1969): o Pacto de San 
José da Costa Rica. 
JUSTIÇA E DIÁLOGO SOCIAL 53
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE54
Já a década de 1970 foi marcada 
pela propagação dos ideais da Escola de 
Chicago, destacando-se as ideias de Mil-
ton Friedman. Este debate em torno do 
ideal tamanho do Estado se acirrou com 
o Consenso de Washington, no contexto 
da década de 1990, bem como, em tem-
pos mais recentes, com as sequelas da 
crise econômica de 2008. 
Ficou estabelecido um movimento 
econômico de Estado chamado de Neo-
liberalismo, no qual o papel do Estado, 
em relação ao modelo anteriormente 
adotado, foi diminuído, dando, assim, 
maior liberdade à livre iniciativa. Trata-se 
de modelo de Estado Regulador, onde o 
escopo do Estado deve ser pautado no 
equilíbrio entre os valores sociais do tra-
balho e a livre iniciativa. 
Percebe-se que o papel do Estado 
nesse contexto está relacionado à pro-
moção e efetivação dos direitos e con-
dições necessárias para garantia de uma 
vida digna aos indivíduos, conforme ex-
plicita Rawls:
“As liberdades básicas e sua 
prioridade devem garantir igual-
mente para todos os cidadãos as 
condições sociais essenciais para 
o desenvolvimento adequado e o 
exercício pleno e informado de 
suas duas faculdades morais na-
quilo que referimos como os dois 
casos fundamentais”. (RAWLS, 
2003, p. 158).
Os dois casos fundamentais tra-
tam, primeiro, com a capacidade moral 
do cidadão em ter senso de justiça e se 
refere à aplicação dos princípios da jus-
tiça na estrutura básica e suas políticas 
sociais e, segundo, diz respeito à capa-
cidade moral de ter, buscar e revisar uma 
concepção de bem ao longo da vida. 
(RAWLS, 2003, p.32).
JUSTIÇA E DIÁLOGO SOCIAL 55
Diante dos modelos econômicos de 
Estado e a perceptível transição, con-
sagra-se o debate entre o crescimento 
econômico e o desenvolvimento huma-
no, na promoção do equilíbrioentre os 
direitos relacionados ao ideal de liber-
dade e dos direitos sociais, que têm por 
finalidade a busca pela igualdade.
1.2. Mínimo 
existencial e reserva 
do possível
A concretização dos Direitos Sociais, 
como já entendido, é dependente de 
ação positiva prestada pelo Estado e, 
para isso, faz-se necessária a destinação 
de recursos materiais e humanos que, 
naturalmente, estão limitados à noção 
de reserva do possível. 
A teoria da reserva do possível en-
contra gênese direito alemão, que, por 
meio de decisão proferida por sua Corte 
Constitucional, na década de 1970, em 
julgamento referente ao pleito de estu-
dantes por vagas em universidades pú-
blicas. A decisão tomada pela Corte foi 
baseada no artigo 12, §1º da Constituição 
alemã, que dispõe sobre a liberdade que 
todos os indivíduos têm para escolha de 
sua própria profissão e de escolha pelo 
seu lugar de formação. 
O Tribunal, ao proferir tal decisão, 
estabeleceu que a exigência feita sobre 
o Estado para atendimento de interesse 
específico em benefício do interessado 
só seria possível quando observados os 
limites da proporcionalidade e da razoa-
bilidade.
Na decisão proferida pelo Tribunal 
ficou estabelecido que só se pode exi-
gir do Estado o atendimento de um de-
terminado interesse, ou a execução de 
uma prestação específica em benefício 
do interessado, desde que observados 
os limites da razoabilidade e proporcio-
nalidade; e a decisão completava o jul-
gado relatando que os sujeitos à reserva 
do possível devem sopesar a racionali-
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE56
dade de cada caso concreto, refletindo 
sobre o aspecto econômico do Estado. 
(KRELL, 2002, p. 52-54).
