Buscar

5416965-n-processuais-civis-teoria-geral-do-processo PDF

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

noções de DIREITO PROCESSUAL CIVIL
STJ
TEORIA GERAL DO PROCESSO – I
Livro Eletrônico
2 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
SUMÁRIO
Teoria Geral do Processo – I .........................................................................5
Introdução ao Estudo do Direito Processual Civil ............................................5
Apresentação do Curso ................................................................................5
Apresentação da Professora .........................................................................7
Introdução ao Direito Processual Civil ...........................................................8
Direito Material e Direito Processual ...........................................................10
Instrumentalidade do Processo ...................................................................11
O Processo Civil Moderno ..........................................................................13
Direito Processual Civil Constitucional .........................................................15
Normas Processuais contidas na Constituição Federal ....................................16
Princípios Gerais do Processo Civil na Constituição Federal .............................16
Princípio do Devido Processo Legal ..............................................................17
Devido Processo Legal Substancial e Formal .................................................17
Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição ...................................................18
Princípio do Contraditório ...........................................................................19
Contraditório e Prova Emprestada ...............................................................22
Princípio da Duração Razoável do Processo ...................................................24
Princípio da Isonomia ................................................................................26
Isonomia Formal e Isonomia Real ...............................................................27
Princípio da Imparcialidade do Juiz (Juiz Natural) ..........................................30
Requisitos para a Caracterização do Juiz Natural ...........................................31
Princípio da Publicidade dos Atos Processuais ...............................................31
Princípio da Motivação das Decisões Judiciais ...............................................33
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
3 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
Princípios Infraconstitucionais do Processo Civil ............................................34
Princípio Dispositivo ..................................................................................34
A Disponibilidade do Direito Material ...........................................................35
O Princípio Dispositivo e a Propositura da Demanda ......................................35
Princípio do Impulso Oficial ........................................................................36
Princípio da Oralidade ...............................................................................37
Subprincípio da Imediação .........................................................................37
Subprincípio da Identidade Física do Juiz .....................................................38
Subprincípio da Concentração ....................................................................39
Subprincípio da Irrecorribilidade em Separado das Decisões Interlocutórias ......39
Princípio da Persuasão Racional (ou Livre Convencimento Motivado) ................40
Princípio da Boa-Fé ...................................................................................41
Princípio da Cooperação ............................................................................43
Jurisdição ................................................................................................43
Conceito de Jurisdição ...............................................................................44
Modalidades de Jurisdição ..........................................................................45
Jurisdição Contenciosa e Voluntária .............................................................45
Classificação da Jurisdição quanto ao Objeto ................................................46
Classificação da Jurisdição quanto ao Tipo de Órgão que a Exerce ...................46
Classificação da Jurisdição quanto à Hierarquia .............................................47
Poderes da Jurisdição ................................................................................47
Poder de Decisão ......................................................................................48
Poder de Coerção .....................................................................................48
Poder de Documentação ............................................................................48
Princípios da Jurisdição ..............................................................................49
Princípio da Investidura .............................................................................49
Princípio da Indeclinabilidade ou da Inafastabilidade ......................................49
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
4 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
Princípio da Indelegabilidade ......................................................................50
Princípio da Improrrogabilidade ..................................................................50
Princípio da Inércia da Jurisdição ................................................................50
Princípio da Correlação ..............................................................................51
Princípio da Definitividade ..........................................................................51
Princípio do Juiz Natural ............................................................................52
Órgãos – Noções sobre a Estrutura do Poder Judiciário ..................................53
Legenda do Organograma ..........................................................................55
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
5 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
TEORIA GERAL DO PROCESSO – I
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Apresentação do Curso
Caro(a) aluno(a),
Iniciamos agora o Curso de Direito Processual Civil para o concurso público do 
STJ, cargo de Técnico Judiciário/Área Administrativa.
Para nossa disciplina, o CEBRASPE/CESPE não exigiu um conteúdo muito exten-
so do CPC/2015.
No entanto, é necessário dedicar atenção aos conceitos e institutos jurídi-
cos, já que a banca, tradicionalmente, alia a doutrina à jurisprudência em suas 
questões.
Nosso curso será ministrado em duas aulas, sendo nessa primeira aula aborda-
do o seguinte conteúdo:
• Introdução ao Direito Processual Civil:
 – Direito Processual e Direito Material;
 – Instrumentalidade do Processo;
 – O Processo Civil Moderno;
 – Direito Processual CivilConstitucional;
 – Princípios Gerais do Processo Civil na Constituição;
 – Princípios Infraconstitucionais do Processo Civil.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
6 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
• Jurisdição:
 – conceito;
 – modalidades;
 – poderes;
 – princípios;
 – órgãos.
Na segunda aula, abordaremos os seguintes tópicos do seu edital:
• Ação:
 – conceito;
 – natureza jurídica;
 – condições;
 – classificação.
• Sujeitos do processo:
 – partes e procuradores;
 – juiz;
 – ministério público;
 – serventuários da justiça e oficial de justiça (funções, deveres e responsa-
bilidades).
 – atos processuais.
Ao final, você terá a oportunidade de testar seus conhecimentos, por meio da 
resolução de questões da banca.
Então, vamos lá!
Aproveite a aula!
Lisiane Brito
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
7 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
Apresentação da Professora
Sou a professora Lisiane Brito.
Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental desde 2005, ano em 
que iniciei minhas atividades de docente.
Ministro aulas nos principais cursos preparatórios para concursos públicos de 
Brasília, bem como nos mais importantes cursos do país há mais de treze anos, 
além de atuar como instrutora em cursos de formação de servidores públicos e do-
cente em programas de pós-graduação.
Ao longo de todo esse período, venho acompanhando e comemorando o sucesso 
dos milhares de alunos que conquistaram a tão sonhada vaga no serviço público, 
com aproveitamento máximo nas provas.
Busco cada vez mais aprimorar a didática empregada nas aulas, lançando mão 
desse “dom” de transmitir o conhecimento de maneira clara e simples, de modo 
que o Direito se torne uma disciplina acessível até mesmo àqueles que não têm 
formação nessa área de conhecimento. Penso que isso é um dos maiores atrativos 
das aulas.
Foi a partir dessa experiência em sala de aula e com o emprego da mesma 
didática que desenvolvi nossas aulas de Direito em PDF. Todo o material foi elabo-
rado com muito cuidado, utilizando uma linguagem simples, clara e objetiva, sem 
abrir mão do devido cuidado em trazer às aulas o necessário aprofundamento ao 
conteúdo abordado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
8 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
Introdução ao Direito Processual Civil
Sabemos que incumbe ao Estado zelar pela paz social e, para tanto, por meio da 
função legislativa, são editadas diversas normas, com vistas ao estabelecimento 
dos direitos e deveres dos membros da sociedade. Se todos esses direitos fos-
sem respeitados e todos os deveres fossem cumpridos, de acordo com o que a lei 
estabelece, não surgiriam conflitos e, consequentemente, não haveria necessidade 
de processos.
