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AS CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA E DE EDUCAÇÃO INFANTIL DESDE A ANTIGUIDADE ATÉ OS DIAS ATUAIStcc

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO –GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA- (UNOPAR)
ELIZABETH DE CÁSSIA DA SILVA CARVALHO 
AS CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA E DE EDUCAÇÃO INFANTIL DESDE A ANTIGUIDADE ATÉ OS DIAS ATUAIS
Lavras– MG
2019
ELIZABETH DE CÁSSIA DA SILVA CARVALHO
AS CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA E DE EDUCAÇÃO INFANTIL DESDE A ANTIGUIDADE ATÉ OS DIAS ATUAIS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Graduação em Pedagogia.
Orientador: Professora - Rita de Cássia Leite de Andrade 
 
 
 Lavras-MG
 2019
Dedico este trabalho 
A todos aqueles que acreditaram em meu potencial e me deram forças para continuar trilhando o meu caminho em busca da minha realização pessoal e profissional... 
agradecimentos
Primeiramente agradeço a Deus por tudo, que me concedeu e continua concedendo como saúde, fé, força, disposição, amor, coragem e sabedoria.
Aos meus familiares que cada um de forma especial me incentivou, principalmente meus pais, filho, irmãos e sobrinhos, e meu querido esposo, que sempre me apoiou em tudo. E a todos os professores que possibilitaram esse momento. 
“A palavra progresso não terá qualquer sentido enquanto houver crianças infelizes.”
 
 Albert Einstein
(CARVALHO). Elizabeth de Cássia da Silva Carvalho. As concepções de infância e de educação infantil desde a antiguidade até os dias atuais. 2019. Número total de folhas 26. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) – (Unopar), Lavras- MG, 2019.
 RESUMO 
O objetivo do presente trabalho foi o de apresentar um estudo coerente e esclarecedor sobre as concepções de infância e de educação infantil desde a antiguidade até os dias atuais, tendo como finalidade primordial destacar a maneira pela qual as diversas concepções de criança e infância que foram se formando no decorrer do tempo, tiveram relevância (direta e/ou indiretamente) na formação de novos conceitos, além de influenciar de maneira significativa nas propostas pedagógicas para a educação infantil. As transformações ocorrentes no universo infantil, muitas das vezes se encontram ligadas de maneira direta à visão que as pessoas têm da criança, ou seja, como as pessoas percebem e valorizam a presença da criança, assim como o universo mágico da qual elas fazem parte permanente. Para embasamento da pesquisa, foram utilizados referenciais teóricos condizentes com o tema a fim de obter maiores informações sobre o assunto abordado. 
Palavras-chave: Infância. Educação. Interação. Processo histórico. Família
CARVALHO, Elizabeth de Cássia da Silva. Conceptions of childhood and early childhood education and early childhood education from ancient times to the present day. Número total de folhas 26. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) – (Unopar), Lavras- MG, 2019.
 ABSTRACT 
The objective of this study was to present a coherent and illuminating study of the conceptions of childhood and childhood education from antiquity to the present day, with the primary purpose to highlight the way in which the various child conceptions and children who were forming over time, they had relevance (directly and / or indirectly) in the formation of new concepts, and significantly influence the pedagogical proposals for early childhood education. The occurring changes in the infant universe, often are linked in a direct way to the view that people have of the child, that is, how people perceive and value the presence of the child, as well as the magical universe of which they are a permanent part . To basement of the research were used theoretical frameworks consistent with the subject in order to get more information about the subject matter.
Keywords: Childhood. Education. Interaction. Historical process. Family
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO …………………………………………………………………13
2 DESENVOLVIMENTO ………………………………………………………...20
3 OBJETIVOS……………………………………………………………………..21
3.1 OJETIVO GERAL......................................................................................21
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.....................................................................21 
4 METODOLOGIA ………………………………………………………………..22
5 REVISÃO DE LITERATURA …………………………………………………23
5.1 A criança e a caracterização do sentimento de infância ....................24
5.2 A criança e o tratamento destinado a ela..............................................27
5.3 A infância na atualidade..........................................................................29
5.4 A história da educação infantil no Brasil...............................................31
6 CONCLUSÃO …………………………………………………..........................32
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ………………………………………….35
1 INTRODUÇÃO 
 Considero ser de ampla relevância para a história social da infância e história da educação infantil, os estudos sobre criança e infância, os quais passaram por grandes construções e reconstruções ao decorrer do tempo. Neste sentido, entendo que ver a criança com o olhar direcionado para suas reais necessidades e torná-la um ser de direitos é na verdade uma construção social. 
 Os modos de ver e pensar da criança são essenciais para o educador, visando melhorar seu discurso e prática. Foi então, que obtive o interesse em buscar na história, como a infância foi sendo institucionalizada, alicerçada em fontes documentais estruturadora dos avanços nas políticas educacionais. 
