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UNIP INTERATIVA UNIVERSIDADE PAULISTA - EAD CURSO DE LICENCIATURA EM FÍSICA RAFAELA SILVA CESCA RA:1929469 PRÁTICA COMO COMPONETE CURRÍCULAR (PCC) – FÍSICA DOURADOS – MS 2020 2 RAFAELA SILVA CESCA RA:1929469 PRÁTICA COMO COMPONETE CURRICULAR (PCC) - FÍSICA 3° SEMESTRE - LABORATÓRIO CASEIRO: TUBO DE ENSAIO ADAPTADO COMO TUBO DE KUNDT PARA MEDIR A VELOCIDADE DO SOM NO AR DOURADOS – MS 2020 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 4 1.1. Ondas sonoras .............................................................................. 4 1.2. Velocidade do som..........................................................................5 1.3. A percepção do som.......................................................................7 1.4. Propriedade de ondas sonoras.......................................................8 1.5. Ressonância ................................................................................. 9 2. OBJETIVOS .......................................................................................... 10 2.1. Objetivos específicos .................................................................. 10 3. EXPERIMENTO EM SALA DE AULA.....................................................10 4. RESULTADOS ESPERADOS................................................................12 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................13 4 1. INTRODUÇÃO Num sentido amplo, uma onda é qualquer sinal que se transmite de um ponto a outro de um meio com velocidade definida. Em geral, fala-se de onda quando a transmissão do sinal entre dois pontos distantes ocorre sem que haja transporte direto da matéria de um desses pontos ao outro. Assim, para uma onda na superfície da água, pode-se associar o sinal, por exemplo, com uma crista, onde a elevação da água é máxima. A onda transporta energia e momento: uma onda provocada por uma lancha deslocando-se sobre a superfície tranquila de um lago sacode um barco distante ao atingi-lo. As ondas transportam energia, sem envolver transporte de matéria. Portanto ondas são perturbações periódicas ou oscilações de partículas, por meio das quais, muitas formas de energia propagam-se a partir de suas fontes. Todos os movimentos ondulatórios em um meio resultam de oscilações de partículas individuais em torno de suas posições de equilíbrio. Isso significa que uma onda progressiva é o movimento provocado por uma perturbação qualquer e não um deslocamento do meio em si mesmo. As ondas propagam somente energia, que é transferida através de átomos e moléculas da matéria. De um modo geral, as ondas necessitam de um meio material para se propagarem, exceto as ondas eletromagnéticas que se propagam no vácuo. Uma onda possui uma frequência (f) e um comprimento (λ). A frequência corresponde ao número de vezes que uma onda passa por um ponto do espaço num intervalo de tempo, ou seja, ao número de oscilações da onda por unidade de tempo em relação a um ponto. A frequência é geralmente expressa em ciclos por segundo ou Hertz. O comprimento de onda indica a distância entre dois pontos semelhantes de onda, dado em metros. 1.1. Ondas sonoras As ondas sonoras são ondas longitudinais que se propagam no ar e em outros meios. Elas têm origem mecânica e, portanto, não se propagam no vácuo. A sensibilidade do ouvido humano às ondas sonoras varia de uma pessoa para outra; e para uma mesma pessoa, varia com a idade. Os parâmetros médios adotados são 20 Hz, as vibrações são chamadas de infrassons; acima de 20.000 Hz, chamam-se ultrassons, conforme Tabela 1. 5 TABELA 1. Sintetização das ondas sonoras Frequência (Hz) Denominação Método de excitação Aplicação 0,5----20 Infrassons Vibração da água em grandes reservatórios, batidas do coração. Prognóstico do tempo, diagnóstico de doenças do coração. 20 ---- 2.104 Sons Audíveis Voz humana e dos animais, instrumentos musicais, apitos, sereias, alto-falantes ... Para comunicação e sinalização, assim como para a medição de distâncias. 