Só que não é dessa forma que a vida em sociedade transcorre. Primeiramente, 
porque nem sempre existem regras claras e adequadas para gerir as relações e, 
quando essas existem, geralmente não são suficientes para conter os impulsos hu-
manos que frequentemente se manifestam.
Na dinâmica social, são frequentes, infelizmente, as situações em que o mais 
forte quer lesar o mais fraco, ou que aquele que não se esforçou tenta usurpar 
o produto do esforço alheio, ou ainda que o mais astuto procura enganar o mais 
ingênuo. Quando isso ocorre, as normas de conduta previstas abstratamente pela 
lei, com vistas ao regramento de situações genéricas, são violadas, surgindo um 
conflito de interesses.
Esse conflito, por si só, é um fenômeno sociológico, não se configurando em um 
fenômeno processual. Isso porque, se os envolvidos fizerem um acordo, ou se um 
deles renunciar à sua pretensão, não haverá processo.
Entretanto, pode ocorrer determinada situação em que não se consiga encontrar 
uma solução. Quando isso acontece, qualquer um dos envolvidos poderá buscar o 
Estado-Juiz, para que esse apresente uma solução imparcial (proferida por alguém 
que não está envolvido no conflito), dotada de força coercitiva.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
9 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
No momento em que um dos envolvidos nessa lide busca a tutela jurisdicional, 
o processo se inicia e, nesse instante, deverá atuar a ciência processual, que tem 
por finalidade estudar os instrumentos de atuação do Estado-Juiz para dar solução 
aos conflitos a ele apresentados. É fácil deduzir que, se não houvesse o instrumen-
to do processo e a possibilidade de se recorrer ao Poder Judiciário, a força iria pre-
valecer. Seria o império da “Lei do Mais Forte”. Daí, surge a necessidade de haver 
um procedimento, previamente estabelecido em lei, apto a pôr fim aos conflitos de 
interesses trazidos à apreciação do Estado-Juiz.
Pois bem, amigo(a). Feitas essas considerações preliminares, vamos definir o 
Direito Processual Civil.
�O Direito Processual Civil é o ramo do direito que contém as regras e os princípios 
que tratam da jurisdição civil, isto é, da aplicação da lei aos casos concretos, para 
a solução dos conflitos de interesses pelo Estado-Juiz.
Já vimos que uma condição necessária para que exista o processo é o conflito 
entre sujeitos. Entretanto, o conflito de interesses não é, isoladamente, suficiente 
para que as normas relativas ao processo sejam aplicadas. É necessário que uma 
das partes envolvidas recorra ao Poder Judiciário, trazendo a ele uma pretensão.
Diante disso, conclui-se que, para que exista o processo, é necessário que exis-
ta um conflito posto em juízo.
O PROCESSO CIVIL é, portanto, consequência de um conflito de interesses, 
mais uma pretensão levada ao Estado-Juiz.
Aí reside a diferença entre a relação processual e as relações interpessoais, das 
quais podem até mesmo resultar eventuais conflitos. Nessas últimas, há um sujei-
to que figura na relação processual: o juiz, cuja atribuição é aplicar a lei ao caso 
concreto, na busca da paz social.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
10 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
Para que se compreenda o Direito Processual Civil, como ramo autônomo do 
Direito, é necessário que se saiba distinguir as relações de pessoas envolvidas 
em conflitos não levados a juízo daquelas cujos conflitos são levados ao Poder 
Judiciário.
Na verdade, no primeiro caso, temos relações bilaterais, lineares, ao passo em 
que nos processos teremos relações triangulares.
Veja:
Relação de Direito Material
As partes se confrontam diretamente.
Relação de Direito Processual
 Perceba que aqui o Estado-Juizse posiciona entre as partes.
Direito Material e Direito Processual
Diante dos direitos atribuídos pela lei aos membros da sociedade, temos o sur-
gimento de várias normas de direito material, que são as que indicam os direitos 
de cada indivíduo ou grupo de indivíduos. Assim, por exemplo, há uma norma legal 
que estabelece o direito a postular alimentos. Temos aqui uma norma de direito 
material, que confere ao titular um interesse primário.
Por outro lado, as normas processuais são instrumentais, pois só existirão se 
houver um titular de direito material desrespeitado, ou que ele julgue que tenha 
sido desrespeitado e, diante disso, recorra ao Judiciário para que o garanta.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
11 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
Pode ocorrer, na vida em sociedade, de um direito ser espontaneamente respei-
tado, como pode ocorrer de não o ser. Nessa hipótese, se o lesado quiser compelir 
aquele que violou seu direito a respeitá-lo, terá de recorrer ao Estado, resultando 
disso a instauração de um processo.
O processo não é um fim em si mesmo, é um instrumento, um meio de buscar 
a satisfação de um direito material desrespeitado. Assim, as normas de direito pro-
cessual regem o instrumento adotado pelo Estado-Juiz para fazer valer os direitos 
daqueles que a ele recorreram.
Instrumentalidade do Processo
Já vimos que o processo é o instrumento de que se vale o juiz para aplicar a lei 
ao caso concreto. Podemos, então, concluir que o processo é o instrumento da 
jurisdição. 
Sabemos também que o processo não é um fim em si próprio, já que um 
cidadão não procura o Judiciário, peticionando, sem ter uma pretensão a ser sa-
tisfeita. O que esse sujeito busca é a prestação jurisdicional, a fim de proteger 
um direito material lesado ou ameaçado, solucionando com isso um conflito de 
interesses.
Diante disso, o processo goza de relativa autonomia, em relação ao direito 
material que nele se discute. Dizemos que a autonomia é relativa pelo fato de que 
não existe processo sem que exista uma situação material concreta, posta em juí-
zo. Assim, só será efetivo um processo se ele funcionar como instrumento adequa-
do à solução do conflito.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
12 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
Da instrumentalidade do processo, decorre a instrumentalidade das formas, 
pela qual o desatendimento à forma prescrita na lei processual não importa a nuli-
dade de ato que tenha atingido o fim visado. Um exemplo disso é a previsão legal 
de formalidades a serem observadas na citação do réu. Se tais formalidades não 
forem cumpridas, mas o réu comparecer a juízo, o ato será considerado válido. É o 
que dispõe o Art. 239, § 1º do NCPC. Veja:
Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, 
ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar 
do pedido.
§ 1º O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade 
da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de 
embargos à execução.
Isso ocorre porque a finalidade da citação é chamar o réu ao processo e, haven-
do o comparecimento desse, o objetivo foi atingido. O princípio da instrumentalida-
de das formas foi explicitamente previsto no art. 188 do CPC:
Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada salvo 
quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de ou-
tro modo, lhe preencham a finalidade essencial.