 É importante destacar que, o conceito dado à criança e a infância não são semelhantes, pois não há uma única criança, ao mesmo tempo em que também não há uma única infância. É por meio social e culturalmente que a infância é concebida por meio de ideias, práticas e valores de uma sociedade (HEYWOOD, 2004).
 Durante o decorrer dos tempos, constatam-se de maneira clara que o conceito de infância sofreu (e ainda sofre) constantes modificações, como forma de situar a criança em um contexto mais adequado, mais condizente com a sua situação. 
 Corazza (2002) citado por Silva (2011) mostra que as crianças encontram-se de forma ausente na história do período compreendido da Antiguidade até a Idade Média pelo fato de que, no mesmo ainda não havia este objeto discursivo denominado hoje de “infância” e sequer a figura social e cultural chamada criança. 
 Isso leva a concluir que, anteriormente, mais precisamente nos séculos XIV, XV e XVI as crianças eram vistas como sendo adultos em miniatura, recebendo, por isso, o mesmo tratamento destinado a estes e, assim sendo, também participavam de todos os assuntos da sociedade o que as levava a adquirir o conhecimento por meio da convivência social estabelecida. 
 De acordo com Silva (2008), hoje buscamos, como educadores, estudantes e família, entender melhor o que é ser criança, como deve ser realizado o seu processo de formação e como a mesma se encontra inserida no contexto da sociedade da qual faz parte. 
 Como forma de melhor compreender como foi se estruturando o conceito de infância, destaca-se a importância de se realizar um estudo sobre os caminhos percorridos pela educação desde os tempos antigos até os dias atuais, buscando informações que possam elucidar as possíveis dúvidas sobre a questão de maneira mais organizada e coerente, facilitando, consequentemente, o trabalho a ser realizado com a criança em seu processo formativo. 
 É fato sabido que a educação infantil sofreu grandes transformações, de forma mais notável nos últimos tempos, demonstrando, conforme Silva (2009) que este foi um longo e difícil processo de aquisição de uma novaidentidade para as instituições que trabalham com o público infantil.
 Compreender de maneira clara o desenvolvimento desse processo é de suma importância, tendo em vista que, durante o mesmo, foi surgindo uma nova concepção de criança, totalmente diferente da visão que se tinha em tempos anteriores.
 Conforme as ideias de Soares (2009), as mudanças nas concepções de infância e de criança foram se originando a partir de novas exigências sociais e econômicas e estas, por sua vez, passaram a conferir à criança um papel de investimento futuro, ou seja, a criança passou a ser valorizada, fazendo com que o seu atendimento passasse a acompanhar os rumos da história. 
 Para Silva (2011, p.01):
Atualmente, a criança parece se situar como um sujeito que detém seu espaço na sociedade, um indivíduo exigente, questionador, possuidor de mercado consumidor, leis, programas televisivos e ciências dedicadas a elas. 
 Apesar disso, é importante ressaltar o fato de que a ideia de infância é extremamente moderna, ou seja, se consolidou em tempos mais recentes, de maneira mais acentuada e compreensível. 
 Áries (1981, p.03) diz o seguinte:
(...) o sentimento de infância não existia – o que não quer dizer que as crianças fossem negligenciadas, abandonadas ou desprezadas. O sentimento da infância não significa o mesmo que afeição pela criança; corresponde á consciência da particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto, mesmo jovem. Essa consciência não existia. 
 Diante do exposto, pressupõe-se o pensamento de que ser criança, anteriormente, era considerado como sendo um breve período da vida uma vez que logo esta se mistura com os mais velhos, passando a fazer parte dos mesmos projetos e a seguir as mesmas regras destes. 
 Tal ideia é corroborada por Áries (1981) quando diz que “os pequenos entravam logo no mundo dos adultos e não dependiam tanto dos pais. Esses sim dependiam deles, pois quanto mais velhos, mais braços teriam para trabalhar”. 
 Partindo desse princípio, Gélis (2005) diz:
As aprendizagens da infância e da adolescência deviam, pois, ao mesmo tempo fortalecer o corpo, aguçar os sentidos, habitar o indivíduo a superar os revezes da sorte e principalmente a transmitir também a vida, a fim de assegurar a continuidade da família. 
 Um fato interessante a ser destacado a respeito da transformação do conceito de infância em nossos dias, é que muitas concepções tidas como ultrapassadas ainda se encontram presentes em nosso meio, mesmo que de maneira disfarçada em algumas crenças e práticas da modernidade, o que evidencia a necessidade de se repensar sobre a questão de maneira cada vez mais criteriosa e coerente. 
 A Educação infantil sofreu grandes transformações nos últimos tempos. 