2.104---- 1010 Ultrassons Emissores magnetostrictivos e piezoelétricos, apitos de Galton, também são excitados por alguns animais e insetos (morcegos, grilos, gafanhotos etc.) Detecção submarina por eco, limpeza e detecção de defeitos em peças e estruturas de construções, aceleração de reações químicas, investigação em medicina, biologia e física molecular. 1011 .... Hi perssons Vibrações térmicas das moléculas Em investigações científicas. 1.2. Velocidade do Som Um modelo simples para a percepção da propagação do som em um meio (por exemplo, numa barra longa), consiste na analogia do meio com esferas em repouso, enfileiradas ao longo de um tubo, muito próximas umas das outras. Ao impulsionarmos as esferas de uma extremidade (batendo com um pequeno martelo da esquerda para a direita), com uma pequena velocidade , durante um intervalo de tempo 𝑡, todas as esferas contidas na distância 𝐿 = 𝑣𝑡 terão sido 6 impulsionadas devido às colisões sucessivas. Observe que 𝑣 é a velocidade com que as colisões sucessivas foram transmitidas ao longo do tubo. Por outro lado, observe que, com o impulso, há um “encolhimento” 𝐿 = 𝑡 na distância 𝐿. Este encolhimento corresponde ao deslocamento das esferas da esquerda para a direita após o impulso. Portanto, a deformação devido ao impulso, dada por 𝐷 = 𝐿 𝐿 , será 𝐷 = 𝑣 . Lembrando que o impulso das esferas (contidas ao longo da distância 𝐿 = 𝑣𝑡) é igual à variação de sua quantidade de movimento, pode-se escrever: 𝐹 = 𝑣 Em que: 𝜌 é a densidade linear da fila de esferas. No caso real de uma barra longa com seção reta de área A, a tensão em sua extremidade, dada por 𝑆 = 𝐹 𝐴 , devido ao impulso, é: 𝑆 = 𝜌𝐿𝑣𝜇 𝐴 Utilizando-se o módulo de Young 𝑌 = 𝑆 𝐷 , a velocidade com que uma informação é transmitida na barra é dada por: 𝑣 = √ 𝑌 𝜌 Para um gás ideal submetido a processos adiabáticos, como é o caso da propagação do som nesse meio, utilizando a expressão 𝑌 = 𝑃, teremos: 𝑣 = √ 𝛾𝑅𝑇 𝑀 Em que: é a constante adiabática dada por 𝐶𝑝/𝐶𝑣; R é a constante universal dos gases ideais (R = 8,31 J/mol.K); T é a temperatura absoluta do gás; M é a sua massa molecular. Por ser uma onda mecânica, o som normalmente se propaga mais rapidamente nos sólidos do que nos líquidos, mais rapidamente do que nos 7 gases. Comparando a velocidade do som com a velocidade da luz, temos a Tabela 2: TABELA 2. Velocidade do som x Velocidade da luz SOM Vsólidos > Vlíquidos > Vgases Não se propaga no vácuo LUZ Vsólidos < Vlíquidos < Vgases Vácuo = c Como o som e onda, a sua velocidade (v), a sua frequência (f) e o seu comprimento de onda (λ) se relacionam por: v = λf. A Tabela 3 demonstra a velocidade do som em algumas substâncias. TABELA 3. Velocidade do som em diferentes substâncias. Substância Velocidade do som (m/s) Ar a 0º C 331 Ar a 15º C 340 Água a 20º C 1.482 Ferro 4.480 Aço 5.941 Alumínio 6.420 1.3. A percepção do som Há varias grandezas físicas que caracterizam um som. Intensidade é uma delas. As ondas sonoras podem ser mais intensas (“som forte”) ou menos intensas (“som fraco”). A altura e uma outra qualidade do som. E ela que nos permite diferenciar entre um som grave e um som agudo. Som grave e o som de baixa frequência; som agudo e o de alta frequência. A voz do homem é mais grave do que a da mulher; ou seja, a voz da mulher e mais aguda que a do homem. Uma terceira qualidade do som é o timbre. O timbrenos permite distinguir entre sons de mesma frequência (mesma altura) e de mesma intensidade, emitidos por fontes diferentes. Por exemplo, distinguimos se uma mesma nota musical e produzida por um piano ou por uma flauta porque o timbre do som de um instrumento difere do timbre de outro, pois produzem em nosso aparelho auditivas sensações diferentes. 