Concluindo, é necessário que alguns institutos do direito processual sejam ana-
lisados em compatibilidade com o direito material. É o que ocorre com a ação e 
suas condições, por exemplo. Não se pode examinar a legitimidade ad causam dos 
litigantes, sem que se faça referência ao direito material alegado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
13 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
O Processo Civil Moderno
Embora o surgimento do Direito Processual, como ciência autônoma, seja re-
sultado de uma lenta evolução, para a qual contribuíram vários estudiosos, a dou-
trina costuma apontar o ano de 1868 como o marco do seu surgimento. Nesse 
ano, Oskar von Bülow publicou, na Alemanha, seu trabalho sobre a teoria dos 
pressupostos processuais, no qual desenvolveu a ideia de processo como relação 
jurídica processual e procedimento. A partir daí se consolidou a autonomia 
do direito processual face ao direito material, firmando-se o entendimento da 
relação jurídica processual, com sujeitos, objeto e pressupostos próprios.
Pois bem, amigo(a), essa célebre obra é tratada como o marco inicial da auto-
nomia do Direito processual, pelo fato de que por meio dos estudos de Oskar von 
Bülow se evidenciou claramente que o processo não se confunde com o exercício 
do direito e que a ação não é a mesma coisa que o direito material em movimento.
Deixe-me esclarecer esse ponto.
Nos primórdios do estudo do processo, tivemos a fase denominada de “praxis-
mo”, ou “fase sincretista”. Nesse momento, entendia-se que havia um único 
corpo, que agregava o direito material e o processual.
Nesse momento inicial, o processo era visto como um conjunto de formas, que 
existiam para que o direito pudesse ser exercido. O processo se confundiade com 
o próprio direito material. Na verdade, naquele momento, o processo era apenas 
o direito material “em movimento”. Nessa linha de raciocínio sincretista, se 
alguém tivesse um direito e encontrasse resistência, poderia movimentar esse di-
reito, para vê-lo garantido por meio de um processo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
14 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
Esclarecido o raciocínio da fase praxista, anterior à obra de Oskar von Bülow, 
voltemos agora a esse doutrinador e ao produto de seu trabalho: a fase do pro-
cessualismo.
Nesse momento da evolução dos estudos, ficou evidenciado que a relação jurí-
dica processual não se confunde com a relação material que se discute. A partir daí, 
o processo ganhou autonomia, sendo superado o pensamento sincretista.
O principal mérito do processualismo foi a conquista da autonomia do proces-
so, em relação ao direito material, destacando o Direito Processual como disciplina 
autônoma. Entretanto, um aspecto prejudicial da busca pela autonomia do proces-
so foi seu distanciamento do direito material. O processo, como sabemos, existe 
para garantir o direito material e solucionar questões a ele referentes. O primeiro é 
instrumental em relação ao segundo e, portanto, não há como isolar um do outro.
Os estudos evoluíram e a fase que sucedeu o processualismo foi a do instru-
mentalismo. Essa nova concepção tentou compatibilizar a autonomia do DireitoProcessual com o Direito Material. Foi nessa fase que se chegou à conclusão de que, 
se o direito processual concretiza e torna efetivo o direito material, esse confere 
sentido àquele. Os dois coexistem, sendo o segundo instrumental ao primeiro.
A importante evolução teórica levou ao estabelecimento dos princípios e dos 
institutos jurídicos que permitem a qualificação de uma ciência como tal. O 
instrumentalismo evoluiu mais e chegou-se ao Neoprocessualismo, também 
conhecido como formalismo valorativo, formalismo ético ou modelo cons-
titucional de processos. Temos aqui várias expressões que designam a mesma 
fase. Diferentes doutrinadores usam diferentes termos para concluir a mesma 
coisa: as normas de Direito Processual têm sua origem na Constituição.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
15 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
O neoconstitucionalismo levou à valorização dos princípios, que assumem 
status de norma. Consequentemente, o Direito Processual Civil deve valorizar a 
força normativa da Constituição, consagrando os direitos fundamentais. Isso 
se revela nos artigos iniciais do NCPC, as denominadas “normas processuais civis 
fundamentais”. Além disso, todas as normas processuais previstas em leis devem 
observar os preceitos constitucionais. E, como sabemos, o texto da Constituição 
Federal traz vários princípios processuais.
A conclusão a que se chega, diante disso, é que, pelo fato de ser a Constituição 
da República a norma suprema do ordenamento jurídico, os princípios nela contidos 
têm força normativa, devendo tanto orientar a interpretação das demais normas 
quanto a fundamentação das decisões.
Veja o que dispõe o art. 140, do NCPC:
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do 
ordenamento jurídico.
Direito Processual Civil Constitucional
Sabemos que é na Constituição Federal que se fundamenta toda a estrutura hie-
rárquica do ordenamento jurídico brasileiro. Todas as normas são criadas a partir 
dos preceitos e valores constitucionais e o Direito Processual Civil não foge a essa 
regra. Na verdade, esse ramo do Direito precisa estar em permanente sintonia com 
a Constituição Federal, respeitando sua supremacia, sob pena de nos depararmos 
com uma norma processual inconstitucional.
Diante disso, é necessário que aqueles que pretendem estudar as regras do 
NCPC tenham prévio conhecimento do modelo processual delineado pela Constitui-
ção Federal.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
16 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
A doutrina aponta quatro grupos de regras constitucionais que atuam direta-
mente na esfera processual. Vejamos, a seguir, quais são esses grupos.
Normas Processuais contidas na Constituição Federal
• Princípios constitucionais do Direito Processual Civil;
• Regras de Organização Judiciária;
• Funções Essenciais à Justiça;
• Procedimentos Jurisdicionais Constitucionalmente diferenciados.
Princípios Gerais do Processo Civil na Constituição Federal
O art. 1º do CPC determina a subordinação do Processo Civil à Constituição Fe-
deral.
Veja:
Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores 
e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa 
do Brasil, observando-se as disposições deste Código.
Perceba que esse dispositivo estabelece que o processo civil deverá ser discipli-
nado e interpretado de acordo com a Constituição Federal, observadas as disposi-
ções contidas no próprio Código. Essa regra, prevista no primeiro artigo do NCPC, 
orienta os que vão interpretá-lo a tomar conhecimento dos valores e das normas 
fundamentais da Constituição Federal, sem o que não há como aplicá-lo adequa-
damente. Deverá haver observância e subordinação, não apenas aos princípios 
fundamentais, mas aos valores e às normas constitucionais.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
17 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
O legislador do NCPC, depois de trazer explícito no artigo 1º a obrigatoriedade 
de submissão à Constituição, repetiu nos artigos seguintes alguns dos princípios 
fundamentais do processo civil previstos no texto constitucional, como o do con-
traditório, da ampla defesa, da demanda, da duração razoável do processo 
e da isonomia.
Essa reiteração tem uma finalidade didática, já que funciona como uma adver-
tência de que, na aplicação e na interpretação do código, tais princípios devem ser 
observados.
Princípio do Devido Processo Legal
Também denominado de princípio da legalidade, é inspiração para todos os 
demais. Se origina do Art. 5º, LIV, da Constituição Federal:
Art. 5º, LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido pro-
cesso legal
Perceba que a Constituição assegura a liberdade e os bens, garantindo que seus 
titulares não os percam por atos que não sejam judiciais e emanados do Estado. O 
Judiciário, por sua vez, deverá observar as garantias próprias do Estado de Direito, 
respeitando a Lei e garantindo a cada um o que é seu.