2 DESENVOLVIMENTO
 Para começar, é de suma relevância retornar ao percurso histórico da infância, tendo em vista que assim compreendido os fatores de visão que concebia cada sociedade, poderemos perceber a construção do conceito de criança e infância e entender os conceitos que temos na atualidade. Percebe-se na imagem abaixo, a representação da infância burguesa, trazendo uma visão do olhar que essa sociedade tinha a respeito da criança, bem como características peculiares da infância deste século. Primeiramente trazemos a definição que o dicionário faz para esses dois termos. De acordo com o dicionário Aurélio, criança é ‘‘ser humano na fase da infância, que vai do nascimento à puberdade’’, e infância ‘‘período do desenvolvimento do ser humano, que vai do nascimento ao início da adolescência; meninice, puerícia’’ (FERREIRA, 2004). Na etimologia o termo ‘infância’, em latim in-fans, quer dizer sem linguagem. Isso implica em dizer que, na tradição filosófica ocidental, não possuir uma linguagem era também não possuir um pensamento, nem conhecimento ou mesmo raciocínio. O que significava que a criança era considerada alguém a ser adestrado, moralizado e educado (CASTRO, 2010).
 A concepção de infância, até então não existia. As crianças eram vistas como seres incompletos e incapazes, viviam misturados com os adultos sem qualquer cuidado e atenção especial. 
 
 [...] Os adultos se relacionavam com crianças sem discriminações, falavam 
 vulgaridades, realizavam brincadeiras grosseiras, todos os tipos de assuntos 
 eram discutidos na sua frente, inclusive a participação em jogos sexuais. Isto 
 ocorria porque não acreditavam na existência da inocência pueril, ou na 
 diferença de características entre adultos e crianças [...] no mundo das 
 fórmulas românticas, até o século XIII, não existem crianças caracterizadas 
 por uma expressão particular , e sim homens em tamanho reduzido [...] 
 (ARIÈS, citado por ROCHA [20--], p.55).
 
 
Traje do século XVIII.
O Traje das Crianças
Philippe Airès História Social da Criança e da Família. 2º ed.,  1978
 Essa maneira secundária de tratamento, ou seja, essa menor importância em relação às crianças, permaneceu durante vários séculos, ao que indica fontes históricas. O desrespeito com a infância é visível, tendo suas vidas moldadas, pelos mais diversos tipo de violência, sendo construída sob as diferentes formas de privações. Em relação ao ensino, era atribuída às crianças uma transmissão de conhecimento e valores, como modos de agir, pensar, sentimentos, uma espécie de socialização onde a mesma era submetida aos ensinamentos de jovens e adultos mais experientes. Cabia aos adultos inseri-las em seu mundo e direcioná-las, pois naquela época as crianças eram vistas como seres que iam contra as razões e os bons costumes.
 
 
 [...] no lugar de procurar entender e aceitar as diferenças e semelhanças das 
 crianças, a originalidade de seu pensamento, pensava-se nelas como páginas
 em branco a serem preenchidas preparadas para a vida adulta.
 (CALDEIRA, [20 -],p.3). 
 Nos materiais encontrados ao longo de minha pesquisa, constata-se a presença de ideias já existentes desde a antiguidade defendida por filósofos, como é o exemplo de Sócrates, Santo Agostinho e Montaigne. Eles defendiam que o aluno tinha as capacidades de desenvolver seu crescimento intelectual. Platão, em sua obra “A república”, retrata a brincadeira da criança como algo valioso em seu crescimento. Assim, podemos dizer que essas ideias foram tomando força ao passar dos séculos, se contrapondo ao que se era pensado ser o processo escolar básico, pois a infância e a concepção de criança são construções históricas e sociais. (OLIVEIRA, 2002). Sarmento (2007) nos diz que na história a criança vem sendo definida de forma invisível, pois a sua história é contada e escrita a partir da ótica dos adultos, ou seja, não é a visão da criança que se é contemplada e sim a forma de perceber esta criança, por meio dos discursos dos adultos. Isso se dá pelo fato da criança não expressar-se por meio da fala, como se refere Lajolo (2006): [...] por não falar, a infância não se fala e, não se falando, não ocupa a primeira pessoa nos discursos que dela se ocupam. E, por não ocupar esta primeira pessoa, isto é, por não dizer eu, por jamais assumir o lugar de sujeito do discurso, e, consequentemente, por consistir sempre um ele/ela nos discursos alheios, a infânciaé sempre definida de fora (LAJOLO, 2006, p. 230).
