Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Aula 01 Olá, Pessoal! Sejam bem-vindos ao curso de Administração Pública para AFRFB e AFT. Espero que nossa jornada seja proveitosa e que o curso possa ajudar vocês a conquistarem uma vaga de auditor da receita ou do trabalho. Administração Pública é uma disciplina que eu gosto bastante e sou suspeito ao comentar, mas espero que vocês gostem também. Nesta primeira aula, vamos ver um conteúdo que é continuação da aula demonstrativa. Vimos a evolução da administração pública pelos modelos patrimonialista e burocrático, agora vamos ver o modelo gerencial. Aula 01 - 03/08: 2. Modelos teóricos de Administração Pública: gerencial. 5. Evolução dos modelos/paradigmas de gestão: a nova gestão pública. 10. Gestão Pública empreendedora. Eu havia colocado o item 10 na Aula 06, mas ele fica melhor nesta aula 02, pois está diretamente ligado à administração gerencial. Boa Aula! Sumário 1 ADMINISTRAÇÃO GERENCIAL 2 1.1 GERENCIALISMO X NEOLIBERALISMO 3 1.2 NOVA GESTÃO PÚBLICA 7 1.3 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO GERENCIAL 14 2 GESTÃO PÚBLICA EMPREENDEDORA 22 3 PONTOS IMPORTANTES DA AULA 30 4 QUESTÕES 31 4.1 LISTA DAS QUESTÕES 44 4 .2 GABARITO 49 5 LEITURA SUGERIDA 49 Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS 1 Administração Gerencial Vimos no final da aula demonstrativa que a administração burocrática entra em crise juntamente com o Estado de Bem-Estar Social, a partir da década de 1970, em função da crise fiscal. De um lado, os governos se viam pressionados pelas demandas crescentes da população por políticas públicas; de outro, não tinham os recursos necessários para suprir estas demandas. Para conseguir gerar mais serviços com menos recursos era preciso ser eficiente, e a burocracia estava longe disso. Vamos ver as críticas de alguns autores ao modelo weberiano de organização: • Merton (1959): deslocamento de objetivos em direção a regras, normas e interesses próprios; • Michels (1949): oligarquização segregatória do poder intraburocrático; • Von Mises (1944): caráter anti-inovador, reforçador do status quo; • Selznick (1964): influências da organização informal em torno de seus objetivos próprios; • Gouldner (1954): acomodação em torno de padrões mínimos; • Crozier (1979): círculo vicioso da burocracia, incapacidade estrutural em corrigir-se de forma sistêmica, ancorando-se em estratégias conservadoras e formalistas de autoproteção. As críticas ao modelo burocrático não se restringiam apenas ao campo da administração pública. Há muito tempo as teorias da administração geral já apontavam a necessidade de maior flexibilidade nas organizações. Tanto que, ao mesmo tempo em que criticavam a burocracia, as pessoas defendiam uma aproximação com a gestão privada, defendendo as técnicas gerenciais que já eram adotadas por ela. Por isso o uso do termo gerencialismo, que tem uma ligação estreita com a adoção de práticas da administração privada na gestão das organizações públicas. É com esse espírito que o setor público assume o discurso da modernização, da orientação para os clientes, da flexibilidade, da estrutura enxuta e desburocratizada. As modernas ferramentas de gestão, como qualidade total, planejamento estratégico, reengenharia downsizing, benchmarking e terceirização, invadem as organizações públicas e os projetos dos gestores públicos. Contudo, apesar da insatisfação com o modelo burocrático, não podemos entender que a administração gerencial seja um rompimento total com relação a ele. Segundo o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado: Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS A administração pública gerencial constitui um avanço e até um certo ponto um rompimento com a administração pública burocrática. Isto não significa, entretanto, que negue todos os seus princípios. Pelo contrário, a administração pública gerencial está apoiada na anterior, da qual conserva, embora flexibilizando, alguns dos seus princípios fundamentais, como a admissão segundo rígidos critérios de mérito, a existência de um sistema estruturado e universal de remuneração, as carreiras, a avaliação constante de desempenho, o treinamento sistemático. A diferença fundamental está na forma de controle, que deixa de basear-se nos processos para concentrar-se nos resultados, e não na rigorosa profissionalização da administração pública, que continua um princípio fundamental. Assim, muitos dos princípios defendidos pela administração burocrática permanecem na administração gerencial. Como afirma o PDRAE, a administração gerencial pode até ser considerada um rompimento, mas princípios como a impessoalidade, a divisão do trabalho, a avaliação de desempenho são mantidos. A reforma gerencial foi adotada inicialmente na década de 1980 na Grã- Bretanha com Margareth Thatcher e nos Estados Unidos com Ronald Reagan, e, depois, de forma generalizada, em diversos outros países. Porém, foi na Grã-Bretanha que o gerencialismo foi aplicado ao serviço público logo após a posse do novo governo e levou a uma reforma administrativa profunda e bem- sucedida, recebendo o nome de Managerialism. 1.1 GERENCIALISMO X NEOLIBERALISMO Estudamos na aula passada que a burocracia entra em crise juntamente com o Estado de Bem-Estar Social. Vamos ver nesse tópico como que a administração gerencial se relaciona com o gerencialismo e como que ela vê o papel do Estado na economia. O chamado Welfare state tem início na década de 1940, na Inglaterra. Isso não significa que nunca existiram direitos sociais; estes começam a surgir ainda no Século XIX. O que diferencia o Estado de Bem-Estar Social é que ele considera as políticas sociais como um direito de todo cidadão, ao contrário do período anterior, em que elas eram direcionadas a grupos específicos e, em muitos casos, estavam dissociados da cidadania, uma vez que a pessoa perdia seus direitos políticos ao se tornar beneficiária de políticas assistenciais. O período pós-Segunda Guerra Mundial foi muito propício ao desenvolvimento do Estado de Bem-Estar, pois quase todos os países apresentavam elevado Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS crescimento econômico. Por conseguinte, os países conseguiam financiar suas políticas sociais por meio da grande disponibilidade de recursos. Essa conjuntura começa a mudar quando o EUA ampliam de forma significativa seu déficit público em função da Guerra do Vietnã e os países árabes na OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decidem elevar o preço do barril do petróleo em 1973 e em 1979. Essas crises fizeram com que as taxas de juros dos financiamentos externos subissem para a estratosfera, interrompendo o desenvolvimento econômico dos países, que entraram em crise fiscal. Assim, de um lado, assistimos a um crescimento das demandas da sociedade por mais políticas sociais. De outro, reduziam os recursos disponíveis para que tais políticas fossem implementadas. Por isso que muitos autores a crise tem origem numa sobrecarga de demandas, em que o sistema político não tem condições de suprir às exigências dos grupos sociais, resultando numa crise de governabilidade. Vamos estudar o conceito de governabilidade na Aula 06. Por enquanto podemos dizer que se refere à capacidade política de governar, está diretamente ligada ao conceito de legitimidade, pois se relaciona com o grau de aceitação de suas ordens e políticas junto à sociedade. As pessoas não enxergavam mais o retorno dos impostos que pagavam, porisso começaram a ocorrer as chamadas "revoltas dos contribuintes". O papel do Estado na economia começou a ser questionado, ganho força o movimento do Neoliberalismo. Este defendia a absoluta liberdade de mercado, um Estado Mínimo. Suas principais ideias eram: • Desregulamentação dos mercados de trabalho e de bens e serviços; • Questionamento do papel do Estado como aparato protetor das economias nacionais e a pressão de grupos econômicos dominantes no sentido de diminuir a atuação estatal; • Abertura econômica e financeira para o exterior; Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS • Privatização das empresas estatais; • Crença de que os imperativos de mercado são suficientes para promover o desenvolvimento econômico e social. O pressuposto neoliberal que permeava o programa de reformas orientadas para o mercado é que, uma vez alcançadas a estabilidade e a eficiência, o crescimento viria naturalmente. A postura neoliberal baseia-se no pressuposto de que uma vez desregulamentada e privatizada a economia, criando-se com isso condições para a competição, os mercados surgirão e seu funcionamento fará com que os recursos sejam realocados entre setores e atividades. Boia parte de seu receituário foi proposto no Consenso de Washington, que consistiu num conjunto de medidas formulado em novembro de 1989 por economistas de instituições financeiras. Tais medidas passaram a ser receitadas pelo FMI aos países em desenvolvimento. Eram 10 regras básicas: 10 Regras Básicas do Consenso de Washington • Disciplina fiscal • Redução dos gastos públicos • Reforma tributária • Juros de mercado • Câmbio de mercado • Abertura comercial • Investimento estrangeiro direto, com eliminação de restrições • Privatização das estatais • Desregulamentação (afrouxamento das leis econômicas e trabalhistas) • Direito à propriedade intelectual Na década de 1980, as primeiras reformas gerenciais eram marcadas pelo ideário neoliberal. A burocracia e o Estado de Bem-estar entram em crise juntos, e como