Diante de tal conclusão, o Tribu-
nal decidiu que poderia colocar óbice a 
qualquer exigência acima de um pedido 
logicamente proporcional às pretensões 
sociais o que, nesse caso específico, a 
Administração Pública não estaria obri-
gada a ofertar número ilimitado de vagas 
para o acolhimento de todos os candida-
tos às vagas nas universidades públicas. 
Após a década de 1970, o estudo 
sobre a teoria da reserva do possível se 
desenvolveu na Europa até seu advento 
no âmbito jurídico brasileiro, que se de-
senvolveu de forma mais sistematizada 
a partir dos anos 2000, juntamente com 
a teoria do mínimo existencial. 
No Brasil, a interpretação da teoria 
da reserva do possível foi mais objeti-
va e restritiva do que a desenvolvida na 
Alemanha, pois a leitura proposta sobre 
a teoria é de que só se podem efetivar 
direitos na medida do possível, uma vez 
que a escassez de recursos é fator limi-
tante para atuação estatal. 
Diferentemente da teoria adotada 
pelos países europeus, a reserva do pos-
sível no Brasil foi tratada sob outra ótica, 
pois essa foi interpretada unicamente 
como uma “reserva financeira possível”, 
uma vez que tão somente a existência 
ou não de recursos públicos disponíveis 
apresentou-se como único limite para 
concretização dos direitos sociais. Tal di-
ferença é justificada pelas significativas 
diferenças sociais, culturais e econômi-
cas entre os países europeus e o Brasil. 
Sobre a adoção diferenciada da re-
serva do possível no Brasil, Krell (2002, 
p. 108) diz:
Devemos nos lembrar que os 
integrantes do sistema jurídico 
alemão não desenvolveram seus 
posicionamentos para com os di-
reitos sociais num Estado de per-
manente crise social e milhões de 
cidadãos socialmente excluídos. 
JUSTIÇA E DIÁLOGO SOCIAL 57
Na Alemanha – como nos paí-
ses centrais – não há um grande 
contingente de pessoas que não 
acham vagas nos hospitais mal 
equipados da rede pública; não há 
necessidade de organizar a pro-
dução e distribuição da alimenta-
ção básica a milhões de indivídu-
os para evitar sua subnutrição ou 
morte; não há altos números de 
crianças e jovens fora da escola; 
não há pessoas que não conse-
guem sobreviver fisicamente com 
o montante pecuniário de assis-
tência social que recebem, etc.
Diante da realidade econômica e 
social do Estado brasileiro, tal teoria é 
exercida como fator impeditivo à efetiva-
ção dos direitos sociais perante a limita-
ção do Estado para disposição de recur-
sos estruturais financeiros. A Reserva 
do Possível consiste, então, na realiza-
ção dos direitos sociais condicionada à 
quantidade de recursos disponíveis, sob 
pena de, ao dar enfoque a apenas um 
desses direitos, inviabilizar a prestação 
de outros.
Em razão da falta de recursos para 
garantia integral de todos os direitos so-
ciais, então, cabe ao Estado escolher, de 
acordo com suas prioridades e critérios, 
quais políticas públicas deve adotar. As 
políticas públicas que consistem na des-
tinação do orçamento estatal, entretanto, 
encontram óbice na reserva do possível. 
Obviamente, mesmo dispondo 
dessa discricionariedade, as escolhas 
realizadas pelo Estado devem ser 
pautadas na ordem constitucional, 
que determina as diretrizes a se-
rem seguidas com o propósito 
de satisfazer os objetivos fun-
damentais nela previstos.
Assim, cabe à Admi-
nistração Pública, tendo 
em vista o caso concreto 
e os direitos conflitan-
tes, buscar compati-
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE58
bilizá-los, procedendo a uma análise 
interpretativa que leva em conta a hie-
rarquização desses direitos, fazendo 
prevalecer, dessa forma, os direitos 
considerados de maior relevância na-
quele determinado momento.