  Refletir sobre a visão da criança como indivíduo e como era sua educação nos primórdios da história. Na sociedade medieval tradicional  não existia a valorização da família ela existia para a conservação dos bens; a prática comum de um ofício, a criança tinha que trabalhar desde cedo.  “[...] para aprender os trabalhos domésticos e valores humanos, mediante a aquisição de conhecimento e experiências práticas” (MENDONÇA, 2012, p. 17) e, dessa forma, não era possibilitada a criação de sentimentos entre pais e filhos. Não havia distinção entre crianças e adultos, usavam os mesmos tipos de trajes e de linguagem, não existia um sentimento em especial aos mais novos. 
 Portanto, é necessário lembrarmos que a criança é um ser especial, cheio de particularidades e de expectativas e, sendo assim, entende-se a necessidade de proporcionar às mesmas, uma formação adequada em todos os momentos de sua vida.
A concepção de criança, no decorrer dos anos, foi sofrendo mudanças significativas, alterando a ideia original que se tinha sobre esse conceito e dando margem a diferentes interpretações. 
 Justifica-se, portanto, a realização da presente pesquisa como forma de se buscar uma maior reflexão sobre o conceito de criança, passando pela idade antiga até chegar aos dias atuais. 
 Esta pesquisa visa conceituar Infância e Educação Infantil, sendo que antigamente nem sempre a criança era reconhecida como um ser que merecesse atenção, carinho, respeito, que precisava ser trabalhada e educada. Já a Educação Infantil era basicamente para atender as crianças pobres, abandonadas, ou seja, aquelas que não tinham onde morar e atuavam assim como cáritas. Mas hoje em dia a Educação Infantil é uma das principais modalidades de Ensino. Hoje, é dever do Estado ofertar à todas as crianças de zero a seis anos de idade atendimento em creche e pré-escola(Constituição Brasileira de 1998, Estatuto da Criança e do Adolescente- Lei 8.069/9, art 54, inciso IV, entre outras).
 
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral 
· Destacar como as concepções de criança e de educação infantil foram sofrendo modificações com o decorrer do tempo, favorecendo a aquisição de novos conceitos e a formação de pontos de vista diferenciados, assim como influenciando as propostas pedagógicas para a educação infantil. 
3.2 Objetivos específicos
· Enfatizar a importância do se entender o que é, de fato, criança e educação infantil destacando a interação entre esses conceitos. 
· Proporcionar uma reflexão sobre o conceito de infância formado ao longo dos anos e como a criança é entendida no contexto do processo de ensino-aprendizagem. 
· Entender como se deu o processo de formação do atendimento à criança no decorrer da história, abordando os diferentes aspectos históricos relegadas à mesma durante um longo período de transição, para se chegar a um conceito próximo do ideal nos dias de hoje.
4 METODOLOGIA
Como forma de embasamento para a pesquisa será utilizado um referencial bibliográfico coerente com os objetivos da mesma, buscando obter e oferecer informações relevantes para a perfeita compreensão do assunto abordado. 
5 REVISÃO DE LITERATURA 
5.1 A criança e a caracterização do sentimento de infância 
	A Educação Infantil sofreu grandes transformações desde o seu surgimento até os dias atuais, de forma ainda mais específica nos últimos tempos. Com isso, percebe-se que também a concepção de infância dos dias de hoje se mostra bem diferente de períodos anteriores, uma vez que, segundo Soares (2009), a visão que se tem da criança é algo historicamente construído. 
	A partir das ideias apresentadas pelo autor acima, se torna mais fácil perceber os grandes contrastes em relação ao sentimento de infância no decorrer dos tempos, através do tratamento dispensado à mesma. 
	Essa ideia é corroborada por Maia (2012, p:04) que diz o seguinte:
Quando pensamos sobre a história da criança e da infância, fazemos isso com um olhar no passado, pois os conceitos referentes à criança e à infância se complementam e são culturalmente determinados e historicamente construídos. 
	É óbvio que sempre existiu a criança, disso não há a menor dúvida, no entanto, o que se pode observar é que o sentimento de infância, até o século XVI se mostrava ausente, surgindo apenas a partir dos séculos XVII e XVIII, de acordo com as pesquisas realizadas por Áries (1981). 
	Conforme Silva (2008) a taxa de mortalidade infantil era muito alta na Idade Média, por causa de fatores como: fome, miséria, tragédia e falta de saneamento básico. O autor ressalta ainda que, diferentemente do que acontece hoje, a morte de uma criança não era recebida com tanto desespero pois a tristeza passava de maneira rápida, sendo aquela criança substituída por outro recém-nascido, situação essa que mostra o relativo descaso, na Europa Medieval, tanto entre ricos quanto entre os pobres, pelas crianças nesse período da História. 
	 Silva (2008, p.05) diz ainda que:
Nas famílias pobres daquela época, havia uma preocupação desde cedo para a criança trabalhar nas lavouras ou serviços domésticos. “A primeira infância era época das aprendizagens”. Aquelas que pertenciam às famílias nobres aprendiam as artes de guerra ou os ofícios eclesiásticos. Essa realidade comprovava que não havia muito tempo por parte dos pais para dar carinho e dedicação a elas. 
