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Direito Tributário Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar • Relação Tributária como relação jurídica: O Estado goza de um conjunto de prerrogativas que lhe asseguram uma posição privilegiada nas relações jurídicas de que faz parte. A relação jurídico tributária não é meramente uma relação de poder mas também uma relação jurídica. As limitações ao poder de tributar não possuem uma rol exaustivo na CF. • Princípios Tributários: A. Legalidade: - Conceito: é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. - Conjunto de matérias submetidas a obrigatoriedade da lei: 1. Instituição de tributos e sua extinção; 2. Majoração dos tributos e sua redução; 3. Definição de fato gerador da obrigação tributária principal e do seu sujeito passivo; 4. Fixação de alíquota do tributo e sua base de cálculo; 5. Cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos ou para as infrações nela definidas. - Exceções ao princípio da legalidade: 1. Atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo; 2. É possível a fixação por decreto do prazo de pagamento do tributo; 3. O Poder Executivo pode reduzir e restabelecer as alíquotas da CIDE- combustíveis por meio de decreto; 4. Estados e o DF podem realizar por meio de convênio ( realizado no âmbito do CONFAZ), definir alíquotas do ICMS monofásico incidente sobre combustíveis definidos em Lei Complementar. - Legalidade e delegação legislativa: O CN pode delegar, por meio de Resolução, ao Presidente da República para edição de lei delegada, observados os limites estatuídos pelo parlamento, podendo o ato de delegação prever a apreciação parlamentar do projeto elaborado, em sessão única, vedada qualquer emenda. - Legalidade e delegação legislativa: O uso de medida provisória é plenamente possível, desde que observados os requisitos constitucionais (relevância e urgência). A restrição relativa á necessidade da conversão em lei no exercício da MP aplica-se exclusivamente aos impostos. Súmula 160 do STJ: É defeso, ao município, atualizar ao IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária. No tocante as demais espécies tributárias, a regra da anterioridade deve ser observada, tomando como referência a data da publicação da MP e não da conversão da lei. B. Isonomia: - Conceito: A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente ou desiguais, na medida que se desigualem. - Isonomia Tributária para o STF: 1.Na percepção cumulativa de valores há ser considerada, para efeito de fixação de alíquota presentes, individualmente, os exercícios envolvidos. Tributa-se de maneira semelhante ao que seria feito caso tivessem sido pagos no momento em que eram devidos; 2. Os inativos e pensionistas de todas as esferas da federação, em gozo dos benefícios na data da publicação da Emenda, passariam a pagar contribuição previdenciária. Porém a porcentagem entre as esferas deve ser a mesma. Atenção: • Há impedimento constitucional á utilização da MP em matéria reservada a lei complementar. • É vedada a adoção da MP na regulação de artigo da CF cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda. 3.A ocupação profissional ou função exercida pelo contribuinte não pode ser tomada por parâmetro de diferenciação. Ex: Servidor público não pode ser isento de IPTU pela função do seu cargo. 4.O contribuinte sujeito a ambas as contribuições (COFINS + CSLL) foi contemplado com uma bonificação representada pelo direito a ver abatido, no pagamento da segunda (COFINS), até um terço do quantum devido, atenuando-se, por esse modo a carga tributaria resultante da dupla tributação. 5.Não há ofensa ao princípio da isonomia tributaria, se a Lei, por motivos extrafiscais, imprime tratamento desigual a microempresas e empresas de pequeno porte de capacidade contributiva distinta, afastando do regime simples aquelas cujos sócios têm condição de disputar o mercado de trabalho sem assistência do Estado. C. Capacidade Contributiva: - Conceito: Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. - Em regra é aplicável aos impostos pessoais. D. Princípio da não surpresa: - Conceito: O Estado deve dar um prazo razoável para que o contribuinte se utilize das soluções que a Economia oferece para reorganiza seu orçamento. - Irretroatividade: É vedado aos entes tributantes cobrar tributos em relação aos fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. - Anterioridade do exercício financeiro: É vedado aos entes tributantes cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. A regra deve tomar como marco a data da publicação da lei. Atenção: • O STF passou a admitir a progressividade de impostos reais, tendo em visto a presumível maior capacidade contributiva dos sujeitos passivos, que são proprietários, adquirentes ou alienantes de bens de valor mais elevado. LEI TRIBUTÁRIA PODE RETROAGIR Leis expressamente interpretativas; Lei mais benéfica aos infratores; Exceções a Anterioridade Imposto de Importação Imposto de Exportação Imposto sobre produtos industrializados Imposto sobre operações financeiras Empréstimos compulsórios em caso de calamidade ou guerra Contribuições para o financiamento da seguridade social ICMS - Combustíveis CIDE- Combustíveis STF: • Súmula Vinculante 50: Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade. • A mera atualização monetária do valor do tributo ou da sua base de cálculo, por não significar majoração do mesmo, não se sujeita a anterioridade. • Não configura aumento do tributo a mera dedução ou extinção do desconto legalmente previsto, não