Nesse sentido, assim leciona Cano-
tilho (2001, p. 448):
O entendimento dos direitos so-
ciais econômicos e culturais como 
direitos originários implica, como 
já foi salientado, uma mudança na 
função dos direitos fundamentais 
e põe como acuidade o problema 
de sua efectivação. Não obstante 
se falar aqui da efectivação den-
tro de uma ‘reserva possível’, para 
significar a dependência dos direi-
tos econômicos, sociais e cultu-
rais dos ‘recursos econômicos’ a 
efetivação dos direitos econômi-
cos sociais e culturais não se reduz 
a um simples ‘apelo’ ao legislador. 
Existe uma verdadeira imposição 
constitucional, legitimadora, entre 
outras coisas, de transformações 
econômicas e sociais na medida 
em que estas forem necessárias 
para efetivação desses direitos.
Vale salientar, então, que a discricio-
nariedade nas condutas do administra-
dor não permite que ele opte por concre-
tizar ou não um direito fundamental, mas 
sim que, ao realizar a distribuição de re-
cursos, faça uma ponderação no tocante 
aos bens jurídicos em questão.
Entretanto, não é possível deixar a 
cargo do Estado a decisão de implemen-
tar ou não ao menos uma parcela míni-
ma de cada direito social necessária para 
JUSTIÇA E DIÁLOGO SOCIAL 59
garantir a vida digna de cada indivíduo, 
sob pena de atentar diretamente contra 
os direitos e garantias constitucionais.
Tal parcela mínima de implemen-
tação dos direitos sociais é chamada de 
mínimo existencial, que se trata da menor 
condição necessária para garantia de uma 
vida digna aos indivíduos a ser prestada 
pelo Estado. Como já dito anteriormente, 
o escopo dos direitos fundamentais na 
Constituição Federal é o de garantia da 
dignidade da pessoa humana. 
Sobre a noção de mínimo existen-
cial, Canotilho (2001, p. 203) expõe: 
Das várias normas sociais, eco-
nômicas e culturais é possível 
deduzir-se um princípio jurídico 
estruturante de toda a ordem 
econômico-social portuguesa: 
todos (princípio da universalida-
de) têm um direito fundamental a 
um núcleo básico de direitos so-
ciais (minimum core of economic 
and social rights) na ausência 
do qual o estado português 
deve se considerar infractor 
das obrigações jurídico-sociais 
constitucional e internacional-
mente impostas.
Nesse sentido, o mínimo 
existencial é considerado como 
direito de cada indivíduo às con-
dições mínimas para existência 
digna, que não pode ser objeto 
de interferência estatal, mas 
que necessita de ações afir-
mativas desse. Apresenta-se, 
desse modo, um padrão míni-
mo de efetivação dos direitos 
sociais pelo Estado. 
Vale destacar que oobjetivo maior 
do Estado é sempre concretizar integral-
mente os direitos fundamentais sociais, 
pois estes são indispensáveis para a vida 
humana digna. Não sendo possível, em 
razão de ausência de recursos, invocan-
do-se nesse caso a Reserva do Possível, 
pelo menos o Mínimo Existencial de cada 
um desses direitos dever ser garantido, 
porque possui prioridade nas destina-
ções orçamentárias.
Em síntese, a reserva do possível 
pode conviver pacificamente com o mí-
nimo existencial, pois este atua como um 
limite para a invocação daquela, ou seja, 
a reserva do possível só poderá ser in-
vocada quando realizado o juízo da pro-
porcionalidade e da garantia do mínimo 
existencial com relação a todos os direi-
tos em questão.
Por final, o mínimo existencial sur-
giu para proteção dos indivíduos por 
meio da efetivação de uma parcela das 
garantias constitucionais aptas a pro-
porcionar ao ser humano uma vida com 
dignidade, frente a todo o descaso que 
presenciamos diariamente do poder 
público para com as necessidades mais 
urgentes dos cidadãos.
No caso de haver qualquer desres-
peito no tocante à concretização ao me-
nos do núcleo essencial de determinado 
direito fundamental social, o Poder Ju-
diciário deve ser acionado para intervir, 
pois, pelo caráter de indispensabilidade 
dos referidos direitos, eles gozam de 
proteção jurisdicional, conforme passa-
remos a tratar.