respostas são propostos o gerencialismo e o neoliberalismo. Muitos autores dividem as reformas do Estado em duas gerações. Este período de defesa da redução das atividades estatais constituiu a primeira geração de reformas. Segundo Caio Marini e Humberto Falcão Martins: As reformas de primeira geração (anos 80 e 90) tinham uma orientação essencialmente econômica e fiscal. A crise do Estado era um elemento central das reformas de primeira geração Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br CASA Highlight CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS A segunda geração irá ocorrer no início do Século XXI, quando o desenvolvimento ganha uma atenção primordial, e o Estado passa a ser entendido como um elemento importante, juntamente com o mercado e o terceiro setor. Segundo Marini e Martins: A marca distinta das reformas de segunda geração no início do século XXI é a promoção do desenvolvimento. Acredita-se que os imensos desafios sociais em escala global, manifestos pela crescente desigualdade e pobreza, não podem ser vencidos pela simples ação dos mercados, mas por meio do fortalecimento de instituições tais como Estado, o mercado e o terceiro setor. Por um lado, a forte correlação entre instituições e desenvolvimento tem sido empiricamente comprovada em diversos estudos recentes, sugerindo que a consolidação institucional é o fator primordial de desenvolvimento a Podemos então concluir que, se no início o gerencialismo estava fortemente marcado pelo neoliberalismo, com o tempo eles irão se distanciar, as reformas gerenciais entenderam que o Estado Mínimo não é algo concreto a ser buscado. A administração gerencial passa a defender um Estado menor, mas que ainda atua, regulando a atividade econômica. Segundo esta nova mentalidade, os investimentos, seja em infraestrutura, seja em prestação de serviços, serão realizados pela iniciativa privada, cabendo ao Estado os papeis de indutor, articulador, catalisador, orientador e controlador dessas atividades ao lado, logicamente, das suas responsabilidades diretas quanto às iniciativas de caráter social, tais como educação, saúde pública, segurança etc. Princípio da Subsidiariedade O principio da Subsidiariedade tem suas origens mais remotas no pensamento aristotélico, que apresentava uma sociedade composta por diversos grupos com tarefas específicas, realizando suas próprias necessidades. Para Aristóteles, "a família empreende as atividades da vida cotidiana, a cidade realiza ocupações mais amplas". Em primeiro lugar, tem-se que a subsidiariedade aponta no sentido da valorização da liberdade individual, não nos moldes imperantes na época do Liberalismo, mas uma liberdade responsável e condicionada pelo bem comum. Tem-se que os indivíduos (e as sociedades menores), por sua iniciativa e indústria, devem buscar a realização de seus fins e do bem comum, devendo agir com liberdade, desde que não prejudiquem o bem geral e os demais. Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Nesse contexto, o Estado deve respeitar os indivíduos e as sociedades intermediárias no exercício dos seus direitos, no cumprimento dos seus deveres e obrigações, sem suplantá-los ou fazer as suas vezes, a menos que isso se faça necessário por circunstâncias excepcionais. Visa-se com isso ao desenvolvimento das potencialidades e do exercício efetivo da liberdade, com a assunção das correspondentes responsabilidades, por parte das sociedades menores e dos indivíduos. Incumbe ao Estado criar condições para que o indivíduo, pessoalmente, alcance a realização de seus fins. Este princípio foi defendido nas reformas do Estado para subsidiar a defesa da redução das atividades do Estado, com a transferência delas para a iniciativa privada. Eles entendiam que cabia à sociedade buscar resolver seus problemas, com o Estado agindo apenas quando indispensável. 1.2 NOVA GESTÃO PÚBLICA As reformas da segunda metade do Século XX que buscavam implantar a administração gerencial ficaram conhecidas como a Nova Gestão Pública, ou New Public Management (NPM). Segundo Humberto Falcão Martins: O NPM é um conjunto de argumentos e filosofias administrativas aceitas em determinados contextos e propostas como novo paradigma de gestão pública a partir da emergência dos temas crise e reforma do estado nos anos 80. O termo foi originalmente lançado como recurso estruturador da discussão acadêmica sobre as transformações transcorridas na gestão e organização executiva de governos a partir dos anos 80. Portanto, a Nova Gestão Pública em si não representa um novo paradigma, mas um campo de discussão profissional e de políticas públicas de abrangência internacional sobre assuntos que dizem respeito à gestão pública. Portanto, seu caráter é mais de análise do que prescritivo, ou seja, é mais de estudo do que aconteceu do que afirmação de como deveria ser. O autor enumera as características propostas pela NGP: Características propostas pela Nova Gestão Pública • Caráter estratégico ou orientado por resultado do processo decisório; • Descentralização; • Flexibilidade; • Desempenho crescente e pagamento por desempenho/produtividade; Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS • Competitividade interna e externa; • Direcionamento estratégico; • Transparência e cobrança de resultados (accountability); • Padrões diferenciados de delegação e discricionariedade decisória; • Separação da política de sua gestão; • Desenvolvimento dehabilidades gerenciais; • Terceirização; • Limitação da estabilidade de servidores e regimes temporários de emprego; • Estruturas diferenciadas. A Nova Administração Pública evoluiu por meio de três modelos: o gerencialismo puro, o consumerism e o public service orientation. Estes três modelos ocorreram em vários países, mas foram três visões da administração pública que se ressaltaram no modelo gerencial britânico. Abrucio elaborou o quadro a seguir, em ele faz uma pequena comparação quanto aos principais objetivos de cada visão e quanto a sua relação com a sociedade, ou melhor, com seu "público-alvo". Gerencialismo Puro Consumerism Public Service Orientation (PSO) Economia / eficiência - produtividade Efetividade / qualidade Accountability / equidade Contribuintes Clientes / consumidores Cidadãos As teorias estão apresentadas da esquerda para a direita, em ordem cronológica de criação. Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que a divisão entre as teorias foi estabelecida apenas para facilitar a comparação entre elas. Na realidade, há um grau razoável de intercâmbio entre as teorias, principalmente no caso das duas últimas. Entretanto, como ponto de partida para a discussão, essa classificação proporciona duas importantes constatações. A primeira é que há uma mudança substancial ao longo do tempo, desde o managerialism até o PSO. A constatação mais importante, no entanto, é que, embora haja diferenças entre Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS as teorias, elas não são mutuamente excludentes. Ao contrário, percebe-se que pode haver uma incorporação dos aspectos positivos de cada teoria. Gerencialismo Puro O Managerialism inglês teve como primeiro momento o "gerencialismo puro". Como vimos acima, no início, as reformas gerenciais eram bastante próximas das ideias neoliberais. Esta corrente teve como principais objetivos reduzir os gastos públicos e aumentar sua produtividade. O fato é que, no início do NPM, as modificações na burocracia estavam vinculadas a um projeto de reforma do Estado que se caracterizava como um movimento de retração da máquina governamental a um número menor de atividades. A palavra de ordem da primeira-ministra inglesa, Margareth Thatcher, era "rolling back the state", o que na prática significou privatização, desregulamentação, devolução de atividades governamentais à iniciativa privada ou à comunidade e constantes tentativas de reduzir os gastos públicos. Foi, portanto, sob o signo da questão financeira que se implantou o modelo gerencial puro na Grã-Bretanha. O managerialism seria usado no setor público para diminuir gastos em uma era de escassez e para aumentar a eficiência governamental. Em suma, o gerencialismo puro tinha como eixo central o conceito de produtividade. Segundo Caio Marini: O primeiro modelo é o gerencialismo puro, que corresponde à primeira etapa da experiência no Reino Unido e também nos Estados Unidos, onde a perspectiva central é o foco na economia e na eficiência; é o "fazer mais com menos", o que significa olhar o cidadão como contribuinte, que não quer desperdício, ao contrário, quer ver o recurso arrecadado ser aplicado eficientemente. Um dos fatores que levaram à crise do Estado de Bem-Estar foi a crise de governabilidade, que se instaurou em virtude de o Estado não conseguir atender às demandas da sociedade. Prejudicando ainda mais a crise fiscal, ocorreram as revoltas dos taxpayers, ou contribuintes, que não enxergavam uma relação direta entre o acréscimo de recursos governamentais e a melhoria dos serviços públicos. Podemos perceber que o gerencialismo puro, como uma resposta a esta crise, vem defender que o Estado considere o cidadão como contribuinte e gaste seus recursos com eficiência, com consciência de custos. Segundo Ewan Ferlie (1999), a experiência britânica pós-1979 é dominada por uma série de iniciativas de reforma, observadas em várias unidades operacionais diferentes, conduzidas pelos escalões superiores e sustentada por Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS um longo período