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09) Para Entender a Terceira Operação do Intelecto

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1 
 
COMO SE RESPONDE À QUESTÃO PROPTER QUID, 
OU PARA ENTENDER A TERCEIRA OPERAÇÃO DO INTELECTO 
 
I) Antes de tudo, deem-se exemplos atinentes às quatro espécies de causas: 
1) Por que o homem é corruptível? Porque É CORPÓREO, porque TEM CORPO 
(CAUSA MATERIAL). 
2) Por que o homem é político? Porque É RACIONAL, porque É DOTADO DE 
RAZÃO (CAUSA FORMAL). 
3) Por que o homem deve louvor a Deus? Porque DEUS LHE DEU O SER E O 
MANTÉM NO SER (CAUSA EFICIENTE). 
4) Por que o homem deve agir virtuosamente? Porque SEU FIM É O BEM 
UNIVERSAL, A FELICIDADE ÚLTIMA (CAUSA FINAL). 
 
II) Desenvolvamos porém tais respostas: 
1) Por que o homem é corruptível? O homem é corruptível porque é corpóreo 
e todo ente corpóreo é corruptível. 
2) Por que o homem é político? O homem é político porque é racional e é 
próprio do ente racional aperfeiçoar-se numa pólis ou sociedade. 
3) Por que o homem deve louvor a Deus? O homem deve louvor a Deus 
porque recebe d’Ele o ser e tudo o que recebe d’Ele o ser lhe deve (de algum 
modo) louvor. 
4) Por que o homem deve agir virtuosamente? O homem deve agir 
virtuosamente porque seu fim é o Bem universal e todo aquele que se ordena ao 
Bem universal há de agir segundo a virtude. 
 
III) Insista-se ainda nesta estrutura mental, atendo-nos agora ao que 
antecede à conclusão de que o homem é corruptível, à de que o homem é 
político, à de que o homem deve louvor a Deus e à de que o homem deve agir 
virtuosamente. 
1) Na primeira enunciação que antecede a tais conclusões, assinala-se que a 
causa pertence ou é pertinente ao Sujeito: 
a) dizendo “porque é corpóreo”, indica-se, como vimos no item I acima, que 
o corpo é a CAUSA MATERIAL do homem; 
2 
 
b) dizendo “porque é racional”, indica-se que a razão é a CAUSA FORMAL do 
homem; 
c) dizendo “porque recebe de Deus o ser”, indica-se que Deus é a CAUSA 
EFICIENTE do homem; 
d) e, dizendo “porque seu fim é o Bem universal”, indica-se que o Bem 
universal é a CAUSA FINAL do homem. 
2) Na segunda enunciação que antecede a tais conclusões, assinala-se que a 
Propriedade se segue da Causa: 
a) a corruptibilidade se segue de ter corpo, de ser corpóreo; 
b) a politicidade se segue de ter razão, de ser racional; 
c) o dever de louvar a Deus se segue de ter a Deus como dador de seu ser; 
d) o agir virtuosamente se segue de ter por fim o Bem universal. 
 
* * * 
 
IV) O SIGNO oral ou escrito da argumentação (ou seja, da obra do raciocínio) 
consiste precisamente em apresentar em certa ordem as duas proposições 
antecedentes e a consequente, com o auxílio de certos adjetivos determinativos 
e de certas conjunções. Vejamo-lo. 
1) Insista-se, antes de tudo, em que a conclusão de que O SUJEITO TEM TAL 
PROPRIEDADE (“é corruptível”, “é político”, “deve louvor a Deus”, “deve agir 
virtuosamente”) decorre DE CERTA CAUSA SER PERTINENTE OU PERTENCER AO 
SUJEITO (“ter corpo”, “ter razão”, “ter a Deus por dador de seu ser”, “ter por fim 
alcançar o Bem”) e do fato de SEGUIR-SE DESTA CAUSA AQUELA PROPRIEDADE (“a 
corruptibilidade segue-se de ter corpo”, “a politicidade segue-se de ser racional”, 
“o dever de louvor segue-se de ter a Deus por dador de seu ser”, “o dever de agir 
virtuosamente segue-se de ter por fim o Bem universal”). Ou seja: 
 
» O Sujeito tem tal Propriedade porque o Sujeito tem tal Causa e de tal Causa 
decorre aquela Propriedade; 
» ou, o que é dizer o mesmo: Porque tal Propriedade decorre de tal Causa e 
tal Causa é pertinente ao Sujeito, o Sujeito tem [por tal Causa] aquela 
Propriedade. 
3 
 
OBSERVAÇÃO: Note-se que em ambas as maneiras se mantém a mesma 
TRIANGULARIDADE entre Sujeito, Causa e Propriedade, e que a Causa é sempre o 
termo médio que liga os dois outros termos ou extremos. 
 
2) Nos SILOGISMOS seguintes, temos exemplos da ordem e do modo como se 
expressa no signo linguístico da argumentatio tal relação entre o antecedente 
duplo (as duas premissas) e seu consequente (a conclusão): 
a) 
• Todo ente corpóreo é corruptível (ou seja, da Causa “ter corpo” decorre a 
Propriedade “corruptível”); 
• Ora, o homem é corpóreo (ou seja, a Causa “ter corpo” é pertinente ou 
pertence ao Sujeito “homem”); 
• Logo, o homem é corruptível (ou seja, a Propriedade “corruptível” 
[decorrente da Causa “ter corpo”] dá-se no Sujeito “homem”). 
b) 
• Todo ente racional é político (ou seja, da Causa “ter razão ou racionalidade” 
decorre a Propriedade “político”); 
• Ora, o homem é racional (ou seja, a Causa “ter razão ou racionalidade” é 
pertinente ou pertence ao Sujeito “homem”); 
• Logo, o homem é político (ou seja, a Propriedade “político” [decorrente da 
Causa “ter razão ou racionalidade”] dá-se no Sujeito “homem”). 
c) 
• Tudo o que recebe de Deus o ser deve-Lhe (de algum modo) louvor (ou 
seja, da Causa “receber o ser de Deus” decorre a Propriedade “dever-Lhe 
louvor”); 
• Ora, o homem recebe o ser de Deus (ou seja, a Causa “receber o ser de 
Deus” é pertinente ou pertence ao Sujeito “homem”); 
• Logo, o homem deve louvor a Deus (ou seja, a Propriedade “dever-Lhe 
louvor” [decorrente da Causa “receber o ser de Deus”] dá-se no Sujeito 
“homem”). 
d) 
• Todo ente que tem por fim alcançar o Bem universal deve agir 
virtuosamente (ou seja, da Causa “ter por fim alcançar o Bem universal” decorre 
a Propriedade “dever agir virtuosamente”); 
4 
 
• Ora, o homem tem por fim alcançar o Bem universal (ou seja, a Causa “ter 
por fim alcançar o Bem universal” é pertinente ou pertence ao Sujeito 
“homem”); 
• Logo, o homem deve agir virtuosamente (ou seja, a Propriedade “agir 
virtuosamente” [decorrente da Causa “alcançar o Bem universal”] dá-se no 
Sujeito “homem”). 
OBSERVAÇÃO: Observe-se ainda que do ANTECEDENTE (as duas premissas a 
e b) se segue o CONSEQUENTE (a conclusão, c). 
 
OBSERVAÇÃO GERAL: Deixa-se de lado aqui a mais complexa questão da 
indução.

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