Devido Processo Legal Substancial e Formal
O devido processo legal formal diz respeito à própria tutela processual, ou 
seja, ao processo, às garantias que esse processo deverá respeitar e ao regramen-
to legal a que deve obedecer.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
18 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
O devido processo legal substancial ou material, por sua vez, é uma forma 
de autolimitação do poder do Estado, na medida em que veda a edição de normas 
que violem a razoabilidade e agridam o regime democrático.
Ao nosso estudo interessa, nesse momento, o aspecto formal, que diz respeito 
às normas processuais.
Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição
Também denominado princípio do acesso à justiça, tem sua origem no art. 
5º, XXXV, da Constituição Federal:
Art. 5º, XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a 
direito
O NCPC também o traz estampado no Art. 3º, caput.
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
Esse princípio garante a todos o direito à efetiva proteção judicial. Sua aplicação 
deverá ser feita conjuntamente com os princípios da inafastabilidade da jurisdição 
e do contraditório.
Temos aqui o direito de ação, no seu sentido mais amplo, qual seja o direito de 
obter uma resposta do Judiciário às petições a ele dirigidas. Trata-se de um direito 
amplo e incondicional, já que o Poder Judiciário não pode se eximir de examinar 
e responder os pedidos que lhe forem dirigidos. Pode até acontecer de a resposta 
se limitar a avisar ao autor que sua pretensão não pode ser atendida, por faltarem 
condições essenciais para tal. Mas, de qualquer forma, essa informação será dada 
por um juiz, com a devida fundamentação,após a análise do processo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
19 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
Embora a constituição assegure o direito à apreciação jurisdicional, no caso de 
lesão ou ameaça de lesão a direito, a solução consensual dos conflitos deverá 
ser, sempre que possível, promovida pelo Estado, devendo a conciliação, a me-
diação e outras formas de solução consensual ser estimuladas. Não há nisso 
ofensa ao princípio da inafastabilidade da jurisdição, nem há que se falar em in-
constitucionalidade. O STF, inclusive, já decidiu nesse sentido.
O NCPC, nos parágrafos do Art. 3º, prevê métodos alternativos (arbitragem, 
conciliação, mediação e outros meios de solução consensual). A Lei n. 9.307/1996, 
que trata da Arbitragem, permite que os conflitantes confiram a um árbitro a so-
lução do conflito. Nesse caso, um árbitro deverá proferir a decisão, com força de 
sentença, sem haver necessidade de posterior homologação judicial.
Princípio do Contraditório
Esse princípio foi explicitamente estampado no texto da Constituição Federal de 
1988, no Art. 5º, LV:
Art. 5º, LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes
O contraditório exige que sejam cientificados da existência do processo os réus, 
os interessados e os executados. Da mesma forma, os litigantes deverão ser infor-
mados acerca de tudo o que ocorre no procedimento, tendo o direito de se manifes-
tar, apresentar suas razões e se opor à pretensão do adversário. Ao juiz, incumbe 
ouvir o que as partes têm a dizer e, para que isso ocorra, é necessário que lhes seja 
dada a oportunidade de se manifestarem e a ciência do que se passa no processo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
20 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
O NCPC deixa clara a importância conferida ao contraditório no texto do Art. 9º:
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que esta seja previamente 
ouvida.
As exceções à regra do Art. 9º são as hipóteses de tutela provisória de ur-
gência e de tutela de evidência prevista no Art. 311, incisos II e III, bem como 
a decisão prevista no Art. 701, que trata da expedição de mandado de pagamento, 
de entrega de coisa ou execução de obrigação de fazer ou não fazer, quando já es-
tiverem preenchidos os requisitos para o processamento da ação monitória.
Veja o que dizem esses dispositivos:
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração 
de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório 
da parte;
II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver 
tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado 
de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não 
fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o pagamento 
de honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa.
Muito bem, amigo(a). A importância de observância do contraditório no pro-
cesso se manifesta também na vedação em que os litigantes sejam surpreendidos 
por uma decisão judicial, sem terem tido a oportunidade de se manifestarem. Veja 
o que diz o Art. 10 do NCPC.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em funda-
mento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, 
ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
21 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
Esse artigo proíbe a “decisão-surpresa”, na qual o juiz se vale de fundamento 
que pode ser conhecido de ofício, que não tinha sido anteriormente suscitado, sem 
dar às partes a oportunidade de se manifestar.
É importante frisar que a vedação do Art. 10 se dirige a todos os juízos e tribu-
nais, como fica evidente na expressão “em grau algum de jurisdição”, grifada no 
texto acima transcrito. É vedado a qualquer juiz proferir decisão-surpresa, que 
tenha por base um fundamento sobre o qual as partes não foram ouvidas.
Vamos esclarecer melhor esse ponto.
Existem algumas matérias, de ordem pública, que podem ser conhecidas de 
ofício pelo juiz, mesmo que nenhuma das partes as alegue. O juiz poderá conhe-
cê-las; mas, antes de decidir com base nelas, deverá ouvir as partes, conferindo a 
elas a oportunidade de se manifestar.
Se as partes não suscitaram a questão de ordem pública, o próprio juiz deverá 
suscitá-la, a fim de obter a manifestação das partes a seu respeito.
Vamos imaginar uma situação hipotética, para facilitar sua compreensão. Ima-
gine que, no curso do processo, o juiz verifique que há carência de ação, o que 
implica a extinção do processo sem julgamento do mérito. Trata-se de matéria de 
ordem pública, que deve ser conhecida de ofício. Caso o réu a tenha suscitado, o 
juiz deverá ouvir o autor, antes de decidir. Mas, caso ninguém a tenha suscitado, 
o juiz, antes de extinguir o processo sem resolução de mérito, deverá suscitar a 
questão da carência, determinando que as partes sobre ela se manifestem. Nesse 
caso, o que vai ocorrer, provavelmente, é que o autor trará argumentos para afas-
tá-la; e o réu, para confirmá-la. O juiz, após ouvir ambos, poderá proferir a decisão.
Se esse procedimento for observado, terá sido respeitado o princípio do contra-
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
22 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
ditório, sem o que a decisão, caso fosse prolatada, seria nula. As partes não serão 
surpreendidas pela decisão, seja ela para acolher, seja para afastar a carência. 
Além disso, o juiz terá decidido com mais segurança, após ter ouvido as partes.
Vamos em frente.
Contraditório e Prova Emprestada
Sabemos que, pelo princípio do contraditório, deve ser oportunizado aos litigan-
tes o direito de participar ativamente na produção das provas. No caso de prova 
testemunhal, por exemplo, as partes podem formular perguntas às testemunhas 
ou apresentar contradita, se quiserem suscitar suspeição ou impedimento. No caso 
de prova pericial, os litigantes terão o direito de formular quesitos, indicar assisten-
tes técnicos, impugnar o laudo e solicitar esclarecimentos.
Diante da obrigatoriedade de respeito ao contraditório no processo, uma ques-
tão importante que surge é a utilização de prova emprestada.
Isso porque não é raro ocorrer de, no curso de uma Ação, uma das partes pre-
tender utilizar prova produzida em outro processo. Ocorre que não é sempre que 
o juiz podeadmitir isso.