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE60
dos direitos das minorias. Os deveres 
constitucionais da atuação do Estado 
Juiz entendidos mediante o respeito aos 
princípios do devido processo legal, fun-
damentação das decisões, duplo grau 
de jurisdição e julgamento em sessões 
públicas apresentam-se como mecanis-
mos legitimadores desse papel.
Em colaboração à noção constitu-
cional estabelecida, Krell (2002, p. 93), 
aduz que:
A Carta de 1988 inovou profun-
damente a função a ser cumprida 
por parte do Terceiro Poder den-
tro de um Estado Social, onde 
os parlamentos e governos de 
todos os níveis federativos, em 
geral, não fazem o suficiente para 
criar as condições materiais ade-
quadas para garantir a efetivida-
de dos direitos sociais e os prin-
cípios da dignidade da pessoa 
humana e da erradicação da po-
breza (artigos 1º, III, e 3º, III, CF). 
Notadamente, dentre as funções 
estatais do Poder Judiciário, não se en-
contra competência para disposição de 
recursos e planejamento de políticas pú-
blicas, nem mesmo o de intervenção so-
bre as competências dos demais pode-
res, como, por exemplo, os serviços de 
saúde, políticas de segurança públicas, 
assistência e previdência.
Entretanto, caso haja por parte dos 
órgãos estatais o descumprimento dos 
deveres jurídico políticos, de modo que a 
efetividade dos direitos sociais seja com-
prometida, deve ser atribuída ao Estado 
Juiz a função de coerção para execução 
das políticas públicas legalmente estabe-
lecidas. Seguindo esse sentido, Ana Paula 
de Barcellos (2008, p. 230) diz que os ór-
1.3. Judicialização 
da Saúde
No sistema constitucional brasileiro, os 
Poderes Legislativo e Executivo apresen-
tam-se como funcionalmente responsá-
veis quanto ao manejo dos recursos para 
prestação de políticas públicas voltadas 
à efetivação dos direitos fundamentais 
sociais. Tendo essa noção como ponto 
de partida, considerando também o fato 
de que a disponibilidade de recursos pú-
blicos é insuficiente frente às inúmeras 
necessidades sociais é uma realidade 
que tem o condão de causar a insatis-
fação dos indivíduos que, comumente, 
acabam procurando o Poder Judiciário 
para a resolução do impasse. 
Uma crítica em relação à efetivação 
dos direitos sociais por meio da atuação 
do Poder Judiciário é de que seria uma 
violação ao princípio constitucional da 
separação dos poderes, uma vez que a 
função de mediação do orçamento pú-
blico compete aos Poderes Legislativo e 
Executivo.
No entanto, apesar de o Poder Ju-
diciário não dispor de meio de legitima-
ção como os demais poderes, não se 
pode entender que esse é impedido de 
atuar nas questões referentes aos direi-
tos sociais, uma vez que a compreensão 
do princípio da separação dos poderes 
destinou ao Poder Judiciário o papel de 
defesa da ordem constitucional, e, es-
pecialmente, dos direitos fundamentais, 
que é caracterizado constitucionalmen-
te, conforme o que determina o §1º, do 
artigo 5º da Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988, como de 
aplicação imediata. 
Ademais, o Poder Judiciário exer-
ce função contramajoritária em defesa 
gãos do Poder Judiciário têm legitimidade 
para impor prestações de políticas públi-
cas necessárias para garantia do mínimo 
existencial, correspondente à efetivação 
da dignidade da pessoa humana.
Entretanto, ainda conforme Ana 
Paula de Barcellos (2008, p. 355), não é 
legítimo ao Poder Judiciário a imposição 
às condições ideais de desenvolvimento 
humano, haja vista que as decisões ju-
diciais podem provocar distorção social, 
pelo fato de proporcionar a um grupo es-
pecífico um benefício extra às custas da 
sociedade, fora da noção democrática, 
e em detrimento de um enorme contin-
gente de pessoas que vivem em condi-
ções de pouca dignidade, sem condi-
ções de buscar auxílio do Judiciário.