de tempo. Há várias importantes mudanças visíveis, algumas contraditórias, mas que incluem as seguintes e abrangentes características: • Privatização em larga escala na esfera econômica; • Utilização de padrões de gestão semelhantes aos adotados pelas empresas privadas; • Ênfase no "fazer mais com menos", na eficiência; • Ênfase na "administração para a mudança", buscando mudar a cultura do setor público O primeiro passo do modelo gerencial puro foi cortar custos e pessoal. Depois, buscou modificar as engrenagens do modelo weberiano. A burocracia tradicional é definida como uma organização com estrutura rígida e extremamente centralizada, que se preocupa demais com regulamentos e procedimentos, além de avaliar o desempenho apenas com base na observância de normas. Em oposição a essa visão de administração pública, o governo Thatcher propunha: • Clara definição das responsabilidades de cada funcionário das agências governamentais; • Clara definição dos objetivos governamentais, analisados em sua substância, e não como processo administrativo; • Maior consciência acerca do valor dos recursos públicos (Value Money), procurando maximizar a relação financeira entre os recursos iniciais e os gastos realizados, incorporando o valor da eficiência. Passou-se a adotar uma gestão por resultados, conferindo maior autonomia às agências governamentais e descentralizando a estrutura administrativa. O problema foi que, ao dar muita importância para a estratégia de eficiência, o gerencialismo puro acabou relegando a um segundo plano outros valores importantes na atuação da administração pública. Por exemplo, ao enfocar apenas a eficiência governamental, não se atribui à avaliação da efetividade dos serviços públicos a devida importância. Portanto, quando falamos que o gerencialismo puro se preocupava em demasia com a eficiência sem se preocupar com a efetividade, estamos nos referindo ao fato dele olhar apenas para a relação custo e produção, sem olhar para o real impacto da ação governamental na sociedade. Portanto, a efetividade não é um conceito econômico, mas social, de avaliação qualitativa dos serviços públicos. Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Podemos reconhecer, no entanto, que o modelo gerencial puro obteve alguns êxitos. O principal deles está ligado à ênfase na questão financeira, que de fato tornou a burocracia mais consciente acerca dos custos das políticas públicas. A discussão em torno do modelo gerencial tornou-se mais complexa e ganhou novos rumos a partir da metade da década de 1980. A mais importante mudança foi a tentativa de se constituir de serviços públicos voltados para os anseios dos clientes/consumidores. Consumerism As maiores críticas ao gerencialismo puro não buscavam o retorno ao modelo burocrático, mas sim a incorporação de novos significados. Primeiro, introduzindo o conceito de qualidade no serviço público. Com o conceito de efetividade, recupera-se a noção de que o governo deve, acima de tudo, prestar bons serviços. É a ótica da qualidade que começa a ser incorporada pelo modelo gerencial. O consumerism introduziu a perspectiva da qualidade como uma estratégia voltada para a satisfação do consumidor, através de medidas que visavam tornar o poder público mais leve, ágil e competitivo: descentralização administrativa, criação de opções de atendimento,como incentivo à competição entre organizações públicas e adoção de um novo modelo contratual. Podemos dizer que é aqui que tem início o paradigma do cliente na administração pública. Segundo Caio Marini: O outro, nesta linha evolutiva, recebeu a denominação de consumerismo a partir do foco na flexibilidade de gestão, na qualidade dos serviços e na prioridade às demandas do consumidor: é o "fazer melhor". Note-se que, enquanto a primeira perspectiva quer recuperar a eficiência perdida, a segunda quer incrementar a qualidade dos serviços, olhando o cidadão como cliente. A estratégia voltada à satisfação dos consumidores é reforçada pelo governo britânico através da adoção de três medidas que fazem parte de uma estratégia para tornar o poder público mais leve, ágil e competitivo, desmontando assim o antigo modelo burocrático. A primeira dessas medidas é a descentralização. Ocorreu uma significativa delegação de autoridade, partindo do princípio de quanto mais próximo estiver o serviço público do consumidor, mais fiscalizado pela população ele o será. A descentralização, no entanto, não basta para aumentar o poder do consumidor. É preciso que haja opções caso determinada política pública não esteja funcionando a contento. Neste sentido, procura-se incrementar a Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS competição entre as organizações do setor público, a segunda medida. Quando não há competição entre os serviços, existe uma situação de monopólio e, portanto, os consumidores não têm alternativa de escolha. A terceira medida é a adoção de um novo modelo contratual para os serviços públicos. A contratualização é uma forma de gestão por resultados, em que é concedida maior autonomia para os administradores públicos em troca de responsabilização por resultados. A criação de relações contratuais origina-se de três pressupostos. O primeiro é de que numa situação de falta de recursos, como a atual, a melhor forma de aumentar a qualidade é introduzir relações contratuais de competição e de controle. O segundo, quase como consequência do primeiro, é de que a forma contratual evita a situação de monopólio. Por fim, o último pressuposto refere-se à maior possibilidade que os consumidores têm de controlar e avaliar o andamento dos serviços públicos a partir de um marco contratual. Embora tenha avançado muito com relação ao modelo gerencial puro, o consumerism recebeu várias críticas, particularmente no terreno em que mais transformou os conceitos, isto é, na relação entre o governo como prestador de serviços públicos e a população. A crítica mais geral é direcionada ao conceito de consumidor de serviços públicos. Em primeiro lugar, com relação à diferença que existe entre o consumidor de bens no mercado e o "consumidor" dos serviços públicos. É mais complexa a relação do prestador de serviço público com a sociedade, já que ela não obedece ao puro modelo de decisão de compra vigente no mercado. Aliás, há determinados serviços públicos cujo caráter é compulsório, isto é, não existe a possibilidade de escolha, como provam a utilização em determinados momentos dos hospitais e dos serviços policiais. Public Service Orientation (PSO) Toda a reflexão realizada pelos teóricos do PSO leva aos temas do republicanismo e da democracia, utilizando-se de conceitos como accountability, transparência, participação política, equidade e justiça, questões praticamente ausentes do debate sobre o modelo gerencial. O ponto que aqui distingue o PSO das outras correntes é o conceito de cidadão. Pois, enquanto o cidadão é um conceito com conotação coletiva — pensar na cidadania como um conjunto de cidadãos com direitos e deveres —, o termo consumidor (ou cliente) tem um referencial individual, vinculado à tradição liberal, a mesma que dá, na maioria das vezes, maior importância à Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS proteção dos direitos do indivíduo do que à participação política, ou então maior valor ao mercado do que à esfera pública. Segundo Caio Marini: O terceiro, o Public Service Oriented (PSO), está baseado na noção de equidade, de resgate do conceito de esfera pública e de ampliação do dever social de prestação de contas (accountability). Essa nova visão, ainda que não completamente delimitada do ponto de vista conceitual, introduz duas importantes inovações: uma no campo da descentralização, valorizando-a como meio de implementação de políticas públicas; outra a partir da mudança do conceito de cidadão, que evolui de uma referência individual de mero consumidor de serviços, no segundo modelo, para uma conotação mais coletiva, incluindo seus deveres e direitos. Desse modo, mais do que "fazer mais com menos" e "fazer melhor", o fundamental é "fazer o que deve ser feito". Isto implica um processo de concertação nacional que aproxima e compromete todos os segmentos (Estado, sociedade, setor privado, etc.) na construção do projeto nacional. Para vários autores, o conceito de consumidor deve ser substituído pelo de cidadão. Isto porque o conceito de cidadão é mais amplo do que o de cliente, uma vez que a cidadania implica direitos e deveres e não só liberdade de escolher os serviços públicos. Na verdade, a cidadania está relacionada com o valor de accountability, que requer uma participação ativa na escolha dos dirigentes, no momento da elaboração das políticas e na avaliação dos serviços públicos. O consumidor é, no mais das vezes, um cidadão passivo. O conceito de consumidor também não responde adequadamente ao problema da equidade, valor fundamental na administração pública. A equidade é um conceito que nasceu ligado à noção de "justiça". Ela difere da igualdade porque defende que pessoas desiguais devem ser tratadas de forma desigual, além do tratamento igualitário perante a lei. O conceito de accountability não possui tradução para o português. Alguns autores afirmam que isto se deve a pouca qualidade de nossa democracia em comparação com as anglo-saxãs. Alguns traduzem o termo como responsabilização, outros como responsividade, mas nenhum destes termos consegue abarcar todos os sentidos presentes na accountability. Podemos dizer que o conceito de accountability abrange pelo menos três aspectos: • Obrigação em prestar contas; • Responsabilização pelos atos e resultados; • Responsividade. Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS O termo accountability abrange a relação entre o administrador público, encarregado da gerência dos bens da coletividade, e a sociedade civil. Como ele administra bens pertencentes a terceiros, deve prestar contas desta administração. O segundo aspecto é a responsabilização do administrador público pelos seus atos e pelos resultados alcançados. A administração gerencial busca a gestão por resultados, ou seja, transfere o foco do controle do processo para o desempenho, passando de um controle a priori para um a posteriori. Portanto, o administrador público deve responder não só em termos de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, mas também em termos de eficiência. A responsividade refere-se à sensibilidade dos representantes à vontade dos representados; ou, dito de outra forma, à disposição dos governos de adotarem as políticas preferidas por seus governados. Podemos dizer, então, que a accountability engloba a responsividade. 1.3 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO GERENCIAL Voltando agora para a administração gerencial como um todo, podemos observar que os princípios básicos que foram sendo adotadospor esta nova filosofia são: Princípios da Administração Gerencial • Descentralização administrativa, através da delegação de autoridade para os administradores públicos transformados em gerentes crescentemente autônomos; • Descentralização do ponto de vista político, transferindo recursos e atribuições para os níveis políticos regionais e locais. • Organizações com poucos níveis hierárquicos ao invés de piramidal, • Pressuposto da confiança limitada e não da desconfiança total; • Controle por resultados, a posteriori, ao invés do controle rígido, passo a passo, dos processos administrativos; • Administração voltada para o atendimento do cidadão, ao invés de auto-referida. Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br CASA Highlight CASA Highlight CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Bresser Pereira também enumera algumas características da administração gerencial: É orientada para o cidadão e para a obtenção de resultados; pressupõe que os políticos e os funcionários públicos são merecedores de um grau real ainda que limitado de confiança; como estratégia, serve-se da descentralização e do incentivo à criatividade e à inovação; o instrumento mediante o qual se faz o controle sobre os órgãos descentralizados é o contrato de gestão. Descentralização Nos princípios acima, temos dois tipos de descentralização: a política e a administrativa. Maria Sylvia Zanella di Pietro diferencia estas duas formas de descentralização da seguinte forma: • Descentralização Política: ocorre quando o ente descentralizado exerce atribuições próprias que não decorrem do ente central; é a situação dos Estados-membros da federação e, no Brasil, também dos Municípios. Cada um desses entes locais detém competência legislativa própria que não decorre da União nem a ela se subordina. • Descentralização Administrativa: ocorre quando as atribuições que os entes descentralizados exercem só têm valor jurídico que lhes empresta o ente central. A titularidade do serviço continua com o ente central. Podemos falar ainda numa terceira dimensão de descentralização - a social, que corresponde a maior participação da sociedade na gestão pública. Trata-se de transferência de parcelas de poder, competências e funções da administração pública para a sociedade civil. A descentralização é entendida como a transferência do poder decisório. Na política, é transferido para os entes federados, como estados e municípios; na administrativa, é transferido para os níveis hierárquicos inferiores; na social, é transferido para a população. Segundo Maria da Glória Gohn, a participação, pelas características e função, é sinônimo de descentralização. Esta forma de descentralização também estava presente nas reformas gerenciais. A descentralização política permite que haja uma maior descentralização social. É nas comunidades que as pessoas podem participar das decisões do Estado. As pessoas não irão se deslocar para Brasília para participar. E a descentralização política faz com que as decisões estejam no próprio município, mais próximas das pessoas, que podem controlar tais decisões de forma mais eficaz. Um exemplo disso é o orçamento participativo, que é uma Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS experiência bem sucedida justamente nos municípios, já que permite uma maior participação das pessoas. Outro exemplo são os coOnselhos gestores municipais, criados para permitir que as pessoas possam participar das decisões referentes às políticas públicas. No entanto, há um ponto polêmico aqui. Alguns autores consideram que a maior participação social seria um movimento contrário as reformas gerenciais, principalmente autores que associam estas reformas ao neoliberalismo. Segundo Ana Paula Paes de Paula, as últimas décadas foram marcadas pela luta dos brasileiros por processo de redemocratização do país, buscando reformar o Estado e construir um modelo de gestão pública capaz de torná-lo mais aberto às necessidades dos cidadãos brasileiros, mais voltado para o interesse público e mais eficiente na coordenação da economia e dos serviços públicos. Ao analisar esse contexto histórico, a autora identifica dois projetos políticos em desenvolvimento e disputa. Segundo a autora, a administração gerencial é participativa no nível do discurso, mas centralizadora no que se refere ao processo decisório, à organização das instituições políticas e à construção de canais de participação popular, enquanto a administração societal é participativa no nível das instituições, enfatizando a elaboração de estruturas e canais que viabilizem a participação popular. Nas questões, se falarem que a administração gerencial tem como princípio a participação popular, será correto. Contudo, se mencionarem a administração societal, significa que estão adotando uma linha mais à esquerda, que considera a administração gerencial fechada. E isso já foi cobrado pelo CESPE: 1. (CESPE/MDS/2006) O modelo de administração pública societal incorpora aos modelos burocráticos e gerenciais tradicionalmente fechados práticas que ampliam a relação Estado-sociedade, como a instituição de conselhos gestores de políticas públicas e o orçamento participativo. A questão é CERTA, se coaduna com o pensamento de Raquel Raichelis, segundo a qual: As diferentes experiências de organização dos Conselhos atualmente em curso nas áreas da saúde, criança e adolescente, assistência social, cidade, meio ambiente, cultura e tantas outras, são expressões da busca de novos canais de participação da sociedade civil na coisa pública, rumo à constituição de esferas públicas democráticas, embora estejam na contra- Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br CASA Highlight CASA Highlight CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS corrente da reforma neoliberal que tende a deslocar os espaços de representação coletiva e de controle socializado sobre o Estado para a ação dos grupos de pressão e de lobbies, desqualificando e despolitizando a força da organização coletiva. Portanto, a experiência dos conselhos, não está inserida em um momento que garante a constituição de espaços públicos e plurais. Durante a década de 1990, o modelo neoliberal fez com que houvesse uma forte tendência de concentração do poder em grupos de pressão e de lobbies, indo contra os movimentos de organização coletiva. Confiança Limitada e Controle por resultados, a posteriori Enquanto a administração pública burocrática se concentrava no processo legalmente definido, em definir procedimentos para contratação de pessoal, para compra de bens e serviços; a administração pública gerencial orienta-se para resultados. A burocracia concentra-se nos processos, sem considerar a alta ineficiência envolvida, porque acredita que este seja o modo mais seguro de evitar o nepotismo e a corrupção. Os controles são preventivos, vêm a priori. Entende, além disso, que punir os desvios é sempre difícil, se não impossível; prefere, pois, prevenir, estabelecendo estritos controles legais. A administração pública gerencial, por sua vez, assume que se deve combater o nepotismo e a corrupção, mas que, para isto, não são necessários procedimentos rígidos. Podem ter sido necessários quando dominavam os valores patrimonialistas; mas não o são hoje, quando já existe uma rejeição universal a que se confundam os patrimônios público e privado. Por outro lado, emergiram novas modalidades de apropriação da res publica pelo setor privado, que não podem ser evitadas pelo recurso aos métodos burocráticos. Rent-seeking é quase sempre um modo mais sutil e sofisticado de privatizar o Estado e exige que se usem novas contra-estratégias.Segundo Bresser Pereira: Para que se proceda ao controle dos resultados, descentralizadamente, em uma administração pública, é preciso que políticos e funcionários públicos mereçam pelo menos um certo grau de confiança. Confiança limitada, permanentemente controlada por resultados, mas ainda assim suficiente para permitir a delegação, para que o gestor público possa ter liberdade de escolher os meios mais apropriados ao cumprimento das metas acordadas, ao invés de fixar metas e procedimentos em lei. Na administração burocrática, esta confiança não existe. Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS A gestão por resultados se caracteriza pela maior autonomia do gestor público na escolha dos meios em troca de uma responsabilização por resultados. Bresser fala em "confiança limitada" porque a administração gerencial substitui a desconfiança total da administração burocrática. A administração confia no servidor, deixa escolher os meios, mas controla os resultados. Não é uma confiança ilimitada. O CESPE cobrou esta noção de "confiança limitada": 2. (CESPE/TCU/2008) O controle dos resultados de forma descentralizada, na administração pública, depende de um grau de confiança limitado nos agentes públicos, que, mesmo com estrito monitoramento permanente, devem ter delegação de competência suficiente para escolher os meios mais apropriados ao cumprimento das metas prefixadas A questão é certa. A gestão por resultados se caracteriza pela maior autonomia do gestor público na escolha dos meios em troca de uma responsabilização por resultados. A questão fala em "confiança limitada nos agentes públicos" porque a administração gerencial substitui a desconfiança total da administração burocrática pela confiança limitada. A administração confia no servidor, deixa ele escolher os meios, mas controla os resultados. Fala também em "mesmo com estrito monitoramento permanente", mas isto não é controle somente de processo, significa também controle de resultados. Segundo Maria Ozanira da Silva: O monitoramento permite o acompanhamento constante, através do gerenciamento do cumprimento de metas e prazos, buscando o cumprimento do cronograma das atividades com o objetivo de garantir a eficiência do programa. Portanto, mesmo que haja um acompanhamento contínuo, ainda falamos em controle de resultado, e não de processos, apesar de falarmos que o controle de resultados é um controle "a posteriori". Podemos dizer até mesmo que na administração gerencial é feito um rígido controle de desempenho. Ela não abandona o controle, só muda o foco, deixando de se preocupar tanto com o controle do processo para se preocupar com o controle de resultados. Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br CASA Highlight CASA Highlight CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Administração voltada para o atendimento do cidadão Enquanto a administração pública burocrática é auto-referida, a administração pública gerencial é orientada para o cidadão. Como observa Barzelay: Uma agência burocrática se concentra em suas próprias necessidades e perspectivas; uma agência orientada para o consumidor concentra-se nas necessidades e perspectivas do consumidor. A burocracia moderna surgiu no século XIX, quando ainda era preciso afirmar o poder do Estado em oposição a poderes feudais ou regionais. O Estado Nacional nasceu na Europa, nas monarquias absolutas, nas quais a burocracia patrimonialista desempenhava um papel central. As burocracias capitalistas modernas são uma evolução da burocracia patrimonialista, que se auto- diferenciaram ao fazerem uma distinção clara entre patrimônio público e patrimônio privado, mas que, ainda assim, se mantiveram próximas da matriz inicial em tudo quanto dissesse respeito à afirmação do poder do Estado. Esta é a razão pela qual as burocracias tendem a ser auto-referidas. Além de promover seus próprios interesses, interessam-se, primariamente, em afirmar o poder do Estado — o "poder extroverso" — sobre os cidadãos. Em contraste, a administração pública gerencial assume que este poder já não está sob ameaça grave nos países desenvolvidos e semidesenvolvidos. Assim, o serviço público já não precisa ser auto-referido, mas se orientar pela ideia de serviço- ao-cidadão. Afinal, o serviço público deve ser público, é um serviço para todos, para o cidadão. Caio Marini também enumera alguns princípios da Nova Gestão Pública. Focalização da ação do Estado no cidadão: Significa o resgate da esfera pública como instrumento do exercício da cidadania. O Estado deve ser entendido como o fórum onde o cidadão exerce a cidadania; todo e qualquer esforço de reforma, portanto, deve ter como objetivos melhorar a qualidade da prestação do serviço público na perspectiva de quem o usa e possibilitar o aprendizado social de cidadania. A interpretação mais radical deste princípio fez com que as relações entre Estado e sociedade fossem reduzidas à relação entre fornecedor e cliente. Nem sempre o cidadão é cliente. Há várias relações entre Estado e cidadão. A exploração pelo Estado de atividades como, por exemplo, a loteria esportiva, pode ser caracterizada como do tipo cliente-fornecedor. Já os prisioneiros não podem ser tratados como clientes; nesse caso, a sociedade é o cliente. Na Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS cobrança de impostos, a relação com o cidadão não é de cliente, é de súdito, pois vale aí o exercício do poder extroverso, o poder de coerção que o Estado tem para arbitrar valores desses impostos e obrigar o cidadão a pagá-los. Pode até haver um bom atendimento para o contribuinte, mas a visão extremada nessa relação cliente/fornecedor pode desvirtuar o papel do Estado. Reorientação dos mecanismos de controle por resultados: Significa evoluir de uma lógica baseada tão somente no controle da legalidade e do cumprimento do rito burocrático para uma nova abordagem centrada no alcance de objetivos. Os mecanismos de controle, na perspectiva burocrática atual, representam um entrave à ação eficiente e inovadora; em vez de ajudar, representam um obstáculo à ação. Na medida do possível, deverá acontecer uma evolução natural dos controles a priori para controles a posteriori baseados em indicadores de resultados. Flexibilidade administrativa que permita a instituições e pessoas alcançarem seus objetivos: Não se trata de outorgar autonomia pela autonomia, mas, sim, a autonomia necessária para o alcance dos resultados. Isto exigirá a delimitação dos espaços de atuação da administração pública, a partir do fortalecimento dos papéis de formulação de políticas e regulação, gerando, como consequência, um tratamento sob medida da questão, já que o grau de flexibilidade depende da natureza da atividade a ser exercida. Hoje, notadamente na administração indireta, ocorre uma realidade no mínimo curiosa, a da autonomia invertida: as instituições são bastante autônomas para decidirem sobre os seus fins, mas quase nada no que diz respeito aos meios. Veremos na próxima aula a evolução da máquina administrativa no Brasil, e dentro dela o Decreto-Lei n.° 200 de 1967. Embora houvesse uma nítida e bem intencionada preocupação com a flexibilidade - autonomia para os órgãos da administração indireta -, era como se a flexibilidade fosse um fim em si mesmo. A premissa era: autarquias, fundações e empresas públicas gozando de maior autonomia seriam mais eficazes. Porém, do ponto de vista prático, como não houve uma preocupação com o controle dos resultados, a flexibilidade teve seu uso desvirtuado. É certo que muitas instituiçõesconseguiram melhorar seu desempenho, mas houve, em muitos casos, usos indevidos da flexibilidade (por exemplo: para contratação de pessoal e para compras de bens e serviços para órgãos da Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br CASA Highlight CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS administração direta). A flexibilidade não pode ser de uso extensivo e generalizado, deve ser "sob medida". Nem todos os órgãos necessitam da mesma flexibilidade, e ela tem que estar vinculada ao alcance dos resultados. O contrato de gestão pode ser um útil instrumento de vinculação da flexibilidade a resultados. A flexibilidade não deve ser colocada nos fins, deixando que as organizações estabeleçam seus objetivos, mas sim nos meios. Controle social: Significa desenhar mecanismos de prestação social de contas e avaliação de desempenho próximos da ação. Se o objetivo é o resgate da cidadania e a reorientação para resultados, este controle não pode se limitar apenas à dimensão interna, com base em quem presta o serviço. Tem que ser na perspectiva de quem usa ou se beneficia da prestação dos serviços públicos. O controle social se trata de um controle por parte da população sobre as decisões governamentais. Ele significa fiscalização, mas principalmente participação nas decisões do Estado. Este controle pode ocorrer por meio de instrumentos institucionalizados, como os conselhos gestores e as ações populares; ou não institucionalizados, como sites na internet que divulguem os candidatos com problemas na justiça, ONGs de defesa do consumidor, etc. Valorização do servidor: Este princípio representa, na verdade, a âncora do processo de construção coletiva do novo paradigma, orientado para o cidadão e realizado pelo conjunto dos servidores de forma participativa. Implantar uma nova gestão pública não significa mudar sistemas, organizações e legislação; muito mais do que isso, significa criar as condições objetivas de desenvolvimento das pessoas que conduzirão e realizarão as reformas. Nesse sentido, valorizar o servidor quer dizer estimular sua capacidade empreendedora, sua criatividade, destacando o espírito público de sua missão e o seu comportamento ético, visando ao resgate da auto-estima e ao estabelecimento de relações profissionais de trabalho. Vamos ver uma questão do CESPE: 3. (CESPE/TCE-AC/2006) Na administração pública gerencial, a estratégia volta-se para a definição dos