Daí, surge um questionamento: quando será permitida a prova emprestada?
Vamos esclarecer isso.
Quando uma das partes traz prova emprestada, o juiz só poderá deferi-la se a 
outra parte tiver participado, no processo anterior, da produção dessa prova. Essa 
regra é decorrência do disposto no Art. 372 do NCPC.
Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atri-
buindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
23 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
Vamos criar uma situação hipotética, a título de exemplo, para que você com-
preenda como isso se aplicaria na prática.
Pois bem, imagine que alguém sofreu um acidente de trabalho, do qual resulta-
ram lesões. Esse sujeito ajuizará duas ações.
Na primeira, em face do INSS, ele busca receber benefícios acidentários. Essa 
Ação deverá ser ajuizada na Justiça Estadual, em uma Vara de Acidente de trabalho 
ou, caso essa não exista no local, em uma Vara Cível. Em momento posterior, ou-
tra Ação será ajuizada em face do empregador, na Justiça do Trabalho, pleiteando 
indenização.
Então chegará um momento em que a prova da incapacidade decorrente do 
acidente de trabalho será necessária para duas ações distintas: uma acidentária, 
na qual o autor pleiteia benefícios previdenciários; e outra indenizatória, na Justiça 
do Trabalho.
O autor deverá comprovar, em ambas as Ações, a incapacidade para o trabalho. 
Para tanto é necessária prova pericial. Vamos imaginar que na Ação contra o INSS 
seja produzida essa prova. Chegamos ao ponto que nos interessa.
Poderá a perícia da Ação acidentária ser utilizada, por empréstimo, na Ação In-
denizatória movida contra o empregador?
A resposta é: depende. Se essa prova for beneficiar o autor, o juiz da segunda 
Ação deverá, antes de deferi-la, ouvir o empregador. Se esse não concordar com a 
utilização da prova emprestada, o juiz não poderá deferir, pois o patrão não partici-
pou da Ação contra o INSS. Não teve direito ao contraditório, não formulou quesi-
tos, não indicou assistente técnico. Se o juiz permitir que essa prova seja utilizada 
na nova Ação, sem o consentimento do empregador, estará ofendendo o princípio 
do contraditório. A perícia só poderá ser utilizada como prova emprestada se o réu 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
24 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
(empregador) concordar. Por outro lado, no caso de a perícia não ser favorável ao 
autor, pode ocorrer de o réu extrair cópias da Ação anterior e trazê-las, para usar 
como prova emprestada. Nesse caso, o autor não poderá se opor, pois ele parti-
cipou do processo anterior e, nessa ocasião, teve oportunidade de requerer o que 
tinha direito. Para ele, houve o respeito ao contraditório.
Amigo(a), com esse exemplo, penso que ficou claro que só será possível a uti-
lização de prova emprestada quando, à época de sua produção, em processo an-
terior, aquele contra quem será utilizada tenha participado ou, caso não o tenha, 
mediante sua concordância.
Princípio da Duração Razoável do Processo
A E.C. n. 45/2004 incluiu no art. 5º da Constituição Federal de 1988 o inciso 
LXXVIII, que traz os seguintes dizeres:
Art. 5º, LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a ra-
zoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
Esse dispositivo constitucional é o fundamento legal para o princípio da dura-
ção razoável do processo.
É interessante reparar que o NCPC, no seu art. 4º, repetiu o texto da Constituição, 
esclarecendo que a regra é extensível à atividade satisfativa. Veja:
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, 
incluída a atividade satisfativa.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
25 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
Antes mesmo da inclusão do inciso LXXVIII no Art. 5º da CF/1988, nosso or-
denamento jurídico já consagrava esse princípio, na medida em que ele é um dos 
aspectos do devido processo legal (o processo só atingirá seu objetivo se for 
concluído em um prazo razoável).
Os dispositivos legais supracitados vieram a evidenciar a preocupação do legis-
lador constitucional em prevenir um dos mais sérios problemas relativos à presta-
ção jurisdicional: a demora excessiva no julgamento dos processos.
Na verdade, a maioria das mudanças ocorridas nas leis processuais, nos últimos 
tempos, teve a finalidade de dar uma solução mais célere para os conflitos.
Nesse sentido, há vários exemplos de medidas que foram adotadas para tornar 
o processo mais eficiente: a ampliação das hipóteses de cabimento de tutelas de 
urgência, a viabilidade de solução concentrada de casos idênticos e repetitivos, as 
súmulas vinculantes, a utilização de meios eletrônicos nos processos, a redução 
do número de recursos cabíveis, principalmente os dotados de efeito suspensivo, 
dentre outros.
Os destinatários do princípio da razoável duração do processo são o legislador, 
o administrador e os juízes.
Primeiramente o legislador, a quem incumbe elaborar leis que venham a acele-
rar e não atravancar o andamento dos processos.
Em segundo lugar, o princípio se dirige ao administrador, a quem cabe dar ma-
nutenção adequada aos órgãos judiciários, aparelhando-os a dar efetividade à nor-
ma constitucional.
Por fim, dirige-se aos juízes, que, ao exercerem suas competências, devem atu-
ar de forma diligente, a fim de que o processo caminhe para uma solução rápida.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
26 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
Princípio da Isonomia
Esse princípio, que foi um dos ideais da revolução francesa, está previsto na 
nossa Constituição Federal, no Art. 5º, caput e inciso I.
Vejamos:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantin-
do-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Consti-
tuição;
Vista sob a ótica processual, a isonomia indica a necessidade de que seja confe-
rido tratamento igualitário às partes, tanto no que se refere ao exercício de direitos 
e faculdades processuais, quanto no que tange aos meios de defesa, aos ônus, aos 
deveres e à aplicação de sanções processuais. Veja o que diz o Art. 7º, do CPC:
Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direi-
tos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação 
de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
O princípio da isonomia deverá orientaro legislador, no momento de editar as 
leis, que devem dar tratamento igualitário aos litigantes; também deverá nortear 
os julgamentos, orientando o juiz no momento da condução do processo.
É necessário lembrar que a isonomia pode ser analisada sob dois diferentes en-
foques: Isonomia Formal e Isonomia Real.
Em um primeiro momento, buscava-se a isonomia formal, mas o conceito evo-
luiu, e hoje se exige a isonomia material ou real.
Vale a pena nos determos alguns instantes nesse ponto.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
27 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
Isonomia Formal e Isonomia Real
Quando falamos em isonomia formal, estamos nos referindo a um tratamento 
igualitário a todos, sem que se leve em consideração possíveis diferenças entre os 
indivíduos ou, no que tange ao processo civil, aos sujeitos do processo.
Com o passar do tempo, ficou evidente que, a pretexto de conferir tratamento 
igualitário a todos, a isonomia formal acabava por salientar as diferenças e eter-
nizar os privilégios. Sim, pois é mais do que sabido que as pessoas não são todas 
iguais. Existem fracos e fortes, existem os mais poderosos economicamente e os 
menos, existem homens e mulheres.