	Foi somente a partir do século XVI que essa concepção sobre a criança e a infância começou a dar sinais de mudança, ou seja, passou a ser melhor analisada e, assim, começou a se delinear de maneira mais adequada com a realidade e necessidade da situação. 
	A partir desse período, ou seja, do século XVI para o XVII, a criança passou a ser percebida, na Europa, como um ser diferente do adulto o que fez com que surgisse um sentimento de infância, embora o mesmo se apresentasse um pouco distorcido, levando-se em conta que as crianças eram vistas como simples objeto lúdico dos adultos (SILVA, 2008). 
	O que cabe aqui ressaltar é que o processo de aquisição de uma nova identidade sobre a criança, no contexto das instituições que trabalham com esses pequenos seres, foi lento e realmente difícil e complexo, exigindo por parte de todos uma nova postura, assim como atitudes coerentes e devidamente planejadas, visando alcançar resultados cada vez mais adequados e condizentes com a exigência e necessidade da situação. 
	Zygmunt Bauman citado por Silva (2008) diz que o conceito de infância passou a apresentar um maior desenvolvimento a partir dos séculos XVI e XVII por meio de uma revolução educacional que apresentava três pontos relevantes e capazes de proporcionar uma nova visão sobre a infância e a criança. 1) diferenciação da criança do adulto; 2) determinação de que as crianças deveriam ser assistidas por educadores (preceptores) e 3) deveria haver uma supervisão por parte da família nesse processo. 
	Esta revolução educacional representou um peso significativo no processo de desenvolvimento da percepção da infância e da criança, pois favoreceu uma correta separação entre adultos e crianças, assim como entre leigos e letrados, proporcionando uma nova visão da educação, de uma forma mais abrangente e específica. 
	Soares (2009) assegura que as grandes transformações sociais que ocorreram no século XVII foram decisivas para a construção de um sentimento de infância, sendo que as mais importantes dessas mudanças foram as reformas católicas e protestantes, uma vez que estas trouxeram um novo olhar sobre a criança, assim como sobre a aprendizagem da mesma. 
	Em relação ao sentimento de infância, Soares (2009, p. 02) diz o seguinte:
É algo que caracteriza a criança, a sua essência enquanto ser, o seu modo de agir e pensar, que se diferencia da do adulto e, portanto, merece um olhar mais específico. 
	A partir das ideias apresentadas pela autora, percebe-se que o sentimento de infância é algo pertinente à própria criança, ou seja, é a expressão mais exata e sincerado que a criança é, do que ela pensa, deseja, espera alcançar. Por isso, é importante que o mesmo seja devidamente estruturado a fim de oferecer à criança todas as oportunidades e possibilidades de que a mesma precisa para conseguir ocupar o seu verdadeiro lugar na sociedade da qual faz parte. 
	 
5.2 A criança e o tratamento destinado a ela 
	A criança é um ser frágil e, por isso, precisa receber todo o carinho, atenção e cuidados necessários para que possa se desenvolver de maneira plena e adequada, em todos os sentidos, uma vez que, como qualquer outra pessoa, são dotadas de direitos (assim como de certos “deveres”) e estes precisam ser devidamente garantidos e respeitados. 
	Observa-se, no entanto que, contrariamente ao ideal, uma grande parte das crianças, de acordo com Oliveira (2002), embora vivam inseridas no mundo dos adultos, geralmente não são tratadas como sendo cidadãos com direitos e isso mostra a importância de uma boa e constante atuação dos educadores na tomada de consciência em relação a esse assunto, redirecionando suas práticas rumo ao reconhecimento da criança como sendo um sujeito atuante das práticas sociais. 
	Para Maia (2012, p.06): 
A construção histórica do sentimento de infância foi assumindo diferentes significados ao longo do tempo, a partir das relações sociais e não apenas em função das especificidades da criança[...] A infância existiu desde os primórdios da humanidade, mas a sua percepção como uma categoria e construção social deu-se a partir dos séculos XVII e XVIII. 
	A infância começa, então, a ser descoberta, na Europa, como uma idade específica da vida, modificando o pensamento presente até então de que a criança era um adulto anão. É nesse momento, dentro de uma concepção moderna em relação à infância, que as antigas concepções de criança passam a ser soterradas, adquirindo-se uma nova mentalidade em relação ao papel e à situação da criança na sociedade da qual faz parte. 
	Simultaneamente a esse acontecimento, de acordo com Silva (2011), ocorria a colonização do Brasil e, dessa forma, os colonizadores trouxeram para o país em questão seus valores e costumes, assim como suas ideias no que diz respeito à infância, passando a (embora de maneira ainda bastante tímida) mostrar a importância da criança como um indivíduo com ideias, pensamentos e atitudes próprias. 
