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Corporeidade e Motricidade Humana Prof Larissa Beatrice Granciero Barbosa Prof Alice Maria Cardoso Barreto Definição • Corporeidade ou Mente corpórea é um termo da filosofia para designar a maneira pela qual o cérebro reconhece e utiliza o corpo como instrumento relacional com o mundo. • Corporiedade é supostamente animada pela alma humana que lhe daria transcendência pelo nosso corpo. A ciência e o corpo • Corpo é uma máquina? Perfeito? • O corpo humano é imperfeito, justificando todo tipo de manipulação e de invasão para consertá-lo. • Novaes (2003) afirma que se a perfeição é o esquecimento de alguns fenômenos, o corpo é imperfeito e a ciência o trata como um objeto de todas as experiências possíveis. Corpo versus corporeidade no discurso filosófico-pedagógico • A corporeidade na filosofia ao longo da História faz-nos mergulhar no movimento do corpo, pela perspectiva de diferentes pensadores. • “Como” e “por que” o corpo foi na antiguidade visto como “objeto”? • As concepções mais antigas de corpo consideram-no como um “instrumento da alma”, um túmulo ou prisão da alma platônica. • Platão, considera a alma encarcerada no corpo. O corpo era inferior, limitado e contraposto à alma (perfeita, eterna e imutável). • Por sua vez, Aristóteles desprezava o trabalho físico exercido pelo corpo, considera- o como coisas de escravos, empenhando-se mais na questão racional e não tanto nos desejos inconscientes. Filosofia medieval O corpo não existe sem a alma Dualismo cartesiano A alma e corpo são duas substâncias diferentes. res extensa (corpo e matéria) res cogitans (coisa pensante) Época moderna O homem passou a ser visto como uma máquina de “produção” que incentivava o individualismo, fruto da revolução científica. O corpo passa a ser “objeto de trabalho”. Ele devia estar em constante movimento para ser valorizado. O corpo grego “No corpo estão inscritas todas as regras, todas as normas e todos os valores de uma sociedade específica, por ser ele o meio de contato primário do indivíduo com o ambiente que o cerca” (Daolio, 1995, p. 105) Hercules e Cerberus (o cão de 3 cabeças) A idealização do corpo: a Grécia antiga • A imagem do corpo grego, ainda hoje atraente e considerada uma referência. • Idealizado, treinado, produzido. • Elemento de glorificação e de interesse do Estado. Hercules O corpo nu Saúde Admiração Corpo saudável e bem proporcionado. capacidade atlética Fertilidade. Estético + físico + intelecto = perfeição Corpo belo e mente brilhante. Hercules Corpo e Sexo • Normas de conduta para evitar os excessos → “bom uso” dos prazeres (bebida, comida, sexo). • Somente para os homens livres → excluídos os escravos e as mulheres. Dionísio, Deus do Vinho Corpo e Sexo • Mulheres gregas • Funções: obediência e fidelidade aos seus pais e maridos e a reprodução. • Os prazeres eram do domínio masculino, não do feminino. • A civilização grega não incluía as mulheres na sua concepção de corpo perfeito, que era pensado e produzido no masculino. Venus de Milo Corpo e Sexo • As normas para os homens eram mais soltas, permitindo a bigamia e a homossexualidade como práticas naturais. Corpos masculinos e femininos Homens Andavam nus nos ginásios e o com vestes soltas na cidade por serem capazes de absorver calor e manter o equilíbrio térmico. Mulheres Impunha-se o uso de roupas em casa, considerando-se que estas seriam suficientes e para a saída à rua os seus corpos deviam ser cobertos. Afrodite • Cada cidadão era livre de atingir o corpo perfeito, idealizado e, depois, expô- lo. • Os corpos eram trabalhados, construídos e modelados nos ginásios, e que acabavam por ser mostrados, muitas vezes, nos Jogos Olímpicos. • O corpo era para ser exibido, adestrado, treinado, perfumado e referenciado, pronto a arrancar olhares de admiração e inveja dos demais mortais. Narcisismo x instrumentos de combate? • Tudo na natureza era luta, era obstáculo a ser transposto ou terra a conquistar. As corridas, os saltos, os halteres, os discos, os dardos, os carros, eram as provas que as divindades exigiam deles para que se mostrassem dignos de terem sido premiados. Eles cuidavam tanto do corpo como da alma, recomendando a leitura, as meditações, além da AF e dietas. • Segundo Foucault (1994), os filósofos enfatizavam a necessidade dos indivíduos terem cuidado consigo mesmos, pois seria dessa forma que alcançariam uma vida plena. Referências • Martins. A corporeidade na aprendizagem escolar (Entrelaços fenomenológicos do pensar e agir). Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. 56, p. 163-180, abr./jun. 2015. • Moreira; Chaves; Simões. CORPOREIDADE: uma base epistemológica para a ação da Educação Física. Motrivivência v. 29, n. 50, p. 202-212, maio/2017 • Barbosa, M. R., Matos, P. M. & Costa, M. E. “Um olhar sobre o corpo: o corpo ontem e hoje”. Psicologia & Sociedade; 23 (1): 24- 34, 2011 http://www.scielo.br/pdf/psoc/v23n1/a04 v23n1.pdf http://www.scielo.br/pdf/psoc/v23n1/a04v23n1.pdf Reflexão Em duplas. Qual número você se vê e qual o outro te vê?