Ora, se isso não for considerado pela lei, essa será formalmente isonômica, na 
medida em que trata todos da mesma maneira, mas, por outro lado, irá criar situ-
ações profundamente injustas.
Daí, surgiu a necessidade de evolução, partindo-se para uma noção de isonomia 
real, na qual o legislador, ao editar as normas, e o juiz, no momento de aplicá-las, 
levem em conta as peculiaridades de cada sujeito.
“Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, dentro de suas desi-
gualdades”, traduz a isonomia real. Significa dizer que, quando as pessoas estive-
rem em situação de igualdade, devem receber tratamento igualitário; no entanto, 
quando forem diferentes, e estiverem em situação de desequilíbrio, tal diferença 
deve ser considerada. A lei só criará situações reais mais justas quando, verificando 
que realmente há diferenças e desequilíbrios entre as pessoas, proteger as menos 
favorecidas, tentando dessa forma “aplainar” as diferenças.
A título de ilustração, trago a você alguns exemplos de tratamento formalmente 
desigual, para a obtenção da isonomia real.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
28 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
São situações em que a lei dá a um litigante aparentes privilégios, sem que com 
isso haja qualquer ofensa ao princípio da isonomia. Isso se deve ao fato de que, do 
ponto de vista da isonomia real, é necessário que se criem mecanismos que visem 
a alcançar uma autêntica igualdade entre os litigantes.
Se, no entanto, analisarmos tais situações exclusivamente sob a ótica da isono-
mia formal, equivocadamente iremos considerar que estão sendo conferidos privi-
légios a uma das partes.
Veja alguns exemplos:
1. Prazo em Dobro para o Ministério Público e a Fazenda Pública se manifes-
tarem nos autos, nos termos dos arts. 180, caput, e 183, caput, do CPC. Essa 
concessão de prazo maior se deve ao fato de que os beneficiários têm uma 
quantidade de processos muito maior do que os litigantes comuns.
2. Prazo em Dobro deve ser concedido à Defensoria Pública e àqueles que 
gozam do benefício da justiça gratuita, desde que sejam patrocinados por 
entidades públicas, organizadas e mantidas pelo Estado (nos termos do art. 
5º, § 5º, da Lei n. 1.060/1950).
Atenção a esse detalhe: não são todos os beneficiários da justiça gratuita que 
recebem o benefício do prazo em dobro, mas somente aqueles representados 
pela Defensoria Pública e pela Procuradoria do Estado (a jurisprudência tem 
entendido que o benefício deve ser extensivo a Centros Acadêmicos de entida-
des públicas de ensino superior que prestam serviço gratuito de assistência).
Por outro lado, os litigantes beneficiários da justiça gratuita assistidos por 
advogado que não pertença a essas entidades não terão o benefício. Não há 
que se falar em ofensa ao princípio da isonomia, pela mesma razão anterior: 
as entidades públicas atuam em quantidade maior de processos do que o liti-
gante comum.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
29 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
3. Remessa Necessária se trata de benefício concedido à Fazenda Pública, 
pelo qual as sentenças proferidas contra ela, em que haja sucumbência, não 
transitam em julgado, senão depois de reexaminadas pela instância superior. 
Mesmo que não haja recurso voluntário das partes, a eficácia da sentença 
depende de tal reexame. Esse privilégio se mantém no sistema, não tendo 
sido declarada sua inconstitucionalidade.
O fundamento é o fato de que, como os bens da Fazenda são públicos, seria 
conveniente que as sentenças que lhe impõem sucumbência fossem exami-
nadas por juízes mais experientes.
4. a Execução em face da Fazenda, que não segue o procedimento comum, 
pelo fato de seus bens serem impenhoráveis. A execução se processa com a 
expedição de precatório, e não por meio de penhora.
5. a Prioridade de tramitação e desnecessidade de ser observada a 
ordem cronológica de conclusão, para que seja prolatada sentença ou acór-
dão, nos casos de prioridade legal, nas hipóteses previstas nos art. 1.048 e 
art. 12, VII, ambos do CPC.
Observe que, enquanto o caput do art. 12 determina que juízes e tribunais 
observem a ordem cronológica de conclusão, para proferir sentenças e acór-
dãos, o § 2º estabelece algumas exceções. A Lei estabelece prioridade de 
tramitação para a parte que tenha idade superior a 60 anos, ou que seja 
portadora de doença grave. Essa prioridade afasta a aplicação do disposto no 
caput do art. 12. Não há ofensa ao princípio da isonomia nesse caso, já que 
as circunstâncias pessoais das partes o justificam.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
30 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
Muito bem, amigo(a),
Vimos aqui exemplos de tratamento diferenciado conferido por lei a pessoas que 
se encontram em situações de desigualdade, a fim de dar efetividade à isonomia real.
Além desses casos, poderá o juiz, caso verifique que as partes se encontram em 
situação de desigualdade, adotar medidas necessárias para equilibrar o processo.
Princípio da Imparcialidade do Juiz (Juiz Natural)
Esse importantíssimo princípio veio estampado nos incisos LIII e XXXVII do art. 
5º da Constituição Federal.
Art. 5º, XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;
(...)
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
O legislador teve o cuidado, com a edição desses dispositivos, de conter possível 
arbítrio do poder estatal e assegurar a imparcialidade do juiz.
O juiz natural é aquele cuja competência é apurada segundo regras previamen-
teestabelecidas pelo ordenamento jurídico, não podendo ser modificada a poste-
riori. Todos nós sabemos o quão perigoso seria se o Estado pudesse criar juízos ou 
tribunais de exceção.
Seria uma porta aberta para o arbítrio, pois se isso fosse possível, o Estado po-
deria retirar uma causa de seu juiz natural.
Imagine o que seria se não houvesse regras previamente estabelecidas de com-
petência. Um litigante poderia, por exemplo, escolher o juízo em que a demanda 
deveria ser proposta. Bastaria procurar um juízo no qual houvesse um juiz com 
convicção alinhada com os seus interesses.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
31 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
A necessidade de regras definidoras da competência, previamente estabeleci-
das, impede que isso aconteça. O juiz natural não é escolhido aleatoriamente, mas 
por regras prévias.
Requisitos para a Caracterização do Juiz Natural
São três:
1. o julgamento deve ser proferido por alguém investido de jurisdição;
2. o órgão julgador deve ser preexistente, vedada a criação de juízos ou tribu-
nais de exceção, instituídos após o fato, com o intuito específico de julgá-lo;
3. a causa deve ser submetida a julgamento pelo juiz competente, de acordo 
com regras postas pela Constituição Federal e por lei.
Princípio da Publicidade dos Atos Processuais
Aqui, temos um princípio estampado em dois artigos da Constituição Federal: 
Art. 5º, LX e Art. 93, X.
Vejamos:
Art. 5º
(...)
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da 
intimidade ou o interesse social o exigirem;
Art. 93.
(...)
X – as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sen-
do as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
32 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
O CPC, por sua vez, em seu Art. 11, caput, primeira parte, estabelece o seguinte:
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e funda-
mentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
A publicidade é um grande instrumento de controle da atividade judicial. A socieda-
de precisa ter conhecimento das decisões, para que possa fiscalizar juízes e tribunais.