se sujeitando a anterioridade. - Anterioridade nonagésimal ou noventana: Instituído ou majorado o tributo, a respectiva cobrança só pode ser realizada após o transcorrer de, no mínimo, noventa dias da data da publicação da lei instituidora. Exceções a Noventena Imposto de Importação Imposto de Exportação Imposto sobre operações financeiras Empréstimos Compulsórios em caso de calamidade e guerra Imposto de Renda Base de Cálculo do IPTU e do IPVA Atenção: • A revogação de qualquer benefício fiscal, configura aumento indireto de tributo, e justamente por isso, somente gera efeitos financeiros no exercício subsequente ao da publicação da lei revogadora. • Se o tributo instituído ou majorado for um imposto, a cobrança só poderá ser realizado no exercício subsequente caso a MP tenha sido convertida em Lei até o ultimo dia daquele que que tenha sido editada. Tributo Anterioridade Anual Noventena Imposto de Importação Não respeita Não respeita Imposto de Exportação Não respeita Não respeita Imposto Extraordinário Guerra Não respeita Não respeita Empréstimos compulsórios em caso de calamidade ou guerra Não respeita Não respeita Imposto de Renda Respeita Não respeita Base de Cálculo do IPTU e IPVA Respeita Não respeita IPI Não respeita Respeita Contribuições para Seguridade Social Não respeita Respeita ICMS combustíveis Não respeita Respeita Cide- combustíveis Não respeita Respeita Imposto sobre Operações Financeiras Não respeita Não respeita Atenção: • Se a MP for convertida em Lei sem alteração substancial do texto a cobrança continua. Se a conversão se der com alteração substancial, deve-sereiniciar a contagem da data da publicação da conversão. Caso a MP seja rejeitada ou perca a eficácia por decurso do prazo (120 dias), o tributo (ou a majoração) deixa imediatamente de ser cobrado. E. Princípio do não confisco: - Conceito: O legislador, ao se utilizar do poder de tributar que a CF lhe confere, deve fazê-lo de forma razoável e moderada, sem que a tributação tenha por efeito impedir o exercício de atividade lícitas pelo contribuinte, dificultar o suprimento de suas necessidades vitais básicas ou comprometer seu direito a uma existência digna. - Perspectiva dinâmica e estática da tributação do patrimônio: Estática • Tributação é analisada em si mesmo, não havendo preocupação em se aferir potenciais m u t a ç õ e s q u e acrescentam valor ao bem tributado. • Ex: IPTU, IPVA E ITR • Confiscatório. Dinâmica • S ã o l e v a d a s e m c o n s i d e r a ç ã o a s potenciais mutações q u e c o n s t i t u e m a c r é s c i m o s a o patrimônio • Ex: Rendimentos de aluguel • Não confiscatório. - Pena de pedimento e confisco: A pena de perdimento tem, como a própria designação demonstra, caráter punitivo. Nada impede, que em casos de comprovação de graves infrações tributarias, a legislação específica preveja como punição o pedimento de bens. - Taxas e o princípio do não confisco: Se o valor da taxa, no entanto, ultrapassar o custo do serviço prestado ou posto á disposição do contribuinte, dando causa, assim, a uma situação de onerosidade excessiva, que descaracterize essa relação de equivalência entre os fatores referidos, irá ser configurada então quanto a essa modalidade de tributo, hipótese de confisco. - Multas e o princípio do não confisco: O princípio do não confisco é aplicável as multas tributarias. O valor da obrigação principal deve funcionar como limitador da norma sancionaria de modo que a abusividade revela-se nas multas arbitradas acima do montante de 100% da obrigação principal. F. Princípio da Liberdade de Tráfego: - Conceito: É vedado aos entes estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público. Essa regra tem exceções como o ICMS interestadual. • Vedações específicas da União: A. Princípio da Uniformidade geográfica da tributação: - Conceito: É vedado a União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País, exemplo a Zona Franca de Manaus. B. Princípio da Uniformidade de Tributação de Renda: - Conceito: É vedado a União tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes; C. Princípio da vedação as isenções heterônomas: - Conceito: É vedado a União instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Temos como exceção a possibilidade de a União, por lei complementar conceder de isenção de ICMS e ISS nas operações de produtos para o exterior. STF: • O STF entende que a concessão de isenção se funda na conveniência de suas políticas fiscais e econômicas. Não cabe os Judiciário conceder essa isenção. D. A causa da isenção decorrente de tratado internacional: - Conceito: Possibilidade de o tratado internacional conceder isenções de tributos estaduais e municipais, mas não classificar essa hipótese como isenção heterônoma. As imunidades são sempre heterônomas, uma vez que concedidas diretamente pelo texto constitucional, não havendo autonomia do ente compete para a cobrança do tributo estabelecê-las. E. Princípio da não discriminação baseada em procedência ou destino: - Conceito: É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. Somente a União está autorizada a estipular tratamento tributário diferenciado entre Estados da federação. Ex: O Estado não pode estatuir uma alíquota mais elevada de IPVA para carros importados. Isenção Concedida por Lei. Imunidade Concedida sempre na Constituição Federal. F. Exigência de lei específica para a concessão de benefícios fiscais: - Conceito: Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, Ex: Lei do Simples Nacional.
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