objetivos que o Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CASA Highlight CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS administrador público deve atingir em sua unidade, para a garantia da autonomia na gestão de recursos humanos, materiais e financeiros e para o controle e a cobrança a posteriori de resultados. Esta questão foi tirada do Plano Diretor. Pessoal, é muito importante vocês lerem o Plano Diretor, não só porque a reforma de 1995 é cobrada, mas também porque ele traça um grande histórico da administração pública no Brasil e no mundo, e muitas questões são tiradas do seu texto. Vamos ver o que ele diz sobre a administração gerencial: Na administração pública gerencial a estratégia volta-se (1) para a definição precisa dos objetivos que o administrador público deverá atingir em sua unidade, (2) para a garantia de autonomia do administrador na gestão dos recursos humanos, materiais e financeiros que lhe forem colocados à disposição para que possa atingir os objetivos contratados, e (3) para o controle ou cobrança a posteriori dos resultados. Adicionalmente, pratica-se a competição administrada no interior do próprio Estado, quando há a possibilidade de estabelecer concorrência entre unidades internas. No plano da estrutura organizacional, a descentralização e a redução dos níveis hierárquicos tornam-se essenciais. Em suma, afirma-se que a administração pública deve ser permeável à maior participação dos agentes privados e/ou das organizações da sociedade civil e deslocar a ênfase dos procedimentos (meios) para os resultados (fins). Se a administração gerencial muda o foco do controle para o resultado, primeiro é preciso ter os objetivos, as metas que devem ser alcançadas. Por isso que deve haver uma definição clara dos objetivos. Não dá para cobrar o que não está definido. Além disso, para que o administrador seja cobrado, é preciso que ele tenha liberdade de ação, por isso é importante a autonomia na gestão. 2 Gestão Pública empreendedora O livro "Reinventando o Governo: Como o espírito empreendedor está transformando o setor público", de David Osborne e Ted Gaebler, é a base dos estudos acerca do empreendedorismo governamental. Este deveria ser um livro de cabeceira de todo gestor público. Lançado no início da década de 1990, nele os autores analisam diversas iniciativas de administrações públicas, principalmente municipais, que demonstram que o Estado poderia eliminar a burocracia, superando a crise que se instalara em todo o mundo. Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br CASA Highlight CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Segundo os autores, transformar burocracias públicas em governos empreendedores, produtivos e eficientes, tem uma relação estreita com um recente fenômeno mundial: o ceticismo do cidadão sobre a capacidade do Estado em administrar a sociedade e satisfazer suas crescentes e complexas necessidades sociais. Em todas as partes do mundo verifica-se essa crise de governabilidade, um contexto de deterioração e descrédito geral na administração pública. O problema foi que, ao buscar controlar ao máximo os desvios do patrimonialismo, a burocracia acabou criando uma série de outros problemas. Ao dificultar o desvio de dinheiro público, tornou virtualmente impossível administrá-lo bem. O governo tornou-se ineficiente, lento e impessoal, no sentido ruim da palavra, auto-referido. Uma coisa importante em relação ao conceito de governo empreendedor é não confundir com governo empresário. O verdadeiro significado da palavra empreendedor é bem mais amplo. Segundo os autores, ela foi usada inicialmente por volta do ano 1800, para se referir àquele que "movimenta recursos econômicos de um setor de menor produtividade para um outro de maior produtividade e melhor rendimento". Em outras palavras, o empreendedor emprega recursos de novas formas, para maximizar a produtividade e a eficiência. Esta definição se aplica igualmente ao setor privado, ao setor público e ao setor voluntário. Superintendentes e diretores escolares dinâmicos usam recursos de novas formas para maximizar a produtividade e a eficiência das escolas. Os gerentes de aeroportos inventivos fazem o mesmo. Quando queremos identificar instituições do setor público que sejam empreendedoras, olhamos para as que usam constantemente seus recursos de novos modos, para aumentar sua eficiência e sua efetividade. A partir desta noção de que empreendedor não é a mesma coisa que empresário, os autores defendem que não se pode "governar como quem administra uma empresa". Os autores afirmam que o governo é uma instituição fundamentalmente diferente da empresa. Os empresários são motivados pela busca do lucro; as autoridades governamentais se orientam pelo desejo de serem reeleitas. As empresas recebem dos clientes a maior parte dos seus recursos; os governos são custeados pelos contribuintes. As empresas trabalham em regime de competição; os governos usam habitualmente o sistema de monopólio. Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Analisando diversas iniciativas inovadoras de administrações públicas americanas, os autores identificaram alguns traços comuns a todos esses esforços, que foram resumidos em 10 princípios do governo empreendedor:Princípios do Governo Empreendedor 1. Preferência às alternativas de produção externa de bens e serviços: terceirização, parcerias governo-sociedade civil, voluntarismo etc.; 2. Gestão participativa de programas e projetos com clientes; 3. Estímulo à competição interna e externa; 4. Desregulamentação interna, simplificação organizacional e clarificação de papeis e missões; • 5. Avaliação e financiamentos baseados em resultados; 6. Imagem do cliente como consumidor: com direito a escolhas, pesquisas de preferências e atitudes, treinamento de atendimento e formulários de sugestões; 7. Criação de centros de resultados financeiros, promovendo ação pública rentável; 8. Antevisão estratégica de serviços; 9. Descentralização e desconcentração: controle hierárquico versus autoridade, desenvolvimento de equipes (team building), gestão participativa, cooperação trabalhadores-gerentes, círculos de controle de qualidade e programas de desenvolvimento gerencial; e 10. Atingimento das finalidades governamentais através da reestruturação do mercado. I. Governo catalisador: navegando em vez de remar Segundo o Dicionário Houaiss, catalisar significa: Desencadear pela própria presença ou existência (um processo); estimular, incentivar; Diz-se de ou o que estimula ou dinamiza. Portanto, cabe ao governo modelar a sociedade, dar o rumo a ela, definir a política a ser seguida, manejar, o máximo que puder, instituições econômicas e sociais, enfim, regular e cumprir a função regulatória. Catalisando a sociedade, o governo amplia sua ação. Isso não significa que ele executa mais, Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS mas que ele consegue chegar onde ele estava ausente quando queria fazer tudo sozinho. No entanto, é importante fazer uma observação. O fato dos autores defenderem que o Estado não deve remar, isso não quer dizer que eles se enquadrem no managerialism. A discussão de Osborne e Gaebler começa subvertendo o ideal que impulsionou o gerencialismo na Grã-Bretanha no início da década. Em vez de propor o "rolling back the state" thatcheriano, os autores propõem uma redefinição da atividade governamental. Nosso problema fundamental é o fato de termos o tipo inadequado de governo. Não necessitamos de mais ou menos governo: precisamos de melhor governo. Para sermos mais precisos, precisamos de uma melhor atividade governamental. O intuito da noção de navegar ao invés de remar não é tornar o Estado mínimo, mas redirecionar a atividade governamental. Inclusive, os autores renegam o conceitual privatista, típico do neoliberalismo. "A privatização é uma resposta, não a resposta", afirmam Osborne e Gaebler. O CESPE cobrou uma questão um pouco polêmica a respeito disso: 4. (CESPE/TRE-MA/2005) Um governo empreendedor caracteriza-se por ser catalisador, ou seja, um governo que se limita a decidir e dirigir. A execução é geralmente feita por outrem por meio da mobilização de iniciativas e recursos. A questão foi dada como certa no gabarito preliminar, mas foi anulada com a seguinte justificativa: Anulada pelo fato de a redação dada à opção C possibilitar mais de uma interpretação, podendo a assertiva ser considerada correta ou incorreta. Assim, haveria mais de uma resposta possível para a questão. Se pensarmos que navegar ao invés de remar se refere justamente a dirigir e decidir, a questão deveria ser realmente considerada correta. No entanto, como vimos acima, os autores não são defensores do Estado mínimo. Os autores identificaram alguns traços comuns a todos esses esforços. Com base nisso, enumeraram os dez princípios do governo empreendedor. Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br Alex Realce Alex Realce CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS II. O governo pertence à comunidade: dando responsabilidade ao cidadão, em vez de servi-lo A reforma do sistema significa, ao mesmo tempo, a introdução de métodos voltados para a produção qualitativa de serviços públicos com a prioridade dada aos clientes e cidadãos como razões últimas do setor público, o que quer dizer não só que eles devem ser bem atendidos, mas que devem ser também chamados a participar do governo, definindo os destinos de suas comunidades. A maioria dos exemplos do livro de Osborne e Gaebler mostra que a melhor resposta para tornar melhor um serviço público é chamar a comunidade a participar de sua gestão, seja fiscalizando, seja trabalhando voluntariamente na prestação de serviços — constituindo-se numa resposta adequada tanto para a questão da eficiência como para o problema da transparência. Portanto, a modernização do setor público deve caminhar pari passu com o aumento da accountability. III. Governo Competitivo: introduzindo a competição na prestação de serviços Outro traço dos governos empreendedores é a promoção da competição. A competição seria uma forma de melhorar a qualidade do governo, uma vez que garante o controle dos serviços públicos pela população. Competição, para os autores, não é um conceito que só tem validade no contexto do setor privado. O ambiente competitivo, na verdade, serve para acabar com o monopólio — que tanto pode reinar no setor público como no privado — e encorajar a inovação organizacional. O princípio da competição nos serviços públicos tem como meta a competição não apenas entre os setores público e privado, como por exemplo entre uma empresa estatal e uma concessionária na área de limpeza pública, mas dentro de cada um desses dois setores que operam na jurisdição de um dado governo. A questão não é público versus privado, mas competição versus monopólio. Assim, podemos ter os seguintes tipos de competição: 1. Público versus privado; 2. Privado versus privado; 3. Público versus público. IV. Governo orientado por missões: transformando órgãos burocratizados Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br Alex Realce Alex Realce Alex Realce CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS A maioria das organizações públicas é orientada não por suas missões, mas por suas regras e sua previsão orçamentária. Estabelecem uma regra para tudo que eventualmente possa sair errado, com uma linha adicional para cada subcategoria de gastos em cada unidade, de cada departamento. Em outras palavras, é como se uma cola poderosa unisse todas as burocracias públicas. É como uma supercola: vem em duas bisnagas diferentes. Em uma bisnaga, as regras; na outra, as contas separadas. Misture tudo e o resultado será cimento. Governos de mentalidade empreendedora dispensam as duas bisnagas. Livram-se do velho livro de regulamentos e abandonam as contas. Definem as missões fundamentais e, só então, estabelecem um orçamento e um conjunto de critérios que deixem os funcionários à vontade para perseguir as missões propostas. V. Governo de Resultados: financiando resultados, e não recursos Governos tradicionalmente burocráticos concentram-se excessivamente sobre as entradas, os recursos, e não sobre as saídas, os resultados. Continuam financiando escolas com base no número de alunos matriculados; a assistência social em função do número de atendimentos; e os departamentos de polícia com base nas estimativas próprias de pessoal necessário para combater o crime. Presta-se muito pouca atenção aos resultados. Pouco importa como as crianças se saem nas escolas, ou quantas pessoas finalmente conseguem se empregar e deixar de receber o seguro-desemprego, ou em quanto tenham baixado os índices de criminalidade. Na realidade, escolas, instituições de assistência social e departamentos de polícia ganham mais dinheiro à medida que fracassam, ou seja, quando as crianças vão mal, o desemprego aumenta e a taxa de criminalidade sobe. VI. Governos e seus clientes: atendendo às necessidades do cliente e nãoda burocracia Pouca gente no governo usa o termo cliente. A maioria das organizações públicas nem mesmo sabe quem são seus clientes. Governos democráticos existem para servir aos cidadãos. As empresas existem para gerar lucro. No entanto, quem mais se empenha para servir ao povo, de maneira até obsessiva, são as empresas. A maioria dos governos é absolutamente cega aos clientes, ao passo que o McDonald's está totalmente voltado para eles. Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br Alex Realce CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Por que é assim? Para os autores é por que os órgãos públicos, via de regra, não obtêm seus recursos diretamente dos clientes; as empresas sim. Se uma empresa satisfaz seus clientes, as vendas aumentam. Os órgãos públicos recebem a maior parte dos seus recursos do Legislativo e a maioria de seus "clientes" é cativa e tem poucas alternativas para os serviços oferecidos por seus governos. Assim, os administradores públicos passam a ignorá-los. Os clientes-alvo, a quem o administrador público tenta satisfazer, são o Legislativo e o Executivo, pois são eles que fornecem os recursos. VII. Governo empreendedor: gerando receitas ao invés de despesas Nos governos burocráticos, os sistemas orçamentários levam as pessoas a gastar dinheiro, sem qualquer preocupação de produzi-lo. Na maioria dos governos, poucas pessoas fora dos departamentos financeiros sequer pensam sobre receitas. Ninguém se preocupa com o lucro. A palavra lucro é vista pelos governos tradicionais como um verdadeiro pecado. Os governos empreendedores, terrivelmente pressionados pela crise fiscal da década de 1980, concentram-se na busca de receitas não tributárias. Passaram a mensurar o nível de retorno de cada investimento. Não se quer dizer, com isso, que a maioria dos serviços públicos deva ser vendida visando ao lucro. Ao contrário! Mas muitos serviços beneficiam indivíduos isolados. Uma outra característica reconhecida nos governos empreendedores é uma certa perspectiva de investimento, ou seja, o hábito de mensurar os retornos dos gastos como se fossem investimentos. A estratégia não visa ganhar dinheiro, mas poupá-lo. Através da avaliação de retorno de seus investimentos, é possível entender quando um gasto lhes permitirá poupar dinheiro. VIII. Governo preventivo: a prevenção em lugar da cura Os governos burocráticos tradicionais se concentram na prestação de serviços destinados a enfrentar problemas. Contra a doença, custeiam serviços médicos; e para combater o crime, aumentam o aparato policial; para lutar contra os incêndios, adquirem mais carros de bombeiros. O modelo burocrático trouxe consigo uma preocupação com a prestação do serviço - a preocupação em remar. Gastam somas consideráveis tratando os sintomas, atuando apenas quando os problemas se transformam em crises, enquanto faltam estratégias para a prevenção desses problemas. A burocracia é cega no que se refere ao futuro. Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br Alex Realce Alex Realce CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Numa era em que as mudanças ocorrem com assustadora rapidez, a cegueira com relação ao futuro é uma falha mortal. Os governos empreendedores passaram a atuar de forma completamente diferente, fazendo da prevenção um tema central de sua administração. Alguns governos estão tentando não apenas prevenir problemas, como também tentar antecipar o futuro. Diz-se que há três tipos de pessoas: as que fazem as coisas acontecerem, as que observam as coisas acontecerem e as que não sabem o que está acontecendo. O mesmo se pode dizer dos governos; infelizmente a maioria está na terceira categoria. IX. Governo descentralizado: da hierarquia à participação e ao trabalho de equipe Há 50 anos, as organizações centralizadas eram indispensáveis. As tecnologias de informação eram primitivas, a comunicação entre localidades diferentes difícil e a mão-de-obra disponível relativamente pouco instruída. Não havia outra alternativa, senão a de juntar todos os profissionais em uma mesma organização. Havia tempo de sobra para que a informação subisse lentamente toda a cadeia de comando e depois descesse, pelo mesmo percurso, sob a forma de decisões. Hoje em dia, entretanto, a informação é praticamente sem limites. A comunicação entre as mais recônditas localidades é instantânea. Muitos funcionários públicos têm boa formação acadêmica, e as condições mudam à velocidade da luz. Não se pode desperdiçar tempo com o lento fluxo de informações hierarquia acima, ou de ordens hierárquicas abaixo. No mundo de hoje, as coisas simplesmente funcionam melhor se os funcionários públicos tiverem autonomia para tomar algumas decisões por conta própria. X. Governo orientado para o mercado: induzindo mudanças através do mercado Os governos não têm a capacidade de resolver todos os problemas sozinhos, nem mesmo uma significativa parcela deles. Por isso, devem utilizar as decisões dos agentes privados como uma forma de alavancagem na prestação de serviços, de modo a alcançar metas coletivas. Trata-se de um método clássico de atividade governamental empreendedora: implica um governo ativo, mas não burocrático. Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br Alex Realce CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Não querem dizer que os mecanismos de mercado sempre funcionem. Muitos bens coletivos fornecidos pelo governo - de parques à segurança pública - não são negociados no mercado. E há muitos mercados com falhas fundamentais. No entanto, os mecanismos de mercado têm muitas vantagens com relação aos sistemas administrativos: os mercados são descentralizados, normalmente competitivos, delegam a escolha aos interessados, e vinculam os recursos diretamente aos resultados. Os mercados também reagem com velocidade às mudanças rápidas e sua reestruturação permite aos governos alcançar a escala necessária para resolver os problemas mais sérios. 