No entanto, a própria Constituição reconhece que, em alguns casos, a ampla 
publicidade pode ser prejudicial e, caso isso ocorra, será restringida por lei. É por 
essa razão que o CPC, no Art. 189, menciona as hipóteses de segredo de justiça. Lo-
gicamente, o segredo só diz respeito a terceiros, e não aos que atuam no processo.
Veja as hipóteses de segredo de justiça nos processos:
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os 
processos:
I – em que o exija o interesse público ou social;
II – que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união es-
tável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
III – em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
IV – que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde 
que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
Quando houver um processo que tramita em segredo de justiça, será restrito 
às partes e seus procuradores o direito de consultar os autos e pedir certidões. 
Caso um terceiro demonstre interesse jurídico, poderá requerer ao juiz certidão 
do dispositivo da sentença, ou de inventário e de partilha resultantes de divórcio e 
separação. É o que estabelecem os §§ 1º e 2º do Art. 189. Veja:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
33 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
Art. 189
(...)
§ 1º O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de 
pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.
§ 2º O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dis-
positivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou 
separação.
Princípio da Motivação das Decisões Judiciais
O art. 93, IX, da Constituição Federal, prevê esse princípio, ao determinar que 
serão públicos todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário e fundamenta-
das todas as decisões, sob pena de nulidade.
Art. 93.
(...)
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamen-
tadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em de-
terminados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos 
nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique 
o interesse público à informação; 
Diante disso, o juiz, ou tribunal, quando da prolação das decisões, deverão jus-
tificá-las, expondo as razões que determinaram a medida adotada ou o julgamento 
proferido.
Na falta de fundamentação, tanto as partes, quanto os órgãos superiores e a 
própria sociedade desconheceriam os motivos que levaram o julgador a proferir 
aquela decisão. A fundamentação é indispensável, não só para propiciar a fiscali-
zação da atividade judiciária, mas também para que a transparência seja assegu-
rada. Em caso de ausência de motivação, qualquer dos litigantes poderá utilizar os 
embargos de declaração, solicitando ao juiz que explique os fundamentos de sua 
decisão ou, se preferir, poderá valer-se do recurso adequado para postular a nuli-
dade da decisão.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
34 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
Apenas os despachos, que são atos sem conteúdo decisório, dispensam a fun-
damentação, desde que com isso não exista prejuízo às partes do processo. Se 
existir risco de prejuízo, não haverá despacho, mas decisão, que nesse caso deverá 
ser fundamentada.
O CPC, atendendo à determinação da CF/1988, dedica atenção especial à fun-
damentação das decisões judiciais.
O Art. 489, § 1º, do NCPC dispõe que não serão consideradas fundamentadas 
as decisões judiciais, de qualquer tipo, nas hipóteses ali arroladas. Veja:
Art. 489.
(...)
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, 
sentença ou acórdão, que:
I – se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar 
sua relação com a causa ou a questão decidida;
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de 
sua incidência no caso;
III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, 
infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V – se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fun-
damentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àquelesfundamentos;
VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela 
parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação 
do entendimento.
Princípios Infraconstitucionais do Processo Civil
Já analisamos os aspectos constitucionais do Processo Civil.
A partir de agora, passamos a ver os princípios do processo que têm estatura 
infraconstitucional.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
35 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
Princípio Dispositivo
Para que possamos compreender adequadamente esse princípio, é necessário 
que tenhamos a adequada compreensão acerca da diferença existente entre a rela-
ção processual de natureza pública e a relação de direito material, que tanto pode 
envolver interesses públicos quanto os interesses privados.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
36 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
A Disponibilidade do Direito Material
Entenda que há processos nos quais a relação material versa sobre interesses 
disponíveis; e há outros nos quais a relação material trata de direitos indisponíveis. 
Diante disso, se o direito que se discute é disponível, as partes podem transigir. 
Nesse caso, o autor pode, se quiser, renunciar ao direito em que se funda a ação, 
assim como o réu pode reconhecer o pedido inicial. Em ambas as hipóteses, o 
processo será extinto com julgamento de mérito. Mas, se o conflito que provocou 
a instauração do processo versar sobre interesse indisponível, nada disso poderá 
acontecer.
Na hipótese de direito disponível, se o réu optar por não se defender, o juiz 
presumirá verdadeiros os fatos narrados na petição inicial e proferirá o julgamento 
antecipado da lide.
Por outro lado, em se tratando de direito indisponível, a falta de defesa não 
gerará essa consequência, sendo necessário que o autor prove os fatos por ele 
alegados.
O Princípio Dispositivo e a Propositura da Demanda
Esse princípio, também denominado “princípio da inércia”, é aquele pelo qual in-
cumbe à pessoa que se diz titular de um direito que necessita proteção provocar o 
Poder Judiciário, para que este traga uma solução concreta para a lide trazida a juízo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
37 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
Em sede de direito processual civil, o Poder Judiciário é inerte, só se manifes-
tando por provocação do interessado.
Assim, incumbe ao interessado ingressar em juízo, provocando a jurisdição. 
Isso se dá com o ajuizamento da Ação, sem o qual o processo não se inicia.
O Processo estabelecido no Código de Processo Civil se baseia no princípio dis-
positivo, conforme demonstra o Art. 2º
Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, 
salvo as exceções previstas em lei.
A exigência de propositura da Ação é manifestação do poder dispositivo: cabe 
à parte interessada decidir se ingressa ou não em juízo, cabendo-lhe ainda verificar 
qual o momento adequado para fazê-lo. O titular do direito pode, se o preferir, não 
ingressar com ação nenhuma e sofrer as consequências de sua inércia.
Princípio do Impulso Oficial
Outro importante princípio é o do impulso oficial, pelo qual, tendo sido ins-
taurado o processo, por iniciativa da parte (de acordo com o princípio dispositivo), 
esse deverá se desenvolver de ofício, pelo juiz, ainda que não haja nova manifes-
tação das partes.
Incumbe ao Estado-Juiz promover e determinar que os atos processuais sejam 
promovidos, de maneira que o processo se desenvolva, rumo à solução prevista 
pelo ordenamento jurídico para aquela lide. O artigo 2º, supratranscrito, traz esse 
princípio incluído na sua parte final.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
38 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
Princípio da Oralidade
Esse princípio, originalmente, trazia a ideia de que é necessário que o processo 
inclua manifestações orais das partes, especialmente durante a audiência de ins-
trução, a fim de que se alcance o julgamento com o menor número possível de atos 
processuais, com a possibilidade de ser obtido um resultado melhor, de acordo com 
a verdade dos fatos.
Atualmente, essa ideia de oralidade, tal qual foi desenvolvida por Chiovenda, 
está bastante enfraquecida. Basta citar que, mesmo os atos praticados oralmente, 
como a oitiva de testemunhas, depoimento das partes e ouvida dos peritos, duran-
te a audiência, deverão ser reduzidos à forma escrita.