De certo, não cabe ao Poder Judi-
ciário o papel de supressão de todas as 
carências sociais, tendo em vista que não 
conseguirá obter a efetividade pretendi-
da diante da falta de condições materiais 
suficiente para tanto, como já entendido 
na teoria da reserva do possível, assim 
como em razão das decisões judiciais 
que podem satisfazer aos anseios de uns 
em detrimento de outros.
Em acordo com o exposto, a teoria 
da reserva do possível pode ser consi-
derada como dificuldade para concreti-
zação dos direitos sociais pelo Poder Ju-
diciário, frente à limitação dos recursos 
públicos para o atendimento de todas 
as demandas sociais, contudo, essa não 
pode ser levantada quando em relação à 
implementação de direitos sociais bási-
cos e fundamentais ao núcleo essencial 
de dignidade levantado pela teoria do 
mínimo existencial.
Com base em todo o exposto, le-
vanta-se aqui a problematização da 
presente seção quanto à judicialização 
JUSTIÇA E DIÁLOGO SOCIAL 61
da saúde, direito social básico e funda-
mental ao direito constitucional de maior 
importância, o direito à vida, que não se 
dispõe a atender somente o anseio de 
existência do ser humano, sabendo que 
a incolumidade física, mental e social são 
fatores relevantes para a própria aferição 
da dignidade da pessoa.
Desta forma, diante da essenciali-
dade do direito à saúde e do crescente 
fenômeno da judicialização de políticas 
públicas em razão da ineficiência das 
ações dos Poderes Legislativo e Execu-
tivo, surge a necessidade de analisar o 
papel do Poder Judiciário na execução 
de políticas públicas na área da saúde. 
Segundo estudo elaborado pelo Ins-
tituto de Ensino e Pesquisa (Insper) para 
o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 
entre os anos de 2008 e 2017, o número 
de demandas judiciais relativas à saúde 
aumentou em 130%. A pesquisa mos-
trou que o pleito pela saúde foi respon-
sável por 498.715 processos de primeira 
instância distribuídos em 17 tribunais de 
justiça estaduais, e 277.411 processos de 
segunda instância, dentre 15 tribunais de 
justiça estaduais, conforme pode ser ob-
servado nas figuras a seguir:
TJ 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 TOTAL
TJAC 0 0 3 9 44 116 217 175 257 266 1.087
TJAL 2 441 1.197 1.103 1.929 1.169 640 1.623 2.935 2.871 13.910
TJCE 159 954 906 1.353 2.410 4.086 4.654 14.759 5.843 28.025 63.149
TJDFT 0 0 1 3 10 26 44 136 585 2.663 3.468
TJES 3 3 8 9 10 31 24 31 46 67 232
TJMA 555 2.244 4.106 4.154 3.438 2.355 2.589 2.186 2.238 2.411 26.276
TJMG 36 376 627 762 1.159 1.836 1.998 2.268 3.625 5.546 18.233
TKMS 39 53 701 1.188 1.986 2.908 4.046 3.940 5.684 5.825 26.370
TJMT 452 2.006 2.362 1.995 2.262 2.151 2.677 1.508 1.495 1.123 18.031
TJPE 529 2.241 2.474 3.245 8.228 12.206 5.531 5.041 6.011 6.261 51.767
TJPI0 7 7 7 12 23 40 67 41 61 265
TJRJ 36.908 18.390 3.954 23 15 41 115 182 122 173 59.923
TJRN 266 1.406 2.106 2.519 2.484 2.514 2.811 2.483 2.698 4.092 23.379
TJRO 0 0 180 266 579 1.231 308 455 3 0 2.982
TJSC 182 235 388 485 899 1.970 4.561 7.010 8.387 12.303 36.420
TJSP 2.317 3.746 7.729 9.379 14.022 16.531 19.627 21.518 21.356 23.465 139.690