8 1.4. Propriedades das ondas sonoras Uma onda sonora pode sofrer reflexão, refração, difração ou interferência. Somente não ocorre a polarização, porque o som se constitui de ondas longitudinais, não transversais. Vamos ao estudo da reflexão sonora. Todas as sensações correspondem a uma combinação entre os órgãos sensitivos e a nossa mente. Um aspecto comum a todas as nossas sensações é que elas não são instantâneas. Começam, perduram uns pequenos intervalos de tempo e se vão. A dor de uma alfinetada, por exemplo: Retirado o alfinete (estímulo), ela ainda continua. A compreensão dessa característica e o ponto básico para entendermos eco e reverberação. Vamos admitir que, recebida uma vibração auditiva, por mais curta que seja, a sua sensação perdure um décimo de segundo. Esse intervalo de tempo (𝛥𝑡𝑟 = 0,1𝑠) se denomina remanescência. Para entender o que é reverberação, suponhamos que uma pessoa (receptor) receba dois sons – o primeiro chega diretamente de uma fonte sonora, e o segundo após o som ter refletido em uma barreira qualquer. Quando uma pessoa recebe um segundo som antes que termine o tempo de remanescência do primeiro, acontece uma superposição de ambos. O resultado e uma sensação única, mais intensa e prolongada, chamada de reverberação do som. E o tempo de remanescência que nos dá noção das dimensões de um ambiente em que um som se propaga. Quando conversamos em campo aberto, não há reforço para o som direto; nossa voz, por exemplo, parece mais fraca, e os sons ficam mais curtos. O tempo de reverberação poderá ser prolongado se tivermos vários sons refletidos. Duas superfícies frontais lisas e rígidas favorecem a ocorrência desse fenômeno. Para que haja eco, o som refletido deve chegar ao receptor com um atraso maior do que o tempo de ramanescência. Por exemplo, analisando a situação de uma pessoa que esteja de frente para uma barreira. Ela pode ouvir o som da própria voz de dois modos: diretamente ou refletido na barreira. O som refletido chega de volta até ela após um intervalo de tempo dado por: 9 ∆𝑡 = 2𝑑 𝑣𝑠𝑜𝑚 Ocorre o fenômeno eco quando 𝛥𝑡 > 𝛥𝑡𝑟 (𝛥𝑡𝑟 = 0,1𝑠). Considerando- se a velocidade do som no ar 340 m/s, uma pessoa deve estar a 17 m de uma barreira para ouvir o eco da própria voz. 1.5. Ressonância Qualquer sistema mecânico possui um ou mais modos de vibração livre. A cada um dos modos de vibrar corresponde uma frequência que chamamos de frequência natural. Uma corda fixada em seus dois extremos possui vários modos de vibração. Um que chamamos de modo fundamental, e os outros, formados de frequências múltiplas do modo fundamental, que chamamos de modos harmônicos. É possível, no entanto, fazer uma corda vibrar com a frequência que quisermos. Claro que não será uma oscilação livre. Quando temos uma fonte forçando um sistema qualquer a oscilar, ocorre uma oscilação forçada. Podemos segurar um balanço infantil, leva-lo para lá e para cá com a frequência que bem quisermos. Contudo, se o sentido da força aplicada for sempre o sentido do movimento do balanço, a amplitude aumentará cada vez mais; conseguiremos esta condição se alternarmos o sentido da força conforme se alterna o sentido do movimento do balanço. Ou seja, a frequência da força oscilante deve ser igual à frequência natural do balanço; nessa condição, dizemos que o oscilador entra em ressonância com a força oscilante. A condição de ressonância é, portanto: 𝐹𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 = 𝐹𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎𝑠 Ao ocorrer à ressonância, há uma transfer6encia contínua de energia da fonte para o sistema, cuja amplitude de vibração vai aumentando. Isso ocorre até o instante em que a energia dissipada por eventuais amortecimentos passa a equivaler à energia fornecida pela fonte. A partir desse instante, a amplitude se mantém. Durante os terremotos, por exemplo, os edifícios entram em vibração forçada. Curiosamente, no Japão, país constantemente atingido por abalos sísmicos, verificou-se que, grosso modo, os prédios mais altos eram menos 10 atingidos em suas estruturas do que os mais baixos, por terem frequência natural mais distante da oscilação forçada. A sintonização das estações num rádio constitui um exemplo de ressonância elétrica. Quando giramos o botão do sintonizador, fazemos com que a frequência da corrente alternada no aparelho se torne igual à das ondas emitida pela estação transmissora. Os fornos de micro-ondas também são exemplos de ressonância em que as moléculas de água absorvem seguidamente a energia radiante, obtendo-se assim um aquecimento sem chamas. Também a fragmentação de cálculos renais com o uso de ultrassom é uma importante aplicação de ressonância na medida, que pode muitas vezes evitar os inconvenientes de uma cirurgia. 