	Ariés, historiador francês, utiliza o termo sentimento de infância para referir-se à postura adotada para com as crianças, entendendo as mesmas como sendo sujeitos diferentes dos adultos. De início, conforme Maia (2012), esta postura se desenvolveu com relação às crianças pertencentes às classes mais abastadas, mais privilegiadas para, posteriormente, se estender às parcelas mais pobres da população. 
	Ainda de acordo com a autora em questão, percebe-se que a história da infância deve ser compreendida como sendo a “história da relação da sociedade, da cultura, dos adultos com essa classe de idade e, assim, a história da criança seria, então, a história da relação das crianças entre si e com os adultos {...} (ÁRIES, 1981). 
	Segundo Kramer (2003, p.19):
A idéia de infância aprece com a sociedade capitalista urbano-industrial na medida em que mudam a sua inserção e o papel social da criança na comunidade. Se, na sociedade feudal, a criança exercia um papel produtivo direto (“de adulto”) assim que ultrapassava o período de alta mortalidade, na sociedade burguesa ela passa a ser alguém que precisa de ser cuidada, escolarizada e preparada para uma função futura. Este conceito de infância é, pois, determinado historicamente pela modificação das formas de organização da sociedade. 
	Percebe-se, a partir do exposto que a idéia de infância e de criança sofreu uma significativa transformação em seu entendimento, passando a criança a ser vista e observada com maior interesse por parte dos adultos, melhor dizendo, da sociedade de uma forma geral. 
	Conforme Carvalho (2003) embora o aparecimento da infância tenha ocorrido em torno dos séculos XIII e XIV, os sinais claros de sua evolução se fizeram sentir de maneira significativa no continente europeu entre os séculos XVI e XVIII, momento em que a estrutura social vigente – o mercantilismo - provocou uma alteração nos sentimentos e nas relações frente à infância. 
	Árires (1981) então ressalta a infância como sendo a especificidade da criança, ou seja, o elemento que a diferencia do adulto, mostrando-a como sendo um ser único e particular, com ideias, sentimentos e atitudes próprios. 
	De acordo com as palavras de Soares (2009), no século XVIII, além da educação, a família começou a demonstrar interesse também pelas questões relacionadas á saúde e à higiene da criança, proporcionando, a partir desse novo posicionamento, uma considerável diminuição nos índices de mortalidade que ocorriam nessa faixa etária. 
	Essas mudanças propriamente ditas trouxeram benefícios para as crianças tais como: uma educação qualificada e direcionada a elas; cuidados mais específicos; maiores possibilidades de interação com a sociedade; dentre outros que se mostraram bastante significativos para suas vidas e para o seu desenvolvimento como ser humano. 
	Soares (2009) especifica que, a partir dessas mudanças, a criança sai, então, do anonimato, deixando sua condição de mini adulto para trás e ocupando, gradativamente, um espaço de maior destaque na sociedade. 
	Loureiro (2005, p.36) diz que:
Nesse período começa a existir uma preocupação em conhecer a mentalidade das crianças a fim de adaptar os métodos de educação a elas, facilitando o processo de aprendizagem. 
	Percebe-se, então, que a criança começa a ocupar um lugar privilegiado no contexto da sociedade da qual faz parte, uma vez que seus interesses e necessidades começam a ser levados em conta de forma mais específica e direcionada, objetivando-se proporcionar à mesma uma educação qualificada e mais fortalecedora. 
	Segundo Del Priori citado por Silva (2011) já nas primeiras décadas do século XIX, os dicionários passaram a assumir um uso mais reservado da palavra criança para a espécie humana e isso trouxe, como resultado, um cuidado e uma atenção mais específicos para as crianças, fazendo, inclusive, com que as mesmas passassem a ocupar uma posição central nas atenções dos adultos e, simultaneamente, fossem tema e possibilidade de estudos e observações. 
	Isso se comprova nas ideias de Santos et al (2010) quando dizem que, no final do século XIX e início do século XX (período marcado pela crença no progresso da ciência) começaram a surgir preocupações e estudos mais coerentes e amplos sobre a criança, o que resultou, consequentemente, na realização de diversas e diferenciadas pesquisas e investigações sobre o assunto como forma de se entender melhor a infância e as suas especificidades. 
	O que se pode verificar, de fato, é que as mudanças ocorridas a partir do século XVII em relação à concepção e caracterização da infância e da criança, as grandes transformações sociais ocorridas serviram para contribuir, de maneira clara e decisiva na construção de um sentimento de infância, assim como para se estabelecer as bases de uma educação infantil capaz de proporcionar à criança todas as possibilidades para se desenvolver de maneira gradativa, constante e harmônica. 