TJTO 5 1 4 42 103 180 254 471 584 600 2.244
TOTAL 41.453 32.103 26.753 26.502 39.590 49.374 50.136 63.853 61.910 95.752 487.426
Figura 1: Número de Processos em primeira instância 2008-2017
Fonte: Relatório Analítico Propositivo Justiça e Pesquisa - Judicialização da saúde no 
Brasil: o perfil das demandas, causas e propostas de solução (INSPER, 2019)
TJ 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 TOTAL
TJAC 1 0 12 45 17 45 140 70 112 207 649
TJAL 2 12 443 1.387 1.510 855 904 393 222 624 6.352
TJCE 488 5.172 4.322 5.749 4.535 3.405 2.678 3.709 4.791 5.092 39.941
TJES 0 1 2 6 54 184 155 157 194 188 941
TJMA 0 0 0 96 232 373 656 678 606 509 3.150
TJMG 647 2.439 3.235 4.265 6.537 6.445 7.404 8.612 9.453 10.397 59.434
TKMS 13 93 966 1.186 1.209 1.967 2.381 2.067 2.685 2.950 15.517
TJMT 198 2.207 2.813 2.555 0 0 0 0 146 558 8.477
TJPE 307 1.828 2.206 2.412 2.546 1.820 2.618 3.707 4.349 3.810 25.603
TJPI 0 1 0 20 5 35 62 41 70 88 322
TJRJ 1.293 9.139 7.780 8.873 9.434 10.326 11.423 11.840 10.454 12.517 93.079
TJRN 0 0 0 0 0 0 39 197 322 397 955
TJRO 15 38 73 52 76 44 14 26 27 25 390
TJSC 5 1.081 1.101 838 954 1.034 1.110 1.946 3.191 3.067 14.327
TJTO 0 0 0 1 25 45 64 135 185 229 684
TOTAL 2.969 22.011 22.953 27.485 27.134 26.578 29.648 33.578 36.807 40.658 269.821
Figura 2: Número de Processos Segunda Instância 2008-2017
Fonte: Relatório Analítico Propositivo Justiça e Pesquisa - Judicialização da saúde no 
Brasil: o perfil das demandas, causas e propostas de solução (INSPER, 2019)
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE62
Ademais, ainda segundo a pesquisa 
do Insper, os números tiveram reflexos 
diretos no orçamento do Ministério da 
Saúde, que registrou um crescimento, em 
sete anos, de aproximadamente 13 vezes 
nos gastos com demandas judiciais, al-
cançando R$ 1,6 bilhão no ano de 2016.
Ao verificar o número de ajuizamen-
to de ações, fica evidente que o papel do 
Poder Judiciário gera uma interferência 
na esfera orçamentária e consequente-
mente, ao assegurar o direito fundamen-
tal à saúde para alguns, pode, por outro 
lado, estar embaraçando outro direito 
fundamental à sociedade, haja vista a li-
mitação dos recursos públicos. 
Dessa maneira, a fim de diminuir as 
discrepâncias que possam derivar da 
efetivação dos direitos sociais pelo Poder 
Judiciário, com o reconhecimento de um 
direito para apenas uma pessoa em de-
trimento de toda sociedade, a preserva-
ção dos direitos sociais deve ser realizada 
mediante o equilíbrio entre a característi-
ca constitucional dos direitos fundamen-
tais quanto a aplicação imediata e a teoria 
da reserva do possível, garantindo a má-
xima eficácia possível em consideração à 
estrutura do Estado, mas sempre objeti-
vando a preservação do mínimo existen-
cial à dignidade da pessoa humana.
Conclusão
Buscou-se, inicialmente, na presente 
pesquisa, a construção de uma base 
histórica dos direitos sociais no desen-
volvimento do papel do Estado, pois a 
contextualização temporal é necessária 
para essência dos direitos fundamen-
tais, haja vista que a característica da 
historicidade desses direitos remonta 
a ideia de que seus conceitos estão em 
constante evolução.
Observou-se que, não obstante ne-
cessitarem de legislações e atos gover-
namentais, os direitos sociais encontram 
maior dificuldade em sua concretização 
diante da insuficiência de recursos pú-
blicos para atender todos os anseios 
sociais. A teoria da reserva do possível, 
fundamentada na de disponibilidade de 
recursos estatais e na razoabilidade da 
pretensão deduzida em face do Poder 
Público, passou a ser aplicada como 
principal fator limitador às políticas esta-
tais sociais, sobretudo perante a atuação 
do Poder Judiciário.
É sabido que compete aos Poderes 
Legislativo e Executivo a disposição e 
aplicação dos recursos públicos, as-
sim como o planejamento e execução 
dos serviços e políticas públicas. Porém, 
quando a ineficiência na prestação de po-
líticas públicas é causa para comprome-
timento da eficácia dos direitos sociais, 
nasce o papel do Poder Judiciário para 
imposição de efetivação de prestações 
necessárias para garantia das condições 
mínimas de dignidade à sociedade.
Em tal contexto, a teoria da reserva 
do possível pode apresentar limite à efe-
tivação dos direitos sociais pela atuação 
do Poder Judiciário, diante da escassez 
de recursos públicos, porém torna-se 
necessária quando a discussão se tratar 
de direitos básicos essenciais para ga-
rantia do mínimo existencial. 
De tal modo, o papel dos órgãos do 
Poder Judiciário é de garantir a máxima 
eficácia aos direitos socias, mediante o 
equilíbrio entre a teoria da reserva do 
possível e da característica da aplicação 
imediata dos direitos e garantias funda-
mentais, de modo que não beneficie um 
indivíduo em detrimento da sociedade, 
mas sempre visando preservar as con-
dições mínimas para uma existência hu-
mana digna.
Por fim, conclui-se que o papel do 
Poder Judiciário na efetivação dos direi-
tos fundamentais, garantindo um equilí-
brio saudável entre a reserva do possível 
e o mínimo existencial, é característica 
de um Estado Social, pois garante se-
gurança aos valores fundamentais da 
igualdade, da cidadania e da justiça so-
cial, concretizando, assim, o maior valor 
protegido pela Constituição Federal, a 
dignidade da pessoa humana.
JUSTIÇA E DIÁLOGO SOCIAL 63
Referências
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KEYNES, John Maynard. Teoria Geral do 
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São Paulo: Atlas, 1982.
KRELL, Andreas Joaquim. Direitos So-
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direito constitucional comparado. Por-
to Alegre: Sérgio Antônio Fabris, 2002. 
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SARLET, Ingo Wolfgang; FIGUEIREDO, 
Mariana Filchtiner. “Reserva do possível, 
mínimo existencial e direito à saúde: al-
gumas aproximações”. In: SARLET, Ingo 
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Direitos Fundamentais, orçamento e 
reserva do possível. Porto Alegre: Livra-
ria do Advogado, 2008.
SEN, Amartya. Desenvolvimento como 
liberdade. São Paulo: Companhia das 
Letras, 2010.
Apoio Realização
SAMUEL VASCONCELOS MARQUES (Autor)
Bacharel em Direito pela Universidade de Fortaleza com mestrado em Direito Constitucional nas Relações 
Públicas. Professor de Direito Constitucional e Direitos Humanos. Advogado e Consultor Jurídico, membro do 
Grupo de Pesquisa Relações Econômicas, Políticas e Jurídicas na América Latina (REPJAL)
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Nasceu em Paulista, Pernambuco. Desenha desde criança. A arte e a leitura estiveram sempre presentes em sua 
vida. Filmes, desenhos animados, histórias em quadrinhos e videogames eram inspirações para desenhar. Integra 
o Núcleo de Design (NDE) da Fundação Demócrito Rocha, onde faz o que mais gosta: imaginar, criar e ilustrar.
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR) Presidência: João Dummar Neto Direção Administrativo-Financeira:André Avelino de Azevedo Gerência 
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