2. OBJETIVOS Este trabalho tem com objetivo propor, com diferentes materiais, uma nova forma de medir a velocidade do som no ar, em nível de Ensino Médio, envolvendo conceitos da disciplina de Oscilações e Ondas. 2.1. Objetivos específicos • Compreender sobre a teorias de oscilações e ondas e a velocidade do som; • Realizar atividade experimental de baixo custo do conteúdo abordado. 3. EXPERIMENTO EM SALA DE AULA Os materiais necessários para realização do experimento serão: • Balde com água com altura mínima de 50 cm; • Cano de PVC de 50 cm e diametro 32mm; • Régua de 30 cm; • Termômetro; • Notebook; • Programa gerador de frequência (VSOM). 11 O(A) professor(a) escolherá três alunos (aluno 1, aluno 2 e aluno 3) para o(a) auxiliar. O (A) professor(a) ficará responsável por manusear o programa VSOM. O professor utilizará um conjunto de 8 arquivos com extensão ''wav'', gerados com a utilização do software TTG [7]. Os arquivos produzem áudios nas frequências de 1200, 1600, 2000, 2400, 2800, 3200, 3600 e 4000 Hz. O aluno 1 medirá a temperatura ambiente do local e deverá anotá-la. O professor executará o programa gerador de áudio para a frequência de 1200 Hz. Para montagem do experimento, a régua deve estar colada ao cano de PVC. O aluno 2 introduzirá o cano de PVC dentro do balde com água, lentamente, para que o comprimento da coluna de ar no cano diminua. Ao mesmo tempo, o aluno deve colocar o ouvido próximo do cano à outra extremidade para que a ressonância seja percebida. Quando a ressonância for atingida, através da reflexão das ondas na superfície da água no interior do tubo, deve-se ter a impressão de que essas ondas estão sendo emitidas de dentro do tubo. Pela percepção sonora, o aluno 3, ajustará minimamente a posição vertical do tubo e medirá a distância L1 da extremidade superior do tubo até a lâmina d’água, (como o interesse será na distância entre pontos referentes a duas ressonâncias consecutivas pode-se medir, por comodidade, a distância da extremidade livre do cano até a borda do balde). Este processo deve ser repetido, diminuindo a coluna de ar e alterando as frequências até ao valor de 4000 Hz. Meça e anote a nova distância L3 da extremidade superior do tubo até a lâmina d'água (ou até a borda do balde). Os alunos deverão fazer uma Tabela, com os valores obtidos, conforme Tabela 4. 12 TABELA 4. Resultados obtidos do experimento FREQUÊNCIA (Hz) L1(cm) L3(cm) L5 (cm) 1200 1600 2000 2400 2800 3200 3600 4000 Através das distâncias 𝐿1, 𝐿3 e 𝐿5 os alunos deverão calcular as diferenças 𝐿1 = 𝐿3 – 𝐿1 𝑒 𝐿2 = 𝐿5 – 𝐿3. Obtendo-se a diferença, 𝐿 entre duas distâncias𝐿 consecutivas, para cada frequência 𝑓, os alunos produzirão o gráfico 𝐿 versus 𝑓. Os alunos calcularão a velocidade das ondas sonoras por meio da equação abaixo: 𝑣 = 2∆𝐿𝑓 Os alunos deverão analisar quais foram as maiores e menores velocidades obtidas. 4. RESULTADOS ESPERADOS A expectativa do experimento é de que os alunos possam compreender sobre a teoria e prática da velocidade do som. Espera-se que o uso de atividades experimentais aumente o interesse dos alunos na disciplina. 13 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Halliday, D., Resnick, R., Fundamentos de Física 2 (1977). Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. (LTC); Nussenzveig, H.M. Curso de Física Básica 2: Fluidos, Oscilações e Ondas, Calor, 4ª edição, Editora Edgard Blücher, 2002. Silva, W. P., Cleide M. D. P. S., Fereira, T. V., Rocha, J. S., Silva, D. D. P. S., Silva, C.D. P. S., Velocidade do Som no Ar: Um Experimento Caseiro com Microcomputador e Balde d' Água (2003). Revista Brasileira de Ensino de Física, Volume 25, Número 1; Software VSOM: Disponível em www.extensao.hpg.com.br Acesso em 01 Abril. 2020 Tipler, Paul A. Física, V.2, LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora S. A., Rio de Janeiro, 3a Edição (1995), pag. 152 14 ANEXOS
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