3 Pontos Importantes da Aula • O Estado de Bem-Estar entrou em crise a partir da década de 1970, com as duas crises do petróleo. A crise fiscal pressionou os governos a buscarem eficiência. Contudo, a administração era burocrática, ineficiente, cara, auto- referida. • A administração pública gerencial é frequentemente identificada com as idéias neoliberais porque as técnicas de gerenciamento são quase sempre introduzidas ao mesmo tempo em que se realiza um ajuste estrutural para combater o déficit fiscal. Contudo, a administração gerencial não é defensora do Estado Mínimo. Defende um Estado menor, que não executa os serviços públicos, mas mantém o a sua regulação e fomento. • O princípio da subsidiariedade defende que a responsabilidade deve ficar preferencialmente os entes menores. Isso significa que a sociedade é que deve ficar responsável pela execução dos serviços, cabendo ao Estado atuar quando ela não dispor de condições, num caráter subsidiário. • A administração gerencial representa um rompimento com a administração burocrática, mas não nega todos os seus princípios, mantendo a racionalidade, a impessoalidade, a divisão do trabalho, o sistema estruturado e universal de remuneração, as carreiras, a avaliação constante de desempenho, o treinamento sistemático. • O gerencialismo puro representa o primeiro momento da Nova Gestão pública, caracterizado pela visão de que o Estado lida com contribuintes que querem ver seus recursos gastos com eficiência. Já no consumerism, o Estado vê as pessoas também como clientes, que querem qualidade nos Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br Alex Realce Alex Realce Alex Realce Alex Realce CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS serviços públicos. Por fim o Public Service Orientation acrescenta a noção de cidadão, que exigem accountabilitye equidade. • Os princípios da administração gerencial são: descentralização administrativa, descentralização política, organizações horizontalizadas, pressuposto da confiança limitada, controle por resultados, a posteriori, administração voltada para o atendimento do cidadão, ao invés de auto- referida. • Governo catalisador é aquele que navega ao invés de remar, ou seja, aquele que regula, que direciona o país para as diretrizes desejadas, e que transfere a execução para a iniciativa privada. 4 Questões 1. (ESAF/AFT/2010) As seguintes afirmações espelham entendimentos corretos sobre a Nova Gestão Pública (NGP), exceto: a) a NGP é um movimento cuja origem remonta às mudanças havidas nas administrações públicas de alguns países a partir da década de 1970, principalmente nos Estados Unidos e na Inglaterra. b) o consumerismo consiste em uma reorientação do gerencialismo puro, mais voltada à racionalização e tendo como ponto central a satisfação das necessidades dos cidadãos, consumidores de serviços públicos. c) a NGP nasceu gerencialista nos anos 1980, tendo sido fortemente inspirada nas reformas minimalistas e na proposta de aplicação da tecnologia de gestão empresarial ao Estado. d) nos anos 1990, o Public Service Oriented resgatou os conceitos de transparência, dever social de prestação de contas, participação política, equidade e justiça, introduzindo novas ideias ao modelo gerencial puro. e) desde o início, a experiência brasileira em NGP aponta para uma forte retomada do estado do bem-estar social e do desenvolvimentismo burocrático, ideal reforçado pela recente crise do mercado financeiro internacional. Essa é uma das tantas questões "Ctrl+C & Ctrl+V" da ESAF. Dessa vez dos textos: "Desempenho Global da Fundação Oswaldo Cruz; um instrumento de auto-avaliação", de Gerson Rosenberg; e "Administração para o Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br Alex Realce Alex Realce Alex Realce Alex Realce Alex Realce Alex Realce Alex Realce Alex Realce Alex Realce Alex Realce Alex Realce Alex Realce CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS desenvolvimento: a relevância em busca da disciplina", de Humberto Falcão Martins, disponíveis em: http://aplicativos.planejamento.gov.br/pq- menu.nsf/79511ede8ce1c61783256c05006db100/6c36a6ec011e1fc183256c09 00631e64/$FILE/capateserru.doc http://hfmartins.sites.uol.com.br/Publicacoes/admparaodesenvolvimento.pdf O consumerismo consiste em uma reorientação do gerencialismo puro, mais voltada à racionalização e tendo como ponto central a satisfação das necessidades dos cidadãos, consumidores de serviços públicos. A ênfase do modelo é a estratégia de qualidade, cujos resultados dependem de medidas tais como: a descentralização, o estímulo à competitividade, a flexibilização dos modelos contratuais e seu direcionamento para a qualidade. (Letra "B" certa). A NGP nasceu gerencialista nos anos 80, fortemente inspirada nas reformas minimalistas, e propondo a aplicação de tecnologia de gestão empresarial ao Estado, a partir das experiências paradigmáticas. (Letra "C" certa). Por último, aparece nos anos 90 o "Public Service Oriented" resgatando os conceitos: transparência, dever social de prestação de contas, participação política, equidade e justiça. Essa nova visão introduz novas ideias ao modelo gerencial puro, que são: valorização da descentralização como meio de implementação de políticas públicas; mudança do conceito de cidadão passando de mero consumidor para uma conotação mais coletiva de cidadania que inclui direitos e deveres; e competição entre agências públicas como princípio de cooperação para obter um melhor resultado global. (Letra "D" certa). A letra "A" é certa porque os precursores da Nova Gestão Pública foram realmente os EUA e a Inglaterra. A letra "E" é errada porque a NGP é contrário do que se afirma: ela critica o Estado de Bem-Estar e a burocracia. Gabarito: E. 2. (ESAF/AFT/2010) A aplicação do empreendedorismo, no âmbito da Administração Pública, implica saber que: a) normas rígidas e exaustivas são o melhor suporte para a tomada de decisão em ambientes complexos sob constante mudança. b) não se deve estimular a competição entre entidades prestadoras de serviços públicos semelhantes. c) a administração por resultados perde espaço para a supervisão hierárquica e para a realização de auditorias de gestão. Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br Alex Nota começar daqui. revisão . preparatório CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS d) quanto maior a autonomia conferida a servidores públicos, novas formas de controle ou responsabilização devem ser adotadas. e) tal como ocorre na iniciativa privada, incentivos econômicos são o principal fator motivacional de gerentes e chefes. O empreendedorismo governamental possui 10 princípios: I. Preferência às alternativas de produção externa de bens e serviços: terceirização, parcerias governo-sociedade civil, voluntarismo etc.; II. Gestão participativa de programas e projetos com clientes; III. Estímulo à competição interna e externa; (Letra "B" errada). IV. Desregulamentação interna, simplificação organizacional e clarificação de papéis e missões; (Letra "A" errada) V. Avaliação e financiamentos baseados em resultados; (Letra "C" errada). VI. Imagem do cliente como consumidor: com direito a escolhas, pesquisas de preferências e atitudes, treinamento de atendimento e formulários de sugestões; VII. Criação de centros de resultados financeiros, promovendo ação pública rentável; VIII. Antevisão estratégica de serviços; IX. Descentralização e desconcentração: controle hierárquico versus autoridade, desenvolvimento de equipes (team building), gestão participativa, cooperação trabalhadores-gerentes, círculos de controle de qualidade e programas de desenvolvimento gerencial; e (Letra "D" certa) X. Atingimento das finalidades governamentais através da reestruturação do mercado. Segundo Osborne e Gaebler, criadores do conceito, o governo é uma instituição fundamentalmente diferente da empresa: • Os empresários são motivados pela busca do lucro; as autoridades governamentais se orientam pelo desejo de serem reeleitas (Letra "E" errada). • As empresas recebem dos clientes a maior parte dos seus recursos; os governos são custeados pelos contribuintes. Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS • As empresas trabalham em regime de competição; os governos usam habitualmente o sistema de monopólio. Gabarito: D. 3. (ESAF/AFRFB/2009) No âmbito da administração pública, o empreendedorismo pressupõe a incorporação dos seguintes comportamentos, exceto: a) participação dos cidadãos nos momentos de tomada de decisão. b) substituição do foco no controle dos inputs pelo controle dos outputs e seus impactos. c) criação de mecanismos de competição dentro das organizações públicas e entre organizações públicas e privadas. d) adoção de uma postura reativa, em detrimento da proativa, e elaboração de planejamento estratégico, de modo a antever problemas potenciais. e) aumento de ganhos por meio de aplicações financeiras e ampliação da prestação de serviços remunerados. São 10 os princípios do empreendedorismo governamental, segundo Humberto Falcão Martins (1996): I. Preferência às alternativas de produção externa de bens e serviços: terceirização, parcerias governo-sociedade civil, voluntarismo etc.; II. Gestão participativa de programas e projetos com clientes; III. Estímulo à competição interna e externa; IV. Desregulamentação interna, simplificação organizacional e clarificação de papéis e missões; V. Avaliação e financiamentos baseados em resultados; VI. Imagem do cliente como consumidor: com direito a escolhas, pesquisas
Compartilhar