5.3 A infância na atualidade 
	A infância é o período da vida caracterizado pelo crescimento, amadurecimento, desenvolvimento da criança em todos os sentidos, momento a partir do qual ela vai, gradativamente, conquistando e assimilando maiores e melhores possibilidades, capacitando-se para vir a ocupar o seu lugar no contexto da sociedade. 
	Diferentemente do que acontecia há tempos atrás, a criança passou a ocupar um lugar de destaque, ganhando maior visibilidade e conquistando o espaço que, por direito, lhe pertence. 
	Mais recentemente, segundo Silva (2011), como fruto da Constituição Brasileira de 1988, foi criado o Estatuto da Criança e do Adolescente, primeiro documento a assegurar à criança seus direitos plenos, assim como considerar a mesma um sujeitode direitos. 
	No Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (Brasília, 1998) pode-se entender melhor, ou seja, ter uma visão mais clara sobre a verdadeira situação da criança nos dias atuais no Brasil, uma vez que o documento em questão aborda o assunto de maneira clara e efetiva, propiciando uma visão mais direcionada e esclarecedora. 
	Nesse documento, diz Santos et al (2010) afirma-se que as crianças possuem uma natureza singular, que as caracteriza como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio. 
	Isso leva a se entender que, durante o processo de aquisição, melhor dizendo, de construção do conhecimento, as crianças fazem uso das mais diferentes linguagens, exercendo a capacidade que possuem de formularem ideias e hipóteses próprias e originais sobre tudo aquilo que buscam desvendar. 
	No Referencial Curricular Nacional para a Educação Básica (Brasília, 1998) pode-se encontrar dados sobre como a infância é vista na atualidade. Em seu conteúdo encontram-se informações preciosas sobre a infância e a adolescência, facilitando uma compreensão mais exata e completa sobre o processo de formação da criança, admitindo e reconhecendo a mesma como um sujeito de direitos como qualquer outro indivíduo, ao mesmo tempo em que se oferecem subsídios para a formação e desenvolvimento deste pequeno ser em formação. 
	Santos et al (2010) também ressaltam o fato de, na atualidade, se ter no Brasil a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394, criada em 1996 e que abrange o contexto da educação infantil, ressaltando a importância e necessidade da mesma na vida de toda e qualquer criança. 
	Salientam os autores ainda que, de acordo com o teor da LDB 9394/96, a educação é dever da família e do Estado, devendo ser inspirada nos princípios da liberdade e nos ideais de solidariedade humana e cuja finalidade é a de promover e oferecer o pleno desenvolvimento do educando, assim como seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
	No ano de 1990, também visando garantir maior proteção e segurança à criança e ao adolescente, foi criado o Conselho da Criança e do Adolescente que explicitou de forma mais compreensível e efetiva os direitos da criança e do adolescente, bem como os princípios que devem sempre nortear as políticas de atendimento oferecidas para os que se encontram nessa faixa etária, objetivando com que as mesmas ocorram de maneira adequada e condizente com as necessidades e expectativas das crianças e dos adolescentes. 
	Santos et al (2010, p.12) afirmam que:
Na visão de muitos autores a criação do Conselho da Criança e do Adolescente é vista como um marco no que diz respeito ao reconhecimento e valorização da infância por parte das políticas públicas. Torna-se relevante citar também o Plano Nacional de Educação (PNE), que, em consonância com os princípios da Educação para todos, estabelece metas relevantes de expansão e de melhoria de qualidade da educação. 
	Nos dias de hoje, a criança é vista como sendo um sujeito de direitos, situado historicamente e que precisa ter 	todas as suas necessidades atendidas, sejam elas físicas, cognitivas, psicológicas, emocionais ou sociais. 
	Zabalza citando Fraboni diz que a etapa histórica que vivemos atualmente é fortemente marcada por grandes e significativas transformações, técnicas, científicas e ético-sociais e todas cumprem os requisitos para tornar efetiva a conquista de uma educação plena e ideal para a criança, além de, finalmente, legitimar a mesma como uma figura social, como sujeito de direitos enquanto sujeito social. (1998, p.68). 
5.4 A história da educação infantil no Brasil e o papel da escola junto à criança 
	Durante muito tempo, o cuidado com as crianças, assim como a educação a elas fornecida, eram considerados como sendo tarefa da família, em especial das mulheres. Mais tarde, surgiram as primeiras instituições para atender essas crianças e, devido ao caráter familiar do atendimento à criança pequena, essas foram denominadas, inicialmente, de creche (termo que, em francês, significa manjedoura, presépio). 
	De acordo com Soares (2009, p.10):
Nos séculos XVIII e XIX surgem dois tipos de atendimento às crianças pequenas, um de boa qualidade, destinado às crianças da elite, que tinha como característica a educação e outro que servia de custódia e de disciplina para as crianças das classes desfavorecidas. 
	Essa questão serviu para dar início a uma discussão sobre a forma como as crianças devem ser educadas, buscando-se uma educação comum e igualitária para todas as crianças, independentemente da classe social e/ou da origem das mesmas. 
	Constata-se que, no Brasil, a história da educação infantil acompanha os parâmetros mundiais, tendo características próprias, sendo acentuada por um forte assistencialismo e improviso. 
	No início do século XIX, no entanto, como forma de se buscar modificar a situação da educação, ou seja, como uma maneira de se tentar resolver o problema da infância, começaram a surgir iniciativas diversas, primeiramente de forma isoladas, tais como: criação de creches, asilos e internatos, sendo todos eles tidos como instituições destinadas a cuidar de crianças pobres. (SOARES, 2009). 
	O quer acontecia, porém, é que essas instituições não conseguiam cumprir de forma efetiva a sua função, apenas encobriam o problema e não tinham a capacidade de provocar transformações mais profundas e significativas no que diz respeito à realidade social dessas crianças. 
	Foi por isso que, a partir do final do século XIX tem início um projeto de construção de uma nação moderna, com estratégias e recursos mais elaborados e estruturados, com vistas a se alcançar uma educação, de fato, efetiva na vida dessas crianças. 
	Cresce, no século XX, após a Primeira Guerra Mundial, a ideia de respeito à criança, culminando esse sentimento no Movimento das Escolas Novas, momento a partir do qual foram se fortalecendo preceitos importantes, além de se ressaltar a necessidade de se proporcionar às crianças uma escola que a respeitasse como ser humano, correspondendo às características do pensamento infantil (SOARES, 2009). 
	Conforme Oliveira (2002) no contexto do pós Segunda Guerra Mundial, começa então a surgir a preocupação com a situação social da infância, assim como passa a predominar a ideia da criança como sendo portadora de direitos. Tanto que, em 1959, a ONU promulgou a Declaração dos Direitos da Criança, em decorrência da declaração dos Direitos Humanos o que representou um marco para a questão da infância e da valorização da criança.
	As novas ideias em relação ao ser criança passaram então, a proporcionar diversas mudanças no contexto da sociedade em geral, especialmente na área educativa, uma vez que as escolas passaram a priorizar mais a infância, entendendo a criança como um sujeito que, assim como os adultos, também merecia que seus direitos fossem devidamente respeitados e, a partir deste contexto, o trabalho e a valorização do universo infantil começou a ganhar novos contornos, conquistando um espaço e uma consideração mais específicos (OLIVEIRA, 2002). 
	
6 CONCLUSÃO
 A educação voltada para criança pequena só ganhou notoriedade quando esta passou a ser valorizada pela sociedade, se não houvesse uma mudança de postura em relação à visão que se tinha de criança, a Educação Infantil não teria mudado a sua forma de conduzir o trabalho docente, e não teria surgido um novo perfil de educador para essa etapa de ensino. Não seria cobrado dele especificidade no seu campo de atuação, e a criança permaneceria com um atendimento voltado apenas para questões físicas, tendo suas outras dimensões, como a cognitiva, a emocional e a social despercebidas.
	Durante toda a história da humanidade, a questão da valorização e reconhecimento da infância, melhor dizendo, da criança como sendo sujeito de direitos esteve sempre presente na busca por uma maior valorização do universo infantil, entendendo a criança como um ser pleno, dotado de direitos e de deveres, como qualqueroutro. 
	A infância propriamente dita caracteriza-se como uma fase na qual o indivíduo começa a entender o mundo ao seu redor de uma maneira mais específica, mais centrada (mesmo que se realize, por vezes, de forma lúdica), passando a observar as coisas ao seu redor de uma maneira mais compenetrada e menos aleatória. 
	Hoje em dia a concepção que se tem de “criança” é bem diferente de algumas décadas atrás, consistindo a compreensão do termo como sendo historicamente construído, ou seja, capaz de perceber os grandes contrastes em relação ao sentimento de infância no decorrer dos tempos. 
	Durante boa parte de nossa história, as crianças não foram valorizadas de maneira correta e nem recebiam a atenção e os cuidados de que necessitavam. Felizmente, com o decorrer do tempo, essa situação foi se modificando. Devido às novas exigências sociais e econômicas, a criança passou a ser vista de outra forma, ou seja, passou a ser valorizada e o atendimento à mesma teve de acompanhar os rumos da história. 
	Dessa forma, a Educação Infantil deixa de ser apenas assistencialista para se tornar uma proposta pedagógica que se encontra aliada de forma direta ao cuidar, tendo como objetivo atender a criança em todos os aspectos, de maneira integral, respeitando as suas possibilidades, suas especificidades. 
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