Nos Juizados Especiais, há uma maior quantidade de atos orais. Mas, mesmo 
nesse caso, é necessário que se faça o registro de tudo o que acontece no processo.
Nos dias atuais, o princípio da oralidade se traduz na necessidade de o juiz se 
aproximar o máximo possível da instrução e das provas realizadas no processo.
Em relação à coleta de provas, há outros quatro princípios, que se originam da 
regra da oralidade. Todos eles visam a manter uma proximidade entre o juiz e a colhei-
ta de provas, partindo do princípio de que aquele que as colhe está mais apto a julgar.
Subprincípio da Imediação
Estabelece que é de competência do próprio juiz do processo colher diretamente 
a prova oral, sem intermediários.
Em alguns casos, entretanto, esse juiz contará com o auxílio de outros magis-
trados, como ocorre, por exemplo, quando a prova tiver de ser colhida por carta 
precatória ou rogatória.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
39 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
Subprincípio da Identidade Física do Juiz
O CPC de 1973 trazia esse princípio explícito no art. 132, nesses termos:
Art. 132. O juiz titular ou substituto, que concluir a audiência julgará a lide, salvo se 
estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado, 
caso em que passará os autos ao seu sucessor.
O CPC atual não repetiu o artigo 132 do Código de 1973, o que provocou dú-
vidas sobre as consequências dessa omissão, no sentido de que teria ou não sido 
excluído do ordenamento jurídico brasileiro o princípio da identidade física do juiz 
e, caso houvesse ocorrido a supressão dessa regra, se teria deixado de haver vin-
culação, por parte do juiz que colheu a prova oral em audiência, ao julgamento do 
processo.
Atualmente, o que predomina é o entendimento de que, embora a lei atual não 
tenha repetido o art. 132 do CPC/1973, o princípio da identidade física do juiz per-
manece no ordenamento jurídico pátrio, não como lei expressa, mas como regra 
principiológica.
Assim, o CPCatual continua acolhendo o princípio da oralidade, sendo mantido 
o subprincípio da identidade. O juiz que colheu a prova oral está mais apto a julgar, 
pelo contato direto que teve com as partes e as testemunhas. Caso esse juiz se des-
vincule e passe os autos ao seu sucessor, esse, se julgar necessário, poderá mandar 
repetir as provas já produzidas. Tem-se aqui uma faculdade conferida ao juiz suces-
sor, que deverá, em cada caso, verificar a necessidade de adotar essa medida.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
40 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
O princípio da identidade física do juiz não é absoluto, mas relativo. A consequên-
cia disso é que, se o processo tiver um juiz vinculado à sentença e essa for proferida 
por outro, só haverá nulidade relativa, que deverá ser alegada na primeira oportu-
nidade e que só será reconhecida se importar algum prejuízo ao contraditório e à 
ampla defesa.
Subprincípio da Concentração
Esse subprincípio determina que a audiência de instrução deve ser una e 
concentrada, a fim de propiciar ao juiz uma visão sistemática e unificada dos fa-
tos que precisará recordar no momento do julgamento. Entretanto, em situações 
concretas, poderá haver a necessidade de desdobramento da audiência em mais 
de uma data. É o que ocorre, por exemplo, quando falta uma das testemunhas, ou 
quando não é possível a oitiva de todas no mesmo dia.
Se isso ocorrer, ainda assim, será considerada apenas uma audiência, sendo 
que a segunda data será tão somente a continuação da audiência já iniciada.
Subprincípio da Irrecorribilidade em Separado das Decisões 
Interlocutórias
O CPC de 1973 dispunha que todas as decisões interlocutórias seriam recorrí-
veis em separado. Poderia ser interposto contra cada uma o recurso próprio, de 
agravo retido, em regra, podendo ser o agravo de instrumento em alguns casos.
O CPC atual promoveu uma alteração nessa situação, dando aplicação efetiva ao 
princípio da irrecorribilidade em separado das interlocutórias.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
41 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
Apenas um pequeno número de decisões interlocutórias justifica a interposição 
de recurso em separado, ou seja, de recurso específico contra elas. São aquelas 
previstas no rol do art. 1.015.
Você deve estar se perguntando: qual é a relação que existe entre a irrecorribi-
lidade em separado das interlocutórias e o princípio da oralidade? Em que medida 
esse subprincípio ajuda o juiz sentenciante, no sentido de estar mais próximo da 
colheita de provas?
Eu explico. É que, caso fosse possível recorrer em separado de todas as deci-
sões interlocutórias, o processo correria o risco de acabar por retardar demais o 
julgamento, se fossem interpostos muitos recursos, o que poderia dificultar a me-
morização, por parte do juiz, das provas relativas aos fatos de interesse da causa.
Princípio da Persuasão Racional (ou Livre Convencimento 
Motivado)
Esse princípio está relacionado ao anterior, no que diz respeito à instrução do 
processo e à colheita de provas.
Por outro lado, enquanto os subprincípios anteriores tratavam da colheita de 
provas, esse que vamos agora analisar se refere à sua avaliação.
O livre convencimento motivado é visto como uma conquista dos sistemas ju-
diciários modernos. Por ele, cumpre ao juiz formar seu convencimento livremente, 
diante do exame das provas produzidas. No entanto, esse convencimento deverá 
estar embasado e fundamentado nos elementos constantes dos autos.
Veja o que dispõe o Art. 371 do NCPC:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
42 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito 
que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.
Esse princípio se relaciona diretamente ao princípio da fundamentação das de-
cisões judiciais, previsto na Constituição Federal, no Art. 93, IX
Art. 93.
(...)
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamen-
tadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em de-
terminados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos 
nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique 
o interesse público à informação;
O juiz deverá indicar os motivos que formaram seu convencimento, e esses mo-
tivos devem ser resultado das provas colhidas, que por sua vez serão livremente 
valoradas, para a prolação da decisão.
Princípio da Boa-Fé
O NCPC conferiu à exigência da boa-fé o status de princípio, de norma funda-
mental do processo civil. Com isso, fica demonstrada a preocupação do legislador 
com a observância da boa-fé nos processos.
O art. 77 enumera outros deveres daqueles que participam do processo, en-
quanto o art. 80 arrola os casos de litigância de má-fé.
Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus procu-
radores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo:
I – expor os fatos em juízo conforme a verdade;
II – não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são desti-
tuídas de fundamento;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
43 de 57
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Teoria Geral do Processo – I
Prof.ª Lisiane Brito
www.grancursosonline.com.br
III – não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou 
à defesa do direito;
IV – cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e 
não criar embaraços à sua efetivação;
V – declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residen-
cial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação sempre que 
ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva;
VI – não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.
Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II – alterar a verdade dos fatos;
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI – provocar incidente manifestamente infundado;
VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Além disso, o CPC traz outros dispositivos que dão realce à exigência da boa-fé, 
como os artigos 322, § 2º, e 489, § 3º, que estabelecem que o pedido e a sentença 
sejam interpretados de acordo com o princípio da boa-fé.
Art. 322.
(...)
§ 2º A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o 
princípio da boa-fé.
Art. 489.
(...)
§